Membros docentes:
Anna Beatriz Paula (Co-coordenadora, DELEM)
Horários
Manhã: 08:30
Tarde: 14:00
Noite: 20:30
SEGUNDA-FEIRA, 07/05
COMUNICAÇÕES COORDENADAS
Coordenada 1:
Título: Animais geneticamente modificados na trilogia MaddAddam de Margaret
Atwood
Autor: Ariani Corrêa Barbosa
Resumo: No presente trabalho analisamos três romances da escritora canadense Margaret
Atwood que juntos formam a trilogia MaddAddam: Oryx and Crake (2003), The year of
the flood (2009) e MaddAddam (2013). Eles se enquadram no gênero da ficção científica
distópica, ou, no mais recente, ficção especulativa, como evoca a própria autora. Essas
obras apresentam um mundo que foi assolado por uma pandemia letal. Os poucos
humanos que restaram se encontram agora em uma luta pela sobrevivência. Animais e
outros seres geneticamente modificados para diversas finalidades são peças importantes
do cenário. Na medida em que o discurso literário reflete a euforia e as fobias dos
respectivos discursos científicos e tecnológicos contemporâneos (MOHR, 2015, p. 285),
buscamos ler a obra para mostrar o seu engajamento com questões ecológicas e
biotecnológicas, como o aquecimento global e a modificação de espécies. As análises
foram conduzidas com o foco na relação entre civilização e animalidade e, sobretudo, na
representação de animais geneticamente modificados nas obras. A trilogia, ao dramatizar
e criticar os prejuízos ambientais causados pelo consumo excessivo, o materialismo
exacerbado e a superpopulação, leva os leitores a experimentar as implicações éticas e
ambientais de certos tipos de tecnologia e modos de vida atual.
Coordenada 1:
Título: Da língua como sistema aos sistemas adaptativos complexos: o caso da polidez
Autor: Daniela Cristina Dias Menezes
Resumo: Ao considerar a língua como sistema de signos, cujos valores são definidos em
oposição a outros elementos, Saussure (1916) delimita o objeto de estudo da Linguística
como algo concreto, passível de observação e categorização. A complexidade do sistema
e a infinidade de elementos que o compõem é o que garante a sua estabilidade. Saussure
admite, porém, um paradoxo: a mudança linguística sempre ocorre em meio à
estabilidade. A abordagem conhecida como Sistemas Adaptativos Complexos se propõe
a entender exatamente o paradoxo identificado por Saussure. Os sistemas complexos são
sistemas dinâmicos cuja configuração é capaz de mudar com o tempo e apresentam as
seguintes propriedades: 1) presença de constituintes interagindo de forma não linear; 2)
interdependência entre os constituintes do sistema; 3) presença de estrutura ramificada
em escala; 4) capacidade de produzir comportamento emergente. Neste trabalho,
levantamos a hipótese de que a polidez linguística é construída em interações
comunicativas pela manipulação de aspectos prosódicos, estrutura gramatical e seleção
de vocábulos. Mostramos então que uma análise que não busque relações lineares de
causa e efeito entre cada variável e o comportamento polido/impolido, mas que contemple
as regularidades presentes nos comportamentos observados, pode chegar a conclusões
mais abrangentes sobre o fenômeno em estudo.
Coordenada 2:
Título: Investigando a produção de taps e laterais por imigrantes haitianos aprendizes de
PB
Autor: João Victor Schmicheck
Resumo: As peculiaridades sobre o processo de aquisição de Português Brasileiro (PB)
por estrangeiros, mais especificamente de imigrantes haitianos refugiados no Brasil, é o
tema de trabalhos como o de Schmicheck (2017) e Albuquerque e Alves (2017). Com
foco na produção, Schmicheck investiga a aquisição da oposição entre o tap e a lateral
alveolar, que resulta na distinção de significado em pares como “cora” e “cola”. A
pesquisa tem este recorte pois os haitianos apresentam grandes dificuldades com a
oposição tap/lateral durante aulas de PB, como aponta Silva (2015). Essa dificuldade,
segundo Cadely (2004, apud SILVA, 2015), é originada pelo fato de que o tap é
inexistente no inventário consonantal do Kreyòl, L1 desses falantes. Assim, o primeiro
contato com esse som pode estar acontecendo durante o aprendizado de PB. Sendo assim,
através da gravação de fala em contexto de leitura com quatro imigrantes haitianos, este
trabalho propõe uma investigação do processo de aquisição do tap. As análises foram
conduzidas considerando algumas questões individuais de cada informante – como o
tempo de residência no Brasil e de aprendizado de PB, nível de escolaridade,
conhecimento de uma L2/L3 e outras informações extralinguísticas, pois elas podem
influenciar a aquisição de PB. Os dados apontaram para uma grande variabilidade na
produção, tanto intra quanto inter-sujeito. Ou seja, os resultados não foram categóricos,
pois os informantes não produziram apenas laterais em substituição aos taps, mas também
aproximantes, fricativas e sons híbridos em contextos diferentes. Portanto, através desses
resultados, esta pesquisa propõe que se passe a olhar a aquisição de PB por estrangeiros
como um sistema adaptativo complexo. Afinal, como afirma Lessmann (2017), as
pesquisas cujos dados apontam para resultados dinâmicos - onde diversas variáveis estão
em interação - não são abarcadas por paradigmas que buscam respostas categóricas para
os fatos da língua.
Coordenada 3:
Título: Análise acústica do rótico vibrante em início de palavra na fala de moradores de
Rebouças e Irati-PR
Autor: Marcio Cotovicz
Resumo: Esta pesquisa faz parte de um projeto de mestrado em andamento e tem como
objetivo verificar o comportamento da produção do rótico vibrante (início de palavra) em
contextos vocálicos diferentes: / a - i /. A proposta apoia-se no DAC model, de Recasses,
Pallarès e Fontdevila (1997), que prevê diferentes graus de resistência articulatória a
depender do envolvimento dos articuladores na formação de uma oclusão ou constrição.
Dados de Recasens e Pallarès (1997) apontam à predominância de coarticulação
antecipatória na produção da vibrante, que estaria relacionada a uma rigorosa exigência
na produção desse som em onset. A hipótese é de uma tendência de sons vibrantes em
contexto de /a/ e espirantizações em /i/. A justificativa se dá pelo fato de que a vibrante é
produzida com movimentos articulatórios antagônicos com relação a vogal /i/, o que não
se verifica com /a/ (RECASENS e PALLARÈS,1997). Vale destacar que a vibrante
impõe exigências estritas à sua produção, sendo bastante sensível às variações nas
condições articulatórias e aerodinâmicas (SOLÉ, 2002), que podem ser implicadas por
fenômenos coarticulatórios. Assim, um experimento piloto foi rodado para aferir a
metodologia adotada pela pesquisa. Dados da fala de dois participantes (masculino) foram
gravados por meio de dois instrumentos de coleta (sentenças-veículo e narrativa curta)
que têm como objetivo questionar se a natureza do método influência na produção do
som e, consequentemente, nos resultados de uma análise. Resultados preliminares
dialogam com a hipótese levantada: há uma tendência maior de vibrantes em /ra/ e
espirantizações em /ri/, nos dados de sentenças-veículo, e predominância de
espirantizações em /ri/ e /ra/, nos dados coletados por narrativa. É importante destacar
que há grande variabilidade nas produções, tanto nos sons que tendem a vibrante quanto
naqueles espirantizados. Essa variabilidade só é passível de ser tratada caso se adote um
modelo dinâmico de análise (CLEMENTE, 2009; SILVA, 2002).
Coordenada 4:
Título: Continuando as investigações do tap em final de sílaba: um experimento piloto
Autor: Matheus Henrique Germano
Resumo: Estudos fônicos, sob a luz da análise acústica da fala, revelaram uma
peculiaridade sobre o tap: esse rótico precisa estar inserido entre dois sons com
características de vogal para ser realizado (NISHIDA, 2009; SILVA, 1996). Nessa
perspectiva, para o português brasileiro, Clemente (2005) verificou a produção de um
elemento vocálico com características de vogal neutra à direita do rótico em final de sílaba
e palavra. Esse fenômeno, ainda pouco estudado, não é previsto fonologicamente e não é
percebido auditivamente. Diante disso, propomos dar continuidade às investigações sobre
o tap em final de sílaba, tanto em meio quanto em final de palavra. Em determinado
momento do estudo, deparamo-nos com um problema no que concerne a coleta de dados:
Clemente (op. cit.) relata que é difícil encontrar falantes que produzem o tap em final de
sílaba em Curitiba. À vista disso, em um primeiro momento, desconsideramos essa cidade
para conduzir as coletas de dados. Assim, desenvolvemos um experimento piloto baseado
na leitura de uma narrativa, visando a identificação de falantes que produzem o rótico na
posição estudada. Aplicamos esse experimento na cidade de Timbó (SC), situada na
microrregião de Blumenau, onde coletamos os dados da fala de 3 indivíduos em ambiente
acusticamente tratado. Para escolher essa cidade, consideramos: 1) o levantamento de
Brescancini & Monaretto (2008) revela que em Blumenau a variante rótica mais
produzida em final de sílaba é o tap; 2) a impressão auditiva do pesquisador, que residia
na cidade. Uma primeira verificação dos dados, feita de oitiva, aponta para a confirmação
de que os falantes de Timbó produzem o tap no contexto estudado. Entretanto, ainda
precisamos realizar a análise acústica do material, em vista de trabalhos como o de Gregio
(2008): os mesmos dados que a abordagem de oitiva apontou para a produção de tap, a
análise acústica revelou que, na verdade, tratava-se de aproximante.
Coordenada 5:
Título: Aquisição de francês como L3 sob uma perspectiva dinâmica
Autor: Priscila Rabanéa
Resumo: Este projeto visa investigar a aquisição do francês como L3 por parte de falantes
nativos de português brasileiro (PB) que possuam o inglês como L2. A ideia central é
demonstrar a ocorrência de atrito linguístico na fala de informantes brasileiros que vivem
na França - i.e., a influência que as línguas exercem umas sobre as outras no que diz
respeito à produção oral de um sujeito que se encontra em contexto de “imersão
linguística” (SCHMID, 2011), de modo que é possível perceber marcas do português e
do inglês na produção do francês, por exemplo. O enfoque principal está na influência de
L2 e L3 sobre a L1, tema que apenas recentemente passou a ser explorado no país - motivo
pelo qual o projeto tem como base a tese pioneira de doutorado de Felipe Flores Kupske
(2016), que estuda o atrito entre português e inglês na produção das oclusivas surdas /p/,
/t/ e /k/. Sendo este o primeiro semestre da pesquisa, o foco está na revisão e organização
de material bibliográfico que embase a pesquisa e que auxilie na adoção de hipóteses
adequadas a serem aplicadas nas próximas etapas do projeto, como a diferenciação entre
os conceitos “segunda língua” e “língua estrangeira”, realizada por Catherine Best e
Michael Tyler (2007), e a inserção de um breve questionário que abarque as possíveis
questões sociolinguísticas a serem sanadas ao longo da pesquisa (GEWEHR-BORELLA,
2014; KUPSKE, 2016). Esta revisão e as conclusões tiradas a partir desse processo serão
apresentadas na comunicação, assim como aquilo que será realizado no segundo semestre
da pesquisa.
Coordenada 6:
Título: Estudo comparativo de métodos de coleta acústica: Sentenças-veículo versus
Narrativas
Autor: Rebeca Lessmann
Resumo: A coleta de dados de fala é parte essencial dos experimentos em Fonética
Acústica e a utilização de métodos como sentenças-veículo e narrativas para esse fim é
comum nos estudos da área, como em Meneses (2016; 2012), Dubiela (2016) e
Schmicheck (2017). No entanto, ainda que presentes e mencionados pelos trabalhos,
poucos - ou nenhum - estudos em Fonética Acústica debruçam-se exclusivamente sobre
questões metodológicas. Ainda assim, estudos como os de Serra (2009) e de Miranda et
al. (2017), nas áreas da variação estilística e da prosódia, respectivamente, concluem que
diferentes métodos de coleta de dados de fala influenciam na produção de aspectos
fonético-fonológicos. Para contribuir com os estudos sobre métodos de coleta de dados
em Fonética Acústica, propomos este trabalho. Para tanto, elaboramos e aplicamos um
teste de produção, composto pela leitura de sentenças-veículo e de duas narrativas curtas,
nas quais foram inseridas palavras-alvo alternando as três vogais átonas finais do
Português Brasileiro (PB). O teste foi rodado com cinco informantes do sexo feminino
naturais de Curitiba (PR). Esta é uma comunicação dos resultados parciais que
constituirão o meu Trabalho de Conclusão de Curso. Portanto, o apagamento das vogais
átonas finais será o evento linguístico sobre o qual baseamos nossa análise dos dados,
averiguando se as escolhas metodológicas influenciam, ou não, na produção desses sons
da fala.
Coordenada 1:
Título: Paper, color and smell: symbols behind “The Yellow Wall-Paper”, by Charlotte
Perkins-Gilman
Autor: Maria Luíza Ziareski
Resumo: This paper aims at analyzing a few of the symbols present in “The Yellow Wall-
Paper”, a short story written by Charlotte Perkins-Gilman, in order to establish a
relationship between the meaning of the symbols and the depressive condition of the
narrator. For this purpose, this paper gathers assumptions from the psychological theory
developed by Carl G. Jung in his book Man and his symbols regarding the connection
between the conscious and the unconscious and from Jean Chevalier’s Dictionary of
Symbols, among some other references which will be mentioned throughout the paper.
Coordenada 2:
Título: Representation of hegemony in the short story The yellow wall-paper
Autor: Thaina Caroline Frankiw
Resumo: Nesta comunicação será apresentado um estudo em que o conto “The Yellow
Wall-Paper”, escrito por Charlotte Perkins Gilman em 1892, foi analisado através da
abordagem de análise do discurso crítica de Fairclough (1992), especificamente, através
do modelo tridimensional que ele propõe. A escolha da teoria foi feita em razão do caráter
autobiográfico da história, o qual cria um paralelo com o contexto histórico de produção
do conto, elucidando as problemáticas sociais contra as quais Gilman costumava lutar. A
conclusão feita foi que Gilman atingiu o principal objetivo da análise do discurso crítica:
causar mudança na sociedade. Ao longo da comunicação será possível observar e
compreender como a escritora conseguiu tal façanha.
Coordenada 1:
Título: A literatura e o jornalismo na obra de Benjamim Costallat na década de 1920
Autor: Ana Carolina Bendlin Gonzalez
Resumo: O trabalho em questão tem como objetivo fazer uma análise comparativa entre
as produções ficcional e jornalística de Benjamim Costallat na década de 1920. Para isso,
serão analisados os romances Mademoiselle Cinema (1923) e Gurya (1929), além do livro
de crônicas Mistérios do Rio (1924). A análise comparativa será realizada com base em
dois aspectos: temático e estilístico. No trabalho, será mostrada a influência do jornalismo
na produção literária do autor em relação a esses dois aspectos, principalmente no que se
refere aos primeiros dois livros, destacando os pontos de convergência entre os dois
gêneros (romance e crônica), mas também as diferenças entre eles, além da evolução da
obra de Costallat ao longo dos anos, com a inclusão na pesquisa do romance Gurya,
publicado já no final da década de 1920.
Coordenada 2:
Título: O caso de Julia Lopes de Almeida
Autor: Claudia Daniele Blum Santana
Resumo: A pesquisa se desenvolve a partir de A isca, uma obra ainda pouco estudada de
Julia Lopes de Almeida, que foi uma escritora de grande destaque em sua época, não
apenas pelo seu grande volume de publicações, mas também pelo seu sucesso com o
público. Entre publicações de romances, peças, crônicas, contos, ela, em 1922, publica o
livro de novelas que será aqui analisado. Nesse livro, são temas: casamento, prostituição
(de forma muito velada), adultério, papéis sociais cabíveis a uma mulher solteira naquela
época, dinheiro, identidade, entre outros. Tenta-se, assim, abordar uma produção literária
do pré-modernismo, estudando em que aspectos essa obra se aproxima (e se distancia)
das tradições desse movimento, analisando não apenas a importância desse livro, mas
também a importância de Julia Lopes de Almeida. Além disso, procura-se compreender
como a história editorial da autora auxiliou na sobrevivência de muitas de suas obras,
uma vez que publicou sempre por editoras muito importantes do período e teve várias
obras reeditadas ao longo, principalmente, da década de 1910, demonstrando seu sucesso
com o público leitor daquele momento. Por fim, é lançado um olhar sobre à crítica literária
que a estudou, inclusive a historiadora, e também romancista, Lucia Miguel-Pereira.
Coordenada 3:
Título: As funções do prefácio no livro Contos de Malba Tahan (1925)
Autor: Daniele Maria Castanho Birck
Resumo: Em 1925, Ali Yezid Ibn-Abul Izz-Eddin Ibn-Salin Hank Malba Tahan,
pseudônimo de Júlio César de Mello e Sousa, publicou sua primeira coletânea intitulada
Contos de Malba Tahan. Este trabalho tem como objetivo analisar a função do prefácio
da primeira edição da obra em questão de acordo com o modelo teórico proposto por
Gérard Genette no livro Paratextos editoriais (2009).
Coordenada 4:
Título: A prosa literária de 1920: o caso de Afrânio Peixoto
Autor: Jessica Rafaela Lima Paniagua
Resumo: O trabalho busca, como ponto de partida, analisar aspectos da obra de Afrânio
Peixoto editada no período de 1920 a 1929, especificamente nos romances Fruta do mato,
de 1920 e Bugrinha, de 1922. Serão abordados alguns aspectos tidos como principais, tais
como: o papel das mulheres, que nesses romances giram como eixo principal; a estrutura
geral do romance, analisando não somente os protagonismos, mas também personagens
secundários, porém, não menos importantes.
Coordenada 5:
Título: Aspectos da obra de Dyonelio Machado a partir de Um pobre homem (1927)
Autor: Luana Gruk Uesler
Resumo: A minha pesquisa analisa a prosa de ficção de 1920 do autor Dyonelio
Machado, mais especificamente da obra Um pobre homem: contos, de 1927. O livro é
composto por 16 contos que tratam da expressão humana diante de acontecimentos
corriqueiros e que trazem em sua essência, pobres homens, em um sentido individual,
quando retratam personagens unos. No entanto, em um sentido amplo, se analisarmos a
obra em conjunto, homens que sofrem de várias maneiras, seja por incumbências da vida
moderna ou de males psicológicos. Ou apenas uma visão sobre o homem moderno, um
reflexo da sociedade de então, e seus apuros.
Coordenada 2:
Título: Redimensionando a Prática de Ensino de Língua Estrangeira Moderna: Polonês
Autor: Maria da Luz Stroka Benfatto
Resumo: Pretendo relatar aqui a minha experiência como voluntária no Projeto
“Redimensionando a Prática de Ensino de Língua Estrangeira Moderna: Polonês”, em
andamento desde 2017. Primeiro, busquei contato junto a Escola Municipal Maria Clara
Tesseroli para minha prática pedagógica, e, mediante várias tentativas infrutíferas, decidi
acompanhar as aulas de polonês para crianças descendentes de famílias polonesas, na
Igreja Santo Estanislau, ministradas por uma professora que é nativa e formada na Polônia
em Educação Infantil, com especialização em Educação Especial. O método usado pela
professora é direto, ou seja: durante as aulas, toda a interação é realizada através da língua
polonesa, na qual a professora também prepara as aulas, seleciona materiais de apoio
elaborados na Polônia e aplica aos alunos em sala de aula em polonês, visando o
desenvolvimento da compreensão semelhante ao processo natural de aquisição da língua
materna. O programa curricular é composto a partir da escolha de temas de interesse das
crianças e realizado através de atividades variadas, tais como: jogos, brincadeiras,
cantigas de roda, músicas infantis, referências a datas comemorativas, diálogos,
momentos de leitura, produções artísticas, teatro, registros escritos, pequenos intervalos
para compartilhar o lanche, culinária, comemorações de aniversários, datas festivas e
orações infantis.
Coordenada 3:
Título: Redimensionando a prática de ensino de língua estrangeira moderna: Polonês
Autor: Matheus Moreira Pena
Resumo: Nessa coordenada são relatadas e discutidas quais foram as experiências que
tive como bolsista do projeto Licenciar “Redimensionando a Prática de Ensino de Língua
Polonesa” desenvolvido na Escola Estadual República Oriental do Uruguai, onde as aulas
do idioma polonês são ministradas no período do contraturno, uma vez por semana, e
contam com a presença de 18 alunos dos sexto e sétimo anos. Os materiais didáticos e
metodologia são elaborados levando em consideração as características e faixa etária dos
alunos e têm como objetivo não somente o aprendizado do idioma polonês, mas como
também estimular o desenvolvimento da consciência linguística e cultural dos mesmos,
o que é realizado através de atividades que abrangem aspectos como a geografia, história
e folclore, assim como diversas discussões acerca do aprendizado de línguas e da sua
natureza. A prática docente, além de desenvolver nossas competências pedagógicas, nos
proporciona uma perspectiva mais ampla acerca do aprendizado do idioma polonês, de
que maneira esse processo ocorre e quais são as principais dificuldades que o falante
nativo de português enfrenta. Tudo isso gera como fruto um conhecimento mais
sistematizado e multifacetado não só do idioma polonês, mas também de nossa língua
materna.
Coordenada 4:
Título: A Prática Alternativa de Ensino de Língua Polonesa no Projeto Licenciar
Autor: Viviann Chrystini Andrade
Resumo: O Projeto Licenciar proporciona aos bolsistas e voluntários a experiência de
estar em sala de aula, antecipando o estágio obrigatório dos últimos anos de licenciatura.
Como voluntária, acho esse experimento válido, visto que nunca havia dado aula antes.
