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A Igreja e o ‘arrebatamento’

O tão falado “arrebatamento” refere-se a uma passagem da primeira Carta aos Tessalonicenses, capítulo 4, que fala
sobre cristãos sendo “raptados” e levados às nuvens para encontrarem o Senhor nos ares, além de algumas outras
passagens bíblicas difusas e de difícil interpretação (são elas: Ap 3,10; Lc 17,34-35; Mt 24,40-41).

Há muitas interpretações equivocadas dessas passagens, tanto assim que, a esse respeito, umas congregações disputam
com outras, e um livro publicado inicialmente no ano de 1995 nos EUA, intitulado “Left Behind” ('Deixados para
Trás'), e que de lá para cá ganhou diversas novas edições, ajudou consideravelmente a popularizar essa ideia de que os
fieis serão literalmente “raptados” deste mundo para encontrar o Senhor antes da grande tribulação que se aproxima. –
Segundo essa teoria, os cristãos vão simplesmente "desaparecer" do convívio de todos, para encontrarem-se com Jesus
nas nuvens e depois avançarem com Ele ao Céu para aguardar o fim dos tempos.

O livro “Left Behind” ganhou esse título a partir de uma passagem de Lc 17 e outra semelhante em Mt 24, que falam
da vinda do Senhor como nos dias de Noé e nos dias de Lot. E Evangelho segundo S. Mateus (24) diz o seguinte:
“Como foram os dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do homem … eles comiam, bebiam, casavam-se e
eles não sabiam até que veio o dilúvio e os varreu a todos, assim será também a vinda do Filho do homem. Em seguida,
dois homens estarão a trabalhar no campo, um será levado e o outro será deixado para trás. Duas mulheres estarão a
moer no moinho, uma será levada a outra será deixada para trás.”
“Veja”, argumentam os entusiastas do arrebatamento, “um será levado, o outro deixado. É o arrebatamento! Jesus leva
os cristãos e deixa os ímpios para trás!”...

Mas há problemas com essa interpretação. Note-se que a vinda de Jesus está sendo comparada aos que ocorreu dias de
Noé e nos dias de Lot. Sendo assim, vejamos: depois do dilúvio, quem foi deixado? Noé e sua família, que eram
exatamente os justos, enquanto os pecadores foram levados. Também nos tempos de Lot, depois que Sodoma e
Gomorra tornaram-se cinzas, quem foi deixado? Lot e suas filhas, os justos, mas os pecadores foram levados.

Em segundo lugar, lembremo-nos do versículo 17 de 1Ts, que diz que aqueles que são “deixados” é que vão ao encontro
de Jesus nos ares, não os que são levados. Ou seja, os justos são deixados para trás. – Em outras palavras, o cristão
deveria desejar ser deixado para trás, para que possa ir ao encontro de Jesus, que irá acompanhá-lo de volta à Terra em
sua segunda e definitiva vinda. – Portanto, não haverá arrebatamento tal e qual tratam publicações como "Left Behind".

Explicação de cada uma das teorias sobre o arrebatamento

Qual a sua versão do arrebatamento? – Você é "pré", "médio/meso" ou "pós? – Se você não sabe como responder a
essa pergunta, você provavelmente é católico. A maioria dos fundamentalistas dentre os ditos "evangélicos" sabe que
essas palavras são sinônimos de pré-tribulação, meso-tribulação e pós-tribulação. Os termos referem-se a quando o
arrebatamento deve ocorrer. Este é um pondo.

O Milênio

Em Apocalipse 20,1-3; 7-8, lemos:


“Vi, então, descer do céu um anjo que tinha na mão a chave do abismo e uma grande algema. Ele apanhou o Dragão,
a primitiva Serpente, que é o Demônio e Satanás, e o acorrentou por mil anos. Atirou-o no abismo, que fechou e selou
por cima, para que já não seduzisse as nações, até que se completassem mil anos. Depois disso, ele deve ser solto por
um pouco de tempo. (...) Depois de se completarem mil anos, Satanás será solto da prisão. Sairá dela para seduzir as
nações dos quatro cantos da Terra (Gog e Magog) e reuni-las para o combate. Serão numerosas como a areia do mar.”

O período de mil anos, conforme nos diz o autor sagrado, é o Reinado de Cristo. Esse período é popularmente chamado
de Milênio. O Milênio é o prenúncio do fim do mundo. O capítulo 20 do Apocalipse é interpretado de três maneiras
por diferentes protestantes conservadores: as três escolas de pensamento são chamadas pós-milenismo, amilenismo e
pré-milenismo. Vamos analisá-las brevemente.

Pós-Milenismo

Segundo Loraine Boettner, no seu livro "Millennium, pós-milenismo é “a visão de que as últimas coisas que sustentam
o Reino de Deus estão sendo estendidas no mundo agora, através da pregação do Evangelho e da obra salvadora do
Espírito Santo; que o mundo finalmente está para ser cristianizado, e que o retorno de Cristo ocorrerá no final de um
longo período de justiça e paz, comumente chamado de Milênio".

Esta opinião foi popular entre os protestantes do século XIX, quando o progresso era esperado até mesmo na religião
e antes dos horrores do século XX . Hoje, poucos a mantêm, exceto grupos como os reconstrucionistas cristãos, uma
consequência do movimento conservador presbiteriano.

Comentaristas apontam que o pós-milenismo deve ser distinguido da visão de teólogos liberais e seculares que preveem
melhoria social e até mesmo que o Reino de Deus venha puramente através de meios naturais, ao invés de sobrenaturais.
Pos-milenialistas, no entanto, argumentam que o homem seja incapaz de construir um "paraíso terrestre" por si mesmo;
o Paraíso só virá pela Graça de Deus.

Pos-milenialistas típicos também dizem que o milênio mencionado em Apocalipse 20 deve ser entendido em sentido
figurado e que a expressão “mil anos” não se refere necessariamente a um período fixo de dez séculos, mas a um tempo
indefinidamente longo. Por exemplo, o Salmo 50 (vs. 10) fala da Soberania de Deus sobre tudo o que existe e diz-nos
que Deus é o Dono “do gado sobre milhares de montanhas”, o que não é para ser entendido literalmente. No final do
milênio, aconteceria então a Segunda Vinda, a ressurreição geral dos mortos e o Juízo Final.

O problema com a ‘teoria’ do pós-milenismo é que a Bíblia não descreve que o mundo vivenciará um período de
cristianização completa (ou relativamente completa) antes da Segunda Vinda. Existem inúmeras passagens que falam
da era entre a primeira e a segunda vinda como um momento de grande tristeza e luta para os cristãos. Uma passagem
reveladora é a parábola do trigo e do joio (Mt 13,24-30; 36-43). Nesta, o Cristo declara que os justos e os ímpios serão
ambos plantados e crescerão lado a lado no campo de Deus ('o campo é o mundo', conf. Mt 13,38) até o fim do mundo,
quando serão separados, julgados, e serão ou lançados no fogo do inferno ou herdarão o Reino de Deus (Mt 13,41-43).

Não há nenhuma evidência bíblica de que o mundo acabará por tornar-se totalmente (ou mesmo quase que totalmente)
cristão, mas que sempre haverá um desenvolvimento paralelo dos justos e os ímpios até o Julgamento Final.

Amilenismo

A visão amilenista interpreta Apocalipse 20 simbolicamente, e não vê o Milênio como uma era de ouro terrestre em
que o mundo será totalmente cristianizado, mas como o atual período de reinado de Cristo no Céu e na Terra, através
da sua Igreja (que para os protestantes é apenas o conjunto dos que 'aceitam a Jesus como Senhor e Salvador', espalhados
no mundo). Esta foi a opinião dos chamados "reformadores" protestantes e ainda é a visão mais comum entre os
protestantes tradicionais, embora não seja assim entre a maioria dos chamados "evangélicos" mais novos e as seitas
fundamentalistas.

Amilenistas também acreditam na coexistência do bem e do mal na Terra até ao fim. Para estes, a tensão que existe na
Terra entre os justos e os ímpios será resolvida apenas com a volta do Cristo no fim dos tempos. A idade de ouro do
Milênio seria, ao invés, o Reinado celestial de Cristo com os santos, do qual a Igreja na Terra participa de alguma
forma, embora não da forma gloriosa como será na Segunda Vinda.

Amilenistas salientam que os tronos dos santos que reinarão com Cristo durante o milênio parecem fixados no Céu (Ap
20,4) e que o texto nada diz sobre Cristo na Terra durante esse Reinado com os santos. "Explicam" eles que, embora o
mundo nunca vá ser totalmente cristianizado até a Segunda Vinda, o Milênio não tem efeitos sobre a Terra a que Satanás
está preso, de tal forma que ele não poderá enganar as nações no sentido de dificultar a pregação do Evangelho (Ap
20,3). Eles apontam que Jesus falou da necessidade de “amarrar o homem forte” (Satanás), a fim de saquear a sua casa,
resgatando as pessoas de seu aperto (Mt 12,29).

Quando os discípulos voltaram de uma turnê de pregação do Evangelho, rejubilando-se com a forma como os demônios
estavam sujeitos a eles, Jesus declarou: “Eu vi Satanás cair como um relâmpago” (Lc 10,18). Assim, para o evangelho
avançar em todo o mundo, é necessário que Satanás seja atado em um sentido, mesmo que ele ainda possa estar ativo
(1Pd 5,8).

