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O que é Direito Administrativo

Para começar nosso resumo de Direito Administrativo


precisamos esgotar o conceito desta área do Direito.

O Direito Administrativo é o ramo do Direito que estuda as


funções e atividades administrativas do Estado. Ele engloba a
legislação brasileira que dispõe sobre os órgãos e agentes que
compõem os aparelhos estatais na prestação de serviços
públicos e princípios.

A importância do estudo do Direito Administrativo brasileiro


ganha relevância com a democratização do País e com a
busca de modernização nos serviços públicos. Por isso, possui
estreita relação com os demais ramos do Direito, em especial
o Direito Constitucional, pelo fato da Constituição Federal de
1988 (norma magna no país), em seus artigos 37 a 43,
apresentar o “modelo” de Administração Pública.

Conforme nos ensina Márcio Fernando Elias Rosa (2006):

A Constituição da República traça o perfil de Administração


Pública, ditando os seus princípios básicos, regula a forma de
acesso aos cargos, empregos e funções públicas, estabelece
as acumulações vedadas, a obrigatoriedade de licitação, a
possibilidade de constituição de empresas estatais, a prestação
de serviços públicos, dentre outras tantas normas aplicáveis à
Administração Pública direta e indireta.

Márcio Fernando Elias Rosa

O professor Miguel Reale (2006) também nos presenteia com


sua definição:

Muito ligado ao Direito Constitucional, põe-se o Direito


Administrativo. O Estado Moderno distingue-se pela
discriminação de três poderes, que não são rigorosamente
independentes, mas autônomos, embora mantendo entre si
relações íntimas de necessária cooperação. Dos três poderes,
um existe, cuja função primordial é executar serviços públicos
em benefício da coletividade: é o poder que outros autores
propõem se denomine ‘Poder Administrativo’, mas que é mais
próprio denominar Executivo. (…) O Direito Administrativo, de
certa maneira, é o Direito dos serviços públicos e das relações
constituídas para a sua execução.

A atividade do Estado pode ser de várias espécies: ora


é legislativa, para a edição de normas legais de organização e
de conduta; ora é jurisdicional, como quando o juiz toma
conhecimento de uma demanda e profere a sua decisão; ora é
de cunho administrativo, para consecução de objetivos da
comunidade que o Estado executa como próprios. Essa
terceira forma de atividade, muito embora deva conter-se nos
limites da lei, não tem por fim realizá-la, como pretendem os
adeptos da concepção do Direito Administrativo em termos
técnico-jurídicos.

Miguel Reale

Por sua vez, o jurista Oscar Joseph de Plácido e Silva (2001)


define o Direito Administrativo, de forma bem detalhada (para
que não reste dúvidas e você acerte qualquer questão
conceitual após ler este resumo de Direito Administrativo), da
seguinte forma:

Classificado no Direito Público Interno, de que é um de seus


ramos, o Direito Administrativo, como bem se depreende da
classificação que lhe é dada, vem estudar a administração
pública no seu caráter formal e jurídico, em oposição à Ciência
da Administração, que a encara no seu elemento técnico e
material.

Destarte, o Direito Administrativo encerra o conjunto de


normas, em virtude das quais se estabelecem os princípios e
regras necessárias ao funcionamento da administração pública,
não somente no que concerne à sua organização como às
relações que se possam manifestar entre os poderes públicos
e os elementos componentes da sociedade.

Assim, dentro de seu objetivo, traça os limites dos poderes


delegados aos órgãos da administração pública, conferindo as
atribuições e vantagens a seus componentes e lhes indicando
a maneira por que devem realizar os atos administrativos e
executar todos os negócios pertinentes à administração e aos
interesses de ordem coletiva, inclusos em seu âmbito.

O Direito administrativo, no desempenho de sua precípua


finalidade, triparte-se em aspectos diferentes, dos quais
surgem: o Direito Administrativo, propriamente dito, o Direito
Financeiro e o Direito Tributário, que, embora estreitamente
entrelaçados no cumprimento de seu objetivo, apresentam-se
definidos pela soma de regras que se fazem fundamentais a
cada uma destas subdivisões.

