Negociação
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Negociação
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ISBN 978-85-8143-671-5
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2013
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Sumário
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vi NEGOCIAÇÃO
Referências ................................................................167
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Carta ao aluno
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viii NEGOCIAÇÃO
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Apresentação
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x NEGOCIAÇÃO
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Unidade 1
Conceituando e
entendendo negociação
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Introdução ao estudo
É muito comum ouvirmos as pessoas dizendo que são excelentes
negociadoras, que fazem negócios como nenhuma outra, que não se deixam
enganar ou dificilmente levam desvantagem em uma negociação, ou seja,
são negociadoras natas. Entretanto, quando questionadas sobre qual a sua
definição ou conceito do que seria uma negociação, ou ainda quais fato-
res estão relacionados à negociação, dificilmente conseguem responder
de modo adequado a estas questões. Por que será? Será que essas pessoas
realmente são excelentes negociadoras? Será que elas realmente sabem o
que é negociação? Será que sabem todos os fatores que estão relacionados
à negociação? Embora muitas pessoas consigam negociar de modo bastante
preciso e adequado no dia a dia, quando questionadas por quais motivos e
razões elas atingiram esses resultados, dificilmente conseguem responder.
Realmente podem dominar uma série de habilidades e comportamentos re-
lacionados à negociação, mas também podem atingir excelentes resultados
simplesmente por sorte, seja por encontrar um oponente mais despreparado
ou ainda por apresentar melhores condições do que seus concorrentes.
Neste sentido, considera-se fundamental saber o que é negociação e de que
forma estas condições influenciam nosso cotidiano. Além disso, conhecer
sobre esse processo faz que nós atuemos de modo mais preciso ao longo
de uma negociação, aumentando nossas chances de obter bons resultados,
independentemente das condições proporcionadas pela negociação.
Além disso, outro conceito que está intimamente relacionado à nego-
ciação e que é compreendido na maioria das vezes de modo errôneo é o
conflito. É comum ouvirmos as pessoas dizerem que é impossível se rela-
cionar com determinadas pessoas, que alguém é muito “difícil”, ou que não
existe uma forma de lidar com os conflitos interpessoais, ou, no extremo
oposto, que os conflitos são fáceis de ser resolvidos: basta apenas deixar
que as partes se acalmem, que o embate será resolvido por si só. De fato,
o conflito pode ser considerado uma situação de difícil solução, mas não
impossível. É possível que isto realmente ocorra dessa forma? Entretanto,
não podemos simplesmente abandonar as situações de conflito, esperando
que elas se resolvam sozinhas. Neste sentido, na presente unidade deste
livro você será apresentado às origens da negociação e à sua multiplicidade
de conceitos e definições, bem como ao importante papel desempenhado
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4 NEGOCIAÇÃO
pela comunicação neste processo. Além disso, aprenderá o que são confli-
tos, como podem ser definidos e quais as principais consequências destes
para os relacionamentos interpessoais, relacionados diretamente ou não às
negociações.
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monetário para isso. Neste sentido, podemos dizer que uma negociação
não envolve apenas um processo de compra e venda financeira, mas também
dos sentimentos e emoções associados a eles.
Embora estes tipos de relações comer-
ciais remontem ao início da história da hu-
manidade, ainda é muito praticada entre a Para saber mais
população de algumas aldeias indígenas ou Conheça a origem do dinheiro e
tribos africanas, nas quais não é comum o das transações financeiras lendo o
uso da moeda. Podemos imaginar inclusive artigo O surgimento do dinheiro
um exemplo em nosso dia a dia: imagine no mundo, disponível no link a
que você é um artesão e viaja de cidade em seguir: <http://portaleconomia.
cidade produzindo obras de arte e as vende com.br/moedas/dinheironomundo.
shtml>.
de porta em porta. Como nem sempre você
consegue vender suas peças, em algumas si-
tuações, você acaba praticando o escambo:
troca uma peça por uma refeição, por uma carona até a cidade seguinte ou
por algum artigo, objeto ou obra de arte que outro vendedor confeccionou
e de que você gostou.
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Fonte: Do autor.
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Como pode ver, este conceito é bastante amplo, podendo ser abordado
de diferentes perspectivas. No contexto empresarial, Robbins (2005, p. 373)
o define da seguinte maneira: “[...] um processo que tem início quando uma
das partes percebe que a outra parte afeta, ou pode afetar, negativamente,
alguma coisa que a primeira considera importante”.
Ainda no contexto organizacional, há autores que definem o conceito a
partir dos papéis desempenhados pelas pessoas, envolvendo, desta forma, a
ocorrência simultânea de funções. Motta e Vasconcelos (2002), por exemplo,
destacam que a incompatibilidade entre papéis cria expectativas contradi-
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Resumo
Esta foi a primeira unidade de nosso livro e podemos dizer que é
uma unidade introdutória, por meio da qual você aprendeu de modo
detalhado sobre os principais conceitos relacionados à negociação e
aos conflitos. Compreender os conceitos, seja sua definição global,
sua origem e as principais características de cada um, além da apli-
cação deste ambiente empresarial imprescindível para compreender
os próximos conteúdos. A partir da definição de modo preciso destes
conceitos, você estará apto para compreender a forma como deverá
ser conduzido o processo de negociação, e também diferentes formas
de conduzir o processo de resolução de conflitos. Além disso, você
também aprenderá a como conduzir uma avaliação de como ocorreu
o processo de negociação, e também algumas estratégias para utilizar
em situações de resolução de conflitos. Na Unidade 2, a seguir, você
aplicará os conceitos, estudando todos os fatores e variáveis, tais como
as variáveis ambientais, da situação de negociação e/ou solução de
conflitos ou do negociador que estão relacionados ao processo de
negociação e solução de conflitos.
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Atividades de aprendizagem
1. Conforme abordamos ao longo da primeira unidade, a prática da
negociação é muito antiga na história da humanidade, podendo ser
remontada às primeiras interações entre indivíduos em grupos sociais.
Além disso, desde muito cedo aprendemos a negociar com nossos pares
e pais. Procure observar uma criança e descreva uma situação em que
podemos observá-la claramente negociando alguma coisa com seus
pais.
2. Vimos que não existe negociação sem que haja comunicação. Ou seja,
podemos afirmar que a comunicação é um elemento fundamental deste
processo. Caso não houvesse comunicação, como seriam os processos
de negociação?
3. Observe seu ambiente de trabalho por um dia e identifique quais as
principais causas de conflito neste local. Se possível, descreva a situa-
ção em que o conflito ocorreu efetivamente, bem como em qual nível
podemos enquadrá-lo, segundo classificação proposta ao longo da
segunda seção.
4. Realize uma pesquisa na internet, bases de dados, livros ou revistas e
descreva duas situações de conflito entre países ao longo da história
recente da humanidade, comparando com a tipologia de conflitos
descrita na segunda seção desta unidade.
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Unidade 2
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de negociação
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Introdução ao estudo
Uma coisa é fato: todo e qualquer relacionamento humano, mais cedo
ou mais tarde, envolverá uma situação de negociação. Seja em nossa casa,
quando um adolescente, que está prestes a ir a sua primeira festa, negocia
com seus pais para chegar mais tarde; seja na faculdade, quando um aluno
tenta argumentar com seu professor sobre a nota que ele tirou em determi-
nada avaliação; ou no contexto corporativo, quando negociamos com nossos
superiores a dilatação de um prazo para a entrega de um relatório ou o au-
mento de um salário. Uma coisa é fato: em todos os contextos de nossa vida
invariavelmente negociamos algo!
