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XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica

Geotecnia e Desenvolvimento Urbano


COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil
©ABMS, 2018

Uso da distribuição Log-Normal de três parâmetros da razão de


resistência não drenada de pico em análise probabilística de
liquefação estática em barragens de rejeito
Mauro Pio dos Santos Junior
Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, Brasil, mauroku.jr@gmail.com

Saulo Gutemberg Silva Ribeiro


GeoFast, Ouro Preto, Brasil, saulogft@hotmail.com

RESUMO: O estudo de liquefação feito em barragens alteadas para montante tem se tornado uma
prática de engenharia cada vez mais frequente no Brasil. Um dos maiores desafios dessa análise
está na definição da razão de resistência não drenada de pico e liquefeita do material, que são
comumente obtidas via correlações empíricas com o ensaio Cone Penetration Test (CPTu). Os
ensaios do tipo CPTu fornecem uma grande quantidade de dados, o que propicia uma análise
estatística para o cálculo das razões de resistência não drenada. No presente trabalho três curvas de
distribuição são testadas como propostas de ajuste aos histogramas das razões de resistência não
drenada de um rejeito silto-arenoso de mineração: a distribuição normal, a distribuição log-nomal e
a distribuição log-normal de três parâmetros. Após uma análise das três propostas, fica claro que,
para a sondagem estudada, a distribuição log-normal de três parâmetros é o ajuste que melhor se
adequa aos histogramas das razões de resistência não drenada. Para esse tipo de ajuste, propõe-se o
uso da moda da distribuição como resistência de projeto. Essa metodologia nos leva a encontrar
valores próximos do percentil 20, sugerido por Popescu et al. (1997), por ser representativa das
zonas mais fracas do solo e que podem controlar a instabilidade, pricipalmente nos casos de
rupturas progressivas.

PALAVRAS-CHAVE: Liquefação estática, Razão de resistência de pico, Resistência não drenada.

1 INTRODUÇÃO máximo de resistência, denominada resistência


de pico, seguido de uma resistência liquefeita,
O fenômeno de liquefação do solo é de grande também denominada resistência residual ou em
importância para estruturas construídas sobre ou estado crítico. Na liquefação cíclica, no entanto,
com solos arenosos e saturados. A liquefação o solo não necessariamente precisa atingir um
pode ser dividida em duas categorias: (1) valor máximo de resistência. O gráfico tensão
Liquefação Estática (Flow Liquefaction) e (2) versus deformação para ambos os casos é
Liquefação Cíclica (Cyclic Liquefaction). Na mostrado na Figura 1, que também ilustra o
liquefação cíclica a tensão efetiva pode chegar a processo de liquefação por fluência.
zero durante ciclos de carregamento e Comumente uma análise de liquefação deve
descarregamento, causando a perda da rigidez conter três etapas: (1) Análise da
do solo. A liquefação estática, por sua vez, susceptibilidade à liquefação, (2) Análise em
ocorre em solos arenosos, contráteis e termos de resistência de pico e (3) Análise em
saturados, resultando na perda abrupta de termos de resistência liquefeita. Para seguir a
resistência a grandes deformações, o que pode nomenclatura internacional das publicações
ser induzido por um carregamento estático ou mais recentes, a resistência não drenada de pico
dinâmico. será designada por Su(yield) durante o resto do
Na liquefação estática o solo atinge um valor trabalho.
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estatística para obtenção da razão de resistência


não drenada de pico, usando as equações
empíricas desenvolvidas por Olson (2001), e
Sadrekarimi (2014) para o ensaio CPTu (Cone
Penetration Test).

Figura 1 - Gráfico tensão versus deformação para três


tipos de carregamento: (a) Carregamento estático, (b)
Fluência e (c) Carregamento cíclico. Fonte: Olson (2001)

