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Peccata Mundi

Preliminares

Analisando os contextos de toda a criação, salvação e fim dos tempos, juntamente das
ações diabólicas que estão acerca do mundo, percebe-se que temos a nossa frente um
Deus misericordioso, que apesar de nossos pecados, mais especificamente, nossas
culpas (a consciência pelo ato pecaminoso), é nos concedida sempre uma nova chance,
em acordo com o arrependimento dos nossos pecados.

A finalidade da obra Peccata Mundi não é apenas falar sobre o pecado e a ação
diabólica no mundo, mas sim obter uma visão teológica da história e narração da
salvação, desde a Divinum Opus Creationis, passando pela Divinum Opus Salutis e
sendo consumada na Consummationem Saeculi. Em cada parte da narração da
salvação é extraída uma visão sobre as causas do pecado e como funciona a
misericórdia divina, contradizendo visões alegóricas difundidas por muitos.

Por intermédio de todo esse estudo, é possível descrever uma visão, não exata, mas
clara, de Deus e de como ele age para nós. É possível observar que fomos colocados ao
mundo exclusivamente para amá-lo e sempre que cairmos por pecado, por conta do
Originale Peccatum, será concedida a nós sua misericórdia, evidente que da mesma
forma precisamos fazer nossa parte (contrição e confissão).

O objetivo desse artigo não é aliviar a consciência dos pecadores e muito menos fazê-
los relaxarem em sua vida espiritual, sem a devida preocupação com os seus pecados.
Pelo contrário, o propósito é levar os pecadores a terem consciência da natureza de
seus próprios atos e que para serem perdoados é necessária a contrição por seus
pecados.

Divinum opus creationis

Em oposição às calamidades que estariam por vir, a Divinum opus creationis possuía os
aspectos éticos e virtuosos. A prestigiosa e magnânima, sempre adorada, opus Deo,
tinha como desígnio proporcionar uma sublime natura, onde jamais subsistiriam as
potências diabólicas e jamais seria sucumbida a Voluntas Dei. Haja visto que aquela era
a criação não suportaria tamanha transgressão à Voluntas Dei, havia uma força
diabólica atuante, que optando por seduzir-se aos pecados carnais, fez como
padecedores da culpa os próprios filhos de Deus, criados pelo Altíssimo, na presença
do Espírito Santo. A genuína ferida não era totalmente a desobediência a seu Criador,
mas sim sua culpa pela ausência de seu vigor.
Linearmente, as primeiras criaturas divinas foram feitas à imagem e semelhança de
seu Criador, sua matéria pura, assim como seu estado de espírito. No entanto,
consumiram do fruto do pecado e da desobediência, caindo por tentação diabólica. As
Sagradas Escrituras pecam ao assegurar que consumiram do pecado, posto que com
efeito foram consumidos pelo pecado.

Apelando ao seu lado da justiça, aplicou a punição aos que caíram por tentação e
foram consumidos pelo pecado primordial, sua própria culpa à desobediência, por
conseguinte rejeitando a Voluntas Dei, a única lei que existiria no Mundus. Afora sua
queda, seria garantida toda honra às criaturas de Deus. Todavia, visto que a
casualidade é autêntica, todas as criaturas oriundas do Divino vivem um combate
espiritual constante.

Por fim, a Divinum opus creationis é meramente de Deus e deve contar com o
devotamento completo de todos os seres, com intuito de que possam renunciar todas
as ocasiões pecaminosas e receberem sua gratificação. Ainda que corrompida, sendo
Divinum opus creationis, todos estão sob as leis e preceitos estabelecidos pela
Providência Divina, e somos a todo momento zelados pelo Paráclito.

Iluminados pela graça, todos que fazem ou fizeram parte da Divinum opus creationis
são chamados a combaterem a própria culpa para que um dia alcancem a face de seu
Criador.

Potestate Diaboli

Assim como foi manifestada a potência diabólica no Alfa, é manifestada idem


hodiernamente, sendo muitos os caídos pelos atos pecaminosos. Os atos pecam
contra nossa própria castidade e contra Deus, já que sua incomparável paixão tenta
obstar-nos de impelirmos ao mal e desunirmos d’Ele. A mais audaciosa manifestação
diabólica é a tentação, é nela que foi embasado o pecado original e é ela que afasta as
criaturas de seu Criador, o Deus Altíssimo junto de Jesus Cristo o Salvador, em plena
comunhão com o Espírito Santo.

Aquele que rejeita a tentação e monta sua fortaleza em Deus Todo-Poderoso, é o


homem justo, pois em Deus encontra seu refúgio. Já aquele que deixa-se levar pela
tentação e sedução ao pecado, é o fraco, o qual necessita da graça de Deus.
Conquanto, este mesmo não receberá a graça de Deus, senão através de sua própria
vontade e discernimento. Já aquele que já está totalmente entregue às ações do mal,
demandará a conversão, a conversão dos pecadores, a conversão dos culpados, a
mesma conversão oferecida pelo sangue de Christi derramado no lenho da cruz.
Todos que necessitarem da graça de Deus, requererão da mesma forma de suas
próprias forças, pois estando em condições espirituais degradadas, exigem recuperar
sua intimidade com Deus e seu estado de espírito. Ao longo dessa trilha, muitas serão
as tentações, obstante é preciso das forças do próprio indivíduo, a qual antes da
Divinum opus creationis foi dada a todas as criaturas que foram criadas por Deus. Pois
o poder diabólico e as forças do antes Príncipe Celeste, mas agora príncipe da mentira,
não cessam, haverá sempre diligências a fim de derruir as criaturas de Deus, assim
como foi derruído por suas próprias emoções e culpas.

É de suma importância a convicção de que o poder maligno não pode, jamais, atingir
fisicamente as criaturas de Deus, posto que não possuem matéria como os seres. À
vista disso, sua única arma, mas devoradora, é a mentira e a sedução. O precípuo
fundamento de toda a maldade, salvo o pecado original, é o substancial desejo do
Diabo para ser súpero a Deus, e para que, como foi precipitado, todos sejam também
recusados no Reino dos Céus, simplesmente por postergarem as leis Divinas.

Todos seres, criados em sua Opus Dei, são supremos a todo poder diabólico, mesmo
que não consigam exercer isso. Sendo supremos à Potestate Diabolis, são fracos ao
pecado, pois isso foi prescrito na Divinum opus creationis. Contudo, na graça de Deus,
todos podem controlar esse artifício, através dos ensinamentos e leccionação das
palavras do próprio Cristo. Ainda que Cristo tenha vindo ao mundo com o principal
objeto da Salvação, mas não exclusivo, Ele transmitiu muitos ensinamentos em
objeção ao pecado.

Iniquitatem Sacramentum

Em acordo, os principais recursos utilizados pelo poder diabólico a fim de derrubar as


criaturas de Deus são a mentira, a sedução e a persuasão. Com base nesses
argumentos apresentados, dando enfoque nas Sagradas Escrituras, a Igreja Católica
passará por um período de total dominação diabólica, sendo utilizadas como principais
armas pelo Diabo as mentiras, heresias e calúnias.

Indubitavelmente, a mentira é um dos pecados capitais mais graves, já que a


condenação e flagelação de Cristo deu-se por meio dela, assim como a traição de Judas
e o pecado original. No entanto, é possível observar com mais clareza também a
temática das omissões.

Previamente, é necessário interpretar a estrutura de todo o pecado. Preliminarmente,


ocorre a tentação, onde o pecador é vigorosamente seduzido pelas ações do mal e
assim que cai por pecado, acreditando ser algo bom, torna-se notória a influência
maligna daquele ato, surgindo então a própria culpa. Não é o específico ato que vai
ferir a alma de quem caiu pela tentação diabólica, mas sim é a culpa que vai corroer o
estado espiritual do pecador e é ela que cada vez mais vai afastando a criatura de Deus
de seu Criador. Pela culpa, é vergonhoso o ato praticado e o medo da crítica ofensiva
por conta de seu ato impere o estado psíquico do pecador, dessa forma, ele não
esconde seus atos somente do mundo, mas também igualmente de si mesmo, para
que dessa forma seja consolado por sua própria consciência. Mesmo utilizando dessa
prática, o pecador está sob suma influência de seu pecado e a única forma de livrar-se
disso, purificar-se de seus erros, encontra-se em Deus, o Altíssimo Criador.

Outro fator marcante do Iniquitatem Sacramentum são as heresias. No passado,


grandes heresias marcaram a Igreja, seus dogmas e seus preceitos, como o
Gnosticismo (a alegoria à fé a fim de torna-la mais atraente a outros intelectos) e o
Arianismo (questionamento à doutrina da Santíssima Trindade), no entanto esses
pensamentos antiquários foram rejeitados e condenados pela Igreja. Uma doutrina,
com base na teologia, assim como as Sagradas Escrituras, é estabelecida pela
inspiração do Espírito Santo, onde tudo que estive contido nela, deve ser conforme a
Providência Divina. Já as heresias são também doutrinas, mas que foram condenadas
pela Igreja e foram comprovadas suas irregularidades e imperfeições, pois tudo que
provém de Deus tem um alto grau de perfeição, a não ser que tal verdade não tenha
sido ainda revelada por Ele, já as heresias, pro apresentarem imperfeições e indagar a
respeito até mesmo de verdades já reveladas pela Providência Divina e por seu
Espírito, é uma plena inspiração do poder diabólico, com fundamental intuito de
derrubar as doutrinas e verdades reveladas pelo próprio Deus. Assim sendo, são
doutrinas criadas pelo homem, na inspiração do poder diabólico, que se colidem com
as verdades já reveladas pela Providência Divina e aceita com a Inteligência e Vontade
de Deus.

Em alternativa, as mentiras se diferem em um único ponto das heresias. Enquanto as


heresias são criadas pelo homem, na inspiração do poder diabólico, colidindo-se com
as verdades já reveladas pelo Espírito Paráclito, as mentiras são alterações e distorções
nas realidades de fé (ou cotidiano, sendo essas as mentiras comuns em nosso dia a
dia), inspiradas pelo poder e tentação diabólica, colidindo-se com as verdades
reveladas por Deus e por sua Providência, a fim de obter algum lucro, seja para fins
pessoais ou para semear nos corações dos seres de Deus ideais que prejudiquem sua
vida espiritual, separadamente, ou a vida espiritual de toda a Igreja, em conjunto.

As mentiras do cotidiano são distorções das verdades comprovadas por fatos e


casualidades já ocorridas, inspiradas pelo poder e tentação diabólica, a fim de tirar
proveito de tal alteração. Na ocasião da traição de Judas Tadeu e na flagelação de
Christi, o ato pecaminoso tinha central objeto em prejudicar o Filho de Deus, gerado
não criado, e puni-lo pelas instigações e violações às leis da época feitas por Jesus. É
plausível citar que as violações feitas pelo Senhor foram centralizadas apenas em
ajudar, citando o caso análogo do milagre que Jesus fez aos tantos em dias vetados
pela cultura judaica.

O juiz dos justos, o acolhedor dos pecadores

“Sua justiça os puniu, mas sua misericórdia os libertou” (Cf. MR. Pf. Comum II)

Mesmo punindo Adão e Eva, banindo-os do paraíso, sua misericórdia os libertou,


porque desde o pecado original, todos estariam submetidos ao Potestate Diaboli, já
que o primordial seria transmitido por todas as gerações. Desde o nascimento até a
Iniciação Cristã, estamos ainda sob a culpa do pecado original, a mesma culpa a que
foram subordinadas as primeiras criaturas de Deus. Dando continuidade, ainda
estaríamos subjugados a viver junto do pecado, já que por conta dos pecados
primordiais, surgiram as maldades e o Potestate Diaboli consumou-se.