O Milênio é uma época de ouro não quando comparado com as glórias do porvir, mas em comparação a todas as eras
anteriores da história humana, nas quais o mundo fora engolido em trevas pagãs. Hoje, um terço da raça humana é
cristã, e muitos mais ainda repudiam os ídolos pagãos e abraçam o culto ao Deus de Abraão, Isaac e Israel.

Pré-Milenismo

Em terceiro lugar na lista, há o pré-milenismo, atualmente o mais popular entre os fundamentalistas e ditos
"evangélicos" (ainda que, há um século atrás, fosse o amilenismo). A maioria dos livros escritos sobre o fim dos tempos,
como o de Hal Lindsey, "A Agonia do Grande Planeta Terra", são escritos sob uma perspectiva pré-milenista.

Como os pós-milenistas, os pré-milenistas acreditam que os mil anos sejam uma era de ouro na Terra, durante a qual o
mundo será completamente cristianizado. Ao contrário dos pós-milenistas, acreditam que essa era irá ocorrer após a
Segunda Vinda e não antes, para que Cristo reine fisicamente na Terra durante o Milênio. Eles acreditam que o Juízo
Final só ocorrerá após o fim do Milênio, o que muitos interpretam como um período de exatamente mil anos.
Mas as Escrituras não apoiam a ideia de um período de mil anos entre a Segunda Vinda e o Juízo Final. Cristo declara:
“Porque o Filho do Homem há de vir com os seus anjos na glória de seu Pai, e então retribuirá a cada homem pelo que
ele tem feito” (Mt 16,27), e “Quando o Filho do Homem vier na sua Glória, e todos os anjos com Ele, então, se assentará
em seu Trono glorioso. Diante dEle serão reunidas todas as nações, e Ele separará uns dos outros, como o pastor separa
as ovelhas dos cabritos …. E eles [os bodes] irão para o castigo eterno, mas os justos para a vida eterna" (Mt 25,31-32,
46).

Doutrina do Arrebatamento

Os pré-milenistas muitas vezes dão muita atenção à doutrina do arrebatamento. De acordo com essa doutrina, quando
Cristo voltar, todos os eleitos que morreram serão ressuscitados em seus corpos físicos e transformados a um estado de
glória, junto com os eleitos viventes, e então serão arrebatados para estarem com Cristo. O texto-chave referente ao
arrebatamento é 1Ts 4,16-17, que afirma: “Porque o mesmo Senhor descerá do Céu com um grito de comando, com o
chamado do Arcanjo e com o som da Trombeta de Deus. E os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro, depois nós, os
vivos, que ficam, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, ao encontro do Senhor nos ares, e assim
estaremos para sempre com o Senhor ".

Os pré-milenistas acreditam, assim como praticamente todos os cristãos (exceto alguns pós-milenistas), que a segunda
vinda será precedida por um momento de grande aflição e perseguição do povo de Deus (2Ts 2,1-4). Esse período é
chamado frequentemente a tribulação. Até o século XIX, todos os cristãos concordavam que o arrebatamento, – embora
não fosse chamado assim, – ocorreria imediatamente antes da Segunda Vinda, no final do período de perseguição. Esta
posição hoje é chamada de “pós-tribulacional” porque afirma que o arrebatamento virá depois da tribulação.

John N. Darby
Mas em 1800, alguns começaram a clamar que o arrebatamento ocorrerá antes do período de perseguição. Esta posição,
hoje conhecida como o ponto de vista ”pré-tribulacional”, também foi abraçada por John Nelson Darby, um dos
primeiros líderes de um movimento fundamentalista que ficou conhecido como dispensacionalismo. A visão pré-
tribulacional do arrebatamento de Darby foi então adotada por um homem chamado Cyrus Ingerson Scofield, que
ensinou esta posição nas notas de rodapé de sua Bíblia de Referência Scofield, que foi amplamente distribuída na
Inglaterra e nos Estados Unidos.

C. I. Scofield
Muitos protestantes que leram a chamada "Bíblia de Referência Scofield" aceitaram sem críticas esta sua interpretação
particular, e adotaram a sua visão pré-tribulacional, apesar de que qualquer cristão jamais tivesse ouvido falar de algo
assim nos 1800 anos anteriores de história da Igreja.

Eventualmente, uma terceira posição foi desenvolvida, ficando conhecida como a “meso-tribulacional” ponto de vista
que afirma que o arrebatamento ocorrerá durante o meio da tribulação.

Finalmente, um quarto ponto de vista elaborou que não haverá um arrebatamento único no qual todos os crentes serão
reunidos a Cristo, mas que haverá uma série de "mini-arrebatamentos" que ocorrerão em momentos diferentes com
relação à tribulação. Nem seria preciso esclarecer que toda essa confusão fez com que o movimento se dividisse em
campos mais ou menos radicalmente opostos.

O problema com todas essas posições (exceto o ponto de vista histórico, pós-tribulacional, o qual foi aceito por todos,
inclusive os não pre-milenialistas) é que eles dividem a Segunda Vinda em eventos diferentes. No caso da visão pré-
tribulacionista, acredita-se que Cristo teria três vindas: uma quando nasceu em Belém, uma quando retornará para o
arrebatamento no início da tribulação e uma no final da tribulação, quando estabelece o Milênio. Esse ponto de vista,
de três vindas, parece contrário às Sagradas Escrituras.

Dale Moody
Os problemas com a visão pré-tribulacional são evidenciados pelo teólogo (e pré-milenista) batista Dale Moody, que
escreveu:… “A crença em um arrebatamento pré-tribulacional contradiz todos os três capítulos do Novo Testamento
que mencionam a tribulação e o arrebatamento juntos (Mc 13,24-27; Mt 24,26-31; 2Ts 2,1-12). A teoria é tão falida
biblicamente que a habitual defesa é feita através de três passagens que não chegam a mencionar uma tribulação (Jo
14,3; 1Ts 4,17; 1Cor 15,52)". Estas são passagens mais importantes, mas elas não dizem uma palavra sobre um
arrebatamento pré-tribulacional. A pontuação é de três a zero, três passagens que ensinam um arrebatamento pós-
tribulacional e três que não dizem nada sobre o assunto.

Compreendendo o Arrebatamento a Partir de uma Perspectiva Estritamente Bíblica

Autor: Jeremy James, agosto de 2011.

Introdução

Este estudo foi compilado para ajudar os cristãos a adquirirem uma compreensão baseada na Bíblia do evento
conhecido como Arrebatamento. Embora não defenda uma posição específica — Arrebatamento Pré-Tribulação,
Arrebatamento no Meio da Tribulação ou Arrebatamento Pós-Tribulação — o estudo enfoca principalmente a
primeira delas, pois a maioria dos argumentos em suporte às duas outras posições é determinada em grande parte pela
interpretação que se dá às passagens das Escrituras que são usadas para suportar a posição pré-tribulacionista.

Ele não defende uma posição específica — Arrebatamento Pré-Tribulação, Arrebatamento no Meio da Tribulação ou
Arrebatamento Pós-Tribulação — mas enfoca principalmente a primeira delas

Definição do Arrebatamento

O "Arrebatamento" é uma interpretação baseada em diversas passagens das Escrituras que profetizam que todos os
crentes salvos (distintos dos membros não-salvos da igreja professa) que estiverem vivos no tempo em que o evento
ocorrer, serão tomados nos ares para se encontrarem com Cristo, receberão corpos glorificados e incorruptíveis e
habitarão a partir daí com Cristo no reino celestial. O Arrebatamento será seguido, aparentemente no mesmo dia, pela
ressurreição de todos os cristãos fiéis que morreram em Cristo.
Principais Referências ao Arrebatamento nas Escrituras

As duas principais passagens nas Escrituras referentes ao Arrebatamento são as seguintes:

"Não quero, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais, como os
demais, que não têm esperança. Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus
dormem, Deus os tornará a trazer com ele. Dizemo-vos, pois, isto, pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos
vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem. Porque o mesmo Senhor descerá do céu com
alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro.
Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos
ares, e assim estaremos sempre com o Senhor. Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras." [1
Tessalonicenses 4:13-18].

"Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados; num
momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão
incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque convém que isto que é corruptível se revista da
incorruptibilidade, e que isto que é mortal se revista da imortalidade. E, quando isto que é corruptível se revestir da
incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então cumprir-se-á a palavra que está escrita:
Tragada foi a morte na vitória. Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória? Ora, o aguilhão
da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. Mas graças a Deus que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus
Cristo. Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que
o vosso trabalho não é vão no Senhor." [Coríntios 15:51-58].

A Palavra "Arrebatamento"

A palavra grega que foi traduzida como "arrebatamento" é harpazo, que significa no original "tomar de forma súbita",
ou "arrancar" (Concordância de Strong, G726). Em outras partes da Bíblia, essa palavra foi traduzida como:

apanhar: 4 vezes

tomar à força: 3 vezes

arrancar: 2 vezes

pegar: 1 vez

puxar: 1 vez

Precedentes ou Tipos do Arrebatamento

Existem vários precedentes para o arrebatamento — a transladação de Enoque, a transladação de Elias, a ressurreição
e ascensão de Cristo, a ressurreição e ascensão das Duas Testemunhas no livro do Apocalipse, e a transladação de
Filipe (que apenas foi transferido para outro local na Terra). Com relação a esta última, Atos 8:39 diz: "E, quando
saíram da água, o Espírito do Senhor arrebatou a Filipe, e não o viu mais o eunuco; e, jubiloso, continuou o seu
caminho."

