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XANGÔ

Tudo que se refere a estudos, a justiça, demandas judiciais, ao direito, contratos, pertencem a xangô. Ambicioso, chega
ao poder destronando seu meio irmão ajaka. Passa, então, a reinar com autoritarismo e tirania, não admitindo que sua
atitudes fossem contestadas, o que possivelmente levou-o a cometer injustiças em suas decisões. Usa o poder do fogo
como seu símbolo de respeito. Galante e sedutor, desperta a paixão da divindade oya(esposa de ógum), uma de suas
três esposas - as outras são oxum e obá.

Circulam a seu respeito, às vezes contradições, mas todos são unânimes em reconhecer seu caráter violento e fogoso.
Mesmo se ignoradas em seus detalhes constatamos que sua magia profunda consiste em suprir a tempo os
acontecimentos que se superpõem, ao invés de desenrolarem-se ao longo tempo linear e irreversível, ao longo de um
tempo mensurável. Seu tempo não tem começo e nem fim, é um tempo reversível que supre sua duração.

Sàngó pode estar morto no rio e ao mesmo tempo estar vivo diante do rei. Está morto... e morto estar vivo. Nele as
oposições existem simultaneamente. Para o ser humano tal situação é ambígua e fora de lógica, dois termos
contraditórios excluem um ao outro na sincronia. Na lógica de SÀNGÓ os dois coexistem, pois ela é caracterizada pela
sincronia e pela interpolaridade. Mortal em seu corpo, imortal em sua essência, o OBA de BENIN é o único soberano de
dupla natureza: humana e divina.

"Xangô, como todos os outros imolè (orixás e ebora), pode ser descrito sob dois aspectos: histórico e divino."

Como personagem histórico,

Xangô teria sido o terceiro Aláàfìn Òyó, "Rei de Oyó", filho de Oranian e Torosi, a filha de Elempê, rei dos tapás, aquele
que havia firmado uma aliança com Oranian. Xangô cresceu no país de sua mãe, indo instalar-se, mais tarde, em Kòso
(Kossô), onde os habitantes não o aceitaram por causa de seu caráter violento e imperioso; mas ele conseguiu,
finalmente, impor-se pela força. Em seguida, acompanhado pelo seu povo, dirigiu-se para Oyó, onde estabeleceu um
bairro que recebeu o nome de Kossô. Conservou, assim, seu título de Oba Kòso, que, com o passar do tempo, veio a
fazer parte de seus oríkì. Dadá-Ajaká, filho mais velho de Oranian, irmão consanguíneo de Xangô, reinava então em Oyó.
Dadá é o nome dado pelos iorubás às crianças cujos cabelos crescem em tufos que se frisam separadamente. "Ele
amava as crianças, a beleza, e as artes; de caráter calmo e pacífico... e não tinha a energia que se exigia de um
verdadeiro chefe dessa época". Xangô o destronou e Dadá-Ajaká exilou-se em Igboho, durante os sete anos de reinado
de seu meio-irmão. Teve que se contentar, então, em usar uma coroa feita de búzios, chamada adé de baáyàni. Depois
que Xangô deixou Oyó, Dadá-Ajaká voltou a reinar. Em contraste com a primeira vez, ele mostrou-se agora valente e
guerreiro, voltou-se contra os parentes da família materna de Xangô, atacando os tapás.

Xangô, no seu aspecto divino,


Permanece filho de Oranian, divinizado porém, tendo Yamase como mãe e três divindades como esposas: Oya, Oxum e
Obá. Xangô é viril e atrevido, violento e justiceiro; castiga os mentirosos, os ladrões e os malfeitores. Por esse motivo, a
morte pelo raio é considerada infamante. Da mesma forma, uma casa atingida por um raio é uma casa marcada pela
cólera de xangô. O proprietário deve pagar pesadas multas aos sacerdotes do orixá que vêm procurar nos escombros os
èdùn àrá (pedra de raio) lançados por Xangô e profundamente enterrados no local onde o solo foi atingido. Esses èdùn
àrá (na realidade, machado neolíticos) são colocados sobre um pilão de madeira esculpida (odó), consagrado a Xangô.
Tais pedras são consideradas emanações de Xangô e contém o seu àse (axé), o seu poder. O sangue dos animais
sacrificados é derramado, em parte, sobre suas pedras de raio para manter-lhes a força e o poder. O carneiro, cuja
chifrada tem a rapidez do raio, é o animal cujo sacrifício mais lhe convém.

