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1. Lei n.º 9.883/99 e alterações - institui o Sistema Brasileiro de Inteligência, cria a Agência Brasileira de
Inteligência - ABIN, e dá outras providências.
2. Decreto n.º 4.376/2002 e alterações - dispõe sobre a organização e o funcionamento do Sistema
Brasileiro de Inteligência, instituído pela Lei n.º 9.883/99, e dá outras providências.
3. Decreto n.º 6.408/2008 - aprova a Estrutura Regimental e o Quadro Demonstrativo dos Cargos em
Comissão, das Gratificações de Exercício em Cargo de Confiança e das Gratificações de Representação da
Agência Brasileira de Inteligência - ABIN, do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da
República.
4. Medida Provisória n.º 434, de 4 de junho de 2008 ou lei que a converter – dispõe sobre a estruturação do
Plano de Carreiras e Cargos da Agência Brasileira de Inteligência – ABIN, cria as Carreiras de Oficial de
Inteligência, Oficial Técnico de Inteligência, Agente de Inteligência e Agente Técnico de Inteligência, e dá
outras providências.
5. Lei n.º 6.634/79 – dispõe sobre a Faixa de Fronteira, altera o Decreto-lei n.º 1.135, de 3 de dezembro de
1970, e dá outras providências.
6. Decreto n.º 85.064/80 – regulamenta a Lei n.º 6.634, de 2 de maio de 1979, que dispõe sobre a Faixa de
Fronteira.
7. Lei n.º 7.170/83 – define os crimes contra a segurança nacional, a ordem política e social, estabelece seu
processo e julgamento e dá outras providências.
8. Decreto n.º 5.484/2005 – aprova a Política de Defesa Nacional e dá outras providências.
9 Parte Especial do Código Penal (Decreto-Lei n.º 2.848/40) e alterações, no referente aos seguintes
tópicos: Título I, Capítulo VI, Seção IV – dos crimes contra a inviolabilidade dos segredos; Título VIII,
Capítulos I e II – dos crimes de perigo comum e dos crimes contra a segurança dos meios de comunicação
e transporte e outros serviços públicos; Título X, Capítulos III e IV – da falsidade documental e de outras
falsidades; Título XI, Capítulo I – dos crimes praticados por funcionário público contra a administração em
geral.
10. Lei n.º 6.815/80 e alterações – define a situação jurídica do estrangeiro no Brasil, cria o Conselho
Nacional de Imigração.
11. Medida Provisória n.º 2.186-16, de 23 de agosto de 2001 – regulamenta o inciso § 1o e o § 4o do art. 225
da Constituição, os arts. 1o, 8o, alínea "j", 10, alínea "c", 15 e 16, alíneas 3 e 4 da Convenção sobre
Diversidade Biológica, dispõe sobre o acesso ao patrimônio genético, a proteção e o acesso ao
conhecimento tradicional associado, a repartição de benefícios e o acesso à tecnologia e transferência de
tecnologia para sua conservação e utilização, e dá outras providências.
12. Lei n.º 8.159/91 – dispõe sobre a política nacional de arquivos públicos e privados e dá outras
providências.
13. Decreto n.º 3.505/2000 – institui a Política de Segurança da Informação nos órgãos e entidades da
Administração Pública Federal.
14. Decreto n.º 4.553/2002 e alterações – dispõe sobre a salvaguarda de dados, informações, documentos e
materiais sigilosos de interesse da segurança da sociedade e do Estado, no âmbito da Administração
Pública Federal, e dá outras providências.
15. Decreto n.º 5.301/2004 – regulamenta o disposto na Medida Provisória n.o 228, de 9 de dezembro de
2004, que dispõe sobre a ressalva prevista na parte final do disposto no inciso XXXIII do art. 5.º da
Constituição, e dá outras providências.
16. Lei n.º 11.111/2005 – regulamenta a parte final do disposto no inciso XXXIII do caput do art. 5.º da
Constituição Federal e dá outras providências.
LEI No 9.883, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1999
Institui o Sistema Brasileiro de Inteligência, cria a Agência Brasileira de Inteligência - ABIN, e dá outras
providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI,
alínea "a", da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei no 9.883, de 7 de dezembro de 1999,
DECRETA:
Art. 1o A organização e o funcionamento do Sistema Brasileiro de Inteligência, instituído pela Lei no
9.883, de 7 de dezembro de 1999, obedecem ao disposto neste Decreto.
§ 1o O Sistema Brasileiro de Inteligência tem por objetivo integrar as ações de planejamento e
execução da atividade de inteligência do País, com a finalidade de fornecer subsídios ao Presidente da
República nos assuntos de interesse nacional.
§ 2o O Sistema Brasileiro de Inteligência é responsável pelo processo de obtenção e análise de dados
e informações e pela produção e difusão de conhecimentos necessários ao processo decisório do
Poder Executivo, em especial no tocante à segurança da sociedade e do Estado, bem como pela
salvaguarda de assuntos sigilosos de interesse nacional.
Art. 2o Para os efeitos deste Decreto, entende-se como inteligência a atividade de obtenção e análise
de dados e informações e de produção e difusão de conhecimentos, dentro e fora do território nacional,
relativos a fatos e situações de imediata ou potencial influência sobre o processo decisório, a ação
governamental, a salvaguarda e a segurança da sociedade e do Estado.
Art. 3o Entende-se como contra-inteligência a atividade que objetiva prevenir, detectar, obstruir e
neutralizar a inteligência adversa e ações de qualquer natureza que constituam ameaça à salvaguarda
de dados, informações e conhecimentos de interesse da segurança da sociedade e do Estado, bem
como das áreas e dos meios que os retenham ou em que transitem.
Art. 4o O Sistema Brasileiro de Inteligência é composto pelos seguintes órgãos:
I - Casa Civil da Presidência da República, por meio do Centro Gestor e Operacional do Sistema de
Proteção da Amazônia - CENSIPAM;
II - Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, órgão de coordenação das
atividades de inteligência federal;
III - Agência Brasileira de Inteligência - ABIN, do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência
da República, como órgão central do Sistema;
IV - Ministério da Justiça, por meio da Secretaria Nacional de Segurança Pública, da Diretoria de
Inteligência Policial do Departamento de Polícia Federal, do Departamento de Polícia Rodoviária
Federal, do Departamento Penitenciário Nacional e do Departamento de Recuperação de Ativos e
Cooperação Jurídica Internacional, da Secretaria Nacional de Justiça;
V - Ministério da Defesa, por meio do Departamento de Inteligência Estratégica da Secretaria de
Política, Estratégia e Assuntos Internacionais, da Subchefia de Inteligência do Estado-Maior de Defesa,
do Centro de Inteligência da Marinha, do Centro de Inteligência do Exército e do Centro de Inteligência
da Aeronáutica;
VI - Ministério das Relações Exteriores, por meio da Coordenação-Geral de Combate aos Ilícitos
Transnacionais da Subsecretaria-Geral de Assuntos Políticos;
VII - Ministério da Fazenda, por meio da Secretaria-Executiva do Conselho de Controle de Atividades
Financeiras, da Secretaria da Receita Federal e do Banco Central do Brasil;
VIII - Ministério do Trabalho e Emprego, por meio da Secretaria-Executiva;
IX - Ministério da Saúde, por meio do Gabinete do Ministro de Estado e da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária - ANVISA;
X - Ministério da Previdência Social, por meio da Secretaria-Executiva;
XI - Ministério da Ciência e Tecnologia, por meio do Gabinete do Ministro de Estado;
XII - Ministério do Meio Ambiente, por meio da Secretaria-Executiva; e
XIII - Ministério da Integração Nacional, por meio da Secretaria Nacional de Defesa Civil.
XIV - Controladoria-Geral da União, por meio da Sub-Controladoria.
Parágrafo único. Mediante ajustes específicos e convênios, ouvido o competente órgão de controle
externo da atividade de inteligência, as unidades da Federação poderão compor o Sistema Brasileiro
de Inteligência.
Art. 5o O funcionamento do Sistema Brasileiro de Inteligência efetivar-se-á mediante articulação
coordenada dos órgãos que o constituem, respeitada a autonomia funcional de cada um e observadas
as normas legais pertinentes a segurança, sigilo profissional e salvaguarda de assuntos sigilosos.
Art. 6o Cabe aos órgãos que compõem o Sistema Brasileiro de Inteligência, no âmbito de suas
competências:
I - produzir conhecimentos, em atendimento às prescrições dos planos e programas de inteligência,
decorrentes da Política Nacional de Inteligência;
II - planejar e executar ações relativas à obtenção e integração de dados e informações;
III - intercambiar informações necessárias à produção de conhecimentos relacionados com as
atividades de inteligência e contra-inteligência;
IV - fornecer ao órgão central do Sistema, para fins de integração, informações e conhecimentos
específicos relacionados com a defesa das instituições e dos interesses nacionais; e
V - estabelecer os respectivos mecanismos e procedimentos particulares necessários às comunicações
e ao intercâmbio de informações e conhecimentos no âmbito do Sistema, observando medidas e
procedimentos de segurança e sigilo, sob coordenação da ABIN, com base na legislação pertinente em
vigor.
Art. 7o Fica instituído, vinculado ao Gabinete de Segurança Institucional, o Conselho Consultivo do
Sistema Brasileiro de Inteligência, ao qual compete:
I - emitir pareceres sobre a execução da Política Nacional de Inteligência;
II - propor normas e procedimentos gerais para o intercâmbio de conhecimentos e as comunicações
entre os órgãos que constituem o Sistema Brasileiro de Inteligência, inclusive no que respeita à
segurança da informação;
III - contribuir para o aperfeiçoamento da doutrina de inteligência;
IV - opinar sobre propostas de integração de novos órgãos e entidades ao Sistema Brasileiro de
Inteligência;
V - propor a criação e a extinção de grupos de trabalho para estudar problemas específicos, com
atribuições, composição e funcionamento regulados no ato que os instituir; e
VI - propor ao seu Presidente o regimento interno.
Art. 8o São membros do Conselho os titulares dos seguintes órgãos:
I - Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República;
II - Agência Brasileira de Inteligência - ABIN, do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da
República;
III - Secretaria Nacional de Segurança Pública, Diretoria de Inteligência Policial do Departamento de
Polícia Federal e Departamento de Polícia Rodoviária Federal, todos do Ministério da Justiça;
IV - Departamento de Inteligência Estratégica da Secretaria de Política, Estratégia e Assuntos
Internacionais, Centro de Inteligência da Marinha, Centro de Inteligência do Exército, Secretaria de
Inteligência da Aeronáutica, todos do Ministério da Defesa;
V - Coordenação-Geral de Combate aos Ilícitos Transnacionais da Subsecretaria-Geral de Assuntos
Políticos, do Ministério das Relações Exteriores;
VI - Conselho de Controle de Atividades Financeiras, do Ministério da Fazenda; e
VII - Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia - CENSIPAM, da Casa Civil da
Presidência da República.
§ 1o O Conselho é presidido pelo Chefe do Gabinete de Segurança Institucional, que indicará seu
substituto eventual.
§ 2o Os membros do Conselho indicarão os respectivos suplentes.
§ 3o Aos membros do Conselho serão concedidas credenciais de segurança no grau "secreto".
Art. 9o O Conselho reunir-se-á, em caráter ordinário, até três vezes por ano, na sede da ABIN, em
Brasília, e, extraordinariamente, sempre que convocado pelo seu Presidente ou a requerimento de um
de seus membros.
§ 1o A critério do presidente do Conselho, as reuniões extraordinárias poderão ser realizadas fora da
sede da ABIN.
§ 2o O Conselho reunir-se-á com a presença de, no mínimo, a maioria de seus membros.
§ 3o Mediante convite de qualquer membro do Conselho, representantes de outros órgãos ou
entidades poderão participar das suas reuniões, como assessores ou observadores.
§ 4o O presidente do Conselho poderá convidar para participar das reuniões cidadãos de notório saber
ou especialização sobre assuntos constantes da pauta.
§ 5o As despesas com deslocamento e estada dos membros do Conselho correrão à custa de
recursos dos órgãos que representam, salvo na hipótese do § 4o ou em casos excepcionais, quando
correrão à custa dos recursos da ABIN.
§ 6o A participação no Conselho não enseja nenhum tipo de remuneração e será considerada serviço
de natureza relevante.
Art. 10. Na condição de órgão central do Sistema Brasileiro de Inteligência, a ABIN tem a seu cargo:
I - estabelecer as necessidades de conhecimentos específicos, a serem produzidos pelos órgãos que
constituem o Sistema Brasileiro de Inteligência, e consolidá-las no Plano Nacional de Inteligência;
II - coordenar a obtenção de dados e informações e a produção de conhecimentos sobre temas de
competência de mais de um membro do Sistema Brasileiro de Inteligência, promovendo a necessária
interação entre os envolvidos;
III - acompanhar a produção de conhecimentos, por meio de solicitação aos membros do Sistema
Brasileiro de Inteligência, para assegurar o atendimento da finalidade legal do Sistema;
IV - analisar os dados, informações e conhecimentos recebidos, com vistas a verificar o atendimento
das necessidades de conhecimentos estabelecidas no Plano Nacional de Inteligência;
V - integrar as informações e os conhecimentos fornecidos pelos membros do Sistema Brasileiro de
Inteligência;
VI - solicitar dos órgãos e entidades da Administração Pública Federal os dados, conhecimentos,
informações ou documentos necessários ao atendimento da finalidade legal do Sistema;
VII - promover o desenvolvimento de recursos humanos e tecnológicos e da doutrina de inteligência,
realizar estudos e pesquisas para o exercício e aprimoramento da atividade de inteligência, em
coordenação com os demais órgãos do Sistema Brasileiro de Inteligência;
VIII - prover suporte técnico e administrativo às reuniões do Conselho e ao funcionamento dos grupos
de trabalho, solicitando, se preciso, aos órgãos que constituem o Sistema colaboração de servidores
por tempo determinado, observadas as normas pertinentes; e
IX - representar o Sistema Brasileiro de Inteligência perante o órgão de controle externo da atividade
de inteligência.
Parágrafo único. Excetua-se das atribuições previstas neste artigo a atividade de inteligência
operacional necessária ao planejamento e à condução de campanhas e operações militares das
Forças Armadas, no interesse da defesa nacional.
Art. 11. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 13 de setembro de 2002; 181o da Independência e 114o da República.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Paulo Tarso Ramos Ribeiro
Geraldo Magela da Cruz Quintão
Osmar Chohfi
Alberto Mendes Cardoso
DECRETO Nº 6.408, DE 24 DE MARÇO DE 2008
Aprova a Estrutura Regimental e o Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão, das Gratificações
de Exercício em Cargo de Confiança e das Gratificações de Representação da Agência Brasileira de
Inteligência - ABIN, do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI,
alínea “a”, da Constituição, e tendo em vista o disposto no art. 50 da Lei no 10.683, de 28 de maio de
2007,
DECRETA:
Art. 1o Ficam aprovados a Estrutura Regimental e o Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão,
das Gratificações de Exercício em Cargo de Confiança e das Gratificações de Representação da
Agência Brasileira de Inteligência - ABIN, do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da
República, na forma dos Anexos I e II.
Art. 2o Os apostilamentos decorrentes da aprovação da Estrutura Regimental de que trata o art. 1o
deverão ocorrer no prazo de vinte dias, contado da data de publicação deste Decreto.
Parágrafo único. Após os apostilamentos previstos no caput, o Ministro de Estado Chefe do Gabinete
de Segurança Institucional da Presidência da República fará publicar, no Diário Oficial da União, no
prazo de trinta dias, contado da data de publicação deste Decreto, relação dos titulares dos cargos em
comissão do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS a que se refere o Anexo II, indicando
o número de cargos ocupados e vagos, sua denominação e respectivo nível.
Art. 3o O regimento interno da ABIN será aprovado pelo Ministro de Estado Chefe do Gabinete de
Segurança Institucional da Presidência da República e publicado no Diário Oficial da União no prazo de
noventa dias, contado da data de publicação deste Decreto.
Art. 4o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 5o Fica revogado o Decreto no 5.609, de 9 de dezembro de 2005.
Brasília, 24 de março de 2008; 187o da Independência e 120o da República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Paulo Bernardo Silva
Jorge Armando Felix
ANEXO I
ESTRUTURA REGIMENTAL DA AGÊNCIA BRASILEIRA DE INTELIGÊNCIA DO GABINETE DE
SEGURANÇA INSTITUCIONAL DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
CAPÍTULO I
DA NATUREZA E COMPETÊNCIA
o
Art. 1 A Agência Brasileira de Inteligência - ABIN, órgão integrante do Gabinete de Segurança
Institucional da Presidência da República, criada pela Lei no 9.883, de 7 de dezembro de 1999, na
condição de órgão central do Sistema Brasileiro de Inteligência, tem por competência planejar,
executar, coordenar, supervisionar e controlar as atividades de Inteligência do País, obedecidas a
política e as diretrizes superiormente traçadas na forma da legislação específica.
§ 1o Compete, ainda, à ABIN:
I - executar a Política Nacional de Inteligência e as ações dela decorrentes, sob a supervisão da
Câmara de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Conselho de Governo;
II - planejar e executar ações, inclusive sigilosas, relativas à obtenção e análise de dados para a
produção de conhecimentos destinados a assessorar o Presidente da República;
III - planejar e executar a proteção de conhecimentos sensíveis, relativos aos interesses e à segurança
do Estado e da sociedade;
IV - avaliar as ameaças, internas e externas, à ordem constitucional;
V - promover o desenvolvimento de recursos humanos e da doutrina de inteligência; e
VI - realizar estudos e pesquisas para o exercício e o aprimoramento da atividade de inteligência.
§ 2o As atividades de inteligência serão desenvolvidas, no que se refere aos limites de sua extensão e
ao uso de técnicas e meios sigilosos, com observância dos direitos e garantias individuais, fidelidade
às instituições e aos princípios éticos que regem os interesses e a segurança do Estado.
§ 3o Os órgãos componentes do Sistema Brasileiro de Inteligência fornecerão à ABIN, nos termos e
condições previstas no Decreto no 4.376, de 13 de setembro de 2002, e demais dispositivos legais
pertinentes, para fins de integração, dados e conhecimentos específicos relacionados com a defesa
das instituições e dos interesses nacionais.
CAPÍTULO II
DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
o
Art. 2 A ABIN tem a seguinte estrutura organizacional:
I - órgãos de assistência direta e imediata ao Diretor-Geral:
a) Gabinete;
b) Assessoria de Comunicação Social;
c) Assessoria Jurídica;
d) Ouvidoria;
e) Corregedoria-Geral; e
f) Secretaria de Planejamento, Orçamento e Administração:
1. Departamento de Administração e Logística;
2. Departamento de Gestão de Pessoal;
3. Escola de Inteligência; e
4. Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico;
II - órgãos específicos singulares:
a) Departamento de Inteligência Estratégica;
b) Departamento de Contra-Inteligência;
c) Departamento de Contraterrorismo; e
d) Departamento de Integração do Sistema Brasileiro de Inteligência; e
III - unidades estaduais.
CAPÍTULO III
DA COMPETÊNCIA DAS UNIDADES
Seção I
Dos Órgãos de Assistência Direta e Imediata ao Diretor-Geral
o
Art. 3 Ao Gabinete compete:
I - prestar apoio administrativo e técnico ao Diretor-Geral;
II - organizar a agenda de audiências e as viagens do Diretor-Geral;
III - providenciar o atendimento às consultas e aos requerimentos formulados pelo Congresso Nacional;
e
IV - coordenar e supervisionar as atividades de protocolo geral.
Art. 4o À Assessoria de Comunicação Social compete:
I - planejar, supervisionar, controlar e orientar as atividades de comunicação social e contatos com a
imprensa, a fim de atender suas demandas e divulgar assuntos afetos à Agência, resguardando
aqueles considerados de natureza sigilosa;
II - planejar, executar e coordenar as atividades de cerimonial e aquelas em que comparecer o Diretor-
Geral, bem como orientar as demais unidades nas solenidades sob sua responsabilidade, previstas
nos textos normativos; e
III - organizar campanhas educativas e publicitárias para a divulgação da imagem, missão, visão de
futuro, valores e objetivos estratégicos da Agência, junto à sociedade brasileira e à comunidade
internacional.
Art. 5o À Assessoria Jurídica compete:
I - cumprir e zelar pelo cumprimento das orientações normativas emanadas da Advocacia-Geral da
União;
II - prestar assessoria direta e imediata ao Diretor-Geral e aos órgãos que integram a estrutura da
ABIN, nos assuntos de natureza jurídica, aplicando-se, no que couber, o disposto no art. 11 da Lei
Complementar no 73, de 10 de fevereiro de 1993;
III - examinar e aprovar minutas de editais de licitação, de instrumentos de contratos, de convênios e
de outros atos criadores de direitos e obrigações, que devam ser celebrados pela ABIN;
IV - analisar e apresentar solução para as questões suscitadas pela aplicação das leis e dos
regulamentos relativos às atividades desenvolvidas pela ABIN; e
V - examinar e emitir parecer sobre projetos de atos normativos a serem expedidos ou propostos pela
ABIN.
Art. 6o À Ouvidoria compete:
I - atuar como canal adicional de comunicação entre o servidor e o Diretor-Geral da ABIN;
II - ouvir reclamações, críticas e elogios relativos a serviços prestados por unidade da ABIN;
III - ampliar a capacidade do servidor e do cidadão de colaborar com ações da ABIN, na forma de
sugestões que propiciem o aperfeiçoamento de serviços prestados; e
IV - identificar oportunidades de melhoria de procedimentos por parte da ABIN.
Art. 7o À Corregedoria-Geral compete:
I - receber queixas e representações sobre irregularidades e infrações cometidas por servidores em
exercício na ABIN, bem como orientar as unidades da Agência sobre o assunto;
II - apurar irregularidades e infrações cometidas por servidores da ABIN;
III - designar membros integrantes das comissões disciplinares;
IV - controlar, fiscalizar e avaliar os trabalhos das comissões disciplinares;
V - submeter à decisão do Diretor-Geral os recursos impetrados contra indeferimento ou arquivamento
de denúncias ou representações para instauração de procedimentos administrativos disciplinares;
VI - orientar as unidades da ABIN na interpretação e no cumprimento da legislação pertinente às
atividades disciplinares;
VII - articular-se com a área de segurança corporativa, visando ao intercâmbio de informações relativas
à conduta funcional de seus servidores; e
VIII - zelar pelo cumprimento do Código de Ética Profissional do Servidor da ABIN, observando as
deliberações da Comissão de Ética Pública e orientando as unidades da ABIN sobre sua aplicação,
visando a garantir o exercício de uma conduta ética e moral condizentes com os padrões inerentes ao
exercício do cargo, função ou emprego na Agência.
Art. 8o À Secretaria de Planejamento, Orçamento e Administração compete:
I - planejar, coordenar, supervisionar, controlar e avaliar as atividades de planejamento, orçamento,
modernização organizacional, capacitação e gestão de pessoal, desenvolvimento científico e
tecnológico, telecomunicações, eletrônica e de administração geral;
II - planejar, coordenar e supervisionar e controlar o desenvolvimento do processo orçamentário anual
e da programação financeira, em consonância com as políticas, diretrizes e prioridades estabelecidas
pela Direção-Geral;
III - promover, em articulação com as áreas interessadas, a elaboração de planos, projetos anuais e
plurianuais, termos de convênios, acordos de cooperação e instrumentos correlatos a serem
celebrados com entidades de direito público e privado, nacionais e estrangeiras, submetendo-as à
apreciação do Diretor-Geral;
IV - desenvolver estudos destinados ao contínuo aperfeiçoamento da Agência, propondo a
reformulação de suas estruturas, normas, sistemas e métodos, em articulação com o órgão setorial de
modernização da Presidência da República;
V - acompanhar, junto aos órgãos da Administração Pública Federal e outras entidades e
organizações, a alocação de recursos destinados ao cumprimento dos programas, ações e atividades
da ABIN; e
VI - orientar e promover estudos de racionalização e normalização de processos de trabalho,
elaboração de normas e manuais, visando à padronização e otimização de bens, materiais,
equipamentos, serviços e sistemas.
