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24/08/2018 PJES - Consulta Processos de 1º e 2º Grau

Consulta Processual/TJES

Não vale como certidão.

Processo : 0020050-49.2018.8.08.0024 Petição Inicial : 201801007033 Situação : Tramitando


Ação : Ação Civil Pública Natureza : Fazenda Estadual Data de Ajuizamento: 16/07/2018
Vara: VITÓRIA - 1ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA ESTADUAL, MUNICIPAL,
REGISTROS PÚBLICOS,MEIO AMBIENTE E SAÚDE

Distribuição
Data : 16/07/2018 13:56 Motivo : Distribuição por sorteio

Partes do Processo
Requerente
ESTADO DO ESPIRITO SANTO
999998/ES - INEXISTENTE
Requerido
FABIO NEY DAMASCENO
JOAO VICTOR DE FREITAS ESPINDULA

Juiz: FELIPPE MONTEIRO MORGADO HORTA

Decisão

ESTADO DO ESPÍRITO SANTO


PODER JUDICIÁRIO
VITÓRIA - 1ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA ESTADUAL, MUNICIPAL, REGISTROS PÚBLICOS,MEIO
AMBIENTE E SAÚDE

Número do Processo: 0020050-49.2018.8.08.0024


Requerente: ESTADO DO ESPIRITO SANTO
Requerido: FABIO NEY DAMASCENO, JOAO VICTOR DE FREITAS ESPINDULA

DECISÃO

Cuidam os autos de Ação Civil Pública por Ato de Improbidade Administrativa com pedido liminar ajuizada
pelo ESTADO DO ESPÍRITO SANTO em face de FABIO NEY DAMASCENO e JOÃO VICTOR DE
FREITAS ESPÍNDULA, requerendo liminarmente a indisponibilidade dos bens dos requeridos até o montante de
R$ 220.000,00 (duzentos e vinte mil reais).

O Estado do Espírito Santo sustenta que de acordo com auditoria realizada pela SECONT – Secretaria de Estado
de Controle e Transparência (Procedimento de Apuração nº 001/2015), a SETOP deflagrou processo

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administrativo nº 66328284, cujo objeto consistia na formalização de patrocínio para a realização do evento
denominado “3º Seminário Logística é a Solução de 2014” pela TV Vitória/Record, tendo um custo total de R$
340.000,00 (trezentos e quarenta mil reais).

Prossegue narrando que encaminhados os autos à Procuradoria Geral do Estado (PGE/ES), esta emitiu parecer
jurídico no sentido na impossibilidade da contratação pretendida, com base nos artigo 25, II, da Lei nº 8.666/1993
e no Decreto Estadual nº 3.565-R/2014, contudo, à despeito disso, o 1º Requerido, na condição de Secretário de
Estado de Transportes e Obras Públicas à época dos fatos, solicitou a emissão de reserva orçamentária (Nota de
Reserva Orçamentária nº 2004NR00278) e empenho (Nota de Empenho nº 2014NE00320) do numerário de R$
340.000,00 (trezentos e quarenta mil reais) em favor da TV Vitória, autorizando a contratação do patrocínio
mediante dispensa de licitação;

Afirma que após reiteração emanada pela assessora de comunicação da SETOP quanto à inviabilidade jurídica da
contratação, nos termos do Parecer exarado pela PGE, o 1º Requerido, determinou o cancelamento parcial da
Nota de Empenho mencionada, no importe de R$ 106.110,00 (cento e seis mil, cento e dez reais). Salienta que tal
conduta evidencia a intenção do réu de “guardar/separar” recursos públicos [no importe de R$ 233.890,00] para
viabilizar a contratação da mesma espécie com infringência do ordenamento jurídico vigente.

Argumenta que em 05 de setembro de 2014, a SETOP deu início a novo processo administrativo tombado sob o nº
68664737, que foi apensado ao primeiro, cujo objeto era a contratação de serviços sob a forma de patrocínio
financeiro por meio da aquisição direta de Cota Ouro, no valor de R$ 220.000,00 (duzentos e vinte mil reais) para a
realização do evento “Mobilidade Urbana e os Impactos na Vida das Cidades”. Destaca que novamente foi
encaminhado para análise jurídica da PGE, o oportunidade em que foi proferido Parecer apontando a antijuridicidade
da contratação por patrocínio para o evento, sob diversos embasamentos.

