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Maio de

Técnicas
de
Redação
2013
Dickson Cosseti
Curso de Técnicas de Redação para Concursos

Sumário
Apresentação ..................................................................................................................................... 3
1. A avaliação discursiva .................................................................................................................. 4
O que é um texto?........................................................................................................................................ 5
Como são os enunciados das avaliações discursivas? .................................................................................. 10
O que é necessário para fazer uma boa dissertação? ................................................................................... 23
O que são argumentações? ........................................................................................................................ 30
Quais os tipos de argumentação? ............................................................................................................... 30
O que fazer quando não se sabe muito a respeito do tema? ........................................................................ 40
Critérios de avaliação das provas discursivas .............................................................................................. 41
Exercícios ................................................................................................................................................... 56
Dicas de Gramática .................................................................................................................................... 69

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Curso de Técnicas de Redação para Concursos
Apresentação

Esse é o curso de TÉCNICAS DE REDAÇÃO DISCURSIVA, criado para garantir que o


candidato consiga, de forma rápida, compreender aquilo que é necessário para desenvolver
um texto dissertativo - nas provas de concursos públicos - com objetividade, riqueza
argumentativa e respeito às normas cultas e formais da Língua Portuguesa.

O objetivo específico dessa obra é, sobretudo, preparar o candidato, por meio de


exemplos práticos e exercícios específicos para redigir de forma clara as redações
propostas pelas bancas.

Contudo, não queremos alunos mecanizados. Mesmo porque a mecanização não lhes
serviria para nada, pois cada ato de escritura exigi-lhes uma nova postura. Queremos que
os alunos utilizem todos os recursos que dispõem para construir não apenas um parágrafo,
mas principalmente um texto real, fruto conciso e coerente com a funcionalidade que o seu
redator lhe atribui.

Além disso, pretende-se ainda mostrar a necessidade de se planejar como será


conduzida sua dissertação do começo ao fim, sobretudo, no tocante ao tempo, seleção de
argumentos e técnicas, organização do conteúdo e revisão textual.
Essa apostila foi preparada com todos os assuntos previstos no seu edital. Cada
tema ou assunto proposto aqui é específico para o seu concurso.

No entanto, não basta fazer o curso, ler a apostila e pronto. O candidato deve
treinar. E muito! Ler bastante, fazer exercícios aplicando as técnicas e elaborar as redações
é fundamental.

Dessa forma, para o sucesso desse curso é essencial que o candidato não falte a
nenhuma das cinco aulas, bem como elabore e entregue as quatro redações solicitadas e
os exercícios propostos em sala. A sequência correta na elaboração das redações é
necessária para a mensuração do progresso do candidato com relação à evolução da
capacidade de redigir bons textos e ao gerenciamento do texto.

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A AVALIAÇÃO DISCURSIVA

Qual a importância da prova discursiva?

É cada vez mais frequente a cobrança de avaliações discursivas nos concursos


públicos. Seja de nível superior ou médio. Essa é uma tendência que parece se tornar
quase obrigatória para todos os candidatos a concursos públicos.

Todos sabem que a Administração Pública se manifesta por meio dos seus atos. A
publicidade é um dos princípios da Administração Pública. E para se tornarem públicos,
esses atos, são exteriorizados pelos seus servidores. Quando são escritos, devem obedecer
a um padrão. Sobretudo, no tocante ao uso formal e culto da língua portuguesa.

É essencial o entendimento da língua escrita por parte dos servidores públicos. São
contratos, declarações, notas técnicas, editais e todo o tipo de documentos de abrangência
– muitas vezes – nacional.

Agora, imagine escrever algo errado e repassar para a chefia um documento que
será publicado e lido por centenas ou milhares de pessoas? É, realmente, constrangedor.

Além disso, percebemos que o peso dessas avaliações cresceu nos últimos anos. Em
alguns concursos chegam a valer até 50 % da nota.

Quebrando paradigmas

Para iniciar essa conversa, ou melhor, essa obra, quebraremos três paradigmas de
provas de concursos. Mas antes de tudo, o que são paradigmas? São modelos
estabelecidos; são padrões. Pois bem, vamos a eles:

 Escrever muito

Para se tirar uma boa nota não é essencial escrever o número máximo de linhas
permitidas na prova. Pelo contrário, quem escreve muito tem a possibilidade de se perder
no assunto ou ser prolixo, assim como, tem a chance de errar mais (gramaticalmente).
Todavia, isso não quer dizer que deve escrever pouco. Sempre deverá ir além do número
mínimo de linhas.

 Escrever difícil

O candidato deve utilizar apenas palavras que conheça e que saiba o significado. A
linguagem técnica (juridiquês e outras formações técnicas) deve ser empregada somente
quando exigido, a depender do cargo almejado.

Os textos das provas de concursos devem ser redigidos de forma simples e objetiva,
facilitando a sua leitura e seu entendimento. Isso não quer dizer que deve ser coloquial – a
linguagem usada no nosso cotidiano. A dissertação deve orientar-se pelo uso formal e culto
da Língua Portuguesa, quer dizer, respectivamente, uso da linguagem dos meios
acadêmicos e trabalhistas (Administração Pública e Privada) e o respeito às normas das
gramáticas referenciais.

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 Dominar a gramática

Há algum tempo, as provas de concurso deixaram de dar importância principal ao


respeito às normas gramaticais. É evidente que isso é importante. Claro. Contudo, hoje,
tem papel subsidiário. Algumas bancas destinam quase 80% do total da nota para o
desenvolvimento do tema proposto, a argumentação utilizada pelo candidato e a sua
capacidade crítica. Desse modo, é possível o candidato tirar uma boa nota errando alguns
itens no que se refere à questão gramatical. Porém, o zelo pelas normas é essencial para
se escrever bem.

O que é um texto?

A palavra texto vem do Latim e significa tecido. Literalmente, quer representar que
ao produzir um texto estamos entrelaçando fios de ideias como na indústria têxtil se
entrelaçam fios de linha para se fazer o tecido. O bom texto, portanto, é uma ampla
unidade clara, com coerência de sentido e com frases relacionadas umas às outras.

Tipologia Textual

Tipo textual é a forma como um texto se apresenta. As únicas tipologias existentes


são: narração, descrição, dissertação ou exposição, informação e injunção.

Tradicionalmente em concursos públicos as provas discursivas cobram a elaboração


de textos dissertativos. Dispensaremos todas as energias nesse tipo.

Atenção! Caso o candidato não respeite o tipo textual exigido em sua prova, será
punido pela banca com “nota zero”.

O que é dissertação?

É a forma de redação que expões ideias próprias do seu autor sobre determinado
tema. Dissertar é discutir, refletir, analisar, avaliar determinado assunto.

É o tipo de texto mais exigido em provas de concursos. Trata-se de um texto que


obedece a uma lógica.

A dissertação pode ser:

Expositiva – objetiva apresentar e discutir um assunto de forma impessoal e objetiva. Sua


finalidade não é a de convencer ou influenciar o leitor, mas sim expor o ponto de vista do
autor sobre determinado tema por meio de ideias, fatos, argumentos etc.

Argumentativa – objetiva persuadir, convencer, influenciar o leitor sobre a validade de


um assunto por meio de ideias, fatos, argumentos etc. É um texto muito mais pessoal do
que o expositivo. Muitas vezes, ao lê-lo, percebemos um pouco da emoção que o autor
vivenciou no momento em que escreveu o texto.

Para as provas de concursos públicos, poderemos utilizar conceitos e ideias de ambas as


formas. Contudo, caberá ao candidato avaliar o que é solicitado pelo seu edital.

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Elementos da dissertação de concurso

1. Título (somente se exigido no comando da questão): é uma mera referência ao texto.


Deverá ser centralizado na parte superior da prova, acima das linhas numeradas. O
candidato não deverá saltar linhas para iniciar o seu texto, devendo começá-lo na linha
1 da folha de redação.

Atenção! Caso o candidato coloque título em sua prova – quando não exigido – ou
qualquer outra marca identificadora como frases, desenhos, números, nomes ou
assinaturas, será punido pela banca com “nota zero”.

2. Tema: é o assunto a ser tratado no texto. Existem três tipos de temas classificados
assim por esse autor:

I. Temas específicos

Com o passar do tempo, percebemos que algumas bancas começaram a cobrar


temas que exigem conhecimentos específicos dos candidatos. Normalmente são temas que
têm relação com as atividades, atribuições e responsabilidades do cargo a ser
desempenhado. É o caso de concursos para nível médio e superior para os cargos de
técnico, analista e especialista das Agências Reguladoras, alguns tribunais e as polícias
judiciárias. É uma tendência a ser seguida por todas as bancas.

Os temas específicos se subdividem em:

a. Técnicos ou questões discursivas

O examinador apresenta uma questão bem objetiva cobrando do candidato


conhecimentos acerca da lei ou da doutrina de forma teórica. O candidato deve atentar-se,
principalmente, às legislações, normas, leis e doutrinas na sua resposta.

Exemplo: Discuta a validade jurídica de um ato administrativo consoante com a lei e


incompatível com a moralidade administrativa.

b. Estudos de caso ou situação problema

O examinador monta uma situação e exige que o candidato aplique a lei ao caso
apresentado, ou seja, traga a aplicação ao caso prático. O candidato não deve apenas
atentar-se às legislações, normas, leis e doutrinas na sua resposta, mas, sobretudo, aos
costumes, ensinamentos, jurisprudências e à situação apresentada no comando da
questão.

II. Temas de atualidades

São temas que abordam tópicos atuais e relevantes de diversas áreas, tais como
desenvolvimento sustentável, ecologia, tecnologia, energia, política, economia, sociedade,
relações internacionais, educação, saúde, segurança e artes e literatura e suas vinculações
históricas. Era costume aparecerem em quase todos os tipos de concursos, independente
do nível ou cargo. Atualmente, são temas cobrados em provas de alguns cargos de
tribunais, alguns ministérios, Policias Militares e Detrans.

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III. Temas reflexivos

São temas que versam a respeito de assuntos mais abstratos e exigem uma reflexão
por parte do candidato, ou seja, exigem que o candidato vá além daquilo que está escrito e
demonstrado no comando da questão. A interpretação de texto é essencial nesse contexto.
É um tipo de tema muito utilizado em vestibulares do CESPE e em vários concursos da
FGV.

Exemplo: A tendência à criação de um mundo de “conformistas mimados”.

A ideia desse tema foi apresentada por um artigo do colunista do The New York
Times, Roger Cohen, reproduzido no jornal Folha de São Paulo. O candidato não consegue
escrever às cegas sobre esse tema. Precisa refletir antes se somos uma sociedade de
conformistas, medrosos, ou de pessoas que se mobilizam e se esforçam para transformar
as situações. Faz até o candidato refletir sobre sua própria situação.

3. Tese: é a abordagem dada pelo autor ao tema; é o ponto de vista do autor a respeito
do tema; é algo que o autor quer provar.

4. Problemas: são tópicos a serem abordados no texto. São obrigatórios. Eles aparecem
de forma genérica na introdução e são detalhados durante o desenvolvimento da
dissertação. O normal é tratarmos cada um em - pelo menos - um parágrafo do
desenvolvimento. Quando eles já são dados no comando da prova, chamamos de
redação roteirizada, devendo assim, serem desenvolvidos naquela ordem proposta.
Quando não, o candidato deve, por sua conta, criá-los e tratá-los no desenvolvimento
do seu texto.

5. Argumentos: são raciocínios, fatos, estudos, dados, citações, informações,


elaborações que visem sustentar uma ideia, isto é, que comprovem a sua tese.

6. Texto motivador: é dado na maioria das provas. Pode ser apenas um ou mais.
Servem para instigar o candidato a pensar a respeito do tema da redação. São meras
referências ao tema. Erro muito comum é o candidato deixar levar-se pelo teor dos
textos motivadores e esquecer o tema da redação, dessa forma, poderá ser penalizado
indicando o tangenciamento do tema ou a fuga ao tema.

7. Parágrafo: Segundo Figueiredo (1999), parágrafo é um bloco de raciocínio


progressivo. Cada parágrafo possui a ideia central ao redor da qual giram ideias
complementares. Nota-se que essa visão de parágrafo baseia-se em Garcia (2006),
que elaborou um estudo sistemático da constituição do texto a partir do parágrafo.
Para esse autor, o “parágrafo é uma unidade de composição constituída por um ou
mais de um período, em que se desenvolve determinada ideia central”.

Os períodos se organizam em parágrafos. Mas, diferente do período, o parágrafo não


é uma organização essencialmente sintática. Ele tem uma função estética e também
estrutural. É primordialmente um facilitador de leitura utilizado como um instrumento de
organização das ideias. Desse modo, ao iniciar um novo parágrafo, deve-se iniciar um

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novo assunto. Em textos escritos à mão, usa-se como marca um distanciamento da
margem — de aproximadamente 2,5 cm.

8. Parágrafo padrão: alguns manuais de redação e livros sobre o assunto costumam


defender o ensino de um parágrafo tido como Padrão. Segundo Garcia, o parágrafo-
padrão é aquele se estrutura em três partes: introdução, desenvolvimento e conclusão.
A introdução, conhecida como tópico frasal, expressa rapidamente a ideia núcleo; o
desenvolvimento explana tal ideia e a conclusão fecha o raciocínio.

Estrutura de uma dissertação

O texto dissertativo possui três partes: a introdução, o desenvolvimento e a


conclusão. Veremos uma a uma.

Introdução

É onde o candidato faz a abertura do seu texto convidando o leitor a apreciá-lo. É


aqui que se apresenta a tese e os problemas de forma genérica. Ou seja, uma ideia geral
daquilo que será exposto.

A introdução é o “carro-chefe” do texto. Uma introdução objetiva, clara e com boa


argumentação abre caminho para uma nota alta na avaliação discursiva. O examinador se
torna amigável toda vez que tem um bom começo. É um parágrafo muito importante.

Desenvolvimento

É onde o candidato comprova a sua tese por meio de argumentos, ideias, fatos,
dados, informações, elaborações, notícias, afirmações, legislações etc. É a parte da
redação onde se detalham os problemas (aspectos a serem abordados no texto).

No desenvolvimento o candidato não pode apenas citar os problemas. Erro dos mais
comuns nos textos dissertativos de concursos. Isso pode caracterizar o tangenciamento do
tema o que representaria perda de pontos importantes. O candidato deve detalhar de
forma precisa e acrescentar novos argumentos ao tópico de modo a utilizar todos os
artifícios para comprovar seu ponto de vista. Entretanto, a subjetividade deve ser evitada.
O candidato deve ser objetivo.

O candidato jamais deve, também, fugir ao tema. Isso implicaria em “nota zero”. Um
exemplo de fuga ao tema é quando o comando da redação apresenta o tema Princípios da
Administração Pública e o candidato escreve a respeito dos Princípios Constitucionais. Ou
ainda, quando o comando solicita que se redija um texto que aborde como ocorrerá a
política de combate à fome no Brasil e o candidato aborda o combate à fome no Nordeste.

Via de regra, é no desenvolvimento que as bancas costumam dispensar maior


atenção. É aqui que é avaliada a aptidão argumentativa e a capacidade para desenvolver o
assunto proposto.

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Conclusão

É a apresentação da visão geral do assunto tratado. É a parte do texto em que se


retoma a ideia inicial (tese), resume-se o que foi tratado no desenvolvimento e se
apresenta a resposta ao problema levantado, ou a solução, ou o seu posicionamento, ou
ainda, a sua contribuição acerca do tema. Isso dependerá do contexto da sua redação.

Na maioria dos casos, representa uma síntese do assunto tratado na dissertação ou


a reafirmação da ideia central do texto. E o tipo mais comum de finalização de um texto
dissertativo é a denominada conclusão-resumo.

Evite o emprego de frases emocionais, que expressam ensinamentos ou uma forma


idealizada de avaliar um problema. Tente ser impessoal e não emocional. Sempre. Essas
argumentações trazem subjetividade ao texto.

Para melhorar o estilo técnico, é necessário evitar: os clichês – palavras “pobres” e


de sentido genérico ou desgastado pelo abuso; o excesso de advérbios terminados em
“mente” e de voz passiva no texto; expressões pleonásticas como: referência supracitada,
como dissemos acima, pela presente vem através desta, tomamos a liberdade de etc.
Expressões consideradas obsoletas como: conforme o assunto ventilado, passo as suas
mãos, outrossim,sem mais para o momento, de conformidade quanto ao solicitado etc.

Segue um exemplo do que não se deve fazer:

Assim, a corrupção na Administração Pública mostra-se como o maior dos males. A


atitude - contrária à legalidade - dos homens que têm responsabilidade com o erário os
condenará ao castigo da história. É possível fazer-se algo, de imediato, que possa acender
uma pequena chama de esperança que venha a raiar no horizonte de um Brasil digno de se
dizer: esse é o país do agora e não mais o país do futuro.

Percebe-se, claramente, o condão pessoal dispensado pelo autor nas suas palavras.
Além disso, o texto é repleto de julgamentos, frases de efeito e ditados, coisas que sempre
devem ser evitadas, na conclusão ou em qualquer outro parágrafo da redação.

Veja em destaque as partes problemáticas: “O maior dos males”; “os condenará ao


castigo da história”; e para fechar com “chave de ouro” “que possa acender uma pequena
chama de esperança que venha a raiar no horizonte de um Brasil digno de se dizer: esse é
o país do agora e não mais o país do amanhã”.

Alguns exemplos de conclusão:

Tema: Educação

Por todo o exposto, percebe-se a importância da educação na formação de cidadãos


com capacidade crítica que podem contribuir para a evolução do país. Investir mais na
qualificação dos professores, aparelhar as universidades e colégios públicos bem como
implementar políticas baseadas em meritocracia nas escolas, poderiam acelerar esse
processo.

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Tema: A nova Lei Seca

Portanto, constata-se que a efetividade da nova Lei Seca será possível, sobretudo, no
aspecto relacionado à comprovação da embriaguez. No entanto, fica claro que o aumento
da fiscalização - por parte dos Detrans e das PMs – é necessário. Ampliar o efetivo e
intensificar as blitzes poderia trazer melhorias no caso em questão. Afinal, de que vale uma
lei se não há fiscalização nas ruas para cumpri-la?

Como são os enunciados das avaliações discursivas?

Atualmente os enunciados das avaliações discursivas se caracterizam por apresentar


um, dois ou até três textos motivadores. Esses textos apenas têm alguma relação com o
tema. Eles servem para que o candidato seja instigado a criar ideias acerca do assunto a
ser abordado. Podem vir na forma de charge também.

Além disso, apresentam o comando da questão e, em seguida, os problemas a


serem tratados na dissertação. Porém, pode ser que os problemas não sejam apresentados
– como era feito antigamente. Nesse caso, caberá ao candidato delimitar e criar os
problemas. Quantos achar necessário. Deverá reservar, ao menos, um parágrafo para cada
problema. Seguem alguns enunciados de avaliações discursivas anteriores.

ANATEL/2012 - Analista

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Secretaria Educação/2012

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CETRO-Analista de Licitação/2013

CETRO - Bibliotecário/2013

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ESAF

Concurso Público DNIT/Técnico Administrativo - 2013

PROVA DISCURSIVA

A respeito do processo administrativo federal e tendo por base a disciplina que lhe foi dada
pela Lei n. 9.784/99 e respectivas alterações, discorra sobre os seguintes aspectos:

a) Os princípios do processo administrativo e a importância do processo para o Estado de


Direito.
b) A competência administrativa.
c) O dever de decidir e a motivação dos atos administrativos.
d) As formas de extinção do processo.
e) O recurso administrativo e a revisão.

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DETRAN/DF/2012

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PCDF/2009 – Agente de Polícia

CNJ/2012 – Técnico Judiciário – Área Administrativa

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DPF/2012 - Agente

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PRF/2009

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O que é necessário para fazer uma boa dissertação?

1. Saber as técnicas de redação

É o primeiro passo para o sucesso. Somente com o domínio das técnicas de


redação o candidato pode escrever com objetividade, agilidade e boa argumentação. É a
essência desse curso: o aprendizado de técnicas eficientes para fazer provas de concurso.

2. Estudar as matérias que serão cobradas na avaliação discursiva

O candidato deve ler e estudar a respeito das matérias ou conhecimentos que serão
cobrados na sua avaliação discursiva. Avalie bem o seu edital, pois em alguns concursos,
mesmo que seja afirmado que a dissertação versará a respeito de alguma(s) matéria(s) da
parte básica, a banca pode exigir conceitos da parte específica na prova discursiva. Fique
atento para isso!

3. Praticar a leitura

O candidato deve ler bastante. Um pouco de tudo: jornais, revistas, colunas, artigos,
sites de notícias e livros. Muitos livros. Só consegue escrever bem aquele que lê bastante.

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É assim que ampliamos nossa capacidade argumentativa e entramos em contato com
pontos de vista diferentes do nosso.