Os casos de ruptura por liquefação


mostraram que quando a perda significativa de
resistência ocorre em seções críticas de uma
estrutura, a ruptura geralmente é rápida, ocorre
sem aviso e as deformações resultantes
geralmente são grandes. Além disso, os eventos
que induzem a liquefação (gatilhos), podem ser
relativamente pequenos.
Figura 2 - Critério de susceptibilidade à liquefação de
Diversas rupturas devido ao fenômeno de Robertson (2010) aplicado à sondagem CPT F-02 da
liquefação do solo ocorreram ao longo dos Barragem de Fundão. Fonte: Morgenstern et al. (2016)
anos, resultando em perdas de vida e grandes
prejuízos econômicos e ambientais à sociedade.
O mais recente caso envolvendo o fenômeno de 2 METODOLOGIA
liquefação no Brasil, que trouxe à tona a
importância dessa análise, foi a ruptura da Uma análise de liquefação tipicamente consiste
Barragem de Fundão ocorrida no dia 05 de em três etapas: (1) Análise da susceptibilidade à
novembro de 2015. A ruptura da estrutura liquefação, (2) Análise em termos de resistência
operada pela mineradora Samarco, localizada de pico e (3) Análise em termos de resistência
no município de Mariana – MG, causou a morte liquefeita. Para executar essas análises é
de aproximadamente 18 pessoas e liberação de necessário que um critério de susceptibilidade à
aproximadamente 32,6 milhões de m³ de rejeito liquefação seja adotado e, em seguida, uma
ao longo do Rio Doce (Samarco, s.d.). A metodologia seja empregada para o cálculo das
investigação independente conduzida pelo razões de resistência de pico e liquefeita.
escritório americano Cleary Gottlieb Steen & Tipicamente, as razões de resistência não
Hamilton LLP, concluiu que inúmeros fatores drenadas são obtidas por meio de correlação
permitiram que as condições necessárias à com ensaios in-situ, sendo o SPT e o CPTu os
ocorrência da liquefação estática se ensaios mais comuns.
estabelecessem, o que promoveu a ruptura. A O ensaio CPTu tem a vantagem de ser um
imagem a seguir, retirada do relatório final da ensaio contínuo, com pouca interferência do
ruptura da Barragem de Fundão, mostra a operador e altamente confiável. O ensaio é
predominância de materiais contráteis, tipicamente executado a uma velocidade de
utilizando o critério de Robertson (2010). 2cm/s e a aquisição de informações é feita a
Esse estudo apresenta uma metodologia cada 2cm. O CPTu fornece três informações à
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medida que é feita a cravação do cone: a Sendo:


resistência de ponta (qc), a resistência lateral (fs)
e a poropressão (u2). Como observado por Qt = Resistência à penetração normalizada do
Sadrekarimi (2014), o CPTu é particularmente cone (adimensional)
vantajoso para a análise de liquefação por ser = (q t − σv0 )/σ′v0
capaz de identificar finas camadas de material
contrátil e fornecer um perfil contínuo da Fr = Resistêcia lateral normalizada, em
variabilidade do solo com alta precisão. porcentagem
Robertson (2016) sugere que antes de = (fs /(q t − σv0 )) × 100%
proceder com uma análise e usar correlações
empíricas desenvolvidas para solos “ideais”, o O estudo da susceptibilidade à liquefação
material seja verificado quanto à presença de pode ser feito por meio de três metologias: de
microestrutura. Para isso, o índice de rigidez acordo com a envoltória de Fear e Robertson
normalizado, K*G, é calculado para todos os (1995), sugerida por Olson (2001), pela
pontos do ensaio CPTu, pela seguinte equação: metodologia de Robertson (2010) e usando os
conceitos de parâmetro de estado.
G
K ∗G = (q 0 ) (Qtn )0,75 (1) Olson (2001) analisou diversas propostas
n
encontradas na literatura para determinação da
susceptibilidade à liquefação do solo e concluiu
Onde G0 é o módulo cisalhante a pequenas
que a proposta apresentada por Fear e
deformações e qn é a resistência líquida do solo,
Robertson (1995) é a que mais se adequa aos
definida por:
casos por ele estudados. Além disso, essa
proposta foi desenvolvida com base em testes
q n = (q t − σv ) (2)
de laboratório e em teoria de mecânica dos
solos em estado crítico e por isso é
A obtenção do valor de G0 pode ser feita por
recomendada pelo autor para delinear condições
meio da velocidade das ondas de cisalhamento
de campo susceptíveis e não susceptíveis à
(Vs), conforme equação abaixo:
liquefação estática. A curva de Fear e
𝛾 Robertson (1995) foi adaptada para o CPTu
𝐺0 = 𝑔 (𝑉𝑠 )2 (3) usando a relação qc/N60 = 0,6 e é dada pela
equação a seguir:
Robertson e Cabal (2015) sugerem que a
velocidade das ondas de cisalhamento podem (σ′v0 )boundary = 1,1047 × 10−2 (qc1 )4,7863
ser obtidas por meio de correlação com os (7)
parâmetros do ensaio CPTu, conforme equação
abaixo: A Figura 3 mostra a curva sugerida por
Olson (2001) plotada junto com os casos de
Vs = [αvs (q t − σv )/pa ]0,5 (4) ruptura por liquefação por ele estudados.
Robertson (2010) mostrou a ligação entre o
Sendo: parâmetro Qtn,cs (Equivalent clean sand cone
resistance) e o parâmetro de estado (ψ).
αvs = 10(0,55Ic +1,68) (5) Partindo da observação de que não há nenhum
caso documentado de ruptura por liquefação
O índice Ic, por sua vez, pode ser calculado estática em materiais com Qtn,cs > 70, o autor
de acordo com a expressão abaixo: sugeriu esse valor para dividir os solos entre
contráteis e dilatantes, como mostrado na
Ic = [(3,47 − log Qt )2 + (log Fr + 1,22)2 ]0,5 Figura 4 a seguir.
(6)
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cisalhamento. O espaço geométrico que


