Número 38
BOLETIM OFICIAL
ÍNDICE
CONSELHO DE MINISTROS:
Decreto-lei nº 35/2016:
Altera o artigo 7.º do Decreto-lei n.º 20/2016, de 30 de março, que aprova a Lista Nacional de Medicamentos (LNM),
a Lista de Medicamentos Essenciais (LME) e a Classificação Farmacoterapêutica (CFT). ..........................1378
Decreto-lei nº 36/2016:
Decreto-lei nº 37/2016:
3. (…) Revogação
4. Após a entrada em vigor do presente diploma, devem É revogado o Decreto-lei n.º 31/2013, de 12 de setembro,
ser criadas as condições para que, num período máximo que cria a Curadoria da Cidade do Mindelo.
I SÉRIE — NO 38 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 17 DE JUNHO DE 2016 1379
Artigo 3.º Artigo 2.º
O presente diploma entra em vigor no dia seguinte ao 1. Integram o Governo os seguintes Ministros:
da sua publicação. a) Ministro das Finanças;
Aprovado em Conselho de Ministros do dia 2 de b) Ministro da Economia e Emprego;
junho de 2016
c) Ministro da Administração Interna;
José Ulisses de Pina Correia e Silva – Abraão Aníbal
d) Ministro dos Negócios Estrangeiros e Comunidades
Fernandes Barbosa Vicente
e Ministro da Defesa;
Promulgado em 15 de junho de 2016 e) Ministro dos Assuntos Parlamentares e da
Publique-se Presidência do Conselho de Ministros e Ministro
do Desporto;
O Presidente da República, JORGE CARLOS DE
ALMEIDA FONSECA f) Ministro da Justiça e Trabalho;
g) Ministro da Educação e Ministro da Família e
––––––
Inclusão Social;
Decreto-lei n.º 37/2016
h) Ministro da Cultura e das Indústrias Criativas;
de 17 de de junho
i) Ministro da Saúde e da Segurança Social;
A existência de um Governo constituído por doze
j) Ministro da Agricultura e Ambiente; e
membros constitui uma aposta amadurecida, consciente,
firme e determinada numa nova forma de relacionamento k) Ministro das Infra-estruturas, do Ordenamento
com a sociedade que rejeita o dirigismo e a omnipresença do Território e Habitação.
do Governo. 2. O Ministro dos Negócios Estrangeiros desempenha o
Constitui, também, um sinal que se quer dar aos cargo em regime de acumulação com o de Ministro da Defesa.
cidadãos, às famílias, aos municípios e às empresas de 3. O Ministro dos Assuntos Parlamentares e da Presidência
que foram abertos espaços para a sua afirmação e para o do Conselho de Ministros desempenha o cargo em regime
desenvolvimento da sua atividade com grande autonomia, de acumulação com o de Ministro do Desporto.
sem prejuízo do Governo assumir na plenitude as suas
responsabilidades constitucionais de órgão que define, 4. O Ministro da Educação desempenha o cargo em
dirige e executa a política geral interna e externa do país. regime de acumulação com o de Ministro da Família e
da Inclusão Social.
Finalmente, marca o início da tão propalada quanto Secção II
necessária e adiada reforma do Estado e diminuição
Conselho de Ministros
das estruturas administrativas, com evidentes ganhos
de eficiência e de eficácia da atividade governamental, Artigo 3.º
bem como de redução das despesas de funcionamento da Presidência e composição
Administração Pública, em tempos de contenção global
das despesas públicas. 1. O Conselho de Ministros é presidido pelo Primeiro-
ministro e composto por todos os Ministros.
O presente diploma é aprovado na sequência da nomeação
2. O funcionamento do Conselho de Ministros é regulado
e posse dos membros do Governo, da apreciação do seu
por um regimento aprovado por diploma próprio.
programa e da aprovação da respetiva moção de confiança
pela Assembleia Nacional, e adota uma estrutura de Artigo 4.º
organização e funcionamento leve, flexível e adequada Solidariedade e dever de sigilo
ao cabal cumprimento do seu programa.
1. Os membros do Governo estão vinculados ao programa
Assim, do Governo e às deliberações tomadas em Conselho de
Ministros e são solidária e politicamente responsáveis
No uso da faculdade conferida pelo n.º 1 do artigo 204.º pela sua execução.
da Constituição, o Governo decreta o seguinte:
2. Os membros do Governo têm o dever de sigilo sobre
CAPÍTULO I o conteúdo do debate e sobre as posições assumidas
ESTRUTURA GOVERNAMENTAL no Conselho de Ministros, devendo respeitar as suas
deliberações e executá-las lealmente.