Fazendo-lhe também oferendas de amalá, iguaria preparada com farinha de inhame regada com um molho feito com
quiabos. É, no entanto, formalmente proibido oferecer-lhe feijões brancos da espécie sèsé. Todas as pessoas que lhe
são consagradas estão sujeitas à mesma proibição. Na Bahia, diz-se que exitem doze Xangôs: Dadá; Oba Afonjá;
Obalubé; Ogodô; Oba Kossô; Jakutá; Aganju; Baru; Oranian; Airá Intilé; Airá Igbonam, e Airá Adjaosi. Reina uma certa
confusão nessa lista, pois Dadá é irmão de Xangô; Oranian é seu pai, e Aganju, um de seus sucessores. Também na Bahia
acredita-se que Ogodô é originário do território Tapá, e que segura dois "oxés" quando dança, sendo o seu èdùn àrá
composto de dois gumes. Os Airá seriam Xangôs muito velhos, sempre vestidos de branco e usando contas azuis (segi)
em lugar de corais vermelhos, como os outros Xangôs. Ao que parece, teriam vindo da região de Savê.

O que notamos nesse primeiro período yorubano, é que na realidade, o que se fala de Sàngó, e a sua história nos
Candomblés do Brasil, e de outros acima descritos, é incorreto, levando os fiéis a crer em fatos irreais.

Inicialmente, averiguamos que Odùduwà é um Òrìsà funfun masculino e único, é o pai do povo yorubano e não uma
simples "qualidade" de Òrìsànlá ou seja, são divindades totalmente distintas, inclusive, não se suportavam, pelos fatos
vistos; e que também Ìyá Olóòkun, é um Òrìsà feminino e a Dona do Mar, portanto da água salgada, é quem governa os
oceanos e não o Òrìsà Yemojá, "Senhora do rio Yemojá e do rio Ògùn", divindade de água doce, e muito menos mãe de
Ògún e de outros filhos Òrìsà à ela atribuídos. Notar a acentuação diferente no nome do Òrìsà Ògún e do rio, pois são
palavras distintas.

Quanto a Sàngó, demonstramos que foi um mortal em sua vida no Àiyé, portanto quando morreu, tornou-se um egún,
pois seus pais eram mortais. O que ocorreu em sua vida, foi que uma de suas esposas, e a única que o acompanhou em
sua fuga de Oyó, era a divindade Oya, loucamente apaixonada por ele, e no instante de sua morte ela o pega com o seu
poder de Òrìsà e o conduz diretamente a Olódùmarè, e por insistência de Oya, Ele o "ressuscita" como uma divindade,
já que em vida, Oya, perdida de amores, ensina-lhe vários segredos dos Òrìsà, principalmente o segredo do fogo que
pertencia somente a Oya, que ela lhe ensina e lhe dá este poder e outros, por paixão.

Esta afirmação é facilmente notada, pois Sàngó é a única divindade do panteão que é assentada de forma material
completamente diferente, isto é, em madeira, numa gamela sobre um pilão, sua roupa ritual é composta de várias tiras
de panos, coloridas e soltas, caindo sobre as pernas, que lembra perfeitamente o tipo de roupa usada pelos Bàbá
Egúngún (ancestrais) e seu animal preferido para sacrifício é também o mesmo dos egún, dos mortos comum, o
carneiro; existe também outras minúcias, que aqui não cabe mencionar.

Nos Candomblés, citam Ajaká e Aganju como sendo "qualidades" de Sàngó, que agora sabemos isto não é possível, pois,
Ajaká é seu meio irmão e Aganju é filho de Dadá Ajaká, portanto seu sobrinho, notoriamente pessoas mortais e
completamente distintas, que fazem parte da família de Sàngó, mas não tiveram a honra de tornarem-se Òrìsà, mas são
ancestrais ilustres. Também no Brasil, faz-se uma cerimônia chamada de "Coroa de Dadá" ou "Adê Baiani". que a coroa
é levada ritualmente em uma charola durante as festas do ciclo de Sàngó chamada de Banni ou lyamasse, que
representa a mãe de Sàngó. Ora, sabemos que quem usou este ade foi, Ajaká, apelidado de Dadá, de quem Sàngó lhe
roubou o trono, e que a mãe de Sàngó foi Torosí, filha de Elémpe, rei dos Tapa, e que ela não tem nenhuma importância
teológica, somente histórica, por ter sido mãe de um Aláàfin.

Não estamos desmerecendo e nem tampouco desprestigiando o Òrìsà Sàngó, somente tentamos elucidar fatos
notoriamente conhecidos na terra dos Yorubas, sob os aspectos histórico, através da tradição oral, e divino que se
convergem e se conservam na grandiosidade de Sàngó.