Ressalta que da documentação carreada ao processo de apuração da SECONT infere-se que o Contrato de Prestação
de Serviço de Publicidade levado à efeito sob a forma de patrocínio para participação no evento “Mobilidade Urbana
e os Impactos na Vida das Cidades” foi firmado entre a SETOP e a TELEVISÃO VITÓRIA S.A mediante
inexigibilidade de licitação (art. 25 da Lei 8.666/1993) em que pese as obrigações da contratada tenham se resumido
a realização de matérias jornalísticas sobre o eventos, sem qualquer retorno direto ao órgão público contratante, no
valor de R$ 220.000,00 (duzentos e vinte mil reais), conforme cláusula quinta do contrato.

Informa que a inexigibilidade de licitação foi adotada pelo então gestor, em que pse existir proposta de outra empresa
de publicidade (Tv Tribuna) para realização de evento semelhante. Assim, afirma que indiferente a tantas
ilegalidades apontadas pela PGE, o 1º Requerido deu prosseguimento ao processo administrativo que culminou na
contratação do patrocínio, publicada no DOES em 29 de Dezembro 2014, poucos dias antes de deixar o cargo de

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Secretário de Estado de Transportes e Obras Públicas, sendo apurado ainda que o contrato celebrado não observou o
prazo mínimo de trinta dias entre a formalização do patrocínio e o início da realização do evento, conforme previsto
no Decreto Estadual nº 3.565-R/2014.

Comunica, também, que a SECONT verificou que no dia do evento (30 de dezembro de 2014) às 16h10min, houve a
emissão de Nota de Empenho de nº 2014NE00711, tendo o pagamento ocorrido às 19h37min do mesmo dia,
conforme Nota de Liquidação nº 2014NL01266, sendo posteriormente autorizada a Ordem Bancária, cujo pagamento
atribui-se natureza prioritária, após solicitação da TELEVISÃO VITÓRIA S/A, sendo enviado ao banco os relatórios
de ordens bancárias que foi recebido pela instituição financeira em 02/01/2015, cuja cópia evidencia a existência de
rasura visando a alteração da data firmada no documento. Salienta que chama a atenção o fato de que toda a
movimentação para pagamento do valor reservado ocorreu no mesmo dia de realização do evento (30 de dezembro
de 2014) e que a Relação de Ordem Bancária foi entregue no Banestes em 02 de Janeiro de 2015, contrariando o
prazo limite para o pagamento de despesas públicas seria até o dia 29 de dezembro de 2014.

Por fim, aduz que a auditoria identificou a inexecução do objeto contratado, na medida em que ficou demostrada a
ausência de veiculação de 150 spots institucionais contratados, tendo o réu João Victor de Freitas Espíndula, à época
assessor especial da SETOP, atestado a execução total do serviço contratado contratado, em desacordo com o
disposto nos arts. 625 e 636, da Lei nº 4.320/1964, além de terem sido apuradas sérias inconsistências no orçamento
apresentado pela empresa.

É o relatório. Decido.

Estabelece o artigo 7º da Lei nº 8.429/1992 que “quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio
público ou ensejar enriquecimento ilícito, caberá a autoridade administrativa responsável pelo inquérito
representar ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado”. O parágrafo único do aludido
artigo aponta ainda que “a indisponibilidade a que se refere o caput deste artigo recairá sobre bens que
assegurem o integral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do enriquecimento
ilícito.”.

Conforme lição de Emerson Garcia e Rogério Pacheco Alves (Improbidade Administrativa, 2011, p. 919), “a
indisponibilidade de bens, desta forma, busca garantir futura execução por quantia certa (a reparação do dano
moral e patrimonial), assemelhando-se ao arresto do CPC, que também pode recair sobre qualquer bem do
patrimônio do devedor.”.