Nosso Deus possui o seu lado da justiça, em sua postura de Pai, a fim de corrigir seus
filhos para que não caiam sob tão grande erro novamente. Mas sendo um Deus de
amor e de compaixão, ele perdoa os seus para que tenham uma chance para resistir ao
pecado e tentar renunciar as ocasiões pecaminosas em sua vida, ainda que sabendo
que seus filhos tornariam a cair por pecado novamente.

Deus quer que suas criaturas resistam ao pecado, no entanto mesmo se não resistirem
ele a absolverá. É notório que, como em qualquer outra situação do cotidiano, todas as
atitudes abordam consequências. Quem semear atitudes boas, colherá como
consequência a gratificação de Deus, em Deus e por Deus. Já quem semear atitudes
pecaminosas, colherá as consequências da justiça Divina, apenas em um papel de
correção, para que as criaturas oriundas d’Ele esforcem-se para não caírem pela
mesma culpa. Por conseguinte, nosso Deus é um Deus que além de nos punir e nos
absolver por Vossa misericórdia, ele é um Deus que nos dá a inspiração e a força para
continuarmos em nossos caminhos e tentarmos resistir ao pecado e às forças
diabólicas.

A consolação de Deus se dá por sua infinita bondade para com suas criaturas, tendo
em consideração que foram criadas por ele e formam sua imagem e semelhança,
mesmo que impuras e corroídas pelo pecado, ainda formam a imagem de Deus.
Ninguém é digno de receber sua misericórdia, a vida eterna e nem o corpo de Christi,
seu Filho, que é Deus convosco em comunhão com o Espírito Santo. Mas de certa
forma, aos olhos de Deus todos somos dignos de estar na vossa presença se
acreditarmos Nele e termos a confiança de que receberemos vossa graça e
misericórdia, junto da remissão de nossos pecados e libertação de nossas culpas e
complexos.

Portanto, o castigo de Deus concorrerá sempre ao bem, primeiramente na questão da


conversão dos pecadores. Ele utiliza do castigo para corrigir, para colaborar na
salvação e para converter todos do pecado. Uma segunda intenção nos castigos
divinos é que ele mesmo é canal para que seja manifestada a própria misericórdia de
Deus. Os castigos de Deus não são para o mal, mas são por conta de seu amor paterno
por nós, desejando que sejamos todos salvos e que um dia conquistemos o bem,
através de sua “inspiração” para não mais pecarmos.

Sanctificationem

Qualquer criatura que tenha sido criada em sua Opus Dei, tem em sua genética o
pecado, mesmo após sua Iniciação Cristã. Sendo assim, é quase inviável não se
remeter à tentação, nem ao pecado. Jesus Christi jamais caiu pelo pecado, pois era
então uma pessoa perfeita, carregando a graça e perfeição de seu Pai, Deus com Ele na
unidade do vosso Espírito. Jesus viveu todas as condições humanas, mas por conta de
sua natureza Divina, não foi submetido pelo pecado, apesar das diversas tentações
sofridas, sobretudo passando 40 dias no deserto. Fica clara a intimidade que Christi
tinha com seu Pai (é importante citar que Deus, Jesus e o Espírito Santo formam uma
única pessoa, sendo assim tinham o mesmo poder e a mesma graça e nenhum sendo
superior a ninguém, eram uma só pessoa com a mesma glória) e as tentativas
consumadas de tentar desviar-se das ocasiões pecaminosas e de resistir às tentações.

Assim ocorre atualmente e ocorreu com todos os Santos de Deus que passaram por
essa vida. Não conseguimos não pecar, pois o próprio pecado já está em nossa
natureza humana, mas com o subsídio de Deus, não caindo pela culpa do pecado e
estando cada vez mais próximos de Deus, podemos nos esforçar, dar o máximo de nós
e resistir o máximo que conseguirmos para desviarmos das tentações e dos atos
pecaminosos.

A confiança em Deus é fundamental na resistência ao pecado, quem confia em Deus,


confia também que receberá as forças necessárias para contrapor suas faltas, crê que
receberá a graça de Deus para que jamais se afaste d’Ele por qualquer que seja a
ocasião pecaminosa, acredita que receberá o seu perdão e confia que Deus estará
sempre junto dele em seu combate contra as forças diabólicas. Com base nos
argumentos apresentados, confiar em Deus é uma verdadeira inspiração para opor-se
aos atos malignos e vencê-los.

A Sanctificationem é embasada nessa ideia. O determinante é dar o máximo para fugir


do pecado e das ações do Diabo e seus demônios e ter um grau de intimidade com
Deus. Outro fator determinante é ajudar a comunidade a não cair por pecado também
ou auxiliar em suas dificuldades e problemas pessoais. Deus quer, sobretudo, que
sejamos luz do mundo e que não deixamos ninguém ser trilhar seu caminho pelas
trevas.

Actus Diabolicum

Como já pronunciado antes indiretamente, as ações diabólicas são as influências que o


maligno exerce sobre nossas vidas e que em determinada ocasião nos instiga a
cometer o pecado, consciente ou inconscientemente. Não obstante, o que determina
a salvação é o pecado e não as ações diabólicas, elas somente levam as criaturas de
Deus para essa condição. Existem diferentes níveis de influências demoníacas em
nossas vidas e é de suma importância diferencias cada uma e saber lidar com cada
uma.

O discernimento das ações diabólicas e da Providência Divina medular na luta contra o


pecado, já que causa certa confusão diferenciar o que provém de Deus e o que é
oriundo do diabo, portanto é imprescindível analisar profundamente ambas versões.
Tudo que provém do Diabo, de certa forma ocasionará a culpa por suas faltas e direta
ou indiretamente afetará o seu ser ou às outras pessoas, tanto no tocante ao estado
espiritual, quanto físico. Afetará também, sobrelevando esse tocante, o próprio Deus,
haja visto seu imenso amor por seus filhos e o incessante desejo de que não caiam por
pecado.

Quanto maior o nível de confiança combinado com a intimidade para com Deus, mais
intensas serão as ações diabólicas na vida de uma criatura criada por Deus, salvo
apenas circunstâncias onde ocorrem possessões demoníacas, tendo em conta que o
estado do possuído pelas ações do mal é expressivamente debilitado, seja lá por
pecados mortais ou abuso do que provém do maligno, como drogas, bebidas, etc.
Nesses casos, uma Padre ou Vigário Local, autorizado pelo Bispo Diocesano poderá
recorrer ao rito do exorcismo, uma série de orações feitas para afastar o inimigo oculto
do ser de Deus.

É muito significativo o entendimento da dinâmica do exorcismo, considerando que


simples orações podem afastar completamente as ações malignas de um ser de Deus
completamente debilitado e dominado por elas.
Ao nome Santo de Jesus, todo joelho se dobrará. No entanto, o Diabo não aceita ser
humilhado pela Persona Christi, o Diabo foi precipitado ao inferno (um lugar criado por
Deus como um julgamento para Satanás e seus anjos, e não foi criado especificamente
para a humanidade, somente para aqueles que rejeitarem a sua salvação). As orações
de exorcismo, em geral, constituem-se em suplicar a Deus, o Altíssimo, Criador, nosso
Salvador, o Santo, o Todo-Poderoso, o Deus imortal, o Alfa e o Ômega, o Deus que
merece toda honra e glória eternamente, que precipite todo espírito maligno de sua
Opus Deo e tenha misericórdia de seu filho, o qual está sob profunda influência
demoníaca. A oração, sem dúvidas, é de suma importância para afastar o mal, pela
invocação do Santíssimo nome de nosso Senhor, evidente que no exorcismo é feita em
grande escala, já que o possesso está em um grau de influência demoníaca
sobrenatural, no entanto nada difere seu poder em outras ocasiões, com simples
manifestações demoníacas, seja nos pensamentos, no coração, na afetividade ou na
própria vida do homem ou da mulher, como um tudo.

No entanto, a possessão não pode alterar a salvação do indivíduo, mesmo pecando,


não está pecando conscientemente, levando em conta que está em um nível de
influência demoníaca muito profundo. Os únicos Actus Diabolicum que são relevantes
os pecados cometidos são a tentação e a obsessão demoníaca, pois o indivíduo estará
em plena consciência de seus atos, mesmo que seduzido pelo pai da mentira.

Descrença no diabo

É difundida pelo mundo atual a ideia de que o Diabo e seus demônios não existem ou
de que o inferno também não existe. Conquanto essas ideias colidem-se com tudo o
que foi revelado pela autoridade divina de Deus, sendo dogmas, verdades de fé
indiscutíveis para nós, jamais Deus nos ensinará falsidades.

Cada um tem a liberdade de crer no que lhe agrada, no entanto, a descrença no diabo
desestabiliza e retira completamente o sentido de toda a narração da salvação:
Divinum Opus Creationis, Divinum Opus Salutis e Consummationem Saeculi. Existem
indivíduos que não creem no poder diabólico e nem no inferno por simples ato de
egoísmo, considerando-se serem pecadores querem apenas retirar o peso de sua
consciência, mas fazem isso de forma equivocada. Temos por ato de fé que Deus irá
perdoar nossos pecados e que Ele livrará nossas consciências, todos devem ter essa
concepção consigo mesmo e, como ponto fundamental, deve trazer isso para sua
realidade e cotidiano.

Segundo muitos Sacerdotes, o que o Diabo quer é que não acreditemos nele, para que
possamos sempre cair em tentação, não dando devida relevância para os nossos
pecados, pois nem o Diabo e nem o inferno existem e não haverá consequências tão
ponderosas para nossos erros. Isso é um dos motivos pelos quais um indivíduo pode
endurecer seu coração e fechar-se para a misericórdia de Deus. Como podemos temer
algo que para nós não existe?

Somos alertados a acreditar no Diabo não somente porque é uma verdade de fé,
revelada pela autoridade divina de Deus, e, porque, sem tal crença a Opus Dei não
possui sentido, mas também para que não nos fechemos para a graça de deus e para a
sua misericórdia e para que possamos dar importância para os nossos pecados, haja
visto que até então, para os que não acreditam na existência do poder maligno, não
têm grande valor.

Peccata

Os pecados são atos praticados pelos homens (e mulheres) que vão em sentido
contrário à disposição das coisas segundo a própria Natureza Divina, desde a Divinum
opus creationis. O pecado é instigado pelas ações diabólicas no mundo e é implicado
por Satanás sobre os homens, sobretudo no tocante aos pecados carnais, já que as
criaturas de Deus são as únicas que possuem matéria, portanto estão sujeitas aos
demais pecados, além da inveja, egoísmo, dentre outros.

No princípio de tudo, Deus criou seus seres celestes, os quais compõe a milícia e as
hierarquias celestes. E assim como ocorreu em sua Divinum opus creationis, um dos
príncipes celestes começou a ser dominado pelo terrificante sentimento de ira, por
ainda não ter conhecido a verdadeira face de Deus, e de inveja, querendo ser melhor
que Deus e propagou essa ideia entre diversos anjos. Por conta de muitos deles já
terem conhecido a face de Deus e terem se apaixonado por completo, não aceitaram
essa concepção. Mas houveram anjos que foram atingidos por isso e que então
uniram-se a «Satanás e seus demônios». Como queriam ser melhores que Deus, foram
precipitados ao inferno.

