Primeiro: de igual modo procedei para com eles. Ou seja: se você espera recebe
respeito, demonstre respeito; se espera receber serviço, preste serviço. É uma
aplicação da regra áurea. Seja como for que os senhores esperam que seus escravos
se comportem para com eles, devem se comportar para com os seus escravos da
mesma maneira. Paulo não admite nenhuma superioridade privilegiada nos senhores,
como se eles mesmos pudessem deixar de mostrar a própria cortesia que desejam
receber.
SEGUNDO Quer dizer que não devem abusar da sua posição de autoridade, fazendo
ameaças de castigo. As ameaças, porém, são uma arma que os poderosos
empunham contra os indefesos. E um relacionamento baseado em ameaças não é
um relacionamento humano, de modo algum. Por isso, Paulo proibiu tal coisa.
Em terceiro lugar, a razão para estas exigências é que sabem que Jesus Cristo é
Senhor tanto do escravo como do senhor, e que para com ele não há acepção de
pessoas. Os senhores dos escravos estavam acostumados a serem lisonjeados e
bajulados, mas não deviam esperar (pois não receberiam) semelhante favoritismo
discriminatório da parte do Senhor Jesus Cristo. Assim sendo, os três princípios
visavam reduzir a lacuna cultural e social entre o escravo e seu dono.