congrega esses pontos é chamado de linha de
estado crítico (CSL), responsável por delinear a
fronteira entre condições dilatantes (aumento de
volume) e contráteis (redução de volume),
como mostrado na figura abaixo:

Figura 3 - Critério de susceptibilidade à liquefação para a


sondagem CPTu sugerido por Olson (2001)

Figura 5 - Definição de parâmetro de estado. Fonte:


Morgenstern et al. (2016)

Uma vez identificado o alto potencial à


liquefação, as equações de Olson (2001) e
Sadrekarimi (2014) são aplicadas para o cálculo
da razão de resistência não drenada de pico. A
equação de Olson (2001), desenvolvida após
retroanalisar 33 casos de rupturas por
liquefação, é dada abaixo, em função da
resistência de ponta normalizada do cone:

𝑆𝑢 (𝑦𝑖𝑒𝑙𝑑)
= 0,205 + 0,0143(𝑞𝑐1 ) ± 0,04 (8)
𝜎′𝑣0

O parâmetro qc1 é função da resistência de


Figura 4 - Critério de susceptibilidade à liquefação ponta à penetração do cone e da tensão efetiva
sugerido por Robertson (2010) no ponto, conforme equação abaixo:
q c1 = CN q c (9)
A propriedade mais importante do solo para
uma análise da sua susceptibilidade à liquefação Sendo:
é sua tendência de mudança de volume durante
o cisalhamento, o que depende de dois fatores: 1,8
CN = σ′ (10)
o quão fofo ou denso o solo se encontra, o que é 0,8+ v0
Pa
caracterizado pelo índice de vazios, e o nível de
tensão ao qual ele está submetido. Para A razão de resistência de pico pode ser
qualquer tensão efetiva, existe um índice de calculada pelo método de Sadrekatimi (2014),
vazios para o qual não há tendência nem de usando a equação para o modo de cisalhamento
aumento nem de redução do volume durante o
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à compressão (TXC), de acordo com a equação 2. Segundo Roberton (2016), a maioria das
abaixo: correlações empíricas desenvolvidas para o
CPTu foram obtidas por meio de estudos em
Su (yield) solos com pouca ou nenhuma microestrutura
= 0,219 + 0,008q c1 ± 0,049 (11)
σ′v0 (solos ideais). Sendo assim, antes de proceder
ao cálculo das razões de resistência não drenada
Os valores das razões de resistência não sugere-se verificar quanto à presença de
drenada são, em seguida, importados no estrutura do solo, para que seja possível aferir
programa de análise estatística Minitab 18 para quanto à confiabilidade das equações empíricas
a geração dos histogramas de resistência. Em que serão aplicadas. Os dados obtidos na
seguida três ajustes estatísticos serão sondagem CPTu em estudo, plotados no ábaco
analisados: (1) ajuste com uma curva de de Roberton (2016), é mostrado na figura a
distribuição normal, (2) ajuste com uma curva seguir:
de distribuição log-normal e (3) ajuste com uma
curva de distribuição log-normal de três
parâmetros. O ajuste que apresentar melhor
adequação aos dados da sondagem CPTu será
utilizado para a obtenção da razão de resistência
de pico seguindo o seguinte critério: para o
ajuste normal, a média da distribuição será
adotada, enquanto que para o ajuste log-normal
a moda será adotada. Para esse estudo, os
limites de validade das equações sugeridos
pelos autores foram obedecidos, i.e., qc1 ≤
6,5MPa para Olson (2001) e qc1 < 8MPa para
Sadrekarimi (2014).
Sadrekarimi (2014) observou que, nos
estágios inicias da ruptura, associados ao
gatilho da liquefação, o plano de cisalhamento é
fortemente dominado por compressão, enquanto
que após a ruptura, particularmente a grandes
deformações, o cisalhamento simples Figura 6 - Verificação quanto à presença de estrutura no
controlaria grande parte da superfície potencial solo, segundo a metodologia proposta por Robertson
de ruptura. De fato, Olson (2001) e Olson and (2016)
Stark (2002), relatam que para a maioria dos
casos de ruptura à liquefação estudados, a Como pode ser observado na Figura 6, todos
superfície de ruptura dentro da zona de os pontos da sondagem CPTu plotam abaixo de
liquefação se aproxima de cisalhamento K*G = 330, o que indica que o material em
simples. Por conseguinte, Su(yield)/σ’v0 será estudo não possui microestrutura e pode ser
calculado usando a equação (11). classificado como “solo ideal”, para os quais as
correlações empíricas desenvolvidas para o
CPTu têm grande confiabilidade.
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
3.2 Susceptibilidade à Liquefação
3.1 Identificação de Estrutura no Solo
A susceptibilidade à liquefação será analisada
Robertson (2016) propõe um método para a por meio dos métodos de Robertson (2010),
verificação de microestrutura no solo por meio usando a envoltória de Fear e Robertson (1995)
do parâmetro K*G, conforme discutido no item sugerida por Olson (2001) e usando os
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conceitos de parâmetro de estado introduzidos


