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(VJ Estratégia CONCURSOS Aula 05 DT cence aa or er ae Ry Professores: Nadia Carolina, Ricardo Vale AULA 05 PODER EXECUTIVO 1- Fungées do Poder Exect 2- Presidencialismo x Parlamentarismo: 3- Investidura e Posse: 4- Impedimento e Vacanci 5- Atribuigées do Presidente da Repub! 6- Responsabilizacdo do Presidente da Republic: 7- Vice-Presidente e Ministros de Estado: 8- Conselho da Republica e Conselho de Defesa Nacional: Questdes Comentadas. Lista de Questées. Gabarito.. Para tirar dividas e ter acesso a dicas e contetidos gratuitos, acesse nossas redes sociais: Facebook do Prof. Ricardo Vale: https ://www.facebook.com/profricardovale Facebook da Prof*. Nadia Carolina: https://www.facebook.com/nadia.c.santos.16?fref=ts Canal do YouTube do Ricardo Vale: https://www. youtube.com/channel/UC32LIMyS96biplI715yzS9Q Likeke Cl Cee 1- Fungées do Poder Executivo: © Poder Executivo, assim como os demais Poderes do Estado, possui fungées tipicas e funcées atipicas. A fungaio tipica do Poder Executivo é a funcdo executiva, que abrange atividades de Chefia de Governo, Chefia de Estado e de Chefia da Administragdo Publica.’ O Poder Executivo é, afinal, o responsavel por impulsionar e dirigir a aco estatal, seja no plano interno ou no plano internacional.” A doutrina considera que a fungao executiva subdivide-se em duas: i) funcaio de governo (atribuicées de decisao politica) e; ii) funcdo administrativa (atribuigées relacionadas a prestac&o de servico publico).? © Poder Executivo também exerce fungées atipicas: funcao legislativa (quando edita medidas provisérias, leis delegadas e decretos auténomos) e func&o de julgamento (no ambito do contencioso administrative, como, por exemplo, quando julga um processo administrativo disciplinar). Cabe destacar que a doutrina majoritdria entende que o Poder Executivo nao exerce fungaio jurisdicional. Segundo o Prof. Gilmar Mendes, a realidade politica brasileira demonstra uma hiperpotencializag&o do Poder Executive, centrado na figura do Presidente da Republica; nesse sentido, é perceptivel, em nosso modelo politico, a proeminéncia do Poder Executivo sobre os demais Poderes.* 2- Presidencialismo x Parlamentarismo: O sistema de governo adotado por um Estado é 0 modo como se da a relagdo entre os Poderes, notadamente entre o Poder Executivo e o Poder Legislativo. Nao se confunde com forma de governo (que pode ser Reptiblica ‘ou Monarquia), tampouco com forma de Estado (Estado unitério ou Estado federal). Ha dois sistemas de governo amplamente utilizados mundo afora: i) o presidencialismo © parlamentarismo. Como exemplo de paises que * SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positive, 354 Malheiros, Sao Paulo, 2012. 2 MORAES, Alexandre de. Constituicéo do Brasil Interpretada e Legislacao Constitucional, 98 edicao. Sao Paulo Editora Atlas: 2010, pp. 1228. * MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet, COELHO, Inocéncia Martires. Curso de Direito Constitucional, 54 edicéo. Sao Paulo: Saraiva, 2010, pp. 935 * Op Cit. Pp. 935. xs \concursos.com.br 2 de 68 adotam o presidencialismo, citamos o Brasil e os EUA. Por outro lado, a Inglaterra é um exemplo de pais que adota o parlamentarismo como sistema de governo. 0 presidencialismo tem suas origens nos EUA, que o adotaram como sistema de governo na Constituigao de 1787. Possui como caracteristicas principais as seguintes: a) A Chefia do Poder Executivo é unipessoal ou monocratica. O Presidente da Republica exerce a funcéo de Chefe de Estado (representando o Pais em suas relacées internacionais) e, ainda, a fung&o de Chefe de Governo (dirigindo as politicas puiblicas do Estado e chefiando a Administragéo Publica federal). Em suma, no presidencialismo, 0 Presidente da Republica acumula em suas maos todas as funcdes executivas. b) Inexisténcia de vinculo entre Poder Legislativo e Poder Executivo. No presidencialismo, ha independéncia entre o Poder Legislative e o Executivo. O Presidente pode, inclusive, ser eleito sem que tenha o apoio da maioria parlamentar; é claro que, nessa situagéo, haverd fortes prejuizos & governabilidade. Ademais, no pode o Presidente interferir no mandato de Deputados e