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22/10/2015 08:25 por Redação

Aprovada PEC que autoriza universidade pública a cobrar por cursos


de pós-graduação
Segundo o texto-base, instituições poderão cobrar pelos cursos de extensão, pós-graduação lato sensu e mestrado
profissional

O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (21), em primeiro turno, o texto-base da
Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 395/14, do deputado Alex Canziani (PTB-PR), que permite às
universidades públicas cobrar pela pós-graduação lato sensu.

Os deputados aprovaram, por 318 votos a 129, um substitutivo de autoria do deputado Cleber Verde (PRB-MA).
Segundo o texto, o ensino público superior de graduação e de pós-graduação acadêmica continuam gratuitos, mas
as instituições poderão cobrar pelos cursos de extensão, de pós-graduação lato sensu e de mestrado profissional.

A exceção será para os programas de residência (em saúde) e de formação de profissionais na área de ensino, que
continuarão gratuitos. Em qualquer situação, deverá ser respeitada a autonomia universitária, ou seja, a
universidade decidirá se deseja ou não cobrar pelos cursos.

Os destaques à matéria serão votados na próxima semana. Todos os três, apresentados por PCdoB, PDT e DEM,
pretendem retirar do texto a possibilidade de cobrança pelo mestrado profissional.

Os votos – Dentre os principais partidos, PMDB, PSDB, DEM, PDT, PPS e PV orientaram suas bancadas a votarem
“sim”. O PT, PR e PSB liberaram suas bancadas; e PSOL, Rede e PCdoB orientaram pelo voto “não”. Confira o voto
do seu deputado aqui (por partido) ou aqui (por unidade da Federação).

Discussão no Supremo - O autor da proposta argumenta que várias universidades já oferecem cursos lato sensu
e cobram por isso. “Essa discussão está no Supremo Tribunal Federal e, segundo o texto atual da Constituição, a
decisão poderá ser de proibir a cobrança, mas, sem essa PEC, as universidades não poderão mais ofertar esses
cursos”, raciocinou Canziani.

O assunto foi parar no Supremo porque o Ministério Público tem contestado a cobrança com base no argumento de
que a Constituição prevê a gratuidade do ensino público oficial para todos os níveis.

Demanda empresarial - Segundo Cleber Verde, que foi relator da PEC na comissão especial, a aprovação do
texto vai encerrar processos judiciais que questionem a cobrança já feita por universidades públicas em cursos de
pós-graduação lato sensu, especializações e mestrado profissional.

“Como esses cursos são voltados ao mercado de trabalho, não cabe à universidade retirar verbas de outras áreas
para custeá-los. São cursos profissionalizantes, feitos por demanda que vem da empresa, de órgãos públicos, para
a capacitação daquele trabalhador. Não é justo que a universidade, que já tem os seus custos diminuídos, tenha
de custear também os profissionalizantes”, afirmou Cleber Verde.

Pressa no debate – Para a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), as entidades do setor presentes em audiência
pública realizada pela Comissão de Educação na manhã desta quarta-feira não tiveram posições fechadas a favor
do tema. “Por que a pressa, se a comunidade universitária ou é contra ou não tem posição fechada sobre o
tema?”, questionou.

Ela alertou que o substitutivo vai esvaziar os investimentos nas áreas públicas, como no mestrado stricto sensu.
“Haverá desestruturação do stricto sensu, que migrará para o mestrado profissional, e será a janela de
oportunidade para se votar a privatização. Isso nós não podemos aceitar”, disse a parlamentar.

Alice Portugal lembrou que, na busca por recursos, as universidades vão oferecer mais o mestrado profissional que
o acadêmico, pois ambos teriam equivalência na formação profissional do aluno.

Processo de privatização - O deputado Alessandro Molon (Rede-RJ) alertou que a mudança no tema pode
significar um precedente para a cobrança em outras fases do ensino. “A matéria não é simples e precisa ser mais
debatida”, disse.

No mesmo sentido, o líder do Psol, deputado Chico Alencar (Psol-RJ), disse que a medida contraria os princípios de
educação pública, universal e de qualidade. “Acaba ferindo e abrindo uma porta perigosa para o papel estratégico
do sistema educacional público”, disse o deputado, referindo-se à possibilidade de privatização.

Para o deputado Edmilson Rodrigues (Psol-PA), a proposta vai “entregar patrimônio científico aos que se
alimentam do lucro”.

"Autonomia garantida" - Já o deputado Rogério Marinho (PSDB-RN) disse que a norma não privatiza
universidades públicas. “A PEC faculta e não obriga a cobrança. A universidade vai decidir se cobra ou não pelos
cursos de pós-graduação lato sensu e mestrado profissional”, defendeu.
A deputada Dorinha Seabra Rezende (DEM-GO) afirmou que as universidades que atualmente cobram por cursos
de especialização e mestrado profissional puderam investir nas suas instalações. “As universidades públicas estão
sucateadas, e a cobrança está ajudando a mantê-las. Vivemos um grave problema de orçamento”, disse.

Reitores - Entretanto, o deputado Glauber Braga (Psol-RJ) lembrou que os reitores das universidades federais não
defendem o texto e que haverá repercussões, por mais que a proposta, no curto prazo, legalize situações atuais.
“Existe uma corrente de pensamento que quer o processo de privatização. Vamos abrir a possibilidade para fazê-
lo?”, questionou.

Com Agência Câmara

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