Todavia, os anjos não seriam mais afetados pelo conceito antes propagado entre todos
os anjos. Por serem seres celestes, não possuíam corpo, portanto não podiam cair
pelos pecados carnais, que pecavam contra a própria castidade ou que de certa forma
precisava de uma matéria. Foi então que «Satanás e seus demônios» recorreram aos
homens, criados por Deus, num primeiro instante perfeitos, «à imagem e semelhança»
do seu Criador.

Portanto, os pecados são condições implicadas aos homens através de ações


diabólicas, as quais ferem e colidem-se com a natureza das coisas estabelecidas pela
Providência Divina desde sua Divinum opus creationis, mas que está fixada na própria
natureza humana, desde o Originale Peccatum e desde o pecado cometido por
Satanás, desejando ser superior a Deus, o Criador de todas as coisas.

De certo, fugir das ocasiões de pecado dão um grande trabalho, tendo como radical a
situação de espírito e de intimidade e confiança com Deus em que o pecador se
encontra. É necessário ter uma vida espiritual muita rica em oração e intimidade e
confiança com Deus, pois dessa forma teremos força e inspiração o suficiente para
derrotar as ações malignas que pairam o mundo.

Os pecados mortais levam a perda da graça de Deus em nós, expulsam Deus de nossos
corações, matam a vida da graça em nossa alma, é uma infração grave das leis de
Deus, tira completamente o homem do caminho d’Ele, ferem a base moral católica. O
pecado mortal demanda total consentimento e conhecimento do ato que está sendo
praticado, ocorre quando o pecador tem consciência do caráter pecaminoso do ato. Se
o estado de graça não for recuperado mediante o arrependimento profundo de seus
atos, causa a exclusão do Reino dos Céus e perdição eterna. (Cf. Catecismo da Igreja
Católica).

Existem outros pecados que não causam a perda da graça de Deus, ou seja, não
quebram aliança com Deus, mas causam danos à vida espiritual da pessoa. Esse é o
pecado venial, cometendo um ato grave e infringindo a lei moral, no entanto sem
pleno conhecimento e consentimento disso. Apesar de pequenos, são resistentes e
abundantes e em excesso podem formar um pecado mortal. Invejas, ciúmes, críticas,
preguiças, entre outros pecados veniais, são cometidos sem a consciência, mas aos
poucos derrubam a vida espiritual, a caridade e as virtudes humanas: justiça, fortaleza,
prudência e temperança.

Temptationem

Satanás, como o pai da mentira, utiliza da sedução para levar o homem ao pecado.
Assim como está em «Gênesis», a serpente construiu uma imagem perfeita do fruto,
que na verdade era proibido, mas por trás ele causou a desobediência a Deus.

Assim é a tentação. De início, o pecado parece ser algo bom, o ato de pecar não tem
tanta importância e parece ser algo sem erros, algo perfeito. O indivíduo, sob
tentação, acaba não conseguindo controlar seus desejos pelo o que está sendo
oferecido e acaba caindo por sua própria culpa. A imagem construída do pecado pelo
Diabo, tende a mostrar que é algo perfeito, a única saída para resolver um problema
ou satisfazer suas vontades carnais, contudo tudo isso que parece ser perfeito está
envenenado e o que resta após o ato pecaminoso é a culpa, a responsável por todas a
tribulações que ocorrem na vida (derivadas de um pecado), o chamado “peso na
consciência”.

Existem três fontes de tentações: a carne, o mundo e o Diabo. Para cada uma é
necessário um tipo de tratamento, um tipo de cuidado, para que as feridas se fechem
e nunca mais se abram. A oração tem um papel central e básico no combate das
ciladas do demônio, no entanto existem outras derivações e necessitam de um
tratamento específico.

As tentações do mundo são um inimigo externo nosso, elas são instaladas no nosso
cotidiano sem menos percebermos, seja lá através da mídia, charges referentes a
cristãos, chacotas, entre outros exemplos. Ideologias como a cultura pagã, o anti-
cristo, as drogas, etc., nos rodeiam e são obras unicamente diabólicas, que devemos
lutar contra. Muitos, outrora, sentem-se pressionados pelo mundo, porque para ser
aceito em uma sociedade ou grupo, é necessário seguir os seus ideais, os quais nem
sempre levam à plena santidade e a uma rigorosa vida espiritual. É preciso que cada
indivíduo tenha consigo mesmo que a melhor felicidade, a única verdadeira e
duradoura, está em Deus, talvez o mundo (assim como as tentações) possa fazer
muitas pessoas felizes agora, através das drogas, bebidas, sexo desregrado (pecado à
carne), dentre outras coisas oferecidas pelo mundo, mas as consequências no futuro
serão maiores. O mundo foi criado por Deus em sua Opus Deo, isto posto não deveria
ser um local de discórdia, ódio, crimes e outras atitudes promovidas pelas trevas, mas
por conta dos pecados primordiais surgiu o mal e o mal foi semeado no coração de
muitos que não tinham e não têm uma vida entregue e confiada a Deus.

As tentações da carne são oriundas, sobretudo, do pecado original em conjunto com


os pecados do próprio indivíduo, sendo consequência das ações indiretas do demônio.
O pecado carnal se baseia em uma fuga, onde os indivíduos utilizam do prazer para
satisfazer suas vontades e, máxime, fugir da dor e se dispersar de algum problema ou
dificuldade que está passando. As criaturas de Deus foram feitas para amar e certas
formas de satisfazer o desejo carnal acabam por amputar a capacidade de amar, de se
relacionar com os outros e criar vínculos afetivos, sobrelevando o amor a Deus, que
também fica muito afetado nessas realidades. É perfeitamente buscar uma alternativa
de amor sem pagar o preço da aliança. A tristeza de quem vive nesses pecados carnais
é um sinal de que o homem foi feito pra Deus e seu coração continuará inquieto
enquanto não repousar n’Ele. São várias as propostas para combater os pecados
relacionados à carne: Renunciar os prazeres obtidos de forma desonesta, aproximar-se
de Cristo na Cruz e de seu amor, gerando uma reciprocidade, usar o tempo para estar
com Deus, fugir das ocasiões carnais, lembrar-se sempre que há consequências para
cada escolha, recordar a paixão de Christi pela humanidade, orar sempre contando
com a ajuda da graça de Deus e ter uma frequência nos Sacramentos, principalmente
no Sacramento da Confissão e no Sacramento da Eucaristia.

É fundamental ter a ciência de que o sofrimento expia o pecado, notório que não um
sofrimento a tal ponto que seja uma doença espiritual, assim como a penitência auxilia
a alcançar graças perante Deus. Por mais que as dificuldades sejam grandes, haverá de
se sentir falta das tendências carnais, todos devem saber que a tristeza que os pecados
carnais os submetem são piores e que após vencer a luta contra seus vícios e
tendências da carne, a recompensa pela parte de Deus será colossal.

O Diabo está sempre rugindo, como um leão, idem procurando a quem devorar e não
cessa de tentar as criaturas de Deus para que caiam pelo pecado. A vigilância é um dos
fatores que contribuem para a proteção espiritual contra as tentações e Deus é a
fortaleza, n’Ele inimigo algum poderá nos sujeitar a uma ocasião pecaminosa. Assim
como o vigia espera a Aurora e assim como o Céu espera a vinda de Christi, devemos
permanecer sempre em alerta, pois a tentação pode chegar a qualquer momento e
vinda de qualquer lugar.

Toda a tentação passa por revisão e autoridade de Deus, nenhuma tentação ou


provação que ocorra em nossas vidas não será consentida pela autoridade e
Providência Divina de Deus. Em momento algum não teremos as forças suficientes
para interceptar-nos de uma tentação, pois o Espírito Santo sempre está sobre nós e
ao nosso lado e ele fornecerá a força necessária para sobrepujar qualquer ato
pecaminoso ou indução a este. A autorização divina para a tentação é um mistério,
mas, segundo São Tomás de Aquino, Deus coopera em tudo para o bem dos que o
amam.

Por que Deus permite a tentação?

Sem dúvidas esse á um dos mistérios de nossa fé, pois nada acontecerá com os seus
aqui na Terra sem sua permissão, nem as tentações diabólicas. Assim sendo, por que
ocorrem as tentações e por que caímos por ela?

Sumariamente é preciso ter a ciência do que é um mistério divinos. Fazem parte dos
mistérios as questões de fé que ainda não foram completamente explicadas, isto é, são
questões que a princípio temos crença nelas, pois são dogmas e foram reveladas, de
certa forma, pela autoridade divina. Contudo, mesmo crendo não há ainda um porquê
ou uma explicação para este, pois estão são verdadeiros aos olhos da fé, mas
inexplicáveis, são incapazes de serem explicados pela razão humana.
Sabemos pela autoridade de Deus que Ele permite que a tentação ocorra, o Diabo não
tentará os filhos de Deus sem a permissão e consentimento do Pai. No entanto a
explicação racional para essa permissão não existe, é uma explicação que somente
poderá ser entendida por Deus e não está em nosso alcance. Apesar disso, ainda
cremos que as explicações para essas revelações divinas, serão concedidas a nós em
algum dia, para que possamos compreender melhor a natureza divina de Deus, nosso
Pai e Salvador.

Pelo entendimento humano existem especulações, como a das provações, onde Deus
permite essas tentações para provar os seus filhos e ajudá-lo a melhorar em suas
quedas, assimilando-se aos castigos, mas não é suma verdade, haja visto que o único
que é capaz e habilitado para nos revelar as verdades de fé é Deus, ele não nos
ensinará falsidades a respeito d’Ele.

Quaresma

“Senhor, eis aqui o teu povo que vem implorar teu perdão, é grande o nosso pecado,
porém é maior o teu coração.”

A quaresma é um tempo de interiorização e reflexão sobre os pecados, para que


consciente de que é pecador, o indivíduo tenha uma ânsia por sua conversão. Jesus
passou quarenta dias no deserto em profunda oração e intimidade com Deus, sempre
resistindo às tentações.

Com base nos textos bíblicos que narram os quarenta dias, é possível perceber que a
quaresma é um tempo de interiorização e plena comunhão com Deus, nosso Salvador,
com a graça do Espírito Paráclito, a fim de montar uma fortaleza em Deus e resistir aos
pecados que ali ocorrem.

Também é um tempo de reflexão sobre os próprios atos, repensar sobre o que precisa
mudar, se sua vida de oração e sua vida espiritual estão fortes o bastante para exercer
força sobre as tentações e analisar quais pecados precisam de mais atenção, para que
a conversão ocorra. É um período de renúncia dos pecados, arrepender-se de todos os
atos pecaminosos pelos quais você passou e suplicar a misericórdia.

É um momento para nos prepararmos para a Paixão, assim como Jesus se preparou
para entregar seu espírito por toda a humanidade e pela remissão dos pecados de
todos, até dos que promoveram sua crucificação, mesmo que toda a história fazendo
parte da Voluntas Dei.
Não devemos fazer toda essa reflexão e contrição somente durante a Quaresma,
devemos fazer uma autoanálise durante todo o ano, a fim de chegarmos cada vez mais
próximo de Deus e alcançarmos a plenitude da vida eterna, sempre tentando fugir do
pecado e das ações diabólicas que nos influenciam.

Qual o verdadeiro sentido do jejum e abstinência?

Cristo morreu na cruz por nós, foi um dos mais perfeitos sacrifícios e que nunca poderá
ser repetido por nós ou recompensado, senão pelo amor e paixão a ele. É isso que
Deus quer para nós, ele nos criou unicamente para ele, dessa forma colocando ele ao
máximo da nossa vida e ao ápice da nossa fé.