Esse projeto proporciona a possibilidade de construir conhecimento como docente, ao
preparar um plano de aulas, de ter que discutir com os colegas como serão abordados os
temas propostos para os alunos e quais as melhores formas de ensino para favorecer a
aprendizagem. Sempre tentamos trazer dinâmicas e brincadeiras para que os conteúdos
sejam mais facilmente compreendidos, levando em consideração a faixa etária dos nossos
alunos que são pré-adolescentes. Além disso, é interessante observar as diversas formas
dos alunos se expressarem e absorverem o conteúdo, bem como lidar com os conflitos
em sala de aula, o que se mostra mais um desafio para nós. Essa experiência é muito
válida, pois, por um lado, os bolsistas e voluntários desenvolvem a capacidade de trabalho
cooperativo e, por outro, os alunos atendidos pelo projeto têm a oportunidade de aprender
uma língua nova, conhecer um pouco mais da história e da cultura polonesa.
Título: Tradução de livros francófonos de história, literatura e filosofia africana
Autor: Prof. Nathalie Dessartre
Área: Estudos da Tradução
Tipo: Coordenada
Resumo: Conhecer e valorizar a literatura africana é de crucial importância, visto que os
povos africanos fazem parte da própria constituição cultural do Brasil. Desta forma, o
presente projeto tem como objetivo traduzir da língua francesa para língua portuguesa,
livros literários, filosóficos e históricos de escritores africanos de língua francesa. Este
projeto existe há 9 anos e permitiu a tradução de 8 obras. Durante o ano de 2017-2018,
foram trabalhadas as traduções dos seguintes livros: Murambi, le livre des ossements, de
Boubacar Boris Diop e La crise du Muntu- Authenticité africaine et philosophie, de
Fabien Eboussi Boulaga; uma vez que as traduções forem finalizadas, pretendemos
publicar os livros para que possamos disponibilizar este material para o programa de pós-
graduação em educação da Universidade Federal do Paraná, bem como para todos os
interessados, procurando, com isso, dar maior visibilidade e divulgação no Brasil da
história, literatura e filosofia da África francófona.
Coordenada 1:
Título: Uma primeira experiência em tradução: Murambi: le livre des ossements de
Boubacar Boris Diop
Autor: Ivan de Oliveira Arato
Resumo: O projeto de tradução de literatura africana em língua francesa é possibilitado
pelo convênio entre a Fundação Araucária e a Universidade Federal do Paraná que,
através do Programa Bolsa Inclusão Social em Atividades de Pesquisa e Extensão
Universitária (PIBIS) e do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB), oferece aos
discentes cotistas da área de Letras a oportunidade de pesquisar e refletir sobre a prática
de tradução. Nesta edição do projeto, o ponto de partida foi o estudo de uma bibliografia
que contemplava diversos aspectos conceituais sobre a prática de tradução. Em
um segundo momento, essa bibliografia também nos permitiu analisar estratégias de
leitura da obra e de organização do processo de tradução que nos auxiliariam durante todo
o seu percurso. As diversas dificuldades encontradas durante a tradução possibilitaram,
então, a discussão, a partir de evidências observáveis, de questões paradigmáticas nesse
campo, como a traduzibilidade, a fidelidade e a relação intercultural que se estabelece
através da tradução. Nesse sentido, a relação que se pôde estabelecer entre a bibliografia e
tais evidências contribuiu de forma significativa para a compreensão e para o tratamento
adequado das modulações do texto traduzido. Essa experiência também foi o gérmen de
um estudo que está em curso e que terá como produto uma monografia a respeito das
particularidades dessa primeira experiência de tradução. A obra traduzida foi Murambi,
le livre des ossements, do autor senegalês Boubacar Boris Diop. Publicado em 2011, o
romance testemunha um dos eventos mais trágicos da segunda metade do século XX, o
genocídio de milhares em Ruanda, no ano de 1994. Além de possibilitar a formação de
tradutores e a pesquisa nos campos da tradução, o projeto deu mais um passo para sua
própria consolidação e para a divulgação da cultura do continente africano.
Coordenada 2:
Título: Muntu- a formação de tradutores como via de aproximação entre cultura brasileira
e africana
Autor: Nicolas Henrique Batista
Resumo: Apesar da diáspora negra ter colocado os povos africanos em contato com o
restante do mundo, o continente africano continua sendo visto como um lugar exótico,
que apresenta diversos aspectos contrastantes com a cultura ocidental e ocidentalizada. O
projeto de tradução de literatura africana francófona vem de encontro com a ideia de não
apenas divulgar o que se produz de conhecimento científico na África, mas também de
aproximar nossas visões com as de autores africanos, a fim de estreitar o contato entre os
povos. O livro Muntu: authenticité africaine et philosophie lança mão de inúmeros
conceitos do que é o africano, qual é o pensamento africano e como a filosofia e a ciência
africana se confrontam com a cultura ocidental. A tradução do livro nos permite encarar
esses conceitos que, por vezes, nos parecem exóticos, mas, muitas vezes, podem estar
mais próximos do que pensamos. O trabalho exige vasta pesquisa e leituras teóricas, o
que contribui para o aprendizado da metodologia de tradução. O projeto visa tornar essas
literaturas africanas acessíveis por meio da formação de tradutores sensíveis à identidade
africana.
Coordenada 2:
Título: Marcas manuais e não-manuais na expressão de intensidade em libras
Autor: Thiago Steven dos Santos
Resumo: Benzinger (1971), ao analisar o processo de intensificação no inglês, mostrou
que esse processo nem sempre é marcado por elementos gramaticais específicos. Fuks
(2016), analisando a intensidade na língua de sinais israelense, acredita que esse processo
é gestual, dada a grande variabilidade intra e inter sujeito. Trabalhos a respeito da
intensidade em libras são incipientes. O primeiro estudo sobre intensidade em libras foi
realizado por Xavier (2014) e teve como foco a duplicação de mãos como um dos recursos
para a sua expressão. Tal estudo revelou que a duplicação não é obrigatória, mas apontou
que mudanças nas características manuais e não-manuais dos sinais parecem ser. Este
trabalho objetiva analisar essas mudanças apontadas por Xavier, por meio da análise de
seis dos 32 sinais coletados pelo referido autor, a saber, CHUVA, EXPERIÊNCIA, NÃO-
SABER, ALÍVIO, VONTADE, FÁCIL e SOFRER. Para isso, foi analisada uma das três
produções isoladas desses sete sinais, precisamente a segunda, em duas condições, basal
e intensificada, realizadas por 12 sujeitos (7 x 2 x 12 = 168). A análise de cada uma dessas
produções, assim como em Xavier (2017) e Santos e Xavier (2017), se deu por meio do
software “Elan”, que possibilitou tanto a segmentação, quanto sua descrição através de
anotações sincronizadas ao vídeo. Seguindo critérios discutidos por Xavier, Tkachman e
Gick (2015), a delimitação de cada produção abrangeu a fase de preparação e a fase
expressiva. A descrição se deu por meio de trilhas no “Elan”, criadas para registrar tanto
o comportamento de articuladores não-manuais (sobrancelhas, olhos, bochechas, boca,
cabeça, tronco), quanto dos articuladores manuais (configuração de mão, orientação da
palma, localização, movimento). Uma primeira análise dos dados revelou que a maior
ocorrência de modificações para a expressão de intensidade comparada com sua forma
basal se deu nas sobrancelhas, nos olhos, na boca, no movimento e na localização.
COMUNICAÇÕES INDIVIDUAIS
Título: Infância, imprensa e discurso: análise crítica do jornal folha do oeste de 1940
Autor: Micheli Rosa
Área: Linguística
Tipo: Individual
Resumo: A noção de infância surgiu por volta do século XVII e compreende-se que, ao
longo da história, a sua concepção sofrerá modificações. Dessa maneira, a presente
pesquisa pretende, por meio do periódico, analisar os discursos acerca da temática do
higienismo, educação e ideológico veiculados sobre a criança e propagados pela Folha
do Oeste de 1940. Para alcançar tal fim, utiliza-se a Análise Crítica do Discurso de
Fairclough (2001) que possibilita evidenciar as representações recorrentes no jornal. As
décadas de 1930 e 1940 tornaram-se interessantes, pois o Estado fornece uma abrangência
maior no que tange à regulamentação da vida social das crianças. Observa-se que a
infância, especialmente das crianças pobres, passa a ter uma dimensão nacional,
tornando-se um problema social. Para Rizzini (2011), Vargas expressará grandes
preocupações acerca da assistência infantil, como com a defesa da nacionalidade, com a
mortalidade infantil e com a formação de uma raça sadia.
Título: Os olhares sobre o corpo feminino: um estudo de caso a partir da análise crítica
do discurso
Autor: Marieli Rosa
Área: Linguística
Tipo: Individual
Resumo: O corpo feminino durante o século XIX e XX tornaram-se objeto de discussão
científica, médica e jurídica. Dessa forma, a pesquisa visa refletir sobre as representações
do corpo feminino na primeira metade do século XX, na cidade de Guarapuava. Portanto,
com base na Análise Crítica do Discurso - ACD (FAIRCLOUGH, 2001), temos por
finalidade analisar o discurso das testemunhas num processo crime de defloramento.
Visto que, ao serem requisitadas a falar a respeito do crime, também são interrogadas por
juízes, advogados, promotores ou delegados sobre determinados comportamentos das
ofendidas. As relações estabelecidas entre testemunhas e sa ofendidas eram utilizadas
para a construção do veredito sobre o caso. Compreender as relações de poder no espaço
destinado ao interrogatório, que, por sua vez, é historicamente masculino, possibilita
entendermos os aspectos de gênero (SCOTT, 1990) no desenvolvimento dos discursos
produzidos por homens e mulheres que, supostamente, possuíam contato com as
ofendidas na vida cotidiana. Dessa forma, utilizamos da interdisciplinaridade entre
linguística e história para corroborar a análise na perspectiva de discurso proposta pela
ACD.
Título: A construção de sentido nos quadrinhos: uma aplicação da Teoria dos Blocos
Semânticos
Autor: Thais Dias de Quadros
Área: Linguística
Tipo: Individual
Resumo: Este estudo propõe-se a apresentar a Semântica Argumentativa de Oswald
Ducrot e Marion Carrel, com um maior foco na Teoria dos Blocos Semânticos (2005).
Faz-se necessário, também, apresentar um breve panorama onde compreendemos que a
Teoria dos Blocos Semânticos se torna a forma atual da Teoria da Argumentação na
Língua. A partir disso, é apresentada uma análise discursiva de quatro tirinhas de
Maurício de Sousa, retiradas da internet. A análise demonstrou que os encadeamentos dos
enunciados estão marcados pelos conectores donc e pourtant, que são responsáveis por
construir o sentido no discurso. Isso se dá através da dependência relacional entre os
segmentos argumentativos (encadeamentos) estabelecida pelos conectores.
COMUNICAÇÕES COORDENADAS
Título: Perspectivas sobre o romance
Autor: Prof. Pedro Ramos Dolabela Chagas
Área: Estudos Literários
Tipo: Coordenada
Resumo: A sessão apresentará resultados parciais de trabalhos de pesquisa orientados
pelo Prof. Pedro Dolabela Chagas (DELLIN). Os tópicos são variados, com ênfase no
romance brasileiro da segunda metade do século XX e em contribuições que propõem
atualizar a teoria, a historiografia e os paradigmas analíticos pertinentes à crítica do
gênero. Apresentar conteúdos específicos, as eventuais interfaces entre eles e as suas
contribuições para o estudo do gênero (e a sua história no Brasil) são os objetivos gerais
propostos.
Data e Horário de Apresentação: 08/05/2018 tarde
Sala:1112
Coordenada 1:
Título: Do naturalismo à mitologia: O Fiel e a Pedra, de Osman Lins, e o regionalismo
de 30
Autor: Dankar Bertinato Guardiano de Souza
Resumo: Publicado em 1961, o romance O Fiel e a Pedra, de Osman Lins, estabelece
um diálogo interessante com o romance regionalista dos anos 30. Não se trata, no entanto,
de um exemplar típico do gênero. Se podemos compreender o regionalismo de 30 como
um projeto de representação naturalista do Brasil, acreditamos que Lins o retoma sob uma
outra chave, evocando seus tipos de personagens, tramas e ambientações não mais como
representações do real imediato ou histórico, mas como elementos que, graças à tradição
literária anterior, adquirem o estatuto de arquétipos. Com apoio na leitura de estudiosos
da literatura do período como Luís Bueno (Uma História do Romance de 30) e Flora
Süssekind (Tal Brasil, Qual Romance?), pretendemos traçar um breve panorama do
romance regionalista, posicionando O Fiel e a Pedra no sistema literário brasileiro tanto
em relação aos romances mais típicos do regionalismo de 30 quanto a seus
contemporâneos que dialogam com esta mesma tradição.
Coordenada 2:
Título: O romance grego antigo e o seu contexto de surgimento
Autor: Débora Gandra de Souza
Resumo: O romance grego antigo é um gênero estabelecido durante Império Romano, e
que se diferencia dos outros gêneros cultivados na antiguidade por conter uma série de
inovações em termos de conteúdo e de forma. Nessa apresentação se busca observar o
contexto intelectual no qual esse gênero surgiu. Para isso examinaremos o impacto mútuo
entre o romance e o movimento retórico/filosófico da Segunda Sofística; e analisaremos
como a tradição escrita grega culminou no romance, seguindo duas perspectivas: a dos
materiais que servem de suporte à escrita e a da ação da escrita cada vez mais internalizada
pela mente e (por consequência) pela cultura grega.
Coordenada 3:
Título: Romance e interpretação nacional: "história lenta” em Incidente em Antares e À
Mão Esquerda
Autor: Heloisa Krüger Barreto
Resumo: A partir de dois romances da literatura brasileira: Incidente em Antares, de
Érico Veríssimo e À Mão esquerda, de Fausto Wolff, o presente trabalho discute
interpretações nacionais que circulam no pensamento social e na literatura a partir da
década de 1960. Representações que rompem com uma visão dualista do Brasil: um país
com história morosa, em que mudança e estagnação; o moderno e o arcaico se confundem
e se entrelaçam em contradição. Interpretações que podem ser integradas na noção de
“história lenta”, termo de José de Souza Martins, escolhido aqui como eixo interpretativo
do romance e do pensamento social. Ao considerar o contexto sócio-histórico dos
romances, identifica-se, como Franco Moretti, que a literatura possui o poder retórico de
sugestionar consensos sobre modos possíveis de equacionamento de conflitos sociais
latentes, ou de modo geral, entende-se o romance como uma resposta discursiva para
interpretação nacional em um país em transformação. Assim, preocupada com aspectos
historiográficos, essa pesquisa descreve a composição de obras de tempos diferentes, mas
com traços comuns: com vocação enciclopédica e pretensão totalizante do quadro
histórico e social do país. Ambas representativas da noção de “história lenta”, cuja
vigência tem potencial de longa duração no romance brasileiro.
Coordenada 4:
Título: Varições estéticas e temáticas no romance brasileiro de 1970
Autor: José Alberto Amarante Jr.
Resumo: Na historiografia tradicional do romance brasileiro é comum atribuir à
produção de 1930 uma imagem unitária mais ou menos coesa. Têm-se de um lado a
tradição dita social, e de outro tradição dita intimista, formando duas linhas contínuas que
conservam certo padrão de representação ao longo das décadas. Sendo essa separação
binária precisamente válida ou não, se consolida a partir daí uma noção de que o romance
brasileiro de 30 apresenta pouca variação formal e temática. Tomando como comparação
a produção romanesca dessa época, e algumas de suas caracterizações comuns, como a
seriedade no tratamento dos problemas sociais e a necessidade de elaboração de uma
identidade nacional, desenvolvemos a hipótese geral dessa pesquisa: em torno de 1970, o
romance brasileiro passa por um alargamento da variação estética e temática, a
experimentação formal ganha espaço e encontra terreno fértil para o surgimento obras
muito diferentes entre si. Nesse sentido, encontramos romances como Roteiro da agonia
de Macedo Miranda que tem como protagonista um trabalhador rural inadaptado aos
valores comuns de seu meio, ganhando enfoque o trauma psicológico e a incapacidade de
entender o próprio mundo. Jorge Mautner, em Deus da chuva e da morte, trata do tédio
mórbido e brutal pelo qual passam jovens de classe média enclausurados em seus quartos
ao som de Rock. Esse trabalho é uma tentativa de descrever as nuances da
heterogeneidade desse momento no romance brasileiro e apontar suas possíveis
explicações.
Coordenada 5:
Título: Análise comparativa entre os romances de Lygia Fagundes Telles e Clarice
Lispector
Autor: José Alberto Amarante Jr
Resumo: Em 1954 Lygia Fagundes Telles escreve Ciranda de pedra, romance de
formação de cunho intimista, em que a protagonista após concluir os estudos no colégio
interno decide deixar para trás a antiga vida familiar que a oprimia. Sozinha, a
personagem se lança em uma viagem de auto-descoberta. Onze anos mais cedo, Clarice
Lispector havia publicado Perto do coração selvagem, seu romance de estreia: narrativa
de profunda remissão psicológica, que conta a história de Joana, personagem mergulhada
em suas reflexões existenciais. Joana busca encontrar sua verdadeira identidade pela
autoafirmação em um meio que a sufoca, que a oferece um sentido restrito e abafa a voz
que ela tanto deseja ouvir dentro de si. Os dois romances apresentam conflitos quase
idênticos, mas as estratégias narrativas, que já são bastante diferentes nesses dois
romances, seguem caminhos tão distintos que parecem nunca ter se tocado. Esse trabalho
consiste em discutir as diferenças estéticas, discursivas e retóricas entre romances das
duas autoras, de suas primeiras produções à década de 70. Nessa trajetória, percebe-se a
singularização do estilo das duas autoras, que vão desde o firmamento da memória e do
drama familiar como fatores constituintes de conflitos existenciais à uma narrativa de
enredo quase inexistente em que se apresenta uma voz na busca incessante pela essência
das coisas.
Coordenada 6:
Título: Lygia Fagundes Telles e o romance de formação na década de 1950
Autor: Luiz Guilherme de Oliveira
Resumo: O romance de estreia de Lygia Fagundes Telles, Ciranda de Pedra (1954),
observado em perspectiva com outros dois romances, também de estreia, do mesmo
período, O Ventre (1958), de Carlos Heitor Cony e O encontro marcado (1956) de
Fernando Sabino, evidencia três autores que optam por iniciar a carreira na prosa de
fôlego sob moldes do romance de formação. Nesse sentido, pretende-se observar o que
há na literatura da década de 50 que incetive a produção desse tipo de literatura, bem
como elementos nesses romances que os configurem nos moldes do Bildungsroman. Um
tom recorrente nas três obras, que remete a uma certa melancolia e um discurso
existencialista, com protagonistas marcados por um forte individualismo, sujeitos que em
última instância se encontram solitários no confronto com o mundo em que vivem, onde
as relações familiares são conturbadas e há sempre uma dificuldade de se estabelecer uma
harmonia entre gerações, entre pais e filhos, são características que aproximam as obras
entre si e com a tradição do Bildungsroman. Tomando como ponto de partida esses
elementos, pretende-se analisar a obra inaugural de Telles, sua relação com obras
semelhantes do período e como tal relação compõe a produção literária na década de 50.
Coordenada 7:
Título: Romance brasileiro em 1960: Um estudo sobre a variação estética e temática na
produção literária
Autor: Luiz Guilherme de Oliveira
Resumo: Nota-se, ao longo da primeira metade do século XX, um aumento gradual da
variação temática e estética na produção romanesca brasileira. Tal disparidade parece
ganhar corpo no início da década de 60, atingindo um ponto de maturidade no início dos
anos 70. Se nos anos 30 os romances produzidos são concebidos a partir de temas e formas
mais limitados, trinta anos mais tarde o mercado editorial nacional é abastecido com
livros mais múltiplos e diversos sob diferentes aspectos. Enquanto autores como Jorge
Mautner e José Agrippino de Paula optam por um estilo de escrita fora do padrão e
enredos fragmentados, outros como Érico Veríssimo caminham em direção
diametralmente oposta, apostando em formas mais tradicionais, ainda que com enredos
já distantes do romance típico de 30. Assim, propõe-se identificar em algumas obras desse
período elementos que as fazem tão díspares, ainda que concebidas no mesmo momento
histórico e sob o mesmo tecido social, e com isso identificar essa variação do romance
como elemento característico da produção literária brasileira na década de 60.
Coordenada 8:
Título: O agressor,de Rosário Fusco: singularidade da obra no contexto literário
brasileiro nos anos de 1940
Autor: Miriany Litka Guimarães
Resumo: A obra O Agressor de Rosário Fusco parece distanciar-se dos padrões do
sistema literário no qual foi produzida, destacando-se como um ponto fora da curva
quando comparada às demais obras do período. Tal fuga do padrão estabelecido pelo
sistema literário em vigor levou Antonio Cândido a criticar a obra, considerando-a uma
transposição da estética surrealista europeia, despreocupada com as condições nacionais,
tema esse que parecia ser condição primordial do romance da época. Propomo-nos a fazer
uma análise mais detida dessa obra, procurando evidenciar os elementos que a tornam
diferente das demais obras do período no qual ela foi escrita – entre o final da década de
1930 e meados da década de 1940 –, ou seja, quais são os procedimentos adotados pelo
autor que atribuem um espírito de experimentação e um caráter singular a essa obra. A
construção narrativa evidencia certo descompasso entre o protagonista e a realidade que
o rodeia, realidade essa que se mostra multifacetada no romance apesar da objetividade
dos eventos.
Coordenada 9:
Título: Sobre as funções e a materialidade linguística da ficção: o romance como porta
de entrada
Autor: Náira Elaine Souza Bittencourt
Resumo: Existe algo no texto ficcional que nos faça reconhecê-lo como tal? Para o
observador habituado, e aqui propõe-se o romance como porta de entrada para a questão,
a percepção é um bom guia, sugerindo que sua especificidade se coloca no nível da
materialidade da comunicação. Seguindo James Gibson, propõe-se que a matéria
ficcional produz certo tipo de affordance, oferecendo-se de maneira a indicar que ela
proporciona interações emocionais e cognitivas específicas. Pode parecer que na mídia-
texto isso não funciona, pois é consenso que não há nada no nível do enunciado que
diferencie ficção e não-ficção. Mas no nível do conjunto (narrativa) a ficcionalidade se
faz perceber: há algo no texto que produz a percepção da sua ficcionalidade – mas o quê?