Entretanto, como você mesmo percebeu ao longo da primeira unidade,
o processo de negociação não é algo tão simples assim: embora seja um
processo muito comum e, em muitas vezes abordado por nós como algo
banal, se caracteriza por ser um processo extremamente complexo e é com-
preendido de diversas formas diferentes pelos autores da área. Uma coisa é
certa: não existe uma única forma de compreendermos a negociação, além
de não existir apenas um autor abordando o tema.
Mas de que forma podemos compreender o processo de negociação?
Apenas conhecer as principais definições é suficiente? Embora seja impor-
tante conhecer as principais definições, para que consigamos compreender
o processo de negociação em sua plenitude, é extremamente necessário
que compreendamos todos os fatores (ou variáveis) que influenciam dire-
tamente na negociação. Estas podem ser didaticamente divididas em três
grandes grupos: as variáveis ambientais, relacionadas às condições externas
ao negociador, mas que está intimamente relacionada ao processo de nego-
ciação, tal como a questão do tempo, da informação e das fontes de poder;
as habilidades do negociador, que envolvem todos os comportamentos e
ações que devem ser apresentados por ele ao longo de um processo de ne-
gociação, bem como os diferentes modelos classificatórios sobre os estilos
que podem ser apresentados pelos negociadores ao longo do processo de
negociação. Para se compreender o processo de negociação em sua pleni-
tude, não podemos deixar de estudar quais são os fatores e de que forma
eles influenciam no processo de negociação.
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1.2.1 Moralidade
A moralidade está intimamente relacionada aos valores pessoais e fa-
miliares, bem como àqueles que são socialmente aceitos como certos ou
errados. Geralmente são transmitidos pela família desde a infância e são
importantíssimos em qualquer processo de negociação, especialmente pelo
fato de variarem entre diferentes povos e culturas ou até entre populações
de diferentes regiões de um mesmo país. Como um exemplo, pode-se citar
o fato de as mulheres que moram em países islâmicos usarem vestimentas
que cubram parte de seu corpo, mostrando-o apenas para o marido. Esta é
uma prática cultural que difere daquilo que se observa em países ocidentais.
Pedir para uma mulher não usar a vestimenta sobre a cabeça durante um
evento pode ser encarado como algo ofensivo por ela e pelas pessoas que
nasceram e integram aquela cultura, ao passo que pode ser encarado como
algo natural em muitos outros países (MARTINELLI; ALMEIDA, 1997; 2006).
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1.2.2 Atitude
A atitude do negociador também é extremamente importante em qual-
quer processo de negociação e solução de conflitos. É importante que o
negociador não se preocupe excessivamente com o processo ou com o
rumo que a negociação está tomando. Em muitos casos é importante que a
negociação ocorra de forma mais rápida ou mais lenta, de acordo com as
características do outro negociador ou do que está sendo negociado. Neste
sentido, ter atitude não significa apenas fazer primeiro, mas também fazer
no momento e de forma adequada (MARTINELLI; ALMEIDA, 1997; 2006).
1.2.3 Persistência
De acordo com o Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa (FER-
REIRA, 2010), persistência pode ser definida como “qualidade ou ato per-
sistente; perseverança, constância, pertinácia”. Ou seja, pode-se afirmar
que persistência reforça a influência da pessoa. No entanto, é importante
diferenciarmos persistência de insistência. A primeira se caracteriza pela
presença firme ou constante por algo que se pretende fazer independente-
mente das dificuldades, ao passo que a segunda se caracteriza por solicitar
algo de modo repetido, independente das características ambientais, es-
tando, em alguns casos, diretamente relacionado a assédio, amolação ou
obcecação em algo ou alguém.
No contexto empresarial, pode-se citar como exemplo de persistência
um vendedor que realiza inúmeras tentativas para negociar determinado
produto, utilizando diferentes estratégias a cada tentativa. No caso do
momento da negociação em que se discute sobre valores de determinada
venda, o vendedor pode realizar diferentes propostas, independentemente
do fato de o cliente aceitar ou não. Neste caso é importante que o vendedor,
como negociador, esteja sempre se adaptando às necessidades do cliente. Já
a insistência pode ser exemplificada por meio do exemplo de um vendedor
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1.2.6 Investimento
Outra característica importante para o processo de negociação é o in-
vestimento envolvido na negociação, seja ele financeiro ou emocional. Mas
os que isto significa? Em todo processo de negociação, muitos são os as-
pectos que são negociados e não apenas uma ou outra característica, sendo
que alguns são mais facilmente negociados do que outros. Por exemplo, a
venda de uma casa envolve a negociação do valor, mas também das lem-
branças relacionadas àquele local, aos objetos e aos cômodos, ao trabalho
e esforço envolvido para sua aquisição, as pessoas que contribuíram para
a concretização deste projeto, dentre muitas outras coisas (MARTINELLI;
ALMEIDA, 1997; 2006).
Neste sentido, é extremamente importante saber como conduzir a nego-
ciação e todas as características envolvidas com ela. No caso da venda e da
compra de uma casa, geralmente um ou outro aspecto se apresenta como
mais intangível do que outro. Inicialmente, recomenda que se invista mais
nos aspectos mais facilmente negociáveis e, ao longo da negociação, se in-
vista em aspectos que sejam de resolução mais difícil. Ou seja, sugere-se que
se deixe para o final a negociação do valor monetário do imóvel, pois este,
embora seja tangível, está intimamente relacionado como todos os demais
valores intangíveis associados à casa, conforme relatados anteriormente.
No contexto empresarial, pode-se citar como exemplo o valor de uma
marca ou a história de determinada empresa. Embora esteja interessada
em adquirir ambos por uma grande quantia de dinheiro, muitas vezes, o
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1.2.7 Legitimidade
Todo poder é facilmente legitimável. A legitimação de alguns ocorre por
meio da ordem ou estrutura social ou pode ser conquistada por meio do
mérito. O primeiro caso está intimamente relacionado a uma regra social,
como é o exemplo dos reis ou imperadores que conquistam o poder por
meio da sucessão familiar (MARTINELLI; ALMEIDA, 1997; 2006).
No contexto empresarial isto também é comum: muitas vezes o que
legitima o poder de determinada pessoa ou funcionário dentro de uma or-
ganização é a tradição familiar, tal qual no caso de presidentes e gestores
que herdaram o cargo de seus pais ou familiares. Nestes casos, embora
o indivíduo, muitas vezes, não possua tantas habilidades para conduzir
adequadamente uma negociação, o simples fato de ter herdado aquela
posição é suficiente para interferir no resultado final do processo. Neste
sentido, é extremamente importante lidar e tentar anular os efeitos desta
variável para conduzir a negociação e obter vantagens com ela.
Outra forma como o poder pode ser legitimado é por meio do mérito.
Nestes casos, a probabilidade de que o indivíduo possua todas as habilida-
des necessárias para conduzir o processo de negociação é alta. O poder,
neste caso, foi conquistado por meio do desempenho ao longo da história
profissional e pessoal do indivíduo.