Todavia, corrompidos pelo pecado, somos impedidos de consumar esse desejo que
Deus colocou para nós, pois o pecado cada vez mais nos afasta de Deus e de sua graça,
justamente por conta de nossa culpa. O esforço para renovar cada vez mais nossa vida
espiritual, fugir do pecado, receber a misericórdia e aproximarmos de Deus deve ser
constante e por essa razão, retribuindo o sacrifício realizado na Cruz por nosso Senhor,
nós podemos reproduzi-lo através do jejum e da abstinência, que acaba por nos
aproximar mais de Deus, simplesmente pelo fato de estarmos “imitando” as simples
atitudes que Cristo teve em sua vida enquanto em condição humana.

O seu ato deve fazer diferença na sua pessoa, devem ser atitudes que tragam uma
reflexão e um sentido para você. Muitos cristãos costumam fazer o jejum, evitando
certas comidas, como chocolate, refrigerante, etc., enquanto é preciso saber o
verdadeiro sentido da abstinência. Ações simples, como ajudar nos deveres de casa,
ajudar pessoas debilitadas ao longo do cotidiano, ou então evitar algum pecado, como
a mentira, as ofensas, o ódio, etc., podem sim fazer a diferença, seja lá no crescimento
da sua vida e ardor espiritual, ou então seja para contribuir para levar a Lumen Christi
para onde for, «exalar o perfume de Cristo».

Essas atitudes não necessitam ser feitas apenas na Quaresma, assim que qualquer
indivíduo sinta-se tocado para fazer alguma abstinência, rezar o terço determinada
quantidade de vezes e afins, é completamente oportuno.

Divinum Opus Salutis

“Agnus Dei qui tollis peccata mundi, miserere nobis, Agnus Dei qui tollis peccata mundi,
miserere nobis, Agnus dei qui tollis peccata mundi, dona nobis pacem”
A Divinum Opus Salutis é clara quanto ao seu propósito. Deus nos fez unicamente para
ele, a fim de que nós o amemos e ele nos ame. Com efeito, movido pela Sua
misericórdia em relação ao pecado original a que foi submetido todo o gênero
humano, coube a Deus, por intermédio de Jesus Christi, Verbo feito Carne, na
comunhão com o Espírito Santo, fazer ser conhecido o mistério da Sua Vontade.
Através de seu Filho Unigênito, dirigiu-se a nós, compadecendo-se da fraqueza
humana e igualando-se a todo o gênero humano, em todo o mistério de sua
Encarnação, dando aos homens um coração capaz de conhece-lo. Pois então o homem
conhece Deus a partir de suas obras e tem conhecimento das suas verdades de fé
através da graça de Deus somada à inteligência e à vontade, tendo que todos os
dogmas e verdades de fé seriam revelados pela autoridade de Deus, infundidos pelo
próprio Deus na sua graça santificante.

No entanto existia outro conhecimento que o homem não podia e não pode alcançar
com suas forças, a Revelação Divina. Por isso, Deus, a partir de seu livre arbítrio revela-
-Se e doa-Se aos homens, mostrando Seus mistérios e Seus projetos benevolentes.

Através de Cristo, Deus nos chama à verdade, cujo nos fez conhece-lo pelas obras
operadas por seu Filho e pela segurança da Sua doutrina que excede toda a sabedoria
e inteligência humana. Deus se fez presente no Verbo e na Carne, nas palavras de seu
Filho Unigênito e em seus operados milagres, sendo essa a natureza divina de Cristo.
Salvo isso, viveu em tudo a condição humana, sofrendo pela força do pecado de
outrora até sua flagelação, morte e ressurreição. Durante toda sua vida mostrou-nos
testemunhos e lições de vida, como o episódio da Multiplicação dos Pães, onde todos
os presentes sentiram-se tocados pela presença e Espírito do Deus Altíssimo e
dispuseram-se à partilha dos pães, um ato de caridade.

Seu caminho trilhado até o contexto da Divinum opus salutis é de se honrar, pois
fornece uma visão ampla da natureza de tudo segundo a Divinum opus creationis e
sem dúvidas, a história da salvação viabiliza concretizar a Doutrina da Misericórdia de
Nosso Senhor Jesus Cristo, a julgar por todo o sofrimento de Jesus passou desde os
quarenta dias no Deserto, com uma profunda inquietação, até entregar seu Espírito,
passado um episódio de intensa tortura a Ele.

Toda a história de Salvação contada pelos Evangelistas levanta o mesmo propósito,


livrar a humanidade de todo o mal, a fim de evitar e desviar todo o gênero humano da
perdição eterna, em razão dos pecados primordiais e os pecados cometidos no
cotidiano do povo da época.

Em sua flagelação, colocou todas as nossas feridas ocasionadas pelo pecado e pelas
ações diabólicas, sem pormenorizar, em suas dolorosas chagas e feridas. Em seu
caminho até o calvário, colocou na cruz todo o peso de nossas culpas, consciências,
atos e omissões, a fim de tomar consigo nossas faltas. Em sua crucificação, de braços
abertos foi colocado no lenho da cruz, simbolizando que está sempre de braços
abertos ao mundo, sempre perdoando a todos e concedendo sua misericórdia. Ainda
vivendo sua condição humana, dirigiu-se ao pai, indagando «Eli Eli lama sabachthani?»,
como referência às situações lamentosas na vida e que as pessoas sempre indagam a
Deus por que ele a abandonou, enquanto em sua natureza Divina sabia que seu Pai
estava sempre com ele. Pondo fim à narrativa da Paixão, «entregou o seu Espírito»,
entregando seu Espírito Santo a todos para que semeasse a graça de Deus e
promovesse o anúncio de sua ressureição e plenitude.

Através de seu sacrifício perfeito, deixou para nós «o memorial de vossa paixão» e
misericórdia, para que não só quando necessitarmos, recorramos a ele em orações,
louvores e afins.

Deus, o Verbo feito Carne, jamais soube de tudo o que passaria até que ocorresse o
Jetsemani, pois ele foi ao mundo com uma finalidade: Ensinar aos seus os seus
mandamentos e transmitir aos seus os seus ensinamentos.

Verbum caro factum est, Verbum panis factum est

O que é dito nesse cântico de comunhão mostra uma das verdadeiras, não única,
missões de Cristo na Terra.

O Verbo se fez Carne, a própria palavra de Deus se fez carne para nos salvar. Cristo é
posto como o Verbo do Pai, pois ele é tudo que é professado da boca d’Ele e encarnou-
se, vivendo em tudo a condição humana, para nos transmitir os Seus ensinamentos.

Fomos criados por Deus para, sobretudo, ama-lo acima de todas as coisas e não
podemos nos apaixonar por algo, retribuir o amor por algo, sem antes conhecer, assim
será citado na Legibus: Para conhecermos nosso Pai, devemos conhecer suas leis, a fim
de descrever toda a sua natureza divina e persona. Essas são as Revelações Divinas. A
todo momento Deus nos revela as suas verdades, as verdades por sua autoridade
divina, para que o conhecendo possamos ama-lo e ter a sede pela sua graça
santificante, haja visto que é um Deus de amor.

Se formos fazer uma análise minuciosa das Sagradas Escrituras na liturgia


(Evangeliário) encontraremos uma série de Evangelhos que contêm parábolas. Assim
como a analogia, as parábolas constituem uma forma mais prática e mais eficaz de se
ensinar algo utilizando de exemplos do cotidiano do interlocutor, criando os
personagens, o espaço, o tempo e o enredo da parábola. Maior parte das parábolas
encontradas nos Evangelhos estão na liturgia da palavra do Tempo Comum, cuja cor
desse tempo, a verde, simboliza esperança. Com base nisso, é possível concluir que
Christi, o Verbo de Deus, queria nos transmitir os ensinamentos, leis e verdades do Pai,
a fim de que quando estivéssemos passando momentos difíceis ou felizes, pudéssemos
ter esperança, a esperança de que Deus nos ama e ele nos salvará.

Até então esses ensinamentos só poderiam ser passados a nós, gênero humano,
através da autoridade divina do Pai e inspiração do Espírito Santo, o que não garantia
tal autenticidade pela verdade estar sendo dita pela boca que um ser. O Verbo tornou-
se carne para que essas verdades estivessem acessíveis a nós e para que houvesse
autenticidade nelas, por estarem sendo professadas pela própria autoridade divina.

Essas revelações compuseram a história da salvação, a Divinum Opus Salutis, assim


sendo, em virtude disso devemos sim ter consideração por elas e trazê-las para nosso
cotidiano, desde as leis de Deus até os ensinamentos de Cristo através de suas
parábolas. “E aqui partes o teu pão em meio a nós, todo aquele que comer não terá
mais fome”. Sendo o Verbo de Deus o Cristo, o pão, todo aquele que consumir da
Palavra de Deus não terá mais fome. Isso não significa que não será tentado a passar a
fome, mas sim que Deus colaborará em tudo através de seus ensinamentos para que a
fome não paire sobre suas criaturas.

A única fonte verdadeira e confiável para saciarmos nossa fome é Deus e o Seu Verbo,
sua Palavra, a qual veio ao mundo através de Seu Filho Unigênito, Jesus Cristo. Não
digo que não podemos encontrar a felicidade no mundo, mas sim que essa é a
felicidade falsa e não duradoura. Cairemos pela tentação do mundo, mas através da
Palavra de Deus, de suas revelações e de seus ensinamentos, juntamente de nossas
forças e da graça santificante, é possível combatermos as ações diabólicas.

Legibus

Todas as Legibus Christi estão presentes nas Sagradas Escrituras, direta ou


indiretamente, já que essa é a herança mais sagrada deixada por Jesus para nós. No
entanto é de suma relevância interpretar os textos bíblicos, com ênfase no Antigo
Testamento, onde os escritores bíblicos e os antepassados, via de regra, tinham visões
diferentes dos fatos e ademais análogas.

Mesmo levando em conta a forma que foram tratadas as leis de Deus no Antigo
Testamento bíblico, é indispensável sua interpretação como um todo, buscando
sempre explicar racionalmente os fatos e conclusões nele, para vivenciarmos todas as
leis de Christi.

Sumariamente, a lei de Deus é a expressão do caráter de Deus e está contida nos dez
mandamentos, sendo o amor o cumprimento total da lei. Quem ama a si mesmo após
o próximo, e o próximo após Deus, estará cumprindo sua Legibus Christi, no entanto
existem outras diretrizes e diversas interpretações dos textos bíblicos onde encaixam-
se as leis do Reino dos Céus.

Imagina-se que o Senhor seja nosso diretor espiritual e que está nos ajudando a chegar
ao Reino dos Céus. Suas palavras aconselhadoras são seus mandamentos, sendo nosso
dever seguir suas palavras a fim de alcançarmos um dia «o reino que para todos
preparastes». O que vem da lei é o pleno conhecimento do pecado e para conhecer o
pecado é necessário sobretudo o reconhecimento das próprias culpas e de sua
condição de pecador. Em contrapartida, para se conhecer Deus é obrigatório ter o
conhecimento de suas leis e mandamentos, pois Christi é o verbo e se faz presente por
suas palavras.

É importante citar que as leis do Antigo Testamento, mesmo existindo, foram


reformadas na vinda de Cristo para a Salvação do mundo (Salvador do mundo, salvai-
nos), sendo que as leis da primeira aliança tinham uma relação maior com as éticas e
morais da religião judaica (sacerdócio, templo, dízimos, etc.). A salvação não se dá por
completo ao Antigo Testamento, mas sim à Nova Aliança, na vinda do Senhor,
considerando também que a graça de Deus que trouxe a salvação ao povo judeu. Os
seguintes preceitos remetem em maior parte à conversão dos pecadores, pois onde há
o pecado, não são as leis que atuam, mas sim a graça de Deus.