NOTA* : Os mitos e/ou fatos relatados, são baseados em dados religiosos, por vezes dogmáticos, que pertencem ao
corpo da tradição oral yorubana. Sob o ponto de vista cientifico, são considerados parcialmente históricos, pois não são
dados comprovados por documentos e nem tampouco pela arqueologia, que pouco investiu, os "pouquíssimos"
artefatos que foram achados e datados pelo carbono 14, são de datas recentes, perto da longínqua História da
Civilização Yoruba. No contraponto, em nenhum momento afirmamos que não exista a História dos Yorubas, isto sim,
seria um absurdo afirmar. A tradição oral pode ser contraditória e a cronologia praticamente inexistente, pela forma
cultural dos yorubas mensurarem o tempo, mas jamais poderá ser negligenciada e nem tampouco rejeitada.

Qualidades:

- AGONJÚ

Quer dizer terra firme. Tem perna de pau e é casado com YEMONJA. É o filho mais novo de ORANNIAN e o preferido,
herdou sua fortuna. É o mais cruel é aquêle que leva o coração do inimigo na lança. É o SÀNGÓ amaldiçoado que matou
e comeu a própria mãe.

Na verdade foi o 6º Alafin de Oyo que viveu em 1.240 A.C., aproximadamente. Era sobrinho neto de SHANGO.

- BARU

Pega tempo e come com ÈSÙ. Dependendo da época este Òrìsá ora é BARU ora é ÌRÓKÒ. Tem caminhos com OYA
YÀTOPÈ . Não come quiabo nem amalá, come amendoim cozido e padê. Na África êle é chamado de maluco, pois
durante seu reinado fez muita besteira, motivo pelo qual os africanos não o raspam nem assentam. Não fazia
prisioneiros, matava todos.

Veste-se de marrom e branco e suas contas são iguais a roupa. Toca-se para ÈSÙ e SÀNGÓ.

BARU era muito destemido, mas quando comia quiabo, que êle gostava muito, dormia o tempo todo e por isto perdeu
muitas contendas, pois, quando acordava seus adversários já tinham voltado da guerra. Êle ficava indignado. Então
resolveu consultar um OLUÓ que lhe disse : Se é assim, deixe de comer quiabo - BARU perguntou : me diz o que comerei
no lugar do quiabo... Só folhas... Só folhas ? perguntou BARU - Sim, respondeu o OLUÓ, tem duas qualidades , uma se
chama oió e a outra xaná, são boas e gostosas como o quiabo. E BARU falou : - A partir de hoje, eu não comerei mais
quiabo.

- BADÈ

É o mais jovem VODUM da família do raio ( cujo chefe é KEVIOSSO ), corresponde ao SÀNGÓ jovem dos NAGO. É irmão
de LOKO. Usa roupa azul com faixa atada atras. Não fuma, não bebe nem fala. Um de seus animais prediletos é o
chicharro.

- OBAKOSSO

Perdeu os poderes mágicos de transportar-se da terra para o céu, enforcando-se num pé de OBI. Tem fundamentos com
ÈSÙ, ÉGÚN e OYA, devido a sua morte.

- AGODO

Muito ruim, brutal, inclinado a dar ordens e ser obedecido, foi ele quem raptou OBÁ. Come com YEMONJA

- AFONJÀ

É o dono do talismã mágico dado por OYA a mando de OBÀTÁLÁ. É aquêle que fulmina seus inimigos com o raio. Come
com YEMONJA, sua mãe.

- ALAFIN

É o dono do palácio real, o governante de OYO. Vem numa parte de ÒÒSÀÀLÀ e caminha com OSOGUIAN.

- OBÀ OLUBÈ

É muito orgulhoso, intratável e muito bruto. Come com OYA.

- OLO ROQUE

Seria o pai de ÒSUN OPARÀ. Tem fundamento com ÒSÓÒSÌ. Veste vermelho e branco ou marrom e branco.
- ALUFAN

É idêntico a um AYRÀ. Confundem êle com OSÀLÚFÓN. Veste branco e suas ferramentas são prateadas.

