1. Introdução..................................................................................................................1
1.1. Objectivos...................................................................................................................2
2. REVISÃO DA LITERATURA......................................................................................3
2.1. Personalidade..............................................................................................................3
4. Conclusão....................................................................................................................13
5. Referencias Bibliográficas...........................................................................................14
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1. Introdução
O presente trabalho debruçar-se-á sobre Perturbação Destrutiva do Comportamento
Antissocial da Personalidade, o mesmo insere-se na cadeira de Psicologia Forense
ministrada pelo Instituto Superior Ciência e Tecnologia Alberto Chipande (ISCTAC).
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1.1. Objectivos
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2. REVISÃO DA LITERATURA
2.1. Personalidade
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2.2.2. Traços de personalidade
Um traço de personalidade é uma característica que varia de indivíduo para indivíduo e
que torna o comportamento de uma pessoa relativamente consistente em diversas
circunstâncias. Comparativamente aos tipos, os traços dão-nos uma perspetiva mais
precisa da personalidade, uma vez que cada traço se foca num conjunto de
características muito específicas.
4
personalidade e que permitem predizer como um determinado indivíduo agirá numa
situação específica.
5
V (APA, 2013) e considerou que os critérios de diagnósticos apresentados no manual
incidem apenas nas dimensões Malvadez e Desinibição, excluindo a Ousadia, apesar de
esta ser de entre as três, o melhor preditor da Psicopatia.
Desta forma, não se pode considerar que a psicopatia esteja representada nos critérios
abrangidos pela PPAS (Wall, Wygant & Sellbom, 2014). A PPAS é frequentemente
usada para explicar diversas formas de criminalidade e condutas desviantes, no entanto
a maioria dos indivíduos diagnosticados com PPAS não são psicopatas mas a maioria
dos sujeitos com Psicopatia exibem sintomas de PPAS (Hare, 1993).
6
estilo de vida impulsivo e irresponsável. De acordo com Obradovic, J., et al., (2007, p.
276-292), a identificação de factores preditivos na infância para o desenvolvimento de
personalidade antissocial parecem estar relacionados com aspetos afetivos (isto é, pouca
empatia, fraco sentimento de culpa, indiferença), que são descritas como traços de
insensibilidade (Callous-Unemotional traits (CU)).
3
Branco, A. V. (2004). Competência Emocional. Coimbra: Quarteto
7
Duas teorias que sugerem uma explicação para a relação entre maus-tratos e posteriores
perturbações de comportamento são a perspetiva da psicopatologia do desenvolvimento
e a perspetiva do curso de vida. A perspetiva do curso de vida sugere que o
desenvolvimento humano é de natureza hierárquica e a experiência com adversidades de
início precoce como os maus tratos, impedem o desenvolvimento crítico de tarefas mais
tarde na vida. Os estudos que favorecem a perspetiva da psicopatologia do
desenvolvimento geralmente se concentram em crianças de menor idade e estabelecem
uma ligação entre os maus tratos que ocorreram nos primeiros 5 anos de vida e
perturbações comportamentais em idades posteriores. Ambas as perspetivas estão de
acordo que a cronicidade de maus tratos tem grande impacto no desenvolvimento de
perturbações comportamentais.
Comparados com outros grupos de maus tratos, os pais negligentes que interagem com
menos frequência com seus educandos, são emocionalmente menos expressivos e
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simpatizantes com seus filhos4. Esses ambientes de desenvolvimento infantil são
inadequados em promover respostas empáticas ou altruístas relativamente à angústia
dos outros ou seja, privação de afeto e negligência tem grande probabilidade de levar ao
desenvolvimento de personalidade antissocial.
Tal diagnóstico, em alguns casos, pode ser de imputabilidade se o indivíduo não tiver
comprometida a capacidade de determinação para o delito analisado.
No contexto Moçambicano, o diagnostico deve ser feito segundo o Artigo 122° que
refere que: Falta de integridade mental posterior à prática da infracção; O exame
médico-forense do arguido é ordenado, ainda que possa presumir-se que a sua falta de
integridade mental é posterior à prática da infracção. Assim, quando caracterizado tal
quadro e houver nexo de causalidade entre o transtorno diagnosticado e o delito
praticado o indivíduo será considerado semi-imputável.
4
Bousha, D.M., & Twentyman, C. T. (1984). Mother-child interactional style in abuse, neglect, and
control groups: Naturalistic observations in the home. Journal of Abnormal Psychology, 93, 106–114.
5
BITENCOURT, CR. (2004) - Tratado de direito penal: parte geral. Vol. 1. 9. ed. São Paulo: Saraiva.