1.2.8 Concorrência
Uma variável extremamente importante no processo de negociação e
solução de conflitos é a concorrência. Em muitos desses processos aumenta
o interesse da outra parte envolvida, ou seja, pode-se afirmar que isso atue
como uma importante variável motivadora. A concorrência aumenta o inte-
resse do indivíduo em negociar, comprar ou adquirir algo porque, caso não
o faça, outra pessoa pode fazê-lo. O exemplo mais clássico é do processo
de negociação de compra e venda de um carro. Muitas vezes, quando
alguém está vendendo um carro e há um comprador interessado, é comum
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também que utilize estas informações para obter maiores chances de su-
cesso no processo de negociação, indo além da experiência anterior e,
em muitos casos testando novas possibilidades de ação, diante dos com-
portamentos apresentados pelo oponente na negociação (MARTINELLI;
ALMEIDA, 1997; 2006).
No contexto empresarial pode-se citar como exemplo pessoas ou em-
presários que realizam inúmeras exigências para a concretização de um
processo de negociação. Nestes casos, é extremamente importante que o
negociador, com tais informações em mãos, conduza o processo de modo
a oferecer uma série de condições e garantias, aumentando a probabilidade
de obtenção de sucesso. Mesmo em tais condições, pode ser importante
que teste e varie quais condições e exigências aceitará e quais não. Assim,
conhecer o histórico de negociação realizado pela organização ou pelo
negociador pode ser fundamental para a concretização e a resolução de
um processo de negociação e, neste sentido, deve ser considerado um fator
de suma importância.
1.2.10 Riscos
É óbvio que todo e qualquer processo de negociação envolve riscos. Afinal
de contas, para acertar o alvo, é necessário atirar. Assim, é extremamente
importante considerar que os riscos existem e são muito relevantes. Apesar
disso, muitos negociadores não compreendem tal fator em sua totalidade.
É muito comum que os negociadores deixem de agir ativamente no pro-
cesso por causa do medo de perder ou de não conseguir vantagem naquilo
que se está negociando. Ou seja: não compreendem que a cada escolha
que fazemos ou decisão que tomamos, renunciamos a algo (MARTINELLI;
ALMEIDA, 1997; 2006).
É importante considerar que o negociador, por vezes, pode perder
excelentes oportunidades de negócio simplesmente por não se arriscar.
Por exemplo: uma senhora aposentada precisa de dinheiro para pagar ur-
gentemente uma conta, que aumenta a cada dia por causa dos juros. Para
isto, decide vender sua motoneta. No entanto, acaba oferecendo a poucas
pessoas e por um valor acima do valor de mercado, pois considera que ela
vale muito dinheiro. Entretanto, nenhum comprador se interessa pelo auto-
móvel, devido ao preço elevado. Ao tentarem negociar com ela, oferecendo
um valor menor ou outras alternativas, ela não aceita, pois diz que o preço
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1.2.11 Compromisso
Uma forma de lidar de modo mais adequado com a questão dos riscos
na negociação é incluir diferentes pessoas no processo. Envolver diferentes
profissionais e delegar diversas responsabilidades para cada um no processo
é uma importante estratégia que pode ser utilizada pelo negociador para
diluir a responsabilidade pelos resultados. Além disso, o envolvimento de
diferentes pessoas possibilita analisar o problema e o negócio, a partir de
diferentes perspectivas. Assim, em uma negociação difícil, quanto maior a
incerteza e as dificuldades para resolver o conflito e negociar uma solu-
ção, maior a importância de diferentes perspectivas para compreender o
problema e chegar à uma solução (MARTINELLI; ALMEIDA, 1997; 2006).
No contexto empresarial, pode se citar o exemplo do processo de fusão
de duas grandes empresas do mesmo ramo. Tal tarefa se constitui em uma
atividade de alto risco e complexidade, pois inúmeros fatores necessitam
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1.2.14 Compromisso
Infelizmente, em muitos casos, apenas o treino e o preparo comporta-
mental não são variáveis suficientes para atingir os objetivos de um processo
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1.3 Tempo
Uma segunda variável extremamente importante em qualquer processo
de negociação é o tempo, conforme apontam diversos autores (BURBRIDGE
et al.; 2007; MARTINELLI; ALMEIDA, 1997; 2006; MELLO, 2003; WAN-
DERLEY, 1998). Todo processo de negociação necessita ser cuidadosamente
avaliado, de modo a verificar de que forma pode afetar determinado pro-
cesso de negociação. De acordo com Martinelli e Almeida (1997, p. 80),
“[...] a maneira como se vê e se utiliza o tempo é essencial para o sucesso,
podendo até influenciar um relacionamento”.
Além disso, é importante levar em consideração o fato de que a parte
envolvida no processo de negociação que controla o tempo possui maior
controle do processo e, deste modo, maior poder para exigir ou dar con-
cessões (MARTINELLI; ALMEIDA, 1997). Dependendo da forma como esta
variável for encarada pelas partes envolvidas, pode favorecer um ou outro
lado do processo. De modo geral, podemos dizer que a análise para iden-
tificar a vantagem de um ou outra parte em um processo de negociação
deverá ocorrer de modo contextual, levando em consideração a estratégia
adotada, os prazos finais estabelecidos (WANDERLEY, 1998), bem como
questões culturais. Em relação a estas, é importante considerar o fato de
que, dependendo da cultura, tal variável pode ter diferentes influências e
efeitos no processo de negociação. Por exemplo, em negociações realiza-
das por brasileiros, observamos frequentemente menor preocupação com
a questão do tempo e dos prazos finais para a conclusão do processo de
negociação quando comparamos com negociadores chineses ou ingleses.
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1.4 Informação
A informação é outra variável muito relevante em todo e qualquer processo
de negociação e que, de acordo com Martinelli e Almeida (1997), está inti-
mamente relacionada ao poder. Segundo Wanderley (1998), em um processo
de negociação, o lado que possui o maior número de vantagens é aquele que
consegue mais informações de seu oponente. Além disso, de acordo com
Olhen (1980 apud MARTINELLI; ALMEIDA, 1997), o uso da informação e do
poder dentro de um processo de negociação possui como principal objetivo
influenciar o comportamento do outro dentro de uma rede de tensão.
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42 NEGOCIAÇÃO
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50 NEGOCIAÇÃO
f) Concentrar-se nas ideias: embora seja óbvio para muitas pessoas que
toda e qualquer negociação se concentre nas ideias e nos pontos
que serão discutidos, é comum que ocorra uma personalização dos
termos que serão negociados. É importante que o negociador não
aponte onde o outro errou ao longo de um processo, mas sim, expo-
nha seu ponto de vista, possibilitando que ele decida e compreenda
como agir. A negociação deve ser vista como uma oportunidade para
reflexão e revisão de pontos de vista e não uma situação de choque
de opiniões (MARTINELLI; ALMEIDA, 1997);
g) Apresentar e discutir propostas concretas: é comum que durante uma
determinada negociação ocorra a discussão de diferentes pontos de
vista. Entretanto, primeiramente se observa que estas são irrisórias,
quando comparadas com o problema alvo da negociação. Além disso,
quando ocorre a apresentação de propostas para o processo de ne-
gociação, estas se caracterizam por ser pouco concretas e objetivas
(ALMEIDA; MARTINELLI, 1997; MARTINELLI; ALMEIDA, 1997);
h) Buscar e proporcionar alternativas para a outra parte: em qualquer
negociação é incomum que os negociadores sugiram alternativas à
proposta inicial. É importante que o negociador não deixe o adver-
sário sem alternativas, caso não seja possível implantar, colocar em
prática a primeira proposta sugerida (ALMEIDA; MARTINELLI, 1997;
MARTINELLI; ALMEIDA, 1997);
h) Ser objetivo no processo de resolução de problemas: durante os
processos de negociação, é normal que os negociadores não se
concentrem nos temas das discussões e esperem que, ao final, surjam
propostas e alternativas para o problema. Embora se espere que qual-
quer negociação seja objetiva, são poucas as que apresentam estas
características. Neste sentido, embora pareça óbvio, a objetividade
é uma habilidade imprescindível em qualquer negociação, embora
seja pouco explorada (MARTINELLI; ALMEIDA, 1997).
