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A contratransferência e a importância

das capacidades do analista na prática


psicanalítica contemporânea
Countertransference and the importance of the analyst’s
abilities in contemporary psychoanalytic practice
Resumo Embora o uso da contratransferência seja um tema po-
lêmico e a discussão sobre a participação da mente do analista
possa remontar à antiga concepção de aptidão para a tarefa ana-
lítica com base em personalidade ou estrutura psicológica, o fato
é que a formação do psicanalista envolve a elaboração de seus
conflitos inconscientes, tornando conscientes as vias de seu de-
sejo e de seus sintomas por meio de um processo de análise pes-
soal e de um longo treinamento teórico e técnico no campo da
psicanálise. Este trabalho é uma revisão bibliográfica baseada nos
estudos sobre a função materna, que tem como objetivo mostrar
o caminho de valorização da contratransferência na teoria e téc-
nica psicanalítica e a implicação das capacidades do analista no
processo analítico. Esse desenvolvimento é tributário da valoriza-
ção da função materna como modelo para a relação interpessoal Julia Girnos Elias de Souza
Universidade Federal de São
e terapêutica em psicanálise, fruto do paradigma das relações de
Carlos (UFSCAR)
objeto na tradição da psicanálise inglesa, que tem em Donald W. jugirnos@gmail.com
Winnicott e Wilfred R. Bion dois de seus principais autores.
Palavras-chave Contratransferência; Psicanálise; Analista; Érico Bruno Viana Campos
Clínica Psicanalítica. Universidade Estadual
Paulista Júlio de Mesquita
Abstract Although the use of countertransference is a contro- (UNESP)
versial topic and the debate on the participation of the analyst’s ebcampos@fc.unesp.br
mind may go back to the old conception of aptness for the ana-
lytical task based on personality or psychological makeup, the
fact is that the psychoanalyst’s education involves the elabora-
tion of his unconscious conflicts, turning conscious the pathways
of his desire and his symptoms through a process of personal
analysis and a long theoretical and technical training in the field
of psychoanalysis. This study is a literature review based on stud-
ies about the maternal function, which aims at showing the path
of recovery of countertransference in psychoanalytic theory and
technique and the implication of the analyst’s abilities in the ana-
lytical process. This development is tributary of the appreciation
of maternal function as a model for interpersonal and therapeu-
tic relationship in Psychoanalysis, due to the paradigm of object
relations in the British psychoanalytic tradition, being Donald W.
Winnicott and Wilfred R. Bion two of its main authors.
Keywords Countertransference; Psychoanalysis; Analyst;
Psychoanalytic Clinic.
Introdução fim, mas são seguidos de diferentes jogadas