Lendas

... arrependido sango retorna a orun

Xangô era rei de oyó, terra de seu pai; já sua mãe era da cidade de empê, no território de tapa. Por isso, ele não era
considerado filho legítimo da cidade. A cada comentário maldoso xangô cuspia fogo e soltava faíscas pelo nariz. Andava
pelas ruas da cidade com seu oxé, um machado de duas pontas, que o tornava cada vez mais forte e astuto onde havia
um roubo, o rei era chamado e, com seu olhar certeiro, encontrava o ladrão onde quer que estivesse.
Para continuar reinando xangô defendia com bravura sua cidade; chegou até a destronar o próprio irmão, dadá, de uma
cidade vizinha para ampliar seu reino. Com o prestigio conquistado, xangô ergueu um palácio com cem colunas de
bronze, no alto da cidade de kossô, para viver com suas três esposas: oyá ( yansã ) amiga e guerreira; oxum, coquete e
faceira e obá, amorosa e prestativa.

Para prosseguir com suas conquistas, xangô pediu ao babalaô de oyó uma fórmula para aumentar seus poderes; este
entregou-lhe uma caixinha de bronze, recomendando que só fosse aberta em caso de extrema necessidade de defesa.
Curioso, xangô contou a yansã o ocorrido e ambos, não se contendo, abriram a caixa antes do tempo. Imediatamente
começou a relampejar e trovejar; os raios destruíram o palácio e a cidade, matando toda a população. Não suportando
tanta tristeza, xangô afundou terra adentro, retornando ao orun.

... contas de Sango

Quando Xangô pediu Oxum em casamento, ela disse que aceitaria com a condição de que ele levasse o pai dela, Oxalá,
nas costas para que ele, já muito velho, pudesse assistir ao casamento. Xangô, muito esperto, prometeu que depois do
casamento carregaria o pai dela no pescoço pelo resto da vida; e os dois se casaram. Então, Xangô arranjou uma porção
de contas vermelhas e outra de contas brancas, e fez um colar com as duas misturadas. Colocando-o no pescoço, foi
dizer a Oxum: "- Veja, eu já cumpri minha promessa. As contas vermelhas são minhas e as brancas, de seu pai; agora eu
o carrego no pescoço para sempre.

... contas de sango, uma outra visão

Sango, filho de Obatalá, era um jovem rebelde e vez por outra saía pelo mundo botando fogo pela boca, queimando
cidades e fazendo arruaça. Seu pai, Obatalá, era informado de seus atos, recebendo queixas de todas as partes da terra.
Obatalá alegava que seu filho era como era por não haver sido criado junto dele, mas que, algum dia, conseguiria
dominá-lo.
Certo dia, estando Sango na casa de Obá, deixou seu cavalo branco amarrado junto à porta da casa. Obatalá e Odudua
passaram por lá, viram o animal de Sango, e o levaram com eles. Ao sair, Sango percebeu o roubo e enfurecido saiu em
busca do animal, perguntando aqui e acolá. Chegando a uma vila próxima dali, informaram-lhe que dois velhos estavam
levando consigo seu animal, o que deixou Sango ainda mais colérico. Sango alcançou os dois velhos e ao tentar agredi-
los percebeu que eram Obatalá e Odudua. Obatalá levantou seu opaxorô (cajado) e ordenou: "Sangò kunlé, foribalé".
Sango desarmado atirou-se ao chão em total submissão à Obatalá.
Sango tinha consigo seu colar de contas vermelhas, que Obatalá arrebentou e misturou a elas suas contas brancas
dizendo: "Isto é para que toda a terra saiba que você é meu filho".
Daquele dia em diante Sango submeteu-se às ordens do velho rei.

... arrependido e justiceiro

SÀNGÓ recebeu das mãos de OLODUMARÈ, o Deus supremo, um pilão de prata que representa a união da terra, ÀIYÉ,
com o céu, ÒRUN, o plano paralelo a terra onde moram os Òrìsás. Nesta ocasião SÀNGÓ foi elevado a categoria de OBÁ
OYO, rei de OYO, passando a ser o quarto ALÁÀÁFÍN de OYO, sendo o único ser vivo a ter o privilégio de ir e vir da terra
para o céu para comunicar-se diretamente com ÒRÚNMÌLÀ, recebendo desse Òrìsá ordens e instruções para este
melhor orientar-se em suas decisões na terra. Após contar a ÒRÚNMÌLÀ tudo o que se passava na terra ele retornava
feliz , pois sabia que era de plena confiança desse Òrìsá. Como ser carnal ele foi possuído pela ambição, cometendo um
pecado imperdoável aos olhos de OLÓÒRUN que, por ser muito justo, jamais aceitou uma traição. SÀNGÓ tentou
apossar-se, definitivamente, do governo e dos poderes da terra e de todos os poderes que existiam no espaço.
OLODUMARÈ sabendo de tudo que se passava castigou-o, tomando-lhe o pilão que lhe dava o poder de transitar, vivo,
para o céu e o poder de governar os homens da terra. SÀNGÓ desgostoso e muito arrempendido dos atos que praticara
entrou em completo desespero, de joelhos, rogou perdão a todos os seres maiores, que lhe viraram as costas. Triste e
magoado subiu num monte existente em OYO e enforcou-se num pé de OBI , a nóz de cola , o pão de ÒÒSÀÀLÀ .