Esta é a questão que move o presente trabalho, hipotetizando-se que 1) a Teoria da
Relevância permite descrever a peculiaridade do texto ficcional pelo jogo entre ostensão
e inferência; 2) a função de homeostase da ficção lhe confere especificidade diante da
não-ficção informativa ou argumentativa; 3) a condição de prática social da ficção
permite que relevância e homeostase se efetivem de maneira infraconsciente pelo leitor
habituado ao tipo de gênero ficcional em questão, dentro do seu contexto usual
deveiculação
Coordenada 1:
Título: Literatura de Refúgio - memórias da migração, exílio, refúgio e diáspora
Autor: Alessandra de Freitas e Carla Alessandra Cursino
Resumo: O exílio – forçado ou voluntário - acompanha a história da humanidade (SP
NU, 2005). O deslocamento de grupos sociais e todas as mudanças causadas pela
expatriação provocam inúmeros conflitos em todo mundo. As artes, mais precisamente a
literatura, são a contrapartida face ao silêncio imposto a todas as sociedades exiladas. Os
escritores têm feito do exílio uma arma e um modo de despertar do “pesadelo da história”.
Convencido da importância do campo literário para a população de migrantes/refugiados
que vivem no Brasil, o projeto de extensão PBMIH – Português Brasileiro para Migração
humanitária criou o “Literatura de Refúgio”. O objetivo dessa iniciativa é apresentar ao
público reflexões sobre a migração, exílio, refúgio e diáspora ao longo da história, unindo
migrantes e estudantes do curso de Letras/UFPR para a seleção, tradução, leitura e debate
de textos literários que fazem do ato de escrever um meio de inscrever na história a
memória do atravessar fronteiras. Assim, esta comunicação possui três objetivos: 1)
Refletir sobre o conceito de literatura de refúgio e sua importância diante do atual fluxo
migratório; 2) Apresentar o projeto “Literatura de Refúgio”; 3) Expor algumas das obras,
em diversas línguas, bem como as traduções realizadas pelos alunos de Letras /UFPR.
Coordenada 2:
Título: Identidade e autoria na literatura haitiana contemporânea
Autor: Amanda Belardo da Silva
Resumo: As relações entre os conceitos de identidade e autoria são complexas, e no
cenário literário contemporâneo ganham novas dimensões. Nos livros Como fazer amor
com um negro sem se cansar e País sem chapéu, o escritor haitiano Dany Laferrière se
utiliza de fatos de sua vida pessoal para criar narrativas únicas, além de construir uma
imagem de autor para si. Nesse trabalho, pretende-se analisar de que forma os artifícios
internos aos romances do escritor contribuem para a apreensão de uma imagem de si.
Assim, parte-se de textos importantes sobre o conceito de autor, como os de Barthes e
Foucault, até textos contemporâneos, como o de Diana Klinger (2008), que analisa a
construção do autor na autoficção. Além disso, a teoria de Maingueneau sobre o ethos,
que discute os aspectos que contribuem para a construção de si no discurso, conduz
também o trabalho.
Coordenada 3:
Título: A voz e o corpo, o silêncio e a resistência: as mulheres de Traversée de La
Mangrove
Autor: Jéssica Andrade de Lara
Resumo: O patriarcado é um dos pilares que sustentam nossa sociedade desigual, porém
a escolha da escritora Maryse Condé no romance Traverseé de la Mangrove demonstra
um feminismo particular, que por meio de códigos estéticos e personagens expõe as
especificidades das mulheres de Guadalupe. Por meio deste trabalho busca-se analisar a
voz e o corpo da mulher dentro do romance, como ferramenta de resistência e também
como vítima de cerceamento. Posteriormente relacionar com os estudos de Fanon e
Spivak e suas leitoras sobre o silenciamento do negro antilhano e da mulher no terceiro
mundo, respectivamente.
Coordenada 4:
Título: Nos rastros de Yves Charnet: investigação contemporânea e busca poética.
Autor: Thomas de Fornel
Resumo: Poeta da bastardia, como ele se define a si mesmo, Yves Charnet é um prosador
de autoficção. Ele ficcionaliza sua vida íntima e se inventa por e com as palavras no
mesmo instante de seu desnudamento literário e poético. O ideal da sua obra queria, na
verdade, suprir a falta de um pai ausente, preencher uma existência esburacada e
finalmente ser reconhecido legitimamente, apesar de tudo, em e por sua escrita. Como
um espelho refletido, a ficção lhe serve a fabricar uma forma de identitade, a performar
uma voz que vem restabelecer a melodia de sua alma. Apresentaremos, assim, a obra
literária desse poeta contemporânea de Toulouse, no sul da França, e nossa investigação
universitária de seus rastros: ao mesmo tempo metodologia e abordagem de pesquisa mas
também averiguação de uma certa cenografia autoral, de varias posturas de escritor e de
uma encenação da escritura, do ato de escrever... Escritura modelada e configurada,
gostaríamos de compartilhar e decifrar conjutamente essa fabulação poética que permite
construir um relato de vida como uma imagem inventada de si mesmo.
Coordenada 1:
Título: O Manifesto Antidantas: A (anti) burguesia e o modernismo para além do texto
de Almada Negreiros.
Autor: Aion Roloff
Resumo: O Manifesto Antidantas, publicado em 1915, é um interessante documento do
modernismo e da geração de Orpheu em Portugal. Esta comunicação pretende, discutir
as representações da burguesia e a da (anti) burguesia presentes no texto de José de
Almada Negreiros, em sua crítica ferrenha a Julio Dantas, o personificando como tudo de
ruim que poderia haver na intelectualidade e literatura portuguesas até então. Qual é a
burguesia de Dantas, tão ferrenhamente criticada por Almada Negreiros? De que forma o
sarcasmo presente no manifesto, pretende não só instaurar uma crítica, mas através dela
apresentar tudo aquilo defendido e acreditado pela geração de Orpheu. Pretende-se
através de uma análise dos termos e da linguagem sarcástica e ofensiva do manifesto,
discutir as acepções da anti-burguesia presentes no mesmo. Tudo que o manifesto suscita
para além dele - as representações da burguesia, do modernismo, a crítica aos modelos
anteriores de literatura - perpassam esta análise, para tanto, utilizam-se teóricos como
Marshal Berman (1981) e Franco Moretti (2014), para refletir sobre o modernismo e a
(anti) burguesia em Portugal.
Coordenada 2:
Título: Imagens da (contra)revolução em O primo Basílio
Autor: Andrea Bittencourt
Resumo: Em O primo Basílio, escrito em 1878, Eça de Queirós utiliza como pano de
fundo de sua narrativa a burguesia lisboeta do período, descrevendo variados indivíduos
que permeiam essa classe, agora já consciente do que é e do que aguarda seu futuro. A
partir de três personagens distintas em sua caracterização, a saber, Conselheiro Acácio,
Julião e Basílio, pretende-se fazer uma aproximação de sua construção crítica dos traços
característicos da contrarrevolução, apresentados por Compagnon (2011) em sua obra Os
antimodernos: de Joseph de Maistre a Roland Barthes. Tendo como palavras-chave:
saudosismo, ataque e experimentação, respectivamente, tais personagens representam
facetas divergentes da recepção das ideias revolucionárias que terminaram por erigir a
nova classe de que fazem parte. Com a análise, portanto, busca-se estabelecer um diálogo
entre literatura e história, de modo a fazer uma leitura desta a partir da crítica social
desenvolvida, neste caso, por Eça.
Coordenada 3:
Título: A religiosidade dos devotos de Santa Melânia
Autor: Bruno Vinicius Kutelak Dias
Resumo: Uma das características mais marcantes da cultura portuguesa é a forte relação
com a religião, vindo a ser um dos pilares da sociedade, até mesmo servindo de base para
o regime Salazarista com a figura de Nossa Senhora de Fátima. Com esse plano de fundo,
Natália Correia recria esse episódio da história de Portugal na peça A Pécora, escrita em
1967 e publicada apenas em 1983, devido à censura do governo. Nessa obra, a autora
apresenta, segundo sua visão, a fé popular e os mecanismos que a envolvem com o poder
e as práticas associadas a esse universo político e religioso. O presente trabalho procura
explorar como a peça retrata não apenas parte da história religiosa de Portugal, mas
também como a sociedade é representada pela autora em meio aos milagres da Santa
Melãnia. Considerando a obra de Natália Correia como provocadora tanto no âmbito
religioso quanto político e social, A Pécora traz ao teatro o olhar de uma das autoras mais
icônicas da literatura lusitana.
Coordenada 4:
Título: O insólito em 'Barranco de cegos de Alves Redol
Autor: Eduardo Felipe de Oliveira Lourenço
Resumo: O Neo-realismo português, que teve sua origem no final dos anos de 1930, foi
um movimento literário fortemente marcado pelo engajamento político e pela
preocupação com questões sociais. Se o foco da maioria desses autores era fazer uma
literatura com cunho realista, elementos insólitos/fantásticos dificilmente apareceriam
nessas obras e, de fato, a crítica desse movimento comumente não considera esses
elementos como fatores importantes na interpretação dessas produções literárias. Com
isso, essa comunicação tem como objetivo apresentar elementos insólitos/fantásticos que
estão presentes no romance neorrealista Barranco de cegos, de Alves Redol, e a sua
importância para o enredo.
Coordenada 1:
Título: Tecnologias e a importância de criação de sinais em libras
Autor: Amanda Regina Silva
Resumo: Esta apresentação tem como objetivo divulgar a importância da criação de
sinais em libras para as disciplinas acadêmicas do curso de licenciatura em Letras Libras
da UFPR. Essa licenciatura é recente e pelos conceitos serem específicos observa-se uma
escassez de divulgação dos sinais criados nas áreas de conhecimento. A falta de
divulgação dos sinais criados em cada área de domínio acabam por dificultar a
comunicação, a tornando muitas vezes lenta ou imprecisa. Desse modo, este trabalho visa
apresentar a criação e a forma dos registros em libras desenvolvida na disciplina de
Tecnologias e EAD a fim de compor o inventário da UFPR e contribuir com termos
específicos dentre as disciplinas do curso de Letras Libras facilitando a interação nas aulas
e aumentando a compreensão dos assuntos abordados. A criação dos 15 sinais seguiu a
metodologia adotada no inventário da UFPR, nele apresentamos os sinais e seus devidos
conceitos, relacionados às novas tecnologias e expressões utilizadas nos tempos atuais,
dando destaque à importância dessa forma de trabalho para com a comunidade surda.
Coordenada 2:
Título: Libras no contexto tecnológico criação e divulgação de sinais
Autor: Bruno do Amaral Montanha
Resumo: A presente comunicação tem por objetivo apresentar a criação de 15 sinais
criados para disciplina de Tecnologias e EAD ministrada no curso de letras libras da
UFPR. A criação dos sinais seguiu a metodologia desenvolvida em um projeto de
pesquisa institucional intitulado Inventário da libras na UFPR. A criação de sinais nessa
área de conhecimento foi escolhida em função de não se ter divulgação suficiente para
transmissão dos saberes científicos. Tal efeito pode gerar obstáculos na comunicação,
bem como demora na transmissão dos saberes. As línguas de sinais sofreram
mundialmente um atraso secular (1890-1990) em razão dessa opressão para com as
línguas sinalizadas, os surdos não frequentaram espaços em diferentes áreas e a
divulgação dos sinais acabaram por ficar restritas. Dessa forma, o presente trabalho além
de contribuir para o inventário da libras faz com que a libras venha a ser assegurada em
forma de registro de vídeo permitindo uma maior divulgação.
Coordenada 3:
Título: Inventário para área de linguística
Autor: Fernanda Mota Fontoura
Resumo: A presente comunicação tem por objetivo divulgar a criação de sinais criados
na área da linguística. A criação dos sinais se deu em disciplinas da área da linguística
durante os anos de 2016-2017 ministradas no curso de letras libras da UFPR. A
metodologia adotada no projeto de pesquisa intitulado Inventário da libras na UFPR.
Nelas, o primeiro passo é selecionar os principais sinais conceitos que serão ministrados,
depois fazer um levantamento bibliográfico e de sinais em diferentes meios de
comunicação e posteriormente criar e registrar os sinais em vídeos. Para a presente
comunicação, selecionamos 20 sinais mais utilizados na área de linguística. Após o
tratamento dos vídeos, os sinais levantados e criados serão divulgados para comunidade.
Coordenada 4:
Título: Criação de sinais para ecologia
Autor: Germano Weniger Spelling
Resumo: A literatura mostra a necessidade de se desenvolver trabalhos interdisciplinares
que envolvam a educação de surdos e áreas específicas do conhecimento. Nesse sentido,
o objetivo do presente trabalho é apresentar os resultados de um trabalho de final de curso
desenvolvido na UFPR que confluiu as licenciaturas do curso de letras libras e da
licenciatura de ciências biológicas. A proposta foi elaboração de uma sequência didática
bilíngue para o ensino de ecologia, prevendo a criação de sinais na Língua Brasileira de
Sinais (Libras). Para tanto, realizou-se um levantamento do vocabulário necessário para
o ensino de ecologia, por meio de análise de livros didáticos. Após esse levantamento de
vocábulos, verificou-se via levantamento dos sinais de Libras existentes para os mesmos.
Além disso, optou-se em executar uma pesquisa exploratória em dois colégios do
município de Curitiba, entrevistando tradutores intérpretes de Libras e professores de
ciência/biologia. Concomitante a estas etapas descritas, ocorreu o levantamento de
literatura envolvendo o ensino de surdos e o ensino de ecologia. Com o levantamento de
vocabulário, seguido do levantamento de sinais em Libras, pôde-se identificar as
demandas e a partir desses dados a realização de discussões a respeito da criação de sinais
na área de ecologia. Por fim, a criação de proposta da sequência didática destaca-se como
a principal contribuição do trabalho, pois reúne e leva em consideração todo o
levantamento de informações (bibliográficos, documentais e entrevistas) realizados ao
longo do trabalho. A proposta traz as principais etapas referentes à abordagem de
interações ecológicas em sala de aula numa proposta bilíngue, partindo, como temática
central. a Mata Atlântica. Os resultados obtidos com as entrevistas evidenciam que os
principais pontos a serem melhorados para o sucesso da educação bilíngue é a criação de
sinais específicos para cada área do conhecimento, o diálogo entre professores e
tradutores intérpretes de Libras.
Coordenada 5:
Título: Comunidades imaginadas na construção da identidade de ouvintes estudantes de
libras
Autor: Sérgio Ferreira
Resumo: Esta comunicação situa-se na área de Linguística Aplicada, nos estudos de
aquisição de segunda língua, e apresenta os resultados de uma pesquisa realizada com
estudantes do curso de Libras para ouvintes de uma escola pública paranaense. O
principal objetivo foi identificar a existência de comunidades imaginadas (ANDERSON,
1991; LAVE & WENGER, 1996; NORTON & TOOHEY, 2011; NORTON, 2015;
DARVIN & NORTON, 2015) que as/os estudantes do curso de Libras possuem e como
elas se relacionam com a construção da identidade de falante de Libras como uma
segunda língua. Os dados foram obtidos por meio de questionário respondido por meio
virtual e presencial pelas/os participantes da pesquisa. Os resultados da pesquisa ainda
são parciais, porém indicam a existência de algumas comunidades imaginadas que as/os
estudantes almejam fazer parte, como a comunidade imaginada de acadêmicas/os de
Letras Libras e a comunidade imaginada de tradutores intérpretes de Libras. Em
conclusão, é argumentar que uma comunidade imaginada e o desejo de a ela pertencer
podem oferecer possibilidades de reforçar uma gama de opções na constituição da
identidade da/do ouvinte estudante de Libras como segunda língua.
COMUNICAÇÕES INDIVIDUAIS
Título: A complexidade de Hanna em Uma menina está perdida no seu século à procura
de seu pai, de Gonçalo M.
Autor: Letícia Carvalho de Quadros
Área: Estudos Literários
Tipo: Individual
Resumo: Neste trabalho, temos como objetivo analisar a complexidade que envolve a
personagem Hanna, uma das protagonistas do romance Uma menina está perdida no seu
século à procura de seu pai, de Gonçalo M. Tavares. Cada personagem de uma obra
apresenta-nos uma complexidade a ser desvendada, e Hanna ultrapassa esse nível médio,
visto que possui Síndrome de Down, e na maior parte do romance comunica-se apenas
com movimentos da cabeça, concordando ou negando. Analisaremos, dessa forma, como
isso aumenta a complexidade de Hanna, visto que seus atos e expressões podem ser
interpretadas de diversas formas. Para isso, além do romance em questão, utilizaremos
algumas teorias a respeito do personagem no romance, como Candido (1972), Forster
(2005), Reis (2015), Eco (1994), James (2003), entre outros.
Data e Horário de Apresentação: 08/05/2018 manhã
Sala: Lab 03
Título: Rizoma, corpo sem órgãos e rostidade: aproximações com o livro didático
Autor: Emiliane Jaschefsky
Área: Linguística Aplicada
Tipo: Individual
Resumo: Estrutura, organização, hierarquia, classificação e sistematização estão por toda
parte, sendo características comuns a qualquer sociedade e aspectos necessários para o
funcionamento e manutenção da civilização; mas até certo ponto. Cada vez mais,
questionamos o sistema e os limites que ele nos impõe. Buscamos a heterogeneidade no
lugar da homogeneidade. Esse caminho, no entanto, não é livre de obstáculos. O sistema
escolar brasileiro é um exemplo disso. Apesar de os documentos oficiais apregoarem um
objetivo diferente para a educação, a escola, na maioria das vezes, continua trabalhando
no sentido de reproduzir e manter as relações de poder. Nesse sentido, sendo o livro
didático uma ferramenta didático-pedagógica fundamental no cotidiano escolar, este
artigo propõe a análise do livro Novas palavras, buscando algumas aproximações com as
concepções deleuze-guattarianas de rizoma, corpo sem órgãos e rostidade. De modo
geral, o tradicional e o inovador se intercalam no livro analisado, mostrando que, embora
já estejamos no caminho da inovação, muitas práticas escolares ainda se pautam na
tradição, no pensamento arborescente.
Data e Horário de Apresentação: 08/05/2018 tarde
Sala: Lab 06
Título: A tradução dos feitiços e a cultura presente na obra Carry On de Rainbow Rowell
Autor: João Guilherme Rodrigues Galdino
Área: Estudos da Tradução
Tipo: Individual
Resumo: A tradução não se resume ao simples ato de transcrever um texto ou conteúdo
de uma língua-fonte para uma língua-alvo. Entende-se que ao realizar uma tradução, cabe
ao tradutor transmitir ao leitor da obra de chegada não apenas o conteúdo linguístico, mas
também o cultural, ou seja, é um procedimento que envolve muitos critérios
extralinguísticos. Dessa maneira, o presente estudo possui como material de análise o
livro Carry On de Rainbow Rowell, o qual foi traduzido por Marcia Men e publicado em
2016 pela editora Novo Século. O livro de Rowell se passa em um universo muito
conhecido pelos leitores do gênero Jovem-Adulto, o bruxo. Por conseguinte, o romance
LGBT+ é ambientado em uma escola de magia, entretanto, diferente de muitos livros em
que os nomes dos feitiços são extraídos do latim, em Carry On eles são ditos populares,
clichês, versos bíblicos e, até mesmo, nomes e/ou letras de músicas. Sendo assim, devido
à conexão existente entre língua e cultura, este estudo buscará analisar e discutir a
tradução dos referentes culturais, utilizando como embasamento teórico os estudos de Jan
Pedersen (2005). Além disso, referente à tradução e cultura, será utilizado os estudos e
teorias de Christiane Nord (2005), Susan Bassnett (2004) e outros autores da área. Logo,
observa-se, que a língua é determinada por vários contextos e condições de uma
sociedade, consequentemente, o tradutor deve levar em conta os aspectos culturais e ter
sempre em mente que a palavra só tem significação dentro desta determinada esfera, pois
a cultura é um processo que se exterioriza em ações sociais.
Data e Horário de Apresentação: 08/05/2018 noite
Sala: Lab 03
COMUNICAÇÕES COORDENADAS
Coordenada 5:
Título: A voz desestabilizante dos púlpitos: Padre António Vieira, a economia do reino,
os judeus e a inquisição
Autor: Eduardo Soczek Mendes
Resumo: O jesuíta António Vieira (1608-1697), considerado o expoente barroco de
Língua Portuguesa, exerceu diferentes e importantes papéis políticos-religiosos no reino
de Portugal durante as crises do século XVII. Foi pregador real, missionário no Brasil,
diplomata do monarca e também deu notícias à Corte do que se passava na Colônia de
seu século. Uma de suas marcas foi a retórica muito acentuada e embasada, direcionada
em defesa dos judeus cristãos-novos em Portugal e aos apelos por planos econômicos que
viabilizassem a reestruturação do reino, sobretudo após a Restauração da Independência
Portuguesa (1640). O religioso da Companhia de Jesus teceu, igualmente, duras críticas
ao Tribunal do Santo Ofício em suas cartas e prédicas e foi, em decorrência de suas ações
que prejudicaram o financiamento da Inquisição, processado e preso pelo Tribunal
português. Nossa proposta de estudo visa a averiguar a construção do discurso de Vieira
no Sermão de São Roque (1642), pregado em Lisboa. Também nos propomos a verificar
a elaboração textual da carta do missionário aos Judeus de Ruão (1646) em diálogo com
outras obras do jesuíta. Para embasarmos a nossa análise, utilizaremos os trabalhos de
Anita Novinsky (2015), António Camões Gouveia (1993), Giuseppe Marcocci e José
Pedro Paiva (2016), e de Salomão Pontes Alves (2007).
Coordenada 6:
Título: José Saramago: afluxos entre história, literatura e memorial coletivo em
Memorial do Convento
Autor: Eliane Cristina Perry
Resumo: O objetivo desta comunicação é traçar um percurso de confluência entre
história, literatura e memorial coletivo em Memorial do Convento, de José Saramago.