O Direito Administrativo, propriamente, cuida mais


principalmente dos serviços de ordem pública e de interesse
coletivo, segundo os quais dá execução aos planos de difusão
e fomento, estabelecidos pelo poder público, para
desenvolvimento e grandeza do Estado, deixando aos
Financeiro e Tributário, que cuidem ou zelem por esta parte
privativa ao estabelecimento de normas financeiras oriundas do
poder financeiro do Estado, e ao estabelecimento de regras
promotoras da realização das rendas públicas.

Oscar Joseph de Plácido e Silva

Apesar de guardar relação com outros ramos do Direito, o


Direito Administrativo é autônomo, com um conjunto de regras
e princípios próprios, denominado regime jurídico-
administrativo. Neste resumo de Direito Administrativo vou
tentar desmistificar o fato de que o Direito Administrativo
parece ser muito complicado. Para tanto precisamos traçar os
principais pontos necessários ao entendimento desta matéria.
Vamos nessa!

Princípios Fundamentais da Administração Pública

Vamos agora tratar de um tema fundamental para quem estuda


concurso público, já que muitas questões são formuladas tendo
esse assunto como base. Refiro-me aos Princípios
Fundamentais da Administração Pública.

É importante mencionar o que são princípios para a concepção


jurídica. Diferente da definição que encontramos no dicionário
(Princípio = razão, começo, início), vejamos a definição de
Miguel Reale (2006):

Princípios são enunciações normativas de valor genérico, que


condicionam e orientam a compreensão do ordenamento
jurídico, a aplicação e integração ou mesmo para a elaboração
de novas normas. São verdades fundantes de um sistema de
conhecimento, como tais admitidas, por serem evidentes ou
por terem sido comprovadas, mas também por motivos de
ordem prática de caráter operacional, isto é, como
pressupostos exigidos pelas necessidades da pesquisa e da
práxis.

Miguel Reale

De uma forma mais simples, o princípio é o fundamento de


uma norma jurídica, ou seja, são os pilares que sustentam o
Direito e que não estão definidas em nenhum Lei, em nenhum
diploma Legal. Ele inspira os legisladores ou outros agentes
responsáveis pela criação da norma, a tratarem de certos
assuntos por causa de certos motivos.

Deu pra entender? Então vamos em frente!

Existem dois princípios básicos que formam a base estrutural


do Direito Administrativo: Princípio da supremacia do interesse
público e Princípio da indisponibilidade do interesse público.
Princípio da Supremacia do Interesse Público

Trata-se da supremacia do interesse público sobre o interesse


privado. Ou seja, o interesse público sempre estará acima do
interesse privado, não importa o que seja. Portanto, havendo
conflito de interesses na interpretação da norma jurídica, o
administrador deverá prezar pelo interesse da coletividade (dos
cidadãos como um todo).
De forma mais técnica, podemos dizer que este Princípio
fundamenta a existência das prerrogativas da Administração
Pública. É certo que, para que o Estado atinja suas finalidades,
é necessário que disponha de poderes que não são permitidos
aos particulares. Isso é extremamente importante, pois, na
existência de conflitos entre o interesse público e o interesse
particular, o público deve prevalecer.

Porém, o Estado deve sempre agir dentro dos limites legais,


por isso existem tantas regras para a atuação dos órgãos e
agentes que compõem o aparelho estatal.

É por isso, por exemplo, que para cargos públicos (que mexam
com dinheiro público, prestem serviços indispensáveis ao bom
andamento da comunidade, por exemplo) é necessário prestar
concurso público. Ao passar na prova, os servidores
demonstram que conhecem a Lei e irão buscar atingir os
interesses da população.

Isso não significa que o Estado possa violar direitos


assegurados aos particulares. Um bom exemplo disso é o caso
da desapropriação. Nessa situação o Poder Público pode,
diante da necessidade pública, desapropriar o bem de uma
pessoa (para construir um metrô ou aumentar uma rodovia, por
exemplo), mas a pessoa que tiver seu bem desapropriado
sempre terá direito a uma indenização pelo Poder Público.