O candidato que lê bastante, refletidamente, tem como benefícios o domínio


linguístico e temático. Assim, será muito mais fácil, evidentemente, escrever a respeito
daquilo que se sabe. Passará a exprimir-se com mais riqueza de detalhes, mais
criatividade, com clareza, agilidade e correção.

No entanto, não é qualquer leitura. Trata-se da leitura interpretativa, direcionada à


análise do texto lido.

4. Praticar a escrita

É muito comum o candidato dizer que “entende o tema abordado na prova, mas não
consegue passar a ideia para o papel”. Isso se deve ao fato de que, infelizmente, a escrita
não faz parte do seu dia a dia. Com as modernidades de hoje, quase não escrevemos e
quando o fazemos apenas utilizamos códigos: “o q vc qr fzr hj?” O máximo que fazemos
com relação à escrita são mensagens de texto de celular, redes sociais, e-mails etc.

É muito importante ter o hábito de escrever. E escrever de forma correta. Sem


abreviações. Dessa forma, treinar as técnicas de redação é essencial. Para tanto, o
candidato deve fazer os exercícios propostos e as redações, assim como fazer resumos,
resenhas e parágrafos é essencial.

Além das redações, o candidato pode – a partir de agora – ter atenção especial em
todo o momento do dia que precisar se comunicar utilizando a modalidade escrita. Seja na
hora de enviar um e-mail para um amigo, ou mesmo na hora de falar no trabalho ou em
casa, ou seja, na hora de fazer uma correspondência. Atente-se para as dicas que são
dadas no curso.

5. Conhecer o inimigo

Diante das mudanças na forma de cobrança e dos conhecimentos necessários para


se fazer as provas de concursos, esse autor percebeu que conhecer o inimigo é das
“manhas de concurseiro”, talvez a mais importante.

É essencial para tanto, conhecer a fundo: o edital do concurso, a banca


examinadora, as atribuições e responsabilidades do órgão ou entidade que o candidato
pretende prestar a prova e do cargo almejado.

O edital é a lei do concurso. Ele disciplina todas as normas e informações que são
importantes para o candidato.

No tocante à parte discursiva, destacamos abaixo os itens mais relevantes do


concurso da ANVISA de 2013.

I) ANVISA

9.10. Quanto à Prova Discursiva:

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9.10.1. A Prova Discursiva será realizada no mesmo dia da Prova
Objetiva.

9.10.2. Para a realização da Prova Discursiva, o candidato receberá


caderno específico, no qual redigirá com caneta de tinta preta.

9.10.2.1. A Prova Discursiva deverá ser escrita à mão, em letra legível,


não sendo permitida a interferência ou a participação de outras pessoas,
salvo em caso de candidato que tenha solicitado condição especial para
esse fim. Nesse caso, o candidato será acompanhado por um fiscal da
Cetro Concursos, devidamente treinado, ao qual deverá ditar
integralmente o texto, especificando oralmente a grafia das palavras e os
sinais gráficos de acentuação e pontuação.

9.10.3. O candidato redigirá um texto dissertativo-argumentativo que


deverá versar sobre: um tema relacionado à Regulação e Vigilância
Sanitária para o cargos de Especialista em Regulação e Vigilância
Sanitária e Analista Administrativo; um tema sobre Regulação e
Administração Pública e Vigilância Sanitária e Saúde Pública.

9.10.4. A Prova Discursiva não poderá ser assinada, rubricada ou conter,


em outro local que não seja o cabeçalho da Folha de Texto Definitivo,
qualquer palavra ou marca que a identifique, sob pena de ser anulada.
Assim, a detecção de qualquer marca identificadora no espaço destinado
à transcrição do texto definitivo acarretará a anulação da Prova
Discursiva implicando a eliminação do candidato.

9.10.5. O texto definitivo será o único documento válido para a avaliação


da Prova Discursiva. As folhas para rascunho são de preenchimento
facultativo e não valem para finalidade de avaliação.

9.10.6. Para os cargos de nível superior, a Prova Objetiva de


Conhecimentos Básicos e a Prova Discursiva terão tempo total para sua
realização de 5 (cinco) horas, no período matutino, incluído o tempo para
preenchimento das respectivas Folhas de Respostas. A Prova Objetiva de
Conhecimentos Específicos terá tempo total para sua realização de 4
(quatro) horas, no período vespertino, incluído o tempo para
preenchimento da respectiva Folha de Respostas.

9.10.6.1. Para os cargos de nível médio, a Prova Objetiva e a Prova


Discursiva terão tempo total para sua realização de 5 (cinco) horas, no
período matutino, incluído o tempo para preenchimento das respectivas
Folhas de Respostas.

XI - DA AVALIAÇÃO E JULGAMENTO DA PROVA DISCURSIVA

11.1. A Prova Discursiva, de caráter eliminatório e classificatório, tem o


objetivo de avaliar o uso adequado da norma-padrão da Língua

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Portuguesa, a coesão e a coerência e o domínio técnico do assunto
abordado.

11.2. Respeitados os empates na última colocação, serão corrigidas as


provas discursivas dos candidatos aprovados nas provas objetivas e
classificados dentro do limite de 3 (três) vezes o número de vagas para
os cargos com mais de 15 vagas. O limite será de 5 (cinco) vezes o
número de vagas para os cargos com menos de 15 vagas.

11.2.1. Serão avaliadas somente as Provas Discursivas dos candidatos


que obtiverem as melhores pontuações no quantitativo disposto no item
11.2.

11.2.2. No caso de ocorrência de empate na última posição, serão


avaliadas as Provas Discursivas de todos os candidatos inclusos nesta
situação.

11.3. Para os cargos de Técnico Administrativo e Técnico em Regulação e


Vigilância Sanitária, a Prova Discursiva, de caráter eliminatório e
classificatório, será avaliada na escala de 0 (zero) a 40 (quarenta)
pontos, com pontuação mínima de 16 (dezesseis) pontos: TEMA
RELACIONADO AOS CONTEÚDOS DE “REGULAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA E VIGILÂNCIA SANITÁRIA E SAÚDE PÚBLICA”.

11.4. Para os cargos de Especialista em Regulação e Vigilância Sanitária e


Analista Administrativo, a Prova Discursiva, de caráter eliminatório e
classificatório, será avaliada na escala de 0 (zero) a 80 (oitenta) pontos
com pontuação mínima de 32 (trinta e dois) pontos: TEMA RELACIONADO
AOS CONTEÚDOS DE “REGULAÇÃO E VIGILÂNCIA SANITÁRIA”

11.5. O candidato que não atingir a pontuação mínima estabelecida aos


respectivos cargos, conforme disposto nas tabelas dos itens 11.3. e 11.4.
deste Edital não será habilitado na Prova Discursiva e será excluído do
concurso público.

11.5.1. Os critérios de avaliação/ pontuação das Provas Discursivas está


disposto no Anexo II deste Edital.

11.6. Durante a realização da Prova Discursiva, não será permitida


nenhuma espécie de consulta ou comunicação entre os candidatos, nem
a utilização de livros, códigos, manuais, impressos ou quaisquer
anotações.

11.7. Será atribuída nota 0 (zero) à Prova Discursiva nos seguintes


casos:

a) fugir à proposta apresentada;

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b) apresentar textos sob forma não articulada verbalmente (apenas com
desenhos, números e palavras soltas ou forma em verso);

c) for assinada fora do local apropriado;

d) apresentar qualquer sinal que, de alguma forma, possibilite a


identificação do candidato;

e) for escrita a lápis, em parte ou na sua totalidade;

f) estiver em branco;

g) apresentar letra ilegível;

11.7.1. O candidato que não respeitar o limite mínimo de 20 (vinte) e


máximo de 30 (trinta) linhas será penalizado em sua pontuação.

11.8. As Folhas para Rascunho no caderno de provas é de preenchimento


facultativo. Em hipótese alguma, o rascunho elaborado pelo candidato
será considerado na correção da Prova Discursiva pela Banca
Examinadora.

Conhecer a banca examinadora também é fundamental. O candidato deve analisar e


resolver as provas anteriores da banca para aquele cargo. Caso ela não tenha realizado
nenhuma avaliação para aquele cargo, o candidato deverá resolver as provas de outros
cargos que tenham relação com o seu, ou ainda, que sejam do mesmo nível que o do cargo
almejado. Como já visto, vários exemplos de provas anteriores são mostrados nessa
apostila.

O candidato deve, ainda, raciocinar como o examinador. Deve ter em mente que
será avaliado como um futuro servidor daquele órgão/entidade para realizar as atividades
desempenhadas por aquele cargo específico; deve escrever o que o examinador quer ler.
Assim, conseguirá pensar e elaborar temas similares aos da sua prova.

Além disso, é essencial o candidato saber quais as atividades serão desempenhadas


no cargo almejado. Isso irá ajudá-lo a “incorporar” todas as atribuições e responsabilidades
do futuro cargo. Deve ainda, entender que será avaliado como um futuro integrante
daquele órgão que desempenha uma função específica na sua estrutura. Vou dar um
exemplo: se o candidato for fazer prova para a ANVISA, deverá saber tudo que faz parte
da rotina de trabalho do cargo almejado. Veja abaixo as atribuições dos principais cargos
da autarquia Especialista, analista e Técnico em Regulação da ANVISA:

CARGO – TÉCNICO EM REGULAÇÃO E VIGILÂNCIA SANITÁRIA

Atribuições do cargo: suporte e apoio técnico especializado às atividades


de regulação, inspeção, fiscalização e controle das instalações físicas, da
produção e da comercialização de alimentos, medicamentos e insumos
sanitários, bem como à implementação de políticas e à realização de
estudos e pesquisas respectivos a essas atividades; fiscalização do

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cumprimento das regras pelos agentes do mercado regulado; orientação
aos agentes do mercado regulado e ao público em geral; e execução de
outras atividades finalísticas inerentes ao exercício da competência da
Anvisa.

CARGO – ANALISTA ADMINISTRATIVO - ANVISA

Atribuições do cargo: atividades administrativas e logísticas relativas ao


exercício das competências constitucionais e legais a cargo da anvisa,
fazendo uso de todos os equipamentos e recursos disponíveis para a
consecução dessas atividades.

CARGO – ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO E VIGILÂNCIA SANITÁRIA

Atribuições do cargo: atividades especializadas de regulação, inspeção,


fiscalização e controle das instalações físicas da produção e da
comercialização de alimentos, medicamentos e insumos sanitários, bem
como à implementação de políticas e à realização de estudos e pesquisas
respectivos a essas atividades; formulação e avaliação de planos,
programas e projetos relativos às atividades de regulação; elaboração de
normas para regulação do mercado; planejamento e coordenação de
ações de fiscalização de alta complexidade; gerenciamento, coordenação
e orientação de equipes de pesquisa e de planejamento de cenários
estratégicos; gestão de informações de mercado de caráter sigiloso;
orientação aos agentes do mercado regulado e ao público em geral; e
execução de outras atividades finalísticas inerentes ao exercício da
competência da Anvisa.

6. Realizar o seu planejamento para atacar a prova discursiva

É muito comum que o candidato comece seu texto dissertativo sem nenhum
planejamento, sem nenhuma estratégia de ataque. É um erro grave e já ocasionou a
reprovação de vários candidatos em diversas provas.

Apresento aqui uma fórmula desenvolvida para facilitar o processo de se escrever.


Tem cinco fases distintas que devem ser seguidas na ordem disposta. Vamos a elas:

I. Interpretar o enunciado

O candidato deve entender o que o examinador quer. Tem um ditado que diz que:
“90% dos problemas traz no enunciado a sua resposta”, é maios ou menos essa a ideia.
Mais à frente apresentaremos uma série de enunciados de provas de concursos para
que o candidato se torne íntimo desse tipo de questão. Mas agora, veja esse enunciado:

Dissertar sobre os direitos fundamentais, a diferença com relação às garantias


fundamentais, suas delimitações e características, mais especificamente a respeito da
imprescritibilidade, inalienabilidade e irrenunciabilidade, bem como sua classificação

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em gerações (dimensões), levando-se em conta o momento de seu surgimento e
reconhecimento pelos ordenamentos constitucionais.

A princípio, parece-nos um enunciado cumprido e difícil de entender. Mas não é.

Vamos melhorar isso aí. Olhem:

Qual é o tema da questão? Se o comando pede para dissertar sobre direitos fundamentais,
logo no começo, e todas as outras coisas do comando tem a ver com isso, só pode ser o
tema.

TEMA: Direitos Fundamentais

Se o tema é esse, vamos separar o restante em problemas, pois é a única coisa que
sobra do comando: uma série de problemas.

Problema 1: a diferença com relação às garantias fundamentais;

Problema 2: suas delimitações e características, mais especificamente a respeito da


imprescritibilidade, inalienabilidade e irrenunciabilidade;

Problema 3: classificação em gerações (dimensões), levando-se em conta o momento


de seu surgimento e reconhecimento pelos ordenamentos constitucionais.

Ficou simples agora. Traduzimos um enunciado complexo para uma forma mais
conhecida. É só seguir adiante.

Lembre-se de citar cada um dos problemas estabelecidos pelo examinador. É


obrigatório.

II. Roteirizar o texto

Nesse item, o candidato deverá decidir a respeito da sua tese e escolher a forma e
os argumentos para cada parágrafo do seu texto. Mais à frente, estudaremos o que é
argumentação e quais os seus tipos.

III. Rascunhar o texto

É aqui que o candidato de fato começa e escrever. Utilize seu roteiro como guia e
desenvolva seu texto. Não há problema em errar. Ainda é o rascunho. Tente ser objetivo
no seu texto. Escreva o essencial de forma simples.

IV. Revisar o texto

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Diante do rascunho finalizado o candidato deve ler o texto, quantas vezes
necessárias, e realizar as mudanças, correções, alterações, exclusões ou inclusões e
ajustes que forem necessários. O candidato deve deixar o texto finalizado para ser passado
a limpo.

V. Passar a limpo

Nessa fase o candidato deve ter muita atenção. As rasuras têm de ser evitadas. Elas
podem tirar pontos preciosos. Contudo, às vezes cometemos enganos e o que deveria ser
“exceção” vira “excessão”. O que fazer nesse caso? Simples: o candidato deverá apenas
(eu disse: apenas!) passar um risco horizontal por toda a palavra, termo, frase ou linha e
escrevê-la imediatamente à sua frente. Supondo um texto qualquer, essa é a forma correta
de se rasurar: “vários feriados brasileiros tem origem religiosa, à excessão exceção de um
feriado que – todos sabem – faz parte da cultura de outra...”

Mas atenção! O excesso de rasuras – mesmo da forma correta – é punível. O


examinador pode acreditar que dependendo da quantidade de rasuras, faltou planejamento
para o candidato na hora de rascunhar ou passar o seu texto a limpo.

Além disso, o candidato deve estar se perguntando a respeito da sua letra na hora
de passar o texto a limpo. Poderá ser cursiva ou de fôrma, ou até misturar as modalidades
de letras. Todavia, deve distinguir as maiúsculas das minúsculas. Isso é feito não pelo
tamanho, mas sim pelo fato da letra maiúscula estar sob a forma de “caixa alta”.

Desde que legível, não há problema que a letra não seja a mais bela. Assim, é
essencial que seja legível, entendível, caso contrário poderá ser o candidato punido com
“nota zero”. Para aqueles que escrevem garranchos indecifráveis, a dica é ser cuidadoso e
caprichar nessa hora. Dê o seu melhor e treine muito para melhorar.

O que são argumentações?

Um bom texto dissertativo é dividido em tópicos. Normalmente, em cada parágrafo


trata-se uma ideia diferente, mas que se relaciona à sua tese que é a ideia central de toda
a redação.

As argumentações são as diversas formas que podemos abordar a ideia em cada


parágrafo. A maioria serve tanto para criar a introdução como o desenvolvimento.
Obviamente que, devem-se realizar os devidos ajustes, tanto para um, quanto para outro.

O candidato deverá analisar o tema e o problema a serem abordados. Daí, escolher


aquele que melhor se encaixar a ideia daquele parágrafo.

Quais os tipos de argumentação?

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Na verdade, existem vários tipos de argumentação. Veremos alguns deles aqui. Os
mais importantes.

I. Contextualização
Esse tipo de argumentação é muito utilizada para a introdução, não sendo tão útil
para parágrafos de desenvolvimento. Pode ser utilizada para quase qualquer tipo de tema.
Ela é muito eficaz quando estamos com pouco tempo para fazer a redação, pois ela já está
quase pronta no enunciado.

Para parágrafos de introdução, é o mais simples e mais básico que existe. É


considerado por alguns estudiosos de dissertação como uma introdução com características
escolares. Na verdade ela já está pronta no enunciado, o candidato apenas acrescentas
elementos de coesão e algum(s) argumento(s).

O candidato poderá iniciar a introdução situando o leitor de onde, quando e como a


respeito do assunto e apresentando sua tese. Logo após apresente o(s) problemas e o(s)
argumento(s) de forma bem objetiva.

Já com relação ao desenvolvimento, o candidato deverá apresentar a sua IP (Ideia


Principal) para aquele parágrafo mais onde, quando e como. Logo após acrescentar fatos,
dados, legislações, elaborações que a comprovem. O candidato pode inverter a ordem.
Primeiro os fatos, depois a IP.

a) Exemplo de Introdução

Tema: Terrorismo nos eventos esportivos sediados pelo Brasil

Problema 1: O que é terrorismo?;

Problema 2: Grupos terroristas no Brasil;

Problema 3: Fale a respeito da segurança nas fronteiras brasileiras.

Nos próximos anos, o país sediará dois grandes eventos esportivos: a Copa do
Mundo e os Jogos Olímpicos. No entanto, a ameaça de ataques terroristas ganha contornos
preocupantes e assuntos como: o que é terrorismo?; a presença de grupos terroristas no
Brasil; e a segurança nas fronteiras dominam os debates nas forças responsáveis pela
segurança nacional.

Vamos dificultar um pouco mais as coisas. Bolei um tema que não é tão acessível a
esse tipo de introdução. Como falei acima: “Pode ser utilizada para quase qualquer tipo de
tema.”. Quase qualquer tipo de tema. Cabe a o candidato analisá-lo e ver qual o tipo de
argumentação se encaixa no tema e qual ficará melhor.

Exemplo de Introdução

Tema: Os costumes

Problema 1: fale sobre a relação entre fé e costumes;

Problema 2: o que são os costumes?

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No país, desde os tempos mais remotos, vários tipos de costumes fazem parte da
rotina das pessoas. Alguns têm origem religiosa, como é o caso da privação de algum
alimento ou de algo que traga prazer à pessoa, ou ainda, dos rituais para santos e seres
místicos. Muito comum durante a quaresma. O fato é que por representarem regras sociais
resultantes de uma prática reiterada dominam a vida dos brasileiros.

b) Exemplo de desenvolvimento

Tema: Energia

Atualmente, a geração de energia elétrica no Brasil é cerca de 80% produzida a


partir de hidrelétricas, 11% por termoelétricas e o restante por outros processos. A partir
da usina a energia é transformada, em subestações elétricas, e elevada a níveis de tensão
e transportada em corrente alternada através de cabos elétricos, até as subestações
rebaixadoras, delimitando a fase de transmissão.

Utilize para compor sua introdução: Nos dias atuais/em 2012, nos anos 80/na última
década, semana, ano, evento, século... É assunto frequente/relevante/de grande
importância; são temas frequentes na mídia/nos jornais/na tv/nos meios de comunicação;
são temas que trazem grande preocupação para todos/para o governo/para o
executivo/para os três poderes/para o judiciário/para o executivo/para a Presidenta...

II. Exemplificação
O candidato poderá iniciar a introdução com a sua tese e logo após apresentar um
ou mais exemplos de fatos, dados, elaborações, ideias que tenham a ver com o tema.
Podem ser os problemas. O candidato deve analisá-los, tema e problemas, e ver como
podem se encaixar. Cuidado para a introdução não ficar muito cumprida. O candidato pode
inverter a ordem. Primeiro dê os exemplos, depois apresente a tese.

Já com relação ao desenvolvimento, o candidato deverá apresentar a sua IP para


aquele parágrafo e logo após enumerar um ou mais exemplos de argumentos para
comprová-la (esquema do parágrafo ideal). O candidato pode inverter a ordem. Primeiro
dê os exemplos, depois apresente a IP.

a) Exemplo de Introdução

Tema: A tecnologia como propulsor da humanidade

Problema 1:relação entre tecnologia e ciência;

Problema 2: a ciência e as diversas áreas do conhecimento;

Problema 3: a utilização de ferramentas e do aprendizado adquiridos.