Publicada em 1982, esta obra retrata o episódio de construção do Convento de Mafra em
Portugal, durante o século XVIII no reinado de D. João V. Posto que o quadro histórico
que se nos é apresentado no romance é reconfigurado em chave crítica, isto é, emerge da
composição textual a problematização da historiografia oficial, cabe-nos a investigação
de como esse fato histórico é vertido a lume por meio de um universo ficcional, que ao
mesmo tempo condensa e expande-se. Dessa sistemática, aflora o uso da paródia e da
ironia, bem como de um panorama derrisório resultante de faturas sociais e convergente
à contemporaneidade portuguesa. Nesta linha investigativa, associa-se o entrelaçamento
com o tecido social da modernidade e pós-modernidade, visto que o Convento de Mafra,
como rastro e patrimônio histórico, pertence à memória social e reverbera no identitário
dos sujeitos portugueses. Assim, flui e está em curso no romance a conexão do presente
com o passado em um prisma dialógico que não se coagula às amarras do tempo, além de
não se submeter ao historiográfico comumente propalado.
Coordenada 7:
Título: Próspero Fortuna de Abel Botelho: que Natureza é essa?
Autor: Fernando Vidal Variani
Resumo: Há um certo consenso cristalizado em torno do que seria uma literatura
Naturalista. Em Portugal, geralmente são explicitadas as influências do aparato científico
oitocentista e, principalmente, dos modelos literários franceses, em especial o propagado
por Emile Zola (1840-1902). Nossa intenção é analisar o que há de específico na
apropriação literária desse imaginário pela Literatura Portuguesa do fim do século XIX.
Para tanto, resolvemos analisar a obra daquele que, segundo Massaud Moisés (1928-), é
considerado o "Naturalista" mais radical na tradição portuguesa: Abel Botelho (1854-
1917). Será incontornável alguma discussão acerca de termos como "Natureza", "natural"
e outros conceitos decorrentes. Entretanto, o foco mais específico de nosso trabalho será,
além de fornecer uma breve apresentação da obra (pouco lida e estudada mesmo entre
especialistas da área), analisar como essa visão supostamente cientificista é parte
essencial na constituição do romance Próspero Fortuna (1910). Para tanto, recorreremos
acima de tudo ao texto literário, apontando em que medida essa visão supostamente
determinista constrói o destino das personagens e permeia o imaginário da obra como um
todo, situando-a em um contexto histórico bastante específico e propondo algumas
reflexões que podem consolidar ou problematizar a imagem do autor como maior
representante do Naturalismo português.
Coordenada 8:
Título: Identidade Resistente em O Pároco da Aldeia (1844), de Alexandre Herculano
Autor: José Carlos Barbosa Neto
Resumo: A proposta de leitura é mostrar como Alexandre Herculano, nessa obra, articula
um texto em que a narrativa de superfície intensifica o caráter nacionalista associado ao
catolicismo, contrapondo-o ao liberalismo vindo da Inglaterra, associado aqui ao
protestantismo, bem como demonstrar os consequentes desvios de tradição que esse
conflito proporciona.
Coordenada 9:
Título: Nas entrelinhas de Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões
Autor: Ranieri Emanuele Mastroberardino
Resumo: Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões (1524?-1580), desencadeou inúmeras
interpretações e estudos no que diz respeito ao enaltecimento das grandes navegações,
realizadas pelos portugueses nos séculos XV e XVI. Contudo, reduzir a obra a esse viés
historiográfico é não refletir sobre um aspecto que se encontra nas entrelinhas da epopeia
portuguesa, isto é: o bem comum do cidadão português. À vista disso, a presente
comunicação pretende entrever a figura de Camões como um homem racional,
extremamente preocupado com os rumos de sua nação (FORESTI, 2008). Para tanto,
serão analisados o papel de preceptor, supostamente desempenhado pelo poeta português,
e as suas respectivas recomendações endereçadas ao rei D.Sebastião (1554-1578), como
elementos importantes para o ideal de reerguer Portugal, o qual, na segunda metade do
século XVI, encontrava-se em um estado de marasmo e desilusão, precisando de um
governante para renascer e manter a sua soberania. Ao posicionar-se como um requerente
ao conselheiro oficial desse monarca, Camões, de acordo com a nossa perspectiva de
análise, ergue a bandeira do bem comum e defende a função do rei a serviço da
coletividade. A respeito de uma esfera condizente à manutenção do regime aristocrático,
deparamo-nos com algumas situações peculiares, que serão aqui retratadas.
Coordenada 10:
Título: Pós-modernidade e história em Memorial do Convento de José Saramago: o
conceito de metaficção historiográfica
Autor: Roseana Hack França
Resumo: Este artigo visa a apresentar o conceito de metaficção historiográfica na obra
Memorial do Convento, de José Saramago, que traduz aspectos do passado histórico da
sociedade portuguesa do século XVIII a partir de uma literatura engajada de resistência
ao regime totalitário de Portugal na década de 1930, e que traz impactos à atual realidade.
A partir da concepção do autor, a história é resgatada pelo combate à fantasia de um
universo romântico e idealizado do passado histórico, o que permite evidenciá-la pelo
viés da estética literária, predominante na narrativa pós-moderna de subversão e apelo
metaficcional.
Coordenada 1:
Título: "Sobre a natureza da linguagem", Wilhelm Freiherr von Humboldt
Autor: Amarilis Virginia Ferreira
Resumo: Humboldt entende a língua como mediadora entre o mundo real, o mundo
(externo), e a consciência (interna). Para tanto, um aspecto importante parece ser o
"caráter energético da língua". Como se a língua não existisse ela em si e por si, mas sim
enquanto resultado de um processo: "Ela não é uma obra ('ergon'), mas uma atividade
('energeia')". Também trabalha com a ideia de que a língua seria uma sequência de
desdobramentos, utilizando ilimitadamente recursos que são limitados. O objetivo deste
trabalho é apresentar uma leitura do ensaio "Sobre a Natureza da Linguagem" presente
no livro Linguagem, Literatura, Bildung (2006), valendo-se dos apontamentos de
Heidermann (2006) para compreender as relações entre língua e mundo, pensamento e
palavra, apresentadas pelo autor alemão.
Coordenada 2:
Título: "O Desenrolar da Linguagem": o pensamento de Deutscher exemplificado no
grego ático
Autor: Maria Antônia Alves Meyer
Resumo: Os processos envolvidos no desenvolvimento das línguas foram objeto de
estudo e discussão na matéria de Linguística Românica ofertada pelo curso de Letras da
UFPR em 2017. A partir dos trabalhos conduzidos em sala de aula, pretende-se expor os
pensamentos do linguista americano Guy Deutscher acerca, sobretudo, do surgimento das
diferentes classes de palavras, bem como exemplificar a possibilidade de aplicação de
suas teorias ao idioma grego ático. Para isso, o texto “O Desenrolar da Linguagem”
(2014), de Deutscher, será confrontado com bibliografias específicas da história do grego,
demonstrando que seus apontamentos, os quais priorizam um aspecto didático e a
apresentação de princípios gerais, podem ser aplicados ao grego clássico (enquanto língua
de casos) apenas parcialmente.
Coordenada 3:
Título: As cores que a língua vê: percepção de mundo e estudos culturais
Autor: Yasmin Stocco Renisz
Resumo: No terceiro capítulo de seu livro Through the language glass: why the world
looks different in other languages, chamado “The rude populations inhabiting foreign
lands” (“as populações rudes que habitam terras estrangeiras”), Guy Deutscher traz uma
discussão recorrente e muito importante nos estudos linguísticos e culturais: a forma
como a complexidade de uma língua muitas vezes é usada para definir as capacidades e
o desenvolvimento de uma população. A proposição de tal assunto é feita pela discussão
cronológica de diversos eventos que ajudaram a fomentar essa discussão ao redor de um
ponto muito específico: as cores.
Título: A poesia bucólica antiga: estudos das obras gregas e romanas, sua recepção e
suas relações com outras espécies literárias
Autor: Prof. Alessandro Rolim de Moura
Área: Estudos Literários
Tipo: Coordenada
Resumo: A mesa terá a apresentação de cinco trabalhos de estudantes de Graduação e
Pós-Graduação envolvidos no projeto de pesquisa "A poesia bucólica antiga: estudos das
obras gregas e romanas, sua recepção e suas relações com outras espécies literárias",
coordenado pelo Prof. Alessandro Rolim de Moura. As comunicações pretendem abordar
a tradição iniciada por Teócrito e Virgílio em suas relações com textos de outras espécies
(mimo, épica heroica, epílio) e nas suas atualizações por meio de poetas posteriores como
Calpúrnio Sículo e Nemesiano.
Coordenada 1:
Título: O campo deslocado em Calpúrnio Sículo entre tema e programa
Autor: Daniel Falkemback Ribeiro
Resumo: Em sua poesia bucólica, Tito Calpúrnio Sículo, autor de apenas sete Éclogas,
aborda uma diversidade de tópicos suficiente para gerar discussão acerca da sua relação
com a tradição literária em que se insere, inclusive sobre seus temas e programas, dentre
os quais escolhemos o contraste entre campo e cidade para esta comunicação. Dentro
desse campo de análise, veem-se críticos na tentativa de classificar seus poemas pela
temática, como a política e o cotidiano rural. Também há hipóteses para definir qual seria
seu poema programático: por exemplo, a Écloga IV, segundo Karakasis (2011), e a
Écloga VI, de acordo com Leach (1975). No entanto, o debate sobre o caráter
programático de um texto, uma herança classicista do New Criticism, como diz Batstone
(2007), não pode se limitar a apontar aspectos metapoéticos a fim de declarar que eles
representam a estética de um autor. As diferenças quanto à decisão sobre qual seria o
poema programático de um autor derivam do fato de que o ponto de vista determina a
leitura dos objetivos de uma obra, sendo que, de fato, pode existir mais de um exemplar
de programa. Acreditamos também ser necessária a reflexão, em Calpúrnio Sículo, sobre
as fronteiras entre tema e programa, principalmente em relação ao contraste entre campo
e cidade em sua poesia, responsável, em certa medida, pela criação de uma espécie de
campo deslocado, distante do locus amoenus. Ainda a respeito da noção de tema, Badir
(2015) declara que sua amplitude, por vezes limitada pela disciplinarização, abarca
diversos aspectos de um desenvolvimento a partir de uma variedade que pode aproximar
tema e programa na leitura literária. Partimos, portanto, dessa reflexão sobre dois
conceitos correntes, porém por vezes conflitantes no uso, para buscarmos em uma seleção
de poemas esclarecimentos sobre a situação da poesia e do poeta diante do seu espaço.
Coordenada 2:
Título: Características dos Idílios de Teócrito e o uso dos termos Pastoral e Bucólica
sobre a sua obra
Autor: Gabriel de Marins
Resumo: O poeta Teócrito, séc. III a.C., compôs uma série de poesias conhecidas como
Idílios. Estas poesias tratam de variados temas e personagens tradicionais, porém de
formas diferentes. Nessa obra, as poesias com ambientação rural e cantadas por pastores
tornaram-se mais célebres que as demais. Elas influenciaram poetas posteriores e
iniciaram uma tradição. Essas poesias de ambientação rural são comumente chamadas
Pastorais/Pastoris ou Bucólicas, designações também utilizadas para o estilo poético de
outros autores. Entretanto, estes termos não eram sinônimos na época de Téocrito, além
de serem insuficientes para caracterizar o seu trabalho. Diante disso, mostrarei as
principais características dos Idílios de Teócrito, no que se refere ao caráter formal, para
uma melhor compreensão de sua obra. Também farei uma abordagem histórica sobre a
origem e utilização dos termos já referidos no contexto das discussões acerca desse estilo
de poesia.
Coordenada 3:
Título: O copo de Culex: uma leitura metapoética
Autor: Marina Cavichiolo Grochocki
Resumo: O poema Culex (hoje não mais considerado de Virgílio), em uma passagem
sobre as felicidades da vida dos pastores (v. 58-97), enumera elementos que contrastam
uma vida urbana superficial, cercada por luxos desnecessários, com uma vida rural
simples e beata. Os itens destacados podem ser, na maior parte, encontrados nas Bucólicas
de Virgílio. É curioso notar, no entanto, que são citados copos feitos por Alcão e relevos
feitos por Boécio (v. 66-67) entre as coisas que não despertam o prazer dos pastores.
Como existem copos que são admirados por pastores no Idílio 1 de Teócrito e na Bucólica
3 de Virgílio, a mudança de paradigma chama a atenção. As descrições dos copos de
Teócrito e de Virgílio são frequentemente lidas metapoeticamente — os objetos são
considerados símbolos do programa poético de cada autor. Porém, em Culex, não há
descrição dos itens. Assim, para melhor compreender o papel dos copos no poema do
Apêndice Virgiliano, considerarei de que modo os nomes dos artistas (Alcão e Boécio)
podem enriquecer nossa leitura da passagem em questão. Para isso, apontarei que um
copo feito por Alcão é citado também no canto 13 das Metamorfoses de Ovídio (v. 680-
701). A partir disso, proporei uma leitura metapoética do copo de Culex. O objeto seria,
assim, uma dica do autor para que os leitores reflitam sobre o que o poema, no todo,
propõe-se a realizar.
Coordenada 4:
Título: Ambo aevo cantuque pares: Uma leitura metapoética da Segunda Écloga de
Nemesiano
Autor: Melissa Scapin Menegola
Resumo: Quatro éclogas de Marco Aurélio Olímpio Nemesiano, poeta da corte do
imperador Caro (final do século III d.C.), sobreviveram até os nossos dias. Nelas,
frequentemente, o autor propõe intertextos com seus predecessores. Partirei de uma
análise de passagens de sua Segunda Écloga que concernem à caracterização tanto dos
pastores como das suas canções, buscando explicitar suas relações com a tradição
bucólica — nomeadamente, com Teócrito (Idílio 8), com Vergílio (Écloga 2; Écloga 7),
e, a depender de uma questão de datação, com Calpúrnio Sículo (Écloga 2; Écloga 6).
Levando em conta essas referências, que certamente permitem uma compreensão mais
completa do poema, tenho como objetivo fazer uma interpretação metapoética das
passagens selecionadas da écloga de Nemesiano.
Coordenada 5:
Título: Medeia e Simeta: duas feiticeiras helenísticas
Autor: Vinicius Ferreira Barth
Resumo: O éros, principalmente quando observado em seu caráter destrutivo, é um tema
central dentro da épica de Apolônio de Rodes, as Argonáuticas, e também no Idílio 2 de
Teócrito. As heroínas desses poemas, respectivamente Medeia e Simeta, ambas
feiticeiras, sofrem do severo páthos erótico que as acompanha em suas narrativas e as
conduz ao desespero. No entanto, enquanto Medeia, que é uma feiticeira tão primordial e
arcaica quanto Circe, tem seu destino decidido como um impotente joguete nas mãos dos
deuses, Simeta, uma aspirante à feitiçaria, assume uma posição ativa frente ao seu
sofrimento e tenta, de forma insistente (e possivelmente amadora), atrair o seu amado
Délfis, seja por meio dos phármaka, seja por outros encantos de amarração. Após a
apresentação geral desse cenário, discutiremos em que medida i) a paixão de Medeia é
apenas um plano orquestrado pelos deuses e seu casamento com Jasão acontece mais por
conveniência do que por amor, o que conduzirá à sua futura tragédia; ii) Simeta é a
sedutora e não a seduzida, e seu retrato no final do Idílio 2 não representa a resignação,
tal como se costuma interpretar, mas justo o contrário: uma posição ativa e inconformada.
Coordenada 1:
Título: Nórdico antigo: o ponto de contato importante para o estudo de línguas
germânicas
Autor: Isis Knoblauch
Resumo: O presente trabalho surgiu de uma demanda oriunda de parte da comunidade
discente da graduação de letras da UFPR e tem como objetivo aproximar este público da
língua nórdica antiga, uma vez que esta permanece rasamente ou nada estudada dentro
do curso de Letras, apesar do interesse dos discentes e, principalmente, de sua importância
para diversas áreas do conhecimento, não só para a área de Letras, mas também para áreas
da História. Desta forma, visa-se apresentar de forma breve e introdutória uma
contextualização histórica da língua e algumas semelhanças entre o Nórdico Antigo e as
línguas germânicas estudadas no curso de Letras da UFPR, pois uma visão diacrônica e
relacionada dessas línguas ajuda a entender alguns fenômenos tidos como irregulares nas
línguas modernas em questão.
Coordenada 2:
Título: Ressignificando a expansão indo-europeia: uma releitura do “Essai sur
l’inegalité des races humaines”
Autor: Márcio Renato Guimarães
Resumo: O temerário objetivo deste estudo será o de fazer uma reavaliação dos fatos
para a qual o ensaio do Conde de Gobineau é uma leitura necessária. Seria talvez mais
fácil assumir a perspectiva de Collin Renfrew de que apenas línguas se espalharam, e não
povos, e muito menos instituições. Isso alimentaria a concepção que acalentamos no
fundo dos nossos corações estruturalistas de que se pode (aliás, se deve) estudar uma
língua sem entrar no mérito da cultura a que ela serve de forma, da história dos povos que
a fala(ra)m e muitas vezes da história dessa mesma língua. Ocorre que assumir uma tal
posição implicaria escamotear o fato de que a “dispersão de línguas” está muito
frequentemente associada à limpeza étnica, ao genocídio, à assimilação cultural forçada
e (mailgré l’opinion de Monsieur le Comte) à ampla miscigenação genética (entre outras
miscigenações). Esses fatos subjazem ao ensaio, concorde-se ou não com a narrativa de
Gobineau, ainda que alguns dos “fatos” apontados por ele, como a existência de uma raça
“ariana”, sejam falsificados a ponto de essa falsificação ter ficado clara para muitos
nazistas. Não pretendemos, de maneira nenhuma, concordar com ele, mas a nossa
discordância não passa pela reinvenção de um passado pacífico e encantador.
Coordenada 3:
Título: Mitologia grega na literatura contemporânea: os livros de Rick Riordan
Autor: Tamiris Rodrigues Lima
Resumo: Mesmo depois de séculos, a força da mitologia grega ainda encontra
representatividade no imaginário ocidental. De fato, quando pensamos em “mitologia”, o
mais comum é que a nossa mente se direcione automaticamente para a grega.
Frequentemente resgatada nas artes, encontra-se presente ainda hoje, dentre outras
formas, na literatura de ficção. Um exemplo recente que se pode destacar são as séries de
livros infanto-juvenis do escritor norte-americano Rick Riordan. Aproveitando-se desta
excepcional fonte de inspiração, o autor ambientou seus livros em um mundo onde os
deuses, os heróis e as criaturas mitológicas gregas são reais e influenciam nossa
contemporaneidade tanto quanto a cultura greco-romana influencia, até hoje, a nossa
sociedade — um dos fatos para o qual Riordan também faz questão de apontar. Mais do
que apenas entreter um público leitor, o autor simultaneamente abre seus olhos para a
riqueza da mitologia grega e para as ideias e valores que dela podemos extrair.
Coordenada 4:
Título: Deuses nórdicos e suas figurações nos quadrinhos
Autor: Willy Pereira da Silva
Resumo: Durante a era dos vikings, os povos escandinavos veneravam divindades que,
com o passar dos séculos, foram retomadas em nossos meios midiáticos de consumo (no
cinema, na literatura, em games etc.). Com a expansão dos quadrinhos no século XX,
figuras como Odin, Thor e Loki entraram permanentemente no universo geek, contando
com aparições iniciais, por exemplo, em “The Sandman #75” (1942) e “Journey into
Mystery #83” (1962), sendo esta última revista a responsável pela primeira figuração de
Thor na Marvel Comics, personagem que posteriormente viria a ter seu próprio título na
empresa. A apresentação nesta coordenada visará principalmente trazer momentos –
sejam esses de menor ou maior conhecimento do público – em que os deuses nórdicos
marcaram figuração nas grandes editoras, bem como fazer comparações entre aspectos
que se mantiveram tradicionais ou divergentes na cultura escandinava e no universo
extenso dos quadrinhos.
Coordenada 5:
Título: Zorya da manhã, da tarde e da noite: o crepúsculo dos deuses e seu retorno na
era moderna.
Autor: Yasmin Stocco Renisz
Resumo: Na mitologia eslava, as Zoryas (ou a Zorya, se considerada uma deusa tríplice)
são deusas que, assim como as parcas romanas, as nornes nórdicas e as moiras gregas,
representam passado, presente e futuro. Porém, para além disso, elas também regem os
momentos dos dias e são mais do que tecelãs e adivinhas, atuando também como
guerreiras e protetoras. Baseado na estrutura de seu mito, o presente trabalho visa a
discutir a evolução dos deuses e dos mitos até os tempos atuais, e como as lendas e traços
marcantes das mitologias se mantêm vivos ainda hoje, superando o "crepúsculo" do final
de sua existência e alcançando uma noite estrelada junto ao renascimento pagão e
interesse histórico estimulados pelas novas mídias.
Título: A elaboração de unidades temáticas para o ensino de línguas estrangeiras com
fins acadêmicos
Autor: Prof. Fernanda Silva Veloso
Área: Linguística Aplicada
Tipo: Coordenada
Resumo: A presente comunicação coordenada tem por objetivo apresentar o trabalho
desenvolvido pelos alunos voluntários e praticantes de línguas no projeto de extensão
"Formação em Línguas para Fins Acadêmicos". O referido projeto, coordenado pela
Prof.ª Dr.ª Deise Picanço, oferta, desde 2009, cursos de línguas estrangeiras, na
modalidade de cursos de extensão, a estudantes dos mais variados cursos de graduação
da UFPR. Os programas dos cursos são pensados a partir de um tema central, que é
determinado a partir da compreensão de sua importância nas relações sociais e, neste
caso, acadêmicas. A partir do tema central, são definidos temas específicos que
compreendem o maior número possível de situações que são e serão vivenciadas pelo
estudante na sua vida universitária. A partir destas situações, os alunos voluntários
pesquisam materiais que abordam estas situações. Pesquisando estes materiais e
conhecendo-os, são evidenciados os tópicos comunicativos e linguísticos que são
abordados pelo material e que podem ser explorados como objetivos de percepção e
compreensão. Diante disso, e mais especificamente, falaremos sobre o processo de
elaboração das unidades temáticas utilizadas em módulos de Língua Italiana e de Língua
Alemã que vêm sendo ofertados desde 2015 e 2009, respectivamente.
