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II-124 - TRATAMENTO DE EFLUENTES DE LAVANDERIA HOSPITALAR

UTILIZANDO UV SiO2 TiO2

Alexandre Straatmann(1)
Graduando em Engenharia Ambiental – UNISC, Bolsista PIBIC – CNPq.
Tiago Bender Wermuth(2)
Graduando em Engenharia Ambiental – UNISC, Bolsista PROBIC - FAPERGS.
Enio Leandro Machado(3)
Doutor em Engenharia de Minas, Metalúrgica e de Materiais – UFRGS, Professor do Departamento de Física e
Química da Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC.
Lourdes Teresinha Kist(4)
Doutora em Química – UFSC, Professora do Departamento de Física e Química da Universidade de Santa Cruz
do Sul – UNISC.
Endereço(1): Rua do Riacho, 179 – Santo Inácio – Santa Cruz do Sul – RS – CEP: 96820860 – Brasil – Tel:
(51) 37132579 – e-mail: alexandre3.str@gmail.com

RESUMO
As crescentes restrições para descarte dos efluentes, especialmente quanto à detoxificação e desinfecção,
incluem a necessidade de unidades de tratamento nas fontes geradoras. Este é o caso de demanda dos efluentes
hospitalares. Este trabalho objetiva estudar o tratamento de efluentes hospitalares por meio de processos
oxidativos avançados (POA’s), considerando o processo de ozonização fotocatalítica com dióxido de titânio
(TiO2) nanoestruturado (UV/TiO2/O3). O volume de efluente liberado pelas lavanderias hospitalares é alto,
podendo chegar a 4m3 de água utilizada por lavagem, dependendo do tamanho do equipamento. Esta água é
liberada sem tratamento prévio, sendo então de grande problema ambiental devido a fatores patógenos, DBO,
DQO, e consequentemente a sua alta toxicidade. Foram investigadas as características do efluente gerado pelo
enxágue de compressas do Hospital Santa Cruz, RS e desenvolvidos dois reatores com diferentes métodos de
fixação para o catalisador para realizar processos combinados de POA’s avaliando os métodos mais eficientes.
A caracterização analítica deste efluente revelou elevada carga orgânica e nitrogenada, parâmetros que estão
em desconformidades com os limites estabelecidos pela legislação ambiental brasileira que regulam a emissão de
efluentes. Diante dos resultados apresentados foi possível constatar que ainda há muitas possibilidades para
serem desenvolvidas para aumentar a eficiência destes métodos na degradação de efluentes de lavanderia
hospitalar, representando uma alternativa promissora para a remoção de poluentes orgânicos “in situ”.

PALAVRAS-CHAVE: Tratamento de Efluente, POA´s, Ozonização, Catalisador.

INTRODUÇÃO
Entre os principais setores envolvidos na geração de efluentes em hospitais, destacam-se os serviços de análises
clínicas, setores de rádio e quimioterapia, lavanderias, UTI’s e leitos de diversas classes de acomodação
(ALBRECHT, 2007; LUTTERBECK, 2010). Além da composição, outra relevância dessa problemática, esta
diretamente relacionada ao consumo de água, que pode chegar a valores que variam de 400 a 1.200
litros/leito/dia, gerando como conseqüência, um volume considerável de efluentes (EMMANUEL et al., 2002;
EMMANUEL et al., 2005).
Em função dos grandes volumes de efluentes gerados na lavanderia e das características que conferem a estes
efluentes um alto índice de impacto ambiental, aliado as crescentes restrições para descarte dos efluentes,
especialmente quanto a detoxificação e desinfecção, incluem a necessidade de unidades de tratamento nas
fontes geradoras. Este é o caso de demanda dos efluentes hospitalares.
Dentre os processos de tratamento avançados de efluentes que contenham corantes, destaca-se os POA´s
(Processos Oxidativos Avançados), que tem por objetivo mineralizar os poluentes orgânicos de modo a
transformá-los em substâncias inertes, como por exemplo, o dióxido de carbono, água e compostos
inorgânicos. De acordo com KÜMMERER (2002), o contato dos efluentes hospitalares com o ecossistema
aquático leva a um risco diretamente relacionado com a existência de substâncias perigosas, as quais podem ter
potenciais efeitos negativos sobre o balanço biológico dos ambientes naturais