Secção I
Secção III
Composição
Estrutura Governamental
Artigo 1.º Artigo 5.º
Composição do Governo Enumeração
3. Os Ministros podem delegar nos titulares de altos 4. O Ministro das Finanças assegura, nos termos da
cargos públicos ou pessoal dirigente e equiparado deles lei, as relações do Governo com o Banco de Cabo Verde,
dependentes, a competência que a lei lhes confere. com respeito integral pela autonomia deste na execução da
Artigo 12.º
política monetária e cambial do Governo, bem como com o
Tribunal de Contas, sem prejuízo da independência deste.
Princípio da articulação
5. Todos os atos do Governo que envolvam aumento de
Os Ministros articulam-se entre si sempre que necessário, despesas, diminuição de receitas, organização dos serviços,
regra geral por iniciativa do Ministro organicamente racionalização de estruturas, são obrigatoriamente sujeitos
competente em razão da matéria e, em especial, com ao parecer prévio do Ministro das Finanças.
aqueles que intervêm numa mesma área por inerência
das políticas e ações dos seus ministérios respetivos. 6. O Ministro das Finanças dirige, superintende, orienta
Artigo 13.º e estabelece relações com os serviços, institutos, empresas
públicas e autoridades administrativas independentes com
Ministro das Finanças
atribuições nos domínios referidos no n.º 1, nos termos da
1. O Ministro das Finanças dirige o Ministério das respetiva orgânica.
Finanças, que prossegue atribuições em matéria de gestão
Artigo 14.º
das finanças do Estado nos domínios do orçamento, sistema
fiscal, tesouro, património, privatização, planeamento Ministro da Economia e Emprego
e desenvolvimento regional, bem como em matéria
de reforma, organização, funcionamento dos serviços 1. O Ministro da Economia e Emprego dirige o Ministério
públicos, gestão e qualificação dos recursos humanos da da Economia e Emprego, que prossegue atribuições nos
Administração Pública. domínios do turismo, transportes marítimos e aéreos,
telecomunicações, economia marítima, economia digital,
2. O Ministro das Finanças propõe e coordena a política
indústria e comércio, energia, formação profissional,
financeira do Estado nos domínios monetário, cambial e
programa de estágios profissionais e promoção do emprego,
creditício, ouvido o Banco de Cabo Verde.
dirigidas ao crescimento da economia, da competitividade,
3. Compete ao Ministro das Finanças, designadamente: do fomento e de internacionalização das empresas, da
promoção e do atracão de investimento, nacional e estrangeiro.
a) Assegurar a tutela financeira do setor empresarial do
Estado e o exercício da função acionista do Estado; 2. O Ministro da Economia e Emprego propõe e executa
em articulação com o Ministro dos Negócios Estrangeiros e
b) Definir as orientações das empresas participadas
Comunidades, medidas de política, ações e programas
pelo Estado e acompanhar a sua execução, em
de planeamento e gestão das relações de Cabo Verde com
articulação com os Ministros responsáveis pelos
todos os organismos especializados nos domínios da sua
setores interessados;
intervenção.
c) Exercer em relação às empresas do setor empresarial
do Estado outras competências que lhe são 3. Sem prejuízo dos poderes conferidos por lei ao Conselho
atribuídas por lei, nomeadamente designar de Ministros e ao Ministro das Finanças, o Ministro da
os representantes do Estado nas Assembleias Economia e Emprego, dirige, superintende, orienta e
Gerais, nos Conselhos de Administração e nos estabelece relações com os serviços, institutos, empresas
Conselhos Fiscais, nas sociedades de capitais públicas e autoridades administrativas independentes com
públicos ou em que o Estado tenha participação, atribuições nos domínios referidos no n.º 1, nos termos da
em articulação com os Ministros responsáveis respetiva orgânica.
pelos setores em causa;
Artigo 15.º
d) Implementar a política de desenvolvimento
Ministro da Administração Interna
regional e acompanhar as suas repercussões
a nível setorial e regional; 1. O Ministro da Administração Interna dirige o Ministério
e) Centralizar as relações de Cabo Verde com as da Administração Interna, que prossegue atribuições nos
organizações financeiras internacionais, em domínios da segurança interna, controlo de fronteiras,
estreita articulação com o Ministério dos proteção civil, socorro e segurança rodoviária.