Coordenada 1:
Título: Material didático para o ensino de italiano com fins acadêmicos: um exemplo de
UT no projeto IFA
Autor: Adriano Fabrício Perissutti
Resumo: A presente comunicação apresentará o trabalho desenvolvido pela equipe de
alunos-mestres e professor/orientador de Língua Italiana no projeto de extensão
"Formação em Línguas para Fins Acadêmicos" que, desde 2009, oferta módulos de
línguas estrangeiras, na modalidade de cursos de extensão, a estudantes dos vários cursos
de graduação da UFPR. Os programas dos cursos são pensados partindo de um tema
central, definido pela sua importância nas relações sociais e, por extensão, acadêmicas. A
partir do tema central, são definidos outros assuntos específicos que compreendam o
maior número possível de situações foram ou serão vivenciadas pelo estudante durante
sua vida universitária. A partir delas, os alunos pesquisam materiais autênticos que as
abordem e promovam debate e construção de sentido em sala, por meio da experiência
de um mundo acadêmico conhecido e partilhado pelos alunos do projeto. Pesquisando
estes materiais e conhecendo-os, evidenciam-se os tópicos comunicativos e linguísticos
abordados e explorados como objetivos de percepção e compreensão. Nesta apresentação,
especificamente, será apresentada uma unidade temática elaborada que explora a temática
da migração (emigração e imigração) da Europa para o Brasil pelos italianos, bem como
sua movimentação dentro da Europa entre o fim do século XIX e início do XX, e as
migrações modernas e suas implicações, contrastes e semelhanças com a realidade
acadêmica brasileira (caso dos refugiados na Itália e Europa, e a fuga dos cérebros e
pesquisadores italianos por recursos de pesquisa e campo de trabalho na Europa antes e
depois da repatriação após o referendo Brexit, com a saída da Inglaterra da UE).
Coordenada 1:
Título: Questões de gênero em materiais de PLE: Semana da Mulher e programa Pré
PEC-G na UFPR.
Autor: Julio Cezar Marques da Silva
Resumo: Neste trabalho discutiremos a construção e aplicação de materiais didáticos
dentro do programa pré PEC-G (Programa de Estudantes-Convênio de Graduação), que
objetiva ensinar língua e cultura brasileiras para estudantes estrangeiros que pretendem
prestar o exame de proficiência em português brasileiro (CELPE-Bras) para ingressar em
instituições de ensino superior do nosso país. Semanalmente são trabalhados assuntos
específicos que abrangem os temas abordados no exame, sendo objeto desta pesquisa,
especificamente, os materiais produzidos e aplicados na Semana da Mulher.
Coordenada 2:
Título: Atividades culturais: Pré-tarefas e a preparação de alunos de PLE
Autor: Norma Caroline Demamann Müller
Resumo: Esta comunicação tem como objetivo apresentar a metodologia de
planejamento, divulgação e preparação de material didático e de acompanhamento das
Atividades Culturais que fazem parte do programa do curso de Português como Língua
Estrangeira (PLE) ofertado pelo Celin UFPR. A prática, que vem sendo desenvolvida
desde 2013, tem como objetivo contribuir de forma efetiva para obtenção de resultados
positivos para o aprendizado de PLE. Em um contexto de imersão em língua estrangeira,
essas atividades extraclasse, sobretudo quando contextualizadas anterior e/ou
posteriormente dentro de sala de aula, podem ser utilizadas como catalisadoras do
aprendizado de LE por seu caráter de encontro real com o uso da língua com finalidades
diversas daquelas que geralmente encontramos dentro da sala de aula. De acordo com a
proposta de cada atividade, como a visita a espaços culturais, públicos e comunitários,
oficinas e confraternizações, é possível elaborar tarefas (ANDRIGHETTI e SCHOFFEN,
2012; SANTOS, 2014) para os diferentes níveis de conhecimento de língua dos alunos
de PLE. Nesta comunicação serão apresentados os procedimentos de realização dessas
atividades, desde o planejamento, divulgação, acompanhamento, registro e avaliação, até
a pesquisa de textos autênticos e elaboração de materiais de pré-tarefas para uso em sala,
os quais preparam os alunos para essas vivências, e também de materiais de pós-tarefas,
que retomam essas dinâmicas no ambiente formal de ensino com o objetivo de convidar
o aluno a praticar a língua em situações contextualizadas e significativas (SANTOS,
2014).
Coordenada 3:
Título: A inclusão de materiais autênticos na elaboração de unidades temáticas no
ensino de PLE
Autor: Regiane Soranzo e Tuanny Aparecida Eugenio
Resumo: O processo de ensino/aprendizagem de uma língua não se baseia somente em
estudos gramaticais, mas também em práticas que coloquem o aluno em contato real com
a língua em uso. Para tanto, baseadas em Almeida Filho e Lombello (1997), que afirmam
que os alunos devem ser o centro do processo de ensino aprendizagem (ensino de
português como língua estrangeira voltado para as necessidades dos alunos), e em Santos
(2014), que aponta para a necessidade de se produzir materiais específicos para públicos
específicos, apresentaremos nesta comunicação algumas observações sobre nossa
pesquisa, ainda em desenvolvimento, referente a elaboração de materiais didáticos que
colaborem para um melhor desempenho dos alunos. Levamos em conta o ensino pautado
em uma abordagem por tarefas no qual, de acordo com Santos (2014), faz-se necessário
utilizar etapas para a organização das tarefas propostas pela unidade temática —
envolvendo nas práticas didáticas objetivos socioculturais e discursivos, e não apenas
conteúdos linguísticos. Nossos primeiros resultados, portanto, apontam para a utilidade
de se elaborar unidades temáticas fundamentadas em materiais autênticos, que têm o
intuito de colocar os alunos em contato com a língua de uso real.
Coordenada 4:
Título: Acolhimento baseado no desenvolvimento da autonomia
Autor: Tuanny Aparecida Eugenio
Resumo: Este trabalho está sendo desenvolvido com base nas experiências práticas com
alunos candidatos do programa PEC-G (Programa de Estudantes Convênio de
Graduação), em parceria com o Núcleo Tandem Celin-UFPR e a equipe pedagógica de
PLE, responsáveis pelo acolhimento desses alunos e pela mediação do processo de
aprendizado da língua portuguesa. As atividades consistem em estratégias didáticas para
desenvolver a autonomia dos alunos não apenas no processo de aprendizagem da língua,
como também na forma de interagir com a cultura e cotidiano brasileiros. Se aprovados
na prova de proficiência em língua portuguesa, esses estudantes realizarão sua graduação
integralmente em diferentes cidades do Brasil, onde precisarão compreender e se adequar
ao funcionamento de instituições brasileiras até a conclusão de seus cursos. O trabalho
integrado, que une ensino de língua e desenvolvimento de autonomia, integra espaços de
aprendizagem dentro e fora da sala de aula, cujo foco são as necessidades dos alunos tanto
para sua aprovação no Celpe-Bras, como para que tenham instrumentos para enfrentar o
dia a dia na cultura de recepção (ALMEIDA FILHO e LOMBELLO, 1997).
Coordenada 5:
Título: Quando a sala se torna Babel: relato sobre a escolha de diferentes metodologias
no ensino de PLE
Autor: Victor Oliveira Puchalski
Resumo: Esta comunicação tem por objetivo expor um relato de experiência como
professor estagiário de Português como Língua Estrangeira (PLE) para turmas
multiculturais no CELIN (Centro de Línguas e Interculturalidade). Com a chegada de
diversos migrantes em nosso país, são cada vez mais comuns turmas formadas por alunos
de diversos países, como Japão, Coréia, Venezuela, Síria, Haiti etc., o que gera uma
heterogeneidade no perfil das turmas de PLE. As diferenças culturais tornam
particularmente difícil a tarefa do professor de escolher uma abordagem específica na
preparação das aulas, pois, em uma mesma sala, pode-se encontrar alunos resistentes a
determinadas metodologias, como alunos orientais resistentes às abordagens
comunicativas e alunos hispanófonos resistentes às metodologias tradicionais. Mesmo as
mais recentes abordagens de pós-método (KUMARAVADIVELU, 2006) e pedagogia
de projetos (PRADO, 2009) parecem ainda pouco efetivas em turmas tão heterogêneas.
Coordenada 1:
Título: A formação inicial do professor de japonês pelo programa IsF e seus impactos
Autor: Leonardo Teixeira Miyamoto de Lima e Marcos Alexandre Rodrigues
Resumo: A presente comunicação visa a apresentar o processo de formação inicial dentro
do programa IsF japonês. Neste programa de internacionalização e iniciação docente, os
alunos adentram o espaço da sala de aula sob a supervisão de professores de sua
instituição de origem e de especialistas da Fundação Japão. Nesta ocasião, será
apresentado um relato das atividades desenvolvidas e dos resultados obtidos pelo monitor,
pelos alunos e pela instituição.
Coordenada 2:
Título: A formação inicial dentro do programa IsF japonês: uma descrição do processo
formativo
Autor: Mariana Fante Manfrin
Resumo: A presente comunicação visa apresentar o processo de formação inicial dentro
do programa IsF japonês. Neste programa de internacionalização e iniciação docente os
alunos adentram o espaço da sala de aula sob a supervisão de professores de sua
instituição de origem e de especialistas da Fundação Japão. Nesta ocasião, será
apresentado um relato das atividades desenvolvidas e dos resultados obtidos por parte do
monitor, enquanto aluna do curso de licenciatura em língua japonesa em vias de se
formar.
Coordenada 3:
Título: A implantação do ensino de língua italiana no programa Idiomas sem Fronteiras
na UFPR
Autor: Paula Garcia de Freitas
Resumo: O presente trabalho discute o ensino de língua italiana no programa Idiomas
sem Fronteiras na Universidade Federal do Paraná. Trataremos de como se deu a
implantação do Italiano sem Fronteiras em nosso contexto, discutindo tanto as conquistas
quanto os desafios enfrentados. Mais especificamente, relataremos questões práticas, tais
como a oferta das vagas para a formação da primeira turma de acadêmicos, bem como
questões teóricas, como a metodologia adotada para o ensino da língua e para a elaboração
de materiais didáticos inéditos. Também justificaremos a nossa escolha pelo ensino de
línguas com fins acadêmicos e explicaremos o passo-a-passo da confecção das quatro
unidades didáticas que foram utilizadas no primeiro módulo do curso.
Coordenada 4:
Título: Professores bolsistas como autores de material didático no IsF: um viés de
formação
Autor: Thais Rodrigues Cons
Resumo: O programa Idiomas sem Fronteiras existe desde 2013 no âmbito do DELEM -
Departamento de Letras Estrangeiras Modernas da Universidade Federal do Paraná.
Conta com os idiomas Inglês, Alemão, Japonês, Francês, Espanhol e Português como
Língua Estrangeira. A presente comunicação tem como objetivo discutir aspectos da
formação inicial dos professores bolsistas do IsF no que se refere à posição dupla de
professores e de autores dos materiais didáticos utilizados nas aulas. A formação inicial,
além de tratar do âmbito prático e discursivo, envolve também o desenvolvimento de uma
consciência crítica do professor a respeito das próprias práticas (BURNS; RICHARDS,
2009). Fazendo-se uso deste preceito da consciência crítica para desenvolver nosso
estudo, pretendemos apresentar os resultados parciais de uma pesquisa com professores
bolsistas atuais a respeito da identidade docente-autoral desenvolvida no IsF, com base
teórica em discussões sobre agência e formação inicial (ALMEIDA, 2011; DUBOC;
FERRAZ, 2011). Mesmo com o trabalho ainda em andamento, foi possível chegar a
algumas implicações a partir de uma breve análise dos dados gerados: ao se preparar os
materiais a serem utilizados nas aulas, o professor geralmente a) se percebe como bem
preparado e consistente no exercício de sua docência; b) afirma ser capaz de dinamizar a
aula através de diferentes usos do material elaborado, adotando uma perspectiva mais
abrangente para melhor analisar e compreender as especificidades de cada contexto.
Coordenada 1:
Título: Análise de livros didáticos de francês língua estrangeira: um estudo
comparativo
Autor: Camila Figueiredo de Freitas e Fernanda Carolina Cruzetta
Resumo: Nesta apresentação, buscamos expor os primeiros resultados das análises
realizadas pelo grupo de estudos "Análise e avaliação de livros didáticos (LD) de Francês
Língua Estrangeira (FLE)". O objetivo deste grupo foi analisar alguns LDs existentes no
mercado para refletir sobre a escolha do novo livro a ser utilizado no Centro de Línguas
e Interculturalidade da UFPR, o Celin. A princípio, foram selecionados cinco LDs de FLE
editados recentemente: Cosmopolite e Totem (HACHETTE, 2017 e 2014); Saison e Edito
(DIDIER, 2015 e 2016); e Tendances (CLE International, 2016). Para tanto, o grupo
aprofundou-se em leituras teóricas sobre o ensino-aprendizagem de língua estrangeira
(sobretudo com relação à Abordagem Acional) e materiais didáticos (LEFFA, 1988/2012;
QECRL, 2001; PNLD, 2012). Após levar em consideração critérios do Guia Nacional do
Livro Didático de Língua Estrangeira Moderna do PNLD, propostas teóricas condizentes
com a Abordagem Acional e o contexto do Celin, optou-se por focar as análises (e
consequentes comparações) em dois livros: Cosmopolite e Edito. Ambos são recentes
(2017 e 2016) e foram considerados apropriados para o público do Celin, a partir de
alguns critérios: abordagem proposta, estrutura, projeto gráfico, familiaridade dos
professores, entre outros.
Coordenada 2:
Título: Relatos de experiências e pesquisas em ensino do francês língua estrangeira
(FLE)
Autor: Cláudia Helena Daher
Resumo: Nessa coordenada, apresentaremos dois relatos de experiências relacionadas
com o ensino da língua francesa, o primeiro sobre prática de ensino no Licenciar e o
segundo sobre pesquisa no Celin. O relato sobre o Licenciar apresentará os dois grandes
objetivos do projeto, tanto para os alunos de Letras (bolsistas ou voluntários) do ponto de
vista teórico e prático, quanto para os alunos da rede pública, além da metodologia
utilizada pelos alunos em situação de professores/aprendizes para aprenderem a se tornar
bons profissionais e alguns dos resultados alcançados. O relato sobre pesquisa no Celin
apresentará a metodologia e os resultados da análise de vários métodos de ensino de FLE.
Coordenada 3:
Título: Relato de experiência Licenciar francês
Autor: Diamila Medeiros dos Santos
Resumo: A apresentação do projeto “Uma proposta diferenciada de ensino do FLE na
rede pública de ensino” tem como objetivo mostrar alguns dos aspectos que permeiam as
ações de iniciação à docência de francês como língua estrangeira (FLE) desenvolvidas
junto à Secretaria Municipal de Educação de Curitiba. Pretendemos abordar o histórico
do projeto dentro da UFPR e as ideias gerais que o organizam no que concerne ao
alinhamento com as propostas da universidade de desenvolver ações que contemplem a
pesquisa, o ensino e a extensão. No que concerne ao trabalho desenvolvido durante o ano
de 2017, pretendemos mostrar as etapas de nossas atividades: abordaremos as questões
relacionadas ao contato com as instituições, o estudo e a discussão de metodologias de
ensino que pudessem nos auxiliar, as pesquisas temáticas, a elaboração do material
didático e também a organização das aulas com o intuito de torná-las interessantes para
nosso público alvo. Interessa-nos mostrar aos demais alunos a importância dos programas
de iniciação à docência não só na formação dos professores, mas também nos processos
de democratização do conhecimento produzido na universidade, e também nos processos
de incentivo ao ensino de línguas estrangeiras que não são obrigatórias nos currículos
vigentes.
Coordenada 4:
Título: Projeto Licenciar: proposta diferenciada de ensino do francês língua estrangeira
para a rede pública
Autor: Ismar dos Reis Magalhaes
Resumo: O projeto Licenciar propicia a iniciação à língua francesa para alunos
voluntários do 6º ano, da rede pública de ensino de Curitiba – PR. Ao aluno-docente (AD)
do curso de Letras francês, faculta-lhes o aprendizado do ensino de FLE (francês como
língua estrangeira) e o conhecimento do seu provável futuro campo de trabalho. O AD,
sob a supervisão e orientação de uma docente da Área de Francês do Departamento de
Letras Estrangeiras Modernas da Universidade Federal do Paraná (DELEM) – UFPR,
prepara aulas sob o enfoque do Método Comunicativo – utilização de materiais escritos
e audiovisuais autênticos, ou seja, reais, em detrimento de materiais didáticos –, haja vista
que esse método, como o nome indica, visa à comunicação, e não meramente ao
conhecimento da gramática francesa. A consecução das aulas requer do AD o estudo de,
no mínimo, 300 horas da língua francesa, a leitura do livro Elaborer un cours de FLE
(Elaborar uma aula de francês como língua estrangeira) e de materiais diversos, bem
como cursar disciplinas inerentes à atividade. Em 2017, o projeto ocorreu no período de
agosto a dezembro, compreendendo 16 aulas (total de 32 horas) na Escola Municipal
Professor Erasmo Pilotto, situada no Bairro Alto.
Coordenada 6:
Título: Francês Sem Fronteiras: formação, qualificação, profissionalização
Autor: Thomas de Fornel
Resumo: Apresentaremos especificamente o programa Idiomas Sem Fronteiras –
Francês, o qual é componente de um processo de internacionalização das universidades
brasileiras. O programa é voltado aos estudantes de Letras, público realmente alvo da
formação especializada de professores de línguas estrangeiras. Assim como acontece no
Alemão, no Espanhol, no Italiano, no Japonês e no Inglês, trata-se de um projeto
multilateral entre várias instituições, países, empresas e organizações, com múltiplos
objetivos: incentivar, por um lado, o aprendizado das diversas línguas oferecidas,
promovendo a formação em línguas estrangeiras para os estudantes brasileiros e em
língua portuguesa para os estudantes estrangeiros; e oferecer, por outro lado, uma
formação pedagógica a professores de língua estrangeira nas Instituições de Ensino
Superior (IES) do Brasil. Esse programa sem fronteiras abre um espaço de qualificação e
de profissionalização na própria UFPR. O Núcleo de Línguas (Nucli) oferece cursos de
francês de 16h ou 32h ao longo do semestre, assim abrindo oportunidade de participação
aos estudantes de Letras, seja como professores voluntários, seja como bolsistas. Essa
oportunidade pode constituir uma primeira e valiosa experiência enquanto professor de
francês.
Coordenada 1:
Título: Relato de Experiências do Projeto "Japonês para Fins Acadêmicos"
Autor: Brenda Jahninne da Silva e Flávio Ricardo Medina de Oliveira
Resumo: O curso de Japonês para Fins Acadêmicos é um curso vinculado ao projeto de
extensão Idiomas para Fins Acadêmicos, que tem como objetivo a oferta de um espaço
de formação docente para os alunos da licenciatura, assim como uma oportunidade de
formação em língua para alunos da UFPR especificamente voltada para o mundo
acadêmico (congressos, intercâmbios, etc.). O curso se mostrou como um grande desafio
no sentido de não repetir modelos estruturalistas de ensino que visam meramente ao
acúmulo de conhecimento gramatical e muitas vezes resultam em um alto nível de
desistência do curso. Em particular, os participantes do projeto tiveram como objetivo
principal do curso o desenvolvimento de habilidades comunicativas concretas para
gêneros específicos do discurso (oral e escrito), assim como de reflexão social e
intercultural. Como ferramentas para esse fim, foram priorizados: a manutenção e o
estímulo da motivação intrínseca dos alunos; o ensino através de gêneros discursivos; o
uso de material autêntico em sala desde os níveis iniciais; a integração da tecnologia
digital no ensino, especialmente no ensino da escrita; a orientação durante todo o processo
em função de discussões sociodiscursivas que levassem o aluno a refletir sobre sua
própria sociedade e sobre a sociedade japonesa.
Coordenada 2:
Título: Licenciar - Japonês
Autor: Débora Mie Arita
Resumo: O Projeto Licenciar-Japonês tem como objetivo possibilitar ao graduando
experiência em sala de aula, assim como aprendizado de planejamento de aula e de
elaboração de materiais de apoio adequados ao público-alvo. Outro enfoque do projeto é
apresentar aos alunos das escolas municipais a língua e a cultura japonesa, ampliando
assim sua compreensão de mundo e seus valores, exercitando o espírito colaborativo e a
socialização. As aulas ministradas na Escola Municipal Coronel Durival Britto e Silva,
em uma turma de aproximadamente 18 crianças com idade entre 6 e 9 anos, são
desenvolvidas por meio de atividades lúdicas — como jogos, músicas e kamishibai (teatro
de papel) com histórias japonesas — para ensinar palavras e/ou expressões em japonês
por meio da contextualização, apoiadas na teoria de Piaget que defende o lúdico na
construção do conhecimento, por engendrar mecanismos favorecedores de observação,
questionamento e reflexão. Os resultados percebidos pelas ações do projeto são visíveis
e gratificantes, pois, a cada momento, os alunos demonstram um avanço relevante e um
maior interesse pelo novo. Nosso objetivo foi dar continuidade ao ensino de língua e
cultura japonesa por meio de contextualização, jogos e músicas para conseguir com que
os alunos não só identifiquem, mas também aprendam a ler e a escrever o silabário
hiragana.
Coordenada 3:
Título: Licenciar-Japonês
Autor: Fabio Hitoshi Shimizu e Yara Nogueira dos Anjos Carrilho Siqueira
Resumo: O projeto Licenciar-Japonês do programa Licenciar tem por objetivo levar não
só o ensino da língua, mas também a cultura japonesa às escolas municipais de Curitiba.