Porém SÀNGÓ não morreu, desapareceu, ficando o seu espírito entre os dois mundos paralelos a terra. OLÓÒRUN
começou a sentir a falta de seu servo, mesmo sabendo de sua traição, pois SÀNGÓ foi apedrejado por todos, pois nessa
época era a mais terrível das faltas. OLÓÒRUN pensou, pensou muito e tomou uma decisão, foi até OLODUMARÈ e
rogou-lhe perdão em nome de SÀNGÓ, pedindo-lhe trouxesse-lhe seu tão amado servo . OLODUMARÈ então concedeu
o perdão a SÀNGÓ, mas com uma condição, que não mais viesse como homem, mas sim como Òrìsá e que todas as
pedras que lhe foram atiradas servissem para ele castigar os mentirosoa, os ladrões e que fulminasse os traidores. E
assim foi feito. SÀNGÓ retornou a terra como Òrìsà e não mais como ARAYILE ( ser humano ) , representando assim, a
ira do próprio OLÓÒRUN contra os homens que se comportam mal na terra, passando a ostentar então um pilão de
duas bocas, a parte de baixo representando a terra e a de cima o céu, continuando, assim, a exercer o seu governo em
forma de Òrìsá. É proibido o uso de OBI em seus assentamentos, pois lembra a sua passagem de vida e de morte na
terra, tornando-se o OBI uma se suas grandes KIZILAS.

... Sango é condenado por Osalá comer como os escravos *

Airá, aquele que se veste de branco, foi um dia às terras do velho Oxalá para levá-lo à festa que faziam em sua cidade.
Oxalá era velho e lento, Por isso Airá o levava nas costas. Quando se aproximavam do destino, vira a grande pedreira de
Xangô, bem perto de seu grande palácio. Xangô levou Oxalufã ao cume, para dali mostrar ao velho amigo todo o seu
império e poderio. E foi lá de cima que Xangô avistou uma belíssima mulher mexendo sua panela. Era Oiá! Era o amalá
do rei que ela preparava!

Xangô não resistiu à tamanha tentação. Oiá e amalá! Era demais para a sua gulodice, depois de tanto tempo pela
estrada. Xangô perdeu a cabeça e disparou caminho abaixo, largando Oxalufã em meio às pedras, rolando na poeira,
caindo pelas valas. Oxalufã se enfureceu com tamanho desrespeito e mandou muitos castigos, que atingiram
diretamente o povo de Xangô.

Xangô, muito arrependido, mandou todo o povo trazer água fresca e panos limpos. Ordenou que banhassem e
vestissem Oxalá. Oxalufã aceitou todas as desculpas e apreciou o banquete de caracóis e inhames, que por dias o povo
lhe ofereceu. Mas Oxalá impôs um castigo eterno a Xangô. Ele que tanto gosta de fartar-se de boa comida.

Nunca mais pode Xangô comer em prato de louça ou porcelana. Nunca mais pode Xangô comer em alguidar de
cerâmica. Xangô só pode comer em gamela de pau, como comem os bichos da casa e o gado e como comem os
escravos.
Xangô

DIA: Quarta-Feira

CORES: Vermelho (ou marrom) e branco

COMIDA: Amalá

SÍMBOLOS: Oxés (machados duplos), Edún-Àrá, xerê

ELEMENTOS: Fogo (grandes chamas, raios), formações rochosas.

DOMÍNOS: Poder estatal, justiça, questões jurídicas.

SAUDAÇÃO: Kawó Kabiesilé!!

Nem seria preciso falar do poder de Xangô (Sòngó), porque o poder é a sua síntese. Xangô nasce do poder morre em

nome do poder. Rei absoluto, forte, imbatível. O prazer de Xangô é o poder. Xangô manda nos poderosos, manda em

seu reino e nos reinos vizinhos. Xangô é rei entre todos os reis. Não existe uma hierarquia entre os orixás, nenhum

possui mais axé que o outro, apenas Oxalá, que representa o patriarca da religião e é o orixá mais velho, goza de

certa primazia. Contudo, se preciso fosse escolher um orixá todo-poderoso, quem, senão Xangô para assumir esse

papel?