Para os autores Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo (2011), o


Princípio da Supremacia do Interesse Público existe com base
no pressuposto de que “toda atuação do Estado seja pautada
pelo interesse público, cuja determinação deve ser extraída da
Constituição e das leis, manifestações da ‘vontade geral’”.
Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público

Já vimos no item acima que ao atuar, a Administração Pública


deve sempre ter em vista o interesse público, de acordo com
as normas legais. No entanto, não é dada ao administrador
liberdade para realizar atividades sem que uma norma preveja
tal atividade.
Ou seja, a própria administração deve se pautar e obedecer a
limites impostos pelo ordenamento jurídico vigente.

O administrador deve sempre buscar o interesse público, sem,


no entanto, poder dispor de bens, direitos e interesses
públicos. O poder de dispor, ou seja, alienação de bens,
renúncia de direitos ou transação com o interesse público,
sempre depende de lei que o permita.

A vontade do agente público deve ser a vontade da lei, e não a


própria. Nesse caso, o concurso público também seria um bom
exemplo, mas pelo motivo de que, para nomear alguém a um
cargo efetivo, o administrador deve seguir as regras do
interesse público.

Para os autores Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo (2011),


em razão do Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público
“são vedados ao administrador quaisquer atos que impliquem
renúncia a direitos do Poder Público ou que injustificadamente
onerem a sociedade”.

Ainda, afirmam que a Administração Pública “deve,


simplesmente, dar fiel cumprimento à lei, gerindo a coisa
pública conforme o que na lei estiver determinado, ciente de
que desempenha o papel de mero gestor de coisa que não é
sua, mas do povo”.
Interesses Públicos Primários e Interesses Públicos Secundários

Lembramos, neste resumo de Direito Administrativo, que o


interesse público pode ser dividido em primário e secundário:

 Interesse Público Primário é aquele que o Estado deve


efetivamente alcançar – como segurança, saúde,
transporte;
 Interesse Público Secundário se refere aos meios que o
Estado deve utilizar para atingir o interesse público
primário.

Por exemplo, a construção de um hospital guarda relação com


a saúde (interesse primário), mas deve ser precedida de uma
licitação para escolher a empresa que o construirá (interesse
secundário).

Os interesses públicos primários são os interesses diretos do


povo, os interesses gerais imediatos. Já os secundários são os
interesses imediatos do Estado na qualidade de pessoa
jurídica, titular de direitos e obrigações. Estes interesses são
aqueles considerados como meramente patrimoniais,
em que o Estado busca aumentar sua riqueza, ampliando
receitas ou evitando gastos.

Ademais, ao fazer a distinção entre interesse público primário e


secundário, Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo (2011) nos
ensinam que caracteriza-se como “interesse público secundário
legítimo aquele que represente um interesse de uma pessoa
jurídica administrativa na qualidade de titular de direitos,
mesmo sem implicar a buscar direta da satisfação de um
interesse primário, desde que:

 Não contrarie nenhum interesse público primário;


 Possibilite atuação administrativa ao menos indiretamente
tendente à realização de interesses primários.

Princípios Gerais da Administração Pública

Preciso saber o que você está achando deste artigo… Fiz esse
resumo de Direito Administrativo para facilitar sua vida na
preparação para diversos concursos Brasil afora que cobram
Direito Administrativo em suas provas. Sua opinião é
fundamental para corrigir e melhorar todo conteúdo aqui do
blog. Deixe seu comentário!

Voltemos ao conteúdo!

Conforme já foi dito, os princípios são as vigas mestras do


ordenamento jurídico. Tanto a Administração Pública direta
como a indireta (autarquias, fundações, empresas públicas,
sociedades de economia mista), bem como as atividades
administrativas de todos os Poderes (Executivo, Legislativo e
Judiciário), devem observar e respeitar os princípios.

O desrespeito a um princípio é tão grave quanto a transgressão


de uma lei, há casos em que são considerados mais graves do
que isso.

A Constituição Federal (CF), em seu artigo 37, apresenta os


Princípios Gerais da Administração Pública, e que são mais
relevantes, senão vejamos:

A administração pública direta e indireta de qualquer dos


Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (…).