In casu, quanto aos elementos ensejadores da medida liminar requerida, em sede de cognição sumária, da análise
dos documentos apresentados, infere-se que são plausíveis as alegações do Estado do Espírito Santo, estando os
requisitos autorizativos amplamente caracterizados.
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Isso porque, o fumus boni juris encontra-se presente na medida em que no Procedimento Administrativo nº
79330240, foram apuradas diversas ilegalidades/irregularidades no Contrato de Prestação de Serviço de
Publicidade levado a efeito sob a forma de patrocínio para participação no evento “Mobilidade Urbana e os
Impactos na Vida das Cidades” firmado entre a SETOP e a TELEVISÃO VITÓRIA S.A mediante inexigibilidade
de licitação.

Realmente, restou comprovado que tal contratação foi efetivada, conforme Contrato de Prestação de Serviço nº
016/2014 (fls. 101/108), publicado no Diário Oficial de 29/12/2014, a despeito dos dois Pareceres desfavoráveis
da Procuradoria Geral do Estado do Espírito Santo (que atestaram a impossibilidade jurídica da contratação – fls.
65 e 97), sendo o evento realizado em 30/12/2014, dois dias antes do final da gestão do 1º Requerido, e com a
participação do mesmo como palestrante. Outrossim, a efetivação do pagamento do valor de R$ 220.000,00
(duzentos e vinte mil reais), consoante a Ordem Bancária Orçamentária às fls. 146/147, ocorreu em 30/12/2014 no
mesmo dia da realização do evento, desconsiderando a certificação da execução total do contrato.

Ademais, consta às fls. 135/140 a Representação do Ministério Público de Contas do Estado do Espírito Santo, em
desfavor do 1º Requerido, objetivando a aplicação da multa prevista no art. 135, III, da Lei Complementar nº
621/2012, bem como a condenação ao ressarcimento do valor do dano causado ao erário.

No que concerne ao 2º Requerido, verifica-se do documento juntado à fl. 152, que o mesmo atestou a realização
total dos serviços e, considerando o a efetivação do pagamento da NF nº 019057, determinou o arquivamento do
processo, contudo, a documentação acostada não comprova a execução total do contrato, mormente, porque não
foi observada a antecedência de trinta dias, prevista no art. 11, do Decreto nº 3.565/2014, as Cartas de Justificativa
às fls. 149/151 informam que várias espécies de publicidade contratada foram executadas em data posterior à
realização do evento, e que a capacidade máxima do maior salão do hotel é de 220 pessoas, e o número de
participantes em que foi baseado o orçamento foi de 300 pessoas.

Assim, está demonstrada a verossimilhança das alegações autorais e, consequentemente, apontam para a provável
ocorrência dos atos de improbidade administrativa que importam, em tese, em prejuízo ao erário,
enriquecimento ilícito, bem como em afronta aos princípios basilares da Administração Pública.

O periculum in mora, por sua vez, está caracterizado que se traduz no fundado temor de que, a espera da tutela
definitiva, poderá ocorrer prejuízos da ação principal ou frustrar a sua execução, especialmente quanto à
restituição dos valores supostamente mal versados, também é capaz de ser identificado, na medida em que se
evidencia, ainda que em cognição sumária, enriquecimento indevido e dano aos cofres do Estado do Espírito
Santo.
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Ademais, imperioso destacar que nas ações por ato de improbidade, em virtude da natureza do ato e da
necessidade de garantir eventual ressarcimento aos cofres públicos, o periculum in mora se apresenta de forma
presumida, não sendo necessária a prova inequívoca de que os requeridos pretendam frustrar eventual execução.
Nesse sentido:

ADMINISTRATIVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. INDISPONIBILIDADE DE BENS.