Senadores, eleitos democraticamente pelo povo. c) Mandato por tempo determinado. O Presidente da Republica, quando eleito, j4 tem um tempo pré-fixado durante o qual iré exercer 0 seu mandato. No Brasil, por exemplo, 0 mandato do Presidente é de 4 anos, podendo haver uma reeleicéo. Nao existe a possibilidade de o Poder Legislative, a seu bel prazer, abreviar 0 mandato presidencial, destituindo 0 Presidente do cargo. No Brasil, a nica possibilidade de perda do cargo de Presidente por atuagao do Poder Legislativo é a condenagéo por crime de responsabilidade (processo de “impeachment”). Na grande maioria dos paises que adotam o sistema presidencialista, a eleicéo do Presidente é feita pelo voto direto da populacao. Com isso, 0 candidato eleito goza de grande legitimidade popular, o que é percebido pela doutrina como uma das vantagens do sistema presidencialista. parlamentarismo, por sua vez, tem suas origens, na Inglaterra do século XI. Suas caracteristicas principais so as seguintes: a) A Chefia do Poder Executivo 6 dual, pois o Chefe de Estado e o Chefe de Governo s&o pessoas diferentes. Nas monarquias parlamentaristas, o Chefe de Estado é 0 monarca, ao passo que o Chefe de Governo € o Primeiro-Ministro. Por outro lado, nas reptblicas parlamentaristas, ha o Presidente (como Chefe de Estado) e o Primeiro- Ministro (como Chefe de Governo). www.estrategiaconcursos.com.br 3.de 63, Ell EEE b) Interdependéncia entre os Poderes Executivo e Legislativo. O Primeiro Ministro e os demais membros do Gabinete (Ministros) sao integrantes do Parlamento e sao por ele nomeados. Assim, a Chefia de Governo sé se mantém no poder enquanto possuir 0 apoio do Parlamento; caso o Primeiro-Ministro perca esse apoio, poderé ser destituido pelo Parlamento. c) Mandato por prazo indeterminado. 0 Primeiro-Ministro (Chefe de Governo) ocupa 0 cargo por tempo indeterminado, enquanto possuir 0 apoio do Parlamento. Destaque-se, ainda, que em situacdes em que o povo perde a confianca no Parlamento, este também pode ser dissolvido pelo Primeiro-Ministro, convocando-se _elei¢des. extraordindrias para a formagao de um novo Parlamento. A doutrina aponta que uma das vantagens do sistema parlamentarista é a existéncia de uma relagao harmoniosa entre o Poder Legislativo e o Poder Executivo, que resulta em maior governabilidade. Esta é obtida pelo fato de que 0 Primeiro-Ministro e os demais membros do Gabinete sao oriundos do Parlamento e, como tal, suas agdes terdo apoio do Poder Legislativo. Vale destacar que, no sistema parlamentarista, € possivel a substituicao simplificada do Governo (0 que nao é possivel no presidencialismo!), 0 que é particularmente importante para contornar de forma mais eficiente situagées de crise politica. * A partir do momento em que o Brasil adotou a Republica, o presidencialismo passou a ser o sistema de governo. Apenas durante o periodo de setembro de 1961 a janeiro de 1963, adotamos o parlamentarismo em nosso Pais. Republica Federativa do Brasil Forma de estado = Federagio * Regime politico = Democracia Forma de governo = Reptiblica istema de governo = Presidencialismo 3- Investidura e Posse: Em nosso ordenamento juridico, o Presidente da Republica encarna a Chefia de Estado e a Chefia de Governo, exercendo, portanto, todas as fungées executivas. Nesse sentido, diz a Constituig&o que o Poder Executivo exercido pelo Presidente da Reptiblica, auxiliado pelos Ministros de Estado. 5 MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. Ed. Juspodium, Salvador, 2013, pp. (731-732 www.estrategiaconcursos.com.br Ade 63, lll EEE Para que um individuo possa ocupar o cargo de Presidente, ele deverd cumprir os seguintes requisitos constitucionais: a) Ser brasileiro nato (art. 12, § 3°, CF/88). b) Possuir alistamento eleitoral. c) Estar no pleno gozo dos direitos politicos. d) Ter mais de 35 anos. Destaque-se que essa idade deve ser comprovada na data da posse. e) N&o se enquadrar em nenhuma das inelegibilidades previstas na Constituigao. f) Possuir filiacdo partidaria. A eleicao do Presidente e do Vice-Presidente da Republica é feita pelo sistema majoritario de dois turnos. Por esse sistema, considera-se eleito o candidato que obtiver a maioria absoluta dos votos validos (nao computados, portanto, os votos em branco e os nulos). Caso nao obtenha essa maioria na primeira votacSo, seré realizado um novo turno de votacées. Existem dois tipos de sistema majoritario: 1) Sistema majoritaério puro (ou simples): é eleito o candidato com o maior numero de votos (maioria simples). Esse sistema é utilizado para a eleigSo dos Senadores e de (219) nove Prefeitos em municipios com até 200.000 eleitores. AEgatento! 