E
ste artigo pretende apresentar alguns intermediárias cujos desfechos serão diferen-
dos desenvolvimentos da teoria da téc- tes, dependendo da experiência e criatividade
nica analítica em direção ao reconheci- do enxadrista/analista.
mento do manejo contratransferencial como Desse modo, o analista, ao exercer sua
instrumento fundamental do processo psi- função, assume uma direção efetiva do pro-
canalítico, discutindo a implicação da mente cesso que está realizando. Ele o faz em sua
do analista e sua capacidade de continência capacidade de escutar, ao dar o enquadre
como competências necessárias para o traba- particular que utiliza para trabalhar na eleição
lho terapêutico e desenvolvimento da análise. das interpretações e em como as entrega ao
Embora o uso da contratransferência paciente. Nesse sentido, dentro do modelo
seja um tema polêmico, e a discussão sobre psicanalítico, os objetos da investigação analí-
a participação da mente do analista possa tica fazem parte também da vida psíquica do
remontar à antiga concepção de aptidão ou analista, e isso pode servir tanto para elucidar
não da tarefa analítica com base em estrutu- os fenômenos que ocorrem durante uma ses-
ras de personalidade, o fato é que a formação são quanto para ocultá-los.
do psicanalista envolve a elaboração de seus Não é somente por meio da comunicação
conflitos inconscientes, tornando conscientes verbal do paciente ou da interpretação do ana-
as vias de seu desejo e de seus sintomas por lista que se promove o conhecimento e a estru-
meio de um processo de análise pessoal e de turação de si mesmo; isso ocorre também por
um longo treinamento teórico e técnico no intermédio de uma relação intensa, íntima, em-
campo da psicanálise. pática e prolongada com o analista. Dentro de
O intuito deste trabalho é mostrar um ambiente propício, os pacientes revivem,
como, ao longo da história, o desenvolvimen- com o analista, uma relação de dependência
to da teoria e da técnica psicanalítica foi cada emocional própria de estágios mais primitivos
vez mais valorizando os aspectos contratrans- da vida. Assim como o bebê, o paciente, muitas
ferenciais do processo analítico, levando a vezes, é incapaz de comunicar-se verbalmente,
uma maior implicação da mente do analista e mas o faz por meio de uma comunicação silen-
de algumas capacidades emocionais muito es- ciosa. Quando o profissional não é capaz de
pecíficas, que podem ser genericamente des- compreender o que seu paciente busca no tra-
critas como sustentação e continência. Esse tamento, e persiste em um trabalho que não
desenvolvimento é tributário da valorização atende às suas necessidades psíquicas, é fre-
da função materna como modelo para a rela- quente que o processo terapêutico entre em
ção interpessoal e terapêutica em psicanálise, uma situação de impasse.
fruto do paradigma das relações de objeto na Diante destas situações, nas quais geral-
tradição da psicanálise inglesa, que tem em mente são revividas experiências de angústia
Donald W. Winnicott e Wilfred R. Bion dois de por ambas as partes, é essencial que o ana-
seus principais autores. lista possa observar suas próprias vivências
Acreditamos que a importância do olhar contratransferenciais para analisá-las, a fim
proposto sobre o analista e suas capacida- de ampliar seu espaço mental, possibilitando
des emocionais justifica-se pela clara influên- um maior contato com a realidade psíquica
cia que elas têm sobre o processo analítico. de seus pacientes. Para isso, o analista pre-
Freud (2006c), em sua conhecida metáfora cisa apoiar-se em um modelo teórico com o
entre a psicanálise e o jogo de xadrez, já fa- qual possa conceber, não só a natureza das
lava da influência do analista no andamento relações transferenciais entre as figuras que
do processo analítico ao afirmar que ambos preenchem a cena analítica, como também
os processos (o jogo de xadrez e a psicanáli- o fenômeno contratransferencial produzido
se) obedecem às mesmas regras de início e de em tal encontro.

