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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS

Agravo de Instrumento

Processo n®. 5030632.05.2017.8.09.0000

5°. Câmara Cível

Relaton Des. AlAN SEBASTIÃO DE SENA CONCEIÇÃO

JOSÉ CLÉZIO BRATTI, brasileiro, solteiro, agricultor,


portador da Cédula de Identidade RG n° 4801 669-DGP/GO, inscrito no CPF do
Ministério da Fazenda sob n-. 309.465.659-53, residente e domiciliado à
Alameda do Ruralista, n®. 158, da Quadra A-l, do Lote n-. 23/B, do Setor
Granjeiro, na cidade de Jatai, Estado de Goiás, por seu advogado e bastante
procurador, abaixo assinado, vem, mui respeitosamente, à honrosa presença de
Vossa Excelência, dentro do prazo legal, com fundamento no inciso II, do artigo
1.019, do Código de Processo Civil, apresentar sua

RESPOSTA

nos autos de recurso de Agravo de Instrumento, processo à epígrafe, que move em


seu desfavor o BANCO BRADESCO S/A pessoa jurídica de direito privado.
Instituição Financeira inscrita no CNPi do Ministério da Fazenda sob o n°.
60.746.948/0001-12, por sua agência n®. 3.678-1 (Agência BRADESCO PRIME],
estabelecido à Avenida Goiás, n-. 886, Centro, na cidade de Jatai, Estado de
Goiás, expondo, para tanto, suas razões de fato e de direito seguintes:

1. - Da Tempestívidade da Resposta.

1.1.

Conforme se depreende da intimação, via Diário Oficial,


o Agravado foi intimado no dia 10 de março de 2.017. Assim, o prazo de 15
(quinze] dias para responder ao Agravo de Instrumento vencerá no dia 31 de
março de 2.017. Portanto, a Resposta ora apresentada é tempestiva.

2. - Dos Fatos e do Direito.

2.1.

O Agravado no dia 27 de agosto de 2.013 ajuizou em


desfavor do Banco Agravante, a Ação Revisional de Cláusulas Contratuais e de
Cálculos, c/c Ação Declaração de Inexistência Parcial de Débito, sob o argumento
de que, em 15 de junho de 2.010, teria contraído junto ao Agravante empréstimo
bancário no valor de R$ 40.000,00 (quarenta mil reais], emitindo para tanto uma
Cédula de Crédito Bancário, contrato n-. 237/3678/25-0620101, garantida
alienação fiduciária de imóvel de sua propriedade em que se acha edificada uma
casa residencial, em que reside o Agravado.

2.2.

Da respeitável sentença proferida na referida Ação


Revisional de Contrato, o Agravado interpôs recurso de Apelação, que pelo ilustre
Relator, Des. ALAN SEBASTIÃO DE SENA CONCEIÇÃO, foi conhecido e, lhe foi
dado provimento parcial, em respeitável decisão monocrática, donde pede-se vênia
para extrair "in fine" os seguintes trechos:

% . J Contudo, a referida cláusula atinente à mora prevê a


Incidência à época, divulgado pelo 'site', na Internet pela Instituição financeira.

Percebe-se que o contrato não estabeleceu de forma dara e


objetiva o fndice de juros remuneratórios que deve Incidir sobre o montante
inadimpHdo, devendo, o referido encargo, observar a taxa média de mercado,
desde que esta não supere o limite avençado para a situação de normalidade

Com efeito, neste ponto, merece corrigenda o veredicto singular,


para determinar que, aiém da muita contratual e juros de mora contratados,
incida, tão somente, a taxa de remuneração em fndice nunca superior ao iimite
pactuado em situação de normalidade, ou seja, 1,82%ao mês

Ante ao exposto, com fundamento no § i^-A, do art 557, do


Código de Processo Civii, conheço do apeio e ihe dou parda!provimento para,
em reforma à sentença objurgada, determinar que, em caso de mora, aiém da
muita contratual e juros de mora contratados, incida, tão somente, a 'taxa de
remuneração' em fndice nunca superior ao iimite pactuado em situação de
normalidade, ou seja, 1,82%ao mês'

2.3

A respeitável e bem lançada decisão monocrática


transitou em julgado no dia 23 de outubro de 2.015, conforme certidão que se
encontra à fl. 341, dos autos, voltando os autos à origem.

2.4.