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Os transtornos de personalidade, segundo Morana, "são anomalias do desenvolvimento
psicológico que perturbam a integridade psíquica de forma contínua e
persistentemente"6. Tais indivíduos apresentam maior impulsividade, descontrole dos
impulsos, déficit de empatia e de consideração pelos demais, incapacidade de sentir
culpa ou remorso pelos danos infligidos a outrem e conduta impiedosa.
A medida de segurança, de outro lado, também não é a melhor indicação nestes casos.
Um portador de transtorno de personalidade antissocial é nocivo aos demais pacientes
de um instituto psiquiátrico forense, considerando que na situação terapêutica eles
podem mentir, trapacear, roubar, ameaçar, como também podem se utilizar de outros
modos para causar prejuízos aos outros.
Para o psicopata, o crime é secundário, sendo que o que realmente lhe interessa é o
desejo de dominar, de sentir-se superior (Filho, 2013, p.174). As análises dos perfis de
personalidade estabelecem como estereótipo dos assassinos (existem excepções),
homens jovens, de raça branca, que atacam preferencialmente as mulheres, e cujo
primeiro crime foi cometido antes dos 30 anos. Alguns têm histórico de infância
6
MORANA, H. Reincidência criminal: é possível prevenir? Disponível em www.iced.org.br
7
AMARO, JWF. (2004) - O debate sobre a maioridade penal. Revista de Psiquiatria Clínica, São Paulo, v.
31, n. 3.
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traumática, devido a maus tratos físicos ou psí- quicos, motivo pelo qual têm tendência
a isolar-se da sociedade e/ou vingar-se dela (Filho, 2013, p. 173).
O ponto central desta técnica passa por determinar com certa exatidão no tocante à
predisposição das características de um ofensor desconhecido. Podemos considerar que
a técnica de elaboração de um Perfil Criminal, tendo em conta os objectivos tradicionais
associados, pretende responder às cinco questões fundamentais da investigação criminal
(Kocsis, 2006, p.458): a. Quem cometeu o crime? b. Quando cometeu o crime? c. Como
foi executado o crime? d. Qual a motivação que está na base deste (s) comportamento
(s)? e. Onde foi cometido o crime? A resposta a estas questões, na maioria dos crimes
investigados é adquirida através do trabalho que é desenvolvido pelos profissionais de
polícia. O recurso à técnica surge associado a crime.
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3.6. Modus Operandi, Ritual e Assinatura
Em relação ao local do crime e cadáver deixados por um assassino, é extremamente
importante que se proceda ao exame, à constatação de vestígios e à exacta descrição do
local e cadáver. O modus operandi, o ritual e a assinatura são os elementos que
conectam os crimes (Casoy, 2004, p. 22).
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4. Conclusão
Nesta revisão bibliográfica, tanto durante a pesquisa, como durante a leitura de artigos,
foi possível verificar a extensa documentação, revisões e evolução não só dos termos de
diagnóstico como seus critérios. Apesar de as perturbações aqui referidas terem algumas
características em comum e sobreponíveis em outros aspetos, são as que parecem poder
evoluir para um diagnóstico de perturbação de personalidade antissocial, aquando da
passagem para idade adulta pelo adolescente.
Podemos, ainda, não definir com exatidão fatores preditivos para o desenvolvimento de
um futuro diagnóstico de Perturbação de Personalidade Antissocial, mas é possível
verificar que muitos dos casos de maus tratos, neglect e de pré-delinquência podem
servir como fatores de risco prováveis de desenvolvimento de Personalidade
Antissocial. Ainda existe muita investigação a ser realizada, não só nos fatores
ambientais onde as crianças e adolescentes se desenvolvem, a influência de sua carga
genética em termos do comportamento do individuo e suas trajetórias de
comportamento de internalização e externalização, mas principalmente o
desenvolvimento de estudos em núcleos familiares em que os fatores de risco
mencionados se encontram presentes, e com igual importância, dar inicio a esses
estudos em crianças que apresentam perturbações de personalidade desde antes os 5
anos de idade com seguimento até pelo menos à sua idade adulta jovem.
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5. Referencias Bibliográficas
I. APA - American Psychiatric Association. (2002). DSM-IV-TR: Manual de
Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais (4th ed.). Lisboa: Climepsi.
VI. Hall, C. S., Lindzey, G., & Campbell, J. B. (1998). Theories of personality. New
York: J. Wiley & Sons.
VII. Hare, R. D. (1996). PsychopathyA Clinical Construct Whose Time Has Come.
Criminal Justice and Behavior, 23, 25-54. doi:10.1177/0093854896023001004
X. Wall, T. D., Wygant, D. B., & Sellbom, M. (2014). Boldness Explains a Key
Difference Between Psychopathy and Antisocial Personality Disorder.
Psychiatry, Psychology and Law, 1-12. doi:10.1080/13218719.2014.919627.
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