Os dez mandamentos tratam amplamente da fé ao todo e não só de uma partícula


desta. Assim sendo, defendem e visam apresentar as doutrinas da fé cristã, cujos
mandamentos possibilitam diversas interpretações e versões que provocam a
discussão do que é considerado pecado e do que não é. Por isso é necessária uma
análise minuciosa das Sagradas Escrituras, em específico do Livro do Êxodo (20, 1-17) e
de Deuteronômio (5, 6-21).

A primeira parte dos mandamentos dados fala unicamente da relação entre nós,
criaturas de Deus, e Deus, autor de toda Opus Dei em estreita ligação com a fé. É
essencial conhecer melhor a fé, pois não é possível acreditar em algo sem ter o pleno
conhecimento da verdade, dado pela junção da Vontade com a Graça de Deus. Pois fé
é você crer em algo sem tais comprovações, assim crendo, acredita-se que se deve à
própria Graça de Deus somada à Inteligência, onde o próprio Senhor revela por sua
autoridade as verdades de sua fé e as infunde no coração de todos, também por sua
graça. Tendo Deus no centro de sua vida, sua adoração deve ser dirigida apenas a ele,
admiravelmente e respeitosamente, não a outras imagens, práticas e atos vãos. Sendo
Deus o ápice de sua fé, as leis encaixadas pela Nova Aliança com contribuição total do
Antigo Testamento não permite o orgulho e o egoísmo, colocando-se acima de Deus.
O memorial deixado por Jesus, a própria eucaristia, é algo de respeito e não devem
haver abusos em relação a ela, como a comunhão tendo pecado mortal/grave
pendente ou recebe-la sem reverência ou ato de agradecimento.

A segunda parte dos mandamentos trata especificamente das relações sociais, as quais
ainda possuem problemas e déficits. É sobrelevado nessa parte o respeito para com o
próximo, pois aos olhos de Deus somos todos irmãos, procedentes de uma única
criação, sua Opus Deo, e jamais será aceitável que haja brigas e confusões entre os
filhos de Deus. Os mandamentos de Christi inibem por completo a violência por
palavras, a inveja, a impaciência, o ressentimento, o ódio, críticas ofensivas, fofocas,
mentiras, entre outros pecados capitais, os comuns.

Outra interpretação dos fatos são os pecados para com o seu próprio corpo, os
pecados contra a castidade. Ocorre quando você ofende seu próprio corpo, indo
contra a natureza estabelecida na Divinum opus creationis, que podem causar danos
físicos, psíquicos ou espirituais para você mesmo e consequentemente para Deus. É
como um pai saber que o filho foi preso por assassinato, é revoltante ao mesmo tempo
lamentoso para ele, é algo terrível. Como auxílio nessa conversão, a Igreja rejeita todo
e qualquer abuso de bebidas, as drogas, a masturbação, a preguiça, o adultério, o luxo
excessivo, as mentiras, pois acima de tudo não está enganando a Deus, mas sim a si
mesmo, a desonestidade, entre outros pecados nesse âmbito.

A peça chave para saber se um indivíduo caiu sob o pecado ou não, é primeiro analisar
se sua atitude não feriu a Deus, a você ou ao seu próximo e enfim analisar sua
consciência, pois um pecado feito com consciência gera o sentimento de culpa. A
interpretação das Sagradas Escrituras é totalmente pessoal e própria do leitor, no
entanto, deve seguir todos os fatos já revelados por Deus em outro momento.

Instituído na ordem da Criação

A Legibus constituiu o direito e ordem natural das coisas, ou seja, tudo aquilo que foi
instituído por Deus em sua Opus Dei, existem parâmetros e grades que definem o que
é correto e o que não é correto. Nosso Deus é um Deus Criador, portanto quando Ele
criou o mundo, foi criada uma lógica também, a ordem de todas as coisas. Esse é o
logos, a inteligência divina que governa todas as coisas e está acima de qualquer ser
humano. São parâmetros que foram criados no ser das coisas, é uma ordem natural
impossível de ser mudada.

Essa é a ordem natural das coisas, as quais estão sendo alteradas em nosso dia a dia,
seja lá nas famílias ou até mesmo na própria fé. Para muitos a atual sociedade está
engessada e os conservadores são os que zelam por esse λόγος e para essa sociedade
que quer inovar, ir contra o objeto da criação divina, ir contra tudo que foi
estabelecido na Divinum Opus Creationis, a Igreja simplesmente não é misericordiosa,
a Igreja condena a tudo e a todos, enquanto na verdade, a Igreja está defendendo a
ordem natural estabelecida na Obra da Criação Divina e a Legibus, também
estabelecida da Divinum Opus Creationis. Todas essas normas e leis da Igreja,
estabelecidas desde a Criação Divina e renovada pela Nova Aliança, tentam preservar
tudo o que foi definido anteriormente e colocado no ser das coisas, tendo como
agente o amor, para com o próximo, para com Deus e para com nós mesmos.

A Igreja não condena, ela tem misericórdia, mas através da Legibus preserva tudo o
que foi definido na criação, pois foi nessa sede de inovar, de querer criar seus próprios
ideais, ser um deus, que Satanás e seus demônios caíram e é onde muitos ainda caem
e são condenados perante o juízo de Deus. Não é porque Deus não quer conceder sua
misericórdia, mas sim porque o indivíduo restringe-se à misericórdia do Criador.

Kyrie Eleison

Nosso Deus é um Deus de misericórdia. Tantas foram as vezes que caímos por pecado
e sempre que recorremos a ele, recebemos o seu perdão e uma nova chance. Somos
chamados a lutar contra as ocasiões pecaminosas durante o nosso dia a dia e ao
mesmo tempo ajudar nossos irmãos, para que os mesmos não caiam pelo mesmo
pecado.

Existem pecados que podem ser confessados a Deus em uma simples oração, ora
existem outros pecados que necessitam do Sacramento da Confissão. Os Sacramentos
foram instituídos por Jesus e tem uma eficácia automática, gerando a graça
santificante. Os Sacramentais não levam ao efeito do sacramento, que é a obtenção da
graça, mas sim dispões para os sacramentos e podem remover tudo o que impede a
obtenção da graça santificante (como a Água Benta que vai contra as insídias do
demônio). Estes sacramentais (Água Benta, Medalhas, Sal, etc.) podem auxiliar-nos no
combate à força das trevas.

Contudo, uma vez que caímos por pecado, necessitamos no arrependimento para
recebermos a misericórdia de Deus. Dependendo do caráter pecaminoso do ato, um
simples arrependimento, uma simples oração, um simples ato de contrição pode
libertar você e sua consciência do pecado. Pois é plausível citar que o arrependimento
tem que ser de todo o coração, deve ser algo profundo, um sentimento verdadeiro,
onde você se entrega por completo à misericórdia de Deus.
Primeiramente, o indivíduo deve reconhecer a sua condição de pecador e sua
tendência por natureza ao pecado. Logo após, para ser recuperada a graça de Deus
que foi perdida pelo ato pecaminoso, deve haver o sentimento de culpa por parte do
pecador e consequentemente o sofrimento, haja visto que o sofrimento contribui para
a expiação dos pecados do indivíduo, ele gera o arrependimento de tal ato. O que
importa para Deus é o pleno e sincero arrependimento de nossas faltas, para que
então recebamos a vossa divina misericórdia.

Em pecados comuns (jamais normais, pois não se encontram nas normas de Deus),
através de um simples gesto de arrependimento é concedido o perdão da parte de
Christi, absolvendo o indivíduo dessa condição de pecado. É preciso antes de tudo
assumir a própria culpa no ato pecaminoso e então renunciar este, para que
suplicando o perdão seja perdoado e esforce-se para não ter a mesma conduta.

No entanto, indica-se que dentro de um período de tempo, seja feito também o


Sacramento da Confissão, por conta de um acúmulo de pecados ou por conta do
caráter pecaminoso destes.

Obras da Misericórdia

Sem dúvidas, as Opus Misericordiae são fundamentais para a Divinum Opus Salutis,
levando em conta que se tivermos boas ações, seremos seres de bem e seres que
exalam o perfume de Christi por todos os lugares que passarmos. As Opus
Misericordiae dividem-se em duas diretrizes, todas com um mesmo objetivo, a
salvação do mundo e expiação de todos os pecados, no entanto em caráteres
diferentes: A Opus Spiritualis e a Opus Corporis.

A Opus Spiritualis refere-se ao contexto de cuidar e zelar pela vitalidade espiritual de


todos, cumprir com as necessidades espirituais. Exemplos da Opus Spiritualis é instruir
e aconselhar os que estão precisando de ajuda ou que estão passando por momentos
muito difíceis, em estados psíquicos muito degradados, como a depressão, o ódio e
outros complexos, consolar e confortar os que passaram por momentos difíceis,
perdas, pecados mortais, os que passaram ou estão passando por doenças espirituais,
a fim de que encontrem em suas palavras, inspiradas pelo Espírito Santo e de acordo
com a Providência Divina, a fortaleza, a mesma fortaleza que encontram em Christi.
Outro exemplo da Opus Spiritualis é perdoar e suportar. Para que nossos pecados
sejam perdoados, é preciso que em primeiro lugar perdoemos a todos que nos fizeram
mal, a todos que, de certa forma, afetaram nosso estado psíquico, seja através de
críticas ofensivas, fofocas, xingamentos, inveja, entre outros atos pecaminosos que
ferem a vitalidade espiritual do próximo, também criatura de Deus. Isso, a fim de que
livremos nossa consciência e alcancemos um estado superior de graça, de forma a
“imitar” a Jesus, o qual perdoou a todos os que participaram do objeto de sua
flagelação, crucificação e morte (“Perdoai as nossas ofensas assim como nós
perdoamos a quem nos tem ofendido”).

De outro lado, a Opus Corporis remete a satisfazer as necessidades corporais do


próximo, assim como Jesus curou o leproso, o cego e o paralítico, nós somos chamados
a curar as feridas corporais do nosso próximo, a fim de sermos a Sua voz, os
anunciadores da Sua Boa Nova. Essas são obras de caridade, obras que contribuem
para as relações sociais, são exemplos dela: Auxiliar nas necessidades vitais, muitas
vezes encontramos nas ruas pessoas passando fome, passando sede e maltrapilhos, e
não deixa de ser uma Opus Misericordiae o auxílio para com essas pessoas, dando de
beber a quem está passando sede, dando de comer a quem passa fome e dando de
vestir aos maltrapilhos. Se um indivíduo, irmão ou irmã, não tiver o que vestir ou não
tive algo para sua subsistência, não basta apenas dizer à pessoa algo consolador, mas é
necessário ter a atitude de saciar suas necessidades para subsistência, as quais podem
estar degeneradas.

É notório que para Deus essas boas atitudes de caridade e misericórdia têm muito
valor, ainda que para nós não traga muitos resultados e não seja tão significativo.
Somos chamados a transmitir as palavras de Christi, somos chamados a instruir,
aconselhar, consolar, pois um dia tivemos essa experiência de sermos instruídos,
aconselhados e consolados por nosso Senhor. Talvez existam atitudes mais fáceis que
outra, citando caso análogo, visitar os doentes ou dar esmolas está ao alcance de
todos e por que não ter essas atitudes?

Sacramentum

É evidente a função dos Sacramentos dentro da Igreja Católica Apostólica Romana.