Art. 9o Ao Departamento de Administração e Logística compete:
I - elaborar os planos e projetos anuais e plurianuais da área administrativa;
II - executar, em articulação com a unidade responsável pela implementação do planejamento
institucional do órgão, a dotação orçamentária anual da ABIN nas suas áreas de competência;
III - executar, coordenar e controlar as atividades de tecnologia da informação, telecomunicações,
eletrônica, fotocinematografia e de normas e processos administrativos;
IV - executar, controlar e avaliar as atividades pertinentes a gestões administrativas e patrimoniais,
material de consumo, serviços gerais, serviços gráficos e arquivo de documentos administrativos;
V - fiscalizar e controlar a execução de reformas, construções e locações de edifícios, objetivando a
instalação ou manutenção de unidades; e
VI - executar, coordenar e controlar a aquisição e logística referente aos recursos materiais, inclusive
no que tange aos meios de transportes, armamento, munições e equipamentos de comunicações e
informática.
Art. 10. Ao Departamento de Gestão de Pessoal compete:
I - executar e coordenar as atividades relacionadas ao Sistema de Pessoal Civil da Administração
Federal - SIPEC;
II - elaborar pareceres normativos com base em estudo da legislação pertinente;
III - promover o desenvolvimento de estudos contínuos destinados à adequação do quantitativo e do
perfil profissional e pessoal dos servidores da ABIN com vistas ao pleno cumprimento das atribuições
do órgão; e
IV - promover o recrutamento e a seleção de candidatos para ingresso na ABIN.
Art. 11. À Escola de Inteligência compete:
I - promover a capacitação e o desenvolvimento de recursos humanos e da doutrina de Inteligência;
II - estabelecer intercâmbio com escolas, centros de ensino, bibliotecas e outras organizações
congêneres nacionais e estrangeiras;
III - promover a elaboração de planos, estudos e pesquisas para o exercício e aprimoramento da
atividade de inteligência; e
IV - formar pessoal selecionado por meio de concurso.
Art. 12. Ao Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico compete:
I - promover, orientar, coordenar, supervisionar e avaliar as pesquisas científicas e tecnológicas
aplicadas a planos e projetos de segurança dos sistemas de informação, comunicações e de tecnologia
da informação;
II - promover, orientar e coordenar atividades de pesquisa científica e desenvolvimento tecnológico a
serem aplicadas na identificação, análise, avaliação, aquisição, fornecimento e implementação de
dispositivos, processos, sistemas e soluções na área de inteligência de sinais; e
III - apoiar a Secretaria-Executiva do Conselho de Defesa Nacional, no tocante a atividades de caráter
científico e tecnológico relacionadas à segurança da informação.
Seção II
Dos Órgãos Específicos Singulares
Art. 13. Ao Departamento de Inteligência Estratégica compete:
I - obter dados e informações e produzir conhecimentos de inteligência sobre a situação nacional e
internacional necessários para o assessoramento ao processo decisório do Poder Executivo;
II - planejar, coordenar, supervisionar e controlar a execução das atividades de Inteligência estratégica
do País;
III - processar dados, informações e conhecimentos fornecidos pelos adidos civis brasileiros no
exterior, adidos estrangeiros acreditados junto ao governo brasileiro e pelos serviços internacionais
congêneres; e
IV - implementar os planos aprovados pela ABIN.
Art. 14. Ao Departamento de Contra-Inteligência compete:
I - obter informações e exercer ações de salvaguarda de assuntos sensíveis e de interesse do Estado e
da sociedade, bem como das áreas e dos meios que os retenham ou em que transitem;
II - salvaguardar informações contra o acesso de pessoas ou órgãos não autorizados objetivando a
preservação da soberania nacional, a defesa do Estado Democrático de Direito e a dignidade da
pessoa humana, observando os tratados, convenções, acordos e ajustes internacionais em que a
República Federativa do Brasil seja parte ou signatária;
III - coordenar, fiscalizar e administrar o Sistema de Gerenciamento de Armas e Munições da Agência
Brasileira de Inteligência; e
IV - implementar os planos aprovados pela ABIN.
Art. 15. Ao Departamento de Contraterrorismo compete:
I - planejar a execução das atividades de prevenção às ações terroristas no território nacional, bem
como obter informações e produzir conhecimentos sobre tais atividades;
II - planejar, controlar, orientar e executar a coleta e análise de dados e informações sobre
organizações terroristas; e
III - implementar os planos aprovados pela ABIN.
Art. 16. Ao Departamento de Integração do Sistema Brasileira de Inteligência compete:
I - intercambiar dados e informações entre os membros do Sistema Brasileiro de Inteligência, visando a
aprimorar as atividades nas suas respectivas áreas de atuação;
II - integrar as ações de planejamento e execução do Centro de Integração do Sistema Brasileiro de
Inteligência, em consonância com as prescrições do Plano Nacional de Inteligência; e
III - secretariar e prover suporte técnico e administrativo às reuniões do Conselho Consultivo do
Sistema Brasileiro de Inteligência.
Seção III
Das Unidades Estaduais
Art. 17. Às unidades estaduais compete planejar, coordenar, supervisionar, controlar e difundir a
produção de conhecimentos de interesse da atividade de inteligência nas respectivas áreas, de acordo
com as diretrizes fixadas pelo Diretor-Geral.
CAPÍTULO IV
DAS ATRIBUIÇÕES DOS DIRIGENTES
Seção I
Do Diretor-Geral
Art. 18. Ao Diretor-Geral incumbe:
I - assistir ao Ministro de Estado Chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da
República nos assuntos de competência da ABIN;
II - coordenar as atividades de inteligência no âmbito do Sistema Brasileiro de Inteligência;
III - elaborar e editar o regimento interno da ABIN, submetendo-o à aprovação do Ministro de Estado
Chefe do Gabinete de Segurança Institucional;
IV - planejar, dirigir, orientar, supervisionar, avaliar e controlar a execução dos projetos e atividades da
ABIN;
V - editar atos normativos sobre a organização e o funcionamento da ABIN e aprovar manuais de
normas, procedimentos e rotinas;
VI - propor a criação ou extinção das unidades estaduais, subunidades estaduais e postos no exterior,
onde se fizer necessário, observados os quantitativos fixados na estrutura regimental da ABIN;
VII - indicar nomes para provimento de cargos em comissão, inclusive do Diretor-Adjunto, bem como
propor a exoneração de seus ocupantes e dos substitutos;
VIII - dar posse aos titulares de cargos efetivos e em comissão, conceder aposentadorias e pensões,
decidir sobre pedidos de reversão ao serviço público, promover o enquadramento e o
reposicionamento de servidores e decidir sobre movimentação dos servidores da ABIN;
IX - aprovar a indicação de servidores para cursos de especialização, aperfeiçoamento e treinamento
no exterior;
X - indicar ao Ministro de Estado Chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da
República os servidores para as funções de adido civil junto às representações diplomáticas brasileiras
acreditadas no exterior;
XI - firmar contratos e celebrar convênios, acordos de cooperação, ajustes e outros instrumentos
congêneres, incluindo seus termos aditivos;
XII - avocar, para decisão ou revisão, assuntos de natureza administrativa e ou de Inteligência, sem
prejuízo das atribuições previstas aos demais dirigentes;
XIII - decidir sobre os processos administrativos disciplinares, quando a pena for de suspensão até
trinta dias;
XIV - propor ao Ministro de Estado Chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da
República a aplicação de penas superiores às previstas no item anterior;
XV - decidir sobre os recursos impetrados contra indeferimento ou arquivamento de denúncias ou
representações para instauração de procedimentos administrativos disciplinares;
XVI - delegar competência para o exercício de quaisquer de suas atribuições, salvo aquelas que pela
sua própria natureza ou vedação legal, só possam ser implementadas privativamente;
XVII - aprovar planos de operações de inteligência, contra-inteligência e contraterrorismo; e
XVIII - realizar outras atividades determinadas pelo Ministro de Estado Chefe do Gabinete de
Segurança Institucional da Presidência da República.
Art. 19. O Diretor-Geral será substituído, nos seus impedimentos legais, pelo Diretor-Adjunto, que
poderá exercer outras atribuições e competências definidas no regimento interno pelo Diretor-Geral da
ABIN.
Seção II
Dos demais Dirigentes
Art. 20. Ao Secretário de Planejamento, Orçamento e Administração, aos Diretores, ao Chefe de
Gabinete e aos demais dirigentes incumbe planejar, dirigir, coordenar, supervisionar e avaliar a
execução das atividades das unidades subordinadas e exercer outras atribuições que lhes forem
cometidas.
CAPÍTULO V
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 21. O provimento dos cargos da ABIN observará as seguintes diretrizes:
I - os de Assessor Especial Militar, os de Assessor Militar e os de Assessor Técnico Militar serão
ocupados por Oficiais Superiores das Forças Armadas ou das Forças Auxiliares;
II - os de Assistente Militar serão ocupados, em princípio, por Oficiais Intermediários das Forças
Armadas ou das Forças Auxiliares; e
III - os de Assistente Técnico Militar serão ocupados, em princípio, por Oficiais Subalternos das Forças
Armadas ou das Forças Auxiliares.
Art. 22. O regimento interno definirá o detalhamento das competências das demais unidades
integrantes da estrutura regimental da ABIN e das atribuições dos respectivos dirigentes.
Parágrafo único. A elaboração e edição do regimento interno da ABIN serão de responsabilidade de
seu Diretor-Geral, que o submeterá a aprovação do Ministro de Estado Chefe do Gabinete de
Segurança Institucional da Presidência da República.
Art. 23. O Corregedor-Geral da ABIN será indicado pelo Diretor-Geral, ouvida a Controladoria-Geral da
União, e nomeado na forma da legislação vigente.
MEDIDA PROVISÓRIA Nº 434, DE 4 DE JUNHO DE 2008
Dispõe sobre a estruturação do Plano de Carreiras e Cargos da Agência Brasileira de Inteligência -
ABIN, cria as Carreiras de Oficial de Inteligência, Oficial Técnico de Inteligência, Agente de Inteligência
e Agente Técnico de Inteligência, e dá outras providências.
ANEXO I
Tabela I
Cargos de nível superior e intermediário
Especial II
VI
IV
Primeira
Carreira de Agente Técnico de Inteligência
III
II
Cargos de níveis superior e intermediário do Grupo Informações e do
Grupo Apoio do Plano de Carreiras e Cargos da ABIN
I
VI
IV
Segunda
III
II
Terceira V
IV
III
II
Tabela II
Cargos de nível auxiliar
III
ANEXO II
TABELA DE SUBSÍDIOS DAS CARREIRAS
DE OFICIAL DE INTELIGÊNCIA, OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA,
AGENTE DE INTELIGÊNCIA E AGENTE TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA
a) Subsídio do Cargo de Oficial de Inteligência
Em R$
EFEITOS FINANCEIROS
III 10.277,57
13.468,76
Especial II 13.269,71
10.125,69
I 9.976,05 13.073,61
VI 9.685,48 12.692,83
V 9.542,35 12.505,25
IV 9.401,33 12.320,44
Primeira
III 9.262,39 12.138,36
II 9.125,51 11.958,98
I 8.990,65 11.782,25
VI 8.728,79 11.439,07
V 8.599,79 11.270,02
IV 8.472,70 11.103,47
Segunda
III 8.347,49 10.939,38
II 8.224,12 10.777,72
I 8.102,59 10.618,44
V 7.866,59 10.309,16
IV 7.750,33 10.156,81
II 7.522,95 9.858,83
I 7.411,78 9.713,13
EFEITOS FINANCEIROS
I 8.978,45 11.766,25
VI 8.716,93 11.423,55
V 8.588,12 11.254,73
IV 8.461,20 11.088,40
Primeira
III 8.336,15 10.924,52
II 8.212,96 10.763,08
I 8.091,59 10.604,03
VI 7.855,91 10.295,16
V 7.739,81 10.143,02
IV 7.625,43 9.993,12
Segunda
III 7.512,74 9.845,44
II 7.401,71 9.699,95
I 7.292,33 9.556,60
V 7.079,93 9.278,24
IV 6.975,30 9.141,13
II 6.770,66 8.872,95
I 6.670,60 8.741,82
c) Subsídio do Cargo de Agente de Inteligência
Em R$
EFEITOS FINANCEIROS
I 4.408,83 6.000,85
VI 4.280,41 5.826,07
V 4.217,16 5.739,97
IV 4.154,83 5.655,15
Primeira
III 4.093,43 5.571,57
II 4.032,94 5.489,23
I 3.973,34 5.408,11
VI 3.857,61 5.250,59
V 3.800,60 5.173,00
IV 3.744,43 5.096,55
Segunda
III 3.689,10 5.021,23
II 3.634,58 4.947,03
I 3.580,87 4.873,92
V 3.476,57 4.731,96
IV 3.425,19 4.662,03
II 3.324,70 4.525,25
I 3.275,57 4.458,38
EFEITOS FINANCEIROS
II 4.027,46 5.481,78
I 3.967,95 5.400,77
VI 3.852,37 5.243,46
V 3.795,44 5.165,97
IV 3.739,35 5.089,64
Primeira
III 3.684,09 5.014,41
II 3.629,65 4.940,31
I 3.576,01 4.867,30
VI 3.471,85 4.725,53
V 3.420,54 4.655,70
IV 3.369,99 4.586,90
Segunda
III 3.320,19 4.519,11
II 3.271,12 4.452,33
I 3.222,78 4.386,53
V 3.128,91 4.258,76
IV 3.082,67 4.195,83
II 2.992,23 4.072,73
I 2.948,01 4.012,54
ANEXO III
TABELAS DE VENCIMENTO BÁSICO DOS CARGOS DE NÍVEIS SUPERIOR E INTERMEDIÁRIO DO GRUPO
INFORMAÇÕES
(Inciso III do art. 2o)
a) Vencimento básico do cargo de nível superior de Instrutor de Informações do Grupo Informações
Em R$
EFEITOS FINANCEIROS
I 4.328,97 5.029,85
V 4.140,77 4.811,19
IV 4.079,58 4.740,09
III 4.019,28 4.670,03
II 3.959,89 4.601,02
I 3.901,37 4.533,03
VI 3.787,73 4.400,99
V 3.731,76 4.335,95
IV 3.676,61 4.271,87
Segunda
III 3.622,28 4.208,74
II 3.568,75 4.146,55
I 3.516,01 4.085,27
V 3.413,59 3.966,28
IV 3.363,15 3.907,66
II 3.264,48 3.793,02
I 3.216,24 3.736,97
Em R$
EFEITOS FINANCEIROS
I 3.683,27 4.301,32
VI 3.515,42 4.105,31
V 3.474,78 4.057,85
IV 3.434,63 4.010,96
Primeira
III 3.394,94 3.964,61
II 3.355,71 3.918,80
I 3.316,96 3.873,55
V 3.111,13 3.633,18
IV 3.075,25 3.591,28
II 3.004,74 3.508,94
I 2.970,11 3.468,49
V 2.818,57 3.291,53
IV 2.786,13 3.253,64
II 2.722,39 3.179,21
I 2.691,08 3.142,64
Em R$
EFEITOS FINANCEIROS
Classe Padrão
III 2.428,57
Especial II 2.420,36
I 2.411,95
VI 2.380,37
V 2.372,54
IV 2.365,25
Primeira
III 2.357,39
II 2.349,15
I 2.341,31
VI 2.312,15
V 2.304,84
IV 2.297,89
Segunda
III 2.290,39
II 2.283,42
I 2.275,88
Terceira V 2.249,51
IV 2.242,27
III 2.235,41
II 2.228,93
I 2.221,91
EFEITOS FINANCEIROS
Classe Padrão
A partir de 1o de abril de 2008
III 2.148,00
Especial II 2.143,46
I 2.139,18
VI 2.126,42
V 2.122,18
IV 2.117,94
Primeira
III 2.113,71
II 2.109,49
I 2.105,28
VI 2.092,72
V 2.088,54
IV 2.084,37
Segunda
III 2.080,21
II 2.076,06
I 2.071,92
V 2.059,56
IV 2.055,45
II 2.047,26
I 2.043,17
ANEXO IV
Em R$
Cargos
Classe Padrão
Nível Superior Nível Intermediário Nível Auxiliar
VI 3.515,77 2.126,42
V 3.475,13 2.122,18
IV 3.434,97 2.117,94
C
III 3.395,28 2.113,71
II 3.356,05 2.109,49
I 3.317,29 2.105,28
VI 3.147,75 2.092,72
V 3.111,44 2.088,54
IV 3.075,56 2.084,37
B
III 3.040,08 2.080,21
II 3.005,04 2.076,06
I 2.970,41 2.071,92
V 2.818,85 2.059,56
IV 2.786,41 2.055,45
II 2.722,66 2.047,26
I 2.691,35 2.043,17
ANEXO V
EFEITOS FINANCEIROS
II 47,240 68,550
I 46,970 68,150
VI 44,830 65,050
V 44,310 64,290
IV 43,800 63,550
Primeira
III 43,290 62,820
II 42,790 62,090
I 42,300 61,370
VI 40,130 58,240
V 39,670 57,570
IV 39,210 56,900
Segunda
III 38,760 56,240
II 38,310 55,600
I 37,870 54,960
V 35,940 52,150
IV 35,530 51,550
II 34,710 50,370
I 34,310 49,790
EFEITOS FINANCEIROS
I 15,560 28,995
V 14,229 26,978
IV 13,741 26,304
II 12,805 25,000
I 12,347 24,358
VI 11,597 23,162
V 11,157 22,552
IV 10,721 21,955
Segunda
III 10,298 21,362
II 9,877 20,782
I 9,469 20,206
V 8,794 19,139
IV 8,404 18,593
II 7,633 17,530
I 7,261 17,004
ANEXO VI
a) Valor dos pontos da GDACABIN para os cargos de nível superior do Grupo Apoio
Em R$
EFEITOS FINANCEIROS
A partir de A partir de
Classe Padrão
1o de abril de 2008 1o de outubro de 2008
I 14,13 21,20
VI 14,04 21,06
V 13,49 20,24
IV 12,96 19,44
Primeira
III 12,44 18,66
II 11,93 17,90
I 11,56 17,34
V 11,06 16,59
IV 10,61 15,91
III 10,16 15,24
II 9,73 14,60
I 9,45 14,18
V 9,41 14,12
IV 9,02 13,53
II 8,26 12,39
I 7,89 11,84
b) Valor dos pontos da GDACABIN para os cargos de nível intermediário do Grupo Apoio
Em R$
EFEITOS FINANCEIROS
III 14,62
9,75
I 9,47 14,20
VI 9,23 13,85
V 9,10 13,65
IV 8,97 13,45
Primeira
III 8,83 13,25
II 8,70 13,05
I 8,57 12,86
VI 8,37 12,55
V 8,24 12,36
IV 8,12 12,18
Segunda
III 8,00 12,00
II 7,88 11,82
I 7,77 11,65
IV 7,47 11,20
I 7,14 10,71
c) Valor dos pontos da GDACABIN para os cargos de nível auxiliar do Grupo Apoio
Em R$
EFEITOS FINANCEIROS
III 5,48
3,65
I 3,59 5,38
ANEXO VII
a) Cargos de Analista de Informações e Assistente de Informações do Grupo Informações do Plano Especial de Cargos da ABIN
VI VI
II II
I I
VI VI
V V
IV IV
B Segunda
III III
II II
I I
A V V Terceira
IV IV
III III
II II
I I
b) Demais cargos de Nível Superior e Intermediário do Grupo Informações do Plano Especial de Cargos da ABIN
III III
Especial II II Especial
I I
VI VI
V V
IV IV
C Primeira
III III
II II
II II
I I
V V
IV IV
II II
I I
c) Cargos de nível superior e intermediário do Grupo Apoio do Plano Especial de Cargos da ABIN
IV IV
C Primeira
III III
II II
I I
VI VI
V V
IV IV
B Segunda
III III
II II
I I
V V
IV IV
II II
I I
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , no uso da atribuição que lhe confere o art. 81, item III, da
Constituição,
DECRETA:
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art 1º - Este regulamento estabelece procedimentos a serem seguidos para a prática de atos que
necessitem de assentimento prévio do Conselho de Segurança Nacional (CSN), na Faixa de Fronteira,
considerada área indispensável à segurança nacional e definida pela Lei nº 6.634, de 2 de maio de
1979, como a faixa interna de cento e cinqüenta (150) quilômetros de largura, paralela à linha divisória
terrestre do território nacional.
Art 2º - O assentimento prévio será formalizado, em cada caso, em ato da Secretaria-Geral do
Conselho de Segurança Nacional (SG/CSN), publicado no, Diário Oficial da União e comunicado ao
órgão federal interessado.
Parágrafo único - A modificação ou a cassação das concessões ou autorizações já efetuadas também
serão formalizadas, em cada caso, através de ato da SG/CSN, publicado no Diário Oficial da União.
Art 3º - Somente serão examinados pela SG/CSN os pedidos de assentimento prévio instruídos na
forma deste regulamento.
Parágrafo único - Os pedidos serão apresentados aos órgãos federais indicados neste regulamento
aos quais incumbirá:
I - exigir do interessado a documentação prevista neste regulamento relativa ao objeto do pedido;
II - emitir parecer conclusivo sobre o pedido, à luz da legislação específica;
III - encaminhar o pedido à SG/CSN; e
IV - adotar, após a decisão da SG/CSN, todas as providências cabíveis, inclusive as relativas à
entrega, ao requerente, da documentação expedida por aquela Secretaria-Geral.
Art 4º - Das decisões denegatórias ou que implicarem modificação ou cassação de autorizações já
concedidas, caberá recurso ao Presidente da República, no prazo de cento e vinte (120) dias, contados
da sua publicação no Diário Oficial da União.
§ 1º - O recurso não terá efeito suspensivo salvo se o Presidente da República expressamente o
determinar.
§ 2º - O recurso será apresentado à SG/CSN que a submeterá, nos sessenta (60) dias seguintes ao
seu recebimento, ao Presidente da República.
CAPÍTULO II
DA ALIENAÇÃO E CONCESSÃO DE TERRAS PÚBLICAS
Art 5º - Para a alienação e a concessão de terras públicas na Faixa de Fronteira, o processo terá início
no instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA).
Art 6º - As empresas que desejarem adquirir terras públicas na Faixa de Fronteira deverão instruir seus
pedidos com a cópia do estatuto ao contrato social e respectivas alterações além de outros
documentos exigidos pela legislação agrária específica.
Art 7º - Os processos para a alienação ou concessão de terras públicas na Faixa de Fronteira serão
remetidos pelo INCRA à SG/CSN, com o respectivo parecer, sendo restituídos aquela autarquia após
apreciados.
CAPÍTULO III
DOS SERVIÇOS DE RADIODIFUSÃO
Art 8º - Para a execução dos serviços de radiodifusão de sons e radiodifusão de sons e imagens, na
Faixa de Fronteira, serão observadas as prescrições gerais da legislação específica de radiodifusão e o
processo terá início no Departamento Nacional de Telecomunicações (DENTEL).
Art 9º - O assentimento prévio do CSN, para a instalação de meios de comunicação destinados à
exploração de serviços de radiodifusão de sons ou radiodifusão de sons e imagens, será necessário
apenas na hipótese de as estações geradoras se localizarem dentro da Faixa de Fronteira.