Impulso, Piracicaba • 24(60), 123-132, maio-ago. 2014 • ISSN Impresso: 0103-7676 • ISSN Eletrônico: 2236-9767
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Ao propor um olhar acerca da impor- função de repetir, na análise, relações pri-
tância das capacidades pessoais do analista, mordiais estabelecidas no passado por meio
baseamo-nos na perspectiva de Winnicott e da figura do analista. Desde então, o manejo
Bion sobre as funções maternas e seu papel das interpretações e resistências no contexto
na constituição do sujeito, entendendo que a da transferência consolidou-se como eixo de
função do analista é permitir a elaboração dos todo e qualquer processo psicanalítico.
conflitos intrapsíquicos do paciente, fomen- Freud nunca elaborou uma sistemati-
tando funções e conteúdos psíquicos que não zação sobre a contratransferência ou deu
foram proporcionados ou desenvolvidos pelo ao conceito um papel de destaque em sua
ambiente ao longo do desenvolvimento emo- teoria da técnica. Ele inaugura a abordagem
cional de sua personalidade. Assim, quando o do tema destacando seu aspecto negativo,
desenvolvimento emocional primitivo falha, o considerando-o um obstáculo indesejável
analista pode dar ao paciente a oportunidade no trabalho analítico (FREUD, 2006a), tô-
de resgate do desenvolvimento e elaboração nica que marcou sua obra até o fim. Apesar
de seus conflitos estruturantes. Essa possibili- de considerar que a resposta emocional do
dade de reparação e elaboração das funções analista ao material inconsciente do paciente
e conteúdos psíquicos, por sua vez, será pro- representava um obstáculo também para o
porcionada pela capacidade de manejo do progresso da psicanálise, o autor genialmen-
campo transferencial-contratransferencial te descreve que os conteúdos inconscientes
por parte do analista. do paciente podem ser captados pelo ana-
lista de uma forma muito singular, ao afir-
Breve comentário histórico sobre a mar que “o médico deve voltar seu próprio
contratransferência inconsciente, como um órgão receptor, na
O conceito de contratransferência pas- direção do inconsciente transmissor do pa-
sou por gradativas mudanças ao longo do ciente. Deve ajustar-se ao paciente como um
desenvolvimento da psicanálise e é, ainda receptor telefônico se ajusta ao microfone
hoje, um dos temas mais debatidos na área. transmissor” (FREUD, 2006b, p. 129). E con-
Tanto o aprofundamento da compreensão tinua, dizendo: “o inconsciente do médico é
acerca do fenômeno transferencial-contra- capaz, a partir de derivados do inconsciente
transferencial quanto a possibilidade do uso que lhe são comunicados, de reconstruir esse
da contratransferência como recurso na tare- inconsciente, que determinou as associações
fa analítica foram vitais para o avanço da teo- livres do paciente” (FREUD, 2006b, p. 129).
ria e da técnica psicanalítica. Os conceitos de Dentro do pensamento freudiano, o di-
transferência e contratransferência tiveram álogo entre o inconsciente do analista e o do
evoluções históricas semelhantes, já que ini- analisando baseia-se na conjunção das asso-
cialmente esses fenômenos foram encarados ciações livres e da atenção flutuante. Nesse
como obstáculos e, gradativamente, vieram a momento, em que o terapeuta não é apenas
ser elementos centrais da técnica psicanalíti- um simples observador e intérprete do fenô-
ca. Porém, as ênfases em ambos foram dife- meno da transferência, Freud passa a assina-
renciadas ao longo desse processo histórico. lar a importância das condições e preparo do
Diferente da contratransferência, a analista para o exercício de suas funções.
transferência é assunto recorrente e central Pouco foi publicado nos 40 anos que se-
na obra freudiana. É nos clássicos artigos so- guiram ao nascimento do conceito de contra-
bre a técnica que o termo ganha o caráter de transferência. Melanie Klein (1946-1963) man-
conceito verdadeiramente psicanalítico, pas- teve o essencial da concepção freudiana de
sando a ser incluído na essência da relação que esse fenômeno constituía um obstáculo
terapêutica. Esse é o momento em que Freud na análise. Para a autora, a contratransferên-
(2006b) observa que a transferência tem a cia é entendida como uma reação do incons-