A mesma palavra, harpazo, é usada em relação a Filipe. De acordo com Atos 8:40, "E Filipe se achou em Azoto e,
indo passando, anunciava o evangelho em todas as cidades, até que chegou a Cesaréia." Azoto também era conhecida
como Asdode e está situada a aproximadamente 48 km de Gaza.
Dois episódios no Velho Testamento também prefiguram o Arrebatamento, retratando a remoção dos justos por
intervenção divina — Noé e sua família e Ló e sua família. É interessante observar que esses eventos envolveram
famílias, exatamente como os irmãos (um corpo) que constituem a igreja cristã.

O Arrebatamento Como Parte da Doutrina Cristã

O Arrebatamento foi identificado como um princípio distinto da doutrina cristã no Novo Testamento. O verso 51 de 1
Coríntios 15 diz: "Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos
transformados." Isto signfica que os cristãos que estiverem vivos no momento do Arrebatamento não experimentarão
a morte, mas receberão corpos imortais.

O Arrebatamento é um evento que deveria ser desejado ansiosamente pelos cristãos. A Bíblia termina com as
seguintes palavras: "E o Espírito e a esposa dizem: Vem. E quem ouve, diga: Vem. E quem tem sede, venha; e quem
quiser, tome de graça da água da vida... Aquele que testifica estas coisas diz: Certamente cedo venho. Amém. Ora
vem, Senhor Jesus." [Apocalipse 22:17,20].

Referências Feitas por Cristo ao Arrebatamento

Acredita-se que Cristo estava se referindo ao Arrebatamento quando disse: "E não o perceberam, até que veio o
dilúvio, e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do homem. Então, estando dois no campo, será
levado um, e deixado o outro; estando duas moendo no moinho, será levada uma, e deixada outra." [Mateus 24:39-
41].

Ao se referir aos eventos calamitosos do fim dos tempos, o Messias confirmou que alguns cristãos fiéis escaparão da
ira que virá e "estarão em pé diante do Filho do Homem", isto é, diante do próprio Cristo em Seu estado glorificado:
"Vigiai, pois, em todo o tempo, orando, para que sejais havidos por dignos de evitar todas estas coisas que hão de
acontecer, e de estar em pé diante do Filho do homem." [Lucas 21:36]. Como Cristo não estará na Terra durante a
maior parte da Tribulação, os cristãos fiéis referidos precisarão ser tomados vivos (e de forma milagrosa) da Terra de
modo a estar diante de Cristo.

O Arrebatamento e a Segunda Vinda São Dois Eventos Separados

Surge muita confusão quando os eruditos bíblicos deixam de distinguir entre o Arrebatamento e a Segunda Vinda. As
Escrituras deixam bem claro que esses são dois eventos distintos, separados por um período não especificado de
tempo:

O Arrebatamento Como um Evento Distinto

No Arrebatamento, Cristo não retorna até a superfície da Terra, mas pega os cristãos fiéis nos ares, levando-os
diretamente até os céus:

"E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver
estejais vós também." [João 14:3].

Além disso, o apóstolo Paulo escreveu:

"Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos
ares, e assim estaremos sempre com o Senhor." [1 Tessalonicenses 4:17].

No Arrebatamento, haverá a ressurreição de todos os fiéis da Época da Igreja, que tinham já morrido antes daquele
instante:
"Num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos
ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque convém que isto que é corruptível se revista da
incorruptibilidade, e que isto que é mortal se revista da imortalidade." [1 Coríntios 15:52-53].

"Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que
morreram em Cristo ressuscitarão primeiro." [1 Tessalonicenses 4:16].

No Arrebatamento, os corpos dos cristãos fiéis vivos (como também os corpos dos que ressuscitarem)
instantaneamente se tornarão imortais:

"Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados; num
momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão
incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque convém que isto que é corruptível se revista da
incorruptibilidade, e que isto que é mortal se revista da imortalidade." [1 Coríntios 15:51-53].

"Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos
ares, e assim estaremos sempre com o Senhor." [1 Tessalonicenses 4:17].

No dia do Arrebatamento a Terra estará em um estado de relativa tranquilidade e ninguém estará esperando o
julgamento de Deus:

"E, como aconteceu nos dias de Noé, assim será também nos dias do Filho do homem. Comiam, bebiam, casavam, e
davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio, e os consumiu a todos. Como
também da mesma maneira aconteceu nos dias de Ló: Comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e
edificavam; mas no dia em que Ló saiu de Sodoma choveu do céu fogo e enxofre, e os consumiu a todos. Assim será
no dia em que o Filho do homem se há de manifestar." [Lucas 17:26-30].

Este foi o caso até o dia em que Noé entrou na arca e no dia em que Ló partiu da cidade de Sodoma. As Escrituras
também dizem que o Arrebatamento poderá ocorrer a qualquer momento:

"Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu, mas unicamente meu Pai... Por isso, estai vós
apercebidos também; porque o Filho do homem há de vir à hora em que não penseis." [Mateus 24:36 e 44].

No tempo do Arrebatamento, a igreja professa estará adormecida e haverá pouca expectativa geral quanto ao retorno
do Senhor:

"E, tardando o esposo, tosquenejaram todas, e adormeceram." [Mateus 25:5].

"Vigiai, pois, porque não sabeis quando virá o senhor da casa; se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se pela
manhã, para que, vindo de improviso, não vos ache dormindo." [Marcos 13:35-36].

A Segunda Vinda Como um Evento Distinto


Na Segunda Vinda, Cristo retorna para reinar tanto sobre Israel quanto sobre todo o mundo, assentado no trono de
Davi, em Jerusalém:

"E naquele dia estarão os seus pés sobre o monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o oriente; e o
monte das Oliveiras será fendido pelo meio, para o oriente e para o ocidente, e haverá um vale muito grande; e
metade do monte se apartará para o norte, e a outra metade dele para o sul." [Zacarias 14:4].

"Este será grande, e será chamado filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai; e reinará
eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim." [Lucas 1:32-33].

Na Segunda Vinda, a ressurreição dos mortos, que é referenciada no livro do Apocalipse, somente ocorre depois que
o Anticristo é derrotado. Os mortos aqui referidos são aqueles que vieram a Cristo durante o período da Tribulação e
que foram martirizados pela sua fé:

"E vi tronos; e assentaram-se sobre eles, e foi-lhes dado o poder de julgar; e vi as almas daqueles que foram
degolados pelo testemunho de Jesus, e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta, nem a sua imagem, e não
receberam o sinal em suas testas nem em suas mãos; e viveram, e reinaram com Cristo durante mil anos. Mas os
outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram. Esta é a primeira ressurreição. Bem-aventurado e
santo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte; mas serão sacerdotes
de Deus e de Cristo, e reinarão com ele mil anos." [Apocalipse 20:4-6].

Esta passagem das Escrituras está descrevendo os dois grupos que formam "a primeira ressurreição", isto é (1) os
santos apanhados no Arrebatamento (tanto os cristãos vivos quanto os cristãos que já passaram pela morte) e (2) os
fiéis que foram martirizados durante a Tribulação. (Alguns eruditos bíblicos acreditam que a ressurreição dos mortos,
que ocorre imediatamente antes do Arrebatamento, também incluirá os santos do Velho Testamento.).

Na Segunda Vinda Todos os Santos da Época da Igreja Retornarão à Terra com Cristo:

"E naquele dia estarão os seus pés sobre o monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o oriente; e o
monte das Oliveiras será fendido pelo meio, para o oriente e para o ocidente, e haverá um vale muito grande; e
metade do monte se apartará para o norte, e a outra metade dele para o sul. E fugireis pelo vale dos meus montes, pois
o vale dos montes chegará até Azel; e fugireis assim como fugistes de diante do terremoto nos dias de Uzias, rei de
Judá. Então virá o SENHOR meu Deus, e todos os santos contigo." [Zacarias 14:4-5].

"E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco; e o que estava assentado sobre ele chama-se Fiel e Verdadeiro; e julga e
peleja com justiça. E os seus olhos eram como chama de fogo; e sobre a sua cabeça havia muitos diademas; e tinha
um nome escrito, que ninguém sabia senão ele mesmo. E estava vestido de uma veste salpicada de sangue; e o nome
pelo qual se chama é a Palavra de Deus. E seguiam-no os exércitos no céu em cavalos brancos, e vestidos de linho
fino, branco e puro." [Apocalipse 19:11-14].

Os exércitos referidos aqui não podem ser somente de anjos, pois é feita uma referência às vestes dos santos ("linho
fino, branco e puro"). Portanto, o Arrebatamento precisa ter ocorrido antes da Segunda Vinda e precisa constituir um
evento completamente separado.

Na Segunda Vinda o mundo está se aproximando do fim da maior aflição da história, em que muitos milhões
morrerão de fome, nas guerras e por doenças, e toda a Terra ficará exposta a uma terrível devastação: "Porque haverá
então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco há de haver." [Mateus
24:21]. Cada um dos selos descritos no livro do Apocalipse já terá sido aberto antes do Senhor vir para destruir o
Anticristo.