Assim, com a volta à comarca de origem dos autos da


Ação Revisional de Contrato que se encontravam no Egrégio Tribunal de Justiça,
obedecendo aos parâmetros emergentes da bem lançada decisão monocrática
proferida naqueles autos, o Agravado, houve por bem, em ajuizar imediatamente a
competente Ação de Consignatória de Pagamento da dívida, processo n®.
I I0517-05.201 6.8.090093, consignando-se, em depósito judicial, o valor de R$
47.661,87 (quarenta e sete mil seiscentos e sessenta e um reais e oitenta e sete
centavos), conforme comprovante de fl. 21 dos autos, em obediência ao que ficou
determinado pela respeitável decisão proferida nos autos da Ação Consignatória
em Pagamento, que assim proclamou:

'j^CEBO o presente pedido e AUTOfUZO o depósito do vaior


em conta judiciai, no prazo de 05dias(art 542,ido CPC/15)

CiTE-SE o réu, via carta de citação, com aviso de recebimento, para


levantar o deposito ou oferecer contestação (art 542, // do CPC/Í5), no prazo
de 15 dias, sob pena de decretação da revelia
'
2.5.

É preciso dizer, ainda, que na referida Ação de


Consignação em Pagamento iá houve citação do Banco, ora Agravante, que
apresentou contestação que, ainda, depende de apreciação pelo ilustre Juízo.
Todavia, a alegação em contestação, sobre a qual ainda não se manifestou o
Agravado, o Banco Agravante diz que a oferta é insuficiente, mas não informa, nem
demonstra, em seu entendimento, qual seria o valor de seu crédito, apenas alega
que não existe mais a dívida e, paradoxalmente, que deveriam ter sido incluídas
todas as despesas que o Banco Réu teve com o procedimento de consolidação,
inclusive o ITBI pago no valor de R$ 1 1.100,00, em data de 26/07/2013,
conforme comprovante em anexo, que deveria ser atualizado. Mesmo assim é lícito
ao Autor da ação completar o depósito, como estabelece o artigo 545,"caput", do
Código de Processo Civil, desde que o Banco informasse e demonstrasse em
planilha de cálculo, homologada judicialmente, qual o valor necessário a completar
o depósito do valor consignado.

2.6.

Por outro lado, é importante notar que a consolidação


da propriedade em favor do Credor fiduciário, não pode prevalecer, pois o Banco
inadvertidamente, notificou o Agravado de que:

O valor do débito em atraso (15/05/2013), correspondia


ao valor de R$ 13521,59 sujeito à atualização monetária, aos Juros de mora e às
despesas de cobrança até a data do efetivo pagamento, somando-se também os
encargos que vencerem no prazo desta intimação.

Assim, procedo a INTIMAÇÃO de V S^., para que se dirija a este


Cartório de Registro doe imóveis, situado á Rua Capitação Francisco Joaquim
Vilela n° 749 - Centro, onde deverá efetuar a purga do débito acima
discriminado, no prazo improrrogável de Í5 dias, contados a partir do
recebimento desta."

2.7.

Ora, não se pode negar que o Agravado foi intimado a


efetuar o pagamento de quantia ilíquida, o que torna inócua e ineficaz a
notificação para purgar da mora. A respeitável decisão monocrática proferida nos
autos da Ação de Revisão do Contrato existente entre as partes, transitada em
julgado, limitou a cobrança de encargos contratuais, ao determinar que, em caso de
mora, além da multa contratual e juros de mora contratados, incida, tão somente, a
'taxa de remuneração' em índice nunca superior ao limite pactuado em situação de
normalidade, ou seja, 1,82% ao mês. É evidente, que os parâmetros traçados pela
respeitável decisão monocrática não foram obedecidos para o cálculo do débito
informado na imprestável e malsinada notificação, quando a lei exige que a
notificação seja de dívida representada por obrigação certa, líquida e exigível.
Portanto, o devedor, ora Agravante, não poderia purgar a mora, efetuando o
pagamento de dívida provinda de obrigação ilíquida.

2.8.