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Este trabalho objetiva caracterizar e tratar a parte mais crítica de efluentes gerados na lavanderia hospitalar,
denominada “enxágue das compressas” do Hospital Santa Cruz, RS por meio de Processos Oxidativos
Avançados, considerando o processo de ozonização fotocatalítica com dióxido de titânio (TiO2)
nanoestruturado (UV/TiO2/O3). As principais referências para o catalisador são, portanto, permitir
autoregeneração do fotocatalisador pela presença in situ do ozônio gerado fotoquimicamente e da facilidade da
separação de fases com a fixação de TiO2 no suporte de SiO2. Para tal, realizaram-se inicialmente testes no
qual se utilizou o corante Rodamina B como molécula modelo. Estes testes se deram em função de que ainda se
espera definir as melhores condições de trabalho para que assim se consiga aplicar o processo mais eficiente
com o efluente real.

MATERIAIS E MÉTODOS
Caracterização do local de estudo

As amostras de efluentes estudadas foram coletadas em um hospital regional localizado no Vale do Rio Pardo,
região central do estado do Rio Grande do Sul, Brasil. O hospital possui atualmente 180 leitos destinados ao
atendimento dos pacientes, sendo a equipe de funcionários compostas por aproximadamente 488 funcionários,
divididos em quatro turnos de trabalho. O mesmo possui também aproximadamente 10.700 internações anuais,
com mais de 32 mil atendimentos ambulatoriais, 6.700 cirurgias, 1.500 partos e serve aproximadamente 295 mil
refeições anualmente.
A lavanderia, local selecionado para o estudo do efluente em questão, possui idade aproximada de 60 anos,
sendo que atualmente, 13 funcionários são encarregados por atuar nesta área do hospital.

CONFECÇÃO DOS REATORES


Até o momento foram utilizados dois métodos distintos para obter dióxido de titânio suportado em sílica-gel
(TiO2/SiO2). Ambos constituem-se pela utilização de Tetraisopropóxido de Titânio (TIPT) e Isopropanol como
principais reagentes. A principal diferença entre eles é a granulometria da sílica utilizada em cada método,
sendo no primeiro o uso de um material muito fino (70-230 mesh) e no segundo um material mais grosseiro (1-
2mm). A mudança da sílica foi determinada em função dos problemas obtidos na separação do material muito
fino do efluente tratado.

PRIMEIRA ETAPA: Reator Fotocatalítico com Tanque de Seção Circular


O primeiro reator foi desenvolvido para utilizar apenas o método de fotocatálise (UV/TiO2SiO2). O reator se
caracteriza pelo uso de uma lâmpada UV 254 nm germicida de 15 W SCT G13/T8, configurada em sistema
emerso e irradiando um reator 2L de volume útil (copo de Becker) com agitação magnética. Os testes
envolveram a aplicação do catalisador (3 g L-1 ) em 1 L de efluente. Os testes tiveram uma duração de 3 horas
tendo amostras coletadas a cada 30min. Para as análises foram utilizadas amostras antes e após a centrifugação,
verificando a eficiência da separação do catalisador através da centrifugação e a degradação da Rodamina B.
Para verificar a intensidade da atividade fotocatalítica foi utilizado um radiômetro digital (RS – 232, modelo
MRUR – 203) faixa de detecção de 254 nm (UVC), obteve-se uma dosagem de 1,9 mW/cm2.

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Figura 1 - Vista frontal do reator utilizado composto por uma lâmpada germicida (SCT –
G13/T8/15W).

Primeiramente para este reator o TiO2 teve envolvimento de estudos para ser fixado em um meio suporte,
possibilitando uma solução heterogênea passível de melhor separação do catalisador após o tratamento. Para tal
foi utilizado à sílica-gel de grande área superficial (70-230 Mesh). A partir dos estudos de Giongo (2010),
realizou-se a preparação do Catalisador A em que se utilizou o tetraisopropóxido de titânio IV (TIPT, 98%,
SIGMA – ALDRICH), isopropanol P.A (GQ Industrial S.A) e sílica gel (70 – 230 Mesh, MERCK).