Art 10. - Na hipótese do artigo anterior, as empresas deverão fazer constar expressamente de seus
estatutos ou contratos sociais que:
I - O capital social, na sua totalidade, pertencerá sempre a pessoas físicas brasileiras;
II - O quadro do pessoal será sempre constituído, ao menos, de dois terços (2/3) de trabalhadores
brasileiros;
III - a responsabilidade e a orientação intelectual e administrativa da empresa caberão somente a
brasileiros natos;
IV - as cotas ou ações representativas do capital social serão inalienáveis e incaucionáveis a
estrangeiros ou a pessoas jurídicas; e
V - a empresa não poderá efetuar nenhuma alteração do seu instrumento social sem prévia
autorização dos órgãos competentes.
Parágrafo único - As empresas constituídas sob a forma de sociedade anônima deverão, ainda, fazer
constar em seu estatuto social, que as ações representativas do capital social serão sempre
nominativas.
Art 11. - As empresas pretendentes à execução dos serviços de radiodifusão, na Faixa de Fronteira,
deverão instruir suas propostas com os seguintes documentos, além dos exigidos pela legislação
específica de radiodifusão:
I - cópia dos atos constitutivos (se ainda em formação) ou cópia do estatuto, contrato social e
respectivas alterações (se empresa já constituída), em que constem as cláusulas mencionadas no
artigo anterior;
II - prova de nacionalidade de todos os administradores ou sócios-cotistas (cópia da Certidão de
Nascimento para os solteiros; cópia da Certidão de Casamento para os casados; cópia da Certidão de
Casamento, com respectiva averbação, para os desquitados ou separados judicialmente ou
divorciados e cópia da Certidão de Casamento e de Óbito do cônjuge, para os viúvos);
III - prova de estarem em dia com as suas obrigações referentes ao Serviço Militar de todos os
administradores ou sócios-cotistas; e
IV - prova de estarem em dia com as suas obrigações relacionadas com a Justiça Eleitoral de todos os
administradores ou sócios-cotistas.
Parágrafo único - As empresas constituídas sob a forma de sociedade anônima deverão, ainda,
apresentar relação nominal dos acionistas, com os respectivos números de ações.
Art 12 - O procedimento para a obtenção do assentimento prévio do CSN, pelas empresas de
radiodifusão, será o seguinte:
I - para empresas em formação ou para aquelas que desejarem, pela primeira vez, executar o serviço
na Faixa de Fronteira - requerimento instruído com os documentos exigidos pela legislação específica
de radiodifusão e os mencionados no artigo anterior, dirigido ao DENTEL que, após emitir parecer,
encaminhará o respectivo processo à SG/CSN, para apreciação e posterior restituição àquele
Departamento; e
II - para empresas que já possuem o assentimento prévio para executar o serviço na Faixa de Fronteira
e que desejem efetuar alteração em seu instrumento social, para posterior registro, referente a
alteração do objeto social; mudança do nome comercial ou endereço da sede; eleição de novo
administrador; admissão de novo sócio-cotista; transformação, incorporação, fusão e cisão; ou reforma
total dos estatutos ou contrato social - requerimento instruído com os documentos exigidos pela
legislação específica de radiodifusão, a proposta de alteração estatutária ou contratual e as cópias dos
documentos pessoais, mencionados no art. 11, dos novos administradores ou sócios-cotistas, quando
for o caso, dirigido ao DENTEL, seguindo-se o processamento descrito no item I.
Parágrafo único - Caberá ao DENTEL o encaminhamento dos atos constitutivos, instrumentos sociais e
respectivas alterações estatutárias e contratuais à empresa requerente, para posterior registro nas
Juntas Comerciais dos Estados e Territórios Federais.
Art 13 - Às Universidades e Fundações que desejarem executar os serviços de radiodifusão na Faixa
de Fronteira, serão aplicadas, no que couber, as disposições deste regulamento.
CAPÍTULO IV
DAS ATIVIDADES DE MINERAÇÃO
Art 14 - Para a execução das atividades de pesquisa, lavra, exploração e aproveitamento de recursos
minerais, salvo aqueles de imediata aplicação na construção civil, na Faixa de Fronteira, serão
obedecidas as prescrições gerais da legislação específica de mineração e o processo terá início no
Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM).
Art 15 - Entende-se por empresa de mineração, para os efeitos deste regulamento, a firma ou
sociedade constituída e domiciliada no País, qualquer que seja a sua forma jurídica e entre cujos
objetivos esteja o de realizar a pesquisa, lavra, exploração e aproveitamento dos recursos minerais no
território nacional.
§ 1º - Os componentes da firma ou sociedade a que se refere o presente artigo podem ser pessoas
físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras, mas nominalmente, representadas no ato, constitutivo
da empresa.
§ 2º - No caso de pessoa física ou empresa individual, só a brasileiro será permitido o estabelecimento
ou exploração das atividades previstas neste capítulo.
§ 3º - É vedada a delegação de poderes reção ou gerência a estrangeiro, ainda que por procuração
outorgada pela sociedade ou empresa individual.
Art 16 - O assentimento prévio do CSN, para a execução das atividades de pesquisa, lavra, exploração
e aproveitamento de recursos minerais, será necessário:
I - para as empresas que se estabelecerem na Faixa de Fronteira; e
II - para as empresas que irão operar dentro da Faixa de Fronteira.
Art 17 - Nas hipóteses do artigo anterior, as empresas deverão fazer constar expressamente de seus
estatutos ou contratos sociais que:
I - pelo menos 51% (cinqüenta e um por cento) do capital pertencerá sempre a brasileiros;
II - o quadro de pessoal será sempre constituído de, pelo menos, 2/3 (dois terços) de trabalhadores
brasileiros; e
III - a administração ou gerência caberá sempre a maioria de brasileiros, assegurados a estes poderes
predominantes.
Parágrafo único - As empresas constituídas sob a forma de sociedade anônima deverão, ainda, fazer
constar em seu estatuto social que as ações representativas do capital social revestirão sempre a
forma nominativa.
Art 18. - As empresas individuais deverão fazer constar em suas declarações de firmas que:
I - o quadro de pessoal será sempre constituído de, pelo menos, 2/3 (dois terços) de trabalhadores
brasileiros; e
II - a administração ou a gerência caberá sempre a brasileiros.
Art 19. - As sociedades enquadradas no art. 16 deverão instruir seus pedidos com os seguintes
documentos, além dos exigidos pela legislação específica de mineração:
I - cópia dos atos constitutivos (se ainda em formação) ou cópia do estatuto, contrato social e
respectivas alterações (se empresa já constituída), em que constem as cláusulas mencionadas no art.
17;
II - prova de nacionalidade de todos os administradores ou sócios-cotistas (cópia da Certidão de
Nascimento para os solteiros; cópia da Certidão de Casamento para os casados; cópia da Certidão de
Casamento, com respectiva averbação, para os desquitados ou separados judicialmente ou
divorciados e cópia da Certidão de Casamento e de Óbito do cônjuge, para os viúvos);
III - prova de estarem em dia com as suas obrigações referentes ao Serviço Militar de todos os
administradores ou sócios-cotistas; e
IV - prova de estarem em dia com as suas obrigações relacionadas com a Justiça Eleitoral de todos os
administradores ou sócios-cotistas.
Parágrafo único - As empresas constituídas sob a forma de sociedade anônima deverão, ainda,
apresentar relação nominal, contendo a nacionalidade e número de ações de todos os acionistas.
Art 20 - As pessoas físicas ou empresas individuais deverão instruir seus pedidos com os seguintes
documentos, além dos exigidos pela legislação específica de mineração:
I - cópia da declaração de firma, em que constem as cláusula mencionadas no art. 18, quando
empresa, individual;
II - cópia da Certidão de Nascimento ou de Casamento, conforme o caso;
III - prova de estarem em dia com as suas obrigações referentes ao Serviço Militar; e
IV - prova de estarem em dia com as suas obrigações relacionadas com a Justiça Eleitoral.
Art 21 - O procedimento para a obtenção do assentimento prévio do CSN, pelas empresas de
mineração, será o seguinte:
I - para empresas em formação ou para aquelas que desejarem, pela primeira vez, executar as
atividades na Faixa de Fronteira - requerimento instruído com os documentos exigidos pela legislação
específica de mineração e os mencionados nos artigos 19 ou 20, conforme o caso, dirigido ao DNPM
que, após emitir parecer, encaminhará o respectivo processo à SG/CSN, para apreciação e posterior
restituição àquele Departamento; e
II - para empresas que já possuem o assentimento prévio para executar as atividades na Faixa de
Fronteira e que desejem efetuar alteração em seu instrumento social, para posterior registro, referente
a alteração do objeto social; mudança do nome comercial ou endereço da sede; eleição ou substituição
de diretores na administração ou gerência; alteração nas atribuições e competências de
administradores; modificação na participação do capital social; aumento de capital social nos casos de
emissão e/ou subscrição pública ou particular de ações; mudança na forma das açães; entrada ou
retirada de novos acionistas; transformação, incorporação, fusão e cisão; retirada e/ou admissão de
sócios-cotistas; ou reforma total dos estatutos ou contrato social - requerimento instruído com os
documentos exigidos pela legislação específica de mineração a proposta de alteração estatutária ou
contratual e as cópias dos documentos pessoais mencionados no art. 19 dos novos administradores ou
sócios-cotistas, quando for o caso, dirigido ao DNPM, seguindo-se o processamento descrito no Item I.
Parágrafo único - Caberá ao DNPM o encaminhamento dos atos constitutivos, instrumentos sociais e
respectivas alterações estatutárias e contratuais à empresa requerente, para posterior registro nas
Juntas Comerciais dos Estados e Territórios Federais.
CAPíTULO V
DA COLONIZAÇÃO E LOTEAMENTOS RURAIS
Art 22 - Para a execução das atividades de colonização e loteamentos rurais, na Faixa de Fronteira,
serão observadas as prescrições gerais da legislação agrária específica e o processo terá início no
Instituto Nacional de Colonização e Reforme Agrária (INCRA).
Art 23 - Entende-se por empresa particular de colonização, para os efeitos deste regulamento, as
pessoas físicas ou jurídicas, estas constituídas e domiciliadas no País, que tiverem por finalidade
executar programa de valorização de área ou distribuição, de terras.
§ 1º - No caso de pessoa física ou empresa individual, só a brasileiro será permitido executar as
atividades previstas neste artigo.
§ 2º - É vedada a delegação de poderes de direção ou gerência a estrangeiro, ainda que por
procuração outorgada pela sociedade ou empresa individual.
Art 24 - O assentimento prévio do CSN para a execução das atividades de colonização e loteamentos
rurais, na Faixa de Fronteira, será necessário:
I - na alienação de terras públicas, para a empresa vencedora de licitação publicada no Diário Oficial
da União; e
II - na alienação de terras particulares, para as empresas que as desejarem adquirir, quando da
apresentação dos respectivos projetos.
Art 25 - Nas hipóteses do artigo anterior, as empresas deverão fazer constar de seus estatutos ou
contratos sociais as cláusulas mencionadas nos artigos 17 ou 18, conforme o caso.
Art 26 - As empresas enquadradas no art. 24 deverão instruir seus processos com os documentos
discriminados nos artigos 19 ou 20, conforme o caso.
Art 27 - As empresas de colonização e loteamento rurais que já possuem autorização para operar na
Faixa de Fronteira necessitarão do assentimento prévio do CSN para efetuarem alterações em seu
instrumento social, para posterior registro nos casos previstos no item II do art. 21.
Art 28 - Após instruídos pelo INCRA, os processos de colonização e loteamentos rurais, na Faixa de
Fronteira, serão encaminhados a SG/CSN para apreciação e posterior restituição àquela autarquia.
Parágrafo único - Caberá ao INCRA o encaminhamento dos atos constitutivos, instrumentos sociais e
respectivas alterações estatutárias e contratuais à empresa requerente, para posterior registro nas
Juntas Comerciais dos Estados e Territórios Federais.
CAPíTULO VI
DAS TRANSAÇÕES COM IMÓVEIS RURAIS, ENVOLVENDO ESTRANGEIROS
Art 29. - Os negócios jurídicos que, direta ou indiretamente, implicarem obtenção da posse, do domínio
ou de qualquer outro direito real sobre imóvel rural situado na Faixa de Fronteira, dependerão do
assentimento prévio do CSN e o processo terá início no Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Agrária (INCRA), quando adquirente de titularidade daqueles direitos:
I - pessoa física estrangeira residente no Brasil;
II - pessoa jurídica estrangeira autorizada a funcionar no País; ou
III - pessoa jurídica brasileira da qual participe, a qualquer título, detendo a maioria de seu capital
social, pessoa física estrangeira aqui não residente ou pessoa jurídica estrangeira sediada no exterior.
Art 30. - As pessoas jurídicas referidas nos itens II e III do artigo anterior somente poderão obter o
assentimento prévio quando o imóvel rural pretendido se destinar a implantação de projeto agrícola,
pecuário, industrial ou de colonização, vinculado aos seus objetivos estatutários.
Art 31. - As pessoas físicas estrangeiras que desejarem adquirir imóvel rural, na Faixa de Fronteira,
deverão instruir seus pedidos com os seguintes documentos, além dos exigidos pela legislação agrária
específica:
I - cópia da Carteira de Identidade para Estrangeiro;
II - declaração do interessado, de que não está respondendo a inquérito ou ação penal, nem foi
condenado pela justiça de seu País ou do Brasil;
III - prova de propriedade do imóvel pretendido, incluindo sua cadeia dominial; e
IV - cópia do Certificado de Cadastro do INCRA, referente ao exercício em vigor.
Parágrafo único - No texto do requerimento para a aquisição do imóvel rura, o interessado deverá
declarar sua residência e o endereço para correspondência.
Art 32 - As pessoas jurídicas estrangeiras referidas nos itens II e III do art. 29 que desejarem adquirir
imóvel rural, na Faixa de Fronteira, deverão instruir seus pedidos com os seguintes documentos, além
dos exigidos pela legislação agrária específica:
I - cópia do estatuto ou contrato social da empresa;
II - autorização para a peticionária funcionar no Brasil, em se tratando de empresa estrangeira;
III - cópias dos atos de eleição da diretoria e da alteração do nome comercial da empresa, se for o
caso;
IV - relação nominal, contendo a nacionalidade e número de ações dos acionistas da empresa, quando
se tratar de sociedade anônima, em se tratando de empresa brasileira;
V - prova de propriedade do imóvel pretendido, incluíndo sua cadeia dominial; e
VI - cópia do Certificado de Cadastro do INCRA, referente ao exercício em vigor.
Art 33 - Os processos para transação de imóveis rurais com estrangeiros, na Faixa de Fronteira, serão
remetidos pelo INCRA à SG/CSN, com o respectivo parecer, sendo restituídos àquela autarquia após
apreciados.
CAPíTULO VII
DA PARTICIPAÇÃO DE ESTRANGEIROS EM PESSOA JORÍDICA BRASILEIRA
Art 34 - A participação, a qualquer título, de estrangeiro, pessoa natural ou jurídica, em pessoa jurídica
brasileira que seja titular de direito real sobre imóvel rural localizado na Faixa de Fronteira, dependerá
do assentimento prévio do CSN.
§ 1º - São direitos reais, assim definidos no Código Civil Brasileiro, além da propriedade e da posse, a
enfiteuse ou aforamento, as servidões, o usufruto, o uso, a habitação, as rendas expressamente
constituídas sobre imóveis, a anticrese e a hipoteca.
§ 2º - A pessoa jurídica que desrespeitar a exigência deste artigo sujeitar-se-á à dissolução, na forma
da legislação pertinente.
Art 35 - Para a lavratura e o registro de escritura de alienação ou de constituição de direito real, que
tiver por objeto imóvel rural situado na Faixa de Fronteira, em que o outorgado for pessoa jurídica, será
indispensável verificar se dela participa, como sócio ou acionista, pessoa física ou jurídica estrangeira.
Parágrafo único - A verificação de que trata este artigo far-se-á da seguinte maneira:
I - em se tratando de sociedade anônima - à vista da relação nominal dos acionistas, contendo a
nacionalidade, o número de ações com direito a voto e a soma das participaçães, a qual deverá
coincidir com o capital declarado no estatuto social da empresa; a relação será firmada pelos diretores
da empresa, responsáveis pela exação da informação, com a declaração de que foi feita de
conformidade com os dados existentes no Livro de Registro de Ações da sociedade; e
II - em se tratando de sociedade de outro tipo - à vista do contrato social e de suas alterações.
Art 36 - O assentimento prévio para os atos previstos neste capítulo será dado mediante solicitação do
interessado à SG/CSN.
CAPÍTULO VIII
DO AUXÍLIO FINANCEIRO AOS MUNICÍPIOS DA FAIXA DE FRONTEIRA
Art 37 - Para habilitar-se ao auxílio financeiro destinado à execução de obras públicas, previsto no art.
9º da Lei nº 6.634, de 2 de maio de 1979, os municípios total ou parcialmente localizados na Faixa de
Fronteira deverão, até 31 de julho do ano anterior ao da concessão, encaminhar à SG/CSN dados
sucintos sobre a obra que pretendem realizar e seu orçamento estimado.
Parágrafo único - Em casos especiais, devidamente justificados, poderá ser concedido auxílio para
aquisição de máquinas e equipamentos.
Art 38 - A SG/CSN estudará os pedidos de auxílio e, a partir de 1º de setembro, informará às
Prefeituras Municipais da concessão ou não do auxílio solicitado.
Art 39 - Os recursos serão repassados diretamente às Prefeituras Municipais por intermédio da agência
do Banco do Brasil S.A.
Art 40 - A aplicação dos recursos está sujeita a comprovação perante o Tribunal de Contas da União,
por Intermédio da SG/CSN.
§ 1º - O emprego dos recursos limitar-se-á no exercício financeiro em que foram concedidos, podendo
ser aproveitados no exercício imediato, como Restos a Pagar, desde que devidamente empenhados no
exercício do recebimento.
§ 2º - Enquanto as prestações de contas não forem apresentadas, as Prefeituras Municipais não
estarão habilitadas ao recebimento de auxílios posteriores.
Art 41 - A SG/CSN baixará instruções detalhadas, visando a orientar as Prefeituras Municipais quanto à
habilitação e repasse dos auxílios, aplicação dos recursos e prestação de contas.
CAPÍTULO IX
DA INSCRIÇÃO NOS ÓRGÃOS DO REGISTRO DO COMÉRCIO
Art 42 - As Juntas Comerciais dos Estados e dos Territórios Federais exigirão prova do assentimento
prévio de CSN nos seguintes casos:
I - execução dos serviços de radiodifusão, de que trata o Capítulo III:
a) para inscrição dos atos constitutivos, estatutos ou contratos sociais das empresas que desejarem,
pela primeira vez, executar o serviço na Faixa de Fronteira; e
b) para inscrição das alterações nos instrumentos sociais, listadas no Item II do art. 12; e
II - execução das atividades de mineração, de que trata o Capítulo IV e de colonização e loteamentos
rurais, de que trata o Capítulo V:
a).para inscrição dos atos constitutivos, declarações de firma, estatutos ou contratos sociais das
empresas que desejarem, pela primeira vez, executar as atividades na Faixa de Fronteira; e
b) para inscrição das alterações nos instrumentos sociais, listadas no item II do art. 21.
Art 43 - A abertura de filiais, agências, sucursais, postos ou quaisquer outros estabelecimentos com
poder de representação ou mandato da matriz, na Faixa de Fronteira, relacionados com a prática de
atos que necessitam do assentimento prévio, implicará o cumprimento das prescrições deste
regulamento.
Art 44 - Será dispensado ato formal da SG/CSN, nos casos de dissolução, liquidação ou extinção das
empresas que obtiveram o assentimento prévio para exercerem atividades na Faixa de Fronteira, na
forma deste regulamento, cabendo ao Departamento Nacional de Registro do Comércio (DNRC)
comunicar tais ocorrências àquela Secretaria-Geral, para fins de controle.
CAPíTULO X
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art 45 - As entidades da administração indireta, da União, dos Estados e dos Municípios, aplicam-se,
no que couber, as disposições deste regulamento, não lhes sendo exigível, porém, que adotem para
suas ações a forma nominativa.
Art 46 - Os Cartórios de Notas e de Registro de Imóveis exigirão prova do assentimento prévio do CSN
para as transações com imóveis rurais, envolvendo estrangeiros, de que trata o Capítulo VI e
obedecidas as prescrições da legislação que regula a aquisição de imóvel rural por estrangeiro
residente no País ou pessoa jurídica estrangeira autorizada a funcionar no Brasil.
Art 47 - Trimestralmente, os Cartórios de Registro de Imóveis remeterão à Corregedoria da Justiça
Estadual a que estiverem subordinados ou à Corregedoria da Justiça do Distrito Federal e dos
Territórios, à repartição estadual do INCRA e à SG/CSN, relação das aquisições de imóveis rurais por
pessoas físicas ou jurídicas estrangeiras, situados na Faixa de Fronteira, do qual constarão os
seguintes dados:
I - menção do documento de identidade das partes contratantes ou dos respectivos atos constitutivos,
se pessoas jurídicas;
II - memorial descritivo do imóvel, com área, características, limites e confrontações; e
III - transcrição da autorização do órgão competente.
Art 48 - A SG/CSN solicitará, das autoridades e órgãos competentes, a instauração de inquérito
destinado a apurar as infrações ao disposto neste regulamento.
Art 49 - Os atos previstos neste regulamento, se praticados sem o assentimento prévio do CSN, serão
nulos de pleno direito e sujeitarão os responsáveis à multa de até vinte por cento (20%) do valor
declarado do negócio irregularmente realizado.
Art 50 - Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em
contrário.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso VI, alínea "a",
da Constituição,
DECRETA:
Art. 1o Fica aprovada a Política de Defesa Nacional anexa a este Decreto.
Art. 2o Os órgãos e entidades da administração pública federal deverão considerar, em seus
planejamentos, ações que concorram para fortalecer a Defesa Nacional.
Art. 3o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 30 de junho de 2005; 184o da Independência e 117o da República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
José Alencar Gomes da Silva
Jorge Armando Felix
(...)
PARTE ESPECIAL
TÍTULO I
CAPÍTULO VI
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL
SEÇÃO IV
DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DOS SEGREDOS
Divulgação de segredo
Art. 153 - Divulgar alguém, sem justa causa, conteúdo de documento particular ou de correspondência
confidencial, de que é destinatário ou detentor, e cuja divulgação possa produzir dano a outrem:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
§ 1º Somente se procede mediante representação.
§ 1o-A. Divulgar, sem justa causa, informações sigilosas ou reservadas, assim definidas em lei,
contidas ou não nos sistemas de informações ou banco de dados da Administração Pública:
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
§ 2o Quando resultar prejuízo para a Administração Pública, a ação penal será incondicionada.
Violação do segredo profissional
Art. 154 - Revelar alguém, sem justa causa, segredo, de que tem ciência em razão de função,
ministério, ofício ou profissão, e cuja revelação possa produzir dano a outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
Parágrafo único - Somente se procede mediante representação.
(...)
TÍTULO VIII
DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA
CAPÍTULO I
DOS CRIMES DE PERIGO COMUM
Incêndio
Art. 250 - Causar incêndio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem:
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa.