O Argumento Pré-Tribulacionista

Iremos agora considerar as várias evidências, tanto do Velho quanto do Novo Testamento, que são frequentemente
citadas em suporte à posição pré-tribulacionista:

1. Conforto

"Porque eles mesmos anunciam de nós qual a entrada que tivemos para convosco, e como dos ídolos vos convertestes
a Deus, para servir o Deus vivo e verdadeiro, e esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou dentre os mortos, a
saber, Jesus, que nos livra da ira futura." [1 Tessalonicenses 1:9-10].

Ser poupado da ira futura significa não precisar passar pelas provações da Tribulação.

"Mas, irmãos, acerca dos tempos e das estações, não necessitais de que se vos escreva... Porque Deus não nos
destinou para a ira, mas para a aquisição da salvação, por nosso Senhor Jesus Cristo." [1 Tessalonicenses 5:1,9].

Esta é a promessa que os cristãos fiéis não terão de enfrentar a ira do "dia do Senhor".

"Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras." [1 Tessalonicenses 4:18].

O arrebatamento somente pode ser um conforto se ocorrer antes da Tribulação:

"Estejam cingidos os vossos lombos, e acesas as vossas candeias. E sede vós semelhantes aos homens que esperam o
seu senhor, quando houver de voltar das bodas, para que, quando vier, e bater, logo possam abrir-lhe." [Lucas 12:35-
36].

Isto instrui os cristãos a estarem prontos para o retorno de Cristo, o que pode ocorrer a qualquer momento.

2. Evitar a Ira

"Porque virá como um laço sobre todos os que habitam na face de toda a terra. Vigiai, pois, em todo o tempo, orando,
para que sejais havidos por dignos de evitar todas estas coisas que hão de acontecer, e de estar em pé diante do Filho
do homem." [Lucas 21:35-36].

A Tribulação será a expressão final da ira de Deus. Para ser considerado digno de escapar de todas essas coisas, é
necessário estar separado de todos "aqueles que habitam na face da terra."

Para essa promessa ser corretamente cumprida, o Arrebatamento precisa ocorrer antes do período da ira começar.

3. O Espírito Santo Exerce um Poder de Restrição


"Porque já o mistério da injustiça opera; somente há um que agora resiste até que do meio seja tirado; e então será
revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca, e aniquilará pelo esplendor da sua vinda." [2
Tessalonicenses 2:7-8].

O Espírito Santo, que habita nos santos da igreja desde o dia de Pentecostes e que restringe o poder da iniquidade e a
criminalidade, será retirado do caminho. Essa retirada do poder de restrição do Espírito Santo — que ocorrerá junto
com o Arrebatamento da igreja — será necessária para que o Anticristo possa seguir seu curso de ações sem enfrentar
obstáculos.

4. A Igreja

A igreja não é vista nem mencioada no Apocalipse entre o fim do capítulo 3 e o início do capítulo 19. Isto deve
implicar que a igreja estará fora deste mundo durante o período da Tribulação descrito nos capítulos 4-18.

5. Sinais

A Segunda Vinda de Cristo (quando Ele derrota o Anticristo) é precedida por sinais muito específicos, conforme
delineados em Mateus 24 e em outros lugares. Entretanto, o arrebatamento dos santos da Época da Igreja pode
ocorrer a qualquer tempo, sem advertências ou sinais. Isto implica que o Arrebatamento ocorre antes da Segunda
Vinda e antes dos sinais que inauguram o período da Tribulação.

6. O Velho Testamento

O Velho Testamento não faz qualquer declaração profética sobre a Época da Igreja. "Eis aqui vos digo um mistério:
Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados; num momento, num abrir e fechar de olhos,
ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos
transformados." [1 Coríntios 15:51-52]. A Época da Igreja é descrita como um "mistério" porque ela não tinha sido
revelada anteriormente. Se a igreja ainda estivesse envolvida nos eventos da Tribulação, era de se esperar que esse
fato importante aparecesse em alguma parte nas profecias no Velho Testamento, mas aparentemente não aparece.

É feita uma referência à "última trombeta". As trombetas de prata e as buzinas de chifres de carneiro (shofar) eram
usados em dias solenes e santificados, as Festas do Senhor: "Tocai a trombeta na lua nova, no tempo apontado da
nossa solenidade. Porque isto era um estatuto para Israel, e uma lei do Deus de Jacó." [Salmos 81:3-4].

Nessas ocasiões, as trombetas soavam muitas vezes, não apenas uma única vez. A "última trombeta" pode implicar o
sonido repetido do shofar, a buzina de chifre de carneiro, na ressurreição da igreja. O sonido repetido da buzina de
chifre de carneiro na queda de Jericó é uma possível prefiguração deste evento. Um dos primeiros toques da trombeta
pode chamar todos aqueles que morreram em Cristo ("os santos em Cristo ressuscitarão primeiro"), enquanto que a
"última trombeta" poderá chamar todos os cristãos fiéis que viverem naquele tempo.

7. Os Gentios

"Porque não quero, irmãos, que ignoreis este segredo (para que não presumais de vós mesmos): que o endurecimento
veio em parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado." [Romanos 11:25].

A "cegueira" de Israel persistirá até que a "plenitude dos gentios" (isto é, o tempo ou o número total de gentios) tenha
se completado. O relógio profético, com relação às profecias do Antigo Testamento sobre o fim dos tempos, está
parado (como o sol parou no céu, em Josué 10:13) e não voltará a operar até que o tempo dos gentios tenha atingido
sua "plenitude" com o Arrebatamento. A Grande Tribulação é para Israel e seus inimigos (a igreja não é inimiga de
Israel).
8. Perseverar Até o Fim

Os cristãos nascidos de novo são selados com o Espírito Santo. A salvação deles não é determinada por obras de
qualquer tipo. Portanto, quando o Senhor diz: "Mas aquele que perseverar até ao fim será salvo." [Mateus 24:13] —
um verso-chave no capítulo da Tribulação — Ele está se referindo àqueles que se converterem a Cristo durante a
Tribulação, não àqueles que foram salvos durante a Época da Igreja. Isto implica que o Espírito Santo deixará a Terra
e não mais "selará" os novos convertidos durante a Tribulação.

Aparentemente, para ser salvo durante a Tribulação, será necessário perseverar até o fim. Os 144.000 serão selados
por um anjo e o Espírito Santo não é mencionado:

"E vi outro anjo subir do lado do sol nascente, e que tinha o selo do Deus vivo; e clamou com grande voz aos quatro
anjos, a quem fora dado o poder de danificar a terra e o mar." [Apocalipse 7:2].

9. Israel Como Testemunha para o Mundo

A testemunha de Deus durante a Tribulação é Israel, não a igreja. Seria extraordinário se a igreja estivesse na Terra
durante a Tribulação e não fosse mencionada uma única vez sequer nos capítulos 4-18 do Apocalipse. Os 144.000 são
testemunhas para o mundo, provenientes das doze tribos de Israel (exceto a tribo de Dã). Eles não são cristãos fiéis da
Época da Igreja.

10. Vingança

"E clamavam com grande voz, dizendo: Até quando, ó verdadeiro e santo Dominador, não julgas e vingas o nosso
sangue dos que habitam sobre a terra?" [Apocalipse 6:10].

Esta é a oração dos santos nos céus, ou seja "as almas dos que foram mortos por amor da palavra de Deus e por amor
do testemunho que deram". Isto significa que eles são os santos da nação de Israel que vieram ao Senhor durante a
Tribulação e estão pedindo vingança. Os santos da Época da Igreja não fariam esse tipo de oração, pois estariam
familiarizados e obedeceriam à ordem de Jesus Cristo para armarmos nossos inimigos.

11. Os Vinte e Quatro Anciãos

Os 24 anciãos no livro do Apocalipse são de significado especial. Antes dos eventos da Tribulação começarem, eles
estão assentados sobre 24 tronos (não simples cadeiras) e têm coroas de vitória sobre suas cabeças. A coroa foi dada
pelo Senhor como um galardão aos justos no dia do Julgamento: "Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a
qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua
vinda." [2 Timóteo 4:8]. A expressão "naquele dia" refere-se ao Dia de Cristo, quando Ele vier para os Seus. "Bem-
aventurado o homem que sofre a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem
prometido aos que o amam." [Tiago 1:12].

Acredita-se que os 24 anciãos sejam representantes tanto da Igreja Arrebatada quanto daqueles que ressuscitaram em
Cristo. O fato de usarem coroas significa que eles já passaram pelo Arrebatamento/Ressurreição e foram julgados
pelo Senhor. Eles não são anjos, pois não há sugestão em parte alguma das Escrituras que os anjos usem coroas ou
recebam galardões. A natureza representativa dos 24 anciãos é prefigurada pela indicação de 24 anciãos pelo rei
Davi, para representarem todo o sacerdócio levítico: "A vigésima terceira a Delaías, a vigésima quarta a Maazias. O
ofício destes no seu ministério era entrar na casa do Senhor, segundo lhes fora ordenado por Arão seu pai, como o
SENHOR Deus de Israel lhe tinha mandado." [1 Crônicas 24:18-19].

12. As Duas Testemunhas


As duas testemunhas em Jerusalém são as duas oliveiras mencionadas por Zacarias: "E, por cima dele, duas oliveiras,
uma à direita do vaso de azeite, e outra à sua esquerda." [Zacarias 4:3] e são referenciadas novamente de forma
similar no livro do Apocalipse: "Estas são as duas oliveiras e os dois castiçais que estão diante do Deus da terra."
[Apocalipse 11:4]. As duas testemunhas estarão vestidas de saco (o que é encontrado somente no Velho Testamento e
nunca no Novo) e fazem cair inflamantes julgamentos sobre os inimigos de Israel. (Isto também é apropriado para o
fiéis do Velho Testamento, mas não para os cristãos do Novo Testamento.) As duas testemunhas marcam o reinício
do julgamento do Velho Testamento, que não está associado com a Época da Igreja. Isto sugere fortemente que a
igreja já terá deixado este mundo no tempo em que as duas testemunhas aparecerem.

