COMPONENTES E CIRCUITOS
PNEUMÁTICOS
5.1 INTRODUÇÃO
A seguir, é dada uma breve explanação a respeito dos principais diagramas usados na
representação de projetos de comandos seqüenciais, e na seqüência, por meio de um estudo de
caso, são introduzidos os principais passos para a elaboração de um circuito pneumático.
variáveis físicas de dimensionamento dos componentes, tais como vazão, pressão, velocidades de
trabalho, forças de carga envolvidas, etc.
O objetivo deste estudo de caso é o fornecer embasamento para a elaboração e estruturação
de diagrama e circuitos, de acordo com as normais vigentes utilizadas na área pneumática.
Os passos a serem seguidos para uma elaboração ordenada de um projeto pneumático
podem ser resumidos como segue:
Passo 1: Descrição do problema
Esta etapa inicial objetiva propiciar o correto entendimento do problema, sendo essencial para
garantia funcional e qualitativa do projeto.
Passo 2: Representação do esquema da instalação.
Nesta etapa, podem ser elaborados croquis e desenhos técnicos do dispositivo, os quais
servirão de base nas fases de instalação e implementação dos componentes.
Passo 3: Lista de componentes
A lista de componentes deve conter todas as informações necessárias para o projeto
pneumático e eletropneumático. Dependendo da abrangência do projeto, profissionais de outras
áreas também deverão participar da elaboração, dimensionamento e especificação dos
componentes.
Passos 4 e 5: Elaboração do diagrama funcional e dos diagramas trajeto-passo e trajeto-
tempo.
Esta fase depende, sobremaneira, da descrição do problema obtida a partir do funcionamento
requerido pela máquina ou processo a ser automatizado. Os diagramas, além de estruturar a
seqüência e as condições de prosseguimento das diferentes fases de evolução do processo de
operação, auxiliam ao projetista a dirimir dúvidas que possam surgir durante as fases de
planejamento.
Passo 6: Elaboração do circuito pneumático
De posse dos diagramas de funcionamento, inicia-se a elaboração propriamente dita do
circuito pneumático, eletropneumático ou pneutrônico. Para tanto, devem ser empregadas
metodologias pertinentes de projeto, visando aumentar a produtividade do projetista, minimizando o
tempo de elaboração e a ocorrência de erros lógicos e técnicos.
Passo 7: Simulação computacional
Esta fase final é realizada a fim de analisar as possíveis divergências verificadas entre os
resultados planejados e os obtidos virtualmente. A fase de simulação é essencial na detecção de
erros de dimensionamento e lógica, uma vez que ela apresentará os supostos problemas permitindo
a correção antes da implementação física local. Na simulação podem ser considerados aspectos
estáticos e dinâmicos, dependendo das exigências e da complexidade do projeto.
Passo 8: Aquisição de materiais e implementação física do dispositivo.
Estudo de caso: A elaboração de um circuito pneumático seqüencial referente ao estudo de
caso de um protótipo de um equipamento de compactação de lixo doméstico é apresentada a seguir.
Passo 1: Descrição do problema
Um protótipo de um equipamento de compactação de lixo doméstico utilizado dois cilindros
pneumáticos para a realização da compactação. O atuador 1A realiza a pré-compactação e o atuador
2A realiza a compactação principal, forçando os entulhos contra um triturador mecânico. Se o cilindro
2A, de compactação principal não alcançar a posição de final de final 2S, entretanto, for alcançada a
pressão de compactação de 3 bar, ele deve retornar a posição inicial da mesma maneira. O retorno
de ambos os atuadores deve ser simultâneo. Elaborar um circuito pneumático para este
equipamento.
INICIO
INÍCIO
1S1
&
1S2
1. Pré-
S Avanço 1A 1S3
compactação
1S3
2. Compactação
S Avanço 2A 2S
2S principal
>=1
2Z2
3. Retorno dos
R Retorno 1A, 2A 1S2
atuadores
=1
passos
1S1
1 2 3 4=1
1S1 1S3
1 2 3 4=1 1
1S3 1A
1 condições de
estados do 0
atuador
1A transição 1S2
0
1S2 2S+0Z2
1
2A
2S+0Z2
1 0
2A
0
Tempo (s)
(a) (b)
1A 2A
1S2 1S3 2S
1V 2V
4 2 4 2
14 12 14 12
5 3 5 3
1 1
1S2
0V
1 3 2
1 1
1 S1 2 2 2
1S3 2S
1 3 1 3 1 3
0 Z2 2
0Z1
12 1
1 3
2 2 4 2 4 2 4 2
1 1 3 1 3 5 3 5 3
1 1
Válvula direcional 2/2 Válvula direcional Válvula direcional Válvula direcional 5/2 Válvula direcional 5/3,
(duas vias e duas 3/2 (três vias e 4/2 (quatro vias e (cinco vias e duas cinco vias e três
posições) duas posições) duas posições) posições) posições, centro
fechado
4 2 2 2 4 2
3
12 12
5 3 1 1 10 5 3
1 1
Válvula direcional 5/3 Válvula de Válvula de Contador pneumático Válvula direcional 5/3,
(cinco vias e três retenção retenção pilotada cinco vias e três
posições, centro para abrir posições, centro
aberto negativo) aberto positivo
2 2
100% 12 1
3
100% 3
1
2
100%
10
100% 3
1
12 1
1 3
1v
3
12 1
5.3.6. Atuadores
Cilindro de simples Cilindro de simples Cilindro diferencial Cilindro simétrico Cilindro diferencial
ação (efeito) com ação com retorno (assimétrico) de dupla com amortecimento
retorno por mola por ação externa ação de final de curso
Cilindro telescópico Cilindro Cilindro com guia de Cilindro magnético sem Cilindro sem haste
de simples ação telescópico de dupla ação haste, de dupla ação
dupla ação
Atuador rotativo de Atuador rotativo de Cilindro de múltiplas Motor pneumático Motor pneumático
deslocamento deslocamento posições reversível reversível com
limitado, simples limitado, dupla deslocamento
ação ação variável
2 2
1 1 1 1
K3 K6
5 5 5
to
Botão de empurrar Botão de empurrar Sensor de final de Sensor de final de Contato com retorno
NA NF curso NA curso NF automático NA (por
mola)
Contato atuado por Contato atuado por Contato atuado por Contato atuado por Contato com retorno
vazão nível de líquido pressão temperatura automático NF (por
mola)
DC AC
. . . - . . . . . . . . .