O grande salto da agricultura mundial, a nanotecnologia – ciência dos pequenos


componentes – e a astronomia são exemplos de benefícios proporcionados pela tecnologia.
Ela é uma das grandes responsáveis pelo avanço da humanidade. É normalmente
consequência da ciência e pode envolver diversas áreas do conhecimento humano. Além

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disso, a cada dia a tecnologia avança mais, pois com a utilização de ferramentas e do
aprendizado adquiridos a sociedade dá grandes saltos para o futuro.

b) Exemplo de desenvolvimento

Tema: Meio ambiente

No mundo inteiro, dispensa-se atenção adicional às mudanças climáticas. Recentes


estudos demonstram que as mudanças climáticas ocorrem de forma avançada. Exemplo
disso é a escassez de chuvas, a mudança no habitat de certas espécies, a extinção de
certas formas de vida – animal e vegetal – e a repetição de tragédias envolvendo os
tornados, ciclones e tempestades dos mais variados níveis.

O candidato pode começar assim também: “O melhor exemplo de “algo” no Brasil/no


mundo/ na América Latina é “tal coisa”....

No Brasil, o melhor exemplo de respeito às leis, às vezes, vem daqueles que são
mais humildes. É comum encontrarmos nas classes com menos renda, pessoas que
seguem as regras da vida em civilização sem jamais se deixar levar para o outro lado. É a
honestidade em questão.

III. Controvérsia
Esse método é utilizado quando o tema apresenta dois lados opostos. Podem ser
duas perspectivas, dois momentos, dois conceitos, aspectos positivos e negativos,
favoráveis e contrários, prós e contras etc. Muito útil para aqueles temas com teor
polêmico.

É mais utilizado (na introdução) quando os problemas não são dados. O candidato é
quem os delimita e os estabelece. O candidato poderá iniciar a introdução com a sua tese e
logo após apresentar os dois lados. Daí, durante o desenvolvimento, o candidato deve
detalha-los. Um de cada vez, é claro, e um em cada parágrafo, pelo menos. Eles podem
ser os problemas, ou ainda, o candidato poderá acrescentar outro(s) problema(s).

No caso do desenvolvimento, o candidato poderá apresentar num mesmo parágrafo


os dois lados do tema, de forma resumida. Isso para quando os problemas já foram
delimitados e um deles é apresentar os dois lados do tema. Analise o comando e veja como
foi solicitado.

a) Exemplo de Introdução

Tema: Redução da maioridade penal

A redução da maioridade penal é um assunto que gera calorosos debates no Brasil.


Os que são favoráveis, afirmam que assim como o crime é radical, também a justiça deve
ser, cortando o mal pela raiz, porque os bandidos aproveitam da idade dos menores com a
certeza da impunidade. Já os contrários, dizem que isso poderia piorar as coisas. Na
verdade, poderia levar a consequências mais danosas para a vida dos adolescentes e que
dificilmente ele poderia se recuperar socialmente tendo contato com criminosos adultos nas
prisões.

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b) Exemplo de desenvolvimento

Tema: Economia

A economia brasileira passa, desde 2011, por uma crise com efeitos – por enquanto
– não tão graves. Sob a ótica econômica, o Planalto deu incentivos para as empresas
reduzindo e prorrogando uma série de impostos o que devolveu certo fôlego ao consumo.
Sob a ótica social, o governo manteve a política assistencialista mantendo e, em alguns
casos, ampliando os programas sociais.

IV. Causas e Consequencias


Esse método é utilizado quando o tema apresenta causas e consequências e
também quando os problemas não são dados, no que se refere à introdução. O candidato é
quem os delimita e os estabelece.

O candidato poderá iniciar a introdução com a sua tese e logo após apresentar as
causas e as consequências que dizem respeito ao tema. Daí, durante o desenvolvimento, o
candidato deverá detalha-las, cada uma, em pelo menos um parágrafo. Elas podem ser os
problemas, ou ainda, o candidato poderá acrescentar outro(s) problema(s).

No caso do desenvolvimento, o candidato poderá apresentar num mesmo parágrafo


as causas e consequencias, de forma resumida. Isso para quando os problemas já foram
delimitados e um deles é apresentar as causas e consequências. Analise o comando e veja
como foi solicitado. Segue o mesmo formato da introdução.

a) Exemplo de Introdução

Tema: Economia/Desemprego

Embora a geração de empregos tenha aumentado nos últimos anos, graças ao


crescimento da economia, ainda existem milhões de brasileiros desempregados. As
principais causas são: demanda ainda maior que a oferta de postos de trabalho, a falta de
uma boa formação educacional e de qualificação profissional de qualidade. As
consequências disso não são as melhores para o país, entre elas: crescimento da economia
informal e aumento de benefícios pagos pelo governo.

Tema: Violência nas escolas

Atualmente é visível a manifestação da violência na sociedade em geral e nas


escolas em particular. Frente a essa realidade, torna-se necessária uma análise sobre o
tema que considere não a violência nas escolas em si, mas os elementos a ela ligados.
Especialistas apontam como causa para isso o abandono e a negligência dos pais e as
privações afetivas e sociais. E as consequências são: baixo rendimento escolar e problemas
na sua formação como cidadão.

b) Exemplo de Desenvolvimento

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Tema: Meio ambiente/Aquecimento global

O Aquecimento global é um fenômeno climático de larga extensão. Alguns


especialistas afirmam que suas causas estão relacionadas às atividades humanas, que
intensificam o efeito de estufa por meio do aumento na queima de gases de combustíveis
fósseis, como petróleo, carvão mineral e gás natural e desmatamentos. Suas
consequências podem ser drásticas: aumento no nível do mar, enchentes e secas. Outros
efeitos prováveis incluem alterações na frequência e intensidade de eventos meteorológicos
extremos, extinção de espécies e variações na produção agrícola.

V. Conceituação
Vamos explicar o “tema”. Isso. Colocaremos o conceito do tema. É claro que esse
método deve ser utilizado naquele tema que se encaixa em sua estrutura. Mas ele se
encaixa na maioria dos temas.

O candidato poderá iniciar a introdução com a sua tese como conceito. Não esqueça
os elementos obrigatórios da introdução. Cuidado para não ficar muito extensa.

Com relação ao desenvolvimento, o candidato deverá apresentar a sua IP (Ideia


Principal) como conceito e logo após fatos, dados, argumentos que o sustentem.

a) Exemplo de Introdução

Tema: Energias renováveis

Problema 1:A energia solar e sua captação;

Problema 2: A energia eólica e sua aplicabilidade;

Problema 3: No que consiste a energia geotérmica.

A energia renovável é a energia que vem de recursos naturais, que são recursos
renováveis (naturalmente abastecidos). A energia solar (obtida pela luz do sol) é captada
por meio de painéis. A energia eólica (obtida pela ação dos ventos) também é produzida
pelo sol e já é utilizada em vários países, sobretudo para o transporte marítimo. Já a
energia geotérmica é produzida pelo calor interno da terra que chega até a crosta
terrestre.

Exemplo de desenvolvimento

Tema: Educação

No seu sentido mais amplo, educação significa o meio em que os hábitos, costumes
e valores de uma comunidade são transferidos de uma geração para a geração seguinte. A
educação vai se desenvolvendo por meio de situações presenciadas e experiências vividas
por cada indivíduo ao longo da sua vida.

Tema: Terrorismo - Segurança

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Terrorismo é o uso de violência, física ou psicológica, por meio de ataques


localizados a elementos ou instalações de um governo ou da população governada. A
intenção é incutir medo, terror, e assim obter efeitos psicológicos que ultrapassem
largamente o círculo das vítimas, incluindo, antes, o resto da população do território. É
utilizado por uma grande gama de instituições como forma de alcançar seus objetivos,
como organizações políticas de esquerda e direita, grupos separatistas e até por governos
no poder.

O candidato pode conceituar, também, falando sobre a composição de algo, das


condições de criação de um órgão ou entidade, ou seja, apresentando uma definição de
algo. Veja o exemplo abaixo:

Tema: Saúde

O sistema de saúde brasileiro é composto por um grande sistema público, gerido


pelo governo, chamado S.U.S. (Sistema Único de Saúde), que serve a maioria
da população, e pelo setor privado, gerido por fundos de seguros de saúde privados
e empresários.

VI. Enumeração
O candidato deverá iniciar a introdução com uma enumeração de fatos que tenha a
ver com o tema. Podem ser os problemas. Cuidado para a introdução não ficar muito
extensa.

Com relação ao desenvolvimento, o candidato deverá apresentar a sua IP para


aquele parágrafo e logo após enumerar os argumentos para comprová-la (esquema do
parágrafo ideal). Pode inverter a ordem. Primeiro enumere os argumentos, depois
apresente a IP.

A enumeração difere da exemplificação porque aqui o candidato apenas enumera


fatos, argumentos, ideias. Tem que ser mais de um argumento para se enumerar. Na
exemplificação o candidato utiliza exemplo(s) de alguma coisa. Existe uma ideia central da
qual os argumentos são exemplo(s). Pode ser apenas um exemplo. Já na enumeração os
argumentos estão ligados a uma ideia central, mas não são exemplos de uma mesma
coisa.

a) Exemplo de Introdução

Tema: A nova Lei Seca

Problema 1: Diferenças entre a antiga lei e a nova;

Problema 2: Novas formas de comprovação da embriaguez;

Problema 3: A efetividade da nova lei.

Um projeto que virou lei, acabou com a exigência dos 6 (seis) decigramas de álcool
por litro de sangue para comprovar a embriaguez do motorista. A nova Lei Seca é a

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afirmação de que a sociedade não aguenta mais a impunidade e o grande número de
mortes que combinam bebida e direção. Diferenças entre a antiga e a nova lei, novas
formas de comprovação da embriaguez e a efetividade do novo diploma são assuntos que
dominam os debates nacionais.

b) Exemplo de desenvolvimento

Tema: saúde

Embora o Brasil tenha avançado na área social nos últimos anos, ainda persistem
muitos problemas que afetam a vida dos brasileiros. Violência e criminalidade, poluição,
desemprego, serviços de saúde ruins, educação de má qualidade, desigualdade social e
falta de moradia são alguns deles.

VII. Citação
O candidato poderá iniciar a introdução com uma citação de alguém, um estudioso,
um pensador, um livro, uma reportagem, uma lei, um artigo etc. Deve ser uma citação
objetiva, pois deverá comportar – ainda - os componentes obrigatórios da introdução.
Deixe espaço para eles. Daí, apenas cite os problemas envolvendo-os em um, dois ou três
pequenos argumentos. Cuidado para a introdução não ficar muito extensa.

Com relação ao desenvolvimento, o candidato poderá usar uma citação na íntegra.


Ou ainda, construa a IP com uma citação e logo após acrescente os argumentos para
comprová-la (esquema do parágrafo ideal). O candidato pode inverter essa ordem
também.

a) Exemplo de Introdução

Tema: Saúde no Brasil

Problema 1: Fale sobre a previsão constitucional acerca da saúde;

Problema 2: Acesso à saúde pelos mais pobres;

Problema 3: Sugira soluções para os problemas.

Segundo o art. 196. da CF (Constituição Federal), “a saúde é direito de todos e dever


do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco
de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para
sua promoção, proteção e recuperação.” Sendo assim, o acesso à saúde de qualidade
deveria ser proporcionado a todos. Não é o que acontece na prática. As soluções para o
problema não são fáceis, porém são possíveis.

b) Exemplos de Desenvolvimento

Tema: Política

Em declaração à imprensa, a presidente Dilma destacou a importância do encontro


para aproximar a América Latina e a África na construção de um mundo multipolar. No

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discurso, Dilma afirmou que a Nigéria faz parte da história do Brasil e fará parte também
do futuro da nação.

Tema: Economia

Keynes afirmava que a premissa fundamental para se compreender uma economia


encontrava-se na simples observação dos níveis de consumo e investimento do governo,
das empresas e dos próprios consumidores. Partindo desse princípio, a doutrina keynesiana
aponta que no momento em que as empresas tendem a investir menos, inicia-se todo um
processo de retração econômica que abre portas para o estabelecimento de uma crise.

Tema: Violência

Antonio Paiva Rodrigues já dizia que “a violência é o maior câncer da sociedade, seu
crescimento transformasse em neoplasia de tristezas e queixumes e somente a paz e o
amor podem dizimá-la.” A violência urbana é um problema que afeta a ordem pública e
toda a sociedade, independente de classe social, englobando diversos tipos de violência:
doméstica, escolar, dentro das empresas, contra idosos, crianças, entre outras.

VIII. Questionamento/Pergunta
Esse método é muito utilizado para temas polêmicos. O candidato poderá iniciar ou
finalizar a introdução com uma pergunta. Apresente sua tese a respeito do tema e, logo
após, apresente os problemas e os argumentos. Em seguida, faça um questionamento a
respeito do tema.

Com relação ao desenvolvimento, o candidato poderá apresentar a IP daquele


parágrafo e após fazer a pergunta. Ou vice-versa. A ordem não importa.

Entretanto, não se esqueça: o candidato deve responder ou indicar a “provável”


solução para o questionamento durante os próximos parágrafos. Pode ser, inclusive, na
conclusão.

a) Exemplo de Introdução

Tema: As inovações trazidas pelas alterações na Lei Seca

Problema 1: Diferenças entre a antiga lei e a nova;

Problema 2: Novas formas de comprovação da embriaguez;

Problema 3: A efetividade da nova lei.

A nova Lei Seca é a afirmação de que a sociedade não aguenta mais a impunidade e
o grande número de acidentes e mortes que resultam da combinação de bebida e direção.
Nesse contexto, várias são as questões acerca do tema: Quais as diferenças entre a antiga
e a nova lei? Quais as novas provas aceitas na comprovação da embriaguez? Qual a
efetividade do novo diploma?

b) Exemplo de Desenvolvimento

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Tema: Sociedade/Cultura

Guerra nuclear, pandemia viral, mudança climática: a suposta profecia maia não
será cumprida, mas o apocalipse já começou e a agonia será lenta, alertam os cientistas.
Será que essas teorias do fim do mundo realmente tem algum fundamento científico?

IX. Declaração
O candidato poderá iniciar a introdução com uma declaração a respeito do tema
(afirmação). Deve ser uma declaração objetiva, pois deverá comportar – ainda - os
componentes obrigatórios da introdução. Deixe espaço para eles. Daí, apenas cite os
problemas envolvendo-os em um, dois ou três pequenos argumentos. Cuidado para a
introdução não ficar muito extensa.

Com relação ao desenvolvimento, o candidato poderá usar uma, duas ou três


declarações. Ou ainda, construa a IP com uma única declaração e logo após acrescente os
argumentos para comprová-la (esquema do parágrafo ideal). Pode inverter a ordem.

Diferentemente da conceituação, na declaração o candidato não, necessariamente,


explica o assunto. O candidato pode explicar ou não. Na verdade coce declara, afirma algo
que se relaciona com o tema. Pode ser qualquer coisa que tenha relação com o tema e que
se encaixe no contexto da sua redação. Podem ser várias afirmações a respeito do tema ou
apenas uma única afirmação.

a) Exemplo de Introdução

Tema: Mandado de Injunção

O mandado de injunção garante o exercício do direito do cidadão ou do grupo de


cidadãos. Esse instrumento legal deve ser utilizado sempre que autoridade pública se
negue a respeitar um direito constitucional por não existir uma lei que o regulamente. A
decisão do juiz acerca daquele caso concreto fica valendo como lei pelas partes.

b) Exemplo de Desenvolvimento

Tema: Demissão

A demissão pode representar um dos momentos de maior dificuldade para os


profissionais. A verdade é que o a demissão é difícil tanto para quem perde o emprego
como para quem dá o recado. É impossível calcular qual será a reação da pessoa que
recebe a notícia, às vezes é de tristeza, em outras, de alívio, raiva, conformismo etc.

Tema: Educação

Diante das dificuldades recentes, o governo brasileiro decidiu investir na erradicação


do analfabetismo. Uma série de políticas públicas voltadas para a especialização do quadro
de profissionais da educação garantia de matricula na rede de ensino público para todos e
uma revisão das matérias e conteúdos lecionados pelas escolas de todos os anos e níveis
são as armas do Estado para essa empreitada.

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O que fazer quando não se sabe muito a respeito do tema?

Nesse caso, os textos motivadores e os textos da prova objetiva têm grande


importância. Entretanto, lembre-se: a indicação inicial é ler atentamente os problemas e
interpretá-los buscando construir conceitos e raciocínios que auxiliem na identificação de
possíveis soluções e respostas para eles. Trazer o problema para um exemplo da realidade,
que seja conhecido e estabelecer conexões entre as demais ideias apresentadas nos textos
motivadores e no tema, pode auxiliar na estruturação do pensamento.

Temos então que raciocinar significa fazer inferências. A inferência consiste em


manipular as informações, fazendo conexões com as pré-existentes, estruturar a ordem
dos pensamentos criando linhas de hierarquia entre elas e fazendo análises que
apresentam resultados para os problemas propostos pela questão.

O aperfeiçoamento da escrita se dá à medida que aumentamos o nosso


conhecimento linguístico, procurando cada vez mais ampliar o nosso vocabulário e o nosso
conhecimento em relação aos assuntos abordados.

Dessa forma, diversos são os elementos que participam desta competência, tais
como a prática assídua da leitura, dentre outros. E como dito anteriormente, essa busca
pelo aperfeiçoamento deve ser constante, e um procedimento de extrema importância, e
que merece destaque, é a reescrita textual.

No momento em que escrevemos, vamos formulando as ideias, realizando uma


tessitura coesa e organizada, com vistas a tornar a mensagem passível de entendimento
para o leitor. Contudo, em certos momentos, cometemos algumas falhas no que se refere à
ortografia e à disposição das palavras como um todo, e que somente por meio de uma
releitura conseguimos identificá-las.

Reescritura

Dentre a prática da reescrita reside uma forma de intertextualização


denominada “Paráfrase”, cuja finalidade é a criação de um texto baseado em outro com as
nossas próprias palavras, sem que a ideia (a mensagem) seja alterada.

Parafrasear consiste em transcrever, com novas palavras, as idéias centrais de um


texto. O leitor deverá fazer uma leitura cuidadosa e atenta e, a partir daí, reafirmar e/ou
esclarecer o tema central do texto apresentado, acrescentando aspectos relevantes de uma
opinião pessoal ou acercando-se de críticas bem fundamentadas. Portanto, a paráfrase
repousa sobre o texto-base, condensando-o de maneira direta e imperativa. Consiste em
um excelente exercício de redação, uma vez que desenvolve o poder de síntese, clareza e
precisão vocabular. Acrescenta-se o fato de possibilitar um diálogo intertextual, recurso
muito utilizado para efeito estético na literatura moderna. Essa técnica é muito explorada
por importantes escritores brasileiros. Veja o exemplo abaixo:

“A mente de Deus é como a Internet: ela pode ser acessada por qualquer um, no
mundo todo.” (Américo Barbosa, na Folha de São Paulo).

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Reescrevendo: No mundo todo, qualquer um pode acessar a mente de Deus e a


internet. Ou ainda: Tanto a internet quanto a mente de Deus podem ser acessadas, no
mundo todo, por qualquer um.

Critérios de avaliação das provas discursivas

As bancas, normalmente, avaliam o candidato sob dois aspectos: microestruturais e


macroestruturais. Os aspectos microestruturais, referem-se às noções gramaticais da
língua portuguesa e à apresentação visual do texto (margens, parágrafos, legibilidade etc).
Já os macroestruturais, referem-se aos aspectos globais do texto como adequação à
tipologia textual e o desenvolvimento do conteúdo.

O domínio das normas gramaticais, apesar de importante, é apenas subsidiário nas


dissertações para concurso. Não estou dizendo que não é importante, mas é secundário. O
maior peso (cerca de 80%) é dado aos aspectos macroestruturais.

Resumindo: escrever bem para passar na prova significa compor um texto objetivo e
impessoal, atentando-se para a forma e o conteúdo; requer que se coordenem as ideias de
forma lógica e clara e que elas sejam expressas por meio de um bom estilo.

As características essenciais que serão exigidas na sua redação são: a clareza e a


precisão das ideias, coerência, concisão, coesão e, principalmente, a abordagem
consistente do conteúdo proposto.

1. Aspectos Macroestruturais

I. Clareza

É a capacidade de transmitir uma ideia com exatidão, que não permita uma
interpretação equivocada pelo leitor. Ser claro é não dar margem à ambiguidade. O
candidato deve ser objetivo e preciso nas suas colocações.

II. Coerência

É construir seu texto baseado numa mesma lógica. É fazer todo o texto falar uma
mesma língua. Ser coerente é ser organizado.

Bom texto expressa boa relação entre as ideias. Todas as ideias apresentadas devem
estar envolvidas em torno de uma ideia principal: a tese.

Apresentar seu texto com coerência, seguindo uma ordem de ideias, cadenciando
introdução, desenvolvimento e conclusão é essencial para o entendimento do texto.