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ciente do analista às fantasias do paciente, mental total induzido no analista, resultado
que são projetadas nele, de forma que o fe- da comunicação verbal e não verbal do pa-
nômeno contratransferencial aparece como ciente (ZIMERMAN, 1999).
um ruído, uma interferência que precisa ser No esteio de um desenvolvimento inde-
minimizada. O surgimento de novas ideias pendente no âmbito da psicanálise das rela-
acerca dos aspectos positivos da contratrans- ções de objeto, e em contraposição a certas
ferência fez da década de 1950 um marco na proposições do movimento kleiniano, Winni-
teoria psicanalítica. Dentre estas novas ideias, cott (2000) publica o artigo “O ódio na contra-
os trabalhos de Paula Heimann e Heinrich Ra- transferência”, trabalho no qual chamava aten-
cker destacam-se pelo uso dado ao fenôme- ção para os sentimentos contratransferenciais,
no contratransferencial, tido pelos autores que denomina de objetivos (medo e ódio) des-
como instrumento sensível e possivelmente pertados nos profissionais pelos psicóticos,
útil para o desenvolvimento do processo ana- afirmando a necessidade do profissional ser
lítico (EIZIRIK; AGUIAR; SCHESTATSKY, 2005). capaz de odiar objetivamente. No desenvolver
Segundo Zimerman (1999), o desenvolvi- de sua teoria, o autor utiliza o termo de forma
mento da teoria da contratransferência foi pos- mais ampla e pensa na contratransferência em
sível com o avanço sugerido pelo trabalho de paralelo à preocupação materna, fenômeno
Melanie Klein (1946-1963) e de seus seguidores necessário para que a mãe possa adaptar-se às
no entendimento de mecanismos primitivos necessidades de seu filho e ser suficientemen-
que participam do fenômeno contratransfe- te boa para seu desenvolvimento.
rencial, tais como os processos dissociativos Já Bion (1994), mais próximo da teoria
(splitting) e de identificação projetiva. kleiniana, usou pela primeira vez a noção da
Heinrich Racker considerava que a con- identificação projetiva como ferramenta de
tratransferência poderia operar de três for- uso na contratransferência, fundamental para
mas: como obstáculo, assim como é conside- a criação de seu modelo relacional continente-
rado no modelo clássico; como importante -conteúdo, núcleo de seu modelo vincular em
instrumento de comunicação e de compre- psicanálise (ZIMERMAN, 1999). Este par concei-
ensão das relações de objeto do paciente; tual foi desenvolvido de modo progressivo pelo
e como um campo em que o paciente tem a autor que, ao expor sua teoria sobre a capaci-
possibilidade de vivenciar uma experiência dade de pensar, amplia o conceito kleiniano de
diferente das que teve originalmente. Já para identificação projetiva para além de uma fanta-
Heimann, o conceito englobava todas as rea- sia onipotente, entendendo-o como um meio
ções que o analista experimenta diante de seu de comunicação primordial na relação primitiva
paciente. Em sua concepção, os sentimentos mãe-bebê, assim como na relação analítica.
contratransferenciais originam-se no analista Considerando a possível instrumentali-
como produto do paciente e, portanto, cons- zação do fenômeno contratransferencial na
tituem parte essencial da relação analítica. prática da clínica psicanalítica, tanto os con-
Nesse sentido, esses sentimentos do analista ceitos de preocupação materna primária e
devem ser reconhecidos, ao invés de nega- mãe suficientemente boa de Winnicott quan-
dos, pois só assim o analista poderá subordi- to os conceitos de rêverie e função continente
ná-los à tarefa analítica (ETCHEGOYEN, 2004). de Bion encaminham-nos para a importância
Embora as ideias de instrumentalização da instrumentalização dos processos mentais
dos sentimentos e emoções do analista como do próprio analista para que o trabalho clínico
fonte de informação sobre o paciente, sugeri- progrida de forma satisfatória (SAFRA, 1995).
das por Heimann, nunca tenham sido aceitas
por Klein, muitos de seus seguidores fizeram Winnicott, o ambiente e a sustentação
uso ampliado do conceito de contratransfe- Por meio de sua prática clínica e dos es-
rência, considerando o fenômeno um estado tudos sobre a constituição psíquica do sujei-