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Figura 2.1 Estilos de negociação baseadas no modelo proposta por Sparks (1992)
Estilo
Fonte: Do autor.
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Além disso, tais informações podem ter como principal objetivo levar
a negociação para níveis prévios no processo.
b) O estilo ardiloso, também comumente chamado de astuto ou sagaz,
se caracteriza pelo fato de, durante um processo de negociação,
darem maior atenção para superar a suposição. Os negociadores
deste estilo evitam os oponentes ao máximo, deixando-os a distância
durante o processo. Com eles, em geral, é inútil tentar negociar em
termos pessoais: a negociação deve ser concentrada essencialmente
em procedimentos ou regras.
Qual o principal objetivo do oponente neste caso então? É simples:
por vezes, o seu objetivo é simplesmente sobreviver à negociação
e manter seu status perante o processo. O importante é atingir um
resultado, independentemente de qual seja. Neste sentido, pode-
-se afirmar que para esses negociadores, toda e qualquer prática se
baseia na abstenção. Neste sentido, pode-se afirmar que as negocia-
ções, comumente, são entediantes e carregadas, e se caracterizam
fundamentalmente pela rotina.
Quais as estratégias que em geral são adotadas nestes casos? Se pen-
sarmos que a negociação se baseia fundamentalmente na abstenção,
é de se esperar que as estratégias estejam intimamente relacionadas.
Um exemplo seria o negociador, durante o processo, dar a impres-
são de que está cedendo ou se subordinando ao opositor. Este pode
fazer com que o opositor se torne mais confiante durante o processo,
levando-o a gastar mais tempo e energia em vão. Outra estratégia
que pode ser empregada é a de utilizar da habilidade de resumir, ou
seja, abreviar aspectos ou etapas da negociação ao longo do processo
ou disponibilizar algumas informações de modo seletivo durante o
processo. Entretanto, é importante se atentar que o uso de tais táticas
pode atrasar o término da negociação.
Uma tática que pode ser utilizada pelo oponente no processo de
negociação é a atribuição de qualidades ou a identificação de carac-
terísticas positivas ao opositor, mesmo que em desvantagem, como
habilidade para se manter na mesma posição. Neste caso, o que pode
ser feito pelo negociador é a desconsideração das atribuições de
qualidade do oponente, mesmo que este diga o contrário, e retornar
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Estilo duro
Características: dominante, agressivo e orientado
Aspectos positivos Aspectos negativos
Estabelecimento de posições claras e firmes; Demonstra desinteresse sobre o conhecimento
Objetiva atingir sempre o melhor; da outra parte;
Conhece claramente seus objetivos Falta de disposição para identificar o interesse da
Mantém o controle; outra parte;
Presença dinâmica; Desinteresse sobre o ponto de vista dos outros;
Não se intimida diante de um conflito; Dominador, agressivo e pronto para o combate;
Tendência à liderança; Diz aos outros aquilo que deve ser feito;
Preferência por dirigir e coordenar trabalhos; Ansioso por ser ouvido e respeitado;
Seleciona oportunidades quando as identi- Pessimista durante a negociação;
fica; Não permite que os outros do grupo contribuam;
Assume riscos; Tende a realizar muitas críticas;
Assertivo; Traz um feedback negativo a si mesmo, durante
Aprecia mudanças; e após as reuniões;
Responde às crises; Não identifica as necessidades dos outros;
Competitivo; Inflexível;
Aprecia mudanças, variedades e surpresas. Obstinado;
Manipulador;
Impulsivo;
Impaciente;
Visão de curto prazo.
Fonte: Adaptado de Gottschalk (1974 apud MARTINELLI; ALMEIDA, 1997).
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Quadro 2.3 Estilo caloroso de negociação, baseado em Gottschalk (1974 apud MARTINELLI;
ALMEIDA, 1997)
Estilo caloroso
Características: apoiador, compreensivo, colaborador, orientado para as pessoas
Aspectos positivos Aspectos negativos
Amigo e companheiro; Não estabelece de modo claro o objetivo;
Interessado em outras pessoas; Não proporciona a visão de oposição;
Bom ouvinte; Voltado para as relações interpessoais;
Habilidade em formular questões; Demonstra ligação;
Preocupação com as necessidades da outra Apresenta incapacidade de dizer não;
parte; Não reconhece legitimidade em seu próprio
Compreensão dos objetivos e valores da outra caso;
parte; Perde o senso de seus próprios interesses e
Ênfase em interesses e metas comuns; objetivos;
Reconhecimento da interdependência; Desaponta-se facilmente;
Estabelecimento de padrões altos para si e os Antecipa problemas que podem não existir;
outros; Reluta em enfrentar o conflito;
Ávido por responder às aberturas; Tende a não ser confiável no uso de ameaças;
Construtivo; Não assume responsabilidades;
Auxiliador; Dependente dos outros;
Cooperativo; Inseguro;
Apoia as propostas dos outros e as suas; Tende-se a apoiar-se nos outros;
Apoia os colegas; Pede ajuda constantemente;
Modesto quanto às suas contribuições e habi- Muito confiante;
lidades; Autodepreciativo;
Está disposto a colaborar; Reclama em excesso quando surgem proble-
Otimista; mas;
Informativo, aberto e acessível; Acredita que o tempo resolve os problemas;
Paciente, calmo e justo; Superestima a reação dos outros.
Reforça positivamente em vez de punir;
Base do poder vem de baixo.
Fonte: Adaptado de Gottschalk (1974 apud MARTINELLI; ALMEIDA, 1997).
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Quadro 2.4 Estilo dos números de negociação, baseado em Gottschalk (1974 apud
MARTINELLI; ALMEIDA, 1997)
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Estilo negociador
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Resumo
Esta unidade apresentou uma série de conceitos novos e, dentre
aqueles que não são novos para você, mostrou-os a partir de uma pers-
pectiva diferente. De fato o processo de negociação é muito complexo
e amplo, sendo influenciado por muitas variáveis. Uma das primeiras
abordadas ao longo da unidade é o poder. Tem como principal carac-
terística o fato de ser compreendido a partir de perspectivas diferentes.