13. Noé e Sua Família

Os oito justos que vivam na Terra foram preservados na Arca durante o dilúvio. Eles também foram "elevados acima"
do julgamento que caiu sobre todo o mundo. A Arca estava coberta por dentro e por fora com betume. A palavra
hebraica para betume, kaphar, ocorre 102 vezes no Velho Testamento e em virtualmente todos os outros casos é
traduzida como "expiação" [Concordância de Strong, H3722]. Foi por meio da expiação de Cristo (que haveria de
ocorrer no futuro) que a família do justo Noé foi preservada da ira de Deus.

14. Ló e Sua Família

O pequeno número de justos que vivia na região de Sodoma e Gomorra (Ló e seus familiares) também foi removido
da cena por intervenção divina antes do julgamento ser executado.

15. A Angústia de Jacó

A Tribulação é o tempo da "angústia de Jacó", quando os filhos de Israel finalmente encontram libertação da
servidão, após um período de grandes provações:

"Ah! porque aquele dia é tão grande, que não houve outro semelhante; e é tempo de angústia para Jacó; ele, porém,
será salvo dela. Porque será naquele dia, diz o SENHOR dos Exércitos, que eu quebrarei o seu jugo de sobre o teu
pescoço, e quebrarei os teus grilhões; e nunca mais se servirão dele os estrangeiros. Mas servirão ao SENHOR, seu
Deus, como também a Davi, seu rei, que lhes levantarei." [Jeremias 30:7-9].

Esta descrição marca a Tribulação como um evento específico para Israel, não para a igreja.

16. Oração

Se a igreja estivesse ainda na Terra durante a Tribulação, ela alertaria o mundo a respeito da identidade do Anticristo
e de toda a grande enganação que ele está orquestrando. A igreja também oraria fervorosamente para anular as obras
do Anticristo e criaria grandes obstáculos na tentativa dele de implementar seu programa mortal de enganação e de
destruições. Como o livro do Apocalipse nos diz que o Anticristo será bem-sucedido e não terá impedimentos em
suas obras até a Segunda Vinda de Cristo, é razoável concluir que a igreja não estará aqui neste mundo durante a
Tribulação.

17. Os 144.000 Israelitas Selados

"Porque os judeus pedem sinal, e os gregos buscam sabedoria." [1 Coríntios 1:22]. Portanto, que sinal os 144 mil
receberão? Esses homens precisarão passar por uma transformação espiritual extraordinária para se converterem do
Judaísmo para Cristo, todos virtualmente ao mesmo tempo, e se tornarem missionários ardorosos que testemunhem
pelo mundo inteiro. O Arrebatamento da igreja poderá ser esse sinal. O súbito e inexplicável desaparecimento de
milhões de cristãos nascidos de novo, bem como de milhares de judeus convertidos ao Cristianismo (conhecidos
como judeus messiânicos), acionará esse evento espetacular. Isto precisará ocorrer bem no início da Tribulação para
que os 144 mil tenham tempo suficiente para evangelizarem o mundo inteiro e levarem muitos a Cristo.
Os detalhes relacionados com o arrebatamento e transladação de Elias são de particular significado, pois prefiguram o
contexto mais amplo dentro do qual o Arrebatamento do fim dos tempos ocorrerá:

"Então Elias tomou a sua capa e a dobrou, e feriu as águas, as quais se dividiram para os dois lados; e passaram
ambos em seco. Sucedeu que, havendo eles passado, Elias disse a Eliseu: Pede-me o que queres que te faça, antes que
seja tomado de ti. E disse Eliseu: Peço-te que haja porção dobrada de teu espírito sobre mim. E disse: Coisa difícil
pediste; se me vires quando for tomado de ti, assim se te fará, porém, se não, não se fará. E sucedeu que, indo eles
andando e falando, eis que um carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou um do outro; e Elias subiu ao céu num
redemoinho. O que vendo Eliseu, clamou: Meu pai, meu pai, carros de Israel, e seus cavaleiros! E nunca mais o viu;
e, pegando as suas vestes, rasgou-as em duas partes. Também levantou a capa de Elias, que dele caíra; e, voltando-se,
parou à margem do Jordão. E tomou a capa de Elias, que dele caíra, e feriu as águas, e disse: Onde está o SENHOR
Deus de Elias? Quando feriu as águas elas se dividiram de um ao outro lado; e Eliseu passou. Vendo-o, pois, os filhos
dos profetas que estavam defronte em Jericó, disseram: O espírito de Elias repousa sobre Eliseu. E vieram-lhe ao
encontro, e se prostraram diante dele em terra." [2 Reis 2:8-15].

Eliseu pediu que houvesse porção dobrada do espírito de Elias sobre ele. Elias disse que aquele pedido era difícil,
mas que seria atendido se Eliseu o visse ser "tomado". Isto aponta para o chocante reconhecimento por parte dos
144.000 do significado espiritual do Arrebatamento, quando milhões de cristãos nascidos de novo, bem como
milhares de judeus messiânicos serão removidos deste mundo. Quando esses 144.000 virem o sinal, serão
despertados para a verdade do Evangelho e serão salvos, de modo que um grande derramamento do Espírito virá
sobre eles. Exatamente como Eliseu apanhou o manto de Elias e deu continuidade à tarefa que seu mentor tinha
deixado para trás, assim também o remanescente salvo de Israel apanhará o manto da igreja e dará continuidade à
obra do Senhor.

Duas outras passagens nas Escrituras confirmam a bênção especial que o remanescente salvo de Israel receberá
durante o grande despertar no fim dos tempos. Ambos aparecem em capítulos proféticos relacionados com a Segunda
Vinda e suas implicações para Israel:

"Voltai à fortaleza, ó presos de esperança; também hoje vos anuncio que vos restaurarei em dobro." [Zacarias 9:12].

"Porém vós sereis chamados sacerdotes do Senhor, e vos chamarão ministros de nosso Deus; comereis a riqueza dos
gentios, e na sua glória vos gloriareis. Em lugar da vossa vergonha tereis dupla honra; e em lugar da afronta
exultareis na vossa parte; por isso na sua terra possuirão o dobro, e terão perpétua alegria." [Isaías 61:6-7].

18. As Bodas do Cordeiro

O livro do Apocalipse diz claramente que as bodas de Cristo com Sua noiva, a igreja, ocorrem no céu antes de Cristo
retornar à Terra na Segunda Vinda para derrotar o Anticristo:

"Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe glória; porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se
aprontou. E foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são as justiças dos
santos. E disse-me: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro... E vi o céu
aberto, e eis um cavalo branco; e o que estava assentado sobre ele chama-se Fiel e Verdadeiro; e julga e peleja com
justiça. E os seus olhos eram como chama de fogo; e sobre a sua cabeça havia muitos diademas; e tinha um nome
escrito, que ninguém sabia senão ele mesmo. E estava vestido de uma veste salpicada de sangue; e o nome pelo qual
se chama é a Palavra de Deus." [Apocalipse 19:7-13].

Isto mostra que o Arrebatamento e a Segunda Vinda são dois eventos separados. Isto também implica que o
Arrebatamento precisa ter ocorrido bem antes da Segunda Vinda. Sabemos isto porque a Bíblia traça um paralelo
claro entre a tradição judaica do compromisso, noivado e casamento e os preparativos feitos por Cristo, antevendo
Seu casamento com a igreja.

O "compromisso" de Cristo com sua noiva ocorreu antes da fundação do mundo — "Como também nos elegeu nele
antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor." [Efésios 1:4]. Ele
reivindicou Sua noiva legalmente por meio do noivado em Sua primeira vinda e depois foi preparar um lugar para
ela. O dote é pago na ocasião do noivado: "Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso
corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus." [1 Coríntios 6:20].

Cristo prometeu vir novamente e levar Sua igreja para o lar que preparou para ela. De acordo com o costume judaico
nos tempos bíblicos, o noivo ia de surpresa à casa da noiva após um intervalo de um ano, ou pouco mais, e a chamava
para se apresentar para ele — a data nunca era especificada previamente. Ele chegava durante a noite, com o sonido
de trombetas. A parábola das Dez Virgens parece descrever as cinco que estavam prontas e, assim, preparadas para o
Arrebatamento, enquanto que as outras cinco, que não estavam prontas, mas que dormiram, perderam o
Arrebatamento.

As cinco virgens sábias representam a igreja verdadeira, enquanto que as cinco néscias (que não estavam cheias com
o Espírito Santo) representam a igreja dos cristãos professos, porém que não são salvos. Na cerimônia formal de
noivado, que tinha reconhecimento e implicações jurídicas, a noiva e o noivo selavam seu noivado bebendo vinho no
mesmo cálice. Eles não beberiam novamente, até que se casassem.

Durante o período aproximado de um ano de noivado, a noiva trabalhava na confecção de suas vestes nupciais.
Enquanto isso, o noivo, que vivia na casa de seu pai, construia aquilo que era tradicionalmente conhecido como
"pequena mansão" — um ou mais cômodos construídos na casa do pai, onde o casal viveria junto depois de casado.

"Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se
não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e
vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também. Mesmo vós sabeis para onde vou, e
conheceis o caminho." [João 14:1-4].

Enquanto o noivo trabalhava na construção da "pequena mansão", seu pai controlava todo o processo. Somente o pai
do noivo tinha a autoridade para determinar quando a "pequena mansão" estava pronta e quando o tempo tinha
finalmente chegado para seu filho ir e buscar sua noiva.

Quando o noivo retornava com sua noiva, a festa nupcial começava. Tradicionalmente, a festa toda durava sete dias e
era um tempo de grande alegria e comemoração. A terceira fase do processo de casamento, após o noivado e as
núpcias, era a consumação. Isto representa Cristo e Sua noiva vivendo juntos em uma abençoada união por toda a
eternidade.

O Argumento Pós-Tribulacionista

A maior parte dos argumentos para um Arrebatamento Pós-Tribulação está baseada em uma interpretação alternativa
de passagens das Escrituras já citadas nas seções anteriores. Em particular, os defensores do Arrebatamento Pós-
Tribulação parecem não aceitar os argumentos apresentados na seção intitulada "O Arrebatamento e a Segunda Vinda
São Dois Eventos Separados". Eles também chamam a atenção para certas passagens das Escrituras, como seguem:

1. De acordo com esta escola de pensamento, a Segunda Vinda é um evento único e definitivo. Cristo não pode vir e
tomar Sua noiva e depois vir novamente para lidar com o Anticristo. Se os santos que retornam com Ele à Terra são
exclusivamente aqueles (vivos e mortos) que foram levados no Arrebatamento, então é preciso levar em conta as
diferenças entre as seguintes passagens das Escrituras:
"E, logo depois da aflição daqueles dias, o sol escurecerá, e a lua não dará a sua luz, e as estrelas cairão do céu, e as
potências dos céus serão abaladas. Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra se
lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória. E ele enviará os
seus anjos com rijo clamor de trombeta, os quais ajuntarão os seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra
extremidade dos céus." [Mateus 24:29-31].

"Ora, naqueles dias, depois daquela aflição, o sol se escurecerá, e a lua não dará a sua luz. E as estrelas cairão do céu,
e as forças que estão nos céus serão abaladas. E então verão vir o Filho do homem nas nuvens, com grande poder e
glória. E ele enviará os seus anjos, e ajuntará os seus escolhidos, desde os quatro ventos, da extremidade da terra até a
extremidade do céu." [Marcos 13:24-27].

A segunda descrição inclui as palavras "extremidades da Terra", enquanto a primeira não.

2. As Escrituras se referem especificamente ao sonido da última trombeta, momento em que o Arrebatamento


ocorrerá.

"Num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos
ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados." [1 Coríntios 15:52].

O sonido da última trombeta implica que houve sonidos anteriores e pode ser considerado como uma referência aos
sete julgamentos das trombetas no livro do Apocalipse. Em caso afirmativo, então o Arrebatamento ocorre em um
estágio avançado da Grande Tribulação.

3. A referência à "primeira ressurreição" é feita em Apocalipse 20, após a Segunda Vinda. Não há razão para
acreditar que ela estipule um evento do tipo Arrebatamento antes da Tribulação:

"E vi tronos; e assentaram-se sobre eles, e foi-lhes dado o poder de julgar; e vi as almas daqueles que foram
degolados pelo testemunho de Jesus, e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta, nem a sua imagem, e não
receberam o sinal em suas testas nem em suas mãos; e viveram, e reinaram com Cristo durante mil anos. Mas os
outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram. Esta é a primeira ressurreição." [Apocalipse 20:4-5].

O Argumento do Arrebatamento na Metade da Tribulação

A posição conhecida como Arrebatamento Antes da Ira, ou Arrebatamento em um Ponto Mediano na Tribulação vê a
igreja passando pela primeira metade do período da Tribulação, mas evitando a segunda metade, que é conhecida
como Grande Tribulação, quando as forças totais do Anticristo serão liberadas.

A maior parte do argumento dos defensores dessa interpretação baseia-se na crença que as "dores do parto" às quais
Jesus Cristo se referiu e que a igreja experimentará, ocorrem na primeira metade do período de sete anos da
Tribulação. Neste sentido, eles acreditam que a igreja escapará da Tribulação via Arrebatamento, mas interpretam a
Tribulação no sentido real como um período mais curto do que sete anos. Referindo-se ao Anticristo, Daniel 7:25 diz:

"E proferirá palavras contra o Altíssimo, e destruirá os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e a lei; e
eles serão entregues na sua mão, por um tempo, e tempos, e a metade de um tempo."
A vasta maioria dos eruditos bíblicos aceita que a expressão "um tempo, e tempos, e metade de um tempo" signifique
um período de três anos e meio (um ano, mais dois anos, mais metade de um ano). Se os "santos" a quem Daniel está
se referindo significam a igreja, então, argumenta-se, o Arrebatamento ocorre na metade do período de sete anos da
Tribulação.

ESCATOLOGIA - Doutrina das últimas coisas.

15-05-2014 00:00

Em relação à volta do Senhor Jesus, a única unanimidade que há entre os teólogos é que ela acontecerá. Nos demais
aspectos, são várias correntes defendidas. Cada um com sua teoria e opinião.

É praticamente impossível definir como será a volta do Senhor e os demais acontecimentos dos últimos dias. São os
mistérios do Senhor!

A seguir, transcrevo as principais correntes defendidas pelos teólogos.

Os assuntos são:

I - A SEGUNDA VINDA DE CRISTO

II- O ARREBATAMENTO DA IGREJA

III- A TRIBULAÇÃO

IV- O MILÊNIO

V- OS JUÍZOS FUTUROS

VI- AS RESSURREIÇÕES

I - A SEGUNDA VINDA DE CRISTO

A. Posição Pós-milenista.

1- Significado:

A segunda vinda de Cristo se dará depois do milênio.

2- Ordem dos acontecimentos:

A parte final da Era da Igreja (i.e.. Os seus últimos mil anos) é o Milênio, que será uma época de paz e abundância
promovida pelos esforços da igreja. Depois disso, Cristo virá. Seguir-se-á então uma ressurreição generalizada, e
depois desta um juízo geral e a eternidade.

3- Método de interpretação:

A interpretação pós-milenista é amplamente espiritualizada no que tange a profecia. Apocalipse 20, todavia, será
cumprido num reino terreno, estabelecido pelos esforços da igreja.

B. Posição Amilenista

1- Significado:
A Segunda vinda de Cristo se dará no fim da época da igreja e não existe um Milênio na Terra. Estritamente falando,
os amilenistas crêem que a presente condição dos justos no céu é o Milênio, e que não há ou haverá um Milênio
terrestre. Alguns amilenistas tratam a soberania de Cristo sobre os corações dos crentes como se fosse o Milênio.

2- Ordem dos acontecimentos:

A Era da Igreja terminará num tempo de convulsão, Cristo voltará, haverá ressurreição e juízo gerais e, depois, a
eternidade.

3- Método de interpretação:

A interpretação amilenista espiritualiza as promessas feitas a Israel como nação, dizendo que são cumpridas na Igreja.
De acordo com esse ponto de vista, Apocalipse 20 descreve a cena das almas nos céus durante o período entre a
primeira e a segunda vinda de Cristo.

C. Posição Pré-milenista.

1- Significado:

A segunda vinda de Cristo acontecerá antes do Milênio.

2- Ordem dos acontecimentos:

A Era da Igreja termina no tempo da Tribulação, Cristo volta à Terra, estabelece e dirige seu reino por 1.000 anos,
ocorrem a ressurreição e o juízo dos não-salvos, e depois vem a eternidade.

3- Método de interpretação:

O pré-milenismo segue o método de interpretação normal, literal, histórico-gramatical. Apocalipse 20 é entendido


literalmente.

4- A questão do arrebatamento:

Entre os pré-milenistas não há unanimidade quanto ao tempo em que vai ocorrer o arrebatamento.

II. O ARREBATAMENTO

A- A Ocasião do Arrebatamento:

Pós-milenistas e amilenistas vêem o arrebatamento da igreja no final desta era e simultâneo com a segunda vinda de
Cristo. Entre os pré-milenistas, há vários pontos de vista.

1. Arrebatamento pré-tribulacional:

A- Significado:

O arrebatamento da Igreja (i.e., a vinda do Senhor nos ares para os Seus santos) ocorrerá antes que comece o período
de sete anos da tribulação. Por isso, a Igreja não passará pela Tribulação, segundo este ponto de vista.
B- Provas citadas:

-A promessa de ser guardada (fora) da hora da provação. (Ap 3.10)

-A remoção do aspecto de habitação no ministério do Espírito Santo exige necessariamente a remoção dos crentes.
(2Ts 2)

-A tribulação é um período de derramamento da ira de Deus, da qual a Igreja já está isenta. (Ap 6.17, cf. 1Ts 1.10;
5.9)

-O arrebatamento só pode ser iminente se for pré-tribulacional. (1Ts 5.6)

2. Arrebatamento mesotribulacional:

A- Significado:

O arrebatamento ocorrerá depois de transcorridos três anos e meio do período da tribulação.

B- Provas citadas:

-A última trombeta de 1Co 15.52 é a sétima trombeta de Apocalipse 11.15, que soa na metade da tribulação.