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to, Winnicott favoreceu o desenvolvimento dência, pois o indivíduo é capaz de tolerar a
de teoria psicanalítica no âmbito pré-repre- ausência dos cuidados por meio do acúmulo
sentacional das experiências. Para o autor, o de experiências positivas e da confiança na
objetivo da análise, com alguns pacientes, é sustentação do ambiente que lhe foi provido
proporcionar um ambiente suficientemente (KHAN, 2000).
bom que se adapte à necessidade que surge Inicialmente, o autor vincula o ambiente
do verdadeiro self e dos processos de matura- ao corpo materno como um aglomerado da
ção, permitindo o abandono de organizações percepção do bebê sobre os cuidados e sen-
defensivas e a retomada do processo de ama- sações fisiológicas. À medida que sua própria
durecimento (BARONE, 2011). teoria evolui, transcendendo a dicotomia klei-
Winnicott (2005) salienta que existem niana dos objetos parciais, o ambiente winni-
tendências naturais em direção ao desenvol- cottiano passa a ser uma construção relacio-
vimento e à independência, a não ser que se- nal subjetiva, um terceiro subjetivo que inclui
jam bloqueadas por falências de cuidados do o corpo do bebê, a mãe e seus cuidados. Des-
ambiente. Quando o ambiente não se apre- sa forma, a mãe deixa de ser um objeto passi-
senta suficientemente bom, o indivíduo passa vo da fantasia do bebê para tornar-se propria-
a reagir à intrusão, fazendo com que os pro- mente uma função constituinte do self. Este
cessos de integração sejam interrompidos e o estado inicial de continuidade entre self e não
núcleo do self, ou seja, o self verdadeiro, que self, cuja unidade não é o indivíduo isolado,
é mais próximo à vida pulsional do indivíduo, mas, sim, o conjunto ambiente–indivíduo, é
passa a se proteger. Quando este estado de essencial para que o indivíduo possa confiar
paralisação no processo de desenvolvimento no ambiente (KLAUTAU; SALEM, 2009).
mantém-se, surge um falso self, construído so- Winnicott (1990) notou que os pacien-
bre a base de uma submissão defensiva. tes que não obtiveram um ambiente sufi-
Nesse âmbito do desenvolvimento, o in- cientemente bom que gerasse confiança, no
divíduo ainda não dispõe de representações qual o verdadeiro self pudesse se constituir,
mentais, de modo que os afetos são vividos exigiam do processo analítico adaptações es-
no registro do próprio corpo como agonias pecíficas da técnica, de forma semelhante à
intoleráveis de aniquilamento, e não como exigência que é feita à mãe de ser capaz de
angústias de castração ou de separação rela- perceber e adaptar-se às necessidades de seu
cionadas à situação edípica. Para esses tipos bebê, chamada, pelo autor, de preocupação
de paciente, a interpretação nem sempre é materna primária.
proveitosa, já que a comunicação acontece de A preocupação materna primária torna
forma diferenciada. Assim, o ambiente torna- a mãe capaz de identificar-se ativamente com
se mais importante que a interpretação, e a as necessidades do bebê, nutrindo sua oni-
manutenção de uma situação adaptativa a potência ao apresentar a ele o que precisa,
esse self é fundamental (BARONE, 2012). quando precisa. Esta capacidade de perce-
Sendo assim, a essência da experiência ber às necessidades do verdadeiro self faz-se
do self reside na vivência da dependência necessária na prática clínica e torna-se possí-
destes cuidados ambientais. O mesmo acon- vel a partir da instrumentalização da contra-
tece na clínica winnicottiana, de acordo com transferência do analista como uma forma de
três etapas: a dependência absoluta, na qual comunicação potencial. É a partir deste esta-
o indivíduo pode apenas sofrer os cuidados do de sensibilidade, similar à “devoção” ma-
do ambiente; a dependência relativa, em que terna, que o analista poderá fornecer a sus-
existe algum tipo de consciência em relação tentação necessária para o desenvolvimento
ao cuidado e este pode ser relacionado aos de seu paciente.
impulsos pessoais e, por isso, passíveis de re- Esta sustentação, ou o holding materno,
produção na transferência e; rumo à indepen- diz respeito a uma provisão ambiental total