CF/1988

Muitas pessoas utilizam o método de criar a palavra “LIMPE”, a


fim de memorizar esses princípios, observe:

 Legalidade
 Impessoalidade
 Moralidade
 Publicidade
 Eficiência

Veja o vídeo a seguir de apenas 1 minuto e meio sobre os


Princípios da Administração:

Vamos agora passar a analisar cada um deles,


individualmente.
Legalidade

O Princípio Geral da Legalidade pressupõe que a atividade do


administrador deva estar pautada, sempre, com base na lei. O
administrador só poder fazer o que a lei permite. Há quem diga
que é um dos mais importantes princípios do Direito, pois tem a
função de limitar a atuação do Estado.

De acordo com o professor Hely Lopes Meirelles (2003):


Na Administração Pública não há liberdade nem vontade
pessoal. Enquanto na administração particular é lícito fazer
tudo o que a lei não proíbe, na Administração Pública só é
permitido fazer o que a lei autoriza. A lei para o particular
significa ‘pode fazer assim’; para o administrador público
significa ‘deve fazer assim’.

Hely Lopes Meirelles

A própria Constituição Federal (Carta Magna) prevê algumas


restrições ao princípio da legalidade: medidas provisórias (art.
62), estado de defesa (art. 136) e estado de sítio (art. 137).
Impessoalidade

O Princípio Geral da Impessoalidade pode ser analisado sob


vários aspectos. Um deles determina que, como a
Administração Pública tem como finalidade o interesse público,
o administrador público não pode usar do cargo para satisfazer
e/ou privilegiar interesse de cunho particular ou de terceiros
(chamado “princípio da finalidade”).

Outro aspecto consiste em que a Administração Pública não


pode ser utilizada para a promoção do agente sobre sua
realização administrativa. Conforme § 1º, do artigo 37 da CF:

A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e


campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo,
informativo ou de orientação social, dela não podendo constar
nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção
pessoal de autoridades ou servidores públicos.

CF/1988

A impessoalidade também pode ser analisada pelo fato de que


o ato é atribuído ao órgão ou à entidade estatal, e não ao
agente que o praticou. Por fim, a impessoalidade prega que ao
atuar dessa forma, a Administração Pública deve tratar com
igualdade a todos (“isonomia”).
Moralidade
A Administração Pública deve se pautar em padrões éticos e,
prezar pela prevalência da moralidade, boa-fé e probidade nos
préstimos do serviço público. não basta o ato ser legal e
impessoal: deve ser moral. A honestidade é um requisito que
deve incorporar a atuação pública.

Esse princípio da moralidade está eficientemente protegida no


artigo 5º, LXXIII, da CF, que trata da ação popular:

Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular


que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de
entidade de que o Estado participe, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e
cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de
custas judiciais e do ônus da sucumbência.

CF/1988

O § 4º do art. 37 da CF, que trata da improbidade


administrativa, enumera quatro responsabilidades:

Os atos de improbidade administrativa importarão


a suspensão dos direitos políticos, a perda da função
pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao
erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo
da ação penal cabível.

CF/1988
Publicidade

Esse princípio visa dar transparência à Administração Pública,


possibilitando o conhecimento das atividades administrativas,
bem como seu controle e sua fiscalização. Dessa forma, a
publicidade dispõe ao administrado a obtenção de certidões,
informações, atestados, desde que de acordo com a lei.

Os atos públicos devem possuir ampla divulgação, de forma a


evidenciar essa transparência dos atos da Administração
Pública para com os administrados. Há casos de exceção,
onde ocorre o sigilo dos atos. São casos de: sigilo
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado, bem
como sigilo necessário à defesa da intimidade e honra do
particular.

Portanto, tal princípio não possui caráter absoluto. A


Constituição Federal, em seu artigo 5º, XXXIII, apresenta a
seguinte regra e as exceções:

Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações


de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral,
que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.

CF/1988
Eficiência

A eficiência era um princípio implícito. Com a Emenda


Constitucional 19/98 (Reforma Administrativa), passou a ser um
princípio explícito, que dispõe que a Administração Pública
deve atuar de forma objetiva, procurando sempre utilizar os
recursos públicos da melhor maneira, podendo assim,
economizar recursos públicos.

