Processo de Treino

Metodologia de Treino

Tendo em conta as diferentes metodologias de treino existentes nos Jogos Desportivos Coletivos
acredito que aquela que melhor se adequa às exigências da nossa modalidade é uma metodologia
de treino que dê primazia aos seguintes aspetos:
- O aspeto cognitivo (tomada de decisão do jogador) é a prioridade
- Terá de existir especificidade comportamental daquilo que é exigido aos jogadores – Plano
Estratégico
- A organização de jogo terá de estar sempre presente (Modelo de Jogo)
- O ambiente (contexto tático) tem de ser tomado em consideração, pois afeta toda a tomada de
decisão do jogador

Caderno de Treinador Nuno Silva

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Pretendo desta forma desenvolver nos jogadores a sua capacidade de adequação à situação que se coloca
perante eles, com regras coletivas, mas que os jogadores consigam encontrar nas situações de jogo os estímulos
certos para tomar decisões que aproximem a equipa do sucesso.

Os jogadores só conseguirão desenvolver essa capacidade de recolha de informação se a Ideia ou Modelo de

Jogo da equipa não for demasiado fechado e permitir ela mesmo essa exploração das opções que se colocam
perante ele. O nosso Modelo de Jogo, apesar de ter circulações táticas, estas não são a base da nossa forma de
jogar, mas antes os Princípios e Fundamentos de Jogo.

O objetivo é os jogadores desenvolverem-se num espaço aberto, passível de exploração por parte dos jogadores,
mas delimitado pelo Modelo de Jogo, pois garantia uma uniformidade nas prioridades coletivas de cada um.

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O meu grande desafio como treinador passa então por criar os Contextos Táticos indicados para
cada situação, ou seja, tenho de conseguir criar os ambientes de aprendizagem corretos para os
jogadores.

Para o efeito, tinha de mexer nas componentes fundamentais dos exercícios de treino – espaço,
tempo, jogadores e constrangimentos. Por constrangimentos entenda-se regras de cooperação ou
oposição, utilização de objetos (bolas, coletes, outros…) que levem os atletas a terem determinado
perfil de comportamentos. Esse perfil de comportamentos era definido pela vertente estratégica do
jogo que iríamos encontrar e também pela necessidade de evolução individual e coletiva da nossa
equipa.

Utilizando esta forma de jogar também consigo aumentar a autonomia e responsabilidade por
parte dos jogadores. Se os jogadores são parte ativos na procura de soluções e na definição de
estratégias, também serão mais responsáveis na altura de verificar o sucesso ou insucesso das
mesmas.

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Por fim, um dos aspetos mais relevantes para mim foi a necessidade de aumentar o conhecimento de jogo dos
jogadores, nomeadamente os mais novos. Esse conhecimento será tanto maior, quanto mais os jogadores
puderem manipular o jogo.

Com esta forma de Treinar, os jogadores poderão reconhecer os estímulos corretos de adversários e
companheiros, para reconhecer qual a melhor decisão de forma a aproximar a equipa do sucesso.

De uma forma extremamente resumida a minha função foi a de criar em cada exercício a situação perfeita para
que os jogadores conseguissem perceber no contexto criado quais eram os melhores caminhos para a equipa
vencer, tendo em conta o ambiente criado e que instantaneamente era alterado.

Para finalizar deixo uma reflexão de Miguel Rodrigo (treinador da Seleção da Tailândia) aquando da sua
passagem pelo Japão e da principal evolução que sentiu nos seus jogadores.

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