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que possibilita o desenvolvimento. Segundo Segundo Winnicott, “entre o paciente e
Safra (1995), na clínica essa sustentação mater- o analista está a atitude profissional do ana-
na fica representada principalmente pela ma- lista, sua técnica, o trabalho que executa com
nutenção do setting constante e pela atitude sua mente” (1990, p. 148). Nesse sentido, um
respeitosa, atenta e não intrusiva do analista. processo analítico suficientemente bom de-
Se esta condição for mantida, o analista pode- pende da habilidade do analista em escutar a
rá ser concebido, segundo a necessidade de comunicação de que seu paciente dispõe e, a
constituição e de amadurecimento do indiví- partir dela, ser capaz de prover sustentação
duo, como um objeto subjetivo que dá suporte para que o desenvolvimento do verdadeiro
às necessidades psíquicas momentâneas. self funcione como espelho e apresente obje-
Uma destas necessidades é a de sentir- tos para seu uso, gerando um ambiente facili-
-se real. Segundo as palavras de Winnicott, tador para o desenvolvimento da criatividade
“é possível pensar no rosto da mãe como o e espontaneidade.
protótipo do espelho. No rosto dela o bebê vê Portanto, é a partir da valorização da
a si próprio. Se ela estiver deprimida ou preo- dinâmica contratransferencial, baseada no
cupada com alguma outra coisa, então é claro reconhecimento da centralidade da dinâmica
que o bebê não verá nada além de um rosto” relacional dual mãe-bebê, que a análise sufi-
(2002, p. 89). A função espelho, que é basea- cientemente boa torna-se viável. Esta contri-
da no processo de identificação primária com buição para a teoria da técnica vem no esteio
a mãe ou substituto, tece um cenário afetivo das contribuições no campo da psicanálise
fundamental para que o indivíduo possa inte- das relações de objeto propostas por auto-
grar uma imagem própria. Para o autor, o self res ligados ao grupo kleiniano e ao grupo in-
não integrado não pode ser observado nem dependente. Nesse sentido, esta abordagem
recordado pelo indivíduo, a menos que seja da capacidade de escuta do analista também
observado e espelhado de volta a ele. será enfatizada por Bion em sua teoria da
A função de apresentar objetos é base mente ao falar da necessidade que o indiví-
para o processo criativo e a experiência de duo possui de encontrar um continente para
ilusão, estando diretamente ligada com a suas vivências psíquicas.
preocupação primária, uma vez que permite
ao indivíduo viver a fantasia de onipotência Bion, rêverie e a continência
mantida pelos cuidados constantes e a espe- do analista
rança de uma relação viva entre a realidade Ao formular a teoria acerca do pensa-
interna e externa. Contudo, essa experiência mento, Bion (1994) considerou a mente um
depende também da capacidade do objeto instrumento para simbolizar, conter e transfor-
de sobreviver. A sobrevivência do analista é mar sensações e sentimentos em elementos
expressa principalmente na manutenção da psíquicos passíveis de serem pensados, enfa-
postura ética do profissional (SAFRA, 1995). tizando que esse instrumento nasce e desen-
Se o indivíduo precisar proteger o ob- volve-se em função da relação com o outro.
jeto em virtude de sua fragilidade, ele não o Segundo Zimerman (1999), a conceituação de
destruirá, e a destruição desempenhará papel Bion a respeito do continente – mãe ou analis-
central na criação da realidade. Para que o in- ta – constitui um dos postulados fundamentais
divíduo perceba o mundo objetivamente, ele da teoria e da prática psicanalítica atual.
deve experimentar o objeto que sobrevive à Ao longo do desenvolvimento da teoria
sua destrutividade. A sobrevivência do objeto psicanalítica, houve uma ampliação na valori-
analista conduz ao seu uso, e este uso à sepa- zação da sensibilidade e da percepção para os
ração de dois fenômenos distintos: a fantasia estados da mente mais regredidos, incluindo
e o objeto real, fora da área de onipotência maior atenção ao próprio estado mental e
(JANUÁRIO; TAFURI, 2011). emocional do analista em função da maneira