Nas palavras de Roberto Bordalo (2011), “o administrador deve


agir da melhor maneira possível”, evitando gastos
desnecessários no melhor, e menor tempo possível, sem
deixar de lado os demais princípios da Administração Pública.
Esse processo abrange tanto os meios como os resultados.
Outros Princípios

Existem outros princípios que se desdobram desses principais,


como por exemplo o princípio da permanência ou continuidade
(art. 6º, § 3º da Lei nº 8.987/95); princípio da motivação (art. 50
da Lei nº 9.874/99); princípio da autotutela; princípio da tutela;
princípio da segurança jurídica e princípio da razoabilidade,
que serão melhor estudados no item sobre atos
administrativos.

Fontes do Direito Administrativo


Outro tema bem recorrente nas provas de concurso onde cai
Direito Administrativo são as Fontes do Direito Administrativo.
Mas é algo bem simples de entender.

São fontes do Direito Administrativo: Leis, Jurisprudência,


Costumes e Súmulas Vinculantes.

 Lei: O Direito Administrativo não possui um código próprio


como o Direito Civil, Direito Previdenciário e outros. Ele se
pauta em leis esparsas e estatutos. Exemplo: Lei
8.666/1993 (Lei das Licitações); Lei 8112/1990 (Estatuto
dos servidores públicos civis da União).
 Jurisprudência: É a decisão reiterada de julgados de um
mesmo assunto. São resumos que servem como fonte de
pesquisa para aplicabilidade de normas dentro do Direito
Administrativo. Súmulas vinculantes se encaixam muito
bem nesse conceito, pois são interpretações jurídicas que
auxiliam tribunais no tratamento de matérias parecidas.
 Costumes: São regras não escritas que suprem a
ausência de regra legislativa descrita em códigos e
estatutos. São aceitos dentro de uma sociedade, e levam
em conta a cultura onde esses costumes são aplicados.

Organização da Administração Pública

Outro ponto que não podemos deixar de citar neste resumo de


Direito Administrativo é a parte de Organização da
Administração Pública. Também muito comum em concursos
públicos. Vamos aprender um pouco sobre isso.

É necessário que exista uma estrutura organizada para que o


Estado possa desenvolver sua função administrativa. Portanto,
a Administração Pública compreende um conjunto de entidades
e órgãos incumbidos de realizar as atividades administrativas.
Existem três formas para exercer as atividades administrativas:
 Centralizada: diretamente pelo ente político competente
(União, Estado, Município, Distrito Federal), por meio de
seus órgãos e agentes.
 Descentralizada: distribuída a outras entidades (outras
pessoas jurídicas ou físicas). Pode ser por Delegação
(Poder Público transfere a execução de determinado
serviço, por exemplo as concessionárias) ou por Outorga
(Poder Público transfere a titularidade do serviço, por
meio de autarquias, fundações, empresas públicas,
sociedades de economia mista).
 Desconcentração: resultado da criação de órgãos
públicos dentro de uma mesma pessoa jurídica, em que
se repartem internamente as atribuições e se estabelece
a subordinação hierárquica.

Órgãos Públicos

Também precisamos aprender o que são órgãos públicos.


Podemos conceituá-los como entes da Administração Pública
munidos de responsabilidade jurídica e capacidade técnica
para a execução e prestação de serviços públicos.

Encontram-se presentes na administração direta e indireta. É


através dos órgãos que ocorre a desconcentração na
administração pública.

Conforme diz Hely Lopes Meirelles (2003):

Órgãos públicos são centros de competência instituídos para o


desempenho de funções estatais, através de seus agentes,
cuja atuação é pautada à pessoa jurídica a que pertencem.
São unidades de ação com atribuições específicas na
organização estatal.

Hely Lopes Meirelles

São integrantes da estrutura do Estado e de suas pessoas


jurídicas, mas não possuem personalidade jurídica nem
vontade própria, ou seja, são frutos da desconcentração.
A Lei nº 9.784/99, nos incisos I e II, do § 2º, do art. 1º,
estabelece órgão como sendo: “a unidade de atuação
integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura
da Administração indireta” e entidade como sendo “unidade de
atuação dotada de personalidade jurídica”.