III. Concisão

É a capacidade de dizer o máximo no mínimo de linhas. Na dissertação, o candidato


deve se preocupar mais com a qualidade do que com a quantidade. Escrever muitas linhas

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não significa que o candidato domina o tema. Pelo contrário. Muitas vezes a chance de se
errar é muito maior. Escreva o essencial e dispense aquilo que não tem relevância ou que
não contribui para o valor da dissertação. O candidato deve ser objetivo.

IV. Coesão

É a relação adequada entre as ideias ou os vocábulos. Coesão é a conexão, ligação,


harmonia entre os elementos de um texto. Percebemos tal definição quando lemos um
texto e verificamos que as palavras, as frases e os parágrafos estão entrelaçados, um
dando continuidade ao outro.

Os elementos de coesão determinam a transição de ideias entre as frases e os


parágrafos.

Observe a coesão presente no texto a seguir:

“Os sem-terra fizeram um protesto em Brasília contra a política agrária do país,


porque consideram injusta a atual distribuição de terras. Porém o ministro da Agricultura
considerou a manifestação um ato de rebeldia, uma vez que o projeto de Reforma Agrária
pretende assentar milhares de sem-terra.”
JORDÃO, R., BELLEZI C. Linguagens. São Paulo: Escala Educacional, 2007, p. 566

As palavras destacadas têm o papel de ligar as partes do texto. Podemos dizer que
elas são responsáveis pela coesão do texto.

a. Tabela de conectores e seus sentidos

Em gramática, articuladores do discurso ou conectores são expressões que num texto


ligam palavras e frases.

Os conectores são, assim, palavras ou expressões que se utilizam para especificar as


relações entre vários segmentos linguísticos de um texto - sequencializam as ideias e
estabelecem ligação entre elas.

O uso correto de conectores permite uma maior coesão textual e envolve uma
compreensão facilitada da globalidade do texto.

Os conectores pertencem a diversas classes de palavras - conjunções - (ou locuções


conjuncionais) coordenativas e subordinativas, advérbios (ou locuções adverbiais),
preposições (ou locuções prepositivas), expressões adjetivas ou até orações completas.

Relação de sentido Elementos de ligação de ideias

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Prioridade, relevância Em primeiro lugar, acima de tudo precipuamente, principalmente,


primordialmente, sobretudo.

Tempo (freqüência, duração, Então, enfim, logo, logo depois, imediatamente, logo após, a
ordem, sucessão, princípio, pouco antes, pouco depois, anteriormente, posteriormente,
anterioridade, posteridade) em seguida, afinal, por fim, finalmente, agora, atualmente, hoje,
freqüentemente, constantemente, às vezes, eventualmente, por
vezes, ocasionalmente, sempre, raramente, não raro, ao mesmo
tempo, simultaneamente, nesse ínterim, nesse meio tempo,
enquanto, quando, antes que, depois que, logo que, sempre que,
desde que, todas as vezes que, cada vez que, apenas.

Semelhança, comparação, Igualmente, da mesma forma, assim também, do mesmo modo,


conformidade similarmente, semelhantemente, analogamente, por analogia, de
maneira idêntica, de conformidade com, de acordo com, segundo,
conforme, sob o mesmo ponto de vista, tal qual, tanto quanto,
como, assim como,bem como, corno se.

Condição, hipótese Se, caso, eventualmente, desde que, contanto que, a não ser que,
salvo se, como, conforme, segundo, de acordo com, em
conformidade com, consoante, para, em consonância.

Alternância Ou, ora…ora, já…já, seja…seja, quer,..quer.

Explicação Pois, porque, por, porquanto, uma vez que, visto que, já que, em
virtude de.

Fazer concessão Apesar de, embora, ainda que, se bem que, por mais que,por menos
que, por melhor que, por muito que, mesmo que.

Para concluir Portanto, por isso, assim sendo, por conseguinte,


conseqüentemente, então, deste modo, desta maneira, em vista
disso, diante disso, mediante o exposto, em suma, em síntese, em
conclusão, enfim, em resumo, portanto, assim, dessa forma, dessa
maneira, logo, pois, portanto, pois, (depois do verbo), com isso,
desse/deste modo; dessa/desta maneira, dessa/desta forma, assim,
em vista disso, por conseguinte, então, logo, destarte.

Para incluir Também, inclusive, igualmente, até (inclusive)

Adição, continuação Além disso,outrossim, ainda mais, ainda por cima, por outro lado,
também e as conjunções aditivas (e nem, não só…mas também e,
nem, também, ainda além de, não apenas…como também, não
só…bem como, também, inclusive igualmente, até, bem como, não
só… mas ainda, não somente mas também, alem de, com efeito, por
outro lado, ainda, realmente, ora, acrescentando-se que, acrescente-
se que, saliente-se ainda que, paralelamente, ademais, alem do que,
tanto…quanto, como se não bastasse,tanto… como.

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Dúvida Talvez, provavelmente, possivelmente, quiçá, quem sabe, é


provável, não é certo, se é que.

Certeza, ênfase De certo, por certo, certamente, indubitavelmente,


inquestionavelmente, sem dúvida, inegavelmente,com toda a
certeza.

Surpresa, imprevisto Inesperadamente, inopinadamente, de súbito, imprevistamente


surpreendentemente.

Ilustração, esclarecimento Por exemplo, isto é, quer dizer, em outras palavras, ou por outra, a
saber.

Propósito, intenção, Com o fim de, a fim de, com o propósito de


Finalidade

Lugar, proximidade, Perto de, próximo a ou de, junto a ou de, dentro fora, mais adiante,
distância além,acolá, lá, ali, algumas preposições e os pronomes
demonstrativos.

Resumo, recapitulação, Em suma, em síntese, enfim, em resumo, portanto, assim, dessa


conclusão forma, dessa maneira, por isso, assim sendo, por conseguinte,
conseqüentemente então, deste modo, desta maneira,em vista
disso, diante disso.

Causa, conseqüência e Assim, de fato, com efeito, que, já que, uma vez que, visto que, por
explicação conseguinte, logo, pois (posposto ao verbo), então
conseqüentemente, em vista disso, diante disso, em vista do que, de
(tal) sorte que, de (tal) modo que de, (tal) maneira que…, por
conseqüência, como resultado, tão…que, tanto…que,
tamanha(o)…que, tal … que…,decorrente de, em decorrência de,
conseqüentemente, com isso, que, porque, pois, como, por causa
de, já que, uma vez que, porquanto; na medida em que, visto que.

Contraste, oposição, Pelo contrário em contraste com, salvo, exceto, menos, mas,
restrição, ressalva contudo, todavia, entretanto, embora, apesar, ainda que, mesmo
que, posto que, conquanto que, se bem que, por mais que, por
menos que, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não
obstante, senão, opor-se, contrariar, negar, impedir, surgir em
oposição, surgir em contraposição apresentar em oposição, ser
contrário.

Afirmação Consistir, constituir, significar, denotar, mostrar, traduzir-se por,


expressar, representar, evidenciar.

Causalidade Causar, motivar, originar, ocasionar, gerar, propiciar, resultar,


provocar, produzir, contribuir, determinar, criar.

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Finalidade Visar, ter em vista, objetivar, ter por objetivo, pretender, tencionar,
cogitar, tratar, servir para, prestar-se para.

Palavras de transição Palavras responsáveis pela coesão do texto por estabelecem a inter-
relação entre os enunciados (orações, frases, parágrafos), são
preposições, conjunções alguns advérbios e locuções adverbiais.
Inicialmente (começo introdução) desde já (começo introdução) a
principio, a priori (começo), em primeiro lugar (começo)além disso
(continuação), do mesmo modo (continuação), acresce que
(continuação), ainda por cima (continuação), bem como
(continuação), outrossim (continuação), enfim (conclusão), dessa
forma (conclusão), em suma (conclusão), nesse sentido, nesse
âmbito (conclusão), portanto (conclusão), afinal (conclusão),logo
após (tempo), ocasionalmente (tempo), posteriormente
(tempo)atualmente (tempo), enquanto isso (tempo), imediatamente
(tempo), não raro (tempo), concomitantemente (tempo), igualmente
(semelhança, conformidade), segundo (semelhança, conformidade),
conforme (semelhança conformidade) assim também (semelhança,
conformidade), de acordo com (semelhança, conformidade), daí
(causa e conseqüência), por isso (causa e conseqüência), de fato
(causa e conseqüência), em virtude de (causa e conseqüência),
assim (causa é conseqüência) naturalmente (causa e
conseqüência), então (exemplificação esclarecimento), por exemplo
(exemplificação, esclarecimento) isto é (exemplificação
esclarecimento), a saber (exemplificação, esclarecimento), em
outras palavras (exemplificação esclarecimento), ou seja
(exemplificação esclarecimento) quer dizer (exemplificação
esclarecimento) rigorosamente falando (exemplificação,
esclarecimento).

Coesão por substituição Substituição de um nome (pessoa, objeto, lugar etc) verbos períodos
ou trechos do texto por uma palavra ou expressão que tenha sentido
próximo, evitando a repetição no corpo do texto.Ex.: Porto Alegre
pode ser substituída por “a capital gaucha;Castro Alves pode ser
substituído por “O Poeta dos Escravos ;João Paulo II: Sua Santidade;
Vênus: A Deusa da Beleza.

b. Formas de se iniciar os parágrafos

Além da tabela dos conectores, preparei, também, outra muito útil. Com estes
termos e frases o candidato nunca mais terá problemas para iniciar, desenvolver, conectar,
melhorar, clarificar ou concluir qualquer parágrafo da sua dissertação. Contudo, não é uma
fórmula fechada. O candidato deverá analisar bem o que quer dizer no seu parágrafo de
forma a escolher a que melhor se encaixa no contexto específico. Existem inúmeras. Essas
são apenas algumas delas. Utilize para:

Iniciar a Introdução Iniciar o Desenvolvimento Iniciar a Conclusão Continuar a Conclusão


É de conhecimento geral a) Frases para parágrafos Em virtude dos fatos ... somos levados a

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que/É do conhecimento de que explorem causas e mencionados ... acreditar que ...
todos que... consequências:
Por isso tudo ... ... é-se levado a acreditar
Ninguém desconhece Ao se examinarem algumas que ...
que... das Concluindo...
causas/consequências… ... entendemos que ...
Com o intuito de... verifica-se que …
Diante da
argumentação... ... entende-se que ...
Muitos devem ainda se De acordo com as causas...
lembrar...
Observando as condições... Levando-se em ... concluímos que ...
Acredita-se que... consideração esses
A análise dos aspectos aspectos ... ... conclui-se que ...
Dizem os... (delimitar mostra...
quem: especialistas, Dessa forma ... ... percebemos que ...
políticos, parlamentares, Pode-se mencionar, por
defensores, juristas...) exemplo…, Em vista dos argumentos ... percebe-se que ...
apresentados ...
Todos sabem que, em Em consequência disso, vê- ... resta aos homens, ao
nosso país, há tempos, se, a todo instante,… Em vista do que foi Estado, ao Governo, ao
observa-se… mencionado povo, à sociedade ...
Em contrapartida....
Obs.: nesse caso, utilizei Dado o exposto ... ... é imprescindível que
circunstância de lugar (em b) Frases para parágrafos
todos se conscientizem de
nosso país) e de tempo que
(há tempos). Isso é só Diante do exposto. que ...
explorem prós e contras
para mostrar que é Mediante o exposto...
possível acrescentar Alguns argumentam ... só nos resta esperar
circunstâncias diversas na que/Além disso/Isso sem Tendo em vista os que ...
introdução, ou seja, quase contar que... aspectos observados ...
qualquer tipo de advérbio. ... é preciso que ...
Outro elemento com o Outros, porém,… Levando-se em conta o
qual se deve tomar muito que foi observado ... ... é necessário que ...
cuidado é o pronome se. Os defensores alegam
Nesse caso, ele é que... Em virtude do que foi ... faz-se necessário que
partícula apassivadora, mencionado ... ...
portanto o verbo deverá Para os
concordar com o elemento favoráveis/contrários... Por todos esses
que vier à frente (singular
aspectos ...
ou plural) Já outros pensam/afirmam
que... Sendo assim...
Cogita-se, com freqüência
de… (advérbio de modo) Por outro lado…
Não obstante a tudo
Muito se tem discutido, isso...
Outro fator existente...
recentemente, acerca
de… Pela observação dos
c) Frases para parágrafos
que explorem trajetória aspectos analisados ...
Muito se debate, hoje em histórica
dia… Portanto ... / logo ... /
No século… / Em meados então ...
Obs.: Partícula dos anos… Quando…,
apassivadora novamente. percebia-se que… - Em face das normas
Cuidado com a adotadas ...
concordância. -À vista
Atualmente, observa-se
que… do exposto...
O (A,S) __________ é de - Ante os fatos
fundamental importância apontados...
Com o passar do tempo...
- Diante

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em… Em outras épocas... das evidências...
- Em vista
É de fundamental Há registros históricos de… da situação encontrada...
importância o que…
(a,s)___________.
d) Outras frases:
É indiscutível que…/ É
inegável que… Entre os inúmeros motivos
que levaram o (ao) ….. é
Muito se discute a incontestável que…
importância de…
Além disso…
Comenta-se, com
freqüência, a respeito Outra preocupação
de… constante…

Não raro, toma-se Ainda convém lembrar …


conhecimento, por meio
de…, de Porém, mas, contudo,
todavia, no entanto,
Apesar de muitos entretanto …
acreditarem que…
(refutação). Expressões do tipo “quanto
ao primeiro item”, “No que
Ao contrário do que tange ao…” “Finalmente no
muitos acreditam… que diz respeito…”. Vão dar
(refutação). coesão ao texto.

Pode-se afirmar que, em


razão de...(devido a, pelo)

Ao fazer uma análise da


sociedade, busca-se
descobrir as causas de…

Talvez seja difícil dizer o


motivo pelo qual…

Ao analisar o (a, os, a)…,


é possível conhecer o (a,
os, as)…, pois…

Qualquer observador mais


atento consegue perceber
o estado critico da
(assunto) no Brasil/no
Mundo/no estado...

2. Aspectos Microestruturais

Mostrarei agora, alguns dos critérios microestruturais utilizados pelas bancas


examinadoras na hora de avaliar as dissertações. Não se pretende aqui contemplar todos
os aspectos formais dos textos — conforme apresentados nas gramáticas normativas de

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referência —, mas que abranja procedimentos gerais que requerem padronização de
critérios de avaliação.

Na seleção dos aspectos microestruturais a serem abordados, foram utilizados dois


critérios: incidência de erros relativos a tais aspectos nos textos avaliados e atualização de
regras em gramáticas normativas de referência.

a. Procedimentos gerais de avaliação

1. Antes de iniciar a avaliação, a banca de avaliadores analisa a prova objetiva e a


proposta de produção de texto, para se inteirar do contexto em que se insere a proposta e,
também, para, durante a avaliação, verificar se, no desenvolvimento do texto do
candidato, há cópia de trecho de texto que conste da prova objetiva, sem a devida
referência ao texto original e sem o uso de aspas, quando for o caso.

2. A banca de avaliação de aspectos formais de produções textuais (microestrutura)


observa os critérios gerais a seguir.

2.1 Qualquer extensão de texto escrito nas linhas é considerada para efeito de
cálculo do número de linhas efetivamente escritas.
Observação: marcações inadequadas de parágrafo; desrespeito às margens
e rasuras são aspectos apenados.

2.2 A linha integralmente riscada pelo candidato não é computada como


efetivamente escrita.
Observação: linha riscada em que haja palavra(s) — ou parte de palavra — é computada
como efetivamente escrita.

2.3 Nenhuma extensão de texto escrita fora do espaço reservado à transcrição do


texto definitivo é considerada na avaliação.

2.4 A presença de título no texto não é apenada, a não ser que haja determinação
contrária expressa em comando da prova. Não é registrado como erro o emprego de letras
maiúsculas — ainda que todas — no título; são registrados como erros o emprego de letra
inicial minúscula na primeira palavra do título e o emprego aleatório de maiúsculas e
minúsculas.

2.5 O quesito “identificação do candidato” — se explícito na planilha de avaliação —


é assinalado quando, no texto, houver assinatura, rubrica ou qualquer outra forma de
identificação. Os nomes utilizados em situação hipotética que faça parte do comando da
questão não são classificados como identificação, porém qualquer outro termo adicional a
esse nome é assim considerado.

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2.6 Comumente, nas propostas de questão discursiva e nas redações, espera-se a
elaboração de texto objetivo, referencial, que esteja de acordo com a norma-padrão da
língua portuguesa. Atenta-se, portanto, para os usos descritos e abonados por gramáticos
de referência da língua portuguesa.

b. Aspectos avaliados

Os tópicos de microestrutura avaliados em questão discursiva ou em redação são:

 Grafia/Acentuação Gráfica
 Morfossintaxe
 Propriedade vocabular

c. Critérios de avaliação

O trabalho da banca examinadora desenvolve-se com base em critérios de avaliação


que seguem a descrição, os ensinamentos, as orientações, as determinações e/ou as
codificações expressas em obras de referência acerca de aspectos gramaticais e/ou lexicais
da língua portuguesa, tais como gramáticas normativas, dicionários e/ou obras de
sistematização da grafia da língua portuguesa, incluindo-se, entre estas, o Vocabulário
Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP).

d. Grafia/Acentuação Gráfica

Parâmetros de avaliação: gramáticas normativas de referência, dicionários da língua


portuguesa e VOLP.

Na avaliação dos textos, a banca obedece ao disposto no Decreto n.° 6.583/2008,


que promulgou o novo acordo ortográfico da língua portuguesa e que, no parágrafo único
do art. 2.°, determina: “A implementação do Acordo obedecerá ao período de transição de
1.° de janeiro de 2009 a 31 de dezembro de 2015, durante o qual coexistirão a norma
ortográfica em vigor e a nova norma estabelecida.”

1 Legibilidade

1.1 A identificação dos erros de grafia e acentuação gráfica depende, muitas vezes,
da legibilidade, o que exige que o examinador esgote as possibilidades de decifração da
letra manuscrita e/ou do sinal gráfico empregado no texto.

1.2 Em caso de rasura que impeça a discriminação de letras na leitura, ou de grafia


que gere dúvida, registra-se erro.

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1.3 Não são apenados elementos relacionados ao talhe da letra do candidato, ou
seja, que demonstrem falhas no desenho da letra, tais como i aberto com pingo deslocado,
acento deslocado para o final da palavra, ou, mesmo, colocado próximo a espaço da linha
superior, assim como a ausência de pingo nas letras i e j.

1.4 Não é registrado como erro o emprego de letra de fôrma.

2 Repetição de erro

Se algum erro de grafia ou de acentuação se repete no texto elaborado pelo


candidato, ainda que no radical de palavras derivadas (consiência e consientização, por
exemplo), registra-se um único erro, preferencialmente em sua primeira ocorrência.

3 Siglas

3.1 É correto o uso de siglas grafadas com letras maiúsculas (ONU, OAB) ou apenas
com a inicial maiúscula, no caso de serem pronunciadas como uma palavra (Petrobras,
Prodasen1 etc.).

3.2 Não é registrado como erro o uso de siglas que não tenham sido explicitadas
anteriormente por extenso; ou de siglas pronunciadas como uma palavra e grafadas com
letras maiúsculas (PETROBRAS, PRODASEN etc.); ou, ainda, de siglas com acréscimo de
“s” minúsculo ao final, sem apóstrofo, para indicar plural (CPIs, CPFs etc.).

4 Emprego de letra inicial maiúscula

4.1 É correto o uso de letra inicial maiúscula que indica a singularização de nomes,
tais como leis aprovadas pelo Congresso Nacional (Lei de responsabilidade Fiscal, Estatuto
do Idoso etc.); termos que representem conceitos políticos: Estado (no sentido de Nação),
União, Constituição, Ministério Público, Poder Executivo, Legislativo e Judiciário, Ministério
da Fazenda (ou qualquer outro); nomes das regiões brasileiras: Nordeste, Sudeste, Norte,
Sul; nomes de órgãos: Assembleia Legislativa do Estado do Piauí, Câmara Municipal de
Formosa etc.

4.2 As palavras ou expressões Constituição, Estado(s), Município(s), Administração


Pública, Fazenda Pública, Câmara Municipal, Assembleia Legislativa, empregadas em
sentido geral, podem ser grafadas com letra inicial maiúscula (como estão na Constituição
e na legislação infraconstitucional) ou minúscula.

5 Abreviaturas

5.1 É avaliado como correto o uso de abreviaturas de pronomes de tratamento e as


referentes a leis ou artigos (Sr., art., inc.), sendo, entretanto, apenadas abreviações de
uso informal (p/,vc, tb, pq, tá, né etc.).

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5.2 É registrada como erro a omissão do acento da vogal tônica se esta fizer parte
da abreviatura (pag., quim. etc.).