-A Grande Tribulação é composta apenas dos últimos três anos e meio da septuagésima semana da profecia de Daniel
9.24-27, e a promessa de libertação da Igreja só se aplica a esse período. (Ap 11.2; 12.6)

-A ressurreição das duas testemunhas retrata o arrebatamento da Igreja, e sua ressurreição ocorre na metade da
tribulação. (Ap 11.3,11)

3. Arrebatamento pós-tribulacional:

A- Significado:

O arrebatamento acontecerá ao final da Tribulação. O arrebatamento é distinto da segunda vinda, embora seja
separado dela por um pequeno intervalo de tempo. A igreja permanecerá na terra durante todo o período da
tribulação.

B- Provas citadas:

-O arrebatamento e a segunda vinda são descritos pelas mesmas palavras.

-Preservação da ira significa proteção sobrenatural para os crentes durante a tribulação, não libertação por ausência
(assim como Israel permaneceu no Egito durante as pragas, mas protegido de seus efeitos).

-Há santos na terra durante a tribulação. (Mt 24.22)

4. Arrebatamento parcial:

A- Significado:

Somente os crentes considerados dignos serão arrebatados antes de a ira de Deus ser derramada sobre a terra; os que
não tiverem sido fiéis permanecerão na terra durante a tribulação.

B- Provas citadas:

-Versículos como Hebreus 9.28, que exigem vigilância e preparo.

B- A Descrição do Arrebatamento:
1- Os textos:

1Ts 4.13-18; 1Co 15.51-57; Jo 14.1-3

2- Os acontecimentos:

-Descida de Cristo.

-A Ressurreição dos mortos em Cristo.

-A Transformação de corpos mortais para imortais dos crentes vivos na ocasião.

-O encontro com Cristo nos ares para a subida ao céu.

III. A TRIBULAÇÃO

A- Sua Duração:

É a 70ª semana de Daniel e, portanto, durará sete anos (Dn 9.27). A metade desse período é apresentada pelas
expressões “42 meses” e “1.260 dias” (Ap 11.2,3)

B- Sua Distinção:

(Mt 24.21; Ap 6.15-17)

C- Sua Descrição:

-Julgamento sobre o mundo. As três séries de juízos descrevem esse julgamento (selos, Ap 6; trombeta, Ap 8-9; taças,
Ap 16)

-Perseguição contra Israel. (Mt 24.9,22; Ap 12.17)

-Salvação de multidões (ap 7).

-Ascensão e domínio do anticristo (2Ts 2; Ap 13).

D- Seu Desfecho:

A tribulação terminará com a reunião das nações para a batalha de Armagedom e com o retorno de Cristo à terra (Ap
19).

IV. O MILÊNIO:

A- Definição:

O Milênio é o período de 1000 anos em que Cristo reinará sobre a terra, dando cumprimento às alianças abraâmica e
davídica, bem como à nova aliança.

B- Suas Designações:

O Milênio é chamado de “reino dos céus” (Mt 6.10), “reino de Deus” (Lc 19.11), “reino de Cristo” (Ap 11.15), a
“regeneração” (Mt 19.28), “tempos de refrigério” (At 3.19) e o “mundo por vir” (Hb 2.5).
C- Seu Governo:

-Seu cabeça será Cristo (Ap 19.16)

-Seu caráter. Um reino espiritual que produzirá paz, equidade, justiça, prosperidade e glória (Is 11.2-5).

-Sua capital será Jerusalém (2.3).

D- Sua Relação com satanás:

Durante este período satanás estará acorrentado, sendo liberto ao seu final, para liderar uma revolta final contra Cristo
(Ap 20). Satanás será derrotado e lançado definitivamente no lago de fogo.

V. OS JUÍZOS FUTUROS

A- O Julgamento das Obras dos Crentes:

Tempo: Depois do arrebatamento da Igreja.

Lugar: No céu.

Juiz: Cristo.

Participantes: Todos os membros do Corpo de Cristo.

Base: Obras posteriores à salvação.

Resultado: Galardões ou perda de galardões.

Textos: 1Co 3.11-15; 2Co 15.10

B- O Julgamento das Nações (ou gentios):

Tempo: Na segunda vinda de Cristo.

Lugar: Vale de Josafá.

Juiz: Cristo.

Participantes: Os gentios vivos na época da volta de Cristo.

Base: Tratamento dos “irmãos” de Cristo, i.e., Israel.

Resultado: Os salvos entram no reino; os perdidos são lançados no lago de fogo.

Textos: Mt 25.31-46; Jl 3.2

C- O Julgamento de Israel:

Tempo: Na segunda vinda de Cristo.

Lugar: Na terra, no “deserto dos povos” (Ez 20.35).

Juiz: Cristo.

Participantes: Judeus vivos ao tempo da segunda vinda de Cristo.

Base: Aceitação do Messias.

Resultado: Os salvos entrarão no reino; os perdidos serão lançados no lago de fogo.

Textos: Ez 20.33-38
D- O Julgamento dos Anjos Caídos:

Tempo: Provavelmente depois do milênio.

Lugar: Não especificado.

Juiz: Cristo e os crentes.

Participantes: Anjos caídos.

Base: Desobediência a Deus ao seguirem a satanás em sua revolta.

Resultado: Lançados no lago de fogo.

Textos: Jd 6; 1Co 6.3

E- O Julgamento dos Mortos Não-Redimidos:

Tempo: Depois do Milênio.

Lugar: Perante o Grande Trono Branco.

Juiz: Cristo.

Participantes: Todos os não-salvos desde o principio da humanidade.

Base: O que faz serem julgados é a rejeição da salvação em Cristo, mas o fogo do juízo é a demonstração de que
pelas próprias más obras merecem a punição eterna.

Resultados: O lago de fogo.

Textos: Ap 20.11-15

VI. AS RESSURREIÇÕES

A- A Ressurreição dos Justos:

(Lc 14.14; Jo 5.28,29)

-Inclui os mortos em Cristo, que são ressuscitados no arrebatamento da igreja (1Ts 4.16).

-Inclui os salvos durante os período da tribulação (Ap 20.4).

-Inclui os santos do A. T. (Dn 12.2 - Alguns crêem que serão ressuscitados no arrebatamento; outros pensam que isso
se dará na segunda vinda). Todos estes são incluídos na primeira ressurreição.

B- A Ressurreição dos Ímpios:

Todos os não-salvos serão ressuscitados depois do milênio para comparecerem perante o Grande Trono Branco e
serem julgados (Ap 20.11-15). Esta segunda ressurreição resulta na segunda morte para todos os envolvidos.

Extraído de “A Bíblia Anotada” Pg 1642-1644


LEIA MAIS.

ESCATOLOGIA - Doutrina das últimas coisas II

ÚLTIMAS COISAS

O Arrebatamento, a Segunda Vinda e o Milênio

A escatologia é o aspecto da doutrina bíblica que lida com as “ultimas coisas” (do grego eschatos, “final”). Em 1 Jo
2.18, João descreve os momento em que escreveu como sendo a “última hora”, evidenciando que ele, como em todas
as gerações, vivia em expectativa imediata da segunda vinda de Cristo e via o seu tempo como um no qual a presente
evidência parecia afirmar que a sua geração era mesmo a última. Não é uma atitude doentia: Cristo Jesus deseja que
as pessoas aguardem ansiosamente a sua volta ( Mt 25.1-3; 2Tm 4.8).

João não aponta apenas para o avançado da hora da história como ele a vê; ele também se volta para o assunto do
anticristo, um tema comumente discutido quando se estuda a escatologia. O espírito do anticristo, o arrebatamento da
igreja, a grande tribulação, a restauração da nação de Israel e o reino milenar de Cristo na Terra estão todos ente os
muitos assuntos que a Bíblia descreve como “últimas coisas”. A Bíblia claramente diz que essas coisas devem
acontecer. Entretanto, o momento exato não está claro: em muitos casos não é dada a seqüência ou maneira correta do
cumprimento de tais acontecimentos.

Este site não segue qualquer ponto de vista conclusivo em relação a esses assuntos popularmente discutidos. Pelo
contrário, ele procura ajudar os companheiros cristãos a compreender o ponto de vista dos outros e a fim de auxiliar
no diálogo e repudiar o fanatismo. Provavelmente não seja razoável para um cristão ser separado de outro na
interpretação de coisas ainda futuras, coisas das quais não se pode saber o resultado final até que realmente ocorram.
Tanto o arrebatamento da igreja (incluindo a segundo vinda de Cristo) quanto o milênio (ou o período de mil anos do
reino de Cristo) são peças centrais no futuro profético. Honestidade em relação a esses dois acontecimentos, que são
absolutamente certos nas Escrituras, mostra que não são absolutamente precisos em se designar uma época especifica
ou método ou ordem definitiva de ocorrência.

São apresentados três possibilidades, todas com base bíblicas, sobre a ordem das coisas dos últimos dias. Isto
sugerem, que nenhuma dessas correntes é a correta, mas, que são teorias apenas. Portanto, não deve-se jamais discuti-
las ou serem ensinadas como verdade absoluta.

1. Amilenismo: (definição: Wayne Grudem)

A primeira posição aqui explicada, o amilenismo, é realmente a mais simples.