Trata-se de receber a graça santificante de Deus, no entanto de forma indireta, mas
que foi instituída por Jesus em sua vinda, através das Sagradas Escrituras. Cada
Sacramento tem a sua função diante de Deus, contudo todos conduzem o cristão à
graça de Deus. São 7 os Sacramentos: o Baptismo, conhecido como Iniciação Cristã, é
onde as portas da vida cristã se abrem para tal indivíduo, é feito através da imersão ou
derramamento de água sobre a cabeça do candidato, significa imergir na morte de
Christi e ressurgir com Ele em uma nova criatura. A Eucaristia é o memorial deixado
por Christi, onde é recordada a Santa Ceia, a Paixão e a sua Ressurreição, pelo qual
após ser feita a Oração Eucarística e terminada a Doxologia Final, a Hóstia torna-se
para nós o Corpus Christi e o Vinho Seu Sangue, o Sangue da Nova Aliança. A
Penitência é a confissão de seus pecados a um Sacerdote, uma vez feita, é promovida
também a reconciliação entre o pecador e Jesus Christi. A Unção dos Enfermos é o
sacramento pelo qual o Sacerdote reza e unge os enfermos para estimular-lhes uma
cura imediata mediante a fé. O Sacramento da Ordem concede a autoridade a um
indivíduo para exercer funções e ministérios eclesiásticos. É dividido em três graus: o
Episcopado, o Presbiterado e o Diaconato. Por fim, o Sacramento do Matrimônio
estabelece a santifica a união entre um homem e uma mulher, fundando uma nova
família cristã.

Todo sacramento possui matéria, isto é, o que o torna possível de ser celebrado. Por
exemplo, a matéria do Baptismo é a Água, a matéria da Eucaristia é o Pão e o Vinho.
Existem duas matérias dentro do Sacramento da Confissão: a matéria Remota e
matéria Próxima. A matéria remota refere-se a todo o pecado que tenha sido
cometido após o Baptismo, ainda que não seja grave. Portanto, o Sacramento da
Confissão é constituído por três matérias.

A primeira matéria é a contrição, é uma dor muito grande da alma e a detestação do


pecado cometido, com uma ânsia por não cometer mais este no futuro. Sem o
arrependimento do penitente, é inviável a absolvição do pecado, uma vez que não há
matéria para o mesmo acontecer. A Contrição Perfeita é consistida em uma repulsão
pelo pecado cometido e um desejo incessante de não mais pecar.

A segunda matéria é a confissão, a exteriorização dos pecados cometidos. O penitente


tem a obrigação de se acusarem perante todos os pecados mortais, dos quais se
recordam. Quanto aos pecados que o penitente não se recordar, não são considerados
omitidos e caso estejam em uma condição de arrependimento profundo, são
absolvidos. Para que haja a Confissão é obrigatória a presença da Confissão e
Contrição, uma vez que se torna a essência do que confessamos a Deus.

Por último, a satisfação consiste em visar a reparação do mal ou ato pecaminoso


cometido. Não é essencial ou obrigatório para que a Confissão aconteça, mas sim a
torna completa, pois Deus, ao absolver-nos de nossas faltas, nos dá uma nova chance
para tentarmos não cair pelo pecado novamente. Dessa forma, é importante que
tentemos não cometer a mesma falta, uma vez que tenha sido confessada.

As condições mínimas para uma boa confissão são o arrependimento dos pecados, a
presença do Sacerdote e das matérias da Confissão. Segundo o Direito Canônico, para
validar-se a absolvição dos pecados é requerida a presença de um ministro que tenha,
além do poder da Ordem, a faculdade de exercer esse poder para o bem dos fiéis. Para
a integridade do Sacramento, é necessário que uma pessoa manifeste verbalmente os
seus pecados graves, citando todas as circunstâncias que foram agravantes a ele e que
haja o arrependimento, normalmente pelo Ato de Contrição. Para a integralidade
desse Sacramento, segundo o Direito Canônico, é preciso da disposição do Sacerdote,
o qual deve estar aberto a ouvir a confissão e impor a obra satisfatória.

Por outro lado, há a Unção dos Enfermos, a qual perdoa os pecados, mas como algo
secundário. O objetivo primário é curar a alma dos enfermos dos efeitos do pecado, ao
contrário do Sacramento da Confissão, cujo tem como finalidade primária o perdão
dos pecados. Caso um enfermo esteja em pecado mortal é aconselhado que, antes de
ser feita a Unção dos Enfermos, o doente recorra à Confissão. Em caso de
inconsciência do próprio enfermo, pode-se ser dada apenas a unção dos enfermos,
posto que ela também realizará o perdão dos pecados, evidente que de forma
secundária, mas com mesmo efeito. Segundo o Direito Canônico, o enfermo deve estar
em uma doença que tenha seu perigo de morte e esclarece que a Unção dos Enfermos
está relacionada à alma, alivia-la no seu sofrimento da alma pelos pecados.

Lamentações

Para Christi, o sofrimento por conta de nossos pecados é essencial para a expiação e
perdão dos mesmos. Jesus sofreu e carregou todo o peso de nossos pecados, fossem
eles capitais, veniais ou mortais, e como é de se saber “imitar” a Jesus é uma das
principais maneiras de receber sua graça santificante.

A culpa é o mal do pecado, mas sua consequência é o que nos concede a graça
santificante do perdão. Carregar e sofrer pelos nossos pecados é a principal matéria da
confissão, pois ela gera o arrependimento por estes, o que não sofrer pelos seus
pecados jamais conquistará novamente a graça santificante perdida. No entanto,
existem limites dentro desse sofrimento, os quais ultrapassados, causam danos para
nós mesmos.

O arrependimento de nossos pecados é de sumo fundamento, no entanto mesmo


após esse arrependimento podemos carregar as culpas, as cicatrizes. O problema é
quando essas cicatrizes não estão fechadas por inteiro, estão infectadas. O sofrimento
excessivo pelo pecado não é bom aos olhos de Deus, pois Ele quer o bem para nós e
não quer que estejamos sempre lamentando e sempre tristes com um colossal peso
em nossas consciências. Ele quer que após a Confissão, após nossa reconciliação com
Ele, nós estejamos alegres, purificados e exultando de sua graça santificante, sempre
renovados pelo Seu Sacramento e que após recebe-lo, sejamos livres de todos os
pecados confessados e sejamos prisioneiros apenas de Sua Paixão.

As lamentações estão contra essa natureza. Todas as coisas que pertencem a Opus Deo
precisam ser contempladas, inclusive a própria criação Divina. Não pertencendo o
pecado a Opus Deo, eles devem ser completamente repugnados. O problema é
quando essa repugnância ultrapassa a sua natureza e ocorre contra a própria criação
Divina, o homem e a mulher. As lamentações e sofrimentos excessivos ferem
bruscamente a vitalidade espiritual e o psíquico do indivíduo, ferindo
consequentemente o amor que Deus tem por nós, o imenso amor que foi capaz de
derramar Seu Sangue no madeiro da Cruz.

Dessa forma, devemos controlar nossos sofrimentos pelo pecado e nossos


sentimentos de culpa através da oração e métodos para alcançar um máximo estado
da graça de Deus. Pois Deus não nos quer ver sofrer, ele quer nos ver em pleno júbilo,
livres da escravidão de nossos pecados e ele atua em tudo para nos auxiliar na
consumação disso.

Tendência Natural

Por conta dos pecados primordiais, todo o gênero humano possui uma tendência
natural ao pecado, sendo raro por parte dos seres de Deus não cair pelos pecados.
Contudo, nenhum pecado cometido deve ser justificado por essa tendência a ele.

A tendência pelo pecado é grande, mas maior deve ser nossa força de vontade para
lutar contra ela. Não é porque sabemos que sempre cairemos por pecado que
devemos deixar essa questão para lá e continuar cometendo os atos pecaminosos, na
esperança da misericórdia de Christi. Pelo contrário, jamais conquistaremos a
misericórdia, senão através da nossa luta contra a tendência ao pecado.

Temos uma tendência ao pecado, mas somos chamados a lutarmos contra ela, pois
Deus, em Espírito e em Verdade, o Verbo feito Carne, nos dá as forças necessárias para
essa luta e não nos quer perdidos pelas trevas do pecado, presos em nossos vícios, em
nossas culpas, em nossas consciências, ele nos quer livres para ama-lo e adora-lo para
todo o sempre. Mas o pecado nos prende a isso. É por isso que sempre que estivermos
sob uma Temptationem, Deus nos dará as forças necessárias para escaparmos das
armadilhas do inimigo oculto.

Contudo, haja visto que somos chamados a lutar contra o pecado temos que fazer
nossa parte, claro que na presença e no poder de Deus, mas somos exigidos a utilizar
de nossas próprias e esforços também.

Dessa forma, em vista de tudo o que foi apresentado, nenhum indivíduo poderá usar
como desculpa essa tendência natural ao pecado, desde a Divinum Opus Creationis,
para relaxarmos e permanecermos nessa condição, temos que lutar contra elas,
evidente que com a ajuda de Deus e de Seu Espírito Paráclito. É também notório que
nessa luta contra os nossos pecados e prisões, necessitamos fazer nossa parte também
e não somente deixar todo o trabalho na responsabilidade da Providência Divina.
Devemos manter uma rotina espiritual severa, a fim de tentarmos nos manter no
estado de graça e próximos de Deus, encontrando n’Ele o refúgio contra a Potestate
Diaboli.

Divina Misericordiae

A Divina Misericordiae é a concessão de Deus para nós, com o simples, mas solene
intuito de perdoar todos os nossos pecados. A condição mínima para que a
misericórdia de Deus aconteça em nós é o sofrimento pelos nossos pecados e
consequentemente o arrependimento deles. Deus quer não nos quer ver sofrendo,
mas para que haja o arrependimento de nossos pecados, é preciso passar pelas
lamentações e sofrimentos.

Fragmentando a palavra Misericórdia encontramos outras duas: Miseri e Cordis. Miseri


refere-se a miserável ou miséria e Cordis significa coração (ambas provenientes do
Latim). Portanto, com base nessas duas palavras obtemos que somente receberá o
perdão de seus pecados, a misericórdia de Deus, quem estiver com o seu coração
contrito, arrependido, com seu coração em miséria, em sofrimento, necessitando da
graça de Deus. “Cristo, que viestes chamar os pecadores de coração contrito, Tende
piedade de nós”.

É necessário o nosso arrependimento pois ele alimenta a sede por não mais pecar,
dessa forma nos aproximamos cada vez mais de Deus, à medida que lutamos para nos
afastarmos dos pecados. O pecado tem sua principal, jamais única, função de nos
afastar do Senhor, quebrando com a natureza e disposição das coisas segundo sua
vontade, fazendo-nos cair num profundo sofrimento e esse sofrimento abala a Deus e
nos afasta do estado da graça santificante.

Estamos no mundo, segundo sua Opus Deo, principalmente para amarmos Jesus
Cristo, nosso Deus em comunhão com seu Santo Espírito, mas para amarmos Ele,
precisamos antes de tudo crer com todas as nossas forças e de todo o coração. Sem a
graça santificante de Deus, segundo Santo Agostinho e São Tomás de Aquino, não
podemos crer nas verdades de fé e nas revelações do próprio Deus.

Nós temos um Deus que é Deus de amor e jamais deixará seus filhos, em suas
primeiras quedas, serem levados para a perdição eterna, Deus não criou o Mundus
para deixar suas criaturas sofrerem eternamente longe Dele, pois, nenhum ser de Deus
não foram criados para permanecer longe de seu Mestre, mas sim para ama-lo e estar
sempre cheio de sua graça. A Divina Misericordiae é uma segunda chance dada aos
filhos do Pai, não só uma segunda, mas infinitas e eternas chances dadas para que os
filhos de Deus alcancem e reconquistem sua graça.