Aumento de pena
§ 1º - As penas aumentam-se de um terço:
I - se o crime é cometido com intuito de obter vantagem pecuniária em proveito próprio ou alheio;
II - se o incêndio é:
a) em casa habitada ou destinada a habitação;
b) em edifício público ou destinado a uso público ou a obra de assistência social ou de cultura;
c) em embarcação, aeronave, comboio ou veículo de transporte coletivo;
d) em estação ferroviária ou aeródromo;
e) em estaleiro, fábrica ou oficina;
f) em depósito de explosivo, combustível ou inflamável;
g) em poço petrolífico ou galeria de mineração;
h) em lavoura, pastagem, mata ou floresta.
Incêndio culposo
§ 2º - Se culposo o incêndio, é pena de detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.
Explosão
Art. 251 - Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, mediante explosão,
arremesso ou simples colocação de engenho de dinamite ou de substância de efeitos análogos:
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa.
§ 1º - Se a substância utilizada não é dinamite ou explosivo de efeitos análogos:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Aumento de pena
§ 2º - As pena aumentam-se de um terço, se ocorre qualquer das hipóteses previstas no § 1º, I, do
artigo anterior, ou é visada ou atingida qualquer das coisas enumeradas no nº II do mesmo parágrafo.
Modalidade culposa
§ 3º - No caso de culpa, se a explosão é de dinamite ou substância de efeitos análogos, a pena é de
detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos; nos demais casos, é de detenção, de 3 (três) meses a 1
(um) ano.
Uso de gás tóxico ou asfixiante
Art. 252 - Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, usando de gás tóxico
ou asfixiante:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Modalidade Culposa
Parágrafo único - Se o crime é culposo:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
Fabrico, fornecimento, aquisição posse ou transporte de explosivos ou gás tóxico, ou asfixiante
Art. 253 - Fabricar, fornecer, adquirir, possuir ou transportar, sem licença da autoridade, substância ou
engenho explosivo, gás tóxico ou asfixiante, ou material destinado à sua fabricação:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
Inundação
Art. 254 - Causar inundação, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem:
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa, no caso de dolo, ou detenção, de seis meses a dois
anos, no caso de culpa.
Perigo de inundação
Art. 255 - Remover, destruir ou inutilizar, em prédio próprio ou alheio, expondo a perigo a vida, a
integridade física ou o patrimônio de outrem, obstáculo natural ou obra destinada a impedir inundação:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
Desabamento ou desmoronamento
Art. 256 - Causar desabamento ou desmoronamento, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o
patrimônio de outrem:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Modalidade culposa
Parágrafo único - Se o crime é culposo:
Pena - detenção, de seis meses a um ano.
Subtração, ocultação ou inutilização de material de salvamento
Art. 257 - Subtrair, ocultar ou inutilizar, por ocasião de incêndio, inundação, naufrágio, ou outro
desastre ou calamidade, aparelho, material ou qualquer meio destinado a serviço de combate ao
perigo, de socorro ou salvamento; ou impedir ou dificultar serviço de tal natureza:
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
Formas qualificadas de crime de perigo comum
Art. 258 - Se do crime doloso de perigo comum resulta lesão corporal de natureza grave, a pena
privativa de liberdade é aumentada de metade; se resulta morte, é aplicada em dobro. No caso de
culpa, se do fato resulta lesão corporal, a pena aumenta-se de metade; se resulta morte, aplica-se a
pena cominada ao homicídio culposo, aumentada de um terço.
Difusão de doença ou praga
Art. 259 - Difundir doença ou praga que possa causar dano a floresta, plantação ou animais de
utilidade econômica:
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
Modalidade culposa
Parágrafo único - No caso de culpa, a pena é de detenção, de um a seis meses, ou multa.
CAPÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA A SEGURANÇA DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO E TRANSPORTE E
OUTROS SERVIÇOS PÚBLICOS
Perigo de desastre ferroviário
Art. 260 - Impedir ou perturbar serviço de estrada de ferro:
I - destruindo, danificando ou desarranjando, total ou parcialmente, linha férrea, material rodante ou de
tração, obra-de-arte ou instalação;
II - colocando obstáculo na linha;
III - transmitindo falso aviso acerca do movimento dos veículos ou interrompendo ou embaraçando o
funcionamento de telégrafo, telefone ou radiotelegrafia;
IV - praticando outro ato de que possa resultar desastre:
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
Desastre ferroviário
§ 1º - Se do fato resulta desastre:
Pena - reclusão, de quatro a doze anos e multa.
§ 2º - No caso de culpa, ocorrendo desastre:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
§ 3º - Para os efeitos deste artigo, entende-se por estrada de ferro qualquer via de comunicação em
que circulem veículos de tração mecânica, em trilhos ou por meio de cabo aéreo.
Atentado contra a segurança de transporte marítimo, fluvial ou aéreo
Art. 261 - Expor a perigo embarcação ou aeronave, própria ou alheia, ou praticar qualquer ato tendente
a impedir ou dificultar navegação marítima, fluvial ou aérea:
Pena - reclusão, de dois a cinco anos.
Sinistro em transporte marítimo, fluvial ou aéreo
§ 1º - Se do fato resulta naufrágio, submersão ou encalhe de embarcação ou a queda ou destruição de
aeronave:
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
Prática do crime com o fim de lucro
§ 2º - Aplica-se, também, a pena de multa, se o agente pratica o crime com intuito de obter vantagem
econômica, para si ou para outrem.
Modalidade culposa
§ 3º - No caso de culpa, se ocorre o sinistro:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Atentado contra a segurança de outro meio de transporte
Art. 262 - Expor a perigo outro meio de transporte público, impedir-lhe ou dificultar-lhe o funcionamento:
Pena - detenção, de um a dois anos.
§ 1º - Se do fato resulta desastre, a pena é de reclusão, de dois a cinco anos.
§ 2º - No caso de culpa, se ocorre desastre:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
Forma qualificada
Art. 263 - Se de qualquer dos crimes previstos nos arts. 260 a 262, no caso de desastre ou sinistro,
resulta lesão corporal ou morte, aplica-se o disposto no art. 258.
Arremesso de projétil
Art. 264 - Arremessar projétil contra veículo, em movimento, destinado ao transporte público por terra,
por água ou pelo ar:
Pena - detenção, de um a seis meses.
Parágrafo único - Se do fato resulta lesão corporal, a pena é de detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
anos; se resulta morte, a pena é a do art. 121, § 3º, aumentada de um terço.
Atentado contra a segurança de serviço de utilidade pública
Art. 265 - Atentar contra a segurança ou o funcionamento de serviço de água, luz, força ou calor, ou
qualquer outro de utilidade pública:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Parágrafo único - Aumentar-se-á a pena de 1/3 (um terço) até a metade, se o dano ocorrer em virtude
de subtração de material essencial ao funcionamento dos serviços.
Interrupção ou perturbação de serviço telegráfico ou telefônico
Art. 266 - Interromper ou perturbar serviço telegráfico, radiotelegráfico ou telefônico, impedir ou
dificultar-lhe o restabelecimento:
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
Parágrafo único - Aplicam-se as penas em dobro, se o crime é cometido por ocasião de calamidade
pública.
(...)
TÍTULO X
DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA
CAPÍTULO III
DA FALSIDADE DOCUMENTAL
Falsificação do selo ou sinal público
Art. 296 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:
I - selo público destinado a autenticar atos oficiais da União, de Estado ou de Município;
II - selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito público, ou a autoridade, ou sinal público de
tabelião:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
§ 1º - Incorre nas mesmas penas:
I - quem faz uso do selo ou sinal falsificado;
II - quem utiliza indevidamente o selo ou sinal verdadeiro em prejuízo de outrem ou em proveito próprio
ou alheio.
III - quem altera, falsifica ou faz uso indevido de marcas, logotipos, siglas ou quaisquer outros símbolos
utilizados ou identificadores de órgãos ou entidades da Administração Pública.
§ 2º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a
pena de sexta parte.
Falsificação de documento público
Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público verdadeiro:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
§ 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a
pena de sexta parte.
§ 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de entidade paraestatal, o
título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, os livros mercantis e
o testamento particular.
§ 3o Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir:
I – na folha de pagamento ou em documento de informações que seja destinado a fazer prova perante
a previdência social, pessoa que não possua a qualidade de segurado obrigatório;
II – na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em documento que deva produzir
efeito perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita;
III – em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado com as obrigações da
empresa perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter constado.
§ 4o Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos mencionados no § 3o, nome do
segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de prestação
de serviços.
Falsificação de documento particular
Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento particular
verdadeiro:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Falsidade ideológica
Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele
inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar
direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de um a três anos,
e multa, se o documento é particular.
Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, ou se
a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte.
Falso reconhecimento de firma ou letra
Art. 300 - Reconhecer, como verdadeira, no exercício de função pública, firma ou letra que o não seja:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público; e de um a três anos, e multa,
se o documento é particular.
Certidão ou atestado ideologicamente falso
Art. 301 - Atestar ou certificar falsamente, em razão de função pública, fato ou circunstância que
habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer
outra vantagem:
Pena - detenção, de dois meses a um ano.
Falsidade material de atestado ou certidão
§ 1º - Falsificar, no todo ou em parte, atestado ou certidão, ou alterar o teor de certidão ou de atestado
verdadeiro, para prova de fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo público, isenção de
ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra vantagem:
Pena - detenção, de três meses a dois anos.
§ 2º - Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se, além da pena privativa de liberdade, a de
multa.
Falsidade de atestado médico
Art. 302 - Dar o médico, no exercício da sua profissão, atestado falso:
Pena - detenção, de um mês a um ano.
Parágrafo único - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.
Reprodução ou adulteração de selo ou peça filatélica
Art. 303 - Reproduzir ou alterar selo ou peça filatélica que tenha valor para coleção, salvo quando a
reprodução ou a alteração está visivelmente anotada na face ou no verso do selo ou peça:
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
Parágrafo único - Na mesma pena incorre quem, para fins de comércio, faz uso do selo ou peça
filatélica.
Uso de documento falso
Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem os arts. 297 a
302:
Pena - a cominada à falsificação ou à alteração.
Supressão de documento
Art. 305 - Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio ou de outrem, ou em prejuízo alheio,
documento público ou particular verdadeiro, de que não podia dispor:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa, se o documento é público, e reclusão, de um a cinco
anos, e multa, se o documento é particular.
CAPÍTULO IV
DE OUTRAS FALSIDADES
Falsificação do sinal empregado no contraste de metal precioso ou na fiscalização alfandegária,
ou para outros fins
Art. 306 - Falsificar, fabricando-o ou alterando-o, marca ou sinal empregado pelo poder público no
contraste de metal precioso ou na fiscalização alfandegária, ou usar marca ou sinal dessa natureza,
falsificado por outrem:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
Parágrafo único - Se a marca ou sinal falsificado é o que usa a autoridade pública para o fim de
fiscalização sanitária, ou para autenticar ou encerrar determinados objetos, ou comprovar o
cumprimento de formalidade legal:
Pena - reclusão ou detenção, de um a três anos, e multa.
Falsa identidade
Art. 307 - Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter vantagem, em proveito próprio ou
alheio, ou para causar dano a outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, se o fato não constitui elemento de crime mais
grave.
Art. 308 - Usar, como próprio, passaporte, título de eleitor, caderneta de reservista ou qualquer
documento de identidade alheia ou ceder a outrem, para que dele se utilize, documento dessa
natureza, próprio ou de terceiro:
Pena - detenção, de quatro meses a dois anos, e multa, se o fato não constitui elemento de crime mais
grave.
Fraude de lei sobre estrangeiro
Art. 309 - Usar o estrangeiro, para entrar ou permanecer no território nacional, nome que não é o seu:
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
Parágrafo único - Atribuir a estrangeiro falsa qualidade para promover-lhe a entrada em território
nacional:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Art. 310 - Prestar-se a figurar como proprietário ou possuidor de ação, título ou valor pertencente a
estrangeiro, nos casos em que a este é vedada por lei a propriedade ou a posse de tais bens:
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.
Adulteração de sinal identificador de veículo automotor
Art. 311 - Adulterar ou remarcar número de chassi ou qualquer sinal identificador de veículo automotor,
de seu componente ou equipamento:
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa.
§ 1º - Se o agente comete o crime no exercício da função pública ou em razão dela, a pena é
aumentada de um terço.
§ 2º - Incorre nas mesmas penas o funcionário público que contribui para o licenciamento ou registro
do veículo remarcado ou adulterado, fornecendo indevidamente material ou informação oficial.
TÍTULO XI
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
CAPÍTULO I
DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM
GERAL
Peculato
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou
particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor
ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de
facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário.
Peculato culposo
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue
a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.
Peculato mediante erro de outrem
Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por erro
de outrem:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Inserção de dados falsos em sistema de informações
Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados falsos, alterar ou excluir
indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração
Pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
Modificação ou alteração não autorizada de sistema de informações
Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informações ou programa de informática sem
autorização ou solicitação de autoridade competente:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a metade se da modificação ou alteração
resulta dano para a Administração Pública ou para o administrado.
Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento
Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a guarda em razão do cargo;
sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não constitui crime mais grave.
Emprego irregular de verbas ou rendas públicas
Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida em lei:
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
Concussão
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de
assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
Excesso de exação
§ 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido, ou,
quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza:
Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa.
§ 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu indevidamente para
recolher aos cofres públicos:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
Corrupção passiva
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função
ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em conseqüência da vantagem ou promessa, o funcionário
retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional.
§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever
funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
Facilitação de contrabando ou descaminho
Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de contrabando ou descaminho (art. 334):
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
Prevaricação
Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição
expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de cumprir seu dever de vedar ao
preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros
presos ou com o ambiente externo:
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
Condescendência criminosa
Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração
no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da
autoridade competente:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Advocacia administrativa
Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública,
valendo-se da qualidade de funcionário:
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo:
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa.
Violência arbitrária
Art. 322 - Praticar violência, no exercício de função ou a pretexto de exercê-la:
Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da pena correspondente à violência.
Abandono de função
Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
§ 1º - Se do fato resulta prejuízo público:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
§ 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira:
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado
Art. 324 - Entrar no exercício de função pública antes de satisfeitas as exigências legais, ou continuar a
exercê-la, sem autorização, depois de saber oficialmente que foi exonerado, removido, substituído ou
suspenso:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Violação de sigilo funcional
Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em segredo, ou
facilitar-lhe a revelação:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato não constitui crime mais grave.
§ 1o Nas mesmas penas deste artigo incorre quem:
I – permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo de senha ou qualquer outra
forma, o acesso de pessoas não autorizadas a sistemas de informações ou banco de dados da
Administração Pública;
II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito.
§ 2o Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pública ou a outrem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
Violação do sigilo de proposta de concorrência
Art. 326 - Devassar o sigilo de proposta de concorrência pública, ou proporcionar a terceiro o ensejo de
devassá-lo:
Pena - Detenção, de três meses a um ano, e multa.
Funcionário público
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou
sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade
paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a
execução de atividade típica da Administração Pública.
§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste Capítulo
forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da
administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder
público.
LEI Nº 6.815, DE 19 DE AGOSTO DE 1980
Define a situação jurídica do estrangeiro no Brasil, cria o Conselho Nacional de Imigração.
ESTA LEI FOI REPUBLICADA PELA DETERMINAÇÃO DO ARTIGO 11, DA LEI Nº 6.964, DE
09.12.1981.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a
seguinte Lei:
Art. 1° Em tempo de paz, qualquer estrangeiro poderá, satisfeitas as condições desta Lei, entrar e
permanecer no Brasil e dele sair, resguardados os interesses nacionais.
TÍTULO I
Da Aplicação
Art. 2º Na aplicação desta Lei atender-se-á precipuamente à segurança nacional, à organização
institucional, aos interesses políticos, sócio-econômicos e culturais do Brasil, bem assim à defesa do
trabalhador nacional.
Art. 3º A concessão do visto, a sua prorrogação ou transformação ficarão sempre condicionadas aos
interesses nacionais.
TÍTULO II
Da Admissão, Entrada e Impedimento
CAPÍTULO I
Da Admissão
Art. 4º Ao estrangeiro que pretenda entrar no território nacional poderá ser concedido visto:
I - de trânsito;
II - de turista;
III - temporário;
IV - permanente;
V - de cortesia;
VI - oficial; e
VII - diplomático.
Parágrafo único. O visto é individual e sua concessão poderá estender-se a dependentes legais,
observado o disposto no artigo 7º.
Art. 5º Serão fixados em regulamento os requisitos para a obtenção dos vistos de entrada previstos
nesta Lei.
Art. 6º A posse ou a propriedade de bens no Brasil não confere ao estrangeiro o direito de obter visto
de qualquer natureza, ou autorização de permanência no território nacional.
Art. 7º Não se concederá visto ao estrangeiro:
I - menor de 18 (dezoito) anos, desacompanhado do responsável legal ou sem a sua autorização
expressa;
II - considerado nocivo à ordem pública ou aos interesses nacionais;
III - anteriormente expulso do País, salvo se a expulsão tiver sido revogada;
IV - condenado ou processado em outro país por crime doloso, passível de extradição segundo a lei
brasileira; ou
V - que não satisfaça às condições de saúde estabelecidas pelo Ministério da Saúde.
Art. 8º O visto de trânsito poderá ser concedido ao estrangeiro que, para atingir o país de destino,
tenha de entrar em território nacional.
§ 1º O visto de trânsito é válido para uma estada de até 10 (dez) dias improrrogáveis e uma só entrada.
§ 2° Não se exigirá visto de trânsito ao estrangeiro em viagem contínua, que só se interrompa para as
escalas obrigatórias do meio de transporte utilizado.
Art. 9º O visto de turista poderá ser concedido ao estrangeiro que venha ao Brasil em caráter recreativo
ou de visita, assim considerado aquele que não tenha finalidade imigratória, nem intuito de exercício de
atividade remunerada.
Art. 10. Poderá ser dispensada a exigência de visto, prevista no artigo anterior, ao turista nacional de
país que dispense ao brasileiro idêntico tratamento.
Parágrafo único. A reciprocidade prevista neste artigo será, em todos os casos, estabelecida mediante
acordo internacional, que observará o prazo de estada do turista fixado nesta Lei.
Art. 11. A empresa transportadora deverá verificar, por ocasião do embarque, no exterior, a
documentação exigida, sendo responsável, no caso de irregularidade apurada no momento da entrada,
pela saída do estrangeiro, sem prejuízo do disposto no artigo 125, item VI.
Art. 12. O prazo de validade do visto de turista será de até cinco anos, fixado pelo Ministério das
Relações Exteriores, dentro de critérios de reciprocidade, e proporcionará múltiplas entradas no País,
com estadas não excedentes a noventa dias, prorrogáveis por igual período, totalizando o máximo de
cento e oitenta dias por ano.
Art. 13. O visto temporário poderá ser concedido ao estrangeiro que pretenda vir ao Brasil:
I - em viagem cultural ou em missão de estudos;
II - em viagem de negócios;
III - na condição de artista ou desportista;
IV - na condição de estudante;
V - na condição de cientista, professor, técnico ou profissional de outra categoria, sob regime de
contrato ou a serviço do Governo brasileiro;
VI - na condição de correspondente de jornal, revista, rádio, televisão ou agência noticiosa estrangeira.
VII - na condição de ministro de confissão religiosa ou membro de instituto de vida consagrada e de
congregação ou ordem religiosa.
Art. 14. O prazo de estada no Brasil, nos casos dos incisos II e III do art. 13, será de até noventa dias;
no caso do inciso VII, de até um ano; e nos demais, salvo o disposto no parágrafo único deste artigo, o
correspondente à duração da missão, do contrato, ou da prestação de serviços, comprovada perante a
autoridade consular, observado o disposto na legislação trabalhista.
Parágrafo único. No caso do item IV do artigo 13 o prazo será de até 1 (um) ano, prorrogável, quando
for o caso, mediante prova do aproveitamento escolar e da matrícula.
Art. 15. Ao estrangeiro referido no item III ou V do artigo 13 só se concederá o visto se satisfizer às
exigências especiais estabelecidas pelo Conselho Nacional de Imigração e for parte em contrato de
trabalho, visado pelo Ministério do Trabalho, salvo no caso de comprovada prestação de serviço ao
Governo brasileiro.
Art. 16. O visto permanente poderá ser concedido ao estrangeiro que pretenda se fixar definitivamente
no Brasil.
Parágrafo único. A imigração objetivará, primordialmente, propiciar mão-de-obra especializada aos
vários setores da economia nacional, visando à Política Nacional de Desenvolvimento em todos os
aspectos e, em especial, ao aumento da produtividade, à assimilação de tecnologia e à captação de
recursos para setores específicos.
Art. 17. Para obter visto permanente o estrangeiro deverá satisfazer, além dos requisitos referidos no
artigo 5º, as exigências de caráter especial previstas nas normas de seleção de imigrantes
estabelecidas pelo Conselho Nacional de Imigração.
Art. 18. A concessão do visto permanente poderá ficar condicionada, por prazo não-superior a 5 (cinco)
anos, ao exercício de atividade certa e à fixação em região determinada do território nacional.
Art. 19. O Ministério das Relações Exteriores definirá os casos de concessão, prorrogação ou dispensa
dos vistos diplomáticos, oficial e de cortesia.
Art. 20. Pela concessão de visto cobrar-se-ão emolumentos consulares, ressalvados:
I - os regulados por acordos que concedam gratuidade;
II - os vistos de cortesia, oficial ou diplomático;
III - os vistos de trânsito, temporário ou de turista, se concedidos a titulares de passaporte diplomático
ou de serviço.
Parágrafo único. A validade para a utilização de qualquer dos vistos é de 90 (noventa) dias, contados
da data de sua concessão, podendo ser prorrogada pela autoridade consular uma só vez, por igual
prazo, cobrando-se os emolumentos devidos.
Art. 21. Ao natural de país limítrofe, domiciliado em cidade contígua ao território nacional, respeitados
os interesses da segurança nacional, poder-se-á permitir a entrada nos municípios fronteiriços a seu
respectivo país, desde que apresente prova de identidade.
§ 1º Ao estrangeiro, referido neste artigo, que pretenda exercer atividade remunerada ou freqüentar
estabelecimento de ensino naqueles municípios, será fornecido documento especial que o identifique e
caracterize a sua condição, e, ainda, Carteira de Trabalho e Previdência Social, quando for o caso.
§ 2º Os documentos referidos no parágrafo anterior não conferem o direito de residência no Brasil, nem
autorizam o afastamento dos limites territoriais daqueles municípios.
CAPÍTULO II
Da Entrada
Art. 22. A entrada no território nacional far-se-á somente pelos locais onde houver fiscalização dos
órgãos competentes dos Ministérios da Saúde, da Justiça e da Fazenda.
Art. 23. O transportador ou seu agente responderá, a qualquer tempo, pela manutenção e demais
despesas do passageiro em viagem contínua ou do tripulante que não estiver presente por ocasião da
saída do meio de transporte, bem como pela retirada dos mesmos do território nacional.
Art. 24. Nenhum estrangeiro procedente do exterior poderá afastar-se do local de entrada e inspeção,
sem que o seu documento de viagem e o cartão de entrada e saída hajam sido visados pelo órgão
competente do Ministério da Justiça.
Art. 25. Não poderá ser resgatado no Brasil, sem prévia autorização do Ministério da Justiça, o bilhete
de viagem do estrangeiro que tenha entrado no território nacional na condição de turista ou em trânsito.
CAPÍTULO III
Do Impedimento
Art. 26. O visto concedido pela autoridade consular configura mera expectativa de direito, podendo a
entrada, a estada ou o registro do estrangeiro ser obstado ocorrendo qualquer dos casos do artigo 7º,
ou a inconveniência de sua presença no território nacional, a critério do Ministério da Justiça.
§ 1º O estrangeiro que se tiver retirado do País sem recolher a multa devida em virtude desta Lei, não
poderá reentrar sem efetuar o seu pagamento, acrescido de correção monetária.