Desta maneira, não é possível dizer que a dívida não


existe como diz o Banco Agravante. Ao contrário, ela existe e sobre ela pende
entre as partes ação consignatória de pagamento, cuja contestação apresentada
pelo Banco, ainda não houve manifestação do Autor, ora Agravado. Assim, a
doutrina pátria, de forma iterativa e remansosa, acompanhando a jurisprudência
atual e predominante, confirma a possibilidade de purgar a mota até a data dos
leilões, cuja realização depende de intimação pessoal do devedor; a aplicação da
teoria da substancial performance. Atualmente, o Colendo Superior Tribunal de
Justiça definiu algumas conseqüências que não decorrem literalmente da Lei
9.514/1997. Com efeito, determinou aquela Corte:

a) a aplicação da teoria do adimplemento substancial (Agravo em Recurso Especial


710.805/SE, 2015/0III548-I, Min. MARIA ISABEL FALLOTTI);

b) a necessidade de intimação pessoal do devedor acerca da data dos leilões,


exigência que não consta literalmente na Lei 9.514/1997 (AgRg no REsp
1.367.704/RS, Rei Min. PAULO DE TARSO SANSEVERINO, 3^. Turma, julgado
em 04.08.2015, Die 13.08.2015; no mesmo sentido: REsp 1.483.773/PE
(2014/0246459-3], Rei. Min. RAUL ARAÚJO,J. 27.04.2015); E,
c) a possibilidade de purgação da mora até a assinatura do auto de arrematação
(REsp 1.433.031/DF, rei. Min. NANCY ANDRIGHI, 3^. Turma, 03.06.2014, e
REsp 1.447.687/DF, rei. Min. RICARDO VILLAS BÕAS CUEVA, 3^ Turma, julgado
em 21.08.2014).
2.9.

Notadamente para permitir a purgação da mora até a


data do leilão e, principalmente, exigir a intimação pessoal do ex-fiduciante que viu
a propriedade ser consolidada nas mãos do credor, o STJ fundou-se em
interpretação sistemática, invocando o Decreto-lei 70/1966. Isto porque o artigo
39, II, da Lei 9.514/1997 (Lei de Alienação Fiduciária de Imóvel), determina a
aplicação das disposições dos artigos 29 a 41 do Decreto-lei 70/1996. E, entre
os dispositivos mencionados do Decreto-lei 70/1996, o art 34 permite a
purgação da mora até o leilão e o artigo 36 exige o conhecimento dos leilões do
imóvel pelo devedor, conhecimento este que o STJ interpreta como necessidade de
intimação pessoal do devedor.

2.10.

Neste sentido, também o Egrégio Tribunal de Justiça do


Estado de São Paulo, já teve oportunidade de assim pronunciar:

'A intimação peio oficiai do Registro de Imóveis para constituição


do devedor em mora no sistema de alienação fiduciária não basta para os ieiiões
extrajudiciais, que exigem prévia, nova e especifica intimação pessoal. Por isso, que
se traduz em verossimilhança na alegação, e em face do risco de iesão de diffcii
reparação, defere-se a antecipação de tutela, sustando os efeitos dos ieiiões e se
ordenando a exclusão do nome dos autores de cadastros restritivos de crédito,."
[Agravo de Instrumento 2011255-96.20!S.8.26.0000, Relator;
CELSO PIMENTEL; Comarca: Campinas; Órgão julgador. 28- Câmara
de Direito Privado; Data do julgamento 16.04.2015).

2.11.

Feios seus próprios e jurídicos fundamentos deve ser


mantida a respeitável decisão objurgada, pois o ilustre Magistrado "a quo",
cautelosamente, assim decidiu:

/. Chamo o feito à ordem.

2. Foi proferida sentença a fis. 289/292 no quai julguei IMPROCEDENTES os pedidos


de revisão do contrato, mas, em recurso de apelação, o Tribuna! de Justiça deu parcial
provimento ao recurso [fis. 330/339)para fixar osjuros segundo a taxa média.
J. Em razão da decisão do Tribuna! de Justiça, o vaior da dívida está iiíquida,
dependendo, para tanto, de instauração da fase de liquidação da sentença, conforme art
509 do CPC, quando então será possívelsaber o vaior da dívida e se o depósito na ação
de consignação afastou ou não a mora do contrato celebrado.

4. Diante disso, verifico que Junto com a petição iniciai o autor apresentou seus cálculos,
indicando o vaior devido, considerando a taxa de juros remuneratórios de i,82%,
situação também ocorrida na ação de consignação em pagamento.

5. Assim, é possível utilizar a planilha de fis. 64/124, a qual a considero para fím de
liquidação da sentença, devendo a instituição financeira manifestar sobre ela no prazo de
Í5 dias úteis, sob pena de o seu silêncio ser considerado como concordância.