Consequentemente, a sua influência no processo de negociação é muito
ampla. Dentre os principais tipos de poder que existem, destacam-se
a moralidade, a atitude, a persistência, a persuasão, a barganha, a
concorrência, a legitimidade, os riscos, os compromissos, e algumas
características pessoais, como a formação pessoal e profissional, bem
como a experiência de vida do negociador; além disso, outras duas va-
riáveis que possuem um efeito primordial em qualquer negociação são
o tempo e a informação, que se caracterizam por limitar ou ampliar as
possibilidades de atuação de um determinado negociador. Além disso,
não são apenas as variáveis que influenciam no processo de negocia-
ção: algumas habilidades do negociador são imprescindíveis para se
compreender o processo de negociação, tais como o ouvir, o sumarizar
e o interpretar e compreender o comportamento humano. Como forma
de facilitar a avaliação e a compreensão do comportamento humano
durante o processo de negociação, diferentes autores propuseram
modelos para estudar os diferentes estilos de negociação, a saber: o
modelo de Jung, cuja principal característica é compreender o com-
portamento do negociador a partir de quatro estilos distintos, baseados
nos estudos de Carl Jung; o modelo de Gottschalk, que também define
quatro estilos para compreender o comportamento dos negociadores e
o modelo Lifo, que foi baseado nos estudos de Erich Fromm e objetiva
avaliar os estilos do negociador a partir de dimensões significativas da
natureza humana.
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Atividades de aprendizagem
1. A partir da definição de poder exposta no início da unidade, descreva
três exemplos de situações que envolvam explicitamente uma nego-
ciação ou não, em que se pode observar claramente o papel desem-
penhado pelo poder.
2. Procure uma situação ocorrida ao longo da história da humanidade
(conflito entre países, acordos econômicos, etc.) em que o fator tempo
desempenhou papel fundamental nos resultados do processo de nego-
ciação e descreva o que aconteceu.
3. Imagine que você está procurando uma casa para comprar e encontra
duas casas em sites de imobiliárias. Entretanto, observa que apenas uma
delas apresenta informações detalhadas sobre a localização, tamanho,
quantidade de cômodos e valor do imóvel e a outra apresenta apenas
algumas informações básicas. Qual casa você escolheria? A quantidade
de informação influenciou em sua decisão? De que forma a informação
pode influenciar no comportamento de um negociador?
4. Identifique uma personalidade (pode ser da economia, política, cinema,
personagem de novela, etc.) e identifique com qual estilo, de acordo
com os estilos de Jung, ela mais se identifica. Cite exemplos de três
comportamentos apresentados por essa personagem.
5. Quais as principais habilidades são desejadas em um negociador? Cite-as.
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Unidade 3
Negociação,
VROXomRGHFRQÀLWRV
HUHODFLRQDPHQWR
LQWHUSHVVRDO
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70 NEGOCIAÇÃO
Introdução ao estudo
Conforme estudamos na Unidade 1, os conflitos são tão presentes em
nossas vidas quanto a negociação, uma vez que fazem parte das relações
cotidianas entre as pessoas. Mas como o conflito e a sua resolução podem
estar relacionados à negociação? Sabe aquelas situações em que, além de
ter que negociar com outra pessoa condições relacionadas à determinada
situação, um bem ou um serviço, você precisa antes resolver um problema
de relacionamento? Então, são nestas situações que observamos a ocorrência
de ambos de modo conjunto, que na maioria das vezes acaba atrapalhando
o processo de negociação e resolução do conflito. Se negociar condições e
acordo é algo complicado e difícil, imagine fazer a mesma coisa e resolvendo
um conflito? Como devemos agir nestas situações? Como podemos lidar com
isso? De modo geral, nestas situações também podemos utilizar a negociação
como estratégia principal, tanto para resolver o conflito, quanto para conduzir
o processo de negociação. Para tanto, é necessário que utilizemos diferentes
abordagens para lidar com o conflito, bem como, em alguns casos, adotemos
como estratégia principal a inserção de uma terceira pessoa no processo e
solução de conflitos. Para isto, é extremamente importante que façamos uma
análise dos padrões e estilos de relacionamento interpessoal apresentado pe-
las pessoas que estão envolvidas no conflito, por meio de alguns modelos e
técnicas. Neste sentido, abordaremos nesta unidade a negociação como uma
importante ferramenta para superar e resolver os conflitos interpessoais entre
as partes envolvidas em um processo de negociação, a descrição de alguns
métodos e estratégias que podem ser utilizados pelo negociador como forma
de se tentar resolver o conflito. Além disso, abordaremos também a janela
de Johari como uma importante ferramenta que pode ser adotada pelo nego-
ciador para tentar identificar o padrão e o perfil psicológico da outra pessoa
envolvida na negociação, bem como outros elementos que são primordiais
para se avaliar o relacionamento interpessoal, tal como o clima e a confiança
dos envolvidos na negociação.
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ocultar as reais necessidades e seu valor, uma vez que outros tópicos
são relevantes para a negociação (MARTINELLI; ALMEIDA, 2006).
d) Abordagem do conserto: esta abordagem se caracteriza pela baixa
probabilidade de os resultados da solução do conflito se tornarem de
fato efetivos. Nestes casos, apenas é importante propor uma solução,
seja qual for. Além disso, ela tem que ocorrer de modo emergencial
e rápido, independentemente de ser a melhor solução ou não para o
conflito (MARTINELLI; ALMEIDA, 2006). De acordo com Martinelli
(2008), esta abordagem também é comumente chamada de band-aid,
cujo principal intuito é se livrar instantaneamente do desconforto
causado pelo conflito, independentemente de qual seja a solução
identificada. Podemos afirmar que esta abordagem é usada para
camuflar aquilo que não se quer expor, seja o próprio problema ou
sua possível resolução. Além disso, ao propor de modo rápido uma
solução, cria a ilusão de que o conflito foi efetivamente solucionado
(GUISSONI; RODRIGUES, 2008). Segundo Martinelli e Almeida
(2006), as principais desvantagens desta abordagem são: iludir que
os problemas foram resolvidos; gerar falta de confiança em todos os
envolvidos na solução do conflito; nestes casos frequentemente as
soluções são paliativas e suas consequências agem apenas em curto
prazo, ou seja, os resultados são apenas em curto prazo;
e) Abordagem do role-play: caracteriza-se pela utilização do papel ou
do prestígio social de um ou mais negociadores na solução do con-
flito, ou seja, as pessoas agem apenas de acordo os papéis ou status
exercidos por elas, independentemente do conflito ou da solução
mais adequada. Embora pareça improvável, o uso desta abordagem na
solução de conflitos é muito comum (MARTINELLI; ALMEIDA, 2006).
De acordo com Guissoni e Rodrigues (2008 p. 4), esta abordagem se
caracteriza pela “[...] utilização de cargos/ funções/ níveis hierárqui-
cos para ganhar o conflito. Porém, pode ser injusto por proporcionar
opções restritas para resolver o problema”. Dentre as principais des-
vantagens ao se utilizar esta abordagem, se destacam: perpetuar a
insatisfação quanto ao relacionamento ou quanto aos resultados da
negociação; pode criar inimizade entre as partes envolvidas na so-
lução do problema; bloquear as mudanças necessárias, pelo simples
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Links
Leia este artigo e fique sabendo quais são os principais pecados capitais de um negociador.
Acesse o artigo clicando no link a seguir: <http://jawanderley.pro.br/?p=909>.
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78 NEGOCIAÇÃO
Links
Diariamente enfrentamos conflitos em nossas organizações e em nossos ambientes de trabalho.
Para conhecer algumas maneiras de lidar com conflitos em suas equipes de trabalho, acesse o
link a seguir e leia o artigo:
<http://exame.abril.com.br/pme/dicas-de-especialista/noticias/5-maneiras-de-lidar-com-conflitos
-na-sua-empresa>.
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Fonte: Do autor.
