Direito Brasileiro.
DECRETO-LEI Nº 4.657, DE 4 DE SETEMBRO DE 1942.
FUNÇÕES
Regular a vigência e a eficácia das normas jurídicas
(arts. 1º e 2º), apresentando soluções ao conflito de
normas no tempo (art. 6º) e no espaço (arts. 7º ao
30º);
Fornecer critérios de hermenêutica (art. 5º);
Estabelecer mecanismos de integração de normas
quando houver lacunas (art. 4º); e,
Garantir não só a eficácia global da ordem jurídica,
não admitindo o erro de direito (art. 3º) que a
comprometeria, mas também a certeza, a segurança
e a estabilidade do ordenamento, preservando as
situações consolidadas em que o interesse
individual prevalece (art. 6º).
PRINCIPAIS ALTERAÇÕES NO
ANO DE 2018
O Presidente da República, Michel Temer, sancionou
com vetos o PL 7.448/2017, agora transformado em Lei
13.655/2018, que introduziu 10 (dez) novos artigos na Lei de
Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB)
O PL 7.448/2017, iniciado originalmente pelo Senador
Antonio Anastasia (PSDB-MG) em 2015, foi encaminhado à
sanção presidencial em 25 de abril de 2018, após a análise
da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos
Deputados.
O PL incumbia-se incluir na LINDB (Decreto-lei
4.567/1942) “disposições sobre segurança jurídica e
eficiência na criação e na aplicação do Direito Público”.
O caput do artigo 20 da Lei de Introdução explicita
que nas esferas administrativa, controladora (Tribunais
de Contas – Poder Legislativo) e judicial, as decisões não
poderão ser tomadas com base em valores jurídicos
abstratos sem que sejam consideradas as consequências
práticas da decisão.
E o que seria Valores Jurídicos Abstratos?
O Direito é composto por valores jurídicos abstratos
cujo conteúdo e definição estão em permanente disputa por
parte dos grupos sociais.
Destarte que, seja pela natureza mesma do Direito,
seja pela instrumentalização desonesta desse conjunto de
regras que, em última instância, legitimam o uso da força
pelo Estado, essa disputa pelo conteúdo de valores
abstratos, isto é, sempre é vencida pelos grupos sociais que
detém maior poder econômico.
Desta forma, “valores jurídicos abstratos” passam a
ser vedados nas decisões administrativas, controladoras e
judiciais.
Dando continuidade, um dos dispositivos que,
também, gerou mais polêmica é o artigo 28, cujo caput prevê
a responsabilidade pessoal dos agentes públicos por dolo
ou erro grosseiro em decisões e opiniões técnicas. Os três
parágrafos do artigo foram integralmente vetados pelo
Presidente. Verbis:
Art. 28. O agente público responderá pessoalmente
por suas decisões ou opiniões técnicas em caso de
dolo ou erro grosseiro. (Incluído pela Lei nº 13.655, de
2018)
§ 1º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de
2018)
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de
2018)
§ 3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de
2018)
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
OS PRINCÍPIOS DA
TERRITORIALIDADE E DA
EXTRATERRITORIALIDADE
Em razão da soberania estatal, a norma tem
aplicação dentro do território delimitado pelas
fronteiras do Estado;
O princípio da Territorialidade não é absoluto. A
cada dia é mais acentuado o intercâmbio entre
indivíduos pertencentes a Estados diferentes;
Muitas vezes, dentro dos limites territoriais de um
Estado, surge a necessidade de regular relação
entre nacionais e estrangeiros. Essa realidade levou
o Estado a permitir que a lei estrangeira,
determinadas hipóteses, tenha eficácia em seu
território, sem comprometer a soberania nacional,
admitindo assim o sistema da extraterritorialidade.
APLICAÇÃO – TERRITORIALIDADE
– EXTRATERRITORIALIDADE
Pelo sistema da territorialidade, a norma jurídica
aplica-se ao território do Estado, estendendo-se
às embaixadas, consulados, navios de guerra,
onde quer se encontrem, navios mercantes em
águas territoriais ou em alto – mar, navios
estrangeiros (menos os de guerra em águas
territoriais), aeronaves no espaço aéreo do Estado
e barcos de guerra onde quer que se encontrem.
O Brasil segue o sistema da territorialidade
moderada.
Pelo sistema da extraterritorialidade, a norma é
aplicada em território de outro Estado, segundo os
princípios e convenções internacionais.
Estabelece-se um privilégio pelo qual certas
pessoas escapam a jurisdição do Estado cujo
território se achem, submetendo-se apenas à
jurisdição do seu país. A norma estrangeira passa
a integrar momentaneamente o direito nacional,
para solucionar determinado caso submetido à
apreciação.