6. Até que ela se manifeste, não é possível a prática de qualquer ato de transferência de
propriedade para terceiros, ainda que decorrente de leilão extrajudicial. Há uma questão
prejudicial que deve ser resolvida, qual seja, se há mora ou não por parte do devedor, o
que depende, repito, da fase de liquidação.

7.Do exposto:

a)intime-se o réu para manifestar em í5dias úteis;

b)determino que o réu se abstenha de efetuar o leilão extrajudicial, OU, caso feito, se
abstenha de transferir a propriedade para terceiro (arrematante), sob pena de muita no
vaior único de RS500.000,00;

c) oficie-se, com urgência, ao Cartório de Registro de imóveis, para que proíba a


transferência do imóvel matriculado sob no. 34.220 (fls. 63).

8.Cumpra-se e intimem-se."

2.12.

O Banco Agravante se insurge contra a bem lançada


decisão invocando, sem qualquer razão, que "não há mais dívida", diante da
consolidação da propriedade do bem alienado fiduciariamente. Mas, como bem
salientou a respeitável decisão agravada, a consolidação da propriedade em nome
do Banco fiduciário se deu através de notificação eivada de vício, porque dívida
representada por obrigação ILÍQUIDA, não tem o condão de caracterizar a mora
do devedor. É óbvio que ninguém pode ficar obrigado a pagar o que não deve,
nem um valor que não é líquido, como no caso dos autos, em que bem lançada
decisão monocrática, transitada em iulgado, limitou a incidência da taxa de
remuneração do mútuo em 1,82% ao mês, sendo certo que o valor contido na
famigerada notificação não se balizou na limitação da taxa de remuneração de
1,82% ao mês, como determinado. Inegavelmente, dívida ilíquida não pode
caracterizar a mora. Inexistindo esta, a consolidação da propriedade, como feita
pelo fiduciário Agravante, é nula de pleno direito.

2.13.

A irresignação do Agravante reside apenas na pálida


alegação de que "a dívida não existe", quando não pode o Agravante negar a
existência de Ação de Revisão Contratual entre as partes, em que o Recurso de
Apelação do Agravado, em respeitável decisão monocrática foi conhecido e
parcialmente provido, justamente para limitar a cobrança e exigência ilegal da taxa
de remuneração do capitai mutuado em 1,82% ao mês, deduzindo-se, daí, que a
notificação para o Agravado pagar quantia ilíquida, torna ineficaz e de nenhuma
valia constituição em mora do devedor Agravado que, por conseguinte, nulifica a
consolidação da propriedade fiduciária, nem se pode negar a existência de Ação
de Consignação em Pagamento existente entre as partes, em que em obediência ao
determinado pela respeitável decisão proferida pelo ilustre Juiz "a quo", que
recebendo o pedido do Autor e determinou fosse efetuado o depósito em conta
judicial, no valor de o valor de R$ 47.661,87 (quarenta e sete mil seiscentos e
sessenta e um reais e oitenta e sete centavos), que realmente foi efetuado,
conforme comprovante de fi. 21 dos autos.

2.14.

Como acima ficou salientado acima, o Colendo Superior


Tribunal de Justiça, fundou-se em interpretação sistemática, invocando o Decreto-
lei 70/1966. Isto porque o artigo 39, il, da Lei 9.514/1997 (Lei de Alienação
Fiduciária de imóvel), determina a aplicação das disposições dos artigos 29 a 41
do Decreto-lei 70/1996. Eis o seu teor (Lei de Alienação Fiduciária de Bem
Imóvel-Lei 9.514/1997):

"Art 39.Às operações de financiamento imobiliário em geraia que se refere esta Lei[...)
if- apiicam-se as disposições dos arts 29a 4!do Decreto-lei 70, de 22f de novembro
de 1966.

8
Entre os dispositivos mencionados do Decreto-iei n°. 70/i966,o art J4 permite a
purgação da mora até o ieiião e o art 36 exige o conhecimento dos ieilões do imóvei
peio devedor conhecimento este que o Superior Tribuna! de Justiça interpreta como
necessidade de intimação pessoa!sob pena de nuiidade dos ieiiões:

Art 34. Éifcito ao devedor, a quaiquer momento, até a assinatura do auto de


arrematação, purgar o débito

Art 36. Os púbiicos ieiiões reguiados peio artigo 32serão anunciados e reaiizados, no
que este decreto-iei não prever, de acordo com o que estabelece o contrato de
hipoteca, ou, quando se tratar do Sistema Rnanceiro de Habitação, o que o Conseiho
de Administração do Banco Nacionai de Habitação estabeiecer.