por Jefferies e Been (2006).
A metodologia de Robertson (2010) propõe
o contorno Qtn,cs = 70 como o divisor entre
solos dilatantes e contráteis. Sendo assim, para
verificar a porcentagem de pontos que
apresentam susceptibilidade à liquefação
segundo essa metodologia, basta calcular a
porcentagem dos pontos que apresentam Qtn,cs ≤
70. A imagem a seguir mostra os pontos obtidos
na sondagem CPTu plotados no gráfico SBTn
(Soil behaviour type) sugerido para verificar o
potencial à liquefação.

Figura 8 - Critério de susceptibilidade à liquefação de


Fear e Robertson (1995) sugerido por Olson (2001)

Como pode ser observado na Fig. 8, a grande


maioria dos dados plotam dentro da região de
materiais contráteis, indicando que o solo
possui alto potencial à liquefação. De fato, 89%
dos dados plotaram na região contrátil da
envoltória.
Jefferies e Been (2006) sugeriram que
Figura 7 - Critério de susceptibilidade à liquefação de quando o solo tem um parâmetro de estado ψ >
Robertson (2010) aplicado aos dados da sondagem CPTu -0,05 a perda de resistência em cisalhamento
não drenado pode ser esperada. Portanto, o
Como pode ser observado na Figura 7, a critério do parâmetro de estado ψ > -0,05 pode
grande maioria dos pontos da sondagem CPTu ser adotado para a verificação da
apresentam susceptibilidade à liquefação, uma susceptibilidade à liquefação. Para o cálculo do
vez que plotam abaixo da região Qtn,cs = 70. parâmetro de estado a equação abaixo, sugerida
De fato, aproximadamente 82% dos dados dessa por Robertson e Cabal (2015), foi utilizada:
sondagem apresentaram Qtn,cs ≤ 70.
A envoltória de Fear e Robertson (1995) ψ = 0,56 – 0,33log Qtn,cs (12)
sugerida por Olson (2001), por sua vez, é
determinada pela Equação 7 e está mostrada na O histograma dos valores obtidos para o
Figura 8 para a sondagem CPTu. Os dados parâmetro de estado é mostrado na Figura 9 a
obtidos da sondagem, plotados junto com a seguir:
envoltória de Fear e Robertson (1995), são
mostrados a seguir:
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20
Razão de resistência não drenada - Olson (2001)
Distribuição Normal
Média 0,2359
20 DesvPad 0,02667
N 735
15
ncia (%)

15

ncia (%)
10

Freq

10


Freq
5
5

0 0
-0,20 -0,15 -0,10 -0,05 0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,18 0,20 0,22 0,24 0,26 0,28 0,30
ψ Su(yield)/σ’vo