Como regra geral, os órgãos não possuem capacidade


processual, ou seja, não podem figurar como parte em ações
judiciais, sendo a pessoa jurídica a que pertencem a titular de
tal capacidade.

A criação dos órgãos da Administração Pública ocorrem por


meio de lei de iniciativa do chefe do Executivo (presidente da
República, governador de estado ou do Distrito Federal e
prefeito, conforme o caso). São organizados em base de
decreto, conforme o art. 84, inciso VI, alínea “a”, da
Constituição Federal.
Administração Pública Direta

Os entes que constituem a Administração Direta são a União,


os Estados, o Distrito Federal e os municípios. Unidos formam
a República Federativa do Brasil, nos termos do art. 18 da
Constituição Federal. Possuem autonomia política,
administrativa e financeira. Ainda, possuem bens públicos,
portanto não podem ser objeto de penhora.

São exemplos de órgão da Administração Pública Direta os


ministérios, Polícia Federal, Secretaria da Receita Federal.
Administração Pública Indireta

Os entes que constituem a Administração Indireta são as


Autarquias, as Empresas Estatais (Empresas Públicas e
Sociedades de Economia Mista) e as Fundações Públicas.
Possuem personalidade jurídica própria. Possuem patrimônio e
receita próprios. Não têm autonomia política. Possuem
autonomia administrativa, técnica e financeira.

As autarquias são pessoas jurídicas de direito público, criadas


por lei por força do art. 37, inciso XIX, da CF, que dispõe:
“somente por lei específica poderá ser criada autarquia”. São
exemplos de autarquia:

 INSS
 IBAMA
 Banco Central
 INCRA

Quando a autarquia celebra contrato de gestão com o Poder


Executivo, para aumentar a eficiência, é chamada de Agência
Executiva, nos termos dos arts. 51 e 52, da Lei nº 9.649/98.

As agências reguladoras são constituídas sob forma de


“autarquia especial”, dotadas de uma liberdade maior para a
regulação de setores da sociedade. São exemplos de agências
reguladoras:

 Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel);


 Agência Nacional de Aviação Civil (Anac);
 Agência Nacional do Petróleo (ANP).

As Empresas Estatais são pessoas jurídicas de direito privado,


com as seguintes diferenças: a empresa pública utiliza
somente capital público e pode ser organizada por qualquer
tipo societário, como sociedade limitada, sociedade anônima,
etc; por outro lado, a sociedade de economia mista possui
capital misto (parte público, parte privado) e somente pode ser
sociedade anônima (S/A). Lei específica autoriza a instituição
de empresa pública e sociedade de economia mista.

São exemplos de empresa pública: Caixa Econômica Federal,


Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, INFRAERO,
BNDES, entre outros. São exemplos de sociedade de
economia mista: Banco do Brasil, Petrobrás, SABESP, entre
outras.

Por fim, as Fundações são entidades dotadas de personalidade


jurídica, criadas por lei específica, para o desenvolvimento de
atividades de interesse coletivo, de natureza assistencial,
educacional, pesquisa, etc. São exemplos: FUNAI, IBGE,
Universidade de Brasília (UnB).
A lei somente autoriza a criação de um ente fundacional, nos
termos do art. 37, XIX, da CF. Conforme este artigo, lei
complementar deverá definir as áreas em que poderá atuar a
fundação.

Poderes Administrativos

Os poderes administrativos são dispositivos legais que a


Administração tem para impor obrigações e garantir deveres
aos cidadãos que estão sob sua tutela.

Veja o que diz Hely Lopes Meirelles (2003):

Os Poderes Administrativos nascem com a Administração e se


apresentam diversificados segundo as exigências do serviço
público, o interesse da coletividade e os objetivos a que se
dirigem.

Dentro dessa diversidade, são classificados, consoante a


liberdade da Administração para a prática de seus atos,
em poder vinculado e poder discricionário; segundo visem
ao ordenamento da Administração ou à punição dos que a ela
se vinculam, em poder hierárquico e poder disciplinar;
diante da finalidade normativa, em poder regulamentar; e,
tendo em vista seus objetivos de contenção dos direitos
individuais, em poder de polícia.