Parágrafo único. Considera-se não escrita a ciâusuia contratual que sob qualquer pretexto
preveja condições que subtraiam ao devedor o conhecimento dos púbiicos ieiiões de
imóvei hipot4cado, o que autorizem sua promoção e realização sem publicidade peio
menos iguaià usualmente adotada peios leiloeiros púbiicos em sua atividade corrente

2.15.

Se isso não bastasse, o art 805 do Código de Processo


Civil determina: ''Quando por vários meios o exequente puder promover a execução, o Juiz
mandará que se faça peio modo menosgravoso para o executado."

A jurisprudência mencionada do Colendo Superior


Tribunal de Justiça é muito clara no que diz respeito à interpretação da Legislação
Federal mencionada, que indica a necessidade de intimação pessoal do devedor
para os leilões e possibilidade de purgação da mora até a realização da indigitada
hasta pública (art 805 do CPC, art 39 da Lei 9.514/1997 e arts. 34 e 36 do
Decreto-lei 70/1966).

Superior Tribuna!de Justiça. Recurso especial. Ação anuiatória de


arrematação. Negativa de prestação jurisdicionai. Art 535 do CPC Não
ocorrência. Lei n^ 9.514/97. Alienação fiducrária de coisa imóvei. Leilão
Extrajudicial. Notificação pessoa!do devedorfiducianta Necessidade

í. Não há faiar em negativa de prestação Jurisdicionai se o


tribuna! de origem motiva adequadamente sua decisão, solucionando a
controvérsia com a aplicação do direito que entende cabfvei à hipótese, apenas
não no sentido pretendido peia parta
Z A teor do que dispõe o artigo 39 da Lei n^. 9.5í4/97,
apíícam-se as disposições dos artigos 29 a 4i do Decreto-iei n°. 70/66 às
operações de fínandamento imobiiiário em gerai a que se refere a Lei n°.
9SÍ4/97

3. No âmbito do Decreto-iei n^. 70/66, a jurisprudência do


Superior Tribunai de Justiça já muito se encontra consoiidada no sentido da
necessidade de intimação pessoai do devedor acerca da data da reaiização do
ieiião extrajudiciai, entendimento que se apiica aos contratos regidos peia Lei n^.
9.5Í4/97

4. Recurso especiai provido [REsp Í.447.687/DF, rei. Min.


RICARDO ViLLASBÕ/SCUEVA 3°. Turma,}. 2Í.08.20Í4, DJe 08.09.2014).

Neste acórdão[anexo - documento), esclarece o Ministro Relator.

Sendo assim, havendo previsão iegai de aplicação do artigo 36,


parágrafo único do Decreto-iei n°. 70/66ao procedimento previsto na Lei n^.
9.514/97, e sendo pacífica, no âmbito daquele decreto, a jurisprudência no
sentido da necessidade de intimação pessoai da data do ieiião extrajudiciai,
conciui-se peia incidência desse entendimento aos contratos regidos peia Lei n^.
9.514/97.'

"Não bastasse a remissão expressa feita peia Lei n^. 9.5i4/97, em


seu artigo 39, inciso ii, a incidência dos artigos 29 a 41 do Decreto-iei n^.
70/66, que engloba, o artigo 36, parágrafo único, no que interessa,justifica-se a
adoção do mesmo entendimento para o procedimento de ieiião extrajudicial
previsto na Lei n^. 9.5í4/97por dois fundamentos
'

'Em primeiro iugar, assinatura do auto de arrematação representa


o último momento para purgação da mora, daí a relevância do conhecimento
peio devedor do momento da alienação do bem.'

A propósito:

Habitacional. Sistema financeiro imobiiiário. Purgação da mora.


Data-iimite Assinatura do auto de arrematação. Dispositivos legais analisados
j\rts 26,§ 1^, e 39, ii, da Lei n^. 9.514/97; 34 do DL n^. 70/66, e 620 do
CPC

i. Ação ajuizada em 01.06.20i 1. Recurso especiai concluso ao


gabinete da Relatora em 07.02.2014.

O
Z Recurso especial em que se discute até que momento o
mutuário pode efetuar a purgação da mora nos financiamentos vinculados ao
Sistema Financeiro imobiliário.