Figura 9 - Histograma do parâmetro de estado (ψ) Figura 10 - Histograma com ajuste normal para a razão
de resistência não drenada de pico segundo a metodologia
Como pode ser observado na Figura 9, a de Olson (2001)
maioria dos dados apresentaram valores de ψ>-
Razões de resistência não drenada - Olson (2001)
0,05, o que indica que o material tem alto Distribuição Log - normal

potencial à liquefação. De fato, para essa 20


Loc -1,450
Escala 0,1091

sondagem, 83% dos dados apresentaram valores N 735

de ψ>-0,05. 15
ncia (%)

10

Freq

4 HISTOGRAMAS DE RESISTÊNCIA E
5
AJUSTE ESTATÍSTICO DOS DADOS
0
0,18 0,20 0,22 0,24 0,26 0,28 0,30
Para a confecção dos histogramas das razões de Su(yield)/σ'v0

resistência não drenada, o software Minitab 18


foi utilizado. Para o mesmo histograma, três Figura 11 - Histograma com ajuste log-normal para a
propostas de ajuste foram testadas: (1) ajuste razão de resistência não drenada de pico segundo a
metodologia de Olson (2001)
com distribuição normal, (2) ajuste com
distribuição log-normal e (3) ajuste com
Razões de resistência não drenada - Olson (2001)
distribuição log-normal de três parâmetros. A Distribuição Log - normal de 3 Parâmetros

metodologia de ajuste escolhida será aquela que 20


Loc -3,913
Escala 0,9931
Lim 0,2050
melhor se adequar aos dados da sondagem N 735

CPTu. Para o caso do ajuste normal ser mais 15


ncia (%)

adequado, a média da distribuição será adotada


10

como resistência de projeto, enquanto que a


Freq

moda será adotada caso o melhor ajuste seja o 5


log-normal.
0
0,21 0,24 0,27 0,30 0,33 0,36 0,39
4.1 Método de Olson (2001) Su(yield)/σ'v0

Para a razão de resistência não drenada de pico, Figura 12 - Histograma com ajuste log-normal de três
parâmetros para a razão de resistência não drenada de
os histogramas obtidos, com seus respectivos pico segundo a metodologia de Olson (2001)
ajustes, usando os valores de resistência
calculados segundo a metodologia de Olson Como observado nas Figuras 10, 11 e 12, o
(2001), são os mostrados a seguir: ajuste com a distribuição log-normal de três
parâmetros é o que melhor se adequa ao
histograma das razões de resistência não
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drenada de pico segundo a metodologia de predominante de cisalhamento. Os histogramas,


Olson (2001). A moda da distribuição log- com suas respectivas curvas de ajuste, são
normal de três parâmetros é dada pela equação mostrados nas figuras a seguir:
abaixo:
Razão de resistência não drenada - Sadrekarimi (2014)
Distribuição Normal
(µ−σ2 )
Moda(X) = θ + e (13) 25 Média 0,2388
DesvPad 0,01726
N 785
20
Onde μ (parâmetro de localização) é a média
lognormal da distribuição, σ o desvio padrão

ncia (%)
15

(parâmetro de escala) e θ é denominado


Freq
10
threshold (traduzido como “limite” pelo
Minitab 18). 5

0
Por conseguinte, o valor de projeto para a 0,204 0,216 0,228 0,240 0,252
Su(yield)/σ’vo
0,264 0,276 0,288

razão de resistência não drenada será a moda da


distribuição log-normal de três parâmetros, Figura 14 - Histograma com ajuste normal para a razão
dada por: de resistência não drenada de pico segundo a metodologia
de Sadrekarimi (2014)
Su (yield) 2 2
= eµ−σ + θ = e−3,913−(0,9931 ) +
σ′v0 Razões de resistência não drenada - Sadrekarimi (2014)
Distribuição Log - normal
0,2050 = 0,212 (14) 25 Loc -1,435
Escala 0,07057
N 785
20
O valor de resistênncia obtido usando o
percentil 20 da distribuição, sugerido por
ncia (%)

15

Popescu et al. (1997), é mostrado abaixo:



Freq

10

Curva de distribuição log-normal de três parâmetros - Olson yield (2001) 5

35
0,2
0
30 0,204 0,216 0,228 0,240 0,252 0,264 0,276 0,288
Su(yield)/σ'v0
Densidade de probabilidade

25

20 Figura 15 - Histograma com ajuste log-normal para a


15
razão de resistência não drenada de pico segundo a
metodologia de Sadrekarimi (2014)
10
Razões de resistência não drenada - Sadrekarimi (2014)
5
Distribuição Log - normal de 3 Parâmetros
25 Loc -4,393
Escala 1,040
0
0,214 Lim 0,2190
N 785
Su(yield)/(σ'vo) 20
ncia (%)

