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PROJETOS DE TRABALHO NA SALA DE AULA: MOMENTO DE

APRENDIZAGEM PARA TODOS

Maéve Melo dos Santos1

Atualmente o termo projetos está tão banalizado que muitos se vêem quase
“obrigados” a dizer que trabalham com projetos. Para estes, projeto é só mais um modismo na
educação. No entanto, para entender melhor projetos, é necessário nos reportarmos ao início
do século XX, mais precisamente em 1919, quando Kilpatrick levou para sala de aula,
algumas idéias de Jonh Dewey, em especial aquela na qual afirma que “o pensamento tem sua
origem numa situação problemática”. Essa idéia de solucionar um problema serve de fio
condutor entre as diferentes concepções sobre projetos.
Nos anos 20 e 30, a idéia predominante nos movimentos renovadores espanhóis, é que
o aluno não sinta diferença entre a vida exterior e a vida escolar, por isso os projetos devem
estar próximos à vida. A Segunda Guerra Mundial paralisou essas idéias renovadoras em
função de uma racionalidade tecnológica onde tudo tem de ter uma seqüência e resposta
lógica e imediata, obtida a partir de um planejamento rígido e estratégico. Essa ideologia
dominou a educação por mais de trinta anos e somente nos anos 70 é que se volta aos ideais
escolanovistas e ao trabalho com projetos.
Nos anos 80, com as contribuições do construtivismo, na forma de entender o ensino e
a aprendizagem; com o impacto das novas tecnologias de armazenamento, tratamento e
distribuição de informação; com os resultados da pesquisa sociocultural em relação à cultura
na qual se aprende, bem como o valor da interação com o outro nesse processo e; com a
influência da noção de inteligência (em especial a pesquisa das múltiplas inteligências de
Gardner), os Projetos de Trabalho ganham força.
Muitas são as denominações dadas para projetos: projetos didáticos, projetos
pedagógicos, projetos de conhecimentos, projetos de pesquisa, dentre outros. Hernández
(1998) utiliza a nomenclatura Projetos de Trabalho por reconhecer que a expressão usada
pelos arquitetos, designers e artistas era vista “como um procedimento de dar forma a uma
idéia que está no horizonte, mas que admite modificações (…). Era atraente também pela
confluência de campos disciplinares que se produzem para que um projeto se realize” (p.22).

1
Pedagoga, Assessora Pedagógica em Projetos de Trabalho, Professora Substituta da Universidade da Bahia – UNEB e Coordenadora de
Avaliação Institucional da Secretaria Municipal Educação, Esportes e Cultura de Petrolina.
O complemento “de trabalho” para Hernández, tratava-se de opor-se ao espon-
taneísmo e a idéia de uma educação que tinha que favorecer uma noção de criatividade
considerada como um processo prazeroso e libertador.
Diante do exposto, o que vem a ser então um Projeto de Trabalho? Leite (1995),
afirma ser uma proposta de intervenção pedagógica que dá a atividade de aprender um
sentido. Sobre isso, Dias (1995), diz que é uma metodologia de trabalho que visa organizar a
classe em torno de metas previamente definidas por alunos e professores. Percebe-se que a
compreensão de Hernández (1998) é mais ampla em relação às anteriores, quando diz que os
Projetos de Trabalho responde à necessidade de realizar uma organização globalizadora e
atualizada dos conhecimentos e das informações trabalhadas na escola.
Hernández aponta ainda, que há alguns projetos que parecem ser projetos, mas não são
em sua essência. Para ele, Projeto de Trabalho caracteriza-se como ensino para compreensão
e pesquisa a partir de um currículo integrado com caráter transdisciplinar, atuando como uma
forma de intervenção eficaz, em meio a essa sociedade repleta de informação superficial e
ligeira.
Dias (1995), concorda com o pensamento de Hernández, porém faz uma diferenciação
no que se refere aos tipos de projetos. Para ela, existem dois tipos de Projeto de Trabalho: de
investigação e de empreendimento.
Os projetos de investigação se caracterizam por ter um problema (pergunta) como fio
condutor do processo de investigação, onde os alunos juntamente com o(a) educador(a) irão
pesquisar até que se obtenha a(s) resposta(s). A idéia central do projeto de investigação é
SABER ALGO e, para isso, recorrem às áreas de conhecimento necessárias, para compreensão
do problema.
Já os projetos de empreendimento possuem como o próprio nome já diz, um caráter
empreendedor onde há uma intenção de FAZER ALGO em prol da escola, da comunidade ou
da classe. Nele há uma mobilização coletiva em função de um produto final, como por
exemplo: montagem de um jornal, construção de uma horta comunitária, montagem de uma
peça, de uma feira de ciências, etc.
Apesar das diferenças, os projetos de empreendimento e de investigação possuem a
mesma característica de planejar com os alunos as atividades do projeto, sendo que no
primeiro, planeja-se o que eles precisam fazer e no segundo, o que eles querem saber. Os
Projetos de Trabalho, na perspectiva de Hernández, está mais próximo dos projetos de
investigação.
Compreende-se que, para além de atividades belas e criativas, os Projetos de Trabalho
representam uma forma de intervenção na escola, onde através de um ensino centrado na
pesquisa e na compreensão, proporcionará aos alunos condições de entender a realidade, por
meio de seleção, classificação, análise e confronto das informações que circulam na
sociedade. Apresentam-se como um novo olhar que compreende a realidade enquanto teia de
relações. Dão-se numa lógica em que a escola é lugar de aprendizagem para todos, portanto
não só do aluno, e de que esse aprender deve ser relacional, problematizado a partir da
necessidade do grupo, da realidade, de educadora ou do educando, na busca de responder a
indagações individuais e coletivas.
Essa perspectiva transcende ao rigor das disciplinas, uma vez que para resolver um
dado problema da turma, recorre-se aos conhecimentos necessários na busca de possíveis
soluções/respostas. Muitas vezes, tais conhecimentos nem se enquadram numa matriz
curricular imposta oficialmente, assim como também, utiliza-se dessa matriz como
referencial, garantindo o acesso ao saber já produzido e reproduzido socialmente.
Entende-se que falar de projetos hoje, é falar sobre a necessidade de repensar o
processo de ensino e aprendizagem, não como uma justaposição de atividades interessantes e
criativas, mas como uma forma de reorganização do saber que, de tão fragmentado, não
consegue perceber o todo e, como uma forma de dar um sentido ao conhecimento baseado na
busca de relações entre os fenômenos naturais, sociais e pessoais que nos ajude a
compreender melhor a complexidade do mundo em que vivemos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DIAS, Fátima Regina Teixeira de Salles & FARIA, Vitória Líbia Barreto de. Projetos de
trabalho na pré-escola. In: MG, Belo Horizonte, Rede Municipal de Educação de Belo
Horizonte. Os Projetos de Trabalho: reflexões sobre a prática pedagógica na Escola Plural.
1995/96

HERNÁNDEZ, Fernando. Transgressão e mudança na educação: os projetos de trabalho.


Porto Alegre: Artmed, 1998.

LEITE, Lúcia Helena Álvares. A pedagogia de projetos em questão. In: MG, Belo Horizonte,
Rede Municipal de Educação de Belo Horizonte. Os Projetos de Trabalho: reflexões sobre a
prática pedagógica na Escola Plural. 1995/96

MALPIQUE, Manuela et ali: Trabalho de Projecto 1 – aprender por projectos contratados em


problemas. 3ª ed. – Porto (Portugal): Edições Afrontamento; 1994, 220 p.

ZABALA, Antoni. A prática educativa. Porto Alegre: Artmed, 2000.

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