POSSIBILIDADE. REQUISITOS. ART. 7º DA LEI N. 8.429/1992. PERICULUM IN MORA
ABSTRATO. TUTELA ANTECIPADA. REQUISITOS. REVISÃO. MATÉRIA FÁTICO-
PROBATÓRIA. SÚMULA 7 DO STJ. INDISPONIBILIDADE. 1. A Primeira Seção desta Corte, no
julgamento do REsp 1319515/ES, Rel. p/ Acórdão Min. Mauro Campbell Marques firmou o
entendimento no sentido de que "estando presente o fumus boni juris, como constatado pela Corte
de origem, e sendo dispensada a demonstração do risco de dano (periculum in mora), que é
presumido pela norma, em razão da gravidade do ato e a necessidade de garantir o ressarcimento do
patrimônio público, conclui-se pela legalidade da decretação da indisponibilidade dos bens." 2. A
iterativa jurisprudência desta Corte é no sentido de que, para análise dos critérios adotados pela instância
ordinária que ensejaram a concessão da liminar ou da antecipação dos efeitos da tutela, é necessário o
reexame dos elementos probatórios a fim de aferir a "prova inequívoca que convença da verossimilhança
da alegação", nos termos do art. 273 do CPC, o que não é possível em recurso especial, dado o óbice da
Súmula 7 desta Corte. Agravo regimental improvido. (AgRg no AREsp 350.694/RS, Rel. Ministro
HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 05/09/2013, DJe 18/09/2013)

Quanto ao limite de indisponibilidade de bens dos requeridos, temos o entendimento da Primeira Turma do STJ
no sentido de que “a indisponibilidade de bens deve recair sobre o patrimônio dos agentes, ainda que adquiridos
anteriormente à prática do suposto ato de improbidade, de modo suficiente a garantir o integral ressarcimento
de eventual prejuízo ao Erário, levando-se em consideração, ainda, o valor de possível multa civil aplicada
como sanção autônoma” (AgRg no REsp 1383196/AM, Rel. Ministra REGINA HELENA COSTA, PRIMEIRA
TURMA, julgado em 27/10/2015, DJe 10/11/2015).

Assim sendo, ao menos em cognição sumária, tendo em vista que até a apuração da responsabilidade individual
de cada requerido ao fim da instrução processual, deve ser considerada como solidária a obrigação de
ressarcimento do dano, fixo como valor a ser bloqueado o montante de R$ 220.000,00 em relação a cada
requerido.

Por tais razões, DEFIRO O PLEITO LIMINAR para determinar a indisponibilidade dos bens dos
requeridos, via bloqueio judicial, até a monta de R$ 220.000,00 (duzentos e vinte mil reais).

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Realizei o bloqueio dos ativos financeiros por meio do sistema BACEN JUD, a restrição judicial dos
automóveis por meio do RENAJUD, e a penhora online de imóveis através do Módulo Penhor Online
(SREI).

Notifiquem-se os requeridos para apresentarem manifestação prévia, na forma do art. 17, § 7º, da Lei
8429/92.

Intime-se o Ministério Público Estadual.

Diligencie-se.

VITÓRIA, Quarta-feira, 22 de agosto de 2018

FELIPPE MONTEIRO MORGADO HORTA


Juiz de Direito

Este documento foi assinado eletronicamente por FELIPPE MONTEIRO MORGADO HORTA em 22/08/2018 às 17:53:16, na forma da Lei
Federal nº. 11.419/2006. A autenticidade deste documento pode ser verificada no site www.tjes.jus.br, na opção "Consultas - Validar
Documento (EJUD)", sob o número 01-1653-843915.

Dispositivo
Por tais razões, DEFIRO O PLEITO LIMINAR para determinar a indisponibilidade dos bens dos
requeridos, via bloqueio judicial, até a monta de R$ 220.000,00 (duzentos e vinte mil reais).

Realizei o bloqueio dos ativos financeiros por meio do sistema BACEN JUD, a restrição judicial dos
automóveis por meio do RENAJUD, e a penhora online de imóveis através do Módulo Penhor Online
(SREI).

Notifiquem-se os requeridos para apresentarem manifestação prévia, na forma do art. 17, § 7º, da Lei
8429/92.

Intime-se o Ministério Público Estadual.

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