§ 2º O impedimento de qualquer dos integrantes da família poderá estender-se a todo o grupo familiar.
Art. 27. A empresa transportadora responde, a qualquer tempo, pela saída do clandestino e do
impedido.
Parágrafo único. Na impossibilidade da saída imediata do impedido ou do clandestino, o Ministério da
Justiça poderá permitir a sua entrada condicional, mediante termo de responsabilidade firmado pelo
representante da empresa transportadora, que lhe assegure a manutenção, fixados o prazo de estada
e o local em que deva permanecer o impedido, ficando o clandestino custodiado pelo prazo máximo de
30 (trinta) dias, prorrogável por igual período.
TÍTULO III
Da Condição de Asilado
Art. 28. O estrangeiro admitido no território nacional na condição de asilado político ficará sujeito, além
dos deveres que lhe forem impostos pelo Direito Internacional, a cumprir as disposições da legislação
vigente e as que o Governo brasileiro lhe fixar.
Art. 29. O asilado não poderá sair do País sem prévia autorização do Governo brasileiro.
Parágrafo único. A inobservância do disposto neste artigo importará na renúncia ao asilo e impedirá o
reingresso nessa condição.
TÍTULO IV
Do Registro e suas Alterações
CAPÍTULO I
Do Registro
Art. 30. O estrangeiro admitido na condição de permanente, de temporário (incisos I e de IV a VI do art.
13) ou de asilado é obrigado a registrar-se no Ministério da Justiça, dentro dos trinta dias seguintes à
entrada ou à concessão do asilo, e a identificar-se pelo sistema datiloscópico, observadas as
disposições regulamentares.
Art. 31. O nome e a nacionalidade do estrangeiro, para o efeito de registro, serão os constantes do
documento de viagem.
Art. 32. O titular de visto diplomático, oficial ou de cortesia, acreditado junto ao Governo brasileiro ou
cujo prazo previsto de estada no País seja superior a 90 (noventa) dias, deverá providenciar seu
registro no Ministério das Relações Exteriores.
Parágrafo único. O estrangeiro titular de passaporte de serviço, oficial ou diplomático, que haja entrado
no Brasil ao amparo de acordo de dispensa de visto, deverá, igualmente, proceder ao registro
mencionado neste artigo sempre que sua estada no Brasil deva ser superior a 90 (noventa) dias.
Art. 33. Ao estrangeiro registrado será fornecido documento de identidade.
Parágrafo único. A emissão de documento de identidade, salvo nos casos de asilado ou de titular de
visto de cortesia, oficial ou diplomático, está sujeita ao pagamento da taxa prevista na Tabela de que
trata o artigo 130.
CAPÍTULO II
Da Prorrogação do Prazo de Estada
Art. 34. Ao estrangeiro que tenha entrado na condição de turista, temporário ou asilado e aos titulares
de visto de cortesia, oficial ou diplomático, poderá ser concedida a prorrogação do prazo de estada no
Brasil.
Art. 35. A prorrogação do prazo de estada do turista não excederá a 90 (noventa) dias, podendo ser
cancelada a critério do Ministério da Justiça.
Art. 36. A prorrogação do prazo de estada do titular do visto temporário, de que trata o item VII, do
artigo 13, não excederá a um ano.
CAPÍTULO III
Da Transformação dos Vistos
Art. 37. O titular do visto de que trata o artigo 13, incisos V e VII, poderá obter transformação do
mesmo para permanente (art. 16), satisfeitas às condições previstas nesta Lei e no seu Regulamento.
§ 1º. Ao titular do visto temporário previsto no inciso VII do art. 13 só poderá ser concedida a
transformação após o prazo de dois anos de residência no País.
§ 2º. Na transformação do visto poder-se-á aplicar o disposto no artigo 18 desta Lei.
Art. 38. É vedada a legalização da estada de clandestino e de irregular, e a transformação em
permanente, dos vistos de trânsito, de turista, temporário (artigo 13, itens I a IV e VI) e de cortesia.
Art. 39. O titular de visto diplomático ou oficial poderá obter transformação desses vistos para
temporário (artigo 13, itens I a VI) ou para permanente (artigo 16), ouvido o Ministério das Relações
Exteriores, e satisfeitas as exigências previstas nesta Lei e no seu Regulamento.
Parágrafo único. A transformação do visto oficial ou diplomático em temporário ou permanente
importará na cessação de todas as prerrogativas, privilégios e imunidades decorrentes daqueles vistos.
Art. 40. A solicitação da transformação de visto não impede a aplicação do disposto no artigo 57, se o
estrangeiro ultrapassar o prazo legal de estada no território nacional.
Parágrafo único. Do despacho que denegar a transformação do visto, caberá pedido de reconsideração
na forma definida em Regulamento.
Art. 41. A transformação de vistos de que tratam os artigos 37 e 39 ficará sem efeito, se não for
efetuado o registro no prazo de noventa dias, contados da publicação, no Diário Oficial, do deferimento
do pedido.
Art. 42. O titular de quaisquer dos vistos definidos nos artigos 8°, 9°, 10, 13 e 16, poderá ter os
mesmos transformados para oficial ou diplomático.
CAPÍTULO IV
Da Alteração de Assentamentos
Art. 43. O nome do estrangeiro, constante do registro (art. 30), poderá ser alterado:
I - se estiver comprovadamente errado;
II - se tiver sentido pejorativo ou expuser o titular ao ridículo; ou
III - se for de pronunciação e compreensão difíceis e puder ser traduzido ou adaptado à prosódia da
língua portuguesa.
§ 1° O pedido de alteração de nome deverá ser instruído com a documentação prevista em
Regulamento e será sempre objeto de investigação sobre o comportamento do requerente.
§ 2° Os erros materiais no registro serão corrigidos de ofício.
§ 3° A alteração decorrente de desquite ou divórcio obtido em país estrangeiro dependerá de
homologação, no Brasil, da sentença respectiva.
§ 4° Poderá ser averbado no registro o nome abreviado usado pelo estrangeiro como firma comercial
registrada ou em qualquer atividade profissional.
Art. 44. Compete ao Ministro da Justiça autorizar a alteração de assentamentos constantes do registro
de estrangeiro.
CAPÍTULO V
Da Atualização do Registro
Art. 45. A Junta Comercial, ao registrar firma de que participe estrangeiro, remeterá ao Ministério da
Justiça os dados de identificação do estrangeiro e os do seu documento de identidade emitido no
Brasil.
Parágrafo único. Tratando-se de sociedade anônima, a providência é obrigatória em relação ao
estrangeiro que figure na condição de administrador, gerente, diretor ou acionista controlador.
Art. 46. Os Cartórios de Registro Civil remeterão, mensalmente, ao Ministério da Justiça cópia dos
registros de casamento e de óbito de estrangeiro.
Art. 47. O estabelecimento hoteleiro, a empresa imobiliária, o proprietário, locador, sublocador ou
locatário de imóvel e o síndico de edifício remeterão ao Ministério da Justiça, quando requisitados, os
dados de identificação do estrangeiro admitido na condição de hóspede, locatário, sublocatário ou
morador.
Art. 48. Salvo o disposto no § 1° do artigo 21, a admissão de estrangeiro a serviço de entidade pública
ou privada, ou a matrícula em estabelecimento de ensino de qualquer grau, só se efetivará se o mesmo
estiver devidamente registrado (art. 30).
Parágrafo único. As entidades, a que se refere este artigo remeterão ao Ministério da Justiça, que dará
conhecimento ao Ministério do Trabalho, quando for o caso, os dados de identificação do estrangeiro
admitido ou matriculado e comunicarão, à medida que ocorrer, o término do contrato de trabalho, sua
rescisão ou prorrogação, bem como a suspensão ou cancelamento da matrícula e a conclusão do
curso.
CAPÍTULO VI
Do Cancelamento e do Restabelecimento do Registro
Art. 49. O estrangeiro terá o registro cancelado:
I - se obtiver naturalização brasileira;
II - se tiver decretada sua expulsão;
III - se requerer a saída do território nacional em caráter definitivo, renunciando, expressamente, ao
direito de retorno previsto no artigo 51;
IV - se permanecer ausente do Brasil por prazo superior ao previsto no artigo 51;
V - se ocorrer a transformação de visto de que trata o artigo 42;
VI - se houver transgressão do artigo 18, artigo 37, § 2º, ou 99 a 101; e
VII - se temporário ou asilado, no término do prazo de sua estada no território nacional.
§ 1° O registro poderá ser restabelecido, nos casos do item I ou II, se cessada a causa do
cancelamento, e, nos demais casos, se o estrangeiro retornar ao território nacional com visto de que
trata o artigo 13 ou 16, ou obtiver a transformação prevista no artigo 39.
§ 2° Ocorrendo a hipótese prevista no item III deste artigo, o estrangeiro deverá proceder à entrega do
documento de identidade para estrangeiro e deixar o território nacional dentro de 30 (trinta) dias.
§ 3° Se da solicitação de que trata o item III deste artigo resultar isenção de ônus fiscal ou financeiro, o
restabelecimento do registro dependerá, sempre, da satisfação prévia dos referidos encargos.
TÍTULO V
Da Saída e do Retorno
Art. 50. Não se exigirá visto de saída do estrangeiro que pretender sair do território nacional.
§ 1° O Ministro da Justiça poderá, a qualquer tempo, estabelecer a exigência de visto de saída, quando
razões de segurança interna aconselharem a medida.
§ 2° Na hipótese do parágrafo anterior, o ato que estabelecer a exigência disporá sobre o prazo de
validade do visto e as condições para a sua concessão.
§ 3º O asilado deverá observar o disposto no artigo 29.
Art. 51. O estrangeiro registrado como permanente, que se ausentar do Brasil, poderá regressar
independentemente de visto se o fizer dentro de dois anos.
Parágrafo único. A prova da data da saída, para os fins deste artigo, far-se-á pela anotação aposta,
pelo órgão competente do Ministério da Justiça, no documento de viagem do estrangeiro, no momento
em que o mesmo deixar o território nacional.
Art. 52. O estrangeiro registrado como temporário, que se ausentar do Brasil, poderá regressar
independentemente de novo visto, se o fizer dentro do prazo de validade de sua estada no território
nacional.
TÍTULO VI
Do Documento de Viagem para Estrangeiro
Art. 54. São documentos de viagem o passaporte para estrangeiro e o laissez-passer.
Parágrafo único. Os documentos de que trata este artigo são de propriedade da União, cabendo a seus
titulares a posse direta e o uso regular.
Art. 55. Poderá ser concedido passaporte para estrangeiro:
I - no Brasil:
a) ao apátrida e ao de nacionalidade indefinida;
b) a nacional de país que não tenha representação diplomática ou consular no Brasil, nem
representante de outro país encarregado de protegê-lo;
c) a asilado ou a refugiado, como tal admitido no Brasil.
II - no Brasil e no exterior, ao cônjuge ou à viúva de brasileiro que haja perdido a nacionalidade
originária em virtude do casamento.
Parágrafo único. A concessão de passaporte, no caso da letra b, do item I, deste artigo, dependerá de
prévia consulta ao Ministério das Relações Exteriores.
Art. 56. O laissez-passer poderá ser concedido, no Brasil ou no exterior, ao estrangeiro portador de
documento de viagem emitido por governo não reconhecido pelo Governo brasileiro, ou não válido para
o Brasil.
Parágrafo único. A concessão, no exterior, de laissez-passer a estrangeiro registrado no Brasil como
permanente, temporário ou asilado, dependerá de audiência prévia do Ministério da Justiça.
TÍTULO VII
Da Deportação
Art. 57. Nos casos de entrada ou estada irregular de estrangeiro, se este não se retirar voluntariamente
do território nacional no prazo fixado em Regulamento, será promovida sua deportação.
§ 1º Será igualmente deportado o estrangeiro que infringir o disposto nos artigos 21, § 2º, 24, 37, § 2º,
98 a 101, §§ 1º ou 2º do artigo 104 ou artigo 105.
§ 2º Desde que conveniente aos interesses nacionais, a deportação far-se-á independentemente da
fixação do prazo de que trata o caput deste artigo.
Art. 58. A deportação consistirá na saída compulsória do estrangeiro.
Parágrafo único. A deportação far-se-á para o país da nacionalidade ou de procedência do estrangeiro,
ou para outro que consinta em recebê-lo.
Art. 59. Não sendo apurada a responsabilidade do transportador pelas despesas com a retirada do
estrangeiro, nem podendo este ou terceiro por ela responder, serão as mesmas custeadas pelo
Tesouro Nacional.
Art. 60. O estrangeiro poderá ser dispensado de quaisquer penalidades relativas à entrada ou estada
irregular no Brasil ou formalidade cujo cumprimento possa dificultar a deportação.
Art. 61. O estrangeiro, enquanto não se efetivar a deportação, poderá ser recolhido à prisão por ordem
do Ministro da Justiça, pelo prazo de sessenta dias.
Parágrafo único. Sempre que não for possível, dentro do prazo previsto neste artigo, determinar-se a
identidade do deportando ou obter-se documento de viagem para promover a sua retirada, a prisão
poderá ser prorrogada por igual período, findo o qual será ele posto em liberdade, aplicando-se o
disposto no artigo 73.
Art. 62. Não sendo exeqüível a deportação ou quando existirem indícios sérios de periculosidade ou
indesejabilidade do estrangeiro, proceder-se-á à sua expulsão.
Art. 63. Não se procederá à deportação se implicar em extradição inadmitida pela lei brasileira.
Art. 64. O deportado só poderá reingressar no território nacional se ressarcir o Tesouro Nacional, com
correção monetária, das despesas com a sua deportação e efetuar, se for o caso, o pagamento da
multa devida à época, também corrigida.
TÍTULO VIII
Da Expulsão
Art. 65. É passível de expulsão o estrangeiro que, de qualquer forma, atentar contra a segurança
nacional, a ordem política ou social, a tranqüilidade ou moralidade pública e a economia popular, ou
cujo procedimento o torne nocivo à conveniência e aos interesses nacionais.
Parágrafo único. É passível, também, de expulsão o estrangeiro que:
a) praticar fraude a fim de obter a sua entrada ou permanência no Brasil;
b) havendo entrado no território nacional com infração à lei, dele não se retirar no prazo que lhe for
determinado para fazê-lo, não sendo aconselhável a deportação;
c) entregar-se à vadiagem ou à mendicância; ou
d) desrespeitar proibição especialmente prevista em lei para estrangeiro.
Art. 66. Caberá exclusivamente ao Presidente da República resolver sobre a conveniência e a
oportunidade da expulsão ou de sua revogação.
Parágrafo único. A medida expulsória ou a sua revogação far-se-á por decreto.
Art. 67. Desde que conveniente ao interesse nacional, a expulsão do estrangeiro poderá efetivar-se,
ainda que haja processo ou tenha ocorrido condenação.
Art. 68. Os órgãos do Ministério Público remeterão ao Ministério da Justiça, de ofício, até trinta dias
após o trânsito em julgado, cópia da sentença condenatória de estrangeiro autor de crime doloso ou de
qualquer crime contra a segurança nacional, a ordem política ou social, a economia popular, a
moralidade ou a saúde pública, assim como da folha de antecedentes penais constantes dos autos.
Parágrafo único. O Ministro da Justiça, recebidos os documentos mencionados neste artigo,
determinará a instauração de inquérito para a expulsão do estrangeiro.
Art. 69. O Ministro da Justiça, a qualquer tempo, poderá determinar a prisão, por 90 (noventa) dias, do
estrangeiro submetido a processo de expulsão e, para concluir o inquérito ou assegurar a execução da
medida, prorrogá-la por igual prazo.
Parágrafo único. Em caso de medida interposta junto ao Poder Judiciário que suspenda,
provisoriamente, a efetivação do ato expulsório, o prazo de prisão de que trata a parte final do caput
deste artigo ficará interrompido, até a decisão definitiva do Tribunal a que estiver submetido o feito.
Art. 70. Compete ao Ministro da Justiça, de ofício ou acolhendo solicitação fundamentada, determinar a
instauração de inquérito para a expulsão do estrangeiro.
Art. 71. Nos casos de infração contra a segurança nacional, a ordem política ou social e a economia
popular, assim como nos casos de comércio, posse ou facilitação de uso indevido de substância
entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica, ou de desrespeito à proibição
especialmente prevista em lei para estrangeiro, o inquérito será sumário e não excederá o prazo de
quinze dias, dentro do qual fica assegurado ao expulsando o direito de defesa.
Art. 72. Salvo as hipóteses previstas no artigo anterior, caberá pedido de reconsideração no prazo de
10 (dez) dias, a contar da publicação do decreto de expulsão, no Diário Oficial da União.
Art. 73. O estrangeiro, cuja prisão não se torne necessária, ou que tenha o prazo desta vencido,
permanecerá em liberdade vigiada, em lugar designado pelo Ministério da Justiça, e guardará as
normas de comportamento que lhe forem estabelecidas.
Parágrafo único. Descumprida qualquer das normas fixadas de conformidade com o disposto neste
artigo ou no seguinte, o Ministro da Justiça, a qualquer tempo, poderá determinar a prisão
administrativa do estrangeiro, cujo prazo não excederá a 90 (noventa) dias.
Art. 74. O Ministro da Justiça poderá modificar, de ofício ou a pedido, as normas de conduta impostas
ao estrangeiro e designar outro lugar para a sua residência.
Art. 75. Não se procederá à expulsão:
I - se implicar extradição inadmitida pela lei brasileira; ou
II - quando o estrangeiro tiver:
a) Cônjuge brasileiro do qual não esteja divorciado ou separado, de fato ou de direito, e desde que o
casamento tenha sido celebrado há mais de 5 (cinco) anos; ou
b) filho brasileiro que, comprovadamente, esteja sob sua guarda e dele dependa economicamente.
§ 1º. não constituem impedimento à expulsão a adoção ou o reconhecimento de filho brasileiro
supervenientes ao fato que o motivar.
§ 2º. Verificados o abandono do filho, o divórcio ou a separação, de fato ou de direito, a expulsão
poderá efetivar-se a qualquer tempo.
TÍTULO IX
Da Extradição
Art. 76. A extradição poderá ser concedida quando o governo requerente se fundamentar em tratado,
ou quando prometer ao Brasil a reciprocidade.
Art. 77. Não se concederá a extradição quando:
I - se tratar de brasileiro, salvo se a aquisição dessa nacionalidade verificar-se após o fato que motivar
o pedido;
II - o fato que motivar o pedido não for considerado crime no Brasil ou no Estado requerente;
III - o Brasil for competente, segundo suas leis, para julgar o crime imputado ao extraditando;
IV - a lei brasileira impuser ao crime a pena de prisão igual ou inferior a 1 (um) ano;
V - o extraditando estiver a responder a processo ou já houver sido condenado ou absolvido no Brasil
pelo mesmo fato em que se fundar o pedido;
VI - estiver extinta a punibilidade pela prescrição segundo a lei brasileira ou a do Estado requerente;
VII - o fato constituir crime político; e
VIII - o extraditando houver de responder, no Estado requerente, perante Tribunal ou Juízo de exceção.
§ 1° A exceção do item VII não impedirá a extradição quando o fato constituir, principalmente, infração
da lei penal comum, ou quando o crime comum, conexo ao delito político, constituir o fato principal.
§ 2º Caberá, exclusivamente, ao Supremo Tribunal Federal, a apreciação do caráter da infração.
§ 3° O Supremo Tribunal Federal poderá deixar de considerar crimes políticos os atentados contra
Chefes de Estado ou quaisquer autoridades, bem assim os atos de anarquismo, terrorismo,
sabotagem, seqüestro de pessoa, ou que importem propaganda de guerra ou de processos violentos
para subverter a ordem política ou social.
Art. 78. São condições para concessão da extradição:
I - ter sido o crime cometido no território do Estado requerente ou serem aplicáveis ao extraditando as
leis penais desse Estado; e
II - existir sentença final de privação de liberdade, ou estar a prisão do extraditando autorizada por Juiz,
Tribunal ou autoridade competente do Estado requerente, salvo o disposto no artigo 82.
Art. 79. Quando mais de um Estado requerer a extradição da mesma pessoa, pelo mesmo fato, terá
preferência o pedido daquele em cujo território a infração foi cometida.
§ 1º Tratando-se de crimes diversos, terão preferência, sucessivamente:
I - o Estado requerente em cujo território haja sido cometido o crime mais grave, segundo a lei
brasileira;
II - o que em primeiro lugar houver pedido a entrega do extraditando, se a gravidade dos crimes for
idêntica; e
III - o Estado de origem, ou, na sua falta, o domiciliar do extraditando, se os pedidos forem simultâneos.
§ 2º Nos casos não previstos decidirá sobre a preferência o Governo brasileiro.
§ 3º Havendo tratado ou convenção com algum dos Estados requerentes, prevalecerão suas normas
no que disserem respeito à preferência de que trata este artigo.
Art. 80. A extradição será requerida por via diplomática ou, na falta de agente diplomático do Estado
que a requerer, diretamente de Governo a Governo, devendo o pedido ser instruído com a cópia
autêntica ou a certidão da sentença condenatória, da de pronúncia ou da que decretar a prisão
preventiva, proferida por Juiz ou autoridade competente. Esse documento ou qualquer outro que se
juntar ao pedido conterá indicações precisas sobre o local, data, natureza e circunstâncias do fato
criminoso, identidade do extraditando, e, ainda, cópia dos textos legais sobre o crime, a pena e sua
prescrição.
§ 1º O encaminhamento do pedido por via diplomática confere autenticidade aos documentos.
§ 2º Não havendo tratado que disponha em contrário, os documentos indicados neste artigo serão
acompanhados de versão oficialmente feita para o idioma português no Estado requerente.
Art. 81. O Ministério das Relações Exteriores remeterá o pedido ao Ministério da Justiça, que ordenará
a prisão do extraditando colocando-o à disposição do Supremo Tribunal Federal.
Art. 82. Em caso de urgência, poderá ser ordenada a prisão preventiva do extraditando desde que
pedida, em termos hábeis, qualquer que seja o meio de comunicação, por autoridade competente,
agente diplomático ou consular do Estado requerente.
§ 1º O pedido, que noticiará o crime cometido, deverá fundamentar-se em sentença condenatória, auto
de prisão em flagrante, mandado de prisão, ou, ainda, em fuga do indiciado.
§ 2º Efetivada a prisão, o Estado requerente deverá formalizar o pedido em noventa dias, na
conformidade do artigo 80.
§ 3º A prisão com base neste artigo não será mantida além do prazo referido no parágrafo anterior,
nem se admitirá novo pedido pelo mesmo fato sem que a extradição haja sido formalmente requerida.
Art. 83. Nenhuma extradição será concedida sem prévio pronunciamento do Plenário do Supremo
Tribunal Federal sobre sua legalidade e procedência, não cabendo recurso da decisão.
Art. 84. Efetivada a prisão do extraditando (artigo 81), o pedido será encaminhado ao Supremo Tribunal
Federal.
Parágrafo único. A prisão perdurará até o julgamento final do Supremo Tribunal Federal, não sendo
admitidas a liberdade vigiada, a prisão domiciliar, nem a prisão albergue.
Art. 85. Ao receber o pedido, o Relator designará dia e hora para o interrogatório do extraditando e,
conforme o caso, dar-lhe-á curador ou advogado, se não o tiver, correndo do interrogatório o prazo de
dez dias para a defesa.
§ 1º A defesa versará sobre a identidade da pessoa reclamada, defeito de forma dos documentos
apresentados ou ilegalidade da extradição.
§ 2º Não estando o processo devidamente instruído, o Tribunal, a requerimento do Procurador-Geral
da República, poderá converter o julgamento em diligência para suprir a falta no prazo improrrogável
de 60 (sessenta) dias, decorridos os quais o pedido será julgado independentemente da diligência.