Estes estilos possuem características próprias, haja vista que são conse-
quência da combinação de diferentes perspectivas (ALMEIDA; MARTINELLI,
1997; HODGSON, 1996; THOMAS; KILMANN, 1974). Deste modo, cada
um dos estilos serão definidos e descritos detalhadamente a seguir:
a) Estilo colaborativo: é resultado da combinação da perspectiva
confrontadora e cooperativa em uma negociação ou na resolução
de conflitos. O estilo se caracteriza fundamentalmente pelo fato de
exigir muito tempo do negociador até que seja concluído, uma vez
que seu principal objetivo reside em se fazer com que se agregue a
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com Muszkat (2008, p. 12) a mediação não pode ser compreendida como
uma ação paternalista. De acordo com essa autora, a mediação
Não pode ser considerada uma prática do senso comum.
Tampouco deve ser considerado um método pragmático
de resolução de conflitos ou mesmo uma disciplina. A
mediação implica em um saber [...] resultante de muitos
outros saberes.
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86 NEGOCIAÇÃO
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de regras sobre a questão que está sendo resolvida. O árbitro pode sugerir
algumas propostas de solução que podem ser aceitas ou não pelas partes.
Além disso, as partes podem realizar propostas para o árbitro, o qual pode
passá-las às partes envolvidas na negociação e na resolução do conflito,
caso estas alternativas sejam plausíveis. Para tanto, é importante que o
árbitro, tal qual o mediador, tenha algumas habilidades e apresente alguns
comportamentos para conduzir o processo de negociação. De acordo com
Magro e Baeta (2004), é importante que o árbitro haja com rapidez, guarde
sigilo sobre o que está sendo negociado, seja com as partes ou com outras
pessoas externas à negociação, realize decisões eminentemente técnicas
e seja flexível ao conduzir a solução do conflito, fato que proporcionará
maior autonomia aos envolvidos.
De acordo com Martinelli e Almeida (2006), a introdução de árbitros
durante a solução de um conflito apresenta uma série de vantagens, tais
como o fato da solução ser clara para ambas as partes, isto é, o árbitro,
ao tentar chegar a um acordo, descreve detalhadamente quais os termos
daquilo que está sendo acordado e quais as consequências para cada uma
das partes; opção de aceitar ou não as sugestões do árbitro, o que é mais
difícil em uma solução de conflitos sem o envolvimento de uma terceira
pessoa e; agilidade na solução do conflito, uma vez que quem coordena e
controla o tempo para que ocorra a negociação é o árbitro, não as partes
envolvidas.
Entretanto, a introdução de um árbitro apresenta uma série de desvan-
tagens, seja em relação à introdução de um mediador ou até mesmo em
relação a uma negociação sem o envolvimento de uma terceira pessoa.
Dentre as desvantagens, destacam-se a ocorrência da perda do controle
sobre os resultados da negociação pelas partes envolvidas na solução do
conflito, uma vez que quem controla estas questões durante um processo
de arbitragem é o árbitro; o fato das partes envolvidas não quererem seguir
as recomendações do árbitro, por não concordarem com os resultados ou
com as propostas efetuadas. Isto pode ocorrer porque os envolvidos, em
muitos casos, não participaram ativamente da elaboração da proposta para
o resultado, tornando muitas vezes as recomendações muito inferiores às
almejadas pelas partes interessadas na solução do conflito.
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Links
Para conhecer mais sobre o papel do árbitro e do mediador em um processo de negociação e
solução de conflitos, acesse o site do Conselho Nacional das Instituições de Mediação e Arbi-
tragem: <http://www.conima.org.br/>.
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que não pode ser descoberto pela outra parte, uma vez que com-
prometeria todo o processo. Segundo Fritzen (1992) e Carmagnani
e Daniel (1992), os principais motivos para se ocultarem tais dados
são: a possibilidade de conseguir dominar, manipular e controlar os
outros e mudar o direcionamento desejado, uma vez que o outro,
ao ter acesso a tais informações, pode alterar sua percepção em
relação ao indivíduo.
d) Quadrante ou área VI (Eu desconhecido/ ignorado): caracteriza-se
por corresponder à parte mais desconhecida do indivíduo e das ou-
tras pessoas, isto é, todos os aspectos e características inconscientes
que contêm informações que não são facilmente identificadas pelo
indivíduo ou pelas demais pessoas que interagem e se relacionam
com ele. Englobam aspectos psicodinâmicos, comportamentais,
criatividade bem como o potencial. De acordo com Fritzen (1992),
é representado basicamente pelas características da personalidade,
da motivação inconsciente, compreendendo a dinâmica interpessoal,
bem como as potencialidades latentes e as futuras (FRITZEN, 1992).
Além disso, caso haja maior abertura e maiores possibilidades de
feedback, pode se observar maior eficácia pessoal, especialmente
em situações de negociação.
Links
Para conhecer mais sobre a Janela de Johari, assista o filme explicativo que sugere a aplicação
da técnica em avaliações 360°:
<https://www.youtube.com/watch?v=cwzYUxAqTlw>.
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Resumo
Esta unidade foi bastante produtiva. Aqui pudemos integrar todos
os conhecimentos obtidos ao longo das três unidades do livro, tais
como a definição e a conceituação teórica do que seria negociação
e conflitos; o estudo, a identificação e a análise das principais va-
riáveis que influenciam diretamente no processo de negociação e,
consequentemente, o processo de resolução de conflitos bem como
os principais estilos de negociação. Ao longo desta unidade você
aprendeu que uma das estratégias e habilidades do negociador que
são mais efetivas para lidar com uma situação de conflito no contexto
organizacional são aquelas utilizadas em no processo de negociação,
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Atividades de aprendizagem
1. Procure identificar em seu dia a dia situações de conflito em que você
adotou um dos enfoques que são comumente utilizados, mas não são
recomendados em um processo de negociação e solução de conflitos
(que foram expostos ao longo do texto). Destaque quais foram as prin-
cipais consequências deste em curto, médio e em longo prazo.
2. Em um jogo de futebol geralmente temos um árbitro, chamado por uma
grande maioria das pessoas de juiz. Você já parou para pensar por que em
um jogo de futebol tem um árbitro? Quais são as semelhanças, quanto à
função e atuação entre um árbitro de futebol e um árbitro num processo
de resolução de conflito? Descreva ao menos três.
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Unidade 4
Conduzindo a
negociação
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108 NEGOCIAÇÃO
Introdução ao estudo
Embora a negociação seja uma das práticas mais antigas da humani-
dade, observamos ainda hoje que as pessoas cometem uma série de erros
ao conduzi-las, seja pelo esquecimento de uma ou outra etapa, ou pelo fato
de se comportarem ou agirem de modo inadequado diante do outro nego-
ciador. Isto ocorre porque as pessoas consideram que negociar é algo que
não precisa ser aprendido ou ensinado ou que não há segredos em conduzir
uma negociação: “a negociação é algo fácil!”. No entanto, a prática e os
estudos mostram que as coisas não ocorrem desta forma.