Negócios Estrangeiros e Comunidades;
2. O Ministro da Administração Interna propõe, coordena,
f) Exercer as funções de Ordenador do Fundo Europeu e executa as políticas relativas aos setores referidos no
de Desenvolvimento; artigo anterior.
g) Assegurar a adoção e implementação do sistema 3. O Ministro da Administração Interna dirige
nacional de planeamento, com o objetivo de superiormente a Polícia Nacional e coordena a ação desta
enquadrar, harmonizar e orientar a formulação com a de outros organismos de polícia.
das políticas públicas bem como a elaboração,
administração e avaliação do plano estratégico 4. Incumbe, ainda, ao Ministro da Administração Interna
nacional e demais planos nacionais, setoriais e dirigir superiormente o Serviço Nacional de Proteção
regionais de desenvolvimento económico e social. Civil e Bombeiros.
1382 I SÉRIE — NO 38 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 17 DE JUNHO DE 2016
Artigo 16.º 8. Compete, ainda, ao Ministro dos Negócios Estrangeiros
Ministro dos Negócios Estrangeiros e Comunidades e Comunidades:
4. O Ministro dos Negócios Estrangeiros e Comunidades 1. O Ministro da Defesa dirige o Ministério da Defesa,
propõe, coordena e executa políticas relativas à integração, que prossegue atribuições no domínio da segurança global
monitoramento, regulação e avaliação da imigração e e da defesa nacional.
demais políticas públicas com implicações na entrada, 2. O Ministro da Defesa no quadro da competência no
permanência e saída de estrangeiros em Cabo Verde. domínio da segurança nacional assegura a articulação e
a compatibilização das políticas, instrumentos e medidas
5. O Ministro dos Negócios Estrangeiros e Comunidades
de política a executar pelos ministérios e outras entidades
assegura a coordenação, a gestão global das relações
públicas em matéria de segurança nacional, designadamente
externas e centraliza as relações de quaisquer entidades
realizando as arbitragens e transmitindo as orientações
públicas cabo-verdianas com as representações e as missões
gerais que se mostrarem necessárias sobre as referidas
diplomáticas e posto consulares junto de outros Estados
políticas, instrumentos e medidas de política.
ou de organismos internacionais.
3. O Ministro da Defesa propõe e executa, em articulação
6. O Ministro os Negócios Estrangeiros e Comunidades
com o Ministro dos Negócios Estrangeiros e Comunidades,
centraliza as relações de quaisquer entidades públicas cabo-
a participação de militares em missões internacionais de
verdianas com as missões diplomáticas e consulares e as
paz ou de segurança coletiva.
representações de organismos internacionais acreditadas
em Cabo Verde. 4. O Ministro da Defesa prepara e coordena a participação
do Governo no Conselho Superior de Defesa Nacional.
7. O Ministro dos Negócios Estrangeiros e Comunidades,
Artigo 18.º
em concertação com as entidades setoriais encarregadas
do planeamento e da execução de políticas e ações nos Ministro dos Assuntos Parlamentares e da Presidência
domínios respetivos, assegura: do Conselho de Ministros
a) A coordenação das relações diplomáticas em matéria 1. O Ministro dos Assuntos Parlamentares e da Presidência
das migrações e da segurança cooperativa do Conselho de Ministros assegura as relações do Governo
internacional; com a Assembleia Nacional, com os grupos parlamentares,
com os partidos políticos, com as confissões e entidades
b) A coordenação e a gestão globais da cooperação religiosas e com os antigos Presidentes da República.
internacional bilateral e multilateral e da
2. O Ministro dos Assuntos Parlamentares e da Presidência
cooperação descentralizada;
do Conselho de Ministros coadjuva o Primeiro-ministro na
c) A coordenação das relações em matéria das relações presidência do Conselho de Ministros e na coordenação do
económicas e comerciais internacionais, das trabalho governamental e assume as funções de porta-voz
questões globais, da integração regional, da do Governo.
diplomacia cultural e da promoção da imagem
3. O Ministro dos Assuntos Parlamentares e da Presidência
do país no exterior;
do Conselho de Ministros, além de outras funções que
d) A coordenação e a participação na preparação lhe sejam delegadas pelo Conselho de Ministros ou pelo
de quaisquer medidas, ações ou programas Primeiro-ministro, coordena a preparação e a organização
no âmbito das relações entre Estados, no do trabalho governamental e a sua tramitação, bem como
que respeita às comunidades cabo-verdianas o seguimento e a avaliação das decisões tomadas pelo
estabelecidas no estrangeiro. Governo.