§ 3º O prazo referido no parágrafo anterior correrá da data da notificação que o Ministério das
Relações Exteriores fizer à Missão Diplomática do Estado requerente.
Art. 86. Concedida a extradição, será o fato comunicado através do Ministério das Relações Exteriores
à Missão Diplomática do Estado requerente que, no prazo de sessenta dias da comunicação, deverá
retirar o extraditando do território nacional.
Art. 87. Se o Estado requerente não retirar o extraditando do território nacional no prazo do artigo
anterior, será ele posto em liberdade, sem prejuízo de responder a processo de expulsão, se o motivo
da extradição o recomendar.
Art. 88. Negada a extradição, não se admitirá novo pedido baseado no mesmo fato.
Art. 89. Quando o extraditando estiver sendo processado, ou tiver sido condenado, no Brasil, por crime
punível com pena privativa de liberdade, a extradição será executada somente depois da conclusão do
processo ou do cumprimento da pena, ressalvado, entretanto, o disposto no artigo 67.
Parágrafo único. A entrega do extraditando ficará igualmente adiada se a efetivação da medida puser
em risco a sua vida por causa de enfermidade grave comprovada por laudo médico oficial.
Art. 90. O Governo poderá entregar o extraditando ainda que responda a processo ou esteja
condenado por contravenção.
Art. 91. Não será efetivada a entrega sem que o Estado requerente assuma o compromisso:
I - de não ser o extraditando preso nem processado por fatos anteriores ao pedido;
II - de computar o tempo de prisão que, no Brasil, foi imposta por força da extradição;
III - de comutar em pena privativa de liberdade a pena corporal ou de morte, ressalvados, quanto à
última, os casos em que a lei brasileira permitir a sua aplicação;
IV - de não ser o extraditando entregue, sem consentimento do Brasil, a outro Estado que o reclame; e
V - de não considerar qualquer motivo político, para agravar a pena.
Art. 92. A entrega do extraditando, de acordo com as leis brasileiras e respeitado o direito de terceiro,
será feita com os objetos e instrumentos do crime encontrados em seu poder.
Parágrafo único. Os objetos e instrumentos referidos neste artigo poderão ser entregues
independentemente da entrega do extraditando.
Art. 93. O extraditando que, depois de entregue ao Estado requerente, escapar à ação da Justiça e
homiziar-se no Brasil, ou por ele transitar, será detido mediante pedido feito diretamente por via
diplomática, e de novo entregue sem outras formalidades.
Art. 94. Salvo motivo de ordem pública, poderá ser permitido, pelo Ministro da Justiça, o trânsito, no
território nacional, de pessoas extraditadas por Estados estrangeiros, bem assim o da respectiva
guarda, mediante apresentação de documentos comprobatórios de concessão da medida.
TÍTULO X
Dos Direitos e Deveres do Estrangeiro
Art. 95. O estrangeiro residente no Brasil goza de todos os direitos reconhecidos aos brasileiros, nos
termos da Constituição e das leis.
Art. 96. Sempre que lhe for exigido por qualquer autoridade ou seu agente, o estrangeiro deverá exibir
documento comprobatório de sua estada legal no território nacional.
Parágrafo único. Para os fins deste artigo e dos artigos 43, 45, 47 e 48, o documento deverá ser
apresentado no original.
Art. 97. O exercício de atividade remunerada e a matrícula em estabelecimento de ensino são
permitidos ao estrangeiro com as restrições estabelecidas nesta Lei e no seu Regulamento.
Art. 98. Ao estrangeiro que se encontra no Brasil ao amparo de visto de turista, de trânsito ou
temporário de que trata o artigo 13, item IV, bem como aos dependentes de titulares de quaisquer
vistos temporários é vedado o exercício de atividade remunerada. Ao titular de visto temporário de que
trata o artigo 13, item VI, é vedado o exercício de atividade remunerada por fonte brasileira.
Art. 99. Ao estrangeiro titular de visto temporário e ao que se encontre no Brasil na condição do artigo
21, § 1°, é vedado estabelecer-se com firma individual, ou exercer cargo ou função de administrador,
gerente ou diretor de sociedade comercial ou civil, bem como inscrever-se em entidade fiscalizadora do
exercício de profissão regulamentada.
Parágrafo único. Aos estrangeiros portadores do visto de que trata o inciso V do art. 13 é permitida a
inscrição temporária em entidade fiscalizadora do exercício de profissão regulamentada.
Art. 100. O estrangeiro admitido na condição de temporário, sob regime de contrato, só poderá exercer
atividade junto à entidade pela qual foi contratado, na oportunidade da concessão do visto, salvo
autorização expressa do Ministério da Justiça, ouvido o Ministério do Trabalho.
Art. 101. O estrangeiro admitido na forma do artigo 18, ou do artigo 37, § 2º, para o desempenho de
atividade profissional certa, e a fixação em região determinada, não poderá, dentro do prazo que lhe for
fixado na oportunidade da concessão ou da transformação do visto, mudar de domicílio nem de
atividade profissional, ou exercê-la fora daquela região, salvo em caso excepcional, mediante
autorização prévia do Ministério da Justiça, ouvido o Ministério do Trabalho, quando necessário.
Art. 102. O estrangeiro registrado é obrigado a comunicar ao Ministério da Justiça a mudança do seu
domicílio ou residência, devendo fazê-lo nos 30 (trinta) dias imediatamente seguintes à sua efetivação.
Art. 103. O estrangeiro que adquirir nacionalidade diversa da constante do registro (art. 30), deverá,
nos noventa dias seguintes, requerer a averbação da nova nacionalidade em seus assentamentos.
Art. 104. O portador de visto de cortesia, oficial ou diplomático só poderá exercer atividade remunerada
em favor do Estado estrangeiro, organização ou agência internacional de caráter intergovernamental a
cujo serviço se encontre no País, ou do Governo ou de entidade brasileiros, mediante instrumento
internacional firmado com outro Governo que encerre cláusula específica sobre o assunto.
§ 1º O serviçal com visto de cortesia só poderá exercer atividade remunerada a serviço particular de
titular de visto de cortesia, oficial ou diplomático.
§ 2º A missão, organização ou pessoa, a cujo serviço se encontra o serviçal, fica responsável pela sua
saída do território nacional, no prazo de 30 (trinta) dias, a contar da data em que cessar o vínculo
empregatício, sob pena de deportação do mesmo.
§ 3º Ao titular de quaisquer dos vistos referidos neste artigo não se aplica o disposto na legislação
trabalhista brasileira.
Art. 105. Ao estrangeiro que tenha entrado no Brasil na condição de turista ou em trânsito é proibido o
engajamento como tripulante em porto brasileiro, salvo em navio de bandeira de seu país, por viagem
não redonda, a requerimento do transportador ou do seu agente, mediante autorização do Ministério da
Justiça.
Art. 106. É vedado ao estrangeiro:
I - ser proprietário, armador ou comandante de navio nacional, inclusive nos serviços de navegação
fluvial e lacustre;
II - ser proprietário de empresa jornalística de qualquer espécie, e de empresas de televisão e de
radiodifusão, sócio ou acionista de sociedade proprietária dessas empresas;
III - ser responsável, orientador intelectual ou administrativo das empresas mencionadas no item
anterior;
IV - obter concessão ou autorização para a pesquisa, prospecção, exploração e aproveitamento das
jazidas, minas e demais recursos minerais e dos potenciais de energia hidráulica;
V - ser proprietário ou explorador de aeronave brasileira, ressalvado o disposto na legislação
específica;
VI - ser corretor de navios, de fundos públicos, leiloeiro e despachante aduaneiro;
VII - participar da administração ou representação de sindicato ou associação profissional, bem como
de entidade fiscalizadora do exercício de profissão regulamentada;
VIII - ser prático de barras, portos, rios, lagos e canais;
IX - possuir, manter ou operar, mesmo como amador, aparelho de radiodifusão, de radiotelegrafia e
similar, salvo reciprocidade de tratamento; e
X - prestar assistência religiosa às Forças Armadas e auxiliares, e também aos estabelecimentos de
internação coletiva.
§ 1º O disposto no item I deste artigo não se aplica aos navios nacionais de pesca.
§ 2º Ao português, no gozo dos direitos e obrigações previstos no Estatuto da Igualdade, apenas lhe é
defeso:
a) assumir a responsabilidade e a orientação intelectual e administrativa das empresas mencionadas
no item II deste artigo;
b) ser proprietário, armador ou comandante de navio nacional, inclusive de navegação fluvial e
lacustre, ressalvado o disposto no parágrafo anterior; e
c) prestar assistência religiosa às Forças Armadas e auxiliares.
Art. 107. O estrangeiro admitido no território nacional não pode exercer atividade de natureza política,
nem se imiscuir, direta ou indiretamente, nos negócios públicos do Brasil, sendo-lhe especialmente
vedado:
I - organizar, criar ou manter sociedade ou quaisquer entidades de caráter político, ainda que tenham
por fim apenas a propaganda ou a difusão, exclusivamente entre compatriotas, de idéias, programas
ou normas de ação de partidos políticos do país de origem;
II - exercer ação individual, junto a compatriotas ou não, no sentido de obter, mediante coação ou
constrangimento de qualquer natureza, adesão a idéias, programas ou normas de ação de partidos ou
facções políticas de qualquer país;
III - organizar desfiles, passeatas, comícios e reuniões de qualquer natureza, ou deles participar, com
os fins a que se referem os itens I e II deste artigo.
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo não se aplica ao português beneficiário do Estatuto
da Igualdade ao qual tiver sido reconhecido o gozo de direitos políticos.
Art. 108. É lícito aos estrangeiros associarem-se para fins culturais, religiosos, recreativos,
beneficentes ou de assistência, filiarem-se a clubes sociais e desportivos, e a quaisquer outras
entidades com iguais fins, bem como participarem de reunião comemorativa de datas nacionais ou
acontecimentos de significação patriótica.
Parágrafo único. As entidades mencionadas neste artigo, se constituídas de mais da metade de
associados estrangeiros, somente poderão funcionar mediante autorização do Ministro da Justiça.
Art. 109. A entidade que houver obtido registro mediante falsa declaração de seus fins ou que, depois
de registrada, passar a exercer atividades proibidas ilícitas, terá sumariamente cassada a autorização a
que se refere o parágrafo único do artigo anterior e o seu funcionamento será suspenso por ato do
Ministro da Justiça, até final julgamento do processo de dissolução, a ser instaurado imediatamente.
Art. 110. O Ministro da Justiça poderá, sempre que considerar conveniente aos interesses nacionais,
impedir a realização, por estrangeiros, de conferências, congressos e exibições artísticas ou folclóricas.
TÍTULO XI
Da Naturalização
CAPÍTULO I
Das Condições
Art. 111. A concessão da naturalização nos casos previstos no artigo 145, item II, alínea b, da
Constituição, é faculdade exclusiva do Poder Executivo e far-se-á mediante portaria do Ministro da
Justiça.
Art. 112. São condições para a concessão da naturalização:
I - capacidade civil, segundo a lei brasileira;
II - ser registrado como permanente no Brasil;
III - residência contínua no território nacional, pelo prazo mínimo de quatro anos, imediatamente
anteriores ao pedido de naturalização;
IV - ler e escrever a língua portuguesa, consideradas as condições do naturalizando;
V - exercício de profissão ou posse de bens suficientes à manutenção própria e da família;
VI - bom procedimento;
VII - inexistência de denúncia, pronúncia ou condenação no Brasil ou no exterior por crime doloso a
que seja cominada pena mínima de prisão, abstratamente considerada, superior a 1 (um) ano; e
VIII - boa saúde.
§ 1º não se exigirá a prova de boa saúde a nenhum estrangeiro que residir no País há mais de dois
anos.
§ 2º verificada, a qualquer tempo, a falsidade ideológica ou material de qualquer dos requisitos exigidos
neste artigo ou nos arts. 113 e 114 desta Lei, será declarado nulo o ato de naturalização sem prejuízo
da ação penal cabível pela infração cometida.
§ 3º A declaração de nulidade a que se refere o parágrafo anterior processar-se-á administrativamente,
no Ministério da Justiça, de ofício ou mediante representação fundamentada, concedido ao
naturalizado, para defesa, o prazo de quinze dias, contados da notificação.
Art. 113. O prazo de residência fixado no artigo 112, item III, poderá ser reduzido se o naturalizando
preencher quaisquer das seguintes condições:
I - ter filho ou cônjuge brasileiro;
II - ser filho de brasileiro;
III - haver prestado ou poder prestar serviços relevantes ao Brasil, a juízo do Ministro da Justiça;
IV - recomendar-se por sua capacidade profissional, científica ou artística; ou
V - ser proprietário, no Brasil, de bem imóvel, cujo valor seja igual, pelo menos, a mil vezes o Maior
Valor de Referência; ou ser industrial que disponha de fundos de igual valor; ou possuir cota ou ações
integralizadas de montante, no mínimo, idêntico, em sociedade comercial ou civil, destinada, principal e
permanentemente, à exploração de atividade industrial ou agrícola.
Parágrafo único. A residência será, no mínimo, de um ano, nos casos dos itens I a III; de dois anos, no
do item IV; e de três anos, no do item V.
Art. 114. Dispensar-se-á o requisito da residência, exigindo-se apenas a estada no Brasil por trinta
dias, quando se tratar:
I - de cônjuge estrangeiro casado há mais de cinco anos com diplomata brasileiro em atividade; ou
II - de estrangeiro que, empregado em Missão Diplomática ou em Repartição Consular do Brasil, contar
mais de 10 (dez) anos de serviços ininterruptos.
Art. 115. O estrangeiro que pretender a naturalização deverá requerê-la ao Ministro da Justiça,
declarando: nome por extenso, naturalidade, nacionalidade, filiação, sexo, estado civil, dia, mês e ano
de nascimento, profissão, lugares onde haja residido anteriormente no Brasil e no exterior, se satisfaz
ao requisito a que alude o artigo 112, item VII e se deseja ou não traduzir ou adaptar o seu nome à
língua portuguesa.
§ 1º. A petição será assinada pelo naturalizando e instruída com os documentos a serem especificados
em regulamento.
§ 2º. Exigir-se-á a apresentação apenas de documento de identidade para estrangeiro, atestado policial
de residência contínua no Brasil e atestado policial de antecedentes, passado pelo serviço competente
do lugar de residência no Brasil, quando se tratar de:
I - estrangeiro admitido no Brasil até a idade de 5 (cinco) anos, radicado definitivamente no território
nacional, desde que requeira a naturalização até 2 (dois) anos após atingir a maioridade;
II - estrangeiro que tenha vindo residir no Brasil antes de atingida a maioridade e haja feito curso
superior em estabelecimento nacional de ensino, se requerida a naturalização até 1 (um) ano depois da
formatura.
§ 3º. Qualquer mudança de nome ou de prenome, posteriormente à naturalização, só por exceção e
motivadamente será permitida, mediante autorização do Ministro da Justiça.
Art. 116. O estrangeiro admitido no Brasil durante os primeiros 5 (cinco) anos de vida, estabelecido
definitivamente no território nacional, poderá, enquanto menor, requerer ao Ministro da Justiça, por
intermédio de seu representante legal, a emissão de certificado provisório de naturalização, que valerá
como prova de nacionalidade brasileira até dois anos depois de atingida a maioridade.
Parágrafo único. A naturalização se tornará definitiva se o titular do certificado provisório, até dois anos
após atingir a maioridade, confirmar expressamente a intenção de continuar brasileiro, em
requerimento dirigido ao Ministro da Justiça.
Art. 117. O requerimento de que trata o artigo 115, dirigido ao Ministro da Justiça, será apresentado, no
Distrito Federal, Estados e Territórios, ao órgão competente do Ministério da Justiça, que procederá à
sindicância sobre a vida pregressa do naturalizando e opinará quanto à conveniência da naturalização.
Art. 118. Recebido o processo pelo dirigente do órgão competente do Ministério da Justiça, poderá ele
determinar, se necessário, outras diligências. Em qualquer hipótese, o processo deverá ser submetido,
com parecer, ao Ministro da Justiça.
Parágrafo único. O dirigente do órgão competente do Ministério da Justiça determinará o arquivamento
do pedido, se o naturalizando não satisfizer, conforme o caso, a qualquer das condições previstas no
artigo 112 ou 116, cabendo reconsideração desse despacho; se o arquivamento for mantido, poderá o
naturalizando recorrer ao Ministro da Justiça; em ambos os casos, o prazo é de trinta dias contados da
publicação do ato.
Art. 119. Publicada no Diário Oficial a portaria de naturalização, será ela arquivada no órgão
competente do Ministério da Justiça, que emitirá certificado relativo a cada naturalizando, o qual será
solenemente entregue, na forma fixada em Regulamento, pelo juiz federal da cidade onde tenha
domicílio o interessado.
§ 1º. Onde houver mais de um juiz federal, a entrega será feita pelo da Primeira Vara.
§ 2º. Quando não houver juiz federal na cidade em que tiverem domicílio os interessados, a entrega
será feita através do juiz ordinário da comarca e, na sua falta, pelo da comarca mais próxima.
§ 3º. A naturalização ficará sem efeito se o certificado não for solicitado pelo naturalizando no prazo de
doze meses contados da data de publicação do ato, salvo motivo de força maior, devidamente
comprovado.
Art. 120. No curso do processo de naturalização, poderá qualquer do povo impugná-la, desde que o
faça fundamentadamente.
Art. 121. A satisfação das condições previstas nesta Lei não assegura ao estrangeiro direito à
naturalização.
CAPÍTULO II
Dos Efeitos da Naturalização
Art. 122. A naturalização, salvo a hipótese do artigo 116, só produzirá efeitos após a entrega do
certificado e confere ao naturalizado o gozo de todos os direitos civis e políticos, excetuados os que a
Constituição Federal atribui exclusivamente ao brasileiro nato.
Art. 123. A naturalização não importa aquisição da nacionalidade brasileira pelo cônjuge e filhos do
naturalizado, nem autoriza que estes entrem ou se radiquem no Brasil sem que satisfaçam às
exigências desta Lei.
Art. 124. A naturalização não extingue a responsabilidade civil ou penal a que o naturalizando estava
anteriormente sujeito em qualquer outro país.
TÍTULO XII
Das Infrações, Penalidades e seu Procedimento
CAPÍTULO I
Das Infrações e Penalidades
Art. 125. Constitui infração, sujeitando o infrator às penas aqui cominadas:
I - entrar no território nacional sem estar autorizado (clandestino):
Pena: deportação.
II - demorar-se no território nacional após esgotado o prazo legal de estada:
Pena: multa de um décimo do Maior Valor de Referência, por dia de excesso, até o máximo de 10 (dez)
vezes o Maior Valor de Referência, e deportação, caso não saia no prazo fixado.
III - deixar de registrar-se no órgão competente, dentro do prazo estabelecido nesta Lei (artigo 30):
Pena: multa de um décimo do Maior Valor de Referência, por dia de excesso, até o máximo de 10 (dez)
vezes o Maior Valor de Referência.
IV - deixar de cumprir o disposto nos artigos 96, 102 e 103:
Pena: multa de duas a dez vezes o Maior Valor de Referência.
V - deixar a empresa transportadora de atender à manutenção ou promover a saída do território
nacional do clandestino ou do impedido (artigo 27):
Pena: multa de 30 (trinta) vezes o Maior Valor de Referência, por estrangeiro.
VI - transportar para o Brasil estrangeiro que esteja sem a documentação em ordem:
Pena: multa de dez vezes o Maior Valor de Referência, por estrangeiro, além da responsabilidade
pelas despesas com a retirada deste do território nacional.
VII - empregar ou manter a seu serviço estrangeiro em situação irregular ou impedido de exercer
atividade remunerada:
Pena: multa de 30 (trinta) vezes o Maior Valor de Referência, por estrangeiro.
VIII - infringir o disposto nos artigos 21, § 2º, 24, 98, 104, §§ 1º ou 2º e 105:
Pena: deportação.
IX - infringir o disposto no artigo 25:
Pena: multa de 5 (cinco) vezes o Maior Valor de Referência para o resgatador e deportação para o
estrangeiro.
X - infringir o disposto nos artigos 18, 37, § 2º, ou 99 a 101:
Pena: cancelamento do registro e deportação.
XI - infringir o disposto no artigo 106 ou 107:
Pena: detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e expulsão.
XII - introduzir estrangeiro clandestinamente ou ocultar clandestino ou irregular:
Pena: detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e, se o infrator for estrangeiro, expulsão.
XIII - fazer declaração falsa em processo de transformação de visto, de registro, de alteração de
assentamentos, de naturalização, ou para a obtenção de passaporte para estrangeiro, laissez-passer,
ou, quando exigido, visto de saída:
Pena: reclusão de 1 (um) a 5 (cinco) anos e, se o infrator for estrangeiro, expulsão.
XIV - infringir o disposto nos artigos 45 a 48:
Pena: multa de 5 (cinco) a 10 (dez) vezes o Maior Valor de Referência.
XV - infringir o disposto no artigo 26, § 1º ou 64:
Pena: deportação e na reincidência, expulsão.
XVI - infringir ou deixar de observar qualquer disposição desta Lei ou de seu Regulamento para a qual
não seja cominada sanção especial:
Pena: multa de 2 (duas) a 5 (cinco) vezes o Maior Valor de Referência.
Parágrafo único. As penalidades previstas no item XI, aplicam-se também aos diretores das entidades
referidas no item I do artigo 107.
Art. 126. As multas previstas neste Capítulo, nos casos de reincidência, poderão ter os respectivos
valores aumentados do dobro ao quíntuplo.
CAPÍTULO II
Do Procedimento para Apuração das Infrações
Art. 127. A infração punida com multa será apurada em processo administrativo, que terá por base o
respectivo auto, conforme se dispuser em Regulamento.
Art. 128. No caso do artigo 125, itens XI a XIII, observar-se-á o Código de Processo Penal e, nos casos
de deportação e expulsão, o disposto nos Títulos VII e VIII desta Lei, respectivamente.
TÍTULO XIII
Disposições Gerais e Transitórias
Art. 129. REVOGADO.
Art. 130. O Poder Executivo fica autorizado a firmar acordos internacionais pelos quais, observado o
princípio da reciprocidade de tratamento a brasileiros e respeitados a conveniência e os interesses
nacionais, estabeleçam-se as condições para a concessão, gratuidade, isenção ou dispensa dos vistos
estatuídos nesta Lei.
Art. 131. Fica aprovada a Tabela de Emolumentos Consulares e Taxas que integra esta Lei.
(Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81) - (Vide Decreto-Lei nº 2.236, de 23.01.1985)
§ 1º Os valores das taxas incluídas na tabela terão reajustamento anual na mesma proporção do
coeficiente do valor de referências.
§ 2º O Ministro das Relações Exteriores fica autorizado a aprovar, mediante Portaria, a revisão dos
valores dos emolumentos consulares, tendo em conta a taxa de câmbio do cruzeiro-ouro com as
principais moedas de livre convertibilidade.
Art. 132. Fica o Ministro da Justiça autorizado a instituir modelo único de Cédula de Identidade para
estrangeiro, portador de visto temporário ou permanente, a qual terá validade em todo o território
nacional e substituirá as carteiras de identidade em vigor.
Parágrafo único. Enquanto não for criada a cédula de que trata este artigo, continuarão válidas:
I - as Carteiras de Identidade emitidas com base no artigo 135 do Decreto n. 3.010, de 20 de agosto de
1938, bem como as certidões de que trata o § 2º, do artigo 149, do mesmo Decreto; e
II - as emitidas e as que o sejam, com base no Decreto-Lei n. 670, de 3 de julho de 1969, e nos artigos
57, § 1º, e 60, § 2°, do Decreto n. 66.689, de 11 de junho de 1970.