Em 2017, atuamos na Escola Municipal Coronel Durival Britto e Silva com uma
metodologia diferenciada, ofertando workshops sobre a cultura japonesa como meio para
melhor nos aproximarmos dos alunos, e ao mesmo tempo para melhor despertar o
interesse pela língua e cultura japonesa. A turma era de 15 alunos de 11 a 15 anos.
Inicialmente foi feito um planejamento semestral sobre os workshops e os conteúdos que
seriam ensinados baseados nas pesquisas e nas discussões entre o grupo, a professora
coordenadora e o professor orientador. Outro aspecto muito desenvolvido por nós,
bolsistas, é o da transmissão da cultura japonesa, que tem servido para nos ajudar, como
alunos e professores, e também para ajudar os alunos do Licenciar, a refletir sobre os
valores das nossas culturas e como eles se complementam. Todas essas atividades e ações
pedagógicas que desenvolvemos neste projeto nos têm proporcionado uma formação mais
consciente como futuros professores de língua estrangeira.
Coordenada 4:
Título: Inserção graduada em sala de aula no curso de língua japonesa do Celin/UFPR
Autor: Fabio Hitoshi Shimizu e Thiago Rolim Kanagushiku
Resumo: Esta comunicação objetiva apresentar o percurso formativo e a inserção
graduada em sala de aula dentro do curso de língua japonesa do Centro de Línguas e
Interculturalidade da UFPR. Serão relatadas as atividades dentro de sala de aula por parte
de dois estagiários de japonês, com foco na inserção e primeiros passos em sala de aula.
Coordenada 5:
Título: O Licenciar-Japonês na Escola Municipal CEI Doutel de Andrade
Autor: Vinícius Kugler
Resumo: O projeto Licenciar-Japonês, que faz parte do programa Licenciar, tem por
objetivo levar o ensino da língua e da cultura japonesa às escolas municipais de Curitiba,
por meio de aulas com atividades lúdicas, como o origami (dobradura de papel), o
kamishibai (teatro de cartão), entre outros. Em 2017, atuamos na Escola Municipal Centro
de Educação Integral Doutel de Andrade com uma metodologia diferenciada, fazendo
workshops sobre diversos aspectos das escolas japonesas e, ao mesmo tempo, ensinando
conteúdos da língua japonesa. Atuamos em três turmas do 4º ano do ensino fundamental
com aproximadamente 35 alunos, e os workshops foram ministrados com o
acompanhamento da professora regente da turma. Inicialmente, fez-se um planejamento
semestral sobre os workshops e os conteúdos que seriam ensinados com base nas
pesquisas e nas discussões entre o grupo, a professora orientadora e o professor
orientador. Outro aspecto muito desenvolvido por nós, bolsistas, é o da transmissão da
cultura japonesa, que tem servido para nós e para os alunos refletirmos sobre os nossos
valores e a nossa própria cultura. Todas essas atividades e ações pedagógicas nos têm
proporcionado uma formação mais consciente como futuros professores de língua
estrangeira.
COMUNICAÇÕES INDIVIDUAIS
Título: Com ela em Womanland: as relações de gênero nas obras literárias Herland e
With Her in Ourland
Autor: Mariana Fujikawa
Área: Estudos Literários
Tipo: Individual
Resumo: Esta apresentação é resultado de um trabalho realizado para as disciplinas de
Teoria da História III e História Contemporânea I, em que cada aluno ou aluna escolheu
um livro e, a partir dele, relacionou aspectos trabalhados em ambas as disciplinas. O livro
por mim escolhido foi o Herland (1915), de Charlotte Perkins Gilman. Essa utopia mostra
uma sociedade de mulheres que vivem isoladas do restante do mundo. Assim, foquei nas
questões e relações de gênero nesse livro e nas diferenciações entre essa terra de
mulheres e o resto do mundo. Para isso, foi lida a obra Herland, assim como sua
continuação. Dessa forma, apresentarei, inicialmente, a autora e algumas de suas obras
principais. Em seguida, trabalharei com as temáticas objetivadas, e por fim, apresentarei
as considerações finais que servem de incentivo para a realização de mais pesquisas sobre
essa autora, que poderia ser mais conhecida e pesquisada no mundo acadêmico.
COMUNICAÇÕES COORDENADAS
Título: Literatura Judaica: do antigo ao contemporâneo
Autor: Prof. Rodrigo Vasconcelos Machado
Área: Estudos Literários
Tipo: Coordenada
Resumo: Panorama da literatura judaica antiga até a contemporaneidade.
Coordenada 1:
Título: A Bíblia Hebraica e o Kojiki Japonês: Uma Leitura Comparativa
Autor: David Ehrlich
Resumo: A proposta deste trabalho é fazer uma leitura comparativa entre a Bíblia
Hebraica e o Kojiki, a primeira coletânea de mitos a respeito das origens do Japão. O foco
será em analisar como ambas as narrativas transitam de um tempo mítico, das origens do
mundo, para um tempo histórico, de como ambas as sociedades – hebraica e japonesa –
vieram a se tornar o que eram na época em que cada texto foi escrito; além de aspectos
de sua linguagem, relação com a memória e outros pontos de semelhança.
Coordenada 2:
Título: A lei da Torá como fundamento da identidade e sobrevivência de um povo
Autor: Fábio André Santos Muniz
Resumo: A norma ditada por Deus que é onipresente, onisciente e onipotente. A
proposição normativa que a todos submete e que tem dupla implicação: danação ou
salvação. A subordinação às prescrições diárias, individuais e coletivas com a
predestinação à santificação, não só de um sujeito, mas de um povo inteiro. A promessa
da ira de Deus no descumprimento das Suas leis. A inarredável crença no absoluto e o
antes dito são elementos do invisível credo que se corporifica nos rituais de sacrifício e
no cotidiano do sujeito e de sua comunidade. A identidade que emerge disso tudo e que
luta para sobreviver com resiliência e resistência ao poder militar e político de mais dum
Império. São esses os elementos que irão ser abordados no presente trabalho que visa
colher um dos aspectos importantes de unidade e de identidade da comunidade judaica
que é a lei de Deus.
Coordenada 3:
Título: Judaísmo, desterritorialização, assimilação, antijudaísmo e antissemitismo
Autor: Fábio André Santos Muniz
Resumo: A comunidade invisível de leitores do texto bíblico, com sua conotação eletiva
de um povo por Deus, normativa mosaica e de predestinação para salvação com a
promessa da vinda do messias, serviu como matriz e princípio de identidade entre os que
saíram da Judeia, mas isso não foi suficiente para salvaguardar o povo judeu do massacre
do século XX. A desterritorialização, a assimilação jurídica artificiosa, o distanciamento
do judeo-gentio da sua religião a partir do iluminismo, o antijudaísmo histórico cristão-
europeu requalificado como antissemitismo, a ausência de ação política por parte dos
judeus e de suas comunidades, tudo isso levou a uma cegueira que, quando curada, a visão
da realidade não era mais capaz de produzir ação que servisse para impedir a deportação
para campos de concentração e, posteriormente, encaminhamento para extermínio.
Coordenada 4:
Título: A representação animal presente em Maus, de Art Spiegelman
Autor: Gabrielle Gabardo Tavares Ferreira
Resumo: O holocausto judeu foi uma das grandes manchas na história da humanidade, e
suas consequências reverberam até hoje em nossa sociedade, principalmente na
comunidade judaica. Dessa maneira, é quase impossível falarmos de uma literatura
judaica pós 1945 que não tenha reverberações da shoah (o holocausto judeu), e a obra
Maus, do cartunista norte americano Art Spiegelman, não é indiferente a isso, retratando
a situação precária e desumana a qual o povo judeu foi submetido. Nesta coordenada será
analisada a animalização do povo judeu e os artifícios representativos utilizados por
Spiegelman para produzir um retrato animalizado, permeado de críticas e sátiras à
sociedade.
Coordenada 5:
Título: De amor e trevas: uma ficção fundacional do Estado de Israel
Autor: Rodrigo Vasconcelos Machado
Resumo: Em 2018 o Estado de Israel completa 70 anos da sua fundação. Para entender
os desdobramentos desse acontecimento investigaremos o romance De amor e trevas,
(Sipur al ahava vechoshech – arbo A .(9391) zO sómA rotircse od ,(סיפור על אהבה וחושך
escrita em 2002 descortina os principais elementos fundacionais do Estado de Israel,
como o hebraico moderno, o mito do colono “sabra”, o trauma da Shoah, entre outros,
que (re-) criam uma comunidade imaginada que teve como ponto de partida a religião
judaica.
Coordenada 1:
Título: “Professora, em que mundo você vive?”: questionamentos sobre agência docente
em língua inglesa
Autor: Denise Akemi Hibarino
Resumo: Este trabalho, parte de minha pesquisa de doutorado em andamento, tem como
propósito discutir a agência docente em língua inglesa (LI) no contexto do Programa de
Formação Interdisciplinar Superior (ProFIS) da Universidade Estadual de Campinas. Para
tanto, parto das discussões de Biesta & Tedder (2007) e Shields (2007) que direcionam o
meu olhar para a agência no contexto educacional. Além disso, busco amparo em Jordão
(2013) e Martin & Morgan (2015) na área de formação docente em LI para entender como
essa agência é vivenciada e tensionada na relação entre os participantes desse estudo.
Com base em uma pesquisa qualitativa (COHEN et al, 2007), de cunho etnográfico
(ANDRÉ, 2012) e de bases interpretativas (DENZIN & LINCOLN, 2006), discuto os
resultados parciais organizados em três categorias de análise. Os dados analisados até o
momento evidenciam visões idealizadas sobre a proficiência linguística bem como um
sentimento de busca constante para melhorar a própria formação docente. Por outro lado,
o entrecruzamento de suas visões expõe uma preocupação com a importância da
disciplina de LI e com a formação discente no contexto no qual a pesquisa foi conduzida.
Como considerações finais, aponto questões fundamentais para o entendimento da
agência docente em LI na área da Linguística Aplicada.
Coordenada 2:
Título: Formação do Professor de Ensino Superior: Inglês como Meio de Instrução (EMI)
Autor: Karina aires reinlein Fernandes Couto de moraes
Resumo: “Home internationalization” é um termo utilizado cada vez mais nas
Instituições de Ensino Superior (IES) que buscam sua internacionalização. Diante deste
quadro, a oferta de disciplinas lecionadas em língua inglesa (LI) tem aumentado, e com
isso, surge a necessidade de especialização de professores de IES envolvidos neste
processo. Este aperfeiçoamento deve ser considerado tanto em questões metodológicas,
linguísticas como motivacionais. O objetivo deste trabalho é trazer um panorama de como
um curso de formação para professores foi desenvolvido, apresentando seus principais
motivos de criação, bem como necessidades específicas e resultados de aplicação. O curso
foi baseado em um Workshop realizado pela Universidade de Oxford no Brasil, em julho
de 2016, pela Universidade Federal do Paraná. Desde então, uma pesquisa vem sido feito
sobre a necessidade de se ofertar um curso semelhante no Brasil, porém com custo mais
viável e consequentemente abrangendo um maior número de professores. Com os dados
obtidos até o momento, é possível verificar que há muito interesse de aperfeiçoamento
dos docentes envolvidos em lecionar suas disciplinas em LI, bem como vontade de
aprender novas estratégias de ensino/aprendizagem para utilizarem em suas aulas com o
objetivo de que o conteúdo seja realmente fixado pelos estudantes e, também buscar com
seus pares motivação para ofertarem disciplinas em LI.
Coordenada 3:
Título: Linguística aplicada, multimodalidade e formação de professores: construído
diferentes sentidos
Autor: Katia Bruginski Mulik
Resumo: Pensar sobre a multimodalidade na formação de professores tem sido crucial
para ampliar as formas de atuação docente no cenário da globalização e das tecnologias
digitais (MONTE MÓR, 2011). Essas últimas, por sua vez, têm possibilitado diferentes
formas de construção de sentidos que, aliadas no processo de aprendizagem ampliam o
engajamento crítico de alunos diante de questões políticas, econômicas e sociais na
contemporaneidade. Assumindo o papel de professora-pesquisadora (BORTONI-
RICARDO, 2008) e considerando a importância de compreendermos a sala de aula como
espaço para construir teorias sobre nossa própria prática, apresento, nesta proposta desta
comunicação, práticas desenvolvidas em uma disciplina de Linguística Aplicada de
professores em formação continuada de um curso de Lato Sensu em Metodologia de
Ensino e Tradução em Língua Inglesa em uma instituição privada de ensino. Os alunos-
professores do referido curso foram solicitados a realizarem uma produção multimodal
que sintetiza-se os principais conceitos trabalhados durante a disciplina. Dentre as
produções estão vídeos em forma de paródias, revistas virtuais, músicas e apresentações
de slides. Os dados apresentados apontam para a necessidade de trazer para o contexto da
formação de professores um olhar mais apurado no que tange o trabalho com textos
multimodais favorecendo para o desenvolvimento de diferentes letramentos.
Coordenada 1:
Título: Frankenstein: 200 anos da crítica.
Autor: Bianca Claudino
Resumo: Utilizando-se do texto "A Critical History of Frankenstein", de Ross Murfin
(1992), esse trabalho tem como objetivo apresentar o panorama da recepção crítica da
obra "Frankenstein", de Mary Shelley, desde sua publicação, em 1818, até o final do
século XX, destacando não apenas sua notável importância, como também a evolução de
sua recepção e interpretação ao longo desses duzentos anos.
Coordenada 2:
Título: Psicanálise crítica e Frankenstein
Autor: Maria Luíza Ziareski
Resumo: Uma das correntes mais conhecidas para análise de textos de ficção é a
psicanálise. Baseada nas teorias de Freud e Lacan, a psicanálise é aplicável para obras de
todas as épocas incluindo aquelas escritas antes do surgimento dessa corrente, sendo uma
das formas de análise mais consistentes e bem estruturadas existentes. O clássico
Frankenstein, de Mary Shelley, escrito 80 anos antes dos estudos Freudianos, é um ótimo
exemplo da consistência dessa corrente de análise, que destrincha aspectos fundamentais
da obra.
Coordenada 3:
Título: Psicanálise crítica e Frankenstein
Autor: Valéria Luize Silva
Resumo: Uma das correntes mais conhecidas para análise de textos de ficção é a
psicanálise. Baseada nas teorias de Freud e Lacan, a psicanálise é aplicável para obras de
todas as épocas incluindo aquelas escritas antes do surgimento dessa corrente, sendo uma
das formas de análise mais consistentes e bem estruturadas existentes. O clássico
Frankenstein, de Mary Shelley, escrito 80 anos antes dos estudos Freudianos, é um ótimo
exemplo da consistência dessa corrente de análise, que destrincha aspectos fundamentais
da obra.
Coordenada 1:
Título: A crítica psicanalítica aplicada à leitura de "Frankenstein" de Mary Shelley: O
dipo negativo
Autor: Bruna Negrelli de Andrade
Resumo: Baseada no texto de William Veeder (2007 [1985]) "The Negative Oedipus:
Father, Frankenstein, and the Shelleys", que faz parte de uma coletânea de ensaios críticos
sobre a obra de Mary Shelley organizada por Harold Bloom, esta apresentação busca
discutir o papel do pai na obra "Frankenstein" de Mary Shelley a partir da abordagem
psicanalítica. A primeira parte do texto, “O Ideal” resgata o papel de William Godwin,
pai de Mary, e explora como a autora e seu marido, Percy Bysshe Shelley, retratam a
figura do progenitor. A segunda parte, intitulada “Subversão e O Édipo” procura analisar
a presença do pai da personagem Victor Frankenstein e os eventos que o cercam no
romance. Finalmente, a terceira parte, “O Édipo Negativo”, aproxima a teoria Freudiana
às obras dos Shelley e expõe a tentativa da personagem principal de vencer a imortalidade
através do Édipo negativo. Como parte da metodologia empregada, faremos menção ao
mito de Édipo para esclarecer as ideias levantadas por Veeder.
Coordenada 2:
Título: Lendo com bons olhos: a simpatia em Frankenstein
Autor: Débora Gandra de Souza
Resumo: A teoria literária reader-response reconhece o leitor como um agente que
completa o significado de um texto através da interpretação, e a obra literária como algo
que só ganha existência quando há um leitor para lê-la. No entanto, ainda que diferentes
leitores extraiam diferentes significados da obra, o texto também manipula o leitor para
que este tire certos significados, em movimentos que pode manter ou mudar os seus
efeitos passados 200 anos da sua escrita. Nessa apresentação pretendo analisar alguns
desses movimentos na obra Frankenstein, de Mary Shelley, me guiando pela pergunta:
Como Frankenstein leva o leitor simpatizar (ou não) com os seus personagens e qual o
impacto disso na leitura da obra?
Coordenada 3:
Título: Do monstro rejeitado à androide revolucionária: uma leitura feminista de
Westworld e Frankenstein
Autor: Emanuela Carla Siqueira
Resumo: Depois de dois séculos de sua publicação, Frankenstein, obra escrita pela
escritora inglesa Mary Shelley, ainda suscita todo tipo de reverberação tanto na cultura
pop como na forma de objeto de pesquisas acadêmicas. O monstro criado e rejeitado por
Victor Frankenstein tornou-se uma narrativa muito peculiar do século XX: o cientista
maluco e as criaturas que agem sob o comando de intensas crises existenciais. Uma das
abordagens mais recentes está na série televisiva estadunidense Westworld, realizada por
Lisa Joy e Jonathan Nolan, baseada em filme homônimo de 1973. Um dos pontos mais
interessantes é que a série, diferente da sua origem, tem um núcleo variado de
protagonistas e duas delas se destacam: Dolores Abernathy e Maeve Millay. O foco dessa
apresentação será pensar nessas personagens e como suas crises existenciais, diante
dessas condições pós-humanas, dialogam não apenas com as constatações do monstro
frankensteiniano literário, mas também com a representação clássica da mulher na
escopofilia do audiovisual. Seguindo a linha teórico-analítica a apresentação fará uso de
teorias feministas tanto do cinema como da literatura, tais como a ideia de ciborgue e
ficções utópicas de Donna Haraway, o olhar oposicional no cinema na representação de
mulheres negras de Bell Hooks e representação de mulheres em romances do século XIX
por Sandra Gilbert and Susan Gubar.
Coordenada 4:
Título: "Reader-Response Criticism" e Frankenstein
Autor: Fernanda Marconcin Rodrigues
Resumo: Diferentemente do “New Criticism” (Neocrítica), que procurava entender o
significado de um texto sem considerar fatores externos, a escola Reader-response
Criticism busca entender um determinado texto por meio dos significados produzidos
pelo leitor. Trata-se de uma escola de crítica literária fundada na década de setenta, cujo
foco está voltado para o leitor. O estudo dessa escola torna-se relevante na análise da obra
“Frankenstein”, de Mary Shelley, uma vez que esta obra pode ser interpretada de
diferentes maneiras devido à sua complexidade. Sendo assim, nos basearemos no artigo
“Reader-Response Criticism and Frankenstein” para explicar os conceitos dessa escola e
a aplicação desses conceitos na obra Frankenstein.
Coordenada 1:
Título: A República e a poesia
Autor: Mateus Toledo Gonçalves
Resumo: Essa comunicação será um comentário sobre duas passagens da República de
Platão (376c-398b e 595a-608b) em que o problema do lugar da poesia na cidade é
tematizado. A ideia será a de reconstruir o percurso argumentativo do texto tendo como
pano de fundo uma pergunta banal: qual o interesse dessas análises platônicas hoje?
Revisitar a discussão sobre a poesia na República pode ser interessante seja porque nessas
passagens estão articuladas as fundações de posições intelectuais que estão aí até hoje,
seja porque elas ainda podem ser reveladoras do fenômeno poético. Nos momentos em
que não são nem uma coisa nem outra, elas talvez tenham um poder de atração e uma
graça pelo seu valor de diferença, por serem em muitos aspectos estrangeiras a nós.
Coordenada 2:
Título: Proust e a cor: o escritor como pintor
Autor: Tarik Vivan Alexandre
Resumo: A seguinte comunicação pretende expor brevemente a relação criada por
Marcel Proust em seu romance Em Busca do Tempo Perdido sobre a atividade da escrita
como um processo pictórico. Para tal, esta relação pressupõe a concepção e exposição de
uma metodologia dada por Proust a respeito da escrita como um vagar caudaloso da
rememoração para, assim, conferir ao processo de rememoração – e, por sua vez, da
escrita-, como uma atividade que suscita a visão/olhar do escritor tal como o pintor ao
pigmentar os detalhes de um quadro. Este olhar colorífico dado pelo escritor é de suma
importância para Proust a partir do conceito de estilo, que, a saber, denota as
características particulares de um autor/escritor que são devidamente metamorfoseadas
no ato da criação artística. Sendo assim, a aproximação entre pintor e escritor traz à tona
uma perspectiva do afeto, uma vez que a pintura do tempo se dá como um rememorar dos
sentimentos dados no tempo e nos objetos descritos pela pintura/escrita realizada por
Proust.
Coordenada 3:
Título: O espelho de K.
Autor: Yuri Kulisky
Resumo: Em um primeiro lance, o espelho parece ser, na obra de Kafka, um conteúdo
nulo, de posição secundária. Ele não recebe nenhum desenvolvimento temático, não
desempenha nenhum papel relevante. No entanto, nesta mesma obra parecem proliferar
operações especulares, não apenas reflexivas, mas deformantes, aberrantes, devolvendo
imagens apenas sob a condição de deformá-las. Em traços amplos, estas operações estão
na base de muitos motivos da escrita kafkiana: na distorção e no alongamento das frases,
nas quais uma divagação entremeia causa e consequência, fazendo com que elas apareçam
desconjuntadas (verrückt, como queria Günther Anders); na aparição constante de duplos
(O Castelo, por exemplo, está repleto deles); nas reações das personagens, que parecem
sempre deslocadas, atrasadas, tendendo ao absurdo; nos obstáculos, que se interpõem
entre o mensageiro e o receptor da mensagem, entre o homem do campo e a Lei, entre K.
e o Castelo etc. Esta apresentação visa delinear, em caráter de esboço, algumas noções
preliminares para o desenvolvimento de um conceito de especularidade propriamente
kafkiano.