Hely Lopes Meirelles

 Poder Vinculado: Modalidade de poder em que não há


margem de escolha para o agente público. Ou seja, ele
deve seguir exatamente as determinações e trâmites
previstos em lei.
 Poder Discricionário: Modalidade de poder em que o
agente público tem margem de escolha, maior liberdade
na análise de conveniência e oportunidade. Sempre
respeitando os limites da lei.
 Poder de Polícia: É a capacidade que a Administração
Pública possui de restringir liberdades e direitos
individuais, visando assim, o bem estar social e/ou do
Estado.
 Poder Disciplinar: É a capacidade que a administração
tem de punir infrações cometidas por seus servidores.
Também pune particulares que prestam serviços junto à
Administração Pública.
 Poder Regulamentar: São normas, deliberações,
portarias e instruções editadas pelo poder Executivo da
União, dos Estados, e dos Municípios.

Atos Administrativos

Preste atenção também nos conceitos em torno do Ato


Administrativo. Importantíssimo ponto do nosso resumo de
Direito Administrativo. Nas palavras do professor Hely Lopes
Meirelles (2003), ato administrativo é o seguinte:

É toda manifestação unilateral de vontade da Administração


Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato
adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar
direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si própria.

O ato administrativo corresponde a uma manifestação


unilateral de vontade do Estado (ou de quem esteja atuando
em tal função), expedida no exercício da função administrativa,
com base no interesse público e na legalidade. É um ato
jurídico com finalidade pública, é manifestação de vontade da
Administração Pública.

São requisitos de um Ato Administrativo:

 Competência: A capacidade que o agente público possui


para produzir o ato. Poder legal no desempenho de suas
funções.
 Finalidade: O ato deve sempre ser praticado com uma
finalidade pública. O agente público jamais pode desviar-
se de tal finalidade, e seu desvio leva à invalidação do
ato.
 Forma: A formação do ato deve seguir as formalidades
legais. Trata-se da maneira de exteriorização do ato, que
pode ser por meio de editais, licitações, portarias e etc.
 Motivo: Situação de fato que demanda a necessidade de
propositura do ato, ou seja, que levou o agente a editar o
ato.
 Objeto: O conteúdo do ato, as modificações que o
mesmo busca alcançar. Constitui o efeito que o ato deve
produzir – por exemplo, conferir um direito, extinguir uma
relação. O objeto deve ser lícito, possível, certo e moral.

São atributos de um Ato Administrativo, ou seja, as


particularidades que o diferenciam dos demais atos jurídicos:

 Presunção de legitimidade e veracidade: Permeia-se


pelo princípio da legalidade. Veracidade do ato e
consonância com o ordenamento jurídico. O ato, quando
editado, nasce com a presunção de ter sido editado de
acordo com a lei e por autoridade dotada de competência
e de serem verdadeiros os fatos suscitados pela
Administração Pública.
 Imperatividade (ou coercibilidade): Obrigação de
cumprimento do ato. O ato administrativo pode ser
imposto ao particular, sem a necessidade de sua
concordância. Constitui o “poder extroverso” do Estado,
por meio do qual este impõe unilateralmente a sua
vontade.
 Autoexecutoriedade: Capacidade que a Administração
de editar e produzir seus próprios atos, sem que seja
necessário acionar o poder Judiciário ou intervenção de
qualquer outro Poder.
 Exigibilidade: Obriga os destinatários a cumprirem o ato.

A Administração Pública pode revogar o Ato Administrativo por


motivo de conveniência e oportunidade. Anular quando
detectadas ilegalidades. No caso de ilegalidade do ato, o
Judiciário tem capacidade para anular.

Conforme a Súmula 473 do Superior Tribunal Federal:


A administração pode anular seus próprios atos, quando
eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se
originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada,
em todos os casos, a apreciação judicia.

Súmula 473/STF

Os Atos Administrativos podem ser realizados por meio de


autorização, permissão e licença, bem como se extinguem
mediante cassação, revogação ou anulação.