I SÉRIE — NO 38 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 17 DE JUNHO DE 2016 1383
2. O Ministro da Saúde e da Segurança Social propõe, Território e Habitação, dirigir, superintender e orientar
coordena e executa as políticas referidas no número os serviços, institutos e empresas públicas com atribuições
anterior. nos domínios referidos no n.º 1, nos termos da respetiva
orgânica.
3. O Ministro da Saúde e da Segurança Social propõe
e executa, em articulação com o Ministro dos Negócios CAPÍTULO III
Estrangeiros e Comunidades, medidas de política, ações
ÓRGÃOS E SERVIÇOS CONSULTIVOS
e programas de planeamento e gestão das relações de
DE APOIO
Cabo Verde com a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Artigo 27.º
4. O Ministro da Saúde e da Segurança Social dirige
Grupos Interministeriais de Trabalho
e superintende os serviços e institutos públicos com
atribuições nos domínios referidos no n.º 1, nos termos 1. Por deliberação do Conselho de Ministros ou determinação
da respetiva orgânica. do Primeiro-ministro, podem ser constituídos Grupos
Artigo 25.º Interministeriais de Trabalho (GIT) encarregados de
preparar o tratamento, coordenar a execução de políticas,
Ministro da Agricultura e Ambiente
articular ações, seguir ou avaliar programas, projetos e
1. O Ministro da Agricultura e Ambiente dirige o ações relativamente a questões de caráter pluridisciplinar
Ministério da Agricultura e Ambiente, que prossegue e multi-setorial.
atribuições nos domínios da agricultura, silvicultura,
pecuária, agro-indústria, segurança alimentar, ambiente, 2. Os GIT são constituídos por Ministros e neles podem
água e saneamento. participar, quando convocados para o efeito pelos respetivos
presidentes, titulares de altos cargos públicos e outros
2. O Ministro da Agricultura e Ambiente propõe, coordena funcionários com estatuto de pessoal dirigente.
e executa as políticas referidas no número anterior.
3. Os GIT são presididos por um Ministro designado
3. O Ministro da Agricultura e Ambiente propõe e pelo Primeiro-ministro e estabelecem as suas próprias
executa, em articulação com o Ministro dos Negócios regras de funcionamento interno.
Estrangeiros e Comunidades, medidas de política, ações
e programas de planificação e gestão das relações de 4. Os GIT apresentam relatórios regulares ao Primeiro-
Cabo Verde com todos os organismos especializados nos ministro nos termos por este determinado.
domínios da sua intervenção. Artigo 28.º
4. O Ministro das Finanças providencia a efetiva exercer poderes de direção e superintendência sobre
transferência ou reforço das verbas necessárias ao serviços e organismos integrados noutros ministérios e
funcionamento dos novos gabinetes dos membros do aos quais estejam atualmente cometidas essas atribuições.
Governo dos correspondentes gabinetes extintos ou Artigo 36.º
integrados noutros departamentos.
Produção de efeitos
Artigo 33.º
O presente diploma produz efeitos a partir de 22 de abril
Cessação da comissão de serviço e de funções
de 2016, considerando-se ratificados os atos que tenham
1. Cessam automaticamente as comissões de serviço sido praticados desde aquela data e cuja regularidade
do pessoal dirigente dos ministérios ora extintos e dos dependa da sua conformidade com aquele.
serviços que transitam de departamento governamental, Artigo 37.º
devendo, porém, os respetivos titulares atuais continuar
em exercício de funções até serem, nos termos da lei, Revogação
confirmada a sua comissão ou efetivada a sua substituição É revogado o Decreto-lei n.º 25/2011, de 13 de junho,
nos departamentos governamentais a que tenham passado alterado pelo Decreto-lei n.º 31/2011, de 12 de setembro,
a pertencer. e Decreto-lei n.º 66/2014, de 5 de dezembro.
2. O pessoal afeto aos extintos Ministérios em regime Artigo 38.º
de comissão de serviço ou outra modalidade temporária Entrada em vigor
regressa, nos termos da lei, ao respetivo quadro de origem, se
outro destino legal lhe não for expressamente dado. O presente diploma entra em vigor no dia seguinte ao
da sua publicação.
Artigo 34.º
I SÉRIE
BOLETIM
O F I C I AL
Registo legal, nº 2/2001, de 21 de Dezembro de 2001
I.N.C.V., S.A. informa que a transmissão de actos sujeitos a publicação na I e II Série do Boletim Oficial devem
obedecer as normas constantes no artigo 28º e 29º do Decreto-Lei nº 8/2011, de 31 de Janeiro.