Nas unidades anteriores você aprendeu uma série de conceitos e fatores
que são imprescindíveis em qualquer ato de negociação e que nos ajudam
a entender melhor o que é e como ela deve ocorrer. Mesmo sabendo que
uma negociação consiste em um processo complexo, influenciados por di-
ferentes fatores, relacionados tanto com o próprio processo quanto com o
negociador, você sabia que um processo de negociação deve ser conduzido
continuamente e ao longo de várias etapas? Todo processo de negociação
deve ser seguido como se fosse um procedimento sistemático, composto por
diversas etapas. Além disso, é importante nos atentarmos a diversos aspec-
tos éticos, que devem ser continuamente considerados pelos negociadores.
Por esta razão, podemos afirmar que esta se caracteriza por ser a principal
unidade do livro, uma vez que aqui você aprenderá detalhadamente todas
as etapas que compõem o processo de negociação.
Neste sentido, na primeira seção, abordaremos todo processo de ne-
gociação, desde a etapa da preparação e planejamento até avaliação após
sua conclusão. Além disso, abordaremos também diversas ações e compor-
tamentos que devem ser apresentados pelo negociador ao conduzir isso.
Na segunda seção, como forma de complementar a primeira, abordaremos
algumas posturas que são consideradas éticas e não éticas em um processo
de negociação, bem como algumas estratégias que podem ser adotadas
pelo negociador para avaliar se seu comportamento durante determinado
processo de avaliação pode ou não ser considerado ético.
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Fonte: Do autor.
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Para tanto, algumas ações são imprescindíveis nesta primeira etapa para
a condução da negociação de forma bem-sucedida. Estão intimamente
relacionadas à criação de valores, tais como: relacionamento, interesses,
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1.3 Fechamento
Segundo Wanderley (1998), o fechamento da negociação se caracteriza
por ser o momento em que ocorre o acordo entre as partes envolvidas na
negociação e por esta razão, de acordo com Burbridge et al. (2007), me-
rece atenção especial do negociador. O trabalho dele nesta etapa pode ser
fácil, caso as fases anteriores tenham sido conduzidas de modo adequado
e consistente
É o momento de obtenção do acordo. Um bom acordo
é aquele em que os interesses legítimos das partes sejam
atendidos e que resulta em um comprometimento formal
e psicológico de cumpri-lo (WANDERLEY, 1998, p. 146).
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Links
Você está interessado em saber o seu perfil de negociador? Você pode conhecer o seu per-
fil, com negociador, respondendo ao questionário on-line disponibilizado no link a seguir:
<http://www.jawanderley.pro.br/questionario1.html>.
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Além disso, é comum surgirem tensões entre as partes, por mais amistosa
que seja a negociação, uma vez que se constitui em uma situação de disputa
e conflito. Por esta razão, os autores sugerem que algumas posturas sejam
adotadas pelo negociador ao longo do processo de avaliação, de modo a
manter o bom relacionamento e um canal de comunicação entre as partes
não apenas durante a negociação, mas também ao final dela. Dentre estas
posturas, destacam-se: elogiar o outro, quando merecer; valorizar a vitória
e as ações positivas do outro; afirmar sua legitimidade e manter compati-
bilidade entre as partes.
Muito se fala sobre a importância de se monitorar e avaliar o processo
de negociação, assim como se realizar avaliações de acompanhamento ao
longo do processo. Mas quais indicadores devemos utilizar para fazer tais
avaliações? Brandão, Spinola e Duzert (2010), afirmam que a matriz de ne-
gociação apresenta dez indicadores que representam diferentes dimensões
desse processo. Frequentemente, toda negociação engloba mais de uma das
dimensões, fazendo que seja importante realizar a avaliação englobando
diferentes dimensões da negociação. As dimensões apontadas pelos autores
são: satisfação e racionalidade, controle, riscos, otimização econômica,
ética, justiça e equidade, impacto e sustentabilidade, produtividade, emo-
ção e sistema autopoiético, as quais serão detalhadamente descritas abaixo:
a) Avaliação da satisfação e racionalidade: de acordo com Simon (1947,
1997 apud BRANDÃO; SPINOLA; DUZERT, 2010), este é um dos
itens mais procurados pelas pessoas quando buscam pela otimização
dos recursos e eficiência na obtenção de retornos. Segundo Brandão,
Spinola e Duzert (2010), caso os níveis de satisfação excedam o nível
desejado, as partes satisfeitas acabam mantendo seu padrão com-
portamental em relação ao que se está sendo negociado. Entretanto,
caso isso não aconteça, é comum que estes indivíduos se coloquem
em movimento, buscando superar ou atingir as expectativas para a
negociação por outros meios;
b) Avaliação através do controle: proposta por Susskind e Field (1996
apud BRANDÃO; SPINOLA; DUZERT, 2010), envolve a avaliação
de informações geradas unilateralmente pelas partes envolvidas na
negociação, sendo elas corretas ou incorretas. Em muitos casos, estas
informações podem não proporcionar credibilidade para as partes
envolvidas na negociação. Neste sentido, tal avaliação é útil para
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Quadro 4.1 Sinais que devem ser observados pelo negociador com cautela durante uma
negociação
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a) A tática não pode ser evitada: não tinha controle total da negociação
e acabou utilizando esta tática por não possuir alternativas naquela
situação;
b) A tática era inofensiva: aquele comportamento apresentado pelo
negociador não era significativo, especialmente no contexto da nego-
ciação, ou seja, os resultados não mudariam se ele tivesse apresentado
esta postura ou não ao longo do processo;
c) A tática ajudará a evitar consequências negativas: ao utilizar esta jus-
tificativa se aceita o fato de que os fins justificam os meios, ou seja, as
consequências seriam muito piores caso estes comportamentos e táticas
não tivessem sido empregados pelo negociador ao longo do processo;
d) A tática produzirá consequências positivas: a justificativa é seme-
lhante à anterior, aceitando-se novamente o fato de que os fins justi-
ficam os meios, isto, o fator importante aqui são os resultados e não
a forma como este processo foi efetivamente conduzido. Entretanto,
neste caso a adoção destas táticas não pressupõe a esquiva ou a fuga
de possíveis consequências negativas;
e) A tática era apropriada àquela situação: esta justificativa parte do
princípio de que a adoção de toda prática é aceitável e recomendada,
dependendo do contexto no qual ocorrerá. Ou seja, podemos dizer
que, dada aquelas condições, o uso de determinada estratégia ou
tática era o modo mais adequado de lidar naquela negociação.