Xangô gosta dos desafios, que não raras vezes aparecem nas saudações que lhe fazem seus devotos na África. Porém

o desafio é feito sempre para ratificar o poder de Xangô.

A maneira como todos devem se referir a Xangô já expressa o seu poder. Procure imaginar um elefante, mas um

Elefante-de-olhos-tão-grandes-quanto-potes-de-boca-larga: esse é Xangô e, se o corpo do animal segue a proporção

dos olhos, Xangô realmente é o Elefante-que-manda-na-savana, imponente, poderoso.

Percebe-se que a imagem de poder está sempre associada a Xangô. O poder real, por exemplo, lhe é devido por ter

se tornado o quarto alafim de Òyó, que era considerada a capital política dos iorubas, a cidade mais importante da

Nigéria. Xangô destronou o próprio meio-irmão Dadá-Ajaká com um golpe militar. A personalidade paciente e

tolerante do irmão irritavam Xangô e, certamente, o povo de Òyó, que o apoiou para que ele se tornasse o seu

grande rei, até hoje lembrado.


O trono de Òyó já pertencia a Xangô por direito, pois seu pai, Oranian, foi fundador da cidade e de sua dinastia. Ele

só fez apressar a sua ascensão. Xangô é o rei que não aceita contestação, todos sabem de seus méritos e

reconhecem que seu poder, antes de ser conquistado pela opressão, pela força, é merecido. Xangô foi o grande

alafim de Òyo porque soube inspirar credibilidade aos seus súbditos, tomou as decisões mais acertadas e sábias e,

sobretudo, demonstrou a sua capacidade para o comando, persuadindo a todos não só por seu poder repressivo como

por seu senso de justiça muito apurado.

Não erram, como se viu, os que dizem que Xangô exerce o poder de uma forma ditatorial, que faz uso da força e da

repressão para manter a autoridade. Sabe-se, no entanto, que nenhuma ditadura ou regime despótico mantém-se

por muito tempo se não houver respaldo popular. Em outros termos, o déspota reflecte a imagem de seu povo, e este

ama o seu senhor, seja porque nos momentos de tensão responde com eficiência, seja por assumir a postura de um

pai. No caso de Xangô, sua rectidão e honestidade superam o seu carácter arbitrário; suas medidas, embora

impostas, são sempre justas e por isso ele é, acima de tudo, um rei amado, pois é repressor por seu estilo, não por

maldade.

Fato é que não se pode falar de Xangô sem falar de poder. Ele expressa autoridade dos grandes governantes, mas

também detém o poder mágico, já que domina o mais perigoso de todos os elementos da natureza: o fogo. O poder

mágico de Xangô reside no raio, no fogo que corta o céu, que destrói na Terra, mas que transforma, que protege, que

ilumina o caminho. O fogo é a grande arma de Xangô, com a qual castiga aqueles que não honram seu nome. Por

meio do raio ele atinge a casa do próprio malfeitor.

Xangô é bastante cultuado na região de Tapá ou Nupê, que, segundo algumas versões históricas, seria terra de

origem de sua família materna.

Tudo que se relaciona com Xangô lembra realeza, as suas vestes, a sua riqueza, a sua forma de gerir o poder. A cor

vermelha, por exemplo, sempre esteve ligada à nobreza, só os grandes reis pisavam sobre o tapete vermelho, e

Xangô pisa sobre o fogo, o vermelho original, o seu tapete.

Xangô sempre foi um homem bonito extremamente vaidoso, por isso conquistou todas a mulheres que quis, e, afinal,

o que seria um ‘olhar de fogo’senão um olhar de desejo ardente? Quem resiste ao olhar de “flirt” de Xangô?

Xangô era um amante irresistível e por isso foi disputado por três mulheres. Iansã foi sua primeira esposa e a única

que o acompanhou em sua saída estratégica da vida. È com ela que divide o domínio sobre o fogo.

Oxum foi à segunda esposa de Xangô e a mais amada. Apenas por Oxum, Xangô perdeu a cabeça, só por ela chorou.

A terceira esposa de Xangô foi Oba, que amou e não foi amada. Oba abdicou de sua vida para viver por Xangô, foi

capaz de mutilar o seu corpo por amor o seu rei.

Xangô decide sobre a vida de todos, mas sobre a sua vida (e sua morte) só ele tem o direito de decidir. Ele é mais

poderoso que a morte, razão pela qual passou a ser o seu anti-símbolo.