Art. 133. REVOGADO.
Art. 134. Poderá ser regularizada, provisoriamente, a situação dos estrangeiros de que trata o artigo
anterior.
§ 1º. Para os fins deste artigo, fica instituído no Ministério da Justiça o registro provisório de
estrangeiro.
§ 2º. O registro de que trata o parágrafo anterior implicará na expedição de cédula de identidade, que
permitirá ao estrangeiro em situação ilegal o exercício de atividade remunerada e a livre locomoção no
território nacional.
§ 3º. O pedido de registro provisório deverá ser feito no prazo de 120 (cento e vinte) dias, a contar da
data de publicação desta Lei.
§ 4º. A petição, em formulário próprio, será dirigida ao órgão do Departamento de Polícia mais próximo
do domicílio do interessado e instruída com um dos seguintes documentos:
I - cópia autêntica do passaporte ou documento equivalente;
II - certidão fornecida pela representação diplomática ou consular do país de que seja nacional o
estrangeiro, atestando a sua nacionalidade;
III - certidão do registro de nascimento ou casamento;
IV - qualquer outro documento idôneo que permita à Administração conferir os dados de qualificação
do estrangeiro.
§ 5º. O registro provisório e a cédula de identidade, de que trata este artigo, terão prazo de validade de
dois anos improrrogáveis, ressalvado o disposto no parágrafo seguinte.
§ 6º. Firmados, antes de esgotar o prazo previsto no § 5º. os acordos bilaterais, referidos no artigo
anterior, os nacionais dos países respectivos deverão requerer a regularização de sua situação, no
prazo previsto na alínea c, do item II do art. 133.
§ 7º. O Ministro da Justiça instituirá modelo especial da cédula de identidade de que trata este artigo.
Art. 135. O estrangeiro que se encontre residindo no Brasil na condição prevista no artigo 26 do
Decreto-Lei n. 941, de 13 de outubro de 1969, deverá, para continuar a residir no território nacional,
requerer permanência ao órgão competente do Ministério da Justiça dentro do prazo de 90 (noventa)
dias improrrogáveis, a contar da data da entrada em vigor desta Lei.
Parágrafo único. Independerá da satisfação das exigências de caráter especial referidas no artigo 17
desta Lei a autorização a que alude este artigo.
Art. 136. Se o estrangeiro tiver ingressado no Brasil até 20 de agosto de 1938, data da entrada em
vigor do Decreto n. 3.010, desde que tenha mantido residência contínua no território nacional, a partir
daquela data, e prove a qualificação, inclusive a nacionalidade, poderá requerer permanência ao órgão
competente do Ministério da Justiça, observado o disposto no parágrafo único do artigo anterior.
Art. 137. Aos processos em curso no Ministério da Justiça, na data de publicação desta Lei, aplicar-se-
á o disposto no Decreto-lei nº. 941, de 13 de outubro de 1969, e no seu Regulamento, Decreto nº
66.689, de 11 de junho de 1970.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos processos de naturalização, sobre os quais
incidirão, desde logo, as normas desta Lei.
Art. 138. Aplica-se o disposto nesta Lei às pessoas de nacionalidade portuguesa, sob reserva de
disposições especiais expressas na Constituição Federal ou nos tratados em vigor.
Art. 139. Fica o Ministro da Justiça autorizado a delegar a competência, que esta lei lhe atribui, para
determinar a prisão do estrangeiro, em caso de deportação, expulsão e extradição.
Art. 140. Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.
Art. 141. Revogadas as disposições em contrário, especialmente o Decreto-Lei nº 406, de 4 de maio de
1938; artigo 69 do Decreto-Lei nº 3.688, de 3 de outubro de 1941; Decreto-Lei nº 5.101, de 17 de
dezembro de 1942; Decreto-Lei nº 7.967, de 18 de setembro de 1945; Lei nº 5.333, de 11 de outubro
de 1967; Decreto-Lei nº 417, de 10 de janeiro de 1969; Decreto-Lei nº 941, de 13 de outubro de 1969;
artigo 2° da Lei nº 5.709, de 7 de outubro de 1971, e Lei nº 6.262, de 18 de novembro de 1975.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, da
Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei no 8.159, de 8 de janeiro de 1991, e no Decreto no
2.910, de 29 de dezembro de 1998,
DECRETA:
Art. 1o Fica instituída a Política de Segurança da Informação nos órgãos e nas entidades da
Administração Pública Federal, que tem como pressupostos básicos:
I - assegurar a garantia ao direito individual e coletivo das pessoas, à inviolabilidade da sua intimidade
e ao sigilo da correspondência e das comunicações, nos termos previstos na Constituição;
II - proteção de assuntos que mereçam tratamento especial;
III - capacitação dos segmentos das tecnologias sensíveis;
IV - uso soberano de mecanismos de segurança da informação, com o domínio de tecnologias
sensíveis e duais;
V - criação, desenvolvimento e manutenção de mentalidade de segurança da informação;
VI - capacitação científico-tecnológica do País para uso da criptografia na segurança e defesa do
Estado; e
VII - conscientização dos órgãos e das entidades da Administração Pública Federal sobre a
importância das informações processadas e sobre o risco da sua vulnerabilidade.
Art. 2o Para efeitos da Política de Segurança da Informação, ficam estabelecidas as seguintes
conceituações:
I - Certificado de Conformidade: garantia formal de que um produto ou serviço, devidamente
identificado, está em conformidade com uma norma legal;
II - Segurança da Informação: proteção dos sistemas de informação contra a negação de serviço a
usuários autorizados, assim como contra a intrusão, e a modificação desautorizada de dados ou
informações, armazenados, em processamento ou em trânsito, abrangendo, inclusive, a segurança dos
recursos humanos, da documentação e do material, das áreas e instalações das comunicações e
computacional, assim como as destinadas a prevenir, detectar, deter e documentar eventuais ameaças
a seu desenvolvimento.
Art. 3o São objetivos da Política da Informação:
I - dotar os órgãos e as entidades da Administração Pública Federal de instrumentos jurídicos,
normativos e organizacionais que os capacitem científica, tecnológica e administrativamente a
assegurar a confidencialidade, a integridade, a autenticidade, o não-repúdio e a disponibilidade dos
dados e das informações tratadas, classificadas e sensíveis;
II - eliminar a dependência externa em relação a sistemas, equipamentos, dispositivos e atividades
vinculadas à segurança dos sistemas de informação;
III - promover a capacitação de recursos humanos para o desenvolvimento de competência científico-
tecnológica em segurança da informação;
IV - estabelecer normas jurídicas necessárias à efetiva implementação da segurança da informação;
V - promover as ações necessárias à implementação e manutenção da segurança da informação;
VI - promover o intercâmbio científico-tecnológico entre os órgãos e as entidades da Administração
Pública Federal e as instituições públicas e privadas, sobre as atividades de segurança da informação;
VII - promover a capacitação industrial do País com vistas à sua autonomia no desenvolvimento e na
fabricação de produtos que incorporem recursos criptográficos, assim como estimular o setor produtivo
a participar competitivamente do mercado de bens e de serviços relacionados com a segurança da
informação; e
VIII - assegurar a interoperabilidade entre os sistemas de segurança da informação.
Art. 4o Para os fins deste Decreto, cabe à Secretaria-Executiva do Conselho de Defesa Nacional,
assessorada pelo Comitê Gestor da Segurança da Informação de que trata o art. 6o, adotar as
seguintes diretrizes:
I - elaborar e implementar programas destinados à conscientização e à capacitação dos recursos
humanos que serão utilizados na consecução dos objetivos de que trata o artigo anterior, visando
garantir a adequada articulação entre os órgãos e as entidades da Administração Pública Federal;
II - estabelecer programas destinados à formação e ao aprimoramento dos recursos humanos, com
vistas à definição e à implementação de mecanismos capazes de fixar e fortalecer as equipes de
pesquisa e desenvolvimento, especializadas em todos os campos da segurança da informação;
III - propor regulamentação sobre matérias afetas à segurança da informação nos órgãos e nas
entidades da Administração Pública Federal;
IV - estabelecer normas relativas à implementação da Política Nacional de Telecomunicações, inclusive
sobre os serviços prestados em telecomunicações, para assegurar, de modo alternativo, a permanente
disponibilização dos dados e das informações de interesse para a defesa nacional;
V - acompanhar, em âmbito nacional e internacional, a evolução doutrinária e tecnológica das
atividades inerentes à segurança da informação;
VI - orientar a condução da Política de Segurança da Informação já existente ou a ser implementada;
VII - realizar auditoria nos órgãos e nas entidades da Administração Pública Federal, envolvidas com a
política de segurança da informação, no intuito de aferir o nível de segurança dos respectivos sistemas
de informação;
VIII - estabelecer normas, padrões, níveis, tipos e demais aspectos relacionados ao emprego dos
produtos que incorporem recursos critptográficos, de modo a assegurar a confidencialidade, a
autenticidade, a integridade e o não-repúdio, assim como a interoperabilidade entre os Sistemas de
Segurança da Informação;
IX - estabelecer as normas gerais para o uso e a comercialização dos recursos criptográficos pelos
órgãos e pelas entidades da Administração Pública Federal, dando-se preferência, em princípio, no
emprego de tais recursos, a produtos de origem nacional;
X - estabelecer normas, padrões e demais aspectos necessários para assegurar a confidencialidade
dos dados e das informações, em vista da possibilidade de detecção de emanações eletromagnéticas,
inclusive as provenientes de recursos computacionais;
XI - estabelecer as normas inerentes à implantação dos instrumentos e mecanismos necessários à
emissão de certificados de conformidade no tocante aos produtos que incorporem recursos
criptográficos;
XII - desenvolver sistema de classificação de dados e informações, com vistas à garantia dos níveis de
segurança desejados, assim como à normatização do acesso às informações;
XIII - estabelecer as normas relativas à implementação dos Sistemas de Segurança da Informação,
com vistas a garantir a sua interoperabilidade e a obtenção dos níveis de segurança desejados, assim
como assegurar a permanente disponibilização dos dados e das informações de interesse para a
defesa nacional; e
XIV - conceber, especificar e coordenar a implementação da infra-estrutura de chaves públicas a serem
utilizadas pelos órgãos e pelas entidades da Administração Pública Federal.
Art. 5o À Agência Brasileira de Inteligência - ABIN, por intermédio do Centro de Pesquisa e
Desenvolvimento para a Segurança das Comunicações - CEPESC, competirá:
I - apoiar a Secretaria-Executiva do Conselho de Defesa Nacional no tocante a atividades de caráter
científico e tecnológico relacionadas à segurança da informação; e
II - integrar comitês, câmaras técnicas, permanentes ou não, assim como equipes e grupos de estudo
relacionados ao desenvolvimento das suas atribuições de assessoramento.
Art. 6o Fica instituído o Comitê Gestor da Segurança da Informação, com atribuição de assessorar a
Secretaria-Executiva do Conselho de Defesa Nacional na consecução das diretrizes da Política de
Segurança da Informação nos órgãos e nas entidades da Administração Pública Federal, bem como na
avaliação e análise de assuntos relativos aos objetivos estabelecidos neste Decreto.
Art. 7o O Comitê será integrado por um representante de cada Ministério e órgãos a seguir indicados:
I - Ministério da Justiça;
II - Ministério da Defesa;
III - Ministério das Relações Exteriores;
IV - Ministério da Fazenda;
V - Ministério da Previdência e Assistência Social;
VI - Ministério da Saúde;
VII - Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior;
VIII - Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão;
IX - Ministério das Comunicações;
X - Ministério da Ciência e Tecnologia;
XI - Casa Civil da Presidência da República; e
XII - Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, que o coordenará.
XIII - Secretaria de Comunicação de Governo e Gestão Estratégica da Presidência da República.
XIV - Ministério de Minas e Energia;
XV - Controladoria-Geral da União; e
XVI - Advocacia-Geral da União.
§ 1o Os membros do Comitê Gestor serão designados pelo Chefe do Gabinete de Segurança
Institucional da Presidência da República, mediante indicação dos titulares dos Ministérios e órgãos
representados.
§ 2o Os membros do Comitê Gestor não poderão participar de processos similares de iniciativa do
setor privado, exceto nos casos por ele julgados imprescindíveis para atender aos interesses da defesa
nacional e após aprovação pelo Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República.
§ 3o A participação no Comitê não enseja remuneração de qualquer espécie, sendo considerada
serviço público relevante.
§ 4o A organização e o funcionamento do Comitê serão dispostos em regimento interno por ele
aprovado.
§ 5o Caso necessário, o Comitê Gestor poderá propor a alteração de sua composição.
Art. 8o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI,
alínea "a", da Constituição, e tendo em vista o disposto no art. 23 da Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de
1991,
DECRETA:
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1º Este Decreto disciplina a salvaguarda de dados, informações, documentos e materiais sigilosos,
bem como das áreas e instalações onde tramitam.
Art. 2º São considerados originariamente sigilosos, e serão como tal classificados, dados ou
informações cujo conhecimento irrestrito ou divulgação possa acarretar qualquer risco à segurança da
sociedade e do Estado, bem como aqueles necessários ao resguardo da inviolabilidade da intimidade
da vida privada, da honra e da imagem das pessoas.
Parágrafo único. O acesso a dados ou informações sigilosos é restrito e condicionado à necessidade
de conhecer.
Art. 3º A produção, manuseio, consulta, transmissão, manutenção e guarda de dados ou informações
sigilosos observarão medidas especiais de segurança.
Parágrafo único. Toda autoridade responsável pelo trato de dados ou informações sigilosos
providenciará para que o pessoal sob suas ordens conheça integralmente as medidas de segurança
estabelecidas, zelando pelo seu fiel cumprimento.
Art. 4º Para os efeitos deste Decreto, são estabelecidos os seguintes conceitos e definições:
I - autenticidade: asseveração de que o dado ou informação são verdadeiros e fidedignos tanto na
origem quanto no destino;
II - classificação: atribuição, pela autoridade competente, de grau de sigilo a dado, informação,
documento, material, área ou instalação;
III - comprometimento: perda de segurança resultante do acesso não-autorizado;
IV - credencial de segurança: certificado, concedido por autoridade competente, que habilita
determinada pessoa a ter acesso a dados ou informações em diferentes graus de sigilo;
V - desclassificação: cancelamento, pela autoridade competente ou pelo transcurso de prazo, da
classificação, tornando ostensivos dados ou informações;
VI - disponibilidade: facilidade de recuperação ou acessibilidade de dados e informações;
VII - grau de sigilo: gradação atribuída a dados, informações, área ou instalação considerados sigilosos
em decorrência de sua natureza ou conteúdo;
VIII - integridade: incolumidade de dados ou informações na origem, no trânsito ou no destino;
IX - investigação para credenciamento: averiguação sobre a existência dos requisitos indispensáveis
para concessão de credencial de segurança;
X - legitimidade: asseveração de que o emissor e o receptor de dados ou informações são legítimos e
fidedignos tanto na origem quanto no destino;
XI - marcação: aposição de marca assinalando o grau de sigilo;
XII - medidas especiais de segurança: medidas destinadas a garantir sigilo, inviolabilidade, integridade,
autenticidade, legitimidade e disponibilidade de dados e informações sigilosos. Também objetivam
prevenir, detectar, anular e registrar ameaças reais ou potenciais a esses dados e informações;
XIII - necessidade de conhecer: condição pessoal, inerente ao efetivo exercício de cargo, função,
emprego ou atividade, indispensável para que uma pessoa possuidora de credencial de segurança,
tenha acesso a dados ou informações sigilosos;
XIV - ostensivo: sem classificação, cujo acesso pode ser franqueado;
XV - reclassificação: alteração, pela autoridade competente, da classificação de dado, informação, área
ou instalação sigilosos;
XVI - sigilo: segredo; de conhecimento restrito a pessoas credenciadas; proteção contra revelação não-
autorizada; e
XVII - visita: pessoa cuja entrada foi admitida, em caráter excepcional, em área sigilosa.
CAPÍTULO II
DO SIGILO E DA SEGURANÇA
Seção I
Da Classificação Segundo o Grau de Sigilo
Art. 5º Os dados ou informações sigilosos serão classificados em ultra-secretos, secretos, confidenciais
e reservados, em razão do seu teor ou dos seus elementos intrínsecos.
§ 1º São passíveis de classificação como ultra-secretos, dentre outros, dados ou informações
referentes à soberania e à integridade territorial nacionais, a planos e operações militares, às relações
internacionais do País, a projetos de pesquisa e desenvolvimento científico e tecnológico de interesse
da defesa nacional e a programas econômicos, cujo conhecimento não-autorizado possa acarretar
dano excepcionalmente grave à segurança da sociedade e do Estado.
§ 2º São passíveis de classificação como secretos, dentre outros, dados ou informações referentes a
sistemas, instalações, programas, projetos, planos ou operações de interesse da defesa nacional, a
assuntos diplomáticos e de inteligência e a planos ou detalhes, programas ou instalações estratégicos,
cujo conhecimento não-autorizado possa acarretar dano grave à segurança da sociedade e do Estado.
§ 3º São passíveis de classificação como confidenciais dados ou informações que, no interesse do
Poder Executivo e das partes, devam ser de conhecimento restrito e cuja revelação não-autorizada
possa frustrar seus objetivos ou acarretar dano à segurança da sociedade e do Estado.
§ 4º São passíveis de classificação como reservados dados ou informações cuja revelação não-
autorizada possa comprometer planos, operações ou objetivos neles previstos ou referidos.
Art. 6º A classificação no grau ultra-secreto é de competência das seguintes autoridades:
I - Presidente da República;
II - Vice-Presidente da República;
III - Ministros de Estado e autoridades com as mesmas prerrogativas;
IV - Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica; e
V - Chefes de Missões Diplomáticas e Consulares permanentes no exterior.
§ 1o Excepcionalmente, a competência prevista no caput pode ser delegada pela autoridade
responsável a agente público em missão no exterior.
§ 2o Além das autoridades estabelecidas no caput, podem atribuir grau de sigilo:
I - secreto: as autoridades que exerçam funções de direção, comando, chefia ou assessoramento, de
acordo com regulamentação específica de cada órgão ou entidade da Administração Pública Federal; e
II - confidencial e reservado: os servidores civis e militares, de acordo com regulamentação específica
de cada órgão ou entidade da Administração Pública Federal.
Art. 7o Os prazos de duração da classificação a que se refere este Decreto vigoram a partir da data de
produção do dado ou informação e são os seguintes:
I - ultra-secreto: máximo de trinta anos;
II - secreto: máximo de vinte anos;
III - confidencial: máximo de dez anos; e
IV - reservado: máximo de cinco anos.
Parágrafo único. Os prazos de classificação poderão ser prorrogados uma vez, por igual período, pela
autoridade responsável pela classificação ou autoridade hierarquicamente superior competente para
dispor sobre a matéria.
Seção II
Da Reclassificação e da Desclassificação
Art. 8º Dados ou informações classificados no grau de sigilo ultra-secreto somente poderão ser
reclassificados ou desclassificados, mediante decisão da autoridade responsável pela sua
classificação.
Art. 9º Para os graus secreto, confidencial e reservado, poderá a autoridade responsável pela
classificação ou autoridade hierarquicamente superior competente para dispor sobre o assunto,
respeitados os interesses da segurança da sociedade e do Estado, alterá-la ou cancelá-la, por meio de
expediente hábil de reclassificação ou desclassificação dirigido ao detentor da custódia do dado ou
informação sigilosos.
Parágrafo único. Na reclassificação, o novo prazo de duração conta-se a partir da data de produção do
dado ou informação.
Art. 10. A desclassificação de dados ou informações nos graus ultra-secreto, confidencial e reservado
será automática após transcorridos os prazos previstos nos incisos I, II, III e IV do art. 7o, salvo no caso
de sua prorrogação, quando então a desclassificação ocorrerá ao final de seu termo.
Art. 11. Dados ou informações sigilosos de guarda permanente que forem objeto de desclassificação
serão encaminhados à instituição arquivística pública competente, ou ao arquivo permanente do órgão
público, entidade pública ou instituição de caráter público, para fins de organização, preservação e
acesso.
Parágrafo único. Consideram-se de guarda permanente os dados ou informações de valor histórico,
probatório e informativo que devam ser definitivamente preservados.
Art. 12. A indicação da reclassificação ou da desclassificação de dados ou informações sigilosos
deverá constar das capas, se houver, e da primeira página.
CAPÍTULO III
DA GESTÃO DE DADOS OU INFORMAÇÕES SIGILOSOS
Seção I
Dos Procedimentos para Classificação de Documentos
Art. 13. As páginas, os parágrafos, as seções, as partes componentes ou os anexos de um documento
sigiloso podem merecer diferentes classificações, mas ao documento, no seu todo, será atribuído o
grau de sigilo mais elevado, conferido a quaisquer de suas partes.
Art. 14. A classificação de um grupo de documentos que formem um conjunto deve ser a mesma
atribuída ao documento classificado com o mais alto grau de sigilo.
Art. 15. A publicação dos atos sigilosos, se for o caso, limitar-se-á aos seus respectivos números, datas
de expedição e ementas, redigidas de modo a não comprometer o sigilo.
Art. 16. Os mapas, planos-relevo, cartas e fotocartas baseados em fotografias aéreas ou em seus
negativos serão classificados em razão dos detalhes que revelem e não da classificação atribuída às
fotografias ou negativos que lhes deram origem ou das diretrizes baixadas para obtê-las.
Art. 17. Poderão ser elaborados extratos de documentos sigilosos, para sua divulgação ou execução,
mediante consentimento expresso:
I - da autoridade classificadora, para documentos ultra-secretos;
II - da autoridade classificadora ou autoridade hierarquicamente superior competente para dispor sobre
o assunto, para documentos secretos; e
III - da autoridade classificadora, destinatária ou autoridade hierarquicamente superior competente para
dispor sobre o assunto, para documentos confidenciais e reservados, exceto quando expressamente
vedado no próprio documento.
Parágrafo único. Aos extratos de que trata este artigo serão atribuídos graus de sigilo iguais ou
inferiores àqueles atribuídos aos documentos que lhes deram origem, salvo quando elaborados para
fins de divulgação.
Seção II
Do Documento Sigiloso Controlado
Art. 18. Documento Sigiloso Controlado (DSC) é aquele que, por sua importância, requer medidas
adicionais de controle, incluindo:
I - identificação dos destinatários em protocolo e recibo próprios, quando da difusão;
II - lavratura de termo de custódia e registro em protocolo específico;
III - lavratura anual de termo de inventário, pelo órgão ou entidade expedidores e pelo órgão ou
entidade receptores; e
IV - lavratura de termo de transferência, sempre que se proceder à transferência de sua custódia ou
guarda.
Parágrafo único. O termo de inventário e o termo de transferência serão elaborados de acordo com os
modelos constantes dos Anexos I e II deste Decreto e ficarão sob a guarda de um órgão de controle.
Art. 19. O documento ultra-secreto é, por sua natureza, considerado DSC, desde sua classificação ou
reclassificação.
Parágrafo único. A critério da autoridade classificadora ou autoridade hierarquicamente superior
competente para dispor sobre o assunto, o disposto no caput pode-se aplicar aos demais graus de
sigilo.
Seção III
Da Marcação
Art. 20. A marcação, ou indicação do grau de sigilo, deverá ser feita em todas as páginas do
documento e nas capas, se houver.
§ 1º As páginas serão numeradas seguidamente, devendo cada uma conter, também, indicação do
total de páginas que compõem o documento.
