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Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas

Brazilian Journal of Pharmaceutical Sciences


vol. 42, n. 3, jul./set., 2006

Detecção de estruturas parasitárias em hortaliças comercializadas


na cidade de Florianópolis, SC, Brasil

Bolivar Soares, Geny Aparecida Cantos*

1
Departamento de Análises Clínicas (ACL), Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC

Unitermos
Analisou-se a presença de formas transmissíveis de enteroparasitas
• Hortaliças
em hortaliças consumidas cruas na cidade de Florianópolis,SC, • Parasitas intestinas
no período de junho de 2003 a maio de 2004. Foram estudadas • Contaminação de alimentos
amostras alface (Lactuca sativa), agrião (Nasturtium officinale) e
rúcula (Chicarium sp), num total de 750, provenientes do comércio
(“sacolões”, supermercados e feiras livres). Tais amostras foram
lavadas e submetidas ao método de sedimentação espontânea em
água por 24 horas. Todas as variedades de hortaliças examinadas
apresentaram elevados percentuais de contaminação, porém com
maior freqüência no agrião. Observou-se uma grande variedade
de protozoários, responsáveis pela transmissão elevada de
enfermidades intestinais, na população da região metropolitana
*Correspondência:
G. A. Cantos de Florianópolis. Ressalta-se a importância das hortaliças na
Departamento de Análises Clínicas, transmissão de enfermidades intestinais, havendo conseqüen-
Universidade Federal de Santa
Catarina (UFSC) - Trindade
temente necessidade de medidas que propiciem uma melhoria na
88090-100 - Florianópolis, SC, Brasil qualidade higiênico-sanitária destas.
Email: geny@ccs.ufsc.br

INTRODUÇÃO mais como aves, moscas e ratos, e também a forma ina-


dequada como as hortaliças são manuseadas e transpor-
As hortaliças, especialmente as consumidas cruas, tadas (Robertson, Gjerde, 2001).
têm especial importância para a saúde pública, pois são Em Florianópolis, recentemente, foi verificado um
amplamente consumidas pela população, e podem conter elevado grau de parasitismo em indivíduos que atuavam
cistos de protozoários, ovos e larvas de helmintos, servin- em uma empresa de alimentos, em feiras livres e
do como uma importante via de transmissão de parasitas “sacolões” (Nolla, Cantos, 2005). Em relação às hortali-
intestinais (Simões et al., 2001). ças, apesar da relevância do tema, são poucas as informa-
A principal forma de contaminação por entero- ções sobre a qualidade desses alimentos assim comer-
parasitas em hortaliças dá-se, principalmente, no uso de cializados (Feranadez et al., 2002),
água contaminada por material fecal de origem huma- Assim, este trabalho considerou a possibilidade de
na, utilizada na irrigação de hortas. Outras formas se- monitorar, por meio da pesquisa de enteroparasitas, a con-
riam a contaminação do solo por uso de adubo orgâni- taminação fecal ambiental, em hortaliças comercializadas
co com dejetos fecais, o contato das hortaliças com ani- em alguns pontos de venda da cidade de Florianópolis,
456 B. Soares, G. A. Cantos