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como seu paciente comporta-se na sessão, e captar o que se passa com seu filho, não pelos
emprega, ou não, a linguagem para comuni- órgãos do sentido, mas pela retomada de uma
car-se (SALVITTI, 2011). unidade funcional, vivenciada anteriormente
Com forte embasamento na teoria klei- de forma física e fisiológica, elevando essa
niana, a originalidade da colaboração teóri- vivência para o plano da simbolização. Nesse
ca de Bion está na compreensão da relação conceito de sujeito que emerge da interação
mãe-bebê como constituinte da mente, de com o outro, a identificação projetiva passa a
uma forma que o papel materno transcende constituir um acontecimento psicológico in-
o prover de cuidados fisiológicos que pos- terpessoal real com o recipiente da identifica-
sam conter a angústia para a provisão de ção projetiva, criando uma nova subjetividade
representação mental. Nessa concepção, as por meio da dialética conteúdo-continente.
pressões produzidas por experiências bru- Nessa dialética, projetor (filho) e recipiente
tas, sem representação, inicialmente não se (mãe) entram em um estado que pressupõe a
distinguem de vivências corporais. Algumas existência de dois sujeitos, embora a subjeti-
destas vivências vão se transformar em fatos vidade seja vivenciada simultaneamente com
mentais, chamados por Bion de elementos β, uma intersubjetividade única e como duas
que não servem para serem pensados, e, por subjetividades possíveis (OGDEN, 1996).
isso, mantêm-se como eventos da mesma na- Acreditamos ser válido aqui diferenciar
tureza que os somáticos, ou são expelidos da que ser recipiente de um conteúdo projetado
mente por um processo projetivo de caráter implica um processo passivo, no qual o outro
evacuativo, ou ainda transformados em ele- somente recebe, enquanto ser continente diz
mentos α por meio da função α atuante da respeito a um processo ativo, no qual o reci-
mãe (BARROS, 1999). piente deve ser capaz de acolher, conter, de-
Para Bion, a identificação projetiva, além codificar e transformar (ZIMERMAN, 2009).
de ter a função de defesa do aparelho mental A função materna, como instrumento de
proposta por Klein, ou seja, de evacuar um es- simbolização da experiência emocional postu-
tado mental insuportável a partir da fantasia lada por Bion, é responsável, não apenas pela
onipotente de que partes indesejadas da per- transformação de percepções e emoções
sonalidade podem ser projetadas para fora brutas em elementos α, como pelo desenvol-
de si e para dentro do objeto, tem também vimento destes últimos em diferentes níveis
a função de causar ao objeto estado mental de simbolização e complexidade, bem como
semelhante ao seu como forma de comuni- por seus distintos usos possíveis. Estes níveis
cação. Nesse sentido, o bebê projeta a parte de simbolização seriam: os elementos β, em
perturbadora de sua personalidade na mãe, que não há distinção entre objeto psíquico e
que, recebendo este conteúdo com sua capa- objeto inanimado; os elementos α, resultado
cidade continente e percebendo tais comuni- do exercício da função α, possibilitam a for-
cações em seu inconsciente, estabelece certa mação e uso de pensamentos oníricos; os
ordem no caos de sensações e pensamentos, pensamentos oníricos, os sonhos e mitos; a
podendo devolvê-la de modo mais tolerável pré-concepção, um estado de expectativa; a
para que o bebê possa internalizar o que era concepção, uma variável que pode ser subs-
inicialmente seu (MELEGA, 2011). tituída por uma constante; o conceito, que
Bion utilizou o termo rêverie para des- advém liberto da concepção; o sistema dedu-
crever esse componente da função materna, tivo-científico, que é um conceito que se en-
referindo-se ao estado psicológico que torna reda em hipóteses por meio da lógica, e, por
a mãe capaz de desempenhar adequadamen- fim, o cálculo algébrico, que é o extremo da
te o papel de continente para as projeções de representação simbólica formal (BION, 1997).
seu filho. Esse estado psicológico assemelha- Todos esses diferentes níveis e usos das
-se a um estado de sonho que permite à mãe formações psíquicas, incluindo fragmentos de