15
Figura 13 - Percentil 20 calculado para a distribuição log-
normal de três parâmetros

Freq

10

4.2 Método de Sadrekatimi (2014) 5

0
Para o método de Sadrekarimi (2014), como 0,22 0,24 0,26 0,28 0,30
Su(yield)/σ'v0
0,32 0,34 0,36

discutido no item 2, a razão de resistência não


drenada de pico foi obtida pela equação de Figura 16 - Histograma com ajuste log-normal de três
compressão, partindo da observação feita pelo parâmetros para a razão de resistência não drenada de
autor de que nos estágios iniciais da ruptura, pico segundo a metodologia de Sadrekarimi (2014)
vinculados ao gatilho do fenômeno de
liquefação estática, esse seria o modo Como pode ser observado nas Figuras 14 ,15
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e 16, o ajuste com a log-normal de três alto potencial à liquefação.


parâmetros é o que melhor se adequa ao A análise dos histogramas das razões de
histograma das razões de resistência não resistências não drenada mostrou que o ajuste
drenada de pico, para a metodologia de com a log-normal de três parâmetros é o que
Sadrekarimi (2014). A resistência adotada, melhor se adequa aos dados da sondagem CPTu
portando, será a moda da distribuição, dada por: estudada. Para esse ajuste a moda da
distribuição foi usada como valor da resistência
Su (yield) 2 2
de projeto. Essa metodologia apresentou boa
= eµ−σ + θ = e−4,393−(1,040 ) +
σ′ v0 conformidade com os resultados obtidos
0,2190 = 0,223 (15) considerando o percentil 20 das resistências não
drenadas, em conformidade com o sugerido por
O valor encontrado usando o percentil 20 da Popescu (1997) para areias fofas a
distribuição é mostrado na figura abaixo para medianamente compactas depositadas
evidenciar o bom ajuste com a resistência hidraulicamente. Segundo esse autor, esse valor
encontrada pela metodologia proposta: resulta em respostas de comportamento do solo
equivalentes às encontradas usando simulações
Curva de distribuição log-normal de três parâmetros - Sadrekarimi yield (2014)
60
estatísticas de Monte Carlo e, portanto, é o
0,2
valor sugerido para análises determinísticas.
50
O resumo dos valores obtidos utilizando a
Densidade de probabilidade

40 moda da distribuição log-normal de três


30
parâmetros e o percentil 20 da amostragem é
apresentado na Tabela 1 para as duas
20
metodologias utilizadas no trabalho:
10

Tabela 1 - Resumo das razões de resistência não drenada


0
0,224 de pico
Su(yield)/(σ'vo)

Razões de
Figura 17 - Percentil 20 calculado para a distribuição log- Sadrekarimi
resistência não Olson (2001)
normal de três parâmetros (2014)
drenada
Su(yield)/σ'v0 -
0,212 0,223
Moda
5 CONCLUSÃO
Su(yield)/σ'v0 –
0,214 0,224
Percentil 20
Antes de iniciar a análise de liquefação, o
material da sondagem foi estudado quanto à
presença de cimentação e estrutura, segundo a
REFERÊNCIAS
metodologia proposta por Robertson (2016).
Após efetuar essa verificação, ficou claro que o FEAR, Catherine E., and Peter K. ROBERTSON.
rejeito no qual foi executada a sondagem pode "Estimating the undrained strength of sand: a
ser classificado como “solo ideal”, para o qual theoretical framework." Canadian Geotechnical
as correlações empíricas desenvolvidas para o Journal 32.5 (1995): 859-870.
CPTu têm grande confiabilidade. JEFFERIES, M. and BEEN, K., 2006. Soil Liquefaction:
A análise da susceptibilidade à liquefação foi A Critical State Approach. CRC Press.
estudada por três métodos: metodologia de Fear
e Robertson (1995), sugerida por Olson (2001), MORGERSTERN, N. R., S. G. VICK, and B. D. Watts
metodologia de Robertson (2010) e usando o Fundão Tailings Dam Review Panel Report on the
Immediate Causes of the Failure of the Fundão Dam.
conceito de parâmetro de estado. Todas os (2016).
métodos empregados indicaram mais de 80% de
presença de material contrátil e, portanto, um
XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica
Geotecnia e Desenvolvimento Urbano
COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil
©ABMS, 2018

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