3. Constitui regra basilar de hermenêutica jurídica que, onde o


legislador não distingue, não caber ao intérprete fazê-io, sobretudo quando
resultar em exegese que iimita o exercfcio de direitos, se postando contrariamente
ao espírito da própria norma interpretada.

4. Havendo previsão iegai de aplicação do art 34 do DL 70/99 à


Lei n^. 9.514/97e não dispondo esta sobre a data iimite para purgação da mora
do mutuário, conciui-se peia incidência irrestrita daqueie dispositivo iegai aos
contratos celebrados com base na Lei n°. 9.5í4/97, admitindo-se a purgação da
mora até a assinatura do auto de arrematação.

5. Como a Lei n°. 9.514/07 promove o financiamento


imobiliário, ou seja, objetiva a consecução do direito sociai e constitucional à
moradia, a interpretação que ihe refiete o espfrito da norma é aqueia que, sem
impor prejufzo à satisfação do crédito do agente financeiro, maximiza as chances
de o imóvei permanecer com o mutuário, em respeito, inclusive, ao princfpio da
menor onerosidade contido no art 620 do CPC, que assegura seja a execução
realizada peio modo menos gravoso ao devedor.

6. Considerando que a purgação que pressupõe o pagamento


integrai do débito, inclusive dos encargos iegais e contratuais, nos termos do art
26„§ i^, da Lei n°. 9.i4/97,sua concretização antes da assinatura do auto de
arrematação não induz nenhum prejufzo ao credor. Em contrapartida, assegura ao
mutuário, enquanto não perfectibiiizada a arrematação, o direito de recuperar o
imóvei financiado, cumprindo, assim, com os desfgnios e anseios não apenas da
Lei n^. 9.5í4/97, mas do nosso ordenamento jurídico como um todo, em
especial da Constituição Federai.

7. Recurso especial provido (REsp 1.433.031/DF, rei. NANCf


/iNDRiCHi, 3^. Turma,j. 03.06.2014, DJe i8.06.20í4).

Tudo o mais que se acrescentar, ante a clareza da


interpretação do direito ora Invocado pela Corte de uniformização, torna-se-á
despiciendo.

Assim, em resumo, o coiendo Superior Tribunal de


Justiça entende que:
a] qualquer leilão extrajudicial levado a efeito pelo credor sem intimação pessoal
do devedor é NULO;e

b) A intimação pessoal é necessária posto que É DIREITO do devedor PURGAR A


MORA até a data do leilão.

O Agravado não foi intimado da realização de leilões.

Logo, curial concluir que a negativa do Banco Agravante


em aceitar o pagamento oferecido pelo Agravado É ILEGAL, não restando
alternativa ao Agravado senão a propositura da Ação de Consignação em
Pagamento, em que o valor da dívida já se encontra depositado, em obediência a
determinação do ilustre Juiz do feito.

2.16.

Ainda, é preciso trazer à lume, a determinação contida na


respeitável decisão agravada, no sentido de que:

"Assim, é possível utilizar a planilha de fí. 64/124, da quai a


considero para fim de liquidação da sentença, devendo a instituição financeira
manifestar sobre eia no prazo de Í5 dias úteis, sob pena de o seu silêncio ser
considerado como concordância."

Ora, o Agravante teima em menosprezar, em tornar letra


morta a respeitável e bem lançada decisão monocrática proferida, em grau de
recurso de Apelação, que determinou, em caso de mora, além da multa contratual
e juros de mora contratados, incidisse, tão somente, a 'taxa de remuneração' em
índice nunca superior ao limite pactuado em situação de normalidade, ou seja,
1,82% ao mês. Não se pode fugir do comando emanado da respeitável decisão
judicial, proferida nos autos da Ação de Revisão Contratual existente entre as
partes, que se encontra em fase de liquidação de sentença, justamente para ser
apurado o valor real da dívida objeto da ação e, também, da Ação de Consignação
em Pagamento. Assim, a planilha de cálculo de fis. 64/124 deve ser observada e,
principalmente, sobre ela se manifestar a Agravante, dentro do prazo que lhe foi
fixado, a fim ser apurado o "quantum debeatuf e ser homologado judicialmente
a liquidação da sentença.

2.17.