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funções psíquicas agregadas, gerados pela in- Conclusão
versão da função α e chamados de “objetos bi- Partindo das propostas apresentadas
zarros” (BION, 1994), podem ser encontrados no âmbito de um modelo intersubjetivo de
no espaço analítico, no analisando, no analista sujeito, o papel do ambiente e, por consequ-
ou no par. A fim de encontrar uma categori- ência, das capacidades do analista de prover a
zação que facilitasse a compreensão posterior ambientação suficientemente adequada para
dos processos mentais ocorridos durante a que o processo analítico aconteça passa a ser
sessão, Bion criou um modelo matemático fundamental. Especialmente diante de situa-
que chamou de Grade, no qual organizou os ções de ataque, desinvestimento, ruptura ou
níveis de simbolização e seus usos. Dentre intrusão, capazes de tornar inoperante a fun-
estes, Bion enfatizou a importância da elabo- ção de continência e sustentação do analista.
ração simbólica dos primeiros níveis de sim- Nesses casos, faz-se fundamental a di-
bolização, já que todos os outros níveis, assim ferenciação conceitual da identificação proje-
como a própria integração do ego, dependem tiva na teoria kleiniana, que tem a finalidade
fundamentalmente da existência prévia dos de evacuar no analista o que não quer ou não
elementos β e α. (GROTSTEIN, 2010). pode sentir; e certa concepção de projeção
Na clínica, espera-se que o analista possa discernível nas teorias de Bion e de Winnicott,
servir de continente, emprestando sua função nas quais o paciente evacua aquilo que ele es-
α ao processo analítico, ajudando o pacien- pera que o analista sinta, como única forma
te a dispor de elementos apropriados para o que possui de comunicar o que precisa. Nesse
pensamento, permitindo ser alvo das identifi- sentido, as teorias de ambos os autores con-
cações projetivas massivas de elementos β do fluem para a valorização de uma função ma-
paciente, para transformá-los em elementos α terna capaz de atuar como receptáculo ativo
(BION, 1991). destas projeções, não apenas suportando e
A capacidade de rêverie do analista e a sobrevivendo a elas, mas constituindo e fo-
atenção flutuante preconizada por Freud en- mentando a elaboração psíquica (ZIMERMAN,
contram-se, na medida em que a rêverie tam- 2009). Mais ainda, as contribuições de Winni-
bém diz respeito à sua capacidade de dar cur- cott e Bion, de valorização da função mater-
so livre às suas associações e devaneios, e de na, são fundamentais para uma proposição
relacionar-se com o paciente sem memória, original sobre a compreensão do vínculo
sem desejo ou ânsia de compreensão (BION, transferencial-contratransferencial, em que
1991). Este estado pressupõe do analista uma a função interpretativa do analista amplia-se
disposição para conter estados de não saber, de forma considerável, passando a incluir sua
uma abertura ao desconhecido de cada situa- mente e seu corpo como um instrumento fun-
ção e a capacidade de transformar em maté- damental do manejo técnico da análise.
ria simbólica aspectos dolorosos e insuportá- Na clínica psicanalítica, assim como em
veis da personalidade (ZIMERMAN, 2011). qualquer outra profissão, devemos dispor de
É imprescindível à função de continência certo preparo que possibilite nosso trabalho.
que o analista consiga sobreviver às diversas Nos primórdios da psicanálise foi postulado
formas de destruição exercidas pelo paciente, que a formação de um analista deve estar sus-
pois, no fundo, nutre a esperança de que o tentada em um tripé constituído pelo ensino
analista sobreviva, sem revidar, sem se de- teórico, pela supervisão e pela análise pesso-
primir, sem ficar apático e desinteressado, al do analista. Os avanços mais recentes, de
quer dizer, sem abandoná-lo. Essa função de autores como Winnicott e Bion, mostram-nos
sobrevivência é particularmente importante que essa formação implica diretamente a sin-
porque estes ataques provocam reações con- gularidade da experiência psicossomática do
tratransferenciais muito densas e difíceis de analista, com todas as suas respostas empá-
serem manejadas. ticas como um instrumento fundamental da

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130 DOI: http://dx.doi.org/10.15600/2236-9767/impulso.v24n60p123-132
técnica, e não apenas como um ruído ou inter- fundamentalmente, de processos do analista.
ferência que deve ser suplantado por meio da Portanto, são contribuições fundamentais para
auto-observação sistemática que reconheça a pensar o processo psicanalítico como uma ati-
emergência de fantasias inconscientes, fruto, vidade intersubjetiva criativa e engajada.

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Dados dos autores


Julia Girnos Elias de Souza
Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR). Graduada em Psicologia pela Universidade
Estadual de Maringá (2007), Especialista em Psicoterapias de Orientação Psicanalítica pelo
Departamento de Medicina da Universidade Federal de São Carlos (2012).

Érico Bruno Viana Campos


Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita (UNESP). Graduado em Psicologia pela
Universidade de São Paulo (2002), mestrado (2004) e doutorado (2009) em Psicologia pela
Universidade de São Paulo. É professor assistente doutor do Departamento de Psicologia da
Faculdade de Ciências da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita em Bauru.

Recebido: 25/02/2013
Aprovado: 06/05/2014

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