§ 2º O DSC também expressará, nas capas, se houver, e em todas as suas páginas, a expressão
"Documento Sigiloso Controlado (DSC)" e o respectivo número de controle.
Art. 21. A marcação em extratos de documentos, rascunhos, esboços e desenhos sigilosos obedecerá
ao prescrito no art. 20.
Art. 22. A indicação do grau de sigilo em mapas, fotocartas, cartas, fotografias, ou em quaisquer outras
imagens sigilosas obedecerá às normas complementares adotadas pelos órgãos e entidades da
Administração Pública.
Art. 23. Os meios de armazenamento de dados ou informações sigilosos serão marcados com a
classificação devida em local adequado.
Parágrafo único. Consideram-se meios de armazenamento documentos tradicionais, discos e fitas
sonoros, magnéticos ou ópticos e qualquer outro meio capaz de armazenar dados e informações.
Seção IV
Da Expedição e da Comunicação de Documentos Sigilosos
Art. 24. Os documentos sigilosos em suas expedição e tramitação obedecerão às seguintes
prescrições:
I - serão acondicionados em envelopes duplos;
II - no envelope externo não constará qualquer indicação do grau de sigilo ou do teor do documento;
III - no envelope interno serão apostos o destinatário e o grau de sigilo do documento, de modo a
serem identificados logo que removido o envelope externo;
IV - o envelope interno será fechado, lacrado e expedido mediante recibo, que indicará,
necessariamente, remetente, destinatário e número ou outro indicativo que identifique o documento; e
V - sempre que o assunto for considerado de interesse exclusivo do destinatário, será inscrita a palavra
pessoal no envelope contendo o documento sigiloso.
Art. 25. A expedição, condução e entrega de documento ultra-secreto, em princípio, será efetuada
pessoalmente, por agente público autorizado, sendo vedada a sua postagem.
Parágrafo único. A comunicação de assunto ultra-secreto de outra forma que não a prescrita no caput
só será permitida excepcionalmente e em casos extremos, que requeiram tramitação e solução
imediatas, em atendimento ao princípio da oportunidade e considerados os interesses da segurança da
sociedade e do Estado.
Art. 26. A expedição de documento secreto, confidencial ou reservado poderá ser feita mediante
serviço postal, com opção de registro, mensageiro oficialmente designado, sistema de encomendas ou,
se for o caso, mala diplomática.
Parágrafo único. A comunicação dos assuntos de que trata este artigo poderá ser feita por outros
meios, desde que sejam usados recursos de criptografia compatíveis com o grau de sigilo do
documento, conforme previsto no art. 42.
Seção V
Do Registro, da Tramitação e da Guarda
Art. 27. Cabe aos responsáveis pelo recebimento de documentos sigilosos:
I - verificar a integridade e registrar, se for o caso, indícios de violação ou de qualquer irregularidade na
correspondência recebida, dando ciência do fato ao seu superior hierárquico e ao destinatário, o qual
informará imediatamente ao remetente; e
II - proceder ao registro do documento e ao controle de sua tramitação.
Art. 28. O envelope interno só será aberto pelo destinatário, seu representante autorizado ou
autoridade competente hierarquicamente superior.
Parágrafo único. Envelopes contendo a marca pessoal só poderão ser abertos pelo próprio
destinatário.
Art. 29. O destinatário de documento sigiloso comunicará imediatamente ao remetente qualquer indício
de violação ou adulteração do documento.
Art. 30. Os documentos sigilosos serão mantidos ou guardados em condições especiais de segurança,
conforme regulamento.
§ 1º Para a guarda de documentos ultra-secretos e secretos é obrigatório o uso de cofre forte ou
estrutura que ofereça segurança equivalente ou superior.
§ 2º Na impossibilidade de se adotar o disposto no § 1º, os documentos ultra-secretos deverão ser
mantidos sob guarda armada.
Art. 31. Os agentes responsáveis pela guarda ou custódia de documentos sigilosos os transmitirão a
seus substitutos, devidamente conferidos, quando da passagem ou transferência de responsabilidade.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo aos responsáveis pela guarda ou custódia de
material sigiloso.
Seção VI
Da Reprodução
Art. 32. A reprodução do todo ou de parte de documento sigiloso terá o mesmo grau de sigilo do
documento original.
§ 1º A reprodução total ou parcial de documentos sigilosos controlados condiciona-se à autorização
expressa da autoridade classificadora ou autoridade hierarquicamente superior competente para dispor
sobre o assunto.
§ 2º Eventuais cópias decorrentes de documentos sigilosos serão autenticadas pelo chefe da
Comissão a que se refere o art. 35 deste Decreto, no âmbito dos órgãos e entidades públicas ou
instituições de caráter público.
§ 3º Serão fornecidas certidões de documentos sigilosos que não puderem ser reproduzidos devido a
seu estado de conservação, desde que necessário como prova em juízo.
Art. 33. O responsável pela produção ou reprodução de documentos sigilosos deverá providenciar a
eliminação de notas manuscritas, tipos, clichês, carbonos, provas ou qualquer outro recurso, que
possam dar origem a cópia não-autorizada do todo ou parte.
Art. 34. Sempre que a preparação, impressão ou, se for o caso, reprodução de documento sigiloso for
efetuada em tipografias, impressoras, oficinas gráficas ou similar, essa operação deverá ser
acompanhada por pessoa oficialmente designada, que será responsável pela garantia do sigilo durante
a confecção do documento, observado o disposto no art. 33.
Seção VII
Da Avaliação, da Preservação e da Eliminação
Art. 35. As entidades e órgãos públicos constituirão Comissão Permanente de Avaliação de
Documentos Sigilosos (CPADS), com as seguintes atribuições:
I - analisar e avaliar periodicamente a documentação sigilosa produzida e acumulada no âmbito de sua
atuação;
II - propor, à autoridade responsável pela classificação ou autoridade hierarquicamente superior
competente para dispor sobre o assunto, renovação dos prazos a que se refere o art. 7º;
III - propor, à autoridade responsável pela classificação ou autoridade hierarquicamente superior
competente para dispor sobre o assunto, alteração ou cancelamento da classificação sigilosa, em
conformidade com o disposto no art. 9º deste Decreto;
IV - determinar o destino final da documentação tornada ostensiva, selecionando os documentos para
guarda permanente; e
V - autorizar o acesso a documentos sigilosos, em atendimento ao disposto no art. 39.
Parágrafo único. Para o perfeito cumprimento de suas atribuições e responsabilidades, a CPADS
poderá ser subdividida em subcomissões.
Art. 36. Os documentos permanentes de valor histórico, probatório e informativo não podem ser
desfigurados ou destruídos, sob pena de responsabilidade penal, civil e administrativa, nos termos da
legislação em vigor.
CAPÍTULO IV
DO ACESSO
Art. 37. O acesso a dados ou informações sigilosos em órgãos e entidades públicos e instituições de
caráter público é admitido:
I - ao agente público, no exercício de cargo, função, emprego ou atividade pública, que tenham
necessidade de conhecê-los; e
II - ao cidadão, naquilo que diga respeito à sua pessoa, ao seu interesse particular ou do interesse
coletivo ou geral, mediante requerimento ao órgão ou entidade competente.
§ 1º Todo aquele que tiver conhecimento, nos termos deste Decreto, de assuntos sigilosos fica sujeito
às sanções administrativas, civis e penais decorrentes da eventual divulgação dos mesmos.
§ 2º Os dados ou informações sigilosos exigem que os procedimentos ou processos que vierem a
instruir também passem a ter grau de sigilo idêntico.
§ 3º Serão liberados à consulta pública os documentos que contenham informações pessoais, desde
que previamente autorizada pelo titular ou por seus herdeiros.
Art. 38. O acesso a dados ou informações sigilosos, ressalvado o previsto no inciso II do artigo anterior,
é condicionado à emissão de credencial de segurança no correspondente grau de sigilo, que pode ser
limitada no tempo.
Parágrafo único. A credencial de segurança de que trata o caput deste artigo classifica-se nas
categorias de ultra-secreto, secreto, confidencial e reservado.
Art. 39. O acesso a qualquer documento sigiloso resultante de acordos ou contratos com outros países
atenderá às normas e recomendações de sigilo constantes destes instrumentos.
Art. 40. A negativa de autorização de acesso deverá ser justificada.
CAPÍTULO V
DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
Art. 41. A comunicação de dados e informações sigilosos por meio de sistemas de informação será
feita em conformidade com o disposto nos arts. 25 e 26.
Art. 42. Ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 44, os programas, aplicativos, sistemas e
equipamentos de criptografia para uso oficial no âmbito da União são considerados sigilosos e
deverão, antecipadamente, ser submetidos à certificação de conformidade da Secretaria Executiva do
Conselho de Defesa Nacional.
Art. 43. Entende-se como oficial o uso de código, cifra ou sistema de criptografia no âmbito de órgãos e
entidades públicos e instituições de caráter público.
Parágrafo único. É vedada a utilização para outro fim que não seja em razão do serviço.
Art. 44. Aplicam-se aos programas, aplicativos, sistemas e equipamentos de criptografia todas as
medidas de segurança previstas neste Decreto para os documentos sigilosos controlados e os
seguintes procedimentos:
I - realização de vistorias periódicas, com a finalidade de assegurar uma perfeita execução das
operações criptográficas;
II - manutenção de inventários completos e atualizados do material de criptografia existente;
III - designação de sistemas criptográficos adequados a cada destinatário;
IV - comunicação, ao superior hierárquico ou à autoridade competente, de qualquer anormalidade
relativa ao sigilo, à inviolabilidade, à integridade, à autenticidade, à legitimidade e à disponibilidade de
dados ou informações criptografados; e
V - identificação de indícios de violação ou interceptação ou de irregularidades na transmissão ou
recebimento de dados e informações criptografados.
Parágrafo único. Os dados e informações sigilosos, constantes de documento produzido em meio
eletrônico, serão assinados e criptografados mediante o uso de certificados digitais emitidos pela Infra-
Estrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil).
Art. 45. Os equipamentos e sistemas utilizados para a produção de documentos com grau de sigilo
ultra-secreto só poderão estar ligados a redes de computadores seguras, e que sejam física e
logicamente isoladas de qualquer outra.
Art. 46. A destruição de dados sigilosos deve ser feita por método que sobrescreva as informações
armazenadas. Se não estiver ao alcance do órgão a destruição lógica, deverá ser providenciada a
destruição física por incineração dos dispositivos de armazenamento.
Art. 47. Os equipamentos e sistemas utilizados para a produção de documentos com grau de sigilo
secreto, confidencial e reservado só poderão integrar redes de computadores que possuam sistemas
de criptografia e segurança adequados a proteção dos documentos.
Art. 48. O armazenamento de documentos sigilosos, sempre que possível, deve ser feito em mídias
removíveis que podem ser guardadas com maior facilidade.
CAPÍTULO VI
DAS ÁREAS E INSTALAÇÕES SIGILOSAS
Art. 49. A classificação de áreas e instalações será feita em razão dos dados ou informações sigilosos
que contenham ou que no seu interior sejam produzidos ou tratados, em conformidade com o art. 5º.
Art. 50. Aos titulares dos órgãos e entidades públicos e das instituições de caráter público caberá a
adoção de medidas que visem à definição, demarcação, sinalização, segurança e autorização de
acesso às áreas sigilosas sob sua responsabilidade.
Art. 51. O acesso de visitas a áreas e instalações sigilosas será disciplinado por meio de instruções
especiais dos órgãos, entidades ou instituições interessados.
Parágrafo único. Para efeito deste artigo, não é considerado visita o agente público ou o particular que
oficialmente execute atividade pública diretamente vinculada à elaboração de estudo ou trabalho
considerado sigiloso no interesse da segurança da sociedade e do Estado.
CAPÍTULO VII
DO MATERIAL SIGILOSO
Seção I
Das Generalidades
Art. 52. O titular de órgão ou entidade pública, responsável por projeto ou programa de pesquisa, que
julgar conveniente manter sigilo sobre determinado material ou suas partes, em decorrência de
aperfeiçoamento, prova, produção ou aquisição, deverá providenciar para que lhe seja atribuído o grau
de sigilo adequado.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo ao titular de órgão ou entidade públicos ou de
instituições de caráter público encarregada da fiscalização e do controle de atividades de entidade
privada, para fins de produção ou exportação de material de interesse da Defesa Nacional.
Art. 53. Os titulares de órgãos ou entidades públicos encarregados da preparação de planos, pesquisas
e trabalhos de aperfeiçoamento ou de novo projeto, prova, produção, aquisição, armazenagem ou
emprego de material sigiloso são responsáveis pela expedição das instruções adicionais que se
tornarem necessárias à salvaguarda dos assuntos com eles relacionados.
Art. 54. Todos os modelos, protótipos, moldes, máquinas e outros materiais similares considerados
sigilosos e que sejam objeto de contrato de qualquer natureza, como empréstimo, cessão,
arrendamento ou locação, serão adequadamente marcados para indicar o seu grau de sigilo.
Art. 55. Dados ou informações sigilosos concernentes a programas técnicos ou aperfeiçoamento de
material somente serão fornecidos aos que, por suas funções oficiais ou contratuais, a eles devam ter
acesso.
Parágrafo único. Os órgãos e entidades públicos controlarão e coordenarão o fornecimento às pessoas
físicas e jurídicas interessadas os dados e informações necessários ao desenvolvimento de programas.
Seção II
Do Transporte
Art. 56. A definição do meio de transporte a ser utilizado para deslocamento de material sigiloso é
responsabilidade do detentor da custódia e deverá considerar o respectivo grau de sigilo.
§ 1º O material sigiloso poderá ser transportado por empresas para tal fim contratadas.
§ 2º As medidas necessárias para a segurança do material transportado serão estabelecidas em
entendimentos prévios, por meio de cláusulas contratuais específicas, e serão de responsabilidade da
empresa contratada.
Art. 57. Sempre que possível, os materiais sigilosos serão tratados segundo os critérios indicados para
a expedição de documentos sigilosos.
Art. 58. A critério da autoridade competente, poderão ser empregados guardas armados, civis ou
militares, para o transporte de material sigiloso.
CAPÍTULO VIII
DOS CONTRATOS
Art. 59. A celebração de contrato cujo objeto seja sigiloso, ou que sua execução implique a divulgação
de desenhos, plantas, materiais, dados ou informações de natureza sigilosa, obedecerá aos seguintes
requisitos:
I - o conhecimento da minuta de contrato estará condicionado à assinatura de termo de compromisso
de manutenção de sigilo pelos interessados na contratação; e
II - o estabelecimento de cláusulas prevendo a:
a) possibilidade de alteração do contrato para inclusão de cláusula de segurança não estipulada por
ocasião da sua assinatura;
b) obrigação de o contratado manter o sigilo relativo ao objeto contratado, bem como à sua execução;
c) obrigação de o contratado adotar as medidas de segurança adequadas, no âmbito das atividades
sob seu controle, para a manutenção do sigilo relativo ao objeto contratado;
d) identificação, para fins de concessão de credencial de segurança, das pessoas que, em nome do
contratado, terão acesso a material, dados e informações sigilosos; e
e) responsabilidade do contratado pela segurança do objeto subcontratado, no todo ou em parte.
Art. 60. Aos órgãos e entidades públicos, bem como às instituições de caráter público, a que os
contratantes estejam vinculados, cabe providenciar para que seus fiscais ou representantes adotem as
medidas necessárias para a segurança dos documentos ou materiais sigilosos em poder dos
contratados ou subcontratados, ou em curso de fabricação em suas instalações.
CAPÍTULO IX
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 61. O disposto neste Decreto aplica-se a material, área, instalação e sistema de informação cujo
sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.
Art. 62. Os órgãos e entidades públicos e instituições de caráter público exigirão termo de compromisso
de manutenção de sigilo dos seus servidores, funcionários e empregados que direta ou indiretamente
tenham acesso a dados ou informações sigilosos.
Parágrafo único. Os agentes de que trata o caput deste artigo comprometem-se a, após o
desligamento, não revelar ou divulgar dados ou informações sigilosos dos quais tiverem conhecimento
no exercício de cargo, função ou emprego público.
Art. 63. Os agentes responsáveis pela custódia de documentos e materiais e pela segurança de áreas,
instalações ou sistemas de informação de natureza sigilosa sujeitam-se às normas referentes ao sigilo
profissional, em razão do ofício, e ao seu código de ética específico, sem prejuízo de sanções penais.
Art. 64. Os órgãos e entidades públicos e instituições de caráter público promoverão o treinamento, a
capacitação, a reciclagem e o aperfeiçoamento de pessoal que desempenhe atividades inerentes à
salvaguarda de documentos, materiais, áreas, instalações e sistemas de informação de natureza
sigilosa.
Art. 65. Toda e qualquer pessoa que tome conhecimento de documento sigiloso, nos termos deste
Decreto fica, automaticamente, responsável pela preservação do seu sigilo.
Art. 66. Na classificação dos documentos será utilizado, sempre que possível, o critério menos restritivo
possível.
Art. 67. A critério dos órgãos e entidades do Poder Executivo Federal serão expedidas instruções
complementares, que detalharão os procedimentos necessários à plena execução deste Decreto.
Art. 68. Este Decreto entra em vigor após quarenta e cinco dias da data de sua publicação.
Art. 69. Ficam revogados os Decretos nºs 2.134, de 24 de janeiro de 1997, 2.910, de 29 de dezembro
de 1998, e 4.497, de 4 de dezembro de 2002.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, da
Constituição, e tendo em vista o disposto na Medida Provisória no 228, de 9 dezembro de 2004,
DECRETA:
Art. 1o Este Decreto regulamenta a Medida Provisória no 228, de 9 de dezembro de 2004, e institui a
Comissão de Averiguação e Análise de Informações Sigilosas.
Art. 2o Nos termos da parte final do inciso XXXIII do art. 5o da Constituição, o direito de receber dos
órgãos públicos informações de interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, só pode ser
ressalvado no caso em que a atribuição de sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do
Estado.
Art. 3o Os documentos públicos que contenham informações imprescindíveis à segurança da
sociedade e do Estado poderão ser classificados no mais alto grau de sigilo.
Parágrafo único. Para os fins deste Decreto, entende-se por documentos públicos qualquer base de
conhecimento, pertencente à administração pública e às entidades privadas prestadoras de serviços
públicos, fixada materialmente e disposta de modo que se possa utilizar para informação, consulta,
estudo ou prova, incluindo áreas, bens e dados.
Art. 4o Fica instituída, no âmbito da Casa Civil da Presidência da República, a Comissão de
Averiguação e Análise de Informações Sigilosas, com a finalidade de decidir pela aplicação da ressalva
prevista na parte final do inciso XXXIII do art. 5o da Constituição.
§ 1o A Comissão de Averiguação e Análise de Informações Sigilosas é composta pelos seguintes
membros:
I - Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República, que a coordenará;
II - Ministro de Estado Chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República;
III - Ministro de Estado da Justiça;
IV - Ministro de Estado da Defesa;
V - Ministro de Estado das Relações Exteriores;
VI - Advogado-Geral da União; e
VII - Secretário Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República.
§ 2o Para o exercício de suas atribuições, a Comissão de Averiguação e Análise de Informações
Sigilosas poderá convocar técnicos e especialistas de áreas relacionadas com a informação contida em
documento público classificado no mais alto grau de sigilo, para sobre ele prestarem esclarecimentos,
desde que assinem termo de manutenção de sigilo.
§ 3o As decisões da Comissão de Averiguação e Análise de Informações Sigilosas serão aprovadas
pela maioria absoluta de seus membros.
§ 4o A Casa Civil da Presidência da República expedirá normas complementares necessárias ao
funcionamento da Comissão de Averiguação e Análise de Informações Sigilosas e assegurará o apoio
técnico e administrativo indispensável ao seu funcionamento.
Art. 5o A autoridade competente para classificar o documento público no mais alto grau de sigilo
poderá, após vencido o prazo ou sua prorrogação, previstos no § 2o do art. 23 da Lei no 8.159, de 8 de
janeiro de 1991, provocar, de modo justificado, a manifestação da Comissão de Averiguação e Análise
de Informações Sigilosas para que avalie, previamente a qualquer divulgação, se o acesso ao
documento acarretará dano à segurança da sociedade e do Estado.
§ 1o A decisão de ressalva de acesso a documento público classificado no mais alto grau de sigilo
poderá ser revista, a qualquer tempo, pela Comissão de Averiguação e Análise de Informações
Sigilosas, após provocação de pessoa que demonstre possuir efetivo interesse no acesso à informação
nele contida.
§ 2o O interessado deverá especificar, de modo claro e objetivo, que informação pretende conhecer e
qual forma de acesso requer, dentre as seguintes:
I - vista de documentos;
II - reprodução de documentos por qualquer meio para tanto adequado; ou
III - pedido de certidão, a ser expedida pelo órgão consultado.
§ 3o O interessado não é obrigado a aduzir razões no requerimento de informações, salvo a
comprovação de seu efetivo interesse na obtenção da informação.
Art. 6o Provocada na forma do art. 5o, a Comissão de Averiguação e Análise de Informações Sigilosas
decidirá pela:
I - autorização de acesso livre ou condicionado ao documento; ou
II - permanência da ressalva ao seu acesso, enquanto for imprescindível à segurança da sociedade e
do Estado.
Art. 7o O art. 7o do Decreto no 4.553, de 27 de dezembro de 2002, em conformidade com o disposto no
§ 2o do art. 23 da Lei no 8.159, de 1991, passa a vigorar com a seguinte redação:
"Art. 7o Os prazos de duração da classificação a que se refere este Decreto vigoram a partir da data de
produção do dado ou informação e são os seguintes:
I - ultra-secreto: máximo de trinta anos;
II - secreto: máximo de vinte anos;
III - confidencial: máximo de dez anos; e
IV - reservado: máximo de cinco anos.
Parágrafo único. Os prazos de classificação poderão ser prorrogados uma vez, por igual período, pela
autoridade responsável pela classificação ou autoridade hierarquicamente superior competente para
dispor sobre a matéria." (NR)
Art. 8o O art. 6o, o parágrafo único do art. 9o e o art. 10 do Decreto no 4.553, de 2002, passam a vigorar
com a seguinte redação:
"Art. 6o .........................................................................................................
I - Presidente da República;
II - Vice-Presidente da República;
III - Ministros de Estado e autoridades com as mesmas prerrogativas;
IV - Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica; e
V - Chefes de Missões Diplomáticas e Consulares permanentes no exterior.
§ 1o Excepcionalmente, a competência prevista no caput pode ser delegada pela autoridade
responsável a agente público em missão no exterior.
§ 2o Além das autoridades estabelecidas no caput, podem atribuir grau de sigilo:
I - secreto: as autoridades que exerçam funções de direção, comando, chefia ou assessoramento, de
acordo com regulamentação específica de cada órgão ou entidade da Administração Pública Federal; e
II - confidencial e reservado: os servidores civis e militares, de acordo com regulamentação específica
de cada órgão ou entidade da Administração Pública Federal." (NR)
"Art. 9o .........................................................................................................
Parágrafo único. Na reclassificação, o novo prazo de duração conta-se a partir da data de produção do
dado ou informação." (NR)
"Art. 10. A desclassificação de dados ou informações nos graus ultra-secreto, confidencial e reservado
será automática após transcorridos os prazos previstos nos incisos I, II, III e IV do art. 7o, salvo no caso
de sua prorrogação, quando então a desclassificação ocorrerá ao final de seu termo." (NR)
Art. 9o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 9 de dezembro de 2004; 183o da Independência e 116o da República.
LEI Nº 11.111, DE 5 DE MAIO DE 2005
Regulamenta a parte final do disposto no inciso XXXIII do caput do art. 5o da Constituição Federal e dá
outras providências.