No entanto, existem pecados e atos que vão contra a Igreja e as verdades de fé,
reveladas pela Providência Divina, que levam o cristão a ser incriminado à perdição
eterna. Deus não quer que nenhum de seus filhos seja condenado à chama da
perdição eterna, ele apenas castigará os seus para que não caiam novamente no
mesmo pecado e para que tenham forças para resistir a esses atos, no entanto não é
capaz de salvar e elevar ao banquete celeste os que não mais conhecem Ele e que não
estão mais na sua presença e em sua graça santificante.

São inúmeras as formas já mencionadas para reconquistar a graça e presença de Deus,


seja lá pelas obras de caridade, pelo sofrimento e arrependimento dos pecados, pela
conversão ou por uma rotina espiritual intensa, rica em oração e proximidade com o
Pai. Cada um tem que aprender sua metodologia para aproximar-se novamente de
Deus e fugir das ocasiões pecaminosas e ocasiões de heresias, já que essas são os
maiores perigos e as estratégias de Satanás para perder as almas de Deus.

Homines Misericordiae

A Homines Misericordiae se difere em um ponto da Divina Misericordiae. A


Misericórdia Divina provém de Deus para conosco, por outro lado a Homines
Misericordiae é uma ação de perdão de nossa parte, criaturas de Deus, para com o
nosso próximo, essas estão inclusas nas Obras da Misericórdia, mas não com tanta
ênfase.

Faz parte da Legibus ter amor para conosco, para com Deus e para com o próximo,
com um único objeto de amar a Deus. Nós, criaturas de Deus, e o nosso próximo,
irmãos na Divinus Opus Creationis, somos frutos do amor de Deus e de sua Opus Deo,
sendo assim tudo que seja feito contra a Opus Deo (as Revelações Divinas, a
Providência Divina, as criaturas de Deus e, em geral, todas as suas obras, Opus Deo) é
feito contra Deus.

Se o nosso próximo nos ofender, de qualquer forma, estará sob efeito e influência
diabólica, caindo por uma tentação, a tentação para ofender a Deus através de seus
seres. No entanto, nosso gesto de perdão para com quem nos ofendeu não deve ser
em nosso nome, mas sim em nome de Deus. Fomos sim ofendidos, assim como o
nosso Criador, mas somos chamados a ser canal de graça para o nosso próximo. Sendo
canal de graça, podemos transmitir o perdão, transmitindo de Deus sua graça
santificante, ao mesmo que recebemos a mesma de nosso Criador.

Assim como foi citado em “Obras da Misericórdia”, a oração Pater Noster nos
esclarece muito bem esse ponto. Nosso perdão não concederá ao próximo a
absolvição dos pecados perante Deus, caso ainda não esteja perdoado, mas nos auxilia
a conquistar a graça santificante de Deus e não deixa de ser uma obra de caridade,
sendo ela um dos principais recursos na luta contra o pecado, a caridade.

Nossa compaixão é exigida pelo Pai, tanto por ser uma obra de caridade na luta contra
o pecado e o orgulho. No momento que concedemos o perdão ao nosso próximo por
suas ofensas cometidas contra nossos indivíduos, deixamos de pensar exclusivamente
em nós e nos danos que foram causados também a nós e colocamos nosso próximo
acima de tudo e, por conseguinte, o amor a Deus e a ele, o qual é prescrito em sua
Legibus. É notório que não podemos conceder o perdão a quem nos ofendeu com o
objetivo exclusivo de agradar ao mundo e ganhar o respeito de todos, justamente
porque não é isso que acontecerá. Ao realizarmos nossa Homines Misericordiae,
devemos pensar primeiramente em agradar a Deus e fazer sua Voluntas Dei e
transmitirmos sua graça santificante ao nosso próximo.

Não devemos ter dúvidas de que Deus quer que nós perdoemos nossos próximos,
independentemente das situações, não existem exceções. Deus tem compaixão (Divina
Misericordiae) por todos os seus, sem considerar quais são seus pecados, ele sempre
concederá o perdão. É isso que precisamos ter em mente, independentemente dos
pecados cometidos por nossos irmãos em ofensa a nós, devemos perdoar segundo a
Voluntas Dei. É um trabalho árduo, já não estando no estado de perfeição, assim como
Deus. Existem ofensas que parecem impossíveis de serem perdoadas, pois apresentam
um caráter gravíssimo, mas se é de parte da Voluntas Dei, somos capazes de fazer isso,
pois «Ele nos dará a força necessária através de seu Espírito».

Perdição Eterna

Um dos ideais que tem que estar conosco é que o infernum existe. Todavia, ele não foi
criado por Deus, mas sim por Satanás e seus anjos e pode sim adentrar humanos,
evidente que por parte da própria liberdade dos mesmos. Existem pessoas capazes de
fazer seu coração fechar-se para a verdade, para o amor e para a bondade, dessa
forma fechar-se par Deus.

Mas como é possível um carnífice sentar-se no banquete celeste, juntamente de todas


as vítimas que ele fez? Ora, Deus não sofre, mas tem compaixão por todos e essa
compaixão nos leva a crer que o inferno é uma possibilidade. Ter a consciência de que
o Inferno existe e de como ele funciona é essencial para o amor a Deus e ao Reino dos
Céus, haja visto que as pessoas que não creram no infernum cometeram as maiores
atrocidades na história, a visão do infernum santifica e gera a caridade para com Deus
e a penitência. Não é um temor servil, onde todos são escravos de Deus, mas sim o
temor filial, onde os filhos de Deus não querem ofender seu Criador em um simples
gesto de amor recíproco.

Mesmo Deus sendo amor, devemos crer fielmente que o inferno existe. Para amarmos
a Deus devemos, antes de tudo, temermos Deus, temermos perder Deus eternamente,
e ter a consciência que essa perda eterna é o inferno. Temos à nossa frente duas
verdades de fé, até o momento incompatíveis: Deus é amor, mas o inferno existe.
Tudo isso já foi revelado por Deus, no entanto há certa dificuldade em compreender a
coerência entre essas revelações divinas. O inferno existe não por conta da falta do
amor de Deus, mas ele existe por conta de nossa liberdade, a liberdade de amar ou
não amar a Deus. O que leva ao inferno não é o que o indivíduo faz, mas sim o que ele
rejeita na fé, o que leva ao inferno é a simples falta de atitudes que nos elevam ao
Reino dos Céus.

A primeira atitude que se deve ter cautela é a vaidade, a sede por inovar na fé e fugir
do que é “ultrapassado” nessa visão do orgulho. Talvez modificando as próprias
verdades reveladas por Deus, as denominadas verdades de fé e dogmas, oriundo da
tentativa de fugir daquilo que é o normal (que está nas normas de Deus) e criar seus
próprios ideais e suas próprias crenças dentro da fé, a fim de satisfazer as vontades de
seu próprio intelecto. Isso peca contra a natureza da Opus Deo, posto que dentro de
nossa vida, seja ela espiritual, acadêmica, etc., devemos satisfazer a Voluntas Dei, e a
Voluntas Dei resume-se em todas as revelações divinas, verdades de fé e em todos os
dogmas de nossa fé, isto é, tudo que uma vez foi revelado pela autoridade divina.
Quando desmerecemos essas revelações e buscamos estabelecer em nossas crenças
na fé algo que jamais foi revelado por Deus, nós não cumprimos, conscientemente,
com a Voluntas Dei, estabelecendo até mesmo ideais de anti-cristo.

Essa sede pela inovação nos leva à descrença das verdades de fé e revelações divinas e
uma das maiores descrenças é na existência do inferno. Tantas são as pessoas que
creem que o inferno não existe ou talvez que ele seja apenas para Satanás e seus anjos
caídos ou até mesmo em atrocidades, “se Deus nos ama, não castigará ninguém”. O
grande mal desse pensamento é que o temor por Deus, não o servil, mas sim o temor
filial, acaba, o temor de ofender a Deus, o temor de perder a Deus eternamente, a
perdição eterna ou inferno. Essa casualidade acabar por afetar nossa relação de amor
para com Deus, a principal razão pela qual fomos criados, amar a Deus. Em vista disso,
acabamos desobedecendo a Legibus de Deus, onde é citado que precisamos amar a
Deus sobre todas as coisas. Se não temermos a Deus, não somos capazes de ama-lo e
seu único desejo, a sua única ordem é que nos amemos Ele acima de tudo, assim como
Ele nos ama e escreveu as Leis Divinas embasadas nesse ciumento amor.

Cronologicamente, esse mesmo indivíduo que despreza o temor de Deus, começa a


querer agradar aos homens. A verdadeira e maior felicidade não se encontra na Terra,
mas sim nos céus, contudo muitas pessoas acreditam que serão saciadas e que se
realizarão eternamente aqui na Terra, com o respeito humano e sendo aceita por
todos. Os problemas são que para ser aceito por todos em nossas vidas terrenas,
precisamos reivindicar muitos de nossos preceitos, a maioria relacionado à fé, e
precisamos nos moldar no mundo (Temptationem) e esse mundo nem sempre é um
mundo que vive na graça e unção de Deus, e que automaticamente quando colocamos
nossos desejos humanos de encontrar uma felicidade no respeito dos homens, nós
elevamos o gênero humano, os bens materiais e o respeito dos homens acima do amor
a Deus. Nessa condição, uma condição de orgulho e avareza, torna-se impossível o
amor para com Deus e para com suas obras.

O momento decisivo e o material principal para um indivíduo ser condenado à


perdição eterna é o endurecimento do seu coração. O pecado contra o Espírito Santo
não tem a seu perdão, mesmo Deus querendo nos conceder sua misericórdia e nos
absolver deste, nesse pecado nós fechamo-nos ao seu perdão. São Tomás de Aquino
compara a misericórdia a um remédio que está ali para o doente, todos querem ajuda-
lo, sua família, seus amigos, todos. Contudo, o doente se nega a tomar o
medicamento, ele nega aceitar a ajuda de sua família e de todos que estão ali a sua
disposição, ele não quer aquele tratamento. Por tanto aquela doença curável, tornou-
se uma doença mortal. O pecado contra o Espírito Santo é onde o indivíduo rejeita a
misericórdia de Deus, endurece o seu coração para Deus e não aceita mais a sua ajuda.
Um pecado como adultério não constituiu nada que nos impeça de arrepender dele e
voltar para Deus, voltar para sua graça, mas já o pecado contra o Espírito Santo nos
impede de sair da situação de pecado, um coração que endureceu e rejeitou Deus,
assim como Satanás, o qual caiu por seu orgulho e sede de ser superior ao Criador.