2) Sistema majoritdério de dois turnos: é eleito o candidato que obtém a maioria absoluta dos votos validos. A maioria absoluta é obtida quando o candidato tem mais da metade dos votos validos. Esse sistema é utilizado nas eleigdes do Presidente, dos Governadores e de Prefeitos em municipios com mais de 200.000 eleitores. E quando ocorrerdo as eleigdes presidenciais? Segundo o art. 77, caput, a eleicao do Presidente e do Vice-Presidente sera realizada, simultaneamente, no primeiro domingo de outubro (em primeiro turno) e no diltimo domingo de outubro (em segundo turno, se houver) do ano anterior ao do término do mandato presidencial vigente. Destaque-se que a eleic&o do Presidente importard a do Vice-Presidente com ele registrado; www estrategiaconcursos.com.be 5 de68 em outras palavras, ao eleger o Presidente, a populacSo staré automaticamente elegendo o Vice.° Seré considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por partido politico, obtiver a maioria absoluta de votos, néo computados os em branco @ 0s nulos. Assim, para se eleger no primeiro turno, o candidato devera ter mais votos do que 0 somatério dos votos de todos os seus adversérios; precisaré, portanto, ter mais da metade dos votos validos. Se a maioria absoluta nao for obtida no primeiro turno, sera realizado o segundo turno. Ir&o concorrer os dois candidatos mais votados no primeiro turno. Havendo empate em segundo lugar, sera qualificado o mais idoso, que iré, ent&o, disputar 0 segundo turno. Destaque-se que serd considerado eleito, no segundo turno, aquele que obtiver a maioria dos votos validos. Se, antes de realizado 0 segundo turno, ocorrer morte, desisténcia ou impedimento legal de candidato, convocar-se-a, dentre os remanescentes, 0 de maior vota¢4o. Cuidado! N&o sera convocado o Vice do candidato que faleceu, desistiu ou foi impedido, mas sim chamado aquele que ficou na terceira posigéo no primeiro turno. Caso ocorra empate entre os remanescentes, qualificar-se-4 0 mais idoso. O Presidente e o Vice-Presidente da Reptiblica tomarao posse em sessao conjunta do Congresso Nacional, em 1° de janeiro, prestando o compromisso de manter, defender e cumprir a Constituic&o, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a unido, a integridade e a independéncia do Brasil. Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o Presidente ou o Vice-Presidente, salvo motivo de forga maior, nao tiver assumido 0 cargo, este seré declarado vago (art. 78, pardgrafo Unico). A partir desse dispositivo, é possivel vislumbrarmos 6 situacées diferentes: a) Presidente da Republica e Vice-Presidente ndo comparecem dentro de 10 dias da data fixada para posse, SEM motivo de forca maior. Nesse caso, seré declarada a vacancia dos dois cargos (Presidente e Vice). Precisaréo ser realizadas novas eleicées diretas, como estudaremos mais a frente. b) Presidente da Republica néo comparece dentro de 10 dias da data fixada para a posse, SEM motivo de forca maior. Nesse caso, o Vice assumira o cargo de Presidente e exercera o mandato inteiro sem Vice. © Nem sempre foi assim na Histéria brasileira. A Constituigéo de 1946 dispunha que o Presidente e 0 Vice-Presidente seriam eleitos separadamente. Como resultado disso, tivemos, por vezes, eleicéo de candidates com posicées politicas antagénicas, como, por exemplo, Janio Quadros (eleito presidente em 1960) ¢ Joo Goulart (Vice-Presidente). Quando Janio Quadros renunciou, houve forte rejeigéo a Jodo Goulart. A solucéo para o impasse politico foi instaurar um sistema parlamentarista no Brasil. www, a scom.br 6 cic 68, cal €) Vice-Presidente n&o comparece dentro de 10 dias da data fixada para a posse, SEM motivo de forca maior. Nesse caso, o Presidente ir exercer todo 0 mandato sem Vice. d) Presidente da Republica ¢ Vice-Presidente ndo comparecem dentro de 10 dias da data fixada para posse, COM motivo de forga maior. A posse sera adiada para que, apés cessado 0 motivo de fora maior, eles possam assumir 0 cargo. ) Presidente da Reptiblica no comparece dentro de 10 dias da data fixada para a posse, COM motivo de forga maior. O Vice-Presidente toma posse e assume, interinamente, o cargo de Presidente até que cesse 0 motivo de forca maior. f) Vice-Presidente n&io comparece dentro de 10 dias da data fixada para a posse, COM motivo de forca maior. O Presidente toma posse e governa sem Vice até que cesse 0 motivo de forca maior que impediu 0 Vice de tomar posse. O mandato presidencial tem a duragdo de 4 anos e tera inicio em 1° de janeiro do ano sequinte ao da eleic&o do Presidente da Republica. E permitida a reeleigio para um Gnico periodo subsequente. No entanto, é plenamente possivel que um individuo seja eleito para mais de 2 mandatos presidenciais, desde que n&o sejam consecutivos. O maior numero de mandatos presidenciais consecutivos que alguém pode cumprir so dois. SER BRASILEIRO NATO ALISTAMENTO ELEITORAL REQUISITOS PLENO GOZO DOS DIREITOS FOLiTICOs CONSTITUCIONAIS - PRESIDENTE DA REPUBLICA IDADE > 35 ANOS NA DATA DA POSSE NENHUMA INELEGIBILIDADE PREVISTA NA CF FILIAGAO PARTIDARIA. 4- Impedimento e Vac4ncia: De inicio, 6 fundamental que saibamos a diferenca entre impedimento e vacancia do Presidente da Republica. Impedimentos sao os afastamentos temporarios. E 0 que ocorre, por exemplo, quando o Presidente se afasta do RAL rategiaconcursos.com.br 7 cic 68, Pais. Quando hé um impedimento do Presidente, diz-se que haveré a sua substitui¢do pelo Vice-Presidente. A vacdncia do cargo de Presidente da Republica, por sua vez, representa o afastamento definitive do cargo. Ocorreré, por exemplo, se o Presidente morrer ou se for condenado pela pratica de crime de responsabilidade. Quando ocorre a vacncia do cargo de Presidente, diz-se que o Vice o sucedera. Mas quais sio as hipéteses de vacAncia do cargo de Presidente e Vice- Presidente? Sao as seguintes: a) N&o comparecimento dentro de 10 dias da data fixada para a posse, exceto por motivo de forga maior. b) Por morte, renuncia, perda ou suspensao dos direitos politicos e perda da nacionalidade brasileira. c) Condenacéo por crime de responsabilidade, ou comum, mediante deciséo do Senado Federal ou do STF, respectivamente. Observacaio: Se o Presidente for condenado por crime de responsabilidade, ele perdera o cargo e ficaré inabilitado por 8 anos para o exercicio de fungao publica. d) Auséncia do pais por mais de 15 dias sem autorizagao do Congresso Nacional. O Presidente pode se ausentar do Pais por mais de 15 dias; no entanto, para isso, precisard de autorizagdo do Congresso Nacional. No caso de Governadores e Vice-Governadores, a exigéncia de autorizagao de Assembleia Legislativa so poderd constar da Constituigao estadual se reproduzir 0 modelo federal, ou seja, quando a auséncia se der por mais de quinze dias. Assim, o STF considera inconstitucional norma estadual que exige prévia licenca da Assembleia Legislativa para que o governador e o vice-governador possam ausentar-se do Pais por qualquer prazo. ” Trata-se de uma aplicag&o do principio da simetria. Isso porque a Corte entende que nao é dado a Constituicgio Estadual criar novas interferéncias de um Poder na érbita de outro que nao derive explicita ou implicitamente de regra ou principio da Constituicéo Federal. Em outras palavras, quando se trata de sistema de pesos e contrapesos, ha uma imperatividade do modelo federal (ADI 3046). Dito isso, vejamos o que dispSem os arts. 79 e 80, CF/88: "STF, ADI 738 Rel. Min. Mauricio Corréa. 13.11.2002 www estrategiaconcursos.com.be 5 des Art. 79. Substituird o Presidente, no caso de impedimento, e suceder-Ihe-a, no de vaga, o Vice-Presidente. Pardgrafo nico. O Vice-Presidente da Republica, além de outras atribuigdes que Ihe forem conferidas por lei complementar, auxiliaré o Presidente, sempre que por ele convocado para missdes especiais. Art. 80. Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou vacancia dos respectivos cargos, seréo sucessivamente chamados ao exercicio da Presidéncia o Presidente da Camara