Figura 2 – Catalisador preparado

SEGUNDA ETAPA: Desenvolvimento e elaboração do Reator de Fotoozonização catalítica


UV/O3/TiO2
O reator foi desenvolvido para obter melhor desempenho com baixo custo. Desta forma se teve como objetivo
combinar dois POA’s, a geração de ozônio (O3) e a fotocatálise, diferentemente do reator anterior onde apenas
a fotocatálise era realizada.
Em função dos ozonizadores comerciais serem caros, definiu-se a utilização de uma lâmpada UV para a
geração de O3. Com a utilização desta lâmpada, se obteve consideráveis resultados no que diz respeito ao
tratamento da solução preparada. Foi necessário confeccionar um reator com uma vedação eficiente para que
não houvesse liberação indesejada do O3. Na Figura 3 pode-se observar o reator confeccionado.
Para confeccionar o reator foram utilizadas chapas de acrílico de 5mm e 6mm, devido a sua resistência, fácil
manuseio e por ser um material inerte em relação as reações presentes no processo de tratamento. A lâmpada
utilizada é uma UVC (280 - 100nm) de 15w, necessária para o processo de fotocatálise com o TiO2 e para a
geração de O3, que ocorre abaixo dos 180nm. Compondo ainda o reator, utilizou-se uma proveta de 1 litro e
uma bomba peristáltica (Figura 5) que possui duas funções, bombear o efluente e o O3 gerado.

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Figura 3 - Vista superior, reator utilizando sílica

Entrada
efluente

Saída
efluente

Figura 4 - Vista lat. esq. Figura 5 - Vista lat. dir.

(1) Proveta – 1L
(2) Bomba Peristáltica

(3) Reator de
Fotoozonização Catalítica

Figura 6 - Reator completo

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O catalisador anterior obteve resultados satisfatórios na degradação da molécula modelo Rodamina B, porém,
sempre havia liberação de TiO2 pela sílica, fazendo com que houvesse perda de eficiência.. Por isso foi decidido
obter um novo método para a fixação do TiO2 na sílica.

Figura 7 - Sílica-gel pós tratamento

Para a preparação do Catalisador B utilizou-se um método descrito por Qourzal (2008), no qual se utilizou
uma proporção de 2:1 de Tetraisopropoxido de titânio e Isopropanol em uma sílica-gel branca de granulometria
entre 1mm e 3mm.

RESULTADOS E DISCUSSÕES
De acordo com Kern (2012), o efluente estudado se destaca por apresentar elevada carga de matéria orgânica,
nutrientes, ecotoxicidade e patogenicidade. Na Tabela 1, se observa a caracterização analítica do efluente
hospitalar da lavanderia.

Tabela 1. Caracterização analítica do efluente de lavanderia hospitalar.


Parâmetro Efluente Consema Vazão m³ d-1 %
128/2006 Limite ** Diferença
DQO (mg L-1) 3.340±12,46 360 20≤Q<100 +89,22

DBO5,20 (mg L ) -1
1.906±14,77 150 20≤Q<100 +92,1

F Total (mg L-1) 0,73 4 Q<100 -81,75

NTK (mg L-1) 79,8 20 Q<100 +74,65

pH 8,04 7,0 - +12,9

Turbidez (NTU) 179,7 - - -

Condutividade (μS cm ) -1
415,7 - - -

Coliformes Totais (UFC/100mL) 2,8x109 - - -

Escherichia coli (UFC (100mL) 3,4x109 105 Q<100 +100

EC 50 Daphnia magna 1,73 - - -

*N= 5; X ±DP = Média ± Desvio Padrão; ** Vazão m³ d-1 Limite = Vazão limite para os padrões de emissão
exigidos pela Consema 128/2006, em m³ dia-1.

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Entre os valores apresentados, os que mais se destacam por estarem fora do limites estabelecidos pela Consema
128/06, de acordo com as faixas de vazão, são primeiramente, os que envolvem a caracterização geral da
matéria orgânica, tais como DQO e DBO, com valores ultrapassando os limites em 9 vezes e 12,7 vezes maior
que o limite, ou seja, respectivamente 89 e 92% maior (Tabela 1).
O efluente também se caracteriza por possuir elevada carga nitrogenada, com NTK 3.65 vezes ou 73,8% maior
aos limites estabelecidos na legislação. A elevada carga de microorganismos também é outra característica que
é inerente ao efluente, tendo em vista sua própria origem. Neste caso, a composição do efluente contribuiu com
incidência de E. coli mil vezes maior quando comparado aos limites da Consema 128/06. As bactérias da
espécie E. coli são considerada um indicador específico de contaminação fecal recente e de eventual presença
de organismos patogênicos no efluente. É também considerada como um dos principais representantes do
grupo de Coliformes termotolerantes, sendo, em muitos casos, usada como sinônimo do indicador (CONSEMA
128/06) (Tabela 1).
Outra característica inerente ao efluente bruto é o alto valor de ecotoxicidade encontrado, correspondendo a
um EC 50 para Daphnia magna de valor extremamente tóxico, variando entre 1,0 a 1,8%.

Com a utilização do Catalisador A se obteve uma taxa de descolorimento de aproximadamente 78% de redução
de cor com a utilização do método que se tinha apenas UV/TiO2/SiO2.
Realizado os testes, verificou-se que o catalisador apresentava limitações durante o período de execução do
processo de fotocatalise. Essa limitação se deu em função da liberação do TiO2 do meio suporte, conferindo
um aspecto leitoso a solução que consequentemente resultou em uma menor eficiência do catalisador em
ensaios posteriores.
Outro problema era a granulometria, por possuir partículas muito pequenas ocorria cerca de 15% de perda de
material entre cada tratamento, devido a filtração, secagem a calcinação.

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Utilizando apenas o método de Fotoozonização, o Reator 2 demonstrou eficiência no processo de degradação
do corante Rodamina B em um período de 3 horas, obtendo um descolorimento de 98.9% (Gráfico 1).
A partir da combinação dos métodos UV/O3/TiO2/SiO2, utilizando 20 g.L-1 de sílica os valores obtidos na taxa
de degradação da molécula não foram alterados, demonstrando a ausência de TiO2 agregado na sílica.

CONCLUSÕES
Durante o período de pesquisa foram utilizados dois reatores de diferente configuração e dois catalisadores. No
primeiro reator (Reator1) foram feitos testes envolvendo Fotocatálise (UV/TiO2/SiO2) e o segundo catalisador
(Reator2), Fotoozonização Catalítica (UV/O3/TiO2/SiO2). A justificativa é em função do desenvolvimento da
pesquisa, da necessidade do aproveitamento da geração de ozônio (O3) da lâmpada germicida e das diferentes
características dos materiais utilizados nos testes, neste caso a granulometria da sílica.

A caracterização analítica do efluente da lavanderia hospitalar revelou a presença de carga orgânica, DQO
(3343.82 mg L-1) e DBO (1906.43 mg L-1), e eutrofisante, NTK (79,8 mg L-1), elevadas e em desconformidade
as legislações vigentes, Consema 128/06 e Conama 357/05.

O Reator 2 demonstrou bom potencial para o tratamento do efluente, obtendo índices de até 98,7% na
degradação da molécula modelo Rodamina B utilizando apenas a fotoozonização (UV/O3), necessitando porém
de um método de fixação para o catalisador (TiO2) em um meio suporte onde não haja liberação de material,
que não sature e que possua boa eficiência catalítica.

Os próximos passos serão focados na obtenção de um método eficiente para a fixação do TiO2.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. ALBRECHT, C. Impactos ambientais dos efluentes de lavanderia hospitalar e tratamento com
fotoozonização catalítica. Dissertação de Mestrado. Universidade de Santa Cruz do Sul, Santa Cruz do
Sul, 2007.
2. GIONGO, N. C. Preparo e Caracterização de materiais fotocatalíticos a base de sílica – gel e TiO2 via
processos sol gel utilizando Tetraisopropóxido de titânio como precursor. Relatório de atividades
apresentado ao Programa Institucional de Iniciação Científica (PIBIC) – Universidade Tecnológica Federal
do Paraná – UTFPR, 2010.

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3. KERN, D, I. Avaliação da eficiência da ozonização fotocatalítica no tratamento de efluentes de lavanderia
hospitalar, por meio de ensaios ecotoxicológicos e genotóxicos, - Universidade de Santa Cruz do Sul, RS,
2012.
4. KÜMMERER, K.,.Drugs in the environment: emission of drugs, diagnostic aids and disinfectants into
wastewater by hospitals in relation to other sources—a review. Chemosphere 48, 2002.
5. LUTTERBECK, C. A. Eficiência da detoxificação de efluentes de lavanderia hospitalar através do uso de
métodos eletroquímicos. Dissertação de mestrado. Universidade de Santa Cruz do Sul, Santa Cruz do Sul,
RS, Brasil, 2010.

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