6 Translineação

6.1 Na translineação, a separação de sílabas deve seguir as regras da gramática


normativa.

6.2 É registrada como erro a ausência de marca de translineação.

6.3 É registrada como erro a colocação de hífen no início da linha, caso corresponda
a marca única de translineação.

6.4 Não é registrado como erro o emprego de dois hifens — um ao final da linha e o
outro no início da seguinte —, em se tratando de palavra simples. Também não é apenado
o emprego de hífen apenas ao final da linha, em se tratando de palavra composta.

6.5 Não são registrados como erros os seguintes casos, desde que as regras de
separação silábica tenham sido cumpridas: (i) uma única vogal deixada em uma das
linhas; (ii) formação, por efeito da translineação, de palavras estranhas ao contexto (des-
/peito).

7 Acentuação gráfica

7.1 São registrados como erros de acentuação gráfica o emprego ou a omissão de


acento grave, em locuções adverbiais ou em contexto que envolva emprego do artigo
definido “a(s) e a preposição “a” exigida pela regência de uma palavra.

7.2 São registrados como erros de acentuação gráfica o emprego equivocado ou a


ausência dos acentos diferenciais de certas formas verbais (tem/têm, vem/vêm,
contém/contêm).

e. Morfossintaxe

1 Pontuação
Parâmetros de avaliação: casos previstos nas gramáticas normativas de referência.

1.1 É registrado como erro o emprego de sinal de pontuação no início de uma linha.

1.2 Emprego da vírgula

1.2.1 É registrado somente um erro no caso de o contexto sob análise exigir o


emprego de duas vírgulas e nenhuma delas tiver sido empregada.

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1.2.2 É registrado como erro o emprego de vírgula ao final de uma declaração (Os
softwares utilizados para usufruir do voip também evoluem de forma acelerada, os
softwares possibilitam a utilização de recursos de transmissão de voz [...]). Nesse
exemplo, identifica-se erro no emprego da vírgula após “acelerada”, termo que encerra
uma declaração.

1.2.3 É registrada como erro a ausência de vírgula nos casos em que essa pontuação
seja necessária para isolar locuções ou expressões adverbiais longas — assim consideradas
as expressões com três ou mais palavras — deslocadas, para o início da oração, ou
intercaladas.

Observação: Essa regra não se aplica a elementos adverbiais que expressem conclusão,
explicação, retificação ou ratificação. Esses adjuntos adverbiais devem ser
obrigatoriamente isolados por vírgula, como, por exemplo em: Afirmou, sim, que o caso
estava resolvido.

1.2.4 É registrada como erro a ausência de vírgula no caso de expressão intercalada


em locução verbal, independentemente da extensão da expressão, como em: Os
candidatos estavam (sic) quase sempre (sic) conversando sobre avaliação. (Pontuação
correta: Os candidatos estavam, quase sempre, conversando sobre avaliação.).

1.2.5 É registrada como erro a ausência de vírgula no caso de orações adverbiais


deslocadas, independentemente da extensão da oração
.
1.2.6 Nas referências a leis e suas partes constitutivas (artigo, inciso, parágrafo
etc.), se a ordem for crescente, não se usa a vírgula (inc. II do art. 29 da CF). Entretanto,
se a ordem apresentada for decrescente (art. 29, inc II, da CF), é obrigatório o emprego de
vírgula.

1.2.7 Não é registrado como erro o emprego da vírgula antes de etc.

1.2.8 Não é registrada como erro a ausência de vírgula nos seguintes casos: (i) junto
a advérbio deslocado, a não ser que haja ambiguidade; (ii) antes de expressão adverbial
(adjunto ou oração, incluindo-se as reduzidas) em final de oração ou período, a não ser
que haja ambiguidade a ser sanada. Assim, considera-se correta a seguinte construção:

Estes dois elementos foram o estopim para que a bomba da violência explodisse no
interior do país.

1.3 Emprego do ponto

1.3.1 É registrada como erro a ausência de ponto após palavras abreviadas: etc.; id.
(idem), Dr. (doutor).

1.3.2 É registrado como erro o emprego de ponto em siglas.

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1.3.3 É registrado como erro o emprego de ponto final após o ponto de abreviações.
Nesse contexto, de coincidência de emprego do ponto, apenas um ponto deve ser
empregado: Foram convidados para o debate: políticos, professores, engenheiros etc.

1.4 Emprego do sinal de dois pontos

1.4.1 É registrado como erro o emprego do sinal de dois pontos quando, na


introdução de uma explicação, já houver elemento — como, por exemplo, uma conjunção
— que desempenhe essa função (Nos grandes centros, as pessoas vivem amedrontadas
porque: o trânsito é assustador, a violência aumenta a cada dia).

1.5 Emprego de aspas

1.5.1 É registrada como erro a abertura de aspas sem fechamento, ou vice-versa.

1.5.2 É registrada como erro a ausência de marca formal — como aspas ou


sublinhado — em neologismos e palavras de outros idiomas (estrangeirismos), bem como
em expressões da linguagem coloquial empregadas em texto em que se exige o emprego
da linguagem formal.

2 Emprego e colocação de termos/construção do período

Parâmetros de avaliação: casos previstos nas gramáticas normativas de referência.

2.1 É registrado como erro o emprego indevido do pronome demonstrativo, nas


referências a tempo e local: por exemplo, “nesse século”, para o século atual (em vez de
“neste século”); “nesse continente”, para a América do Sul (em vez de “neste continente”).
Observação: Essa regra não se aplica a construções em que o pronome
demonstrativo tem função anafórica, ou seja, retoma expressão já mencionada no texto.

2.2 É registrado como erro o emprego indevido de pronome em alusão discriminada


a termos já mencionados (A Constituição e a lei ordinária regulam direitos dos idosos, essa
(esta) nos aspectos específicos, e a outra (aquela) nos gerais.).

2.3 É registrado como erro o emprego do pronome relativo “cujo” que não expresse
relação de posse, bem como o emprego indevido de outro pronome relativo no lugar de
“cujo” (O relatório cujo eu revisei ontem./O relatório que o conteúdo revisei ontem./O
relatório cujo conteúdo revisei ontem.).

2.4 É registrado como erro o emprego do pronome relativo “onde” em referência a


antecedente que não expresse a noção de lugar (O uso do sistema de informações está se
fazendo presente por uma questão de estratégia, onde servirá para a melhoria no
atendimento ao público.).

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2.5 É registrado como erro o emprego indevido de verbo auxiliar (“ir”, “poder” etc.)
flexionado no presente ou futuro + verbo auxiliar “estar” no infinitivo + gerúndio
(gerundismo) para expressar futuro (Vou enviar/Enviarei (vou estar enviando) o
documento./As agências de viagem anunciam que tomarão (vão estar tomando) as devidas
providências para que os passageiros possam chegar a seus destinos com tranquilidade.).

2.6 É registrada como erro a colocação pronominal nos seguintes casos:


_ início de período (Me informaram que haveria reunião naquela semana.);
_ contextos de orações subordinadas com conjunções ou pronomes relativos (É preciso que
as pessoas preparem(-se) para as novas exigências do mercado de trabalho./O contexto
em que encontra-se não lhe permite a dúvida.);
_ verbo antecedido por palavra de sentido negativo – não, ninguém, nunca etc. – (Não
encontrou-se resposta para o problema.);
_ locução verbal formada de particípio: Tenho dito(-lhe).
_ verbos no futuro do presente ou do pretérito: Considerariam(-se) corretos os
procedimentos que estivessem de acordo com a lei.

2.7 Não é registrada como erro a colocação, nas locuções verbais, do pronome átono
entre o verbo auxiliar e o principal (Devia lhe falar).

2.8 É registrada como erro a colocação de sujeito em construção impessoal com


tratar-se de (Essa situação trata-se de um caso complexo).

2.9 Em caso de período “truncado” ou com sequência de orações intercaladas sem a


oração principal, o erro é registrado na linha em que se inicia o período.
3 Concordância nominal e verbal

Parâmetros de avaliação: casos previstos nas gramáticas de referência e os aceitos


na norma padrão.

3.1 É registrado como erro o emprego do

_ plural nos verbos impessoais fazer (em sentido de ‘tempo’) e haver (em sentido de
‘existir’): Fazia(m) muitos meses./Havia(m) muitos estudantes na manifestação.
_ plural em verbos seguidos de preposição, em construção impessoal com o pronome se:
Trata(m)-se dos melhores profissionais./Precisa(m)-se de empregados./Apela(m)-se para
todos.
_ plural quando o sujeito for composto pela expressão cada um de seguida de nome no
plural: Cada um dos processos tem (têm) respaldo legal distinto.
_ plural em relação a uma unidade: A obra custará R$1,25 bilhão (bilhões)./Ganhou
R$1,87 milhão (milhões).
_ plural quando o sujeito coletivo estiver junto ao verbo e não vier especificado: O grupo
veio (vieram) muito tarde.
_ singular nos verbos existir, bastar, faltar, restar, sobrar quando o sujeito estiver no
plural:Faltam (Falta) professores para o ensino médio.

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3.2 É registrada como erro a ausência de concordância entre o verbo transitivo


direto acompanhado do pronome apassivador se e o sujeito da oração no plural (Buscam
(Busca)-se novas formas de gerência).

3.3 É registrada como erro a ausência de concordância, em gênero e número, no


emprego de particípios antecipados (Vistos (Visto) os índices [...]/Dadas (Dado) as suas
ideias [...]).

4 Regência nominal e verbal

Parâmetros de avaliação: casos previstos nas gramáticas de referência, nos


dicionários de regência e os aceitos na norma-padrão.

4.1 É registrado como erro o emprego de construção com pronome relativo (que, o
qual, os quais etc.) em que não tenham sido respeitadas as regras de regência verbal (O
documento que fiz referência no processo é de grande importância./O documento a que fiz
referência no processo é de grande importância.).

4.2 É registrado como erro o emprego do pronome lhe como objeto direto (Nós o
(lhe) convidamos).

4.3 É registrado como erro o emprego do pronome o como objeto indireto (A posição
lhe (o) traz desconforto).
4.4 É registrado como erro o emprego do pronome se com passiva analítica (Sempre
(se) é cobrado o pedágio).

4.5 É registrado como um único erro de morfossintaxe o emprego de palavras


repetidas (Isso seria o mesmo, por exemplo, que a luta luta de irmãos).

4.6 Não é registrado como erro o emprego, com regência transitiva direta, dos
verbos visar, lembrar/esquecer, obedecer/desobedecer, assistir (presenciar), dado o
registro de uso já consagrado nos dicionários de regência verbal (cf. Francisco Fernandes,
Dicionário de verbos e regimes, Porto Alegre, Globo, 1983).

ATENÇÃO: os erros de morfossintaxe (pontuação; emprego e colocação de


termos/construção do período; concordância nominal e verbal; regência nominal e verbal),
em princípio, são apenados quantas vezes ocorrerem no texto. Entretanto, nas repetições
literais (o mesmo verbo, por exemplo, com a mesma regência), registra-se apenas um
erro, preferencialmente na primeira ocorrência.

f. Propriedade Vocabular

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Parâmetros de avaliação: gramáticas de referência e dicionários da língua
portuguesa.

1 São registrados como impropriedades vocabulares:

_ o estabelecimento de diálogo com o leitor, ou seja, o uso da função apelativa da


linguagem (Veja que o primeiro argumento que usei neste texto é mais consistente que o
segundo.);
_ o emprego de palavras repetidas de forma viciosa no mesmo parágrafo (considera-se
apenas um erro, na primeira repetição);
_ o uso de expressões coloquiais em textos formais (arrebentar a boca do balão; bola da
vez; estar a mil; estar com a corda toda);
_ o emprego indevido de parônimos: avocar/evocar; autuar/atuar; deferir/diferir;
comprimento/cumprimento etc.;
_ o emprego inadequado de uma expressão por outra: a cerca de/acerca de/há cerca de; a
fim de/afim; à medida que/na medida em que; ao encontro de/de encontro a; ao invés de
(‘ao contrário de’)/em vez de (‘substituição’); a princípio/em princípio/por princípio;
onde/aonde/donde; tampouco/tão pouco; sob/sobre;
_ o uso de expressões não dicionarizadas: de formas que (Dicionário Houaiss: de forma
que/a); demais disso; eis que (para introduzir oração causal); face de (Dicionários Aurélio
e Houaiss: em face de/à face de/face a); frente a (Dicionários Aurélio e Houaiss: em frente
de, no sentido de ‘em face de’); inobstante; lado outro; no que pertine (verbo inexistente);
no que atine (acepção inexistente para o verbo “atinar”); vez que (Dicionários Aurélio e
Houaiss: uma vez que);
_ o uso de figura de linguagem que comprometa a clareza do texto, provoque ambiguidade
ou gere incoerência.

2 Não é registrado como impropriedade vocabular o emprego de adjetivo por advérbio,


como “independente” por “independentemente”.

Exercícios

I) Redija a introdução de um texto dissertativo especificando qual o método utilizado:

1) (Segurança) Com um PIB per capita de cerca de R$ 50 mil reais, um dos maiores
do país, Brasília completou 52 anos liderando, também, os índices de violência.

Tema: Violência e insegurança: um retrato atual de Brasília.

Aborde os seguintes tópicos/problemas:

 Causas e consequências da violência no DF;


 A corrupção na PMDF e os salários pagos aos policiais na Capital da República;
 Discorra a respeito dos principais tipos de crime que preocupam a sociedade
brasiliense.

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Método utilizado: __________________________________________________________

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2) (Educação) Como pode um país que alcançou a sexta posição entre as maiores
economias do planeta ostentar um constrangedor 88º lugar em um ranking mundial
publicado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura (Unesco) em 2012?

Tema: A importância da educação e sua atual situação no Brasil.

Aborde os seguintes tópicos/problemas:

 Atraso da educação no Brasil com relação a outros países;


 Boa educação melhora a saúde, diminui a criminalidade e aumenta o salário;
 Má formação e remuneração dos professores da rede pública.

Método utilizado: __________________________________________________________

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3) (Economia) A Inflação em janeiro de 2013 é a mais alta desde abril de 2005, diz
IBGE. Será o retorno do nosso velho inimigo?

Tema: A atual situação da economia brasileira.

Aborde os seguintes tópicos/problemas:

 Nível de emprego atual no Brasil;


 Situação atual do consumo interno;
 Nível atual da taxa de juros interna.

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4) (Saúde) Envelhecer faz bem ao Brasil: os brasileiros acima de 60 anos conquistam


espaço no mercado de trabalho, impulsionam a economia e se transformam na nova
força geradora da riqueza.

Tema: Envelhecimento da sociedade brasileira e seus relacionamentos.

Aborde os seguintes tópicos/problemas:

 O que é quais as causa(s) do “bônus demográfico”;


 Comente a respeito das modificações ocorridas nos últimos anos na pirâmide etária
no Brasil e das que ainda estão por vir;
 Comente a respeito das mudanças na Legislação de aposentadoria no serviço
público.

Método utilizado: _________________________________________________________

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5) (Sociedade) A tolerância tem que ser zero: o Brasil não pode mais conviver com a
rotina de pequenas irregularidades que causam grandes prejuízos à sociedade.

Tema: Corrupção no Brasil.

Aborde os seguintes tópicos/problemas:

 A prática comum do “jeitinho brasileiro”;


 A corrupção e suas várias formas no serviço público;
 Mecanismos de combate à corrupção na administração pública.

Método utilizado: __________________________________________________________

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6) (Tecnologia/cultura) A transição para a era digital é a mais radical transformação


da nossa história intelectual desde a invenção do alfabeto grego. Sim, o momento é
histórico: há mudanças profundas na leitura, na escrita - e talvez até dentro do
cérebro humano.

Tema: Transição de uma cultura escrita para uma cultura mais digital e visual.

Aborde os seguintes tópicos/problemas:

 No mundo digital, tudo acontece rapidamente, vide o sucesso da obra “50 tons de
cinza”;
 Causas e consequências dessa transição;
 Alguns livros já não são mais impressos, pois é mais fácil utilizá-los e atualizá-los
digitalmente.

Método utilizado: __________________________________________________________

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II) Reescreva os textos abaixo utilizando as técnicas de reescritura.

1) O sonho é essencial para as vidas. Sem o sonho é impossível conseguir as


coisas, é o mesmo que não comer, não respirar. O sonho é tão necessário como qualquer
outra atividade humana.

2) O homem deve ser na natureza o único, ou o animal que mais sonha. E a


maior diferença entre ele e os outros animais é que ele sempre sonha com mais e nunca
com menos.

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3) Somente o homem possui a capacidade de sonhar. É esta a maior diferença


entre ele e os outros animais.

4) O jogador nunca passou por outra cirurgia do joelho em nenhuma outra parte
do corpo.

5) O atleta não fez nenhuma cirurgia no joelho nem tão pouco em qualquer parte
do corpo.

6) Podemos abordar um tema que, creio eu, todos pensam e dissertam sobre o
próprio. A juventude e a velhice. A meu ver, entre essas duas faixas etárias cria-se uma
certa antagonização de desejos e interesses, que são ideias e sentimentos muito duvidosos
para corrigi-los e determiná-los ou não.

7) O homem é considerado um ser criativo e de muita imaginação o que ajuda a


viver melhor perante a sociedade. Muitas vezes as desavenças, proibições e contradições
se escondem no intimo de cada individuo, no qual cria um estagio de fuga a essas
contradições que são em grande parte refugiadas no sonho.

8) Existem várias campanhas conta doenças graves onde suas verbas são
desviadas para outras coisas, que é de inútil interesse para a população.

Seguem alguns exemplos de boas construções de textos dissertativos elaboradas por esse
autor:

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Exemplo 1

Fazendo o planejamento:

1) Interpretar o enunciado:

Tema: O usuário dos serviços públicos: contribuinte e cidadão.

Tese: Analisar aspectos relacionados ao conceito de contribuinte-cidadão.

Problema 1: a ineficiência e ineficácia do atendimento ao público em geral;

Problema 2: a contribuição da tecnologia para a melhoria dos padrões de acesso,


disponibilização e fornecimento dos serviços públicos;

Problema 3: transparência e controle da administração pública, e a participação direta dos


cidadãos nos processos decisórios.

2) Roteirizar o texto:
a) Introdução: conceituação (contribuinte-cidadão) + problemas.

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Não se confunda. O tema não é a respeito dos serviços públicos, mas sim do contribuinte-
cidadão.

b) Desenvolvimento

Problema 1: declaração – eficiência (custo/benefício) e eficácia (atingir metas e


objetivos);
Problema 2: exemplificação (benefícios da tecnologia);
Problema 3: conceituação (accountability).

3) Agora é só rascunhar, revisar e passar a limpo:

Um conceito ganha força no Brasil: o de contribuinte-cidadão. É o usuário de


serviços públicos que não apenas paga seus impostos, mas, sobretudo, exige seus direitos,
reclamando quando o atendimento é ineficiente ou ineficaz ou quando a própria execução é
insatisfatória. Desse modo, a tecnologia surge como aliada, outrossim, as inovações como
transparência e controle e a participação direta dos cidadãos no processo decisório se
somam a esse reforço.
O atendimento é uma das principais reclamações dos usuários de serviços do
governo. A falta de eficiência – realizar mais com custos menores – e de eficácia – atingir
metas e objetivos estabelecidos – é evidente. Gasta-se mais e, quase sempre, faz-se
apenas uma parte do que se planejou. Por certo, atingir metas e objetivos também não
seria possível nesse cenário.
“Softwares” mais modernos (que permitem o usuário acessar serviços de casa),
centrais de autoatendimento com acesso à internet e serviços disponíveis para celulares
são alguns exemplos dos benefícios da tecnologia para a melhoria no acesso, na
disponibilização e no fornecimento dos serviços públicos.
Nesse sentido, a noção de “accountability” encontra-se relacionada com o uso do
poder e dos recursos públicos, em que o titular da coisa pública é o cidadão. Remete à
obrigação dos governantes de prestar contas. Com efeito, tem a ver com maior
transparência e controle dos atos públicos, bem como com a participação da sociedade em
determinadas decisões.
Dessa forma, exercer os seus direitos, enquanto usuário de serviços públicos, é
importante para os governados. Esse é um dos desejos do contribuinte-cidadão: serviços
com mais eficiência e eficácia. Para tanto, a tecnologia e as inovações que traz o
“accountability” são ferramentas poderosas que podem auxiliar nesse processo.

Total de linhas: 24

Essa próxima questão foi elaborada por mim.

Exemplo 2

Texto I

“Todos os dias nos chegam, por meio da mídia, notícias dos mais variados tipos de
violência vivenciados na sociedade brasileira e mesmo em âmbito internacional.

