Antes que o exame ginecológico seja realizado, é preciso atentar-se para
alguns pontos importantes, como: o ambiente em que a paciente será atendida, que deve estar iluminado adequadamente, limpo, confortável e ´provido do material necessário; a apresentação do examinador, que deve estabelecer uma relação de confiança e respeito com sua paciente; e também observar a conveniência de uma terceira pessoa na sala durante o exame, seja ela uma assistente ou um acompanhante No exame físico geral deve-se avaliar o estado geral de saúde, onde devem ser verificados dados como altura, peso, sinais vitais, aspecto dos fâneros, auscuta cardíaca e pulmonar. No exame ginecológico avalia-se exame dos órgãos genitais internos e externos, bem como regiões vizinhas. No exame da vulva, há a inspeção estática e dinâmica. Na inspeção estática, serão avaliadas aspectos anatômicos, distribuição pilosa e trofismo da pele e semimucosa. As estruturas observadas incluem o monte da pube, grandes lábios, pequenos lábios, clitóris, frênulo, vestíbulo da vagina, glândulas de Bartholim, glândulas de Skene, meato uretral, himem, fúrcula, região perineal, perianal e inguinal. A região vulvar deve ser palpada para que se possa identificar prováveis lesões nodulares, que uma vez presentes, dever ser caracterizadas quanto a sua consistência, localização, tamanho, número e mobilidade. Na inspeção dinâmica, realiza-se a manobra de Valsalva para que seja avaliada a presença de distopias ou prolapso uterino. No exame da vagina e colo uterino, introduz-se um espéculo fechado, que pode ser de metal ou plástico, seguindo o eixo vaginal e até o fundo e posteriormente abre-se a valva para que se possa visualizar o colo uterino. Na vagina são avaliados: comprimento, fórnices ou fundos de saco, pregueamento das paredes, cor, elasticidade e presença de lesões. O colo uterino será avaliado quanto ao seu tamanho, forma, posição, cor, formato do orifício externo, características do muco endocervical e presença de lesões. A coleta de material para exame direto do conteúdo vaginal é feito coletando com uma espátula um raspado do fundo de saco vaginal que será diluído em lâmina com soro fisiológico, KOH a 10% ou outros corantes. Já a coleta de material para citopatologia é feita com a utilização de uma espátula de Ayre, onde é feita a rotação de 360° possibilitando o raspado sobre a junção escamocelular. Posteriormente, será utilizada uma escova endocervical, que será introduzida nos primeiros 2 cm do canal fazendo a rotação repetidas vezes. O teste de Schiller é feito com o uso de uma solução de Lugol no colo uterino que provoca uma coloração marrom nas células que contêm glicogênio. As zonas que apresentam modificações patológicas não adquirem coloração, sendo chamadas iodo-negativas ou Teste de Schiller positivo. Após a retirada do espéculo, será realizado o toque vaginal combinado, realizando-se uma exploração vaginal e pélvica introduzindo o dedo indicador e médio de uma das mãos na vagina e, com a outra mão palpando-se profundamente a região inferior do abdome. O colo uterino será palpado em toda a sua superfície e avaliado quanto a sua posição, dimensões, mobilidade e sensibilidade a mobilização. Após o exame ginecológico, deve-se formular hipóteses diagnosticas em casos suspeitos de serem quadros patológicos, e posteriormente deve-se esclarecer a paciente e discutir duvidas que possam surgir na consulta.