Coordenada 2:
Título: A questão proletária em três romances de Oswald de Andrade
Autor: Maria Isabel da Silveira Bordini
Resumo: Esta comunicação pretende abordar o desenrolar da questão proletária em três
obras de Oswald de Andrade: Os condenados, cuja versão original remonta a 1922, A
Revolução Melancólica, de 1943, e Chão, de 1945, ambos parte de Marco Zero, projeto
de uma obra cíclica a princípio a ser composta por cinco romances, porém não concluído
pelo autor. Esta análise dialoga com um dos primeiros estudos críticos sobre a obra de
Oswald, "Estouro e Libertação", de 1944, de Antonio Candido. O crítico divide a obra de
Oswald até então publicada em três fases distintas. As quais, contudo, não se sucederiam
cronologicamente, pois obras de uma alternar-se-iam, em ordem de publicação, com as
de outra, gerando a impressão de um autor contraditório ou, ao menos, em constante
revisão e ebulição de ideias. Minha leitura dos três romances em questão parte da
comparação entre o modelo mais intimista assumido por Os condenados em contraste
com o caráter panorâmico e mais esquemático, de romance mural, que predomina nas
duas narrativas de Marco Zero.
Coordenada 3:
Título: Mário de Andrade entre a
Autor: Maria Luísa Carneiro Fumaneri
Resumo: Em 1942, em sua famosa conferência "O movimento modernista", Mário de
Andrade procura analisar as contribuições do movimento de 22 em face da produção
brasileira contemporânea. O texto, conhecido por sua conjunção entre nostalgia e
arrependimento, é um importante documento da reflexão estética madura de Mário de
Andrade e traz um passo importante, já que anuncia algumas das ideias que culminariam
na reflexão sobre a torre de marfim, desenvolvida pouco antes de sua morte, e sobre o
lugar político do artista na sociedade. Ainda, trata-se de um passo que inspiraria a própria
"Meditação sobre o Tietê", poema-testamento do autor. Esta comunicação, portanto, visa
analisar pontos-chave da trajetória do intelectual Mário de Andrade, focando nas questões
de representação do país, em sua poesia, e no papel da arte, em sua reflexão crítica, entre
as décadas de 1920 e 1940.
Coordenada 1:
Título: Inventário de Libras sobre tecnologia
Autor: Amanda Regina Silva
Resumo: A presente sessão coordenada tem por interesse promover um ambiente de
trocas e diálogo sobre a importância de se criar um inventário da língua brasileira de sinais
brasileira (Libras) em ambientes acadêmicos. O presente trabalho está vinculado a um
projeto maior intitulado “Inventário da libras na UFPR” que tem como objetivo maior
criar/documentar um inventário da língua brasileira de sinais brasileira (Libras), uma vez
que, em nível nacional, um inventário constitui-se em um instrumento de identificação,
reconhecimento, valorização e promoção da língua materna dos surdos. A proposta desta
sessão é reunir interessados na temática e promover um ambiente de interação e trocas de
experiências tendo como reunir e divulgar os sinais criados na UFPR tornando-se um
veículo disponível de materiais de ensino em diversas áreas do conhecimento auxiliando
nas disciplinas obrigatórias (DECRETO 5626). Além disso, os sinais descritos se
constituirão em corpus linguísticos, ficando disponível para a comunidade científica e
acadêmica abrindo a possibilidade de desenvolvimento de outras pesquisas.
Coordenada 2:
Título: Inventário de libras sobre tecnologia
Autor: Vinicius rodrigo de Araujo Pinheiro
Resumo: A presente sessão coordenada tem por interesse promover um ambiente de
trocas e diálogo sobre a importância de se criar um inventário da língua brasileira de sinais
brasileira (Libras) em ambientes acadêmicos. O presente trabalho está vinculado a um
projeto maior intitulado “Inventário da libras na UFPR” que tem como objetivo maior
criar/documentar um inventário da língua brasileira de sinais brasileira (Libras), uma vez
que, em nível nacional, um inventário constitui-se em um instrumento de identificação,
reconhecimento, valorização e promoção da língua materna dos surdos. A proposta desta
sessão é reunir interessados na temática e promover um ambiente de interação e trocas de
experiências tendo como reunir e divulgar os sinais criados na UFPR tornando-se um
veículo disponível de materiais de ensino em diversas áreas do conhecimento auxiliando
nas disciplinas obrigatórias (DECRETO 5626). Além disso, os sinais descritos se
constituirão em corpus linguísticos, ficando disponível para a comunidade científica e
acadêmica abrindo a possibilidade de desenvolvimento de outras pesquisas.
Coordenada 1:
Título: O canto da palavra – equivocidade e obliquação na poética ameríndia
Autor: Igor Dreidy de Sousa Moraes
Resumo: Palavra que canta, escritura que baila pela floresta e vibra corpos em devires os
mais intensos. Inscreve-se além ou aquém da página em branco do mundo branco. Antes,
vira onça, pássaro, morto, deuses; equivoca-se a todo instante, transborda para fora do
tempo e extrapola o próprio dizível-audível-visível. Quem diz? À isso que chama-se
“poética ameríndia”, ou ainda, “arte verbal”, para designar a prática de coletivos não-
ocidentais quanto ao seu fazer-palavra - fazer como poiêsis tal como os gregos o definiam
– como sopro, canto, performance; pretende-se traçar um breve panorama de tais noções
“ocidentais demasiadamente ocidentais” , partindo do estudos desenvolvidos na América
do Norte sob a rubrica de etnopoética aos contemporâneos conceitos de arte verbal e
poética do xamanismo, esses últimos trazidos como instrumental teórico e metodológico
por pesquisas antropológicas, a fim de dar conta da multiplicidade da potência que
percorre as palavras dos “outros”. Tentativa arriscada de abarcar a não-palavra como disse
Clarice Lispector, ou as lacunas em branco do texto que perturbavam Foucault. Interstício
como o entre em Deleuze e Guattari, platô de intensidades em que os processos de
significância/subjetivação – ontológicos, epistemológicos e cosmológicos – são
atropelados por outras velocidades, outros modos, outros mundos. Convocando o
conceito de equivocidade, como cunhado por Viveiros de Castro, para o qual a tradução
é sempre um equívoco e neste reside não o erro mas a própria diferença intensiva, bem
como, a noção de obliquação que Alexandre Nodari usa para tentar dar conta dos
movimentos entre sujeito e objeto, eu-outro, em um perpétuo movimento perspectivo e
deslocamento constante, intenta-se escapar do modo classificatório “ocidêntico” para um
la pensée autrement – com as palavras de Blanchot - sobre esse fazer-palavra ameríndio.
Onde o canto escreve-inscreve, a palavra canta, e todo um “fora” – em termos literários
– se esboça.
Coordenada 2:
Título: E se Orfeu devorasse as bacantes? A canção ameríndia do inimigo como variação
topológica
Autor: Mauricio Fernando Pitta
Resumo: Eduardo Viveiros de Castro descreve o ritual antropófago dos araweté como
um jogo perspectivista: ao operar a morte do inimigo, estrangeiro d’outra tribo, o
guerreiro matador canta a canção do inimigo sobre si mesmo, fazendo-se inimigo, e
fazendo do inimigo morto, sujeito da relação. A alteridade se afirma na canção araweté
pela variação topológica, isto é, pela variação do lugar do sujeito. Orfeu, ao tocar sua lira
e cantar, por outro lado, converte o Outro (pedras, animais) em humano — domestica-o,
trazendo-o para o domínio dos gregos ao mesmo tempo que o neutraliza em sua
alteridade. O mito de Orfeu é, para Peter Sloterdijk, autor de Esferas e da esferologia, o
mito chefe do modo de vida Ocidental, e exprime o modus vivendi imunológico do
homem europeu: diante da alteridade, ou a fagocitose domesticadora, ou a expansão da
habitação europeia e o extermínio do Outro. Buscamos, aqui, explorar o perspectivismo
ameríndio de Viveiros de Castro e Tânia Stolze Lima contra a esferologia de Sloterdijk,
propondo um “perspectivismo topológico”, no qual se evidencia que a imunologia ignora
a primeira cláusula, animista, e petrifica a diferença topológica entre o dentro e o fora em
uma espécie de “antropotopocentrismo”. Traçando analogia com o mito órfico, queremos,
portanto, fazer o seguinte experimento de pensamento: e se Orfeu, ao invés de estilhaçado
pelas mênades, seguidoras de Dioniso, operasse um devir-canibal e as devorasse,
cantando a canção das bacantes sobre si mesmo? O que a canção de Anti-Orfeu mostraria
sobre o Orfeu tornado, ele mesmo, inimigo? Temos, por hipótese, que os hinos de Orfeu,
moduladas como hinos do inimigo, poderiam, inserindo um animismo de ordem diferente
da domesticação pela lira órfica e fazendo variar a diferença topológica, servir de
operadores contra-imunológicos para frear o potencial autoimune (autodestrutivo) da
esferologia.
Coordenada 3:
Título: Pode um extra-humano falar?
Autor: Rondinelly Gomes Medeiros
Resumo: Que imagem de pensamento está em jogo – ou seja, que disposições e mundos
se forjam e se oferecem, e que outras disposições e mundos se rejeitam e se escondem –
quando se vê na promiscuidade entre família e bichos desenhada em Vidas secas nada
mais do que uma degeneração do estatuto da humanidade, uma desumanização? Que
afetos estariam, por outro lado, em evidência, se tentássemos compreender a contrapelo
o que seria a incapacidade dos personagens de articular conceitualmente suas ideias,
como se fosse, em vez de indício de uma solidão desoladora, apontamentos de uma
política da distribuição cósmica da língua em linguagens multimedia (por muitos meios)
e das subjetividades em extra-humanidades?
COMUNICAÇÕES INDIVIDUAIS
Título: Life is a zoo: uma leitura de “The zoo story”, de Edward Albee, e “O búfalo”, de
Clarice Lispector
Autor: Leticia Pilger da Silva
Área: Estudos Literários
Tipo: Individual
Resumo: Na peça “The zoo story”, de Edward Albee (1959), um homem marginalizado
na sociedade olha e é olhado por um cachorro; no conto “O búfalo”, de Clarice Lispector
(1860), uma mulher olha e é olhada por um búfalo. Em ambos os textos, a comunicação
entre humano e animal ocorre via olhar, e os humanos se veem no outro deste Outros de
species diferentes. Considerando a presença (real ou virtual) do zoológico e a poética do
olhar, o objetivo deste trabalho é analisar a presenta do animal em ambos os textos,
investigando o papel do “zoológico”, a forma como acontece o diálogo entre animais e
humanos e o que os animais comunicam aos humanos ao espelharem suas imagens. Para
a análise, serão utilizados o conceito de species, a história da origem do zoológico e sua
configuração dentro do espaço urbano (BRAVO, 2011; MACIEL, 2008, 2011), o
conceito de filosofia (NODARI, 2017), a intesecção entre psicanálise (LACAN, 2010) e
a teoria literária (EAGLETON, 1996), a compreensão de ficção como antropologia
especulativa, de Juan José Saer (2009), ampliado para uma bio-perspectiva (COETZEE,
2004) e as reflexões derridianas sobre “o animal que logo sou” (DERRIDA, 2002). A
leitura permite compreender o zoológico não apenas como uma instituição que mostra
diferentes espécies de animais selvagens deslocados de seu habitat natural para o
ambiente urbano, mas também uma metáfora para a sociedade, já que seres humanos
também são animais – presos, expostos e controlados pela sociedade.
Título: Paralelos entre Uma aprendizagem, de Clarice Lispector e Honra-me com teus
nadas, de Hilda Hilst
Autor: Isabel Linhares da Silva
Área: Estudos Literários
Tipo: Individual
Resumo: A aproximação entre a prosa de Clarice Lispector e a poesia de Hilda Hilst é
válida considerando que ambas são escritoras mulheres, de épocas próximas, que
escrevem sobre a busca de identidade. Além disso, os textos aqui comparados, Uma
aprendizagem ou o livro dos prazeres e Honra-me com teus nadas, apresentam também
uma série de características em comum, como a relação com a alteridade, com o divino,
com a natureza e com a metalinguagem, que justificam sua comparação. Ainda, o paralelo
entre a prosa Clariceana e poesia parece ser bem fundamentado pelo fato de a autora
utilizar reiteradamente uma linguagem poética e recursos formais típicos do gênero, como
metáforas, aliterações e sinestesias em sua obra. O escopo foi o romance Uma
aprendizagem por se apresentar como um exercício da escrita, com um enredo rarefeito
que, por isso, dá espaço para uma reflexão metalinguística, se afastando de uma narrativa
tradicional. Por fim, é interessante notar como os dois textos possuem um final distinto,
visto que no romance a personagem tem um final feliz, enquanto no poema a voz poética
não consegue se encontrar positivamente, pois os problemas levantados não são
resolvidos.
Título: Mobilidade fixa – literatura e(m) movimento no poema tem país na paisagem, de
Marília Garcia
Autor: Géssica Luiza Kozerski
Área: Estudos Literários
Tipo: Individual
Resumo: Historicamente, a crítica literária estabeleceu-se como análise de textos
literários sob diferentes pressupostos. Entre as práticas de leitura, podemos mencionar as
manifestações das diferentes formas de estruturalismo, a realidade histórico-social da
crítica materialista e os estudos culturais. O presente trabalho apresenta uma crítica
literária voltada à totalidade da poesia contemporânea, pautada em três movimentos:
Proposta de uma metáfora de leitura voltada à especificidade do poema Tem país na
paisagem? de Marília Garcia (2017), a historicidade desta imagem de leitura evidenciada
outras obras e, por fim, como pensar a literatura a partir desta leitura. Em específico, será
apresentado a constante combinações de narrativas em movimento no referido poema, a
recorrência do fenômeno nos poemas de Carlito Azevedo e a mobilidade de memórias
como atividade realizada pelo leitor frente a todo texto literário.
Título: Transgressão em Dailan Kifki (1966) de María Walsh: literatura infantil argentina
e a ditadura de 70
Autor: Ana Luiza Boldrini
Área: Estudos Literários
Tipo: Individual
Resumo: María Elena Walsh foi uma escritora, poeta e compositora argentina nascida no
ano de 1930 em Ramos Mejía, província de Buenos Aires, morreu na capital argentina
em 2011. Dedicou a sua vida às artes, especificamente a literatura infantil, por meio do
romance e da poesia, gêneros nos quais obteve destaque pela sua maneira inovadora da
abordagem de críticas sociais através do texto. Deve-se destacar também a sua
importância como compositora dentro do universo do cancioneiro popular argentino e
latinoamericano. No romance infantil Dailan Kifiki (1966), que transita entre o fantástico
e o absurdo, a autora tece críticas a sociedade burocrática. O elefante de estimação da
personagem principal – sem nome – é dotado de asas de papel celofane e leva consigo
um bombeiro que ao se envolver na trama acaba raptado para o voo. A narradora-
personagem percorre um longo circuito em busca de solucionar o conflito central do
elefante procurado, dessa forma estabelece diálogo com as autoridades sociais instituídas
como a polícia, o prefeito de Buenos Aires, a Aeronáutica, as Embaixadas, a Marinha, o
observatório astronômico e o Sindicato dos Confeccionadores de Pipas. Esta peregrinação
soa também como uma crítica a estrutura institucional, que não dá conta de resolver o
problema do animal de estimação perdido, que simboliza na narrativa o diferente. O
animal não previsto pela lei contesta a burocracia e a hierarquia da sociedade, pois se
torna um problema público. O livro retornou à circulação com a retomada da publicação
de livros infantis em 1983 e não foi o único livro censurado pela ditadura militar de 1976.
Título: Das schwarze Deutschland - uma Unidade Temática para o ensino de alemão
como língua estrangeira
Autor: Claudia Daniele Blum Santana
Área: Linguística Aplicada
Tipo: Individual
Resumo: Nesta comunicação, será apresentada a Unidade Temática (UT) "Das schwarze
Deutschland", de autoria própria, desenvolvida ao longo de disciplinas da licenciatura,
para o ensino de alemão como língua estrangeira, sob uma perspectiva bakhtiniana de
linguagem. Serão dois os pontos principais em sua apresentação: o desenvolvimento
didático de uma UT e a apresentação e análise de “Das schwarze Deutschland”. Seu tema
norteador é a presença de pessoas negras alemãs/na Alemanha, que é trabalhada a partir
de textos e fotos autênticos, retirados de redes sociais e jornais, procurando ressaltar não
só a existência, como também as dificuldades de pessoas negras (alemãs ou imigrantes)
na Alemanha, sempre estabelecendo um diálogo com a realidade negra no Brasil. Essa
unidade foi aplicada no projeto “Idioma para Fins Acadêmicos”, da UFPR, e obteve uma
boa resposta dos alunos, que, mesmo não sendo politicamente engajados na causa, tinham
conhecimento do assunto e uma opinião já minimamente formada, de forma a contribuir
com o desenvolvimento das aulas. Trazer esta unidade para a Semana de Letras se
justifica por ser uma temática pouco comum no trabalho com a língua alemã e por ser o
desenvolvimento de Unidades Temáticas uma prática ainda muito restrita às aulas de
licenciatura.
COMUNICAÇÕES COORDENADAS
Coordenada 1:
Título: Oficinas para a Sensibilização e Aproximação à Cultura e à Língua Italianas
Autor: Ana Paula Miranda Mendes
Resumo: Este trabalho tem o objetivo de apresentar os resultados das “Oficinas para a
Sensibilização e Aproximação à Cultura e à Língua Italiana”, idealizadas no âmbito do
Projeto Licenciar Italiano. Esse projeto, coordenado pela Profa. Paula Garcia de Freitas,
faz parte do programa Licenciar (PROGRAD/UFPR), o qual visa a: (a) promover
ampliação da formação acadêmica e da produção de conhecimento científico sobre a
prática pedagógica; (b) incrementar a articulação entre ensino, pesquisa e extensão e (c)
incrementar a articulação entre o ensino na Licenciatura e as demandas de todos os níveis
educacionais. Nesse sentido, o projeto do italiano tem o objetivo de proporcionar ao aluno
de licenciatura em Letras-italiano a oportunidade de entrar em sala de aula e vivenciar a
prática docente. Com o propósito inicial de sensibilização para a cultura e língua italiana,
foram elaboradas quatro oficinas para perfazerem um total de 30 horas/aula, aplicadas a
alunos de escolas municipais de Curitiba com idade entre 9 e 11 anos. Cada uma das
oficinas apresenta atividades para tratar de um determinado tema, como descendência,
tipicidade e cidadania, procurando dialogar com o conhecimento prévio dos alunos para
a construção de novos conceitos sobre a língua e a cultura italiana.
Coordenada 2:
Título: Oficinas para a Sensibilização e Aproximação à Cultura e à Língua Italiana
Autor: Bárbara Vaini
Resumo: Este trabalho tem o objetivo de apresentar os resultados das “Oficinas para a
Sensibilização e Aproximação à Cultura e à Língua Italiana”, idealizadas no âmbito do
Projeto Licenciar Italiano. Esse projeto, coordenado pela Profa. Paula Garcia de Freitas,
faz parte do programa Licenciar (PROGRAD/UFPR), o qual visa a: (a) promover a
ampliação da formação acadêmica e da produção de conhecimento científico sobre a
prática pedagógica; (b) incrementar a articulação entre ensino, pesquisa e extensão e (c)
incrementar a articulação entre o ensino na Licenciatura e as demandas de todos os níveis
educacionais. Nesse sentido, o projeto do italiano tem o objetivo de proporcionar ao aluno
de licenciatura em Letras-italiano a oportunidade de entrar em sala de aula e vivenciar a
prática docente do idioma. Com o propósito inicial de sensibilização para a cultura e
língua italiana, foram elaboradas quatro oficinas para perfazerem um total de 30
horas/aula, aplicadas a alunos de escolas municipais de Curitiba com idade entre 9 e 11
anos. Cada uma das oficinas apresenta atividades para tratar de um determinado tema,
como descendência, tipicidade e cidadania, procurando dialogar com o conhecimento
prévio dos alunos para a construção de novos conceitos sobre a língua e a cultura italiana.
Coordenada 3:
Título: Sensibilização da cultura hispano-americana em aulas de espanhol como língua
estrangeira
Autor: Bruna Maciel Ramos
Resumo: Através dessa comunicação, compartilharemos resultados, metodologias,
estratégias e dificuldades encontradas no ensino de espanhol como língua estrangeira
através do programa Licenciar/espanhol intitulado “Hermanos: a língua e a cultura
espanhola na rede pública de ensino”. O programa tem como proposta a sensibilização ao
aprendizado do espanhol em escolas municipais de Curitiba e foi realizado em 2017 na
Escola Municipal Erasmo Pilotto, com os alunos do 9º ano. A organização consistia em
reuniões entre a professora coordenadora e a professora bolsista, para discussão de textos
teóricos e elaboração de sequências didáticas, além da realização de aulas em encontros
semanais de dua s horas. As sequências didáticas tratavam cada dia de um país e um
elemento representativo da cultura hispano-americana que permitiam aos alunos além de
conhecerem outra cultura refletirem sobre a sua própria. Desse modo, pudemos cumprir
nosso propósito de transculturação apresentando aos alunos que há muitas mais coisas
que nos aproximam do que coisas que nos distanciam culturalmente e que estamos em
uma movimentação constante, aprendendo uns com os outros.