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Particularmente se observa, dentro das escolas, crianças e adolescentes cometendo
infrações que se caracterizam por agressões verbais, físicas, pichações, ‘bullying’ e furtos,
sem nenhuma causa aparente que justifique tais ações ou comportamentos. Estes tipos de
comportamentos, além de despertar o interesse em compreender o fenômeno da violência
de forma ampla, por parte das autoridades competentes, exigem também, daqueles que se
dedicam à esfera educacional, um olhar mais atento e observador, quanto aos
comportamentos estudantis, suas manifestações e consequências no cotidiano escolar.”

Caderno Discente do Instituto Superior de Educação – Ano 2, n. 2 – Com alterações


do autor

Texto II

“Bullying é um ato caracterizado pela violência física e/ou psicológica, de forma


intencional e continuada, de um individuo, ou grupo contra outro(s) individuo(s), ou
grupo(s), sem motivo claro. A palavra Bullying é de origem inglesa.
No Brasil, a palavra Bullying é utilizada principalmente em relação aos atos
agressivos entre alunos e/ou grupos de alunos nas escolas. Até pouco tempo, o que hoje
reconhecemos como Bullying, era visto como fatos isolados, ‘briguinhas de criança’, e
normalmente família e escola não tomavam atitude nenhuma a respeito.
Atualmente o Bullying é reconhecido como problema crônico nas escolas, e com
conseqüências sérias, tanto para vitimas, quanto para agressores.”
http://www.infoescola.com/sociologia/bullying-na-escola - Com alterações do autor

Tendo em vista que o fragmento de texto acima tem caráter unicamente motivador,
redija um texto dissertativo a respeito da violência nas escolas. Ao elaborar seu texto
aborde, necessariamente, os seguintes aspectos:

 A violência nas escolas e suas diversas faces;


 As causas e consequências da violência nas escolas;
 Ações afirmativas que podem ser implementadas para mitigar a violência nas
escolas.

Proposta de solução

Fazendo o planejamento:

1) Interpretar o enunciado:

Do enunciado conseguimos extrair e definir tema, tese e problemas:

Tema: Violência nas escolas.

Tese: Análise a respeito da violência nas escolas.

Problema 1: A violência nas escolas e suas diversas faces;

Problema 2: Causas e consequências da violência nas escolas;

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Problema 3: Ações afirmativas que podem ser implementadas para mitigar a violência nas
escolas.

2) Roteirizar o texto:

a) Introdução: declaração (a respeito da análise problemas).

Cuidado. Não se confunda. O tema não é a respeito do “bullying”, mas sim da


violência nas escolas. O texto II traz o conceito de “bullying” e pode levar o candidato a
fugir do tema.

b) Desenvolvimento

Analisando os problemas propostos, percebe-se que a exemplificação predominará


como técnica de argumentação. Devemos analisar o binômio: qual técnica se encaixa
naquele período + o que eu sei (ou quero) falar sobre aquele problema. Às vezes, duas ou
mais técnicas se encaixam naquele parágrafo. Você poderá tanto usar as duas técnicas em
conjunto, quanto a que achar melhor.

Problema 1: exemplificação (das formas de violência na escola);


Problema 2: exemplificação ou enumeração (das causas e consequencias);
Problema 3: declaração + exemplificação (de ações mitigadoras).

3) Agora é só rascunhar, revisar e passar a limpo:

Atualmente é visível a manifestação da violência na sociedade em geral e nas


escolas em particular. Frente a essa realidade, faz-se necessária uma análise que considere
não apenas a violência em si, mas, sobretudo, os elementos a ela ligados. Logo, há que se
verificar as suas diversas faces, as suas causas e consequências, assim como as ações
afirmativas que podem ser implementadas para mitigar esse problema.
A violência na escola pode se dar de diversas formas: intimidações físicas e verbais
contra alunos ou professores, “bullying”, degradação do espaço físico ou depredação,
roubos, furtos etc. Louças e janelas quebradas, banheiros com encanamento entupido,
furto de torneiras e lâmpadas e atos de vandalismo são alguns exemplos de atos dos
estudantes contra o patrimônio escolar.
Nesse contexto, entre os motivos que podem causar o problema em questão,
destaca-se a violência doméstica, a desestruturação familiar, bem como a negligência e o
abandono afetivo. De forma geral, observa-se que as agressividades reproduzidas por
alunos, podem estar relacionadas ao que eles presenciam no convívio do lar. Já as
consequências são, entre tantas: o desinteresse dos alunos pelo estudo, dificuldade de
relacionamento com os colegas, repetência e a evasão escolar.
Diante desse quadro preocupante, se faz necessário discutir e promover algumas
possíveis soluções para minimizar o problema. Oferecer apoio psicológico para orientar as
famílias, com relação às formas de se abordar o tema em casa, é muito importante. Além
disso, aproximar os pais das diretorias dos colégios pode ser uma alternativa viável para
essa questão.
Portanto, conclui-se com a análise dos fatos que a violência no âmbito escolar faz
parte do cotidiano do Brasil. Pode assumir várias faces, inclusive se dar contra o patrimônio
escolar. Apresenta causas variadas e consequências quase irreversíveis. Entretanto, apoiar

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psicologicamente as famílias dos alunos, bem como trazer os pais e responsáveis para
próximo da diretoria dos colégios, podem ser ações que minimizem esse grave problema.

Total de linhas: 23

Exemplo 3

Texto I

“A Declaração Universal dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas


afirma que todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos,
dotados de razão e de consciência e devem agir uns para com os outros em espírito de
fraternidade.”

Declaração Universal dos Direitos Humanos (ONU)

Texto II

“Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais


pelos seguintes princípios:
I - ...
II - prevalência dos direitos humanos;”
Constituição Federal de 1988

Texto III

“Em 25 de julho de 2011 foi noticiado, graças à repercussão da mobilização da


sociedade civil em virtude do assassinato do menino Juan Moraes, que a polícia é
responsável por uma morte em confrontos com marginais a cada cinco horas. Estatísticas
mostram que 141 ocorrências com mortes são registradas por agentes do Estado, ao mês.”

Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República

Tendo em vista que os fragmentos de textos acima tem caráter unicamente


motivador, redija um texto dissertativo acerca da ação policial e o respeito aos Direitos
Humanos. Ao elaborar seu texto aborde, necessariamente, os seguintes aspectos:

 Conceito de Direitos Humanos;


 fale acerca do abuso de autoridade e a atuação policial;
 como a polícia pode agir respeitando os Direitos Humanos?;

Proposta de solução

Fazendo o planejamento:

1) Interpretar o enunciado:

Do enunciado consegue-se extrair e definir tema, tese e problemas:

Tema: A ação policial e o respeito aos Direitos Humanos.

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Tese: Provar que a polícia pode atuar respeitando os Direitos Humanos.

Problema 1: defina Direitos Humanos;


Problema 2: abuso de autoridade e a atuação policial;
Problema 3: como a polícia pode agir respeitando os Direitos Humanos?;

2) Roteirizar o texto:

a) Introdução: citação (reescritura do Art. 4 da CF/88) + questionamento


(transformar a tese e os problemas em perguntas)

Cuidado. Não se confunda. O tema não é a respeito dos Direitos Humanos e nem dos
Direitos Fundamentais, mas sim da ação policial e o respeito aos direitos dos cidadãos. Os
textos I e II trazem ideias complementares ao tema e, dessa forma podem levar o
candidato a fugir do tema proposto pela banca.

b) Desenvolvimento

Quanto às argumentações para o desenvolvimento, deve-se analisar o binômio: qual


técnica se encaixa naquele parágrafo + o que eu sei (ou quero) falar sobre aquele
problema. Às vezes, duas ou mais técnicas se encaixam ali. Você poderá escolher entre
elas ou usá-las em conjunto.

Problema 1: declaração + conceituação;


Problema 2: conceituação + dados numéricos (ofertados no Texto III)
Problema 3: declaração + exemplificação (técnicas não letais e outros meios que
preservem a vida)

3) Agora é só rascunhar, revisar e passar a limpo:

Em seu artigo art. 4º, inciso II, a CF/88 estabelece que o Brasil adota o princípio da
prevalência dos Direitos Humanos na condução das suas relações internacionais. Ocorre
que a mídia noticia, com frequencia, casos abusivos envolvendo policiais. Quais são os
limites da atuação policial? Como a polícia pode atuar respeitando os direitos em questão?
O tema Direitos Humanos vem merecendo especial atenção em razão de haver
taxativa desaprovação da opinião pública internacional aos países que desrespeitam as
convenções e tratados que regulam essa matéria. Representam os direitos e liberdades
básicas de todos os seres humanos.
Com relação ao abuso de autoridade, caracteriza-se por qualquer conduta que atente
contra as liberdades e outros direitos inerentes à pessoa. As estatísticas mostram que os
policiais são responsáveis por uma morte a cada cinco horas em confrontos com bandidos.
Esses atos corrompem a estrutura policial e desencadeiam o envolvimento de seus
membros em vários crimes. Contudo, não podem encontrar lugar na atuação das forças de
segurança pública.

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Nesse cenário, a ação protetiva da polícia deve cercar-se de técnicas corretas, meios
adequados e da energia necessária. Uma saída, já em uso por alguns estados brasileiros,
são as técnicas não letais. É o conjunto de métodos utilizados para resolver um
determinado litígio, de modo a preservar as vidas das pessoas envolvidas na situação.
Conforme o exposto, percebe-se que é possível que as forças policiais realizem seu
trabalho com respeito aos Direitos Humanos. Combater os excessos de alguns membros,
adotar técnicas não letais e que tenham como princípio primordial a preservação da vida
pode ser um caminho. O policial tem o potencial de ser promotor dos direitos dos cidadãos,
revertendo o quadro de descrédito social e qualificando-se como um personagem central da
democracia.

Total de linhas: 24

Exercício 4 - Fazendo uma Redação passo a passo em sala

Texto I

“Diante da crescente demanda por serviços públicos policiais, verificáveis não só em


razão do sentimento das pessoas, mas pelos indicadores criminais é necessário o
envolvimento de todos os atores: o Estado, gerenciando e destinando recursos
orçamentários; a Polícia, atualizando tecnologicamente e capacitando seus agentes; e
finalmente, a Sociedade, compartilhando e assumindo posições críticas, estimulada à
educação e à cidadania.”

ARTIGO - Segurança pública, responsabilidade e necessidade de todos – Modificado

Texto II

“As estatísticas mostram o quanto a violência cresce no DF. Todos os crimes contra a
vida, como homicídio, aumentaram em comparação ao ano passado. Foram 329
assassinatos, contra 290 contabilizados entre janeiro e maio de 2012. A mesma tendência
foi registrada pelos delitos contra o patrimônio, entre eles o roubo de carros que teve alta
de quase 80%. Foram 1.794 veículos tomados por assalto, enquanto no ano passado o
número foi de 999. Tentativa de latrocínio também subiu de 57 casos em 2012 para 101
em 2013, um crescimento de 77,2%.”
mapadaviolencia.org.br/pdf2012/mapa2012_df - Modificado

Texto III

“Com o crescimento representativo do mercado de segurança privada no Brasil,


desenvolve-se também um mercado de segurança, mas é o de segurança particular
clandestina. Pessoas sem treinamento, mal preparadas, sem porte legal de armas e sem a
perícia técnica que um vigilante particular de uma grande empresa legalizada possui.”

Artigo – Segurança Privada no Brasil

Tendo em vista que os fragmentos de textos acima tem caráter unicamente


motivador, redija um texto dissertativo sobre a segurança pública no DF: realidades e
desafios. Ao elaborar seu texto aborde, necessariamente, os seguintes aspectos:

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 Papel do Estado, do cidadão e da PMDF na segurança pública;
 Os efeitos do crescimento do mercado de segurança privada no Brasil;
 Trace um panorama a respeito da situação atual da segurança pública no DF,
comentando acerca dos principais crimes ocorridos nessa região.

Proposta de solução

Fazendo o planejamento:

4) Interpretar o enunciado (Raciocínio Dedutivo): dele consegue-se extrair e definir


tema, tese e problemas:

Tema: Segurança pública no DF: realidades e desafios

Tese: O problema da segurança pública no DF suas realidades e seus desafios.

Problema 1: Papel do Estado, do cidadão e da PMDF na segurança pública;


Problema 2: Os efeitos do crescimento do mercado de segurança privada no Brasil;
Problema 3: panorama da situação atual da segurança pública e os principais crimes
ocorridos no DF.

5) Roteirizar o texto:

c) Introdução: Dec (Tese) + questionamento (transformar um ou dois problemas


em perguntas)

d) Desenvolvimento

Quanto às argumentações para o desenvolvimento, deve-se analisar o binômio: qual


técnica se encaixa naquele parágrafo + o que eu sei (ou quero) falar sobre aquele
problema. Às vezes, duas ou mais técnicas se encaixam ali. Você poderá escolher entre
elas ou usá-las em conjunto.

Problema 1: declaração (Reescritura T1) + Funcionalidade (Estado, Sociedade e PM);


Problema 2: declaração (IN) + polêmica (lado da falência da Seg Pública e o lado da
informalidade)
Problema 3: declaração (IN) + dados estatísticos (Reescritura Texto II)

6) Agora é só rascunhar, revisar e passar a limpo. No entanto, fique atento. Essa é uma
redação com problemas complexos e grandes. O candidato deverá usar bem as técnicas de
resumo e ser bem objetivo.

A segurança pública no DF tornou-se um problema para o governo local, cujas


realidades e desafios preocupam a todos. Em vista disso, qual é o papel do Estado, do
cidadão e da PMDF com relação à segurança? Além disso, faz-se necessário entender os

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efeitos do crescimento do mercado de segurança privada no Brasil, assim como traçar um
panorama situacional da segurança na região.
O Estado tem o dever exclusivo de gerir estrategicamente a segurança pública, de
modo a zelar pela integridade das pessoas e seus bens. Com relação ao cidadão, é
responsável pela sua manutenção, agir quando necessário – denunciar e socorrer – bem
como participar, opinar e sugerir. Já a PMDF, deve executá-la por meio da prevenção e
repressão à criminalidade, preservando os Direitos Humanos dos cidadãos.
Nesse sentido, diante do atual cenário de insegurança e omissão do Estado, cresce
o mercado de segurança privada no Brasil. Dois são os efeitos a considerar. O primeiro é
que a sua expansão poderia levar a segurança pública à falência. O segundo é a
informalidade, que vai desde empresas não credenciadas para atuar, até a prestação de
serviços esporádicos por agentes públicos nos momentos de folga.
Infelizmente, o DF já é comparado aos grandes centros mais violentos do país.
Dados mostram que os crimes contra o patrimônio aumentaram significativamente de 2012
a 2013. No entanto, os delitos que se destacam são: os sequestros relâmpago –
crescimento de 52,4% - e os homicídios – crescimento de 13%.
Diante disso, percebe-se a dificuldade vivenciada pela segurança pública no DF.
Mesmo com cada ator fazendo sua parte e com o avanço do mercado privado de
segurança, esse ente já é comparado às grandes metrópoles violentas do Brasil. A
integração entre as policias, maior envolvimento da sociedade e um empenho mais efetivo
do Estado poderiam auxiliar no combate a esse mal.

Total de linhas: 24

Dicas de Gramática

I. Pronomes demonstrativos

Os pronomes demonstrativos, na Língua Portuguesa, são os seguintes: este, esta,


isto, esse, essa, isso, aquele, aquela, aquilo, o, a, os, as, tal, tais.

Espaço (lugar) Tempo Citações


Pronomes
Este, esta, isto Aqui Presente Apresentam um elemento
Esse, essa, isso Aí Passado recente ou futuro Retomam um elemento
Aquele, aquela, aquilo Ali, lá, acolá Passado remoto -o-

a. Em relação ao espaço (lugar), usamos este, esta, isto para representar qualquer
elemento que esteja próximo da pessoa que fala; esse, essa, isso, para elemento que
esteja próximo da pessoa com quem se fala; aquele, aquela, aquilo, para elemento
distante de ambos. Por exemplo:

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"Comprei esta jaqueta que estou usando daquele camelô que vai lá adiante. Onde
você comprou essa sua?"

"Dê-me essa caneta, que é minha, e não sua."

"Que cara é essa, Armenegildo?"

b. Em relação ao tempo, usamos este, esta, isto para representar o tempo


presente; esse, essa, isso, para o passado recente ou para o futuro; aquele, aquela,
aquilo, para o passado remoto. O grande problema é distinguir o passado recente do
remoto, pois duas pessoas podem ter interpretações diferentes para a mesma frase.

Quando o verbo estiver conjugado no pretérito imperfeito do indicativo (cantava,


vendia, partia), usa-se aquele, aquela, aquilo; com o pretérito perfeito do indicativo
(cantei, vendi, parti) é uma questão de estilo: o que julgar que é passado recente
usará esse, essa, isso e o que julgar que é passado distante usará aquele, aquela,
aquilo. Por exemplo:

"Este ano é o ano das mudanças!"

"Nesse domingo, irei a Águas de Santa Bárbara."

"Essas olimpíadas foram horríveis para os atletas brasileiros."

"Em 1922 aconteceu a Semana de Arte Moderna; naquela época, havia muitos poetas
eminentes."
("Naquela época", pois observe o verbo no pretérito imperfeito do indicativo – havia)

"Em 1984 casei-me; esse foi um dos melhores anos de minha vida."
("esse", pois para mim, apesar de fazer 16 anos, é passado recente; para outra
pessoa poderia ser distante)

c. Em relação a citações orais ou escritas, usamos esse, essa, isso para retomar um
elemento ou uma frase anterior. Por exemplo:

"O fumo é prejudicial à saúde; isso já foi comprovado cientificamente"

"Astolfeno Barbosento é candidato a prefeito de Castanheira Verde do Sudoeste; esse


homem é muito truculento".

Usamos este, esta, isto para apresentar um elemento ou uma frase que será escrita
ou falada. Por exemplo:

"Preste atenção a estas palavras: O fumo é prejudicial à saúde"

"Pode ser citado como exemplo comprobatório este fato: o policial não estava
armado".

Se o pronome demonstrativo estiver retomando o substantivo imediatamente


anterior, deveremos usar este, esta, isto. Por exemplo:

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"O fumo é prejudicial à saúde; esta deve ser preservada".

Perceba que o pronome "esta" está retomando o substantivo "saúde", que está
imediatamente anterior a ele. Outro exemplo:

"Meu filho, não se envolva com os funcionários da empresa em que trabalha o nosso
vizinho; aliás, nem com este você deve envolver-se".

d. Enumeração de dois elementos:

Quando houver a enumeração de dois elementos e, à frente, quiser retomá-los, deve-


se substituir o primeiro por aquele, aquela, aquilo e o último por este, esta, isto. Por
exemplo:

"Ao me encontrar com Florisberto perguntei por Abiduílson, apesar de saber que este
jamais conversa com aquele."
(este = Abiduílson; aquele = Florisberto)

"Machado de Assis e Carlos Drummond de Andrade são dois dos maiores nomes da
literatura brasileira. Este é conhecido por suas poesias; aquele, por seus brilhantes
romances."
(este = Carlos Drummond de Andrade; aquele = Machado de Assis)

II. Pontuação

Para reproduzir, na linguagem escrita, os inumeráveis recursos da fala, contamos


com uma série de sinais gráficos denominados sinais de pontuação. São eles:

Alguns sinais de pontuação servem, fundamentalmente, para marcar pausas (o


ponto, a vírgula, o ponto e vírgula). Outros têm a função de indicar a melodia, a entoação
que as frases escritas teriam se fossem pronunciadas em voz alta.

Para o bom emprego dos sinais de pontuação, convém conhecer os casos em que o
uso de alguns deles é obrigatório (determinado pela sintaxe), mas levando em conta que
existem também razões de ordem subjetiva (a busca da melhor expressão, que se
transforma numa questão de estilística).

a. Ponto e vírgula

O ponto e vírgula marca uma pausa mais longa que a da vírgula, no entanto
menor que a do ponto. É empregado para:

- separar orações coordenadas que já venham quebradas no seu interior por vírgula
Ex.: Os indignados réus mostravam suas razões para as autoridades de forma firme;
alguns, no entanto, por receio de punições, escondiam detalhes aos policiais.
Ex.: Ela prefere cinema; eu, teatro.
Ex.: Não esperava outra coisa; afinal, eu já havia sido avisado.
Ex.: Os indignados réus protestaram; os severos juízes, no entanto, não cederam.

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- separar orações coordenadas que se contrabalançam em força expressiva (formando
antítese, por exemplo)
Ex.: Muitos se esforçam; poucos conseguem.
Ex.: Uns trabalham; outros descansam.

- separar orações coordenadas de certa extensão


Ex.: Os jogadores de futebol olímpico reclamaram com razão das constantes críticas do
técnico; porém o teimoso técnico ficou completamente indiferente aos apelos dos atletas.