Características dos filhos de Xangô

É muito fácil reconhecer um filho de Xangô apenas por sua estrutura física, pois seu corpo é quase sempre muito

forte, com uma quantidade razoável de gordura, apontando a sua tendência à obesidade; mas a sua boa constituição

óssea suporta o seu físico avantajado. Há também os magros e muito elegantes.

Com forte dose de energia e auto-estima, os filhos de Xangô têm consciência de que são importantes e respeitáveis,

portanto quando emitem sua opinião é para encerrar definitivamente o assunto. Sua postura é sempre nobre, com a

dignidade de um rei. Sempre andam acompanhados de grandes comitivas; embora nunca estejam sós, a solidão é

um de seus estigmas.
Conscientemente são incapazes de ser injustos com alguém, mas um certo egoísmo faz parte de seu arquétipo. São

extremamente austeros (para não dizer sovinas), portanto não é por acaso que Xangô dança alujá com a mão

fechada. Gostam do poder e do saber, que são os grandes objectos de sua vaidade.

São amantes vigorosos, em seu lado negativo, pobre das mulheres cujos maridos são de Xangô. Um filho de Xangô

está sempre cercado por amigos, auxiliares, no caso de governantes, empresários, mas a tendência é que aqueles

que decidem ao seu lado sejam sempre homens.

Os filhos de Xangô são obstinados, agem com estratégia e conseguem o que querem. Tudo que fazem marca de

alguma forma sua presença; fazem questão de viver ao lado de muita gente e têm pavor de ser esquecido, pois,

sempre presentes na memória de todos, sabem que continuarão vivos após a sua ‘retirada estratégica’.
Conheça Algumas Da Qualidades Do Orixá Xangô, Quais São Cultuados Dentro Do Candomblé,

Podendo Ser No Jejê, Ketu, Nagô, Angola (Estão Um Pouco Sobre Cada Caminho Do Orixá Xangô

Este orixá é muito respeitado em diversos cultos ao Orixá, tido como Rei ele era também muito temido
entre os Obá (rei), sua saudação é Oba ni xê kao, kabiesile!
Alufan: É idêntico a um Airá. Confundido com Oxalufan. Veste branco e suas ferramentas são prateadas.

Alafim: É o dono do palácio real, governante de Oyó. Vem numa parte de Oxalá e caminha com Oxaguian.

Afonjá: É o dono do talismã mágico dado por Oyá a mando de Obatalá; é aquele que fulmina seus inimigos
com o raio. Come com Yemanjá sua mãe. Patrono de um dos terreiros mais tradicionais e antigos da Bahia,
o Axé Opô Afonjá, é o Xangô da casa real de Oyó. Nesse avatar Xangô Afonjá é aquele que está sempre
em disputa com Ogsputa comum. Um dos mitos que relata tal passagem nos conta que Afonjá
e Ogum sempre lutaram entre si, ora disputando o amor da mãe, Iemanjá, ora disputando o amor de suas
eternas mulheres, Oyá, Oxum e Oba.

Aganju: Significa terra firme. Tem perna de pau e é casado com Yemanjá. É o filho mais novo de Oranian.
É o mais cruel, é aquele que leva o coração do inimigo na ponta da lança, é o Xangô amaldiçoado que
matou e comeu a própria mãe.

Agogo / Agodo / Ogodo: Muito ruim e brutal, inclinado a dar ordens e a ser obedecido, foi ele quem raptou
obá. Come com Yemanjá. Neste caminho; Xangô segura dois Oxês (machados). Sendo o seu èdùn àrà
composto de dois gumes e é originário de Tapá. É aquele que, ao lançar raios e fogo sobre seu próprio
reino, e o destrói.

Baru: Veste-se de marrom e branco. Conta o mito em que Xangô recebe de Oxalá um cavalo branco como
presente. Com o passar do tempo, Oxalá voltou ao reino de Xangô Baru, onde foi aprisionado, passando
sete anos num calabouço. Calado no seu sofrimento, Oxalá provocou a infertilidade da terra e das
mulheres do reino de Baru. Mas Xangô Baru, com a ajuda dos babalawos, descobriu seu pai Oxalá preso
no calabouço de seu palácio. Naquele dia, ele mesmo e seu povo vestiram-se de branco e pediram perdão
ao grande orixá da criação, terminando o ato com muita festa e com o retorno de Oxalá a seu reino. Assim
seus descendentes míticos agirão sempre como um jovem desconfiado, ambicioso, elegante, teimoso,
hospitaleiro, galante; neste avatar, e somente neste, Xangô surge como um rei humilde e solidário com a
causa de seu povo.