Segundo essa posição, a passagem de Apocalipse 20.1-10 descreve a presente era da igreja. Trata-se de uma era em
que a influência de Satanás sobre as nações sofre grande redução de modo que o evangelho pode ser pregado por todo
o mundo. Aqueles que reinam com Cristo por mil anos são os cristãos que morreram e já estão reinando com Cristo
no céu. O reino de Cristo no milênio, segundo esse ponto de vista, não é um reino físico aqui na terra, mas sim o
reino celestial sobre o qual ele falou ao declarar: “Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra” (Mt 28.18).

Esse ponto de vista é chamado “amilenista” por sustentar que não existe nenhum milênio que ainda esteja por vir.
Como os amilenistas crêem que Apocalipse 20 está-se cumprindo agora na era da igreja, sustentam que o “milênio”
aqui descrito já está em curso no presente. A duração exata da era da igreja não pode ser conhecida, e a expressão
“mil anos” é simplesmente uma figura de linguagem par um longo período em que os propósitos perfeitos de Deus
vão se realizar.

De acordo com essa posição, a presente era da igreja continuará até o tempo da volta de Cristo. Quando Cristo voltar,
haverá ressurreição tanto de crentes como de incrédulos. Os crentes terão o corpo ressuscitado e unido novamente
com o espírito e entrarão no pleno gozo do céu para sempre. Os incrédulos serão ressuscitados para enfrentar o
julgamento final e a condenação eterna. Os crentes também comparecerão diante do tribunal de Cristo (2 Co 5.10),
mas esse julgamento irá apenas determinar os graus de recompensa no céu, pois só os incrédulos serão condenados
eternamente. Por esse tempo também começarão o novo céu e a nova terra. Imediatamente após o juízo final, o estado
eterno terá início e permanecerá para sempre.

Esse esquema é bem simples porque nele todos os eventos dos tempos do fim ocorrem de uma só vez, imediatamente
após a volta de Cristo. Alguns amilenistas dizem que Cristo pode voltar a qualquer momento, enquanto outros (como
Berkhof) alegam que alguns sinais ainda não se cumpriram.

2. Pós-milenismo: (definição: Wayne Grudem)

O prefixo pós significa “depois”. Segundo esse ponto de vista, Cristo voltará após o milênio.

Segundo esse ponto de vista, o avanço do evangelho e o crescimento da igreja se acentuarão de forma gradativa, de
tal modo que uma proporção cada vez maior da população mundial se tornará cristã. Como conseqüência, haverá
influências cristãs significativas na sociedade, esta funcionará mais e mais de acordo com os padrões de Deus e
gradualmente virá uma “era milenar” de paz e justiça sobre a terra. Esse “milênio” durará um longo período (não
necessariamente de mil anos literais) e, por fim, ao final desse período, Cristo voltará à terra, crentes e incrédulos será
ressuscitados, ocorrerá o juízo final e haverá um novo céu e uma nova terra. Entraremos então no estado eterno.

A característica principal do pós-milenismo é ser muito otimista acerca do poder do evangelho par mudar vidas e
estabelecer o bem no mundo. A crença no pós-milenismo tende a aumentar em época em que a igreja experimenta
grande avivamento, há ausência de guerras e conflitos internacionais e aparentemente se obtêm grandes avanços na
vitória sobre o mal e sobre o sofrimento no mundo. Mas o pós0milenismo em sua forma mais responsável não se
baseia simplesmente na observação dos eventos do mundo em nossa volta, mas em argumentos extraídos de várias
passagens da Escrituras, as quais examinaremos abaixo.

3.Pré-milenismo: (defininção: Wayne Grudem)

a) Pré-milenismo clássico ou histórico:

O prefixo “pré” significa “antes” e a posição pré-milenista diz que Cristo irá voltar antes do milênio. Esse ponto de
vista é defendido desde os primeiros séculos do cristianismo.

Segundo esse ponto de vista, a presente era da igreja continuará até que, com a proximidade do fim, venha sobre a
terra um período de grande tribulação e sofrimento. Depois desse período de tribulação no final da era da igreja,
Cristo voltará à terra estabelecer um reino milenar. Quando ele voltar, os crentes que tiverem morrido serão
ressuscitados, terão o corpo reunido ao espírito, e esses crentes reinarão com Cristo sobre a terra por mil anos.
(Alguns pré-milenistas o consideram mil anos literais, enquanto outros o entendem como expressão simbólica para
um período longo.) Durante esse tempo, Cristo estará fisicamente presente sobre a terra em seu corpo ressurreto e
dominará como Rei sobre toda a terra. Os crentes ressuscitados e os que estiverem sobre a terra quando Cristo voltar
receberão o corpo glorificado da ressurreição, que nunca morrerá, e nesse corpo da ressurreição viverão sobre a terra
e reinarão com Cristo. Quanto aos incrédulos que restarem sobre a terra, muitos (mas não todos) se converterão a
Cristo e serão salvos. Jesus reinará em perfeita justiça e haverá paz por toda a terra. Muitos pré-milenistas sustentam
que a terra será renovada e veremos de fato o novo céu e a nova terra durante esse período (mas a fidelidade a esse
ponto não é essencial ao pré-milenismo, pois é possível ser pré-milenista e sustentar que o novo céu e a nova terra
virão só depois do juízo final). No início desse tempo, Satanás será preso e lançado no abismo, de modo que não terá
influência sobre a terra durante o milênio no abismo, de modo que não terá influência sobre a terra durante o milênio
(Ap 20.1-3).

De acordo com o ponto de vista pré-milenista, no final dos mil anos Satanás será solto do abismo e unirá as forças
com muitos incrédulos que se submeteram externamente ao reinado de Cristo, mas por dentro revolvem-se em revolta
contra ele. Satanás reunirá esse povo rebelde para batalhar contra Cristo, mas serão derrotados definitivamente. Cristo
então ressuscitará todos os incrédulos que tiverem morrido ao longo da história, e esses comparecerão diante dele
para o julgamento final. Uma vez realizado o juízo final, os crentes entrarão no estrado eterno.

Parece que o pré-milenismo tende a crescer em popularidade à medida que a igreja experimenta perseguição e o
sofrimento e o mal aumentam sobre a terra. Mas, assim como no caso do pós-milenismo, os argumentos a favor do
pré-milenismo não se baseiam em observação de eventos correntes, mas em passagens específicas das Escrituras,
especialmente (mas não exclusivamente) Apocalipse 20.1-10.

b) Pré-milenismo pré-tribulacionista (ou pré-milenismo dispensacionalista):

Outra variedade de pré-milenismo conquistou ampla popularidade nos séculos XIX e XX, em especial no Reino
Unido e nos Estado Unidos. Segundo essa posição, Cristo voltará não só antes do milênio (a volta de Cristo é pré-
milenar), mas também ocorrerá antes da grande tribulação (a volta de Cristo é pré-tribulacional). Esse ponto de visa é
semelhante à posição pré-milenista clássica mencionada acima, mas com uma importante diferença: acrescenta outra
volta de Cristo antes de sua vinda para reinar sobre a terra no milênio. Essa volta é vista como um retorno secreto de
Cristo para tirar os crentes do mundo.

Segundo esse ponto de vista, a era da igreja continuará até que, de repente, de maneira inesperada e secreta, Cristo
chegará a meio caminho da terra e chamará para si os crentes: “...os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois,
nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor
nos ares” (1Ts 4.16-17). Cristo então retornará ao céu com os crentes arrebatados da terra. Quando isso acontecer,
haverá uma grande tribulação sobre a terra por um período de sete anos.

Durante esse período de sete anos de tribulação, cumprir-se-ão muitos dos sinais que, segundo predições,
precederiam a volta de Cristo. O grande ajuntamento da plenitude dos judeus ocorrerá à medida que eles aceitarem
Cristo como o Messias. Em meio ao grande sofrimento haverá também muita evangelização eficaz, realizada em
especial pelos novos cristãos judeus. Ao final da tribulação, Cristo voltará com os seus santos para reinar sobre a terra
por mil anos. Depois desse período milenar haverá uma rebelião que resultará na derrota final de Satanás e suas
forças, e então virá a ressurreição dos incrédulos, o último julgamento e o começo do estado eterno.

Deve-se mencionar outra característica do pré-milenismo pré-tribulacionista: essa postura se encontra quase
exclusivamente entre os dispensacionalistas que desejam fazer distinção clara entre a igreja a Israel. Essa posição pré-
tribulacionista permite que a distinção seja mantida, uma vez que a igreja é retirada do mundo antes da conversão
geral do povo judeu. Esse povo judeu, portanto, permanecerá um grupo distinto da igreja. Outra característica do pré-
milenismo pré-tribulacionista é sua insistência em interpretar as profecias bíblicas “literalmente sempre que
possível”. Isso se aplica em especial a profecias do Antigo testamento acerca de Israel. Os que defendem essa posição
argumentam que essas profecias da futura bênção de Deus a Israel ainda irão se cumprir entre o próprio povo judeu;
elas não devem ser “espiritualizadas”, tentando-se ver o seu cumprimento na igreja. Por fim, uma característica
atraente do pré-milenismo pré-tribulacionista é que ele permite às pessoas insistir em dizer que a volta de Cristo pode
ocorrer “a qualquer momento” e, por essa razão, fazem justiça ao significado pleno das passagens que nos incentivam
a estarmos prontos para a volta de Cristo, ao mesmo tempo que ainda admite um cumprimento bem literal dos sinais
que precedem a sua volta, pois diz que lês se darão durante a tribulação.

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