Segundo São Tomás de Aquino, são seis os tipos de pecado contra o Espírito Santo.
Deus é nossa esperança e salvação, mas quem peca contra o Espírito Santo pode pecar
de desespero ou presunção. O pecado do desespero é um pecado onde o pecador não
espera a salvação, ele acredita que Deus nunca perdoará seu pecado por conta do seu
caráter gravíssimo, na visão do pecante. É olhar ao pecado como algo ser impossível, a
ideia de que o nosso pecado é maior que a misericórdia divina, está relacionado ao
orgulho e à vaidade. O segundo pecado contra o Espírito Santo é que todos seremos
salvos sem mínimo mérito, como citado anteriormente (“Se Deus é amor, ele não
condenará ninguém”). Deus nos dá liberdade total para fazermos o que quisermos,
mesmo Ele sofrendo com isso. Por exemplo, a Parábola do Filho Pródigo, o filho de
Deus saiu de casa e Ele permitiu que isso acontecesse, pois ele deu a seu filho essa
liberdade. Mas quando estava caído no abismo, pois criatura nenhuma foi feita para
estar longe de Deus, ele se arrependeu e voltou e foi esse arrependimento o ponto
crucial para seu Pai perdoa-lo e lhe acolher em casa. A presunção resume-se na ideia
de que Deus vai salvar qualquer um, não importa o que ele fizer, não importa se ele
matar, roubar, adulterar e, de forma genérica, pecar, ele vai salvar a todos. O terceiro
pecado é recusar a verdade, a revelação de Deus, sendo ela um meio para a salvação.
A verdade liberta, mas nem sempre nos agrada, nem sempre é o que nós gostamos e o
que estamos dispostos a fazer e mudar, dessa forma acabamos manipulando a
verdade (na tentativa de inovar também nossa fé) ou até mesmo excluindo ela do
nosso cotidiano. Se a verdade é recusada, o caminho da salvação é recusado, a
misericórdia de Deus é recusada. O quarto pecado é recusar a graça de Deus, Ele dá a
graça para todos, mas o indivíduo não aceita essa graça, pois fica com medo de a graça
estar prosperando no mundo, você fica com um ódio de quem recebe a graça de Deus.
O quinto pecado é a impenitência final, isto é, quem morre sem o arrependimento de
seus pecados, se recusa a pedir à misericórdia de Deus. Por final, o sexto pecado é pela
obstinação, o indivíduo não quer viver sem um pecado, o indivíduo se recusa a livrar-se
daquele pecado. Deus quer perdoar, mas os indivíduos que pecaram no Espírito Santo
fecham-se à misericórdia de Deus e não têm a mínima preocupação no que diz se
pecaram ou não pecaram, não sofrem e não choram seus pecados.

Existe conversão para os incrédulos?

Atualmente, observa-se uma quantidade incontável de pessoas que, por vontade


própria, não creem em Deus. Ele permite que isso aconteça com seus filhos, mesmo
sofrendo, pois em Sua Opus Dei Ele concedeu a todos a liberdade do amor ao seu
Criador, fazendo parte da escolha própria de cada um seguir suas Legibus ou viver
longe de sua presença.

A maioria dos incrédulos vive longe da graça de Deus e, provavelmente, cometendo o


pecado contra o Espírito Santo, já que não crendo em Deus, não crê na existência do
inferno e nem na relevância de seus pecados. Sendo assim, é extinto o
arrependimento por suas faltas e consequentemente a ânsia pela graça de Deus e por
não mais cometer o mesmo pecado (contrição). É notório que qualquer indivíduo que
se encontra nessa situação não conseguirá obter a graça de Deus, pois a mesma não
tem sentido algum, uma vez que a existência de Deus é algo corriqueiro, na
interpretação sistemática do incrédulo.

O grande questionamento é: Existe a salvação, a absolvição dos pecados e livramento


da perdição eterna para os incrédulos convertidos? É uma grande variante, haja visto
que existem casos completamente distintos. A questão refere-se à graça santificante
de Deus. A partir do momento que um incrédulo, um indivíduo que até o momento
não acreditava na existência de um Deus uno, trino, um Deus de amor e de
misericórdia, um Alfa e um Ômega, é convertido, ele passa a crer, por conseguinte
também na graça de Deus. Contudo o radical é se o convertido voltou os seus olhos
aos seus pecados e arrependeu-se, sofrendo e não querendo mais pecar, querendo
estar apenas na presença e graça santificante de Deus (contrição perfeita).

A conversão existe, no entanto a sua salvação é mutável. É preciso que, sumariamente,


o convertido tenha a ciência que sua vida não será um conto de fadas, que ele
continuará caindo por pecado, afinal é uma tendência natural, mas que deve também
ser combatida com o auxílio e forças de Deus, mas o que definirá a sua salvação é
retornar ao estado de graça santificante através da misericórdia de Deus.

A simples preocupação com seus próprios pecados, o temor pela condenação, o temor
pela ofensa a Deus, o temor quanto a ficar longe da presença de Deus, é um sinal de
que não estamos pecando contra o Espírito e que estamos dispostos a sofrer, chorar,
prantar por nossos pecados e nos arrepender deles, estando abertos para a
misericórdia e graça de Deus. Portanto, antes de ser feito algum julgo quanto a
condenação ou salvação dos convertidos, é necessária uma análise minuciosa de cada
caso, pois cada um tem discrepâncias entre si e, como resultado, exposições
diferentes.

Conversão aos convertidos

Mesmo frequentando diariamente a Igreja, recebendo a Sagrada Comunhão e os


diversos sacramentos, somos pecadores e essa condição natural é inalterável, mas
também combatível. A partir do momento que fomos submetidos aos pecados entre
gerações, sofremos por uma tendência natural aos atos pecaminosos, mas por essa
não podem ser unicamente justificadas nossas faltas.

A conversão refere-se a uma mudança de costumes e não à abolição completa de


nossos pecados, pois sempre retornaremos a ele, à medida que recebemos também a
Divina Misericordiae. Não está relacionada em sua totalidade a não mais pecar, mas
sim a lutar contra ele em seu interior e no mundo, promovendo uma mudança de
nossos hábitos mundanos e empenhando em sobrepor os hábitos que nos ajudam a
auferir a graça santificante.

O mundo não era para ser, em sua λόγος, um lugar de guerras, discórdias, pecados e
ações diabólicas, no entanto o mal imperou e instituiu suas estratégias para perder as
almas das criaturas de Deus. Dessa forma, devemos permanecer sempre vigilantes a
tudo que ocorre em nossa volta, para que não nos percamos de nosso Criador, pois a
todo momento caímos e aos poucos nos afastamos d’Ele. Naturalmente, os hábitos
mundanos são de grande risco para nossa vitalidade espiritual (Temptationem), pois
eles foram instituídos pela própria inspiração diabólica, a fim de colidir com a Opus Dei
e certamente é uma das maiores armadilhas, tendo em conta que a tendência de o
homem e a mulher confiarem no mundo e moldarem-se nele para serem aceitos por
um grupo ou sociedade e ganharem respeito dos homens é muito maior.

Ora, temos um grande combate contra os hábitos do mundo, a fim de aderirmos ao


que provém de Deus, à nossa frente e a vitória nesse combate denomina-se conversão.
Mesmo após vencer uma vez do mundo, será sempre constante a tentação, para que
algum dia o pecador se perca nas armadilhas do Diabo espalhadas pelas nossas vidas e
por tudo que é oriundo da terra.

Mesmo que participando de todas as Missas aos domingos, ainda que tenhamos uma
vida espiritual ativa, a conversão é necessária, posto que estamos em condição
humana e permanentemente estamos em uma tentação. Aderir ao que nos leva à
graça santificante não é apenas receber os Sacramentos, é notório que faz parte de
todo o contexto da conversão, não obstante é imprescindível a oração diária, a leitura
da Palavra de Deus e, acima de tudo, o amor por ele. As Obras da Misericórdia,
maiormente as Opus Spiritualis, são essenciais para toda a conversão, tanto dos
convertidos, quanto dos incrédulos, e devem ser realizadas por todos sempre quando
oportuno.

Castigo ou Voluntas Dei?

Muitos julgam suas doenças ou suas tribulações como castigos de Deus, assimilando
Ele como um ser que analisa seus filhos e os que não estão cumprindo seus papeis são
condenados aos castigos divinos. Conquanto, a tal visão de Deus como juiz e punidor
não passa de uma alegoria e distorção da imagem do Pai.

Cada ser nasce com um roteiro em sua λόγος, isto é, é concedido a cada um seu
propósito, consoante à Providência Divina, e todo o seu trajeto. Todavia, existem
“Ou’s” dentro desse roteiro, ou seja, fórmulas que são de total liberdade de escolha de
cada ser. Apenas uma dessas fórmulas pertence à Providência Divina, à perfeição
como um todo, dessa forma as demais fórmulas contém erros, pecados, dificuldades,
tribulações, ente outros. É notório que somos atingidos pelo pecado original, portanto
não tomaremos sempre as fórmulas corretas para cumprirmos com o propósito que
Deus nos concedeu.

Em virtude disso há certa confusão na mente dos seres no que diz aos castigos, à
Voluntas Dei e às consequências de escolha. Há diferenças fundamentais entre essas
três realidades, mas elas são generalizadas em somente uma: o castigo divino.
Existem, é claro, tribulações e doenças espirituais ou físicas que são de plena Voluntas
Dei, pois elas vêm a fim de nos ensinar algo, posto que tudo o que provém de Deus
tem uma finalidade, um objetivo, cujo está sempre relacionado a nos ajudar e dirigir
nossa vida espiritual, a fim de que nos aproximemos cada vez mais de sua presença,
ele que é o Sumo Bem. Talvez uma doença que possa parecer um castigo divino seja,
na realidade, para passar um ensinamento ou lição de moral para alguém, dessa forma
a própria doença que aparenta ser um castigo, uma obra divina mas para castigar os
seus, é um canal da graça de Deus e de suas revelações. Para que seja identificado o
que faz parte da Voluntas Dei e o que não faz parte é necessária uma análise minuciosa
dos fatos, muitas vezes Deus age em nossas vidas e em nossos corações sem
percebermos ou sem concordarmos, da mesma forma que age também com nossa
permissão. O exemplo que mais expressa isso é a Temptationem, como já foi visto
anteriormente, Deus permite que a tentação ocorra em nossas vidas e não temos
consciência disso e jamais saberemos o porquê, a não ser através de uma revelação
divina. Apesar de tudo isso, o que é de dever termos em mente é que «seja feita a
vontade de Deus».

Por outro lado, existe o castigo de Deus, o qual está direcionado também ao sumo
bem, corrigindo seus Filhos para que não queiram mais cair por aquele pecado.
Nenhuma criatura foi criada para permanecer longe de seu Criador, dessa forma ao
passarem por momentos difíceis, os indivíduos sentiram-se fora da graça e longe da
presença do Pai, tendo em mente as consequências reais de seus pecados e faltas. As
nossas faltas nos afastam de Deus, conquanto é o pecado é inevitável. Dessa forma
devemos lutar contra ele e ter o incessante desejo de não mais pecar e os castigos
divinos são inspirações para isso, haja visto que a realidade da consequência do ato
pecaminoso é simulada, mas com o zelo de Deus para conosco.

A última situação que muito é vivida é a consequência de seguirmos as fórmulas


erradas do nosso roteiro. São consequências naturais, portanto não provém de Deus,
nem do Diabo, de forma direta. Quando são praticados atos pecaminosos ou atos
inspirados pela ação diabólica, essas consequências podem sim provir dele, no entanto
não apresentam origem divina. Podem ser extraídas lições de moral dessas
consequências, essas lições provêm do Pai, mas a matéria bruta da consequência,
aquilo que realmente ocorreu, sem apresentar uma lição, é natural e não apresenta
uma origem correta. Não somos capazes de trilharmos nosso caminho, ou nosso
roteiro, perfeitamente como Deus planejou em sua Opus Dei, mas quando errarmos
devemos seguir esse tal caminho junto d’Ele. Deus não planejou as outras fórmulas,
sendo assim qualquer consequência que esteja nessas não foram preconcebidas por
Ele, mas são de origem natural do mundo, faz parte da λόγος do mundo. Se um
indivíduo bater a cabeça em uma pedra, ele se machucará, pois isso foi estabelecido
no ser das coisas.
Vitam Aeternam

Consummationem Saeculi

Referências:

Padre Paulo Ricardo - https://padrepauloricardo.org/episodios/a-uncao-dos-enfermos-


perdoa-os-pecados

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