Badè: É o mais jovem vodum da família do raio, cujo chefe é Keviosso, corresponde ao Xangô jovem dos
nagos. É o irmão de Loko. Usa roupa azul com faixa atada atrás.
Jakuta: É aquele que atira as pedras, é a encarnação dos raios e trovões. É a própria ira de Olorun, o
Deus criador. É o senhor do edun-ará, a pedra de raio. Conta o mito que o reino de Jacutá foi atacado por
guerreiros de povos distantes, num dia em que seus súditos descansavam e dançam ao som dos
tambores. Houve muita correria, muita morte, muitos saques. Jacutá escapou para a montanha seguido
de seus conselheiros, donde apreciava o sofrimento de seu povo. Irado, o rei chamou sua mulher Iansã,
que, chegando com o vento, levou consigo a tempestade e seus raios. Os raios de Iansã caíram como
pedras do céu, causando medo aos invasores, que fugiram em debandada. Mais uma vez, Jacutá fora
acudido por Iansã, e mais, sua eterna amante deu-lhe, dessa feita, o poder sobre as pedras de raio, o
edun-ará. Gente de Jacutá tem espírito de um velho pensador, justiceiro, incansável, brutal, colérico,
impiedoso, preocupado com a causa dos outros.

Koso ou Obacossô: Em sua passagem pela cidade de Kossô, Xangô recebe o nome de Obacossô, ou
seja, o rei de Kossô. Conta o mito que, depois de passar pela terra dos tapas, Xangô refugiou-se na cidade
de Kossô, mas a dor de haver destruído seu povo, levou o rei a suicidar-se. No momento da morte de
Xangô, Iansã chegou ao Orum e, antes que Xangô se tornasse um Egun, pediu a Olodumare que o
transforme num orixá. Assim Xangô foi feito orixá pelo pedido de sua mulher Yansã. Os filhos de Obacossô
são serenos, tiranos, cruéis, agressivos, severos, amorosos, moralistas.

Oranifé: É o justiceiro, reto e impiedoso, que mora na cidade de ifé.


Tapa: É muito conhecido pelo seu temperamento imperioso e viril. Não perdoa os erros de seus filhos.

Airá Intile: É o filho rebelde de Obatalá. Airá Intilé foi um filho muito difícil, causando dissabores a Obatalá.
É dele o mito que conta a primeira vez que Airá Intilé se submeteu a alguém. Airá tinha sempre ao pescoço
colares de contas vermelhas que Obatalá desfez e alternou as contas encarnadas com as contas brancas
dos seus próprios colares. Obatalá entregou a Intilé o seu novo colar, vermelho e branco. Daquele dia em
diante, toda terra saberia que ele era seu filho. E para terminar o mito, Obatalá fez com que Airá Intilé o
levasse de volta ao seu palácio pelo rio, carregando-o em suas costas. Neste caminho, Airá Intilé dá aos
seus filhos um ar altivo e de sabedoria, prepotente, equilibrado, intelectual, severo, moralista, decidido.

Airá Igbonam (Agoynham) ou Ibonã: É considerado o pai do fogo, tanto que na maioria dos terreiros, no
mês de junho de cada ano, acontece a fogueira de Airá, rito em que Ibonã dança sempre acompanhado
de Iansã, dançando e cantando sobre as brasas escaldantes das fogueiras.

Airá Mofe, Osi ou Adjaos: É o eterno companheiro de Oxaguiã.


Alguns constam ainda Oranian, que seria seu pai; Dadá seu irmão, Aganju um dos seus sucessores,
Ogodo que segura dois oxés, sendo o seu èdùn àrà composto de dois gumes e é originário de tapá; Os
Airá seriam muito velhos, sempre vestidos de branco e usando segi (contas azuis) em lugar dos corais
vermelhos, e seriam originários da região de Savê.

Existe também opinião formada por muitos, baseada na mitologia e nas diversas fontes sobre as origens
de Xangô, que Oranian seria seu pai; Dadá seu irmão, Aganju um dos seus sucessores, e Ogodo, o que
segura dois oxés, sendo o seu èdùn àrà composto de dois gumes e é originário de tapá.

Os Airá são as qualidades de Xangô muito velhos, sempre vestidos de branco e usando segi (contas azuis)
em lugar dos corais vermelhos, e serão originários da região de Savê. Há no entanto actualmente quem
considere que Airá seria um Orixá diferente e não uma qualidade de Xangô. Esta questão requer ainda
algum estudo e pesquisa séria.

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