- separar os diversos itens de um considerando ou de uma enumeração


Ex.: Considerando:
a) a alta taxa de desemprego no país;
b) a persistente inflação;
c) a recessão econômica;
solicitamos especial atenção ao nosso pedido.

Ex.: Art. 92. São órgãos do poder Judiciário:


I- o Supremo Tribunal Federal;
II- o Superior Tribunal de Justiça;
III- os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;
N- os Tribunais e Juízes do Trabalho;
V- os Tribunais e Juízes Eleitorais;
VI- os Tribunais e Juízes Militares;
VII- os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios. (Constih1ição
Federal)
b. Dois pontos

Os dois-pontos marcam a suspensão da melodia de uma frase e são utilizados


para:

- dar início a fala ou citação textual de outrem


Ex.: "A porta abriu-se, um brado ressoou:
- Até que enfim, meu rapaz!"
(Eça de Queirós)

- dar início a uma seqüência que explica, esclarece, identifica, desenvolve ou discrimina
uma ideia anterior
Ex.: Descobri a grande razão da minha vida: você.
Ex.: Já lhe dei tudo: amor, carinho, compreensão, apoio.
Ex.: Tivemos uma ótima ideia: abandonar a sala.
Ex.: O resultado não se fez esperar: fomos chamados à diretoria.
c. Aspas

Empregam-se as aspas para:

- isolar citação textual colhida a outrem


Ex.: Como afirma Caio Prado Jr., em História econômica do Brasil: "A questão da
imigração europeia do século XIX está intimamente ligada à da escravidão".

Os títulos de obras literárias ou artísticas devem vir entre aspas se o texto é

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manuscrito ou datilografado; se o texto é impresso, o procedimento normal é colocar o
nome da obra em itálico. As aspas só aparecem depois da pontuação quando abrangem
todo o período.
Ex.: "Não tenhas ciúmes de tua mulher para que ela não se meta a enganar-te com a
malícia que aprender de ti." (Machado de Assis)

- isolar palavras ou expressões estranhas à língua culta, tais como: gírias, expressões
populares, estrangeirismos, neologismos, arcaísmos, etc.
Ex.: Ele era um "gentleman".
Ex.: Ele estava "numa boa".
Ex.: O rapaz ficou "grilado" com o resultado.
Ex.: Emocionado, o rapaz deu-lhe um "ósculo" ardente.

- mostrar que uma palavra está sendo utilizada em sentido diverso do habitual
(geralmente, expressando ironia)
Ex.: Fizeste "excelente" serviço.
Ex.: Sua ideia foi mesmo "fantástica".

- dar destaque a uma palavra ou expressão


Ex.: Já entendi o "porquê" do seu projeto; só não percebo "como" executá-lo.

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Travessão

O travessão simples ( — ) serve para indicar que alguém está falando de viva
voz (discurso direto). Emprega-se, pois, o travessão para marcar a mudança de
interlocutor nos diálogos. Ex.:

— De quem são as pernas?


— Da Madalena, respondeu Gondim.
— Quem?
— Uma professora. Não conhece? Bonita.
— Educada, atalhou João Nogueira.
— Bonita, disse outra vez Gondim. Uma lourinha aí de uns trinta anos.
— Quantos?, perguntou João Nogueira.
— Uns trinta, pouco mais ou menos."
(Graciliano Ramos)

Pode-se usar o duplo travessão (— —) para substituir dupla vírgula, sobretudo quando se
quer dar ênfase ou destaque ao termo intercalado.

Ex.: O ministro — profundo conhecedor do mercado internacional — está consciente das


dificuldades.
Ex.: Machado de Assis — grande romancista brasileiro — também escreveu contos.

As orações intercaladas podem vir separadas por vírgulas ou duplo travessão.

Ex.: Eu, disse o eminente jurista, não aceito tal decisão. / Eu — disse o eminente jurista
— não aceito tal decisão.
d. Reticências

As reticências marcam uma interrupção na seqüência lógica da frase. Podem


ser usadas com valor estilístico, ou seja, com a intenção deliberada de permitir que o
leitor complete o pensamento que foi suspenso, ou para marcar fala quebrada e
desconexa, própria de quem está nervoso ou inseguro.
Ex.: Não vou dizer mais nada. Você já deve ter percebido que ele...
Ex.: "Depois de um instante, Carlos lançou lá, entre um rumor de água que caía:
- Não sei... Talvez... Logo te digo..." (Eça de Queirós)

Usam-se também as reticências (de preferência, entre parênteses) para indicar


que parte de um trecho citado foi omitida.
Ex.: "(...) nenhuma tinha os olhos de ressaca, nem os de cigana oblíqua e dissimulada."
(Machado de Assis)
Ex.: "Não alcancei a celebridade do emplasto, não fui califa (...)" (Machado de Assis)
Ex.: "Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços:
(...)
III- enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto, ou
fornecer qualquer serviço:
(...)
IX- deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação (...) "
(Código de Defesa do Consumidor)

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e. Parênteses

Os parênteses servem para isolar explicações, indicações ou comentários


acessórios.
Ex.: "Aborrecido, aporrinhado, recorri a um bacharel (trezentos mil-réis, fora despesas
miúdas com automóveis, gorjetas, etc.) e embarquei vinte e quatro horas depois (...)"
(Graciliano Ramos)
Ex.: "Fui hoje cedo à casa deste último, apresentar desculpas (deve ter ficado aborrecido
com a minha ausência no local determinado para o encontro) e repetir o convite para a
pretendida visita." (Cyro dos Anjos)
Ex.: "Ela (a rainha) é a representação viva da mágoa (...)" (Lima Barreto)

f. Vírgula

Indica uma pausa de curta duração, que não marca o fim do enunciado. Pode
ser empregada para separar termos de uma oração ou para separar orações de um
período.

Contudo, ao contrário do que muitos pensam, a vírgula não depende da


respiração e sim, da estrutura sintática da oração. A pausa que ocorre na fala, nem sempre
corresponde à pausa na escrita. Ex.: "A secretária da seção de despachos do correio falou
que o chefe disse aos grevistas que eles seriam demitidos.”

Usa-se vírgula:

1. Para indicar, nas datas, o lugar:

Londrina, 20 de novembro de 2006.

2. Para intercalar termos e expressões num período simples:

Tentei tudo, isto é, quase tudo.


Paulo não pode vir, ou melhor, recusou-se a vir.
Observe, com muita calma, a sua expressão.
Os alunos, ontem à noite, homenagearam a vice-reitora.

2. Separar elementos coordenados assindéticos, ou seja, elementos de uma enumeração:

Os pais, alunos, administradores, comunidade, todos ajudaram a compor o planejamento


escolar.

3. Para marcar a anteposição do predicativo:

Sentados, os alunos permaneciam.

4. Isolar expressões explicativas: isto é, ou melhor, quer dizer, melhor dizendo, etc.

Irei para águas de Santa Bárbara, melhor dizendo, Bárbara.

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5. Para indicar a elipse do verbo:

Ela prefere filmes românticos; o namorado, de aventuras.


Ela estava com fome e eu, com sede.

6. Em orações com objetos pleonásticos:

Os meus alunos, sempre os respeito.


Aos meus alunos, o respeito lhes devo.

7. Separar adjuntos adverbiais no meio da frase ou deslocados:

A maioria dos alunos, durante as férias, viajam.


Durante as férias, a maioria dos alunos viajam.

8. Isolar o aposto explicativo (intercalação do aposto):

Capitu, o dilema de Machado, é ponto de discussão entre os leitores.


Brasília, Capital da República, foi fundada em 1960.

9. Isolar o vocativo (marcar sua interpolação):

Senhoras e Senhores, vai começar o espetáculo!


Minha filha, não seja teimosa!
Alberto, traga minhas calças até aqui.

10. Para separar oração apositiva da principal:

O diretor foi claro, que não mais chegassem fora de hora.

11. Para separar a oração adjetiva explicativa da principal:

A jovem garota, que sempre gostou de matemática, agora só estuda inglês.

12. Para separar orações coordenadas sindéticas (exceto as iniciadas por 'e' e 'nem':

Defendeu o amigo, porém manteve-se descontente.

13. Para separar orações coordenadas assindéticas:

Vim, vi, venci.


O tempo não para no porto, não apita na curva, não espera ninguém.
Não sei nem como penso, nem como vivo, nem como sinto, nem como existo.

14. As conjunções 'pois', 'porém', 'portanto', 'não obstante', 'contudo' quando vier depois
do verbo, deverá ser separada por vírgula:

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Eu já enviei minhas desculpas, espero, pois, que você entenda.
Você não veio ontem, nada impede, porém, que continue fazendo parte da equipe
vencedora.
Terminei a prova com antecedência, não me digas, portanto, que não posso sair.
Apesar de toda a minha insistência, disse-me, contudo, que estava estressadíssimo.

15. Para separar adjuntos adverbiais longos:

Depois que toda a diretoria entrou no auditório, as luzes se acenderam.

16. Para marcar a anteposição ou a intercalação de oração subordinada adverbial:

Chegamos, como tínhamos combinado, às 19 h.


Como tínhamos combinado, chegamos às 19 h.

17. A conjunção coordenada aditiva e quando equivale a mas, exige anteposição da


vírgula:

Ele pensa uma coisa, e diz outra.(= mas)

18. Usa-se a vírgula nas orações coordenadas aditivas iniciadas pela conjunção e quando
os sujeitos forem diferentes e quando o e for repetido:

Ela irá no primeiro avião, e seus filhos no próximo.

19. Vírgula antes da conjunção mas, indicando ideia contrária:

Muitos tentam, mas poucos conseguem. (= idéias contrárias)

20. Vírgula e a abreviatura etc

Alguns autores costumam usar a vírgula antes da abreviatura etc.. Esse é um termo latino
que significa e outras coisas, e assim sendo, não haveria necessidade de usar a vírgula, no
entanto, o seu uso é consagrado pela norma culta.

A maioria dos advérbios terminados em 'mente' são: suavemente, corajosamente,


selvagemente, etc. ( ou ... corajosamente, selvagemente etc.)

21. Para isolar elementos repetidos:

O homem, semeia, semeia, semeia, e nunca perde a colheita.


Trabalha, trabalha, trabalha, homem!

22. Para separar orações reduzidas de particípio e de gerúndio:

Dada a partida, já se conhecia o vencedor.


Chegando à praia, a primeira coisa que as mães fizeram foi agarrar seus filhos.
A chegar ao trabalho, o funcionário deve assinar o livro de ponto.

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23. Para separar elementos distintivos de provérbios:

Quem tudo quer, tudo perde.


Rei morto, rei posto.
Quem dorme com criança, acorda molhado.

A vírgula nas coordenadas

Uma frase pode ser formada de duas ou mais orações, constituindo, assim,um período. De
acordo com o modo que as orações se dispõem e se relacionam nele, podemos ter dois
tipos de processos sintáticos: por coordenação e por subordinação.

Por Coordenação

A redação de um pensamento, em sua integridade, pode ser composta pela sucessão


de orações independentes (gramaticalmente) e sintaticamente equivalentes – temos,
então, um período composto por coordenação:
● Cheguei, vi, venci.
Nesse período temos a sucessão de três orações independentes, organizadas a partir das
formas verbais: cheguei, vi, venci. As orações se sucedem naturalmente, apenas
realçadas na pronúncia por leve pausa, que se marcou pela vírgula. Poderia, porém,
haver entre elas, principalmente entre as duas últimas, uma conjunção
coordenativa:Cheguei, vi [e] venci.

A vírgula entre as orações coordenadas:


As coordenadas assindéticas (sem conjunção) separam-se por vírgulas:
● Olhou as árvores, não viu as folhagens.
● Apita o árbitro, abrem-se as cortinas, começa o espetáculo.
As coordenadas sindéticas aditivas [e, ou e nem] Não devem ser usadas com vírgulas,
exceto nestes casos:
a) Quando a conjunção e e o nem vierem, várias vezes, repetidos, constituindo aquilo
que, em figura de linguagem, chama-se polissíndeto:
● Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!
● Ela não era bela, nem elegante, nem culta.
b) Quando as orações ligadas pela conjunção e tiverem os sujeitos diferentes:
● O menino não se mexeu, e Paulo desejou matá-lo.
● À noite não acabava, e às vezes a miséria se reproduzia.
c) Quando se deseja como recurso estilístico, realçar a oração iniciada pela
conjunção e, ocasião em que a pausa é mais forte:
● Deitara-se cedo, e sonhou.
● Em todo caso repugnava-lhe a idéia de recuar, e foi andando.

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Usa-se a vírgula para separar orações coordenadas (aditivas) iniciadaspela
conjunção e com valor adversativo, ou seja, igual a mas:
● Tivera a felicidade entre as mãos, e (mas) a deixara fugir.
Orações Adversativas - use a vírgula para separar as adversativas:mas, porém, contudo,
todavia, entretanto, senão:
● Tudo isso é simpático, mas tem seus inconvenientes.
● Sofri muito, porém espero uma recompensa.
Emprega-se [mas] sempre no começo da oração; as demais podem vir ora no início da
oração, ora após um dos seus termos: Vá onde quiser, mas fique morando conosco.
● Vá onde quiser, porém fique morando conosco.
● Vá onde quiser, fique, porém, morando conosco.
Orações Alternativas - use a vírgula para separar as alternativas: ou, ou... ou, ora...ora,
já...já, quer...quer, seja... seja: Façam mais gols, ou perderemos o jogo.
● O professor ora brinca, ora fala sério.
Orações Conclusivas: use a vírgula para separar as conclusivas: logo, pois, portanto, por
conseguinte, por conseqüência, por isso:
● Sônia estudou bastante, portanto fará uma boa prova.
Pois (introduzindo uma conclusão) vem sempre posposto a um termo da oração a que
pertence e, portanto, isolado por vírgulas: Não obedece à ordem, é, pois, um rebelde.

Orações Explicativas use a vírgula para separar as explicativas: que, porque, pois,
porquanto: Vamos logo, que o trem vai partir.
● Não falemos alto, porque as crianças estão dormindo.
Existem dois tipos de porquês: o coordenativo explicativo e o subordinativo casual. Antes
do explicativo sempre use a vírgula, pois ele introduz uma oração explicativa precedida
por uma pequena pausa.
Como reconhecer o [porque] explicativo?
Toda vez que você puder substituí-lo pela palavra que ele será explicativo:
● Não faça isso, (que) porque estamos aqui para ouvi-lo.
● Não corra, porque (que) você pode cair.
Já o porquê que introduz a oração causal não pode ser substituído pelo que e, neste
caso, a vírgula é facultativa: Maneco foi reprovado porque só estudava nas horas vagas.
Pois (introduzindo uma explicação) vem, sempre, após a vírgula que introduz a oração: O
exame era difícil, pois nem sequer havíamos estudado.
Vírgula após pois (explicativo) só se houver outra oração intercalada na seqüência da
frase:
● Os meninos jogaram bem, pois, como fora combinado, dariam tudo de si.

Existem casos em que a vírgula é opcional?


Existe um caso. Se a expressão de tempo, modo, lugar etc. não for uma expressão, mas
sim uma palavra só, então a vírgula é facultativa. Vai depender do sentido, do ritmo, da
velocidade que você quer dar para a frase. Exemplos:

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Depois vamos sair para jantar.
Depois, vamos sair para jantar.

Geralmente gosto de almoçar no shopping.


Geralmente, gosto de almoçar no shopping.

Semana passada, todos vieram jantar aqui em casa.


Semana passada todos vieram jantar aqui em casa.

Note que esse último é o mesmo exemplo do item 3. Vê como sem a vírgula a frase
também fica correta? Mesmo não sendo apenas uma palavra, dificilmente algum professor
dará errado se você omitir a vírgula.

Não há vírgula:

Quando é construída na ordem direta, a oração não precisa de vírgulas. Chamamos ordem
direta à disposição mais usual dos termos da oração, ou seja, o sujeito no início, seguido
do verbo e de seus complementos e, no final, se houver, do adjunto adverbial (termo
acessório que indica a circunstância em que se dá a ação verbal). São esses os casos:

1. Entre sujeito e predicado: Luís comprou um carro novo.

2. Entre o verbo e o seu objeto: Maria, seu marido e seus três filhos compraram um novo
terreno.

3. Entre o nome e o seu adjunto: Casa de pedra tomba, mas não desiste.

4. Entre o nome e o seu complemento: Eles queriam que tudo permanecesse favorável ao
deputado.

5. Entre oração principal e oração adjetiva restritiva: O homem que ajuda o próximo nunca
perde a esperança.

6. Antes da conjunção e quando ela introduz a última oração coordenada: Comprou jóias,
roupas, sapatos e brinquedos.

7. Orações subordinadas substantivas: não se separam por vírgulas: É evidente que o


culpado é o mordomo.

8. Adjuntos adverbiais curtos: não se exige vírgula com eles, salvo se for exigida pausa:
Depois disso tudo voltou ao normal. (ou Depois disso, tudo voltou ao normal)
No verão passado fomos à Paris. (ou No verão passado, fomos à Paris)

9. Oração adverbial, após a oração principal, não exige vírgula: Quebrou a perna quando
dançava.

III. Crase

A crase é a fusão de duas vogais da mesma natureza. Sua representação se dá por meio
do chamado acento grave sobre a letra “a”, tornando acentual essa vogal. Assim, o acento
grave é o sinal que indica a fusão de dois “aa”, e recebe o nome de crase. Observe:

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Entregue o documento à advogada. Analisando-se a frase, no plano sintático, teremos:


Verbo “entregar”: VTDI (verbo transitivo direto e indireto)
Objeto direto: o documento
Objeto indireto: a advogada
Preposição que antecede o objeto indireto: a
Portanto, na frase, há crase, pois desponta a soma da preposição pedida pelo verbo
entregar (“a”) com o artigo definido feminino singular (“a”) que acompanha o substantivo
“advogada”. Tal fusão enseja o fenômeno indicador da crase.

Vamos conhecer os casos obrigatórios de crase:

1. A crase será obrigatória com nomes geográficos de cidades ou países, que exigem o
artigo definido feminino “a”:
Exemplo: dizemos “vou à França”, com o acento grave da crase. Por quê?
“França” é um nome que sempre vem acompanhado do artigo definido feminino singular
“a”, que, somado à preposição própria do verbo “ir”, provocará a fusão da crase. Em outras
palavras, é fácil perceber que falamos “A França é um país lindo”, e não simplesmente
“França é um país lindo”. Daí a decorrencial fusão da crase, como resultado da soma da
preposição com o artigo.
Observe outros exemplos de ocorrência da crase:
Vou à Colômbia – Vou à Argentina – Vou à Bahia – Vou à Gávea – Vou à Jordânia – Vou à
Síria – Vou à Holanda.
Memorize: quando o ponto geográfico (ou topônimo) vier acompanhado de qualificativo, a
crase será obrigatória. Exemplos:
Vou à Roma dos Césares.
Vou à Florianópolis das 42 praias.
Vou à Brasília das mordomias.

2. A crase será obrigatória antes de horas determinadas: Exemplos:


O filme começou às três horas.
Chegamos à uma hora da manhã.
O eclipse se deu à zero hora.
Veio à meia-noite em ponto.
CUIDADO: não ocorrerá a crase quando já houver na frase as preposições “desde” e
“entre”. Daí não se utilizar a crase nas frases “desde as duas horas” e “entre as quatro e as
seis horas”.
Memorize: tratando-se de hora indeterminada, não se usa a crase. Exemplo:
Ele chegou a uma hora qualquer.

3. A crase será obrigatória antes de numerais ordinais femininos. Exemplo:


Entregaram as medalhas à primeira colocada.
Eu me referi à segunda e à terceira medalhistas.

4. Com expressões “moda de” e “maneira de”, quando se apresentarem ocultas: Exemplos:
Foram dois gols à Pelé. [ Foram dois gols à (moda de) Pelé].
Escrevia à Machado de Assis [ Escrevia à (maneira de) Machado de Assis].
IMPORTANTE: quando subentender palavra feminina que determine nome de empresa ou
coisa, haverá a crase. Exemplos
Referiu-se à Apolo [ Referiu-se à (nave) Apolo].
Irei à Saraiva [ Irei à (Editora) Saraiva].
Fez menção à Veja [ Fez menção à (Revista) Veja].

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5. A crase será obrigatória antes de palavra feminina, nas locuções adjetivas, adverbiais,
prepositivas, ou conjuntivas.
Aquele será um belo baile à fantasia.
Tudo foi feito às escondidas.
Seguiu à risca as dicas, embora tenha feito tudo às pressas.
Estava à procura de um profissional.
A temperatura aumenta à proporção que nos aproximamos dos trópicos.
O concursando evolui à medida que estuda mais.

6. A crase será obrigatória com os pronomes demonstrativos aquele(s), aquelas(s) e


aquilo:
A fusão da crase ocorrerá, também, entre a preposição “a” e certos pronomes
demonstrativos. São eles: aquele(s), aquelas(s) e aquilo. Exemplos:
Resisti àquele doce.
Não dei importância àquilo.
Prefiro isto àquilo.

