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HL -143-– Latim I - 2018

Profa. Dra. Isabella Tardin Cardoso

*Alfabeto
* Pronúncia

Características da Língua Latina

O ALFABETO

ABCDEFGHIKLMNOPQRSTVX

 v (viola) ; j (já) - sons desconhecidos aos latinos


 V = / u/ , maiúsculo . Podia ser vogal: lupus; ou semi-vogal: Venus, Vrbs, seruus
 Também o i poderia ser vogal : Italia , ita; ou semivogal : Iuno ( "Juno") , iacere
("jazer")
 Y e Z introduzidos após séc. I a.C., para transcrever palavras gregas

A PRONÚNCIA

A pronúncia da Igreja Católica

- relativa aos séculos V e VI d.C. + influências do italiano:


 ae, oe = ê

 c- e g- antes de e ou i .
caelum = / tchêlum/
 gn = nh .

agnus /ánhus/

Pronúncia tradicional no Brasil:

- adaptação ao latim das regras de pronúncia do português, algumas exceções. Por


exemplo:
 ae = / é/; oe =/ê/
caelum = / célum/; poena = / pêna/
 ch = /k/ ; Achiles = / Akiles/
Pronúncia reconstituída

- Tenta resgatar a pronúncia do “latim clássico”


(em linhas gerais: escrito em Roma no século I a.C. até 14 a.C.)

- Fruto de pesquisa

Características:
- Faz ouvir todas as vogais, mesmo nos ditongos:

 e = é,
 e=ê
 o=ó
 o=ô

Outras pronúncias de ditongo

a) Pronúncia popular:
au>o

Claudius Pulcher (séc. I a. C.)

Claudius/Clodius

b) Pronúncia rústica: ae> e

Caecilus/Cecilius
Praetor : urbanus/peregrinus
“Cecilius ne pretor rusticus fiat” (Lucílio, 1130 Marx)
(imitação jocosa de modo rústico de falar)
haedus (“bode”) = hedus (“in latio rure”, Varrão, De Lingua Latina, V, 97)

- C = /k/ , sempre oclusiva velar surda


Portanto: caelum = /kaelum/

- G = sempre oclusiva velar sonora, como em "guerra"; Gellius, Galia;


- gn = /gn/ = agnus

- H = leve aspiração : homo


(Sobre isso veremos um poema…)

- J = não existia.

- M e N em finais de sílaba não anasalam a vogal precedente: seruam

- S = sempre linguodental sibilante surda /ss/: rosa


- V, u : sempre som de /u/

VVA = uua
IVVENIS = iuuenis

I - Sobre a letra u/V:

Cauneas = caue ne eas!

Conta Cícero (De diuinatione, II, 84) que, quando Marco Crasso partia em uma
expedição, ouve um vendedor de figos de Cauneas gritar “Cauneas” (“figos secos”). A
expedição foi mal-sucedida. Cícero comenta que o viajante deveria ter interpretado
melhor os sinais: caue ne eas! (“cuidado, não vá!”)
A confusão cauneas/caue ne eas só seria possível se o u vocálico (no primeiro
termo) fosse pronunciado como o u consonantal (no segundo).
Mas no século I a.C.já se começa a encontrar, em inscrições, confusão entre u
consonaltal e b.
- Para maiores detalhes e exemplos, cf. Allen, Vox latina, p. 41.
- uagitus – Traina

(É algo complicado guiar-se pela onomatopéia em latim, vide o exemplo do R, littera


canina)

- X = sempre / ks/ , como em "táxi"; Antrax

Ex aedibus

- Y = som do u francês Z = dz Zephyrus


Obs. Y e Z se apresentam em palavras importadas do grego.

Quantidade das sílabas:

mácron- indica sílaba longa; braquia - indica sílaba breve

a) acento tônico: altura ou intensidade?

Nas palavras com mais de uma sílaba, usualmente a tonicidade recai sobre a penúltima
sílaba.

Ex.: serua; filia; paterfamilia

Nas palavras de mais de duas sílabas, se a penúltima sílaba é breve, o acento cai sobre a
antepenúltima:
Ex.: capere; mas: uidere
Outras características importantes para nossa primeira seção:

- classes de palavras:
 substantivo, adjetivo, pronome, verbo (variáveis)
 advérbio, preposição, conjunção, interjeição (invariáveis)

- O latim não possui artigo.


- Pronomes pessoais são pouco usados.
- Há maior liberdade na posição das palavras dentro da oração.

Exemplo de texto latino empregado para se inferir a pronúncia na Roma da época


clássica:

LXXXIV. ad Arrium
CHOMMODA dicebat, si quando commoda uellet
dicere, et insidias Arrius hinsidias,
et tum mirifice sperabat se esse locutum,
cum quantum poterat dixerat hinsidias.
credo, sic mater, sic liber auunculus eius.
sic maternus auus dixerat atque auia.
hoc misso in Syriam requierant omnibus aures
audibant eadem haec leniter et leuiter,
nec sibi postilla metuebant talia uerba,
cum subito affertur nuntius horribilis,
Ionios fluctus, postquam illuc Arrius isset,
iam non Ionios esse sed Hionios.