12
Finalmente, escandindo dúvidas, urge ressaltar que, no
caso dos autos, é inegável que existe a dívida e também é inegável que existe uma
decisão monocrática em recurso de Apelação, que precisa ser respeitada e que está
em fase de liquidação de sentença, em que ser apurará se o valor depositado é
suficiente ou não e, se a planilha de fis. 64/124, não pode ser aceita, que o
Agravante sobre ela se manifeste nos referidos autos do processo em que ela se
encontra, não em sede recursal, enquanto, ao contrário do que ela alega, a
propriedade imobiliária ainda não foi consolidada ao Banco, porque feita a
notificação de obrigação de pagar dívida ilíquida, que impossibilitou até a purgação
da mora.

2.18.

Ainda, no caso, o Agravante se reporta sobre o imóvel,


considerando apenas o terreno constante da respectiva matrícula, enquanto no
referido terreno foi edificada uma casa residencial, conforme provam as fotografias
inclusas. Portanto, o referido imóvel e suas edificações e benfeitorias, não pode
valer menos de R$ 750.000,00 (setecentos e cinqüenta mil reais].

2.19.

Por derradeiro, sem qualquer intimação e a destempo,


porque embora o Banco Agravante nada fala sobre o leilão do imóvel, sabe-se que
o mesmo foi objeto de arrematação em leilão extrajudicial, sem qualquer intimação
do Agravado e sem considerar a nulidade flagrante da consolidação da
propriedade, sem que fosse precedida de válida notificação do valor da dívida que,
face a respeitável decisão monocrática em sede de recurso de Apelação que traçou
os parâmetros para o seu cálculo, tornou-se inegavelmente ilíquida, tornando,
inócua e sem validade a constituição em mora do devedor.

2.20.

Ademais, denota-se que o Agravante deixou de efetuar o


leilão do referido imóvel dentro do prazo estabelecido no artigo 27,''caput", da Lei
n®. 9.514/97, fazendo-se extemporaneamente, agora em setembro de 2.016, ao
arrepio da própria lei que regula a matéria e em detrimento da respeitável decisão
monocrática proferida em sede de recurso de Apelação nos autos da Ação
Revisional do Contrato existente entre as partes, deixando, assim, o Agravante de
mencionar que o referido imóvel levado a leilão extrajudicialmente se encontrava
"süb judice", demonstrando, assim, verdadeira afronta as decisões do Poder
Judiciário.

2.21.

Por derradeiro, também não está a merecer nenhum


reproche a cominação da multa feita pelo ilustre magistrado "a quo". O valor da
multa guarda correspondência, obviamente, ao valor do imóvel do Agravado e não
da obrigação emergente do contato, pois quanto a esta obrigação o Agravado já
consignou o seu valor pelo depósito efetuado na Ação Consignatória de
Pagamento existente entre as partes.

2.22.

NESTAS CONDIÇÕES, espera e requer o Agravado, que


seja negado provimento ao recurso de Agravo de Instrumento, interposto pelo
Banco Agravante, pois:

a) - não ocorreu a constituição em mora do Agravado, porque notificado a pagar


importância ilfquida, consoante respeitável decisão monocrática, transitada em
julgado, proferida em sede de recurso de Apelação nos autos de Ação Revisional
do Contrato existente entre as partes;

b) - não houve ainda a liquidação de sentença na Ação Revisional do Contrato


existente entre as partes, em que se aguarda a manifestação do Agravante sobre a
planilha de cálculo (fis. 64/124) dos autos, para apuração do "quantum debeatuf-,

c)- não ocorreu a consolidação da dívida em nome do Banco Agravante, porque a


notificação feita de dívida ilíquida, não possibilitou ao Agravado purgar a mora;

e) - não é possível a propriedade de imóvel, em que existe edificação de uma casa


residencial, no valor de R$ 750.000,00 (setecentos e cinqüenta mil reais), ser
consolidada ao arrepio da lei e do direito, em detrimento do Agravo que sempre
quis efetuar o pagamento da dívida;

0 - não pode o Agravante fundamentar no artigo 903, do Código de Processo


Civil, o negócio escuso que tenta fazer, como se fosse terceiro arrematante do
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imóvel, o que ele não é, sabendo ele multo bem que a consolidação da
propriedade do imóvel em seu nome está eivada de vícios que a inquina à
nulidade.

Termos em que, j. esta aos autos.

Pede e espera deferimento.

Jatai/GO, 30 de março de 2.017

José Ayres Rodrigues - adv.

OAB/SP ns. 37.787

Divino Viana dos Santos - adv.

OAB/GO 25.762

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