7. A crase será obrigatória antes de pronomes relativos “que” (com elipse), “a qual” e “as
quais”:
A fusão da crase também ocorrerá entre a preposição “a” e certos pronomes relativos. Os
casos podem ser explicados um a um:

7.1. Pronome QUE: no geral, tal pronome repudia a crase. Todavia, quando se tratar de
elipse, isto é, a omissão propositada de um termo na oração, será possível a ocorrência da
crase. Exemplo:
Esta fala é anterior à que você fez.
Complementando-se a frase, teremos:
Esta fala é anterior à [fala] que você fez.
Portanto, note-se que a crase se justifica, na medida em que se evidencia a contração da
preposição “a”, própria do adjetivo “anterior”, com o artigo definido feminino “a”, que
acompanha o substantivo “fala”:

7.2. Formas Pronominais “A QUAL” / “AS QUAIS”: como tais formações pronominais vêm
acompanhadas do artigo definido feminino “a”, fica fácil perceber que, havendo a
ocorrência de preposição “a” no termo regente, despontará o fenômeno indicador da crase.
Exemplos: Esta é a viagem à qual me referi.
Observe que o verbo pronominal “referir-se” é regido pela preposição “a” (quem se refere,
refere-se a). Tal preposição será fundida com o artigo definido feminino próprio da
formação pronominal “a qual”, gerando a crase.
Como recurso mnemônico, procure substituir o substantivo feminino da frase por um nome
masculino. Se da troca resultar a formação pronominal “ao qual”, a crase será confirmada.
Exemplo: troque a palavra “viagem” por campeonato. Observe a troca:
Este é o campeonato AO QUAL me referi.
Diante disso, é fácil perceber que não ocorrerá crase na frase:
Esta é a jovem a qual ele ama.
Observe que o verbo “amar” não é regido pela preposição “a” (quem ama, ama alguém).
Se não há preposição, restará apenas a formação pronominal “a qual”, sem a ocorrência da
crase. Aliás, pelo recurso mnemônico sugerido, substituindo-se a expressão “a jovem” por
outra (“o rapaz”, por exemplo), será fácil perceber que não surgirá a forma “ao qual”.
Confira:
Este é o rapaz O QUAL ela ama.

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Por fim, os pronomes relativos “quem” e “cujo” repudiarão a crase, sem ressalvas. Observe
as frases, sem a crase:
Este é o veículo a cuja marca ele se referiu.
Ali está a moça a quem todos se referiram.

Vamos, agora, conhecer os casos proibitivos de crase:

1. Não ocorre a crase antes de palavra masculina.


Exemplos: andar a pé; vestir-se a caráter; compras a prazo; observado a olho nu.

2. Não ocorre a crase antes de verbo.


Exemplos: comecei a fazer; ficou a ver navios; estava decidido a fugir.

3. Não ocorre a crase entre palavras repetidas.


Exemplos: cara a cara; face a face; gota a gota; frente a frente; ponta a ponta.

4. Não ocorre a crase antes de genéricas expressões formadas por palavras femininas.
Exemplos: não dê ouvidos a discussões; referi-me a mulheres; não se prenda a
necessidades materiais; não se submeta a humilhações.
IMPORTANTE: a mesma regra se estende às genéricas locuções formadas por palavras
femininas. Exemplos: reunião a portas fechadas; agrediram-se a bofetadas.

5. Não ocorre a crase, em geral, antes de pronomes:


PESSOAIS: Leve o livro a ela; Pedi a ela que saísse.
DEMONSTRATIVOS: Leve o livro a esta mulher; Pedia a esta senhora que saísse.
INDEFINIDO: Leve o livro a qualquer mulher; Pedi a toda pessoa que saísse.
TRATAMENTO: Leve o livro a Sua Excelência.
IMPORTANTE: com os pronomes “mesma”, “outra”, “própria” e “tal”, haverá crase:
Referiu-se à mesma jovem.
Fez menção à própria mulher.
Não fale a verdade às outras.
Diga à tal mulher que sei sobre sua vida.

CUIDADO: não perca de vista que haverá crase com os pronomes demonstrativos AQUELE,
AQUELA, AQUILO e AQUELOUTRO, se vierem acompanhados de uma preposição “a”.
Exemplos: Não me refiro àquele livro, nem àquela obra, mas àquilo tudo que conversamos;
Fez menção àqueloutro trabalho.

6. Não ocorre a crase antes das palavras “casa”, “terra” e “distância”, se não vierem
especificadas.
Exemplos: Voltei a casa. O marinheiro voltou a terra.

IMPORTANTE: havendo especificação, a crase será de rigor.


Exemplos:
Voltei à casa dos pais.
O jovem voltou à terra de seus antepassados.
O homem ficou à distância de dois metros.
Vamos, por fim, conhecer os casos facultativos de crase:
1. A crase será facultativa antes de pronome possessivo feminino
Leve o livro à (a) sua tia / à (a) minha tia / à (a) nossa tia.
2. A crase será facultativa antes de nome feminino de pessoa:

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Levei flores à (a) Jamile.
Dei o presente à (a) Maria.
3. A crase será facultativa depois da preposição “até”.
Fui até à (a) cachoeira.
Andou a cavalo até à (a) porteira do sítio.

IV. Outros casos

 Em nível de e a nível de

No sentido de "no que diz respeito a", "em relação a", "em termos de", esta
expressão é um modismo, e de gosto duvidoso. Se optar por usá-la, empregue com a
preposição em. Exemplos:
Em nível de Brasil, verificam-se grandes diferenças regionais.
Não há outra opção melhor do que Gramado, em nível de turismo no Rio Grande do Sul.
A expressão a nível de deve ficar restrita ao sentido de nivelamento. Exemplo: Esta
cidade não fica ao nível do mar; As águas chegaram a um nível nunca antes visto.

Vale lembrar, ainda, que expressões como em termos de, no que concerne a, no que
diz respeito a são bem mais elegantes e apropriadas ao nível culto da língua do que a
nível de.

 Haver/A ver

Nós temos muito a haver com nossos clientes, pois já efetuamos todas as entregas.
Constatamos que o sentido se atém a algo a receber, ou seja, algo relacionado a créditos
de uma foram geral.
Um aspecto bem interessante é que muitas pessoas empregam essa expressão de forma
errônea ao fazerem uso de: Eu tenho uma quantia em haver com você. Atente-se a forma
correta, que é esta supracitada.
Já no caso da expressão “tem a ver”, percebemos seu recorrente uso mediante as
conversas do cotidiano, não é mesmo? Situações como: Menino, o que você tem a ver com
os problemas alheios?
Concluímos que a noção agora se refere a ter relação com algo, dizer respeito a algo.

Vamos a outros casos representativos:


Márcia não teve nada a ver com os problemas ocorridos na escola.
Logo percebi que este assunto tinha tudo a ver com minha família.
Não! Mesmo ele tendo muito a haver conosco, jamais o queremos como parceiro.

 Pego e pegado
As duas formas convivem. A forma PEGADO só pode ser usada quando antecedida dos
verbos TER ou HAVER: “Ele tinha (ou havia) PEGADO os documentos”.
A forma irregular PEGO está consagrada entre nós e já é aceitável na língua padrão. Pode
ser usada com qualquer verbo auxiliar (ser, estar, ter ou haver):

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“Ele foi PEGO em flagrante”.


“Ele tinha PEGO (ou PEGADO) os documentos”.
Isso significa, portanto, que, com os verbos SER e ESTAR, só podemos usar a forma
irregular (PEGO); e, com os verbos TER e HAVER, podemos usar tanto a forma regular
(PEGADO) quanto a irregular (PEGO).

 TAXADO e TACHADO

TAXADO vem de taxa (=tributo): “A venda destes produtos foi TAXADA pelo governo.”
TACHADO significa “acusado, considerado, qualificado, rotulado”: “Ele foi TACHADO de
ladrão.”

 Assento/Acento/Asscento

assento - onde vc senta; ou do verbo assentar


acento - acento gráfico
ascento - um erro de ortografia.

 Ascenção ou ascensão

A forma correta de escrita da palavra é ascensão. A palavra ascenção está errada. Sempre
que quisermos referir que alguma coisa se elevou, subiu, devemos utilizar o substantivo
feminino ascensão.Exemplos:

Ambiciono uma rápida ascensão a diretor da empresa.


Na catequese estudei a ascensão de Jesus Cristo ao céu.
Minhas ações estão em ascensão

 Mau ou Mal

MAU - pode ser trocado pela palavra BOM


Ex. Lobo mau (lobo bom), Menino mau (menino bom), Mau caráter (bom caráter), Mau
gosto (bom gosto).
MAL - pode ser trocado pela palavra BEM
Ex. Mal estar (bem estar), Mal arrumada (bem arrumada), Mal cuidada (bem cuidada).

 A e há
Para saber se você deve usar “a” ou “há” apresentamos aqui algumas dicas para facilitar a
eliminação de dúvidas a esse respeito:
Usa-se “há” quando o verbo “haver” é impessoal, tem sentido de “existir” e é conjugado na
terceira pessoa do singular.
Exemplo: Há um modo mais fácil de fazer essa massa de bolo.

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Existe um modo mais fácil de fazer essa massa de bolo.


Ainda como impessoal, o verbo “haver” é utilizado em expressões que indicam tempo
decorrido, assim como o verbo “fazer”.
Exemplos: Há muito tempo não como esse bolo.
Faz muito tempo que não como esse bolo.
Logo, para identificarmos se utilizaremos o “a” ou “há” substituímos por “faz” nas
expressões indicativas de tempo. Se a substituição não alterar o sentido real da frase,
emprega-se “há”.
Exemplos: Há cinco anos não escutava uma música como essa.
Substituindo por faz: Faz cinco anos que não escutava uma música como essa.
Quando não for possível a conjugação do verbo “haver” nem no sentido de “existir”, nem
de “tempo decorrido”, então, emprega-se “a”.
Exemplos: Daqui a pouco você poderá ir embora.
Estamos a dez minutos de onde você está.
Importante: Não se usa “Há muitos anos atrás”, pois é redundante, pleonasmo. Não é
necessário colocar “atrás”, uma vez que o verbo “haver” está no sentido de tempo
decorrido.

 Alguns casos de próclise


Próclise é a colocação dos pronomes oblíquos átonos (me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os,
as, lhes) antes do verbo.
Na Língua Portuguesa usada no Brasil, pode-se usar próclise SEMPRE, com uma única
exceção: no início de frases. É, portanto, proibido iniciar frase com pronome oblíquo
átono.
 As seguintes frases são, portanto, inadequadas à língua culta:
Me decepcionei com ela.
Me dê motivo para ir embora.
Lhe solicitei algumas informações
 Elas devem ser corrigidas assim:
Decepcionei-me com ela.
Dê-me motivo para ir embora.
Solicitei-lhe algumas informações.
No Brasil, se o verbo não estiver no início da frase, tanto se pode colocar o pronome antes
dele quanto depois dele. Veja alguns exemplos:
Eu lhe falei a verdade. / Eu falei-lhe a verdade.
Ele se foi para casa. / Ele foi-se para casa.

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Ela me falou isso. / Ela falou-me isso.
Há algumas palavras que tornam o uso da próclise obrigatório. São as chamadas palavras
atrativas. Neste estudo, atentaremos a apenas três. Em outra oportunidade, veremos as
demais.
Se antes do verbo surgir o advérbio NÃO, o pronome relativo ou a conjunção
subordinativa QUE ou aconjunção subordinativa QUANDO, a próclise será obrigatória.
 As seguintes frases, portanto, são inadequadas à língua culta:
Ele não emprestou-me dinheiro algum.
Ela, que havia se formado em Direito...
Quando conheci-a, ela me falou isso.
 Elas devem ser corrigidas assim:
Ele não me emprestou dinheiro algum.
Ela, que se havia formado em Direito...
Quando a conheci, ela me falou isso.
 Há casos especiais:
Se o verbo estiver no infinitivo e for precedido de preposiçãoou de palavra de
valor negativo, a próclise será facultativa. Pode-se também usar ênclise nesse caso:
Não me preocupar com você é impossível.
Não preocupar-me com você é impossível.
Era para me encontrar com ele ontem.
Era para encontrar-me com ele ontem.

 Porquês

PORQUE

Vale lembrar que a palavra “porque” é uma conjunção, ou seja, serve para ligar duas
orações. Além de unir as duas ideias, o conectivo “porque” indica que a oração introduzida
por ele exprime a causa ou a explicação do que foi dito antes. Fazemos uso dessa estrutura
sintática o tempo todo. Basta precisarmos dar alguma explicação a alguém ou apontar a
causa de um fato.

O jogo foi adiado porque a chuva inundou o campo.


Cheguei atrasado porque o ônibus não parou no ponto!
Ele foi promovido porque trabalhou muito bem na última campanha.

POR QUE

Também empregamos muito a pergunta de causa, expressa por um tipo de palavra que
chamamos de advérbio interrogativo de causa. Esse é o popular “por que da pergunta”,
que se escreve em duas palavras (“por que”).

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Por que o jogo foi adiado? Por que você chegou atrasado? Por que ele foi promovido?

POR QUÊ?

A forma acentuada ocorre na chamada posição tônica, ou seja, no final da frase. Assim, se
invertermos a ordem usual da sentença, teremos o seguinte: “O jogo foi adiado por quê?”.
Há autores que admitem a forma “por quê” antes de orações de caráter adversativo (ideia
de oposição). Assim: “Não sei por quê, mas isso não me agrada”.

INTERROGAÇÃO INDIRETA: POR QUE

O advérbio interrogativo (“por que”) não aparece somente nas interrogações diretas,
nessas que terminam com o ponto de interrogação. Essa forma também aparece
encabeçando orações interrogativas indiretas. Veja os seguintes casos:

Ele gostaria de saber por que o jogo foi adiado. A diretora perguntou-lhe por que chegou
atrasado.
Os colegas queriam saber por que ele tinha sido promovido.

Note que, nessas construções, a pergunta está implícita. Embora não seja feita
diretamente, a pergunta existe (é uma interrogação indireta). Continuamos usando a grafia
“por que”.

Agora observe as seguintes sentenças:

Ninguém percebeu como ele entrou no edifício. (o modo como)


Ninguém percebeu quando ele entrou no edifício. (o momento em que)
Ninguém percebeu onde ele se escondeu. (o lugar em que)
Ninguém percebeu por que ele estava triste. (o motivo pelo qual)

As orações que completam o verbo “perceber” nas sentenças acima são introduzidas
poradvérbios interrogativos (como, quando, onde, por que). Vale lembrar que o verbo
“perceber” requer um complemento (objeto direto), afinal percebemos alguma coisa.

Essa coisa percebida pode ser expressa na forma de uma oração interrogativa indireta,
como acabamos de observar nos exemplos anteriores.

Note que o advérbio interrogativo de causa é sempre a forma “por que”. É importante
perceber que “por que”, nesse tipo de construção, permuta com outros advérbios (como,
quando, como), não com conjunções. Ao perceber isso, você compreende por que (por que
motivo) se usa a grafia “por que” nessas frases.

A RAZÃO PELA QUAL

Caso ache difícil compreender a análise sintática, você poderá substituir “por que” por
expressões como “a razão pela qual” ou “por que motivo”. Essas locuções se equivalem,
portanto uma forma rápida de verificar se a frase está correta é fazer a substituição do
“por que” por uma delas. Vamos comparar duas outras sentenças:

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(1) Ninguém percebeu o furto ______________ todos estavam comemorando os
resultados da campanha.

(2) Ninguém percebeu ______________ ele saiu antes dos colegas.

Você já sabe como completar cada uma delas? Em (1), devemos usar a conjunção
“porque”, pois a segunda oração explica a primeira. Em (2), devemos usar o advérbio “por
que”, pois a segunda oração completa a primeira.

Em (1), ninguém percebeu o furto porque todos estavam comemorando os resultados da


campanha. Em (2), ninguém percebeu por que ele saiu antes do colegas (ou seja, ninguém
percebeu a razão pela qual ele saiu antes dos colegas). “Por que ele saiu antes dos
colegas” é acoisa percebida, ou seja, o complemento do verbo “perceber” (seu objeto
direto).

E a forma PORQUÊ?

Essa forma é um substantivo, cuja grafia se diferencia da grafia da conjunção apenas pelo
acento circunflexo. Essa palavra aparece normalmente depois de um artigo (o porquê de
alguma coisa), exatamente como os substantivos “motivo” ou “causa” (o motivo de, a
causa de).

O processo de substantivação é muito comum na nossa língua. Palavras de quaisquer


classes gramaticais podem tornar-se substantivos. Basta que o contexto o permita. Veja-se
o caso da conjunção “porém”, que indica oposição entre ideias. Um artigo antes dela a
transforma em um substantivo: “Sempre há um porém” (uma ressalva, um obstáculo).

É exatamente isso o que ocorre com a forma “porquê” (a diferença é que ela recebe um
acento). Assim: “Ninguém sabia o porquê da revolta dos estudantes” (o motivo da revolta).
Na condição de substantivo, a forma admite o plural: “Cada um tem seus porquês”.

POR QUE = PELO QUAL

A forma por que nem sempre será o advérbio interrogativo de causa. Ela poderá aparecer
quando a preposição “por” anteceder um pronome relativo, um pronome interrogativo ou
mesmo uma conjunção integrante. Vejamos alguns casos:

A resposta por que esperamos durante muito tempo chegou repentinamente. [pela qual =
preposição + pronome relativo]

Por que caminho você chegou lá? [por qual = preposição + pronome interrogativo]

Ansiávamos por que chegassem. [preposição + oração substantiva/ ansiávamos por algo]

Normalmente, a maior parte das dúvidas sobre o tema está ligada ao emprego do advérbio
interrogativo de causa na segunda oração de um período. São as frases do tipo
“Verifique por quea encomenda não chegou”, “Explique por que chegou tarde ontem”,
“Saiba por que o café faz bem à saúde”, “Entenda por que o investimento em poupança
ainda é o mais seguro” que suscitam dúvidas. Em todas, o advérbio introduz o objeto
direto de um verbo da oração anterior.

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Pode ocorrer ainda que esse tipo de oração (interrogativa indireta) apareça como sujeito de
outra oração. Veja: Não ficou claro por que ele não veio.

Nessa frase, estamos dizendo que não ficou claro o motivo pelo qual ele não veio. “Por que
ele não veio” é o sujeito de “não ficou claro”. Análise sintática, ela mesma. Se quiser, use
“a razão pela qual”, “o motivo pelo qual”. A ideia é a mesma, mas pode parecer mais fácil.

À medida que ou na medida em que?

a) À medida que convivemos com pessoas, tornamo-nos mais maduros.


b) Na medida em que convivemos com pessoas, tornamo-nos mais maduros.

As duas expressões “à medida que” e “na medida em que” são locuções conjuntivas, ou
seja, juntas, possuem valor de conjunção. Portanto, essas locuções têm como objetivo
ligar duas orações.

A pergunta é: Qual das duas orações acima é a correta?

Apesar de funções iguais, “à medida que” tem emprego semântico, ou seja, de


significado, diferente de “na medida em que”. Veja por quê:

À medida que é uma locução conjuntiva proporcional, logo, expressa ideia


de proporção. Esta aí a explicação do por que essa expressão pode ser substituída por
“à proporção que”. Uma oração que contenha “à medida que” é subordinada à principal
e mantém uma comparação com a mesma de igualdade, de aumento ou diminuição.
Confira:

a) À medida que nós subirmos, ficaremos mais cansados, porque o ar é rarefeito.


b) Ele foi se acalmando à medida que as boas notícias chegavam.

Na medida em que é uma locução conjuntiva causal, logo, haverá noções


decausa/consequência ou efeito nas orações que tiverem tal expressão. Pode ser
substituída pelas equivalentes “uma vez que”, “porque”, “visto que”, “já que” e “tendo
em vista que”. Veja:

a) Nós precisamos ler mais na medida em que crescemos, pois temos maior
entendimento ao passar dos anos. (visto que)
b) A pesquisa dever ser feita antes de dezembro na medida em que vamos estar de
férias nesse período. (porque)

Portanto, se ficar em dúvidas, é só substituir as locuções por formas equivalentes e


observar se a oração não perdeu o sentido pretendido.

Quanto às orações iniciais, as duas estão corretas gramaticalmente, mas, como vimos,
possuem sentidos diferentes:

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1. À medida que convivemos com pessoas, tornamo-nos mais maduros.

Ou: Tornamo-nos mais maduros à proporção que convivemos com pessoas.

2. Na medida em que convivemos com pessoas, tornamo-nos mais maduros.

Ou: Tornamo-nos mais maduros porque convivemos com pessoas.

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