Agentes Públicos e Controle da Administração


Pública

Apelamos novamente para o mestre Hely Lopes Meirelles para


falar sobre os agentes públicos, que são todas as pessoas
físicas incumbidas, de maneira definitiva ou transitória, do
exercício de alguma função estatal. Podem ser classificados
em:

1. Agentes políticos, que são aqueles que exercem


atividades tipicamente governamentais, por meio do
exercício, regra geral, de um mandato para o qual são
eleitos. São os Chefes do Executivo (Presidente,
Governadores e Prefeitos) e seus respectivos vices, seus
auxiliares (Ministros e Secretários) e os membros do
Legislativo (Senadores, Deputados federais e estaduais, e
Vereadores).
2. Servidores Públicos, que na concepção de Celso
Antônio Bandeira de Mello (2003), “abarca todos aqueles
que entretêm com o Estado e suas entidades da
Administração indireta, independentemente de sua
natureza pública ou privada (autarquias, fundações,
empresas públicas e sociedades de economia mista)
relação de trabalho de natureza profissional e caráter não
eventual sob vínculo de dependência”.
Os servidores públicos abrangem 3 espécies: servidores
estatutários (submetidos ao regime estatutário e titulares de
cargos públicos); empregados públicos (contratados pelo
regime trabalhista e ocupantes de emprego público) e
servidores temporários (contratados por tempo determinado
para atender à necessidade temporária de excepcional
interesse público, nos termos do art. 37, inciso IX, da CF).

Podem ter cargo em comissão (cargo de livre nomeação e


exoneração), cargo efetivo (preenchidos requisitos, passa a ter
estabilidade) e cargo vitalício (o vínculo somente pode ser
extinto por meio de decisão judicial transitada em julgado.

Controlar a Administração Pública significa verificar se ela está


agindo de acordo com os princípios do regime jurídico-
administrativo, atendendo a suas finalidades. Tal controle é
composto por um conjunto de instrumentos estabelecidos pelas
normas jurídicas para a execução por meio dos poderes
Legislativo, Executivo e Judiciário. Visa assegurar:

 A legitimidade dos atos administrativos;


 A coibição dos abusos das condutas funcionais dos
agentes públicos;
 A defesa dos direitos dos administrados.

O Controle Legislativo é o realizado pelo Poder Legislativo, que


tem, além da função de legislar, a função de fiscalizar os atos
do Poder Executivo. Realizado pelas Casas Legislativas
(Congresso Nacional, assembleias legislativas, câmaras
legislativas). Exemplos: Convocação de autoridades (art. 50,
CF), Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs – § 3º, art.
58, CF), Fiscalização financeira e orçamentária (art. 70, CF).

Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou


qualquer de suas Comissões, poderão convocar Ministro de
Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente
subordinados à Presidência da República para prestarem,
pessoalmente, informações sobre assunto previamente
determinado, importando crime de responsabilidade a ausência
sem justificação adequada.
Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões
permanentes e temporárias, constituídas na forma e com as
atribuições previstas no respectivo regimento ou no ato de que
resultar sua criação. (…) § 3º As comissões parlamentares de
inquérito, que terão poderes de investigação próprios das
autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos
das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos
Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou
separadamente, mediante requerimento de um terço de seus
membros, para a apuração de fato determinado e por prazo
certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao
Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil
ou criminal dos infratores.

Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária,


operacional e patrimonial da União e das entidades da
administração direta e indireta, quanto à legalidade,
legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e
renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional,
mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno
de cada Poder.

CF/1988

O Controle Administrativo é feito no próprio âmbito


administrativo, muitas vezes de forma hierárquica. São
exemplos: representação, reclamação administrativa, pedido
de reconsideração, recursos hierárquicos, entre outros.

O Controle Judicial é exercido pelo Poder Judiciário, incluídos


o Habeas Corpus, Habeas Data, Mandado de Segurança, entre
outros. A CF, em seu artigo 5º, inciso LXXIII dispõe que
“qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular
que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de
entidade de que o Estado participe, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e
cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de
custas judiciais e do ônus da sucumbência”.

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