Coordenada 4:
Título: Oficinas para a Sensibilização e Aproximação à Cultura e à Língua Italianas
Autor: Marianna Schneider
Resumo: Este trabalho tem o objetivo de apresentar os resultados das “Oficinas para a
Sensibilização e Aproximação à Cultura e à Língua Italiana”, idealizadas no âmbito do
Projeto Licenciar Italiano. Esse projeto, coordenado pela Profa. Paula Garcia de Freitas,
faz parte do programa Licenciar (PROGRAD/UFPR), o qual visa a: (a) promover a
ampliação da formação acadêmica e da produção de conhecimento científico sobre a
prática pedagógica; (b) incrementar a articulação entre ensino, pesquisa e extensão e (c)
incrementar a articulação entre o ensino na Licenciatura e as demandas de todos os níveis
educacionais. Nesse sentido, o projeto do italiano tem o objetivo de proporcionar ao aluno
de licenciatura em Letras-italiano a oportunidade de entrar em sala de aula e vivenciar a
prática docente do idioma. Com o propósito inicial de sensibilização para a cultura e
língua italiana, foram elaboradas quatro oficinas para perfazerem um total de 30
horas/aula, aplicadas a alunos de escolas municipais de Curitiba com idades entre 9 e 11
anos. Cada uma das oficinas apresenta atividades para tratar de um determinado tema,
como descendência, tipicidade e cidadania, procurando dialogar com o conhecimento
prévio dos alunos para a construção de novos conceitos sobre a língua e a cultura italiana.
Coordenada 1:
Título: Motivação e relações interpessoais: explorando filmes em aulas de inglês do
PIBID
Autor: Andressa Alves Siqueira
Resumo: No dia 28 de fevereiro de 2018, o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação
à Docência (PIBID) foi interrompido. Mesmo com essa interrupção, iremos compartilhar
uma experiência de trabalho que tivemos no âmbito do projeto em um colégio estadual
da região central de Curitiba. A partir da observação da turma, percebemos que havia a
necessidade de instigar os estudantes nas aulas de inglês e, durante a aplicação do projeto,
foi imprescindível trabalhar as relações interpessoais entre os alunos. Nosso objetivo foi
estimular o ensino-aprendizado da língua inglesa, por meio de elementos da cultura
cinematográfica, bem como estabelecer melhores condições de convívio entre os alunos.
Levando em conta o que Harmer (2001) postula sobre a tarefa do professor de
proporcionar o engajamento através de materiais que sejam relevantes e envolventes para
o aluno adolescente, assim como a reflexão de Freire (1996) sobre a criação de relações
entre os conteúdos curriculares e a bagagem social dos estudantes, partimos da hipótese
de que a cultura cinematográfica poderia instigar os estudantes e estabelecer relações com
suas experiências sociais. Para isso, este trabalho propôs o uso de trechos de filmes
visando contextualizar o conteúdo abordado nas aulas de língua inglesa dos primeiros
anos do ensino médio, como parte do material didático. Após um semestre de aplicação
do projeto, percebemos o aumento gradual do interesse dos estudantes nas aulas de inglês,
confirmando a hipótese inicial deste trabalho. A tentativa de aprimorar as relações
interpessoais também teve resultado positivo, de modo que os estudantes, ao fim do
semestre, mostraram-se mais respeitosos e colaborativos uns com os outros.
Coordenada 2:
Título: Motivação e relações interpessoais: explorando filmes em aulas de inglês do
PIBID
Autor: Julia Maria Vieira e Borges
Resumo: No dia 28 de fevereiro de 2018, o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação
à Docência (PIBID) foi interrompido. Mesmo com essa interrupção, iremos compartilhar
uma experiência de trabalho que tivemos no âmbito do projeto em um colégio estadual
da região central de Curitiba. A partir da observação da turma, percebemos que havia a
necessidade de instigar os estudantes nas aulas de inglês e, durante a aplicação do projeto,
foi imprescindível trabalhar as relações interpessoais entre os alunos. Nosso objetivo foi
estimular o ensino-aprendizado da língua inglesa por meio de elementos da cultura
cinematográfica, bem como estabelecer melhores condições de convívio entre os alunos.
Levando em conta o que Harmer (2001) postula sobre a tarefa do professor de
proporcionar o engajamento através de materiais que sejam relevantes e envolventes para
o aluno adolescente, assim como a reflexão de Freire (1996) sobre a criação de relações
entre os conteúdos curriculares e a bagagem social dos estudantes, partimos da hipótese
de que a cultura cinematográfica poderia instigar os estudantes e estabelecer relações com
suas experiências sociais. Para isso, este trabalho propôs o uso de trechos de filmes
visando contextualizar o conteúdo abordado nas aulas de língua inglesa dos primeiros
anos do ensino médio, como parte do material didático. Após um semestre de aplicação
do projeto, percebemos o aumento gradual do interesse dos estudantes nas aulas de inglês,
confirmando a hipótese inicial deste trabalho. A tentativa de aprimorar as relações
interpessoais também teve resultado positivo, de modo que os estudantes, ao fim do
semestre, mostraram-se mais respeitosos e colaborativos uns com os outros.
Coordenada 3:
Título: A importância da observação de aula e apresentação de um novo formulário
criado pelo PIBID – Inglês
Autor: Julianne Khatlin Prata de Souza
Resumo: Apesar de serem de extrema importância para a formação inicial de professores,
as observações de aula ainda são pouco exploradas como fonte de insights para os
licenciandos em geral. Assim, esta comunicação pretende enfatizar a observação de aulas
como prática fundamental para a formação de professores, com base em colocações já
feitas por pesquisadores da área de formação de professores de inglês como língua
estrangeira (BROWN, 2010; HARMER, 2001; RANDALL & THORNTON, 2003).
Através de informações obtidas em pesquisas acadêmicas e também em nossas
observações enquanto estagiários (PIBID, estágio supervisionado, etc), mostraremos a
relevância, tanto para a formação inicial quanto para além da graduação, da observação
como elemento fundamental para embasar a ação. Traremos de apontamentos gerais
oriundos da análise de 17 modelos de observação de aulas que foram apreciados em
reuniões do PIBID – Inglês, e mostraremos o formulário de observação de aulas que
orientou o nosso olhar e nossas observações enquanto professores em formação inicial,
especialmente durante o segundo semestre de 2017. A observação de aulas é um
procedimento fundamental para o professor em formação inicial e serve para orientar suas
ações futuras, ao mostrar como, na prática, uma aula é planejada, se organiza e pode ser
conduzida.
Coordenada 4:
Título: O PIBID em números – Um panorama geral desde os editais às práticas em sala
de aula.
Autor: Julianne Khatlin Prata de Souza
Resumo: Após oito anos (2009-2017) de duração do Programa Institucional de Bolsas de
Iniciação à Docência (PIBID), ficamos com a sensação ambígua de ‘dever cumprido’ ao
mesmo tempo em que nos sentimos impotentes por não podermos dar continuidade ao
projeto. Essa comunicação tem como objetivo fazer uma retrospectiva dos diferentes
editais do PIBID, desde seu início (2009), até o término em fevereiro de 2018.
Apresentaremos os objetivos do programa (previstos nos editais), passando por seu
impacto positivo para todos os bolsistas envolvidos (alunos, professor supervisores e
professores coordenadores), bem como para as escolas/turmas contempladas,
considerando especialmente o PIBID – Inglês (UFPR). Para isso, coletamos informações
de diferentes sites (CAPES) e apresentaremos aquelas consideradas mais relevantes e
pertinentes no ponto de vista dos/das bolsistas ID. As contribuições do PIBID como
programa de formação inicial e continuada de seus bolsistas foi inegável. Fica claro
também o desânimo frente à reformulação do programa e a apresentação deste atrelado à
RP (Residência Pedagógica).
Coordenada 5:
Título: Motivação e relações interpessoais: explorando filmes em aulas de inglês do
Pibid
Autor: Matheus Henrique Germano
Resumo: No dia 28 de fevereiro de 2018, o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação
à Docência (PIBID) foi interrompido. Mesmo com essa interrupção, iremos compartilhar
uma experiência de trabalho que tivemos no âmbito do projeto em um colégio estadual
da região central de Curitiba. A partir da observação da turma, percebemos que havia a
necessidade de instigar os estudantes nas aulas de inglês e, durante a aplicação do projeto,
foi imprescindível trabalhar as relações interpessoais entre os alunos. Nosso objetivo foi
estimular o ensino-aprendizado da língua inglesa, por meio de elementos da cultura
cinematográfica, bem como estabelecer melhores condições de convívio entre os alunos.
Levando em conta o que Harmer (2001) postula sobre a tarefa do professor de
proporcionar o engajamento através de materiais que sejam relevantes e envolventes para
o aluno adolescente, assim como a reflexão de Freire (1996) sobre a criação de relações
entre os conteúdos curriculares e a bagagem social dos estudantes, partimos da hipótese
de que a cultura cinematográfica poderia instigar os estudantes e estabelecer relações com
suas experiências sociais. Para isso, este trabalho propôs o uso de trechos de filmes
visando contextualizar o conteúdo abordado nas aulas de língua inglesa dos primeiros
anos do ensino médio, como parte do material didático. Após um semestre de aplicação
do projeto, percebemos o aumento gradual do interesse dos estudantes nas aulas de inglês,
confirmando a hipótese inicial deste trabalho. A tentativa de aprimorar as relações
interpessoais também teve resultado positivo, de modo que os estudantes, ao fim do
semestre, mostraram-se mais respeitosos e colaborativos uns com os outros.
Título: Que Antígona é essa?: essa estranha dívida que não liga ninguém a ninguém
Autor: Prof. Guilherme Gontijo Flores
Área: Estudos da Tradução
Tipo: Coordenada
Resumo: Os trabalhos abordam traduções de traduções da peça Antígona, para discutirem
problemas teóricos tradutórios e apresentarem excertos traduzidos.
Coordenada 1:
Título: A Antígona sofocliana em tradução a partir do francês
Autor: André Mendes Kangussu
Resumo: Em seu ensaio “Torres de Babel”, Jacques Derrida lembra que a definição da
Tarefa do Tradutor de Walter Benjamin, ainda que se faça uma invertida e se transforme
o original no verdadeiro devedor dentro da lógica original/tradução, continua sendo uma
relação completamente baseada numa dívida. Mesmo que, como propõe Benjamin, cada
original acabe por demandar seu tradutor ideal, é mantido o mesmo viés “econômico” do
que se pode fazer com uma tradução e até que ponto ainda se pode continuar usando esse
Nome Próprio. Partindo, principalmente, de reflexões causadas pela leitura dos dois
textos, com uma ênfase ainda maior na ideia da impossibilidade de uma tradução da
tradução, o presente trabalho busca dialogar e demonstrar como é possível que o texto
traduzido, a depender de sua proposta tradutória, consiga ser ele mesmo um objeto a-
traduzir. Como exemplo paradigmático, a tradução de Hölderlin para a Antígona de
Sófocles faz com que se olhe de maneira mais atenta aos movimentos tradutórios
realizados pelas diversas traduções da peça para os mais variados idiomas, além de
possibilitar que se realizem traduções das traduções de uma peça que tanto discute a
questão da dívida. Para tanto, este trabalho apresenta uma tradução de um trecho da
Antígona para o português brasileiro a partir de uma tradução francesa e, assim, lado a
lado com traduções a partir de outras línguas, lança luz na sobrevida que resulta dessa
contínua relação de dívida e desejo.
Coordenada 2:
Título: A Antígona sofocliana em tradução a partir do alemão
Autor: Angélica de Oliveira Neri
Resumo: Em seu ensaio “Torres de Babel”, Jacques Derrida lembra que a definição da
Tarefa do Tradutor de Walter Benjamin, ainda que se faça uma invertida e se transforme
o original no verdadeiro devedor dentro da lógica original/tradução, continua sendo uma
relação completamente baseada numa dívida. Mesmo que, como propõe Benjamin, cada
original acabe por demandar seu tradutor ideal, é mantido o mesmo viés “econômico” do
que se pode fazer com uma tradução e até que ponto ainda se pode continuar usando esse
Nome Próprio. Partindo, principalmente, de reflexões causadas pela leitura dos dois
textos, com uma ênfase ainda maior na ideia da impossibilidade de uma tradução da
tradução, o presente trabalho busca dialogar e demonstrar como é possível que o texto
traduzido, a depender de sua proposta tradutória, consiga ser ele mesmo um objeto a-
traduzir. Como exemplo paradigmático, a tradução de Friedrich Hölderlin para a
Antígona de Sófocles faz com que se olhe de maneira mais atenta aos movimentos
tradutórios realizados pelas diversas traduções da peça para os mais variados idiomas,
além de possibilitar que se realizem traduções das traduções de uma peça que tanto
discute a questão da dívida. Para tanto, este trabalho apresenta uma tradução de um trecho
da Antígona para o português brasileiro a partir da emblemática tradução do alemão de
Hölderlin e, assim, lado a lado com traduções a partir de outras línguas, lança luz na
sobrevida que resulta dessa contínua relação de dívida e desejo.
Coordenada 3:
Título: A Antígona sofocliana em tradução a partir do alemão
Autor: Gisele Jordana Eberspächer
Resumo: Em seu ensaio “Torres de Babel”, Jacques Derrida lembra que a definição da
Tarefa do Tradutor de Walter Benjamin, ainda que se faça uma invertida e se transforme
o original no verdadeiro devedor dentro da lógica original/tradução, continua sendo uma
relação completamente baseada numa dívida. Mesmo que, como propõe Benjamin, cada
original acabe por demandar seu tradutor ideal, é mantido o mesmo viés “econômico” do
que se pode fazer com uma tradução e até que ponto ainda se pode continuar usando esse
Nome Próprio. Partindo, principalmente, de reflexões causadas pela leitura dos dois
textos, com uma ênfase ainda maior na ideia da impossibilidade de uma tradução da
tradução, o presente trabalho busca dialogar e demonstrar como é possível que o texto
traduzido, a depender de sua proposta tradutória, consiga ser ele mesmo um objeto a-
traduzir. Como exemplo paradigmático, a tradução de Friedrich Hölderlin para a
Antígona de Sófocles faz com que se olhe de maneira mais atenta aos movimentos
tradutórios realizados pelas diversas traduções da peça para os mais variados idiomas,
além de possibilitar que se realizem traduções das traduções de uma peça que tanto
discute a questão da dívida. Para tanto, este trabalho apresenta uma tradução de um trecho
da Antígona para o português brasileiro a partir da emblemática tradução do alemão de
Hölderlin e, assim, lado a lado com traduções a partir de outras línguas, lança luz na
sobrevida que resulta dessa contínua relação de dívida e desejo.
Coordenada 4:
Título: A Antígona sofocliana em tradução a partir do inglês
Autor: Guilherme Bernardes
Resumo: Em seu ensaio “Torres de Babel”, Jacques Derrida lembra que a definição da
Tarefa do Tradutor de Walter Benjamin, ainda que se faça uma invertida e se transforme
o original no verdadeiro devedor dentro da lógica original/tradução, continua sendo uma
relação completamente baseada numa dívida. Mesmo que, como propõe Benjamin, cada
original acabe por demandar seu tradutor ideal, é mantido o mesmo viés “econômico” do
que se pode fazer com uma tradução e até que ponto ainda se pode continuar usando esse
Nome Próprio. Partindo, principalmente, de reflexões causadas pela leitura dos dois
textos, com uma ênfase ainda maior na ideia da impossibilidade de uma tradução da
tradução, o presente trabalho busca dialogar e demonstrar como é possível que o texto
traduzido, a depender de sua proposta tradutória, consiga ser ele mesmo um objeto a-
traduzir. Como exemplo paradigmático, a tradução de Hölderlin para a Antígona de
Sófocles faz com que se olhe de maneira mais atenta aos movimentos tradutórios
realizados pelas diversas traduções da peça para os mais variados idiomas, além de
possibilitar que se realizem traduções das traduções de uma peça que tanto discute a
questão da dívida. Para tanto, este trabalho apresenta uma tradução de um trecho da
Antígona, a partir da tradução do inglês Antigonick (2012), de Anne Carson, para o
português brasileiro e, assim, lado a lado com traduções a partir de outras línguas, lança
luz na sobrevida que resulta dessa contínua relação de dívida e desejo.
Coordenada 5:
Título: A Antígona sofocliana em tradução a partir do francês
Autor: Hugo Simões
Resumo: Em seu ensaio “Torres de Babel”, Jacques Derrida lembra que a definição da
Tarefa do Tradutor de Walter Benjamin, ainda que se faça uma invertida e se transforme
o original no verdadeiro devedor dentro da lógica original/tradução, continua sendo uma
relação completamente baseada numa dívida. Mesmo que, como propõe Benjamin, cada
original acabe por demandar seu tradutor ideal, é mantido o mesmo viés “econômico” do
que se pode fazer com uma tradução e até que ponto ainda se pode continuar usando esse
Nome Próprio. Partindo, principalmente, de reflexões causadas pela leitura dos dois
textos, com uma ênfase ainda maior na ideia da impossibilidade de uma tradução da
tradução, o presente trabalho busca dialogar e demonstrar como é possível que o texto
traduzido, a depender de sua proposta tradutória, consiga ser ele mesmo um objeto a-
traduzir. Como exemplo paradigmático, a tradução de Hölderlin para a Antígona de
Sófocles faz com que se olhe de maneira mais atenta aos movimentos tradutórios
realizados pelas diversas traduções da peça para os mais variados idiomas, além de
possibilitar que se realizem traduções das traduções de uma peça que tanto discute a
questão da dívida. Para tanto, este trabalho apresenta uma tradução de um trecho da
Antígona para o português brasileiro a partir de uma tradução francesa e, assim, lado a
lado com traduções a partir de outras línguas, lança luz na sobrevida que resulta dessa
contínua relação de dívida e desejo.
Coordenada 6:
Título: A Antígona sofocliana em tradução a partir do inglês.
Autor: Raphael Pappa Lautenschlager
Resumo: Em seu ensaio “Torres de Babel”, Jacques Derrida lembra que a definição da
Tarefa do Tradutor de Walter Benjamin, ainda que se faça uma invertida e se transforme
o original no verdadeiro devedor dentro da lógica original/tradução, continua sendo uma
relação completamente baseada numa dívida. Mesmo que, como propõe Benjamin, cada
original acabe por demandar seu tradutor ideal, é mantido o mesmo viés “econômico” do
que se pode fazer com uma tradução e até que ponto ainda se pode continuar usando esse
Nome Próprio. Partindo, principalmente, de reflexões causadas pela leitura dos dois
textos, com uma ênfase ainda maior na ideia da impossibilidade de uma tradução da
tradução, o presente trabalho busca dialogar e demonstrar como é possível que o texto
traduzido, a depender de sua proposta tradutória, consiga ser ele mesmo um objeto a-
traduzir. Como exemplo paradigmático, a tradução de Hölderlin para a Antígona de
Sófocles faz com que se olhe de maneira mais atenta aos movimentos tradutórios
realizados pelas diversas traduções da peça para os mais variados idiomas, além de
possibilitar que se realizem traduções das traduções de uma peça que tanto discute a
questão da dívida. Para tanto, este trabalho apresenta uma tradução de um trecho da
Antígona, a partir da tradução do inglês Antigonick (2012), de Anne Carson, para o
português brasileiro e, assim, lado a lado com traduções a partir de outras línguas, lança
luz na sobrevida que resulta dessa contínua relação de dívida e desejo.
Coordenada 1:
Título: A República e a poesia
Autor: Mateus Toledo Gonçalves
Resumo: Essa comunicação será um comentário sobre duas passagens da República de
Platão (376c-398b e 595a-608b) em que o problema do lugar da poesia na cidade é
tematizado. A ideia será a de reconstruir o percurso argumentativo do texto tendo como
pano de fundo uma pergunta banal: qual o interesse dessas análises platônicas hoje?
Revisitar a discussão sobre a poesia na República pode ser interessante seja porque nessas
passagens estão articuladas as fundações de posições intelectuais que estão aí até hoje,
seja porque elas ainda podem ser reveladoras do fenômeno poético. Nos momentos em
que não são nem uma coisa nem outra, elas talvez tenham um poder de atração e uma
graça pelo seu valor de diferença, por serem em muitos aspectos estrangeiras a nós.
Coordenada 2:
Título: Proust e a cor: o escritor como pintor
Autor: Tarik Vivan Alexandre
Resumo: A seguinte comunicação pretende expor brevemente a relação criada por
Marcel Proust em seu romance Em Busca do Tempo Perdido sobre a atividade da escrita
como um processo pictórico. Para tal, esta relação pressupõe a concepção e exposição de
uma metodologia dada por Proust a respeito da escrita como um vagar caudaloso da
rememoração para, assim, conferir ao processo de rememoração – e, por sua vez, da
escrita-, como uma atividade que suscita a visão/olhar do escritor tal como o pintor ao
pigmentar os detalhes de um quadro. Este olhar colorífico dado pelo escritor é de suma
importância para Proust a partir do conceito de estilo, que, a saber, denota as
características particulares de um autor/escritor que são devidamente metamorfoseadas
no ato da criação artística. Sendo assim, a aproximação entre pintor e escritor traz à tona
uma perspectiva do afeto, uma vez que a pintura do tempo se dá como um rememorar dos
sentimentos dados no tempo e nos objetos descritos pela pintura/escrita realizada por
Proust.
Coordenada 3:
Título: O espelho de K.
Autor: Yuri Kulisky
Resumo: Em um primeiro lance, o espelho parece ser, na obra de Kafka, um conteúdo
nulo, de posição secundária. Ele não recebe nenhum desenvolvimento temático, não
desempenha nenhum papel relevante. No entanto, nesta mesma obra parecem proliferar
operações especulares, não apenas reflexivas, mas deformantes, aberrantes, devolvendo
imagens apenas sob a condição de deformá-las. Em traços amplos, estas operações estão
na base de muitos motivos da escrita kafkiana: na distorção e no alongamento das frases,
nas quais uma divagação entremeia causa e consequência, fazendo com que elas apareçam
desconjuntadas (verrückt, como queria Günther Anders); na aparição constante de duplos
(O Castelo, por exemplo, está repleto deles); nas reações das personagens, que parecem
sempre deslocadas, atrasadas, tendendo ao absurdo; nos obstáculos, que se interpõem
entre o mensageiro e o receptor da mensagem, entre o homem do campo e a Lei, entre K.
e o Castelo etc. Esta apresentação visa delinear, em caráter de esboço, algumas noções
preliminares para o desenvolvimento de um conceito de especularidade propriamente
kafkiano.
COMUNICAÇÕES INDIVIDUAIS