fornecendo dados de interesse para a Saúde Pública e a Análise estatística


Vigilância Sanitária sobre o estado higiênico desses pro-
dutos. Foi aplicado o teste de duas proporções (x2) para
verificar se houve diferenças significativas entre os
MATERIAL E MÉTODOS percentuais de contaminação parasitológico encontrados
nas hortaliças. Para a análise das médias totais de cistos
Colheita de amostras de protozoários, ovos e larvas de helmintos (NT), foi
aplicado o teste de Tukey e suas freqüências relativas em
Foram colhidas, entre os meses de junho de 2003 a diferentes hortaliças. O teste t foi aplicado para verificar
maio de 2004, 750 amostras entre as espécies alface se havia diferenças significativas, considerando o NT
(Lactuca sativa) de variedade crespa, rúcula (Chicarium entre os seguintes estabelecimentos: “sacolão” e
sp) e agrião (Nasturtium officinale), em cinco pontos de “sacolão”, supermercado e supermercado, “sacolões” e
comercialização diferentes da cidade de Florianópolis: supermercados, “sacolões” e feira livre, supermercado
dois estabelecimentos denominados “sacolões”, dois su- e feira livre. O teste t também foi aplicado para analisar
permercados e uma feira livre. as diferenças encontradas nas freqüências entre
Para a obtenção e transporte do material ao labora- helmintos e protozoários. Em todos os testes aplicados,
tório foram utilizados sacos plásticos estéreis (devidamen- somente os valores de p<0,05 foram considerados esta-
te fechados e etiquetados) e fichas de registro para anota- tisticamente significativos. Para indicar a precisão des-
ções da procedência, espécie de verdura, data, entre ou- sas estimativas, foi calculado o intervalo de confiança
tros. Como unidade amostral aleatória, foi estabelecido, (IC) de 95%.
para as alfaces, o pé (ou touceira), independentemente do
peso ou tamanho que apresentaram; enquanto que, para o RESULTADOS E DISCUSSÃO
agrião e a rúcula considerou-se o maço, constituído de
folhas agrupadas e seguras por um laço. O Brasil, como um país tropical em desenvolvi-
mento, possui clima e situação socioeconômica favorá-
Análise das hortaliças veis à ocorrência de doenças parasitárias.Em países em
desenvolvimento, tanto em áreas rurais quanto em ur-
As hortaliças produzidas e adquiridas nos referi- banas, devido às baixas condições sanitárias, as
dos postos de comercialização foram encaminhadas parasitoses intestinais são amplamente disseminadas, e
para o Laboratório de Estágio do Departamento de as hortaliças servem como um dos principais veículos
Análises Clínicas, da Universidade Federal de Santa de transmissão de enfermidades intestinais (Mesquita et
Catarina. O tempo decorrido entre a coleta das amostras al., 1999). Estes alimentos, em especial os consumidos
e o início do exame foi em média aproximadamente de em saladas cruas, podem conter larvas e ovos de
duas horas e meia. helmintos e cistos de protozoários, provenientes de
As hortaliças foram desfolhadas, fatiadas e águas contaminadas por dejetos fecais de animais e/ou
homogeneizadas, e 100 g de cada uma delas foram la- homem (Coelho et al., 2001).
vadas com 200 mL de uma solução detergente Neste trabalho, as variedades de hortaliças exami-
(0,3 mg/mL de lauril éter sulfato de sódio e 0,25 mg/ nadas foram a alface, o agrião e a rúcula, que são as
mL de álcool láurico etoxilado). O produto da lavagem mais consumidas pela população. A figura 1 mostra que
foi filtrado em gaze para um frasco cônico e deixado em o agrião foi a hortaliça mais parasitada (70,4%), segui-
repouso por 24 horas. Em seguida, 5,0 mL do sedimen- do das alfaces (60%) e por último a rúcula (56%). A
to foram retirados e centrifugados a 1.500 rpm, duran- análise freqüêncial indicou diferenças estaticamente
te dois minutos, desprezando-se o sobrenadante e ajus- significativas entre a alface e o agrião e entre a rúcula
tando-se o volume final deste para 0,5 mL com água e o agrião (teste X2). A aplicação do teste de Tukey para
destilada. Após a homogeneização do sedimento, reti- as médias totais dos valores NT mostrou que as colunas
rou-se 0,05 mL deste para uma lâmina de vidro, coberta seguidas de letras iguais não diferiram entre si de for-
com lamínula, utilizando como corante o lugol, para o ma significativa (tabela I).
exame direto em um microscópio óptico. A leitura foi É possível que a estrutura do vegetal interfira com
realizada em triplicata, sendo calculado o número total o grau de contaminação deste, pois o agrião, apresen-
de cistos, ovos e larvas (NT), de acordo com Oliveira e tando folhas múltiplas e separadas, com grande área de
Germano (1992). contato, permitiria maior adesão de determinados
Detecção de estruturas parasitárias em hortaliças comercializadas 457

enteroparasitas. A alface apresenta folhas largas, firme- Na tabela I pode-se notar também que, nas 750
mente justapostas, o que dificulta a aderência dos cis- amostras analisadas, o percentual de contaminação por
tos de protozoários, ovos e larvas de helminto. Outra hi- cistos de protozoários, ovos e larvas de helmintos va-
pótese é que muitos ovos de helmintos podem sobrevi- riou de 38% a 82% de contaminação; percentuais con-
ver por períodos de tempo mais prolongados no meio, siderados elevados, quando comparados a outros traba-
o que poderia justificar as freqüências superiores en- lhos como de o Silva et al. (1995), no Rio de Janeiro
contradas no agrião, cujo cultivo exige terrenos perma- (21,4%), e o de Guilherme et al. (1999), em Maringá -
nentemente úmidos (Oliveira, Germano, 1992). É pos- PR (16,6%). A maior taxa registrada em nosso trabalho
sível ainda que o maior parasitismo encontrado no poderia ser por conseqüência das más condições de
agrião deve-se em parte pela forma como este é aduba- transporte e acondicionamento das hortaliças, das bai-
do. De fato, informações obtidas junto aos agricultores xas condições higiênico-sanitárias dos que manipulam
que forneciam hortaliças para os “sacolões” e super- alimentos, da água de irrigação, e talvez de outras con-
mercados mostraram que o agrião sofria, uma vez por dições de cultivo.
semana, o processo chamado “chuva de adubo”, que é Notou-se, por exemplo, que a maioria dos produto-
a utilização de estrume de gado dissolvidos na água de res que forneciam hortaliças para os “sacolões” não usa-
irrigação. Isto pode explicar por que os valores obtidos vam luvas durante a coleta, nem todas as verduras eram
no agrião mostraram-se significantemente maiores do embaladas em sacos plásticos, o transporte destas, na sua
que os encontrados nas outras hortaliças. maioria, era feito em caminhão aberto, e as propriedades
rurais desses produtores, em grande parte, não possuíam
alvará da prefeitura.
De fato, as hortaliças oriundas dos “sacolões” 1 e
2 foram mais contaminadas que as dos supermercados e
feira-livre; embora considerando o NT, a diferença foi
somente significativa entre “sacolões” e feira livre
(p=0,0454) (Tabela II). Levando em conta as freqüências
de parasitas encontradas nas hortaliças, houve diferenças
significativas entre “sacolões” e feira livre (p<0,001) e
entre supermercado e feira livre (p=0,432).
O maior parasitismo encontrado nas hortaliças
dos “sacolões” pode ser atribuído a vários fatores. Um
deles poderia ser a água de irrigação utilizada pelos
FIGURA 1 - Porcentagem de unidades contaminadas por produtores que forneciam hortaliças para os
enteroparasitas em função do tipo de hortaliça. “sacolões”. Essa água é obtida do rio Rachadel, en-

TABELA I - Resultado das análises parasitológicas de 750 hortaliças (das espécies alface, agrião e rúcula),
comercializadas na cidade de Florianópolis, no período de junho de 2003 a maio de 2004

Pontos de Alface*N (%) NT Agrião*N (%) NT Rúcula*N (% ) NT


comercialização
“Sacolão” 1 37 (74) 4.250 40(80) 7.679 33(66) 2.740
“Sacolão” 2 38 (76) 2.630 41(82) 5.980 35(70) 1.350
Supermercado 1 30 (60) 3.370 37(74) 5.390 25(50) 1.130
Supermercado 2 26 (52) 870 38(76) 4.510 27(54) 900
Feira livre 19 (38) 440 20(40) 440 21(42) 980
Total 150 (60) 11.560 b 176 (70,4) 23.990 b 141 (56,4) 7.100a
(294; 4.329)** (1.451; 8.144)** (900; 2.740)**
*
(corresponde a 250 unidades examinadas); N e% representam, respectivamente, o número e percentual de hortaliças
contaminadas; NT (número total de cistos de protozoários, ovos e larvas de helmintos por 100 g de amostra); ,a,bTukey
(p<0,05), **intervalo de confiança superior e inferior (IC 95%).
458 B. Soares, G. A. Cantos

quanto a água utilizada pelos produtores que forneciam A tabela III mostra que houve uma maior contami-
hortaliças para os supermercados era proveniente de nação parasitária de cistos de protozoários do que por ovos
córregos naturais. Já os agricultores da feira livre foram e larvas de helmintos; diferença extremamente significa-
os únicos que não possuíam na propriedade sistema de tiva (p<0.010). É possível atribuir esse elevado percentual
irrigação, sendo esta feita manualmente. É possível que de protozoários em hortaliças com base no trabalho com
as águas de córregos naturais recebam menos esgoto manipuladores de alimentos, realizado por Nolla e Cantos
domiciliar e, conseqüentemente, suas águas estejam (2005), em Florianópolis, onde os autores verificaram
menos contaminadas. uma prevalência significativa de protozooses em relação
Os menores percentuais de contaminação, obser- às helmintoses. Embora os riscos de contaminação depen-
vados nas amostras oriundas da feira livre, podem ser dam de muitas variáveis, os autores sugerem que a popu-
atribuídos, entre outros fatores, às suas melhores con- lação esteja realizando uma automedicação para
dições de cultivo, pois estas hortaliças recebem cuida- helmintos, o que deve contribuir também para a compre-
dos mais adequados por parte dos horticultores, que, ensão das variáveis desta pesquisa.
por exemplo, no processo de cultivo, usavam como Por outro lado, é preciso considerar que a varia-
adubo apenas o esterco de galinha e não o agrotóxico. ção no tipo e freqüência de enteroparasitas registrados
Já os produtores que forneciam hortaliças para os su- neste trabalho deve-se em parte à localidade e à
permercados e “sacolões” usavam alternativamente metodologia utilizada. Foi dado ênfase aos níveis de
esterco de galinha e esterco de boi e agrotóxico. Essa contaminação, de forma que não foi utilizado um mé-
hipótese reflete o fato de que foram encontrados ovos todo específico para identificação de parasitas como os
de Trichostrongylus spp, um parasita de ruminantes e coccídeos. Assim, a freqüência desses e/ou outros pa-
pouco comum em humanos, somente em hortaliças rasitas pode estar sendo substimada. No entanto, inde-
oriundas de supermercados e “sacolões”. Assim, é ne- pendente de suas freqüências, os parasitas encontrados
cessário que os serviços de extensão rural orientem os nas hortaliças comercializadas na Grande Florianópolis
agricultores para manejarem adequadamente o estrume, não diferiram substancialmente de outros descritos na
focalizando os cuidados domésticos no preparo e con- literatura (Guimarães et.al., 2003).
sumo dos alimentos. Neste estudo houve uma ocorrência expressiva de
Com relação às variações entre as freqüências espe- ovos de Toxocara sp nas amostras de rúculas (5,2%). A
cíficas dos protozoários (tabela III), pode-se notar que ocorrência dos ovos deste parasita nas hortaliças está di-
Entamoeba spp. tiveram freqüências mais expressivas retamente ligada à presença de cães ou gatos parasitados.
(76%), seguido de Blastocystis hominis (20,8%), De fato, esses animais domésticos foram observados jun-
Endolimax nana (14,%) e Giardia spp. (12,4%). Uma to a todos fornecedores das hortaliças comercializadas
pesquisa realizada com manipuladores de alimentos, na em Florianópolis.
cidade de Florianópolis, mostrou que estes mesmos Com relação às variações entre as freqüências es-
protozoários estavam presentes naquela população, o que pecíficas dos demais helmintos, este efeito parece ter
sugere que esses indivíduos desempenhavam um papel sido discreto. Apesar de os ovos de Ascaris
importante na transmissão de doenças veiculadas por ali- lumbricoides apresentarem uma grande resistência no
mentos (Nolla, Cantos , 2005).Este trabalho reforça, pois, solo, suas prevalências nos inquéritos parasitológicos
esta hipótese. no Sul do país têm se mostrado relativamente baixas.

TABELA II - Análise estatística e médias do número total de cistos de protozoários, ovos e larvas de helmintos por 100
g de amostra nas 750 amostras analisadas, (das espécies alface, agrião e rúcula), oriundas de diferentes estabelecimentos,
no período de junho de 2003 a maio de 2004

Pontos de comercialização Médias (IC95%) Valor de p(teste t)


“Sacolões” 5.220 (1.650-12.146) 0,4780a; 0,2671b ; 0,0454c
Supermercados 3.038 (1.075-7.152) 0,5237b; 0,5237d
Feira livre 620 (154-1.394,5)
IC( intervalo de confiança); a(entre os dois sacolões); b(sacolões e supermercados); c(sacolões e feira livre; d(entre os dois
supermercados); e (supermercados e feira livre).
Detecção de estruturas parasitárias em hortaliças comercializadas 459

TABELA III - Distribuição de protozoários e helmintos em 750 hortaliças (das espécies alface, agrião e rúcula)
examinadas em Florianópolis, no período de maio de 2003 a junho 2004

PROTOZOÁRIOS Alface (N=250) Agrião (N=250) Rúcula(N=250)


F % F % F %
Entamoeba spp. 190 76,0 236 94,4 186 74,4
Blastocystis hominis 52 20,8 62 24,8 32 12,8
Endolimax nana 35 14,0 32 12,8 41 16,4
Giardia spp. 31 12,4 23 9,2 30 12,0
Médias/IC 95% 77,00a 88,25a 72,25a
(43,7; 197,9) (43,7; 197 ) (48,7; 193,1 )
HELMINTOS
Ancilostomídeos 22 8,8 56 22,4 18 7,2
Strongyloides spp. 12 4,8 13 5,2 06 2,4
Trichostrongylus spp. 11 4,4 18 7,2 08 3,2
Toxocara canis 02* 0,8 06 2,4 13 5,2
Ascaris lumbricoides 04 1,6 16 6,4 00 0,0
Hymenolepis nana 02 0,8 02 0,8 00 0,0
Enterobius vermicularis 01 0,4 00 0,0 00 0,0
Trichiuris trichiura 00 0,0 01 0,4 00 0,0
Médias/IC 95% 7,71b 16,00 b 8,00b
(0,55;145) (1,44;33,0) (0,11;16,1)
Onde F e % representam a freqüência e percentagem de hortaliças parasitadas em relação à distribuição de ovos, larvas
de helmintos e cistos de protozoários; a e b (p<0,01), IC(intervalo de confiança inferiores e superiores).

Em Itajaí, a ocorrência foi de 3,8% (Blatt, Cantos, pontos de venda analisados na cidade de Florianópolis têm
2003); e, em Florianópolis, com manipuladores de ali- destaque na transmissão das enteroparasitoses, havendo
mentos, este percentual foi de 1,65% (Nolla, Cantos, necessidade de medidas profiláticas no sentido de melho-
2005). Considerando que este parasita é estenoxeno do rar a qualidade higiênica destas.
homem, provavelmente os resultados registrados nes-
ta pesquisa sejam também o reflexo dessa parasitose em ABSTRACT
humanos.
Contudo, é de salientar que as fontes de contami- Detection of parasitic structures in vegetables
nação das hortaliças são amplas, incluindo diversos commercialized in the city of Florianópolis, SC,
vetores como insetos e roedores, o tipo de água e adu- Brazil
bos utilizados, o meio de transporte das hortaliças e
também manipuladores de alimentos (Coelho et al., The presence of transmissible forms of enteroparasites
2001; Carvalho et al., 2003). A boa higiene é medida in vegetables consumed raw in Florianópolis city was
protetora fundamental contra doenças de origem ali- evaluated in the period concerned between June 2003
mentar, e o indivíduo que fornece, prepara e serve o and May 2004. A total of 750 samples, including lettuce
alimento deve construir barreiras sanitárias entre este e (Lactuva sativa), watercress (Nasturtium officinale)
seus consumidores, de forma que as pessoas que os and of rocket (Chicarium sp), commercially available
manipulem sejam selecionadas e tenham conhecimen- from street markets and supermarkets, were analyzed.
tos e atitudes para operação de um sistema de prepara- All samples were washed and submitted to the
ção de alimentos. O desenvolvimento de postura críti- sedimentation method. Elevated degrees of
ca como consumidor também é fundamental para atin- contamination were found in all samples analyzed, with
gir a produção de alimentos seguros, e depende funda- higher frequencies being found in the watercress
mentalmente de investimentos em educação. samples. A large variety of protozoans were detected,
Conclui-se que as verduras comercializadas nos the levels of which are compatible with the elevated
460 B. Soares, G. A. Cantos

frequency of occurrence in the population of the GUIMARÃES, A.M.; ALVES E.G.L.; FIGUEIREDO,
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