Tradução mais “literal”:

“Chommoda” dizia Árrio, se queria dizer “commoda”


e dizia “hinsidias”, quando queria dizer “insidias”
e acreditava falar de modo impressionante
sempre que, tanto quanto podia, dizia “hinsidias”.
creio que bem assim falava a mãe, bem assim falava o tio dele, o avô materno e a avó...
Enviado à Síria, todos os ouvidos descansaram:
ouviam essas mesmas palavras de modo suave e sereno,
e nem mais, depois disso, as temiam,
eis que súbito chega uma notícia horripilante:
As ondas jônias, depois que para lá fora Árrio,
já não eram “Iônias”, mas “Hiônias”!
(Cat., Carm. 84, Tradução de Isabella Tardin Cardoso)

Glossário das palavras latinas


commoda (pl.) – (subst.) vantagens, privilégios
insidia – (subst.) armadilha, insídia
Ionia – Jônia (subst.), província da Ásia menor, ou (adj.) da Jônia

a) Árrio, a pessoa que o epigrama acima satiriza, pronunciava algumas palavras de forma
aspirada: isso quer dizer que ele pronunciava um leve –r- (representado pela letra –h- na
transcrição. Cite passagens do poema que exemplificam tal modificação na pronúncia.

b) O tal Árrio provinha da classe social dos cavaleiros: que na época incluía cidadãos
abastados, mas de origem não nobre. Sua pronúncia aspirada pode-se explicar, ora como
uma tentativa de recuperar uma antiga, ora a influência da língua grega. Ostentar tal
influência, à época de Catulo, podia afetar um contato intenso com uma cultura
valorizada em certos ciclos, simulando, com isso, erudição. Que passagem do poema
deixa claro que o tal Árrio julgava ser chique pronunciar daquela forma as palavras?

c) Na tradução acima apresentada, visando indicar precisamente o fenômeno de que de


que trata o poema, procurou-se manter em latim as palavras mal pronunciadas por Árrio.
Na tradução poética abaixo apresentada, uma solução engenhosa consegue adaptar para o
português o fenômeno:

“Árrio dizia “rúbrica” em vez de rubrica


e por pudico “púdico” dizia
e achava que falava tão incrivelmente
que, se podia, “púdico” dizia.
Creio que assim a mãe, assim o tio liberto,
assim o avô materno e a avó falavam.
Foi à Hispânia e os ouvidos descansaram todos;
as palavras soavam leves, lindas
e tais palavras nunca mais ninguém temeu.
Súbito chega a hórrida notícia:
os Iberos, depois que Árrio foi para lá,
Iberos já não eram, eram “Íberos”.
[trad. João Ângelo de Oliva Neto]

c. 1 – Indique: que palavras da língua portuguesa, nessa tradução, passam a receber uma
pronúncia afetada.

BIBLIOGRAFIA

História do Latim:

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ERNOUT, A et MEILLET, A. Dictionnaire Étymologique de la Langue Latine. Paris,


Klincksieck, 1979.

FARIA, E. Morfologia histórica do latim.

ILARI, R. Lingüística Romana.

MEILLET, A. Esquisse d’une histoire de la langue latine. Paris, Hachette, 1928.

MÜLLER, R. Sprachbewutsein und Spravariation im Lateinischen Schrifttum der


Antike. München, Verlag C.H. Beck, 2001.

PALMER, L.R. The Latin Language. London, Faber and Faber Limited, 1977 (1954 1a.
ed.).
____________ Die lateinische Sprache. Grundzüge der Sprachgeschichte und der
historisch-vergleichenden Grammatik. (Aus dem Englischen übersetz von Johannes
Kramer). Hamburg, Helmut Buske Verlag, 1990..

WILLIAMS, E. Do latim ao português.


Alfabeto e pronúncia:

ALLEN, W.S. Vox Latina - The Pronunciation of Classical Latin. Cambridge, CUP, 1999.

BOLDRINI, S. La prosodia e metrica dei Romani. Roma, La Nuova Italia


Scientifica,1992.

DESBORDES, F. Concepções sobre a escrita na Roma antiga. Rio de Janeiro, Ática,


1995.

NIEDERMANN, M. Phonétique Historique du Latin. Paris, Klincksieck, 1991.


http://www.ime.usp.br/~is/infousp/vasconc.htm

VOGT-SPIRA, G. “Die lateinische Schriftkultur der Antike” in GÜNTER, H. et


LUDWIG, O. (hsgg.) Schrift und Schriftlichkeit/ Writing and its use – An
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Gruyter, 1994, p. 517-524.

STURTEVANT, E.H. The Pronunciation of Greek and Latin. Filadélfia, Linguistic


Society of America – University of Pennsylvania, 1940.

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