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136 NEGOCIAÇÃO
Resumo
Ao longo desta unidade, você aprendeu que todo processo de ne-
gociação possui algumas características gerais a todas as negociações,
tais como a ocorrência de conflitos, trocas, restrições e concessões
entre as partes, bem como a incerteza, uma vez que o negociador só
possui controle em metade do processo até sua conclusão. Dentre
as principais características que devem estar presentes em uma ne-
gociação, destacam-se o fato de que os problemas e conflitos devem
ser analisados e compreendidos de modo independente das pessoas,
buscando o maior número possível de alternativas para sua conclusão,
conforme já foi abordado nas unidades anteriores e será abordado nas
próximas. No que tange ao processo, nesta unidade você aprendeu que
toda negociação possui, basicamente, três momentos: pré-negociação,
negociação e pós-negociação. O momento pré-negociação se carac-
teriza pela ocorrência da preparação e do planejamento do processo
de negociação pelo negociador, antes de se realizar qualquer contato
com a outra parte envolvida na negociação. Nesta etapa, o negocia-
dor objetiva basicamente estabelecer os objetivos, coleta a maior
quantidade de informações sobre o que será negociado, estabelece o
planejamento do tempo e formula as questões para serem respondidas
pelo oponente nos momentos iniciais. A etapa de negociação se carac-
teriza pela abertura e exploração, momento em que ocorre o primeiro
contato do negociador com a outra parte, apresentação e clarificação,
que constitui a etapa central do processo e consiste na verbalização
dos objetivos e necessidades de ambas as partes, e o fechamento, que
consiste na etapa em que as condições e termos da negociação são
estabelecidos e implantados. Ao final, há ainda o momento de pós-
-avaliação, no qual são realizadas as avaliações da negociação bem
como acompanhamento. Na segunda unidade você aprendeu sobre
os diferentes enfoques que podem ser adotados pelo negociador para
avaliar se a sua postura foi ética ou não. Além disso, você também
aprendeu a distinção entre um comportamento ético e um compor-
tamento legal, bem como as variações possíveis deste. Ao final você
teve contato com um pequeno checklist que poderá ser utilizado por
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Atividades de aprendizagem
1. Uma das maiores dificuldades das pessoas em todo processo de ne-
gociação e solução de conflitos é separar as pessoas dos problemas e
embates que são foco da negociação. Identifique uma situação crítica
em seu dia a dia e procure descrever quais as principais características
das pessoas que você erroneamente associou ao problema ou conflito
que estava sendo disputado.
2. De acordo com o dicionário, Planejamento é a palavra apropriada para
se projetar um conjunto de ações para se atingir um resultado específico.
Quais aspectos da negociação podem ser planejados pelo negociador?
E quais não podem ser planejados? Cite-os e dê um exemplo de cada.
3. De acordo com os autores, uma das fases mais importantes do processo
é a avaliação dos resultados, seja por meio do monitoramento, reali-
zado ao longo do processo, ou por meio da avaliação pós-revisão ou
de acompanhamento (follow-up). Com base nestas informações, realize
uma pesquisa na internet, base de dados científicos ou em livros, dois
protocolos de avaliação de um processo de negociação.
4. Um dos maiores dilemas dos negociadores é identificar se a sua postura
ao longo ou após um processo de negociação. Devido a estas dificul-
dades, sugere-se que você, com base em seus conhecimentos sobre
negociação e ética, abordados ao longo desta unidade, confeccione
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Unidade 5
Negociação
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Introdução ao estudo
É com grande alegria que chegamos juntos ao final desta obra. Você
pôde acompanhar ao longo deste trabalho que tanto a negociação quanto
o conflito se caracterizam por serem extremamente complexos e serem
afetados por inúmeras variáveis. Além disso, é muito importante também
apontar o fato de que a negociação constitui um processo sistematizado, que
deve ser conduzido pelo negociador, de modo a aumentar a probabilidade
de que tenha sucesso. Mas conhecer diferentes tipos de negociação é algo
importante para o negociador? Qual a diferença para ele entre um processo
do tipo cooperativo e um do tipo competitivo? Inicialmente, podemos afirmar
que conhecer os diferentes tipos de negociação é primordial para qualquer
processo. Pode acontecer, durante uma negociação, de a outra parte utilizar
de táticas competitivas, objetivando apenas tirar vantagem do negociador.
Neste caso, cabe ao negociador a apresentar também estratégias competi-
tivas, de modo a preservar seus interesses e expectativas.
Neste sentido, ao longo da primeira seção desta unidade você aprenderá
sobre as principais características, etapas e táticas adotadas pelo negociador
em um processo de negociação competitiva, tais como as táticas pessoais,
as de associação, as de surpresa, de comparação, bem como as principais
consequências de se adotar este tipo de negociação. No decorrer da segunda
seção você aprenderá sobre negociação do tipo cooperativa, suas principais
características, etapas e táticas que podem ser empregadas.
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144 NEGOCIAÇÃO
competitiva, uma das partes terá que ceder, não obtendo ganhos ou
atingindo seus objetivos;
d) Mudanças bruscas em determinadas situações ou contexto: em de-
terminadas situações acabam gerando descontentamento das pessoas
envolvidas, uma vez que na maioria vezes não aceitam ceder ou mudar
diante de novas demandas. Neste sentido, podemos afirmar que se trata
de uma negociação do tipo competitiva, já que tal qual na situação
anterior, uma das partes deverá necessariamente entregar, caso não
aceitem negociar os termos para estas mudanças de modo cooperativo.
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156 NEGOCIAÇÃO
Links
Inúmeros autores afirmam que a negociação do tipo ganha-perde, ou seja, a negociação com-
petitiva está com seus dias contados. Caso queira saber mais sobre isso, leia o artigo disponível
no link a seguir: <http://exame.abril.com.br/rede-de-blogs/blog-do-management/2012/09/20/
negociacao-ganha-perde-ja-deu-o-que-tinha-que-dar/>.
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Fonte: Do autor.
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Resumo
Nesta unidade você aprendeu as principais definições, característi-
cas, etapas, táticas e estratégias que são adotadas nas negociações tanto
do tipo competitiva, quando do tipo cooperativa. Na primeira seção
abordamos a negociação competitiva, que se caracteriza principalmente
pelo fato de o negociador objetivar apenas a vantagem própria, de modo
unilateral, independentemente das consequências para a outra parte
envolvida no processo. Geralmente este tipo de negociação é adotado
em situações que envolvem a competição por recursos limitados, o cho-
que de valores entre os negociadores, a delegação de responsabilidades
indesejáveis ou ainda a ocorrência de mudanças bruscas de contextos.
No entanto, como consequências negativas, observa-se especialmente a
dificuldade de se manter o relacionamento com a outra parte envolvida
no processo. Em contrapartida, há a negociação do tipo cooperativa,
que se caracteriza por haver trocas legítimas entre as partes envolvi-
das, a construção de um relacionamento de confiança, assim como a
construção e a manutenção disso a longo prazo. É indiscutível que as
negociações do tipo cooperativa apresentam uma série de vantagens
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Atividades de aprendizagem
1. Agora que você sabe as diferenças entre uma negociação do tipo coo-
perativa e uma do tipo competitiva, procure se lembrar de situações de
negociação que você experienciou em seu dia a dia que sejam dos tipos
cooperativa e competitiva. Descreva estas situações e suas principais
características, com base no conteúdo exposto ao longo da unidade.
2. Em relação às táticas que podem ser utilizadas tanto em negociações
competitivas quanto nas cooperativas, de que modo podemos diferen-
ciá-las no cotidiano. Escolha uma das habilidades expostas na unidade
e descreva possíveis aplicações em uma negociação competitiva e em
uma negociação cooperativa.
3. É muito comum que as negociações do tipo cooperativas entre
organizações se tornem parcerias por longos períodos ou que ocorra
a formação de joint-venture. Faça uma pesquisa na Internet, em bases
de dados e em livros de situações de negociação cooperativa que aca-
baram se tornando uma parceria.
4. Pesquise em jornais, revistas ou periódicos dois estudos de caso de uma
negociação competitiva entre organizações, destacando os principais
pontos positivos e negativos deste processo para cada uma das empresas
envolvidas.
5. Agora que você chegou ao final da unidade, procure fazer uma análise
do conteúdo a que teve acesso ao longo do livro e defina o processo
de negociação e resolução de conflitos de modo breve.
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Referências
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168 NEGOCIAÇÃO
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Referências 169
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Sugestões de leitura
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Anotações
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Anotações
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Anotações
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