Instalação no.
Circuito no.
Código do componente
Componente n o.
Número da instalação
Este código consiste na numeração das instalações, cuja contagem deve iniciar
preferencialmente com o número um. O código será usado somente se o circuito geral for composto
por mais de uma instalação.
Número do circuito
Este código consiste na numeração dos circuitos cuja contagem deve iniciar
preferencialmente em zero para os componentes e acessórios instalados na unidade de potência ou
de suprimento. A numeração prossegue em ordem seqüencial para os elementos de trabalho
(circuitos 1A, 2A, 3A, etc.) da unidade geral.
Código do componente
Os componentes devem ser identificados por um código, em concordância com o seguinte
critério:
Bombas e Compressores: P
Atuadores: A
Motores de acionamento: M
Sensores: S
Válvulas: V
1
Solenóide Y
Todos os outros componentes: Z, ou outra letra, com exceção daquelas já utilizadas.
Número do Componente
Este código consiste na numeração dos componentes, cuja contagem deve iniciar
preferencialmente com o número um. Dentro de cada circuito, os componentes representados com o
mesmo código de identificação devem ser numerados em ordem de grandeza seqüencial.
Identificação das funções das linhas da tubulação (hidráulica)
As funções serão identificadas conforme segue:
P – para a linha de suprimento da pressão;
T – para a linha de retorno para o tanque (hidráulica);
L – para as linhas de dreno (hidráulica).
Identificação das portas de ligação e da conexão da tubulação
Os orifícios e as respectivas roscas devem ser identificados no diagrama do circuito pelas
especificações indicadas nos componentes, nas placas e sub-placas de ligação e blocos.
1
Adotado como padrão conforme normas alemãs.
5.4.3 Leiaute
O leiaute de circuitos pneumáticos, a identificação e numeração dos símbolos funcionais
estão normalizados segundo norma internacional ISO 1219-2.
O desenho de linhas e conexões entre os componentes deverá ser realizado com o mínimo
de cruzamentos. Os dispositivos de emissão de sinais, como os sensores ou chaves de fim de curso
por exemplo, devem ser mostrados na posição de atuação. Se o sensor de final de curso de um
cilindro é acionado quando o mesmo estiver na posição recuada, faz-se então a indicação de uma
linha vertical e seu respectivo código de identificação no local da comutação.
Nos casos em que o acionamento do sensor ocorrer em apenas um sentido de movimentação
do atuador, uma seta deve ser acrescentada para indicar o sentido de atuação.
Os símbolos de componentes pneumáticos devem ser distribuídos de baixo para cima e
da esquerda para a direita, de acordo com a seguinte ordem:
fontes de energia: parte inferior do circuito, no lado esquerdo;
componentes de comando/ controle dispostos em ordem seqüencial: de baixo para cima
e da esquerda para a direita;
atuadores (elementos de trabalho): posicionados na parte superior do circuito da
esquerda para a direita.
MESA DE
FIXAÇÃO CORTE POSICIONAMENTO
1 S1 1S2 2S1 2S2 3S1 3S2
1A 2A 3A
0 Bar 61
1V3 3V2
1V2 2V3 3V1
2V1
81 81
2 V2
81
1V1
61
0S3 0V3
61
1S2
61
2S2
0V2
3S1
2 S1
0S1
0S2 1S1
61
3S2
0V1
81
81
1
S1
2 4 2 3 4 6 8 9
13 13 23 13 13
S2 K1 K1 K2 K3
1B2 1B1
14 14 24 14 14
1 1
2S1 2S2
4 4
A1 A1 A1
H1 K1 K2 K3 1Y 2Y1 2Y2
0V A2 A2 A2
3 9 10
8
3 8
sentido de 3 1
atuação 2 4
A1 11 21 33 43
K1
1 4 2
A2 12 22 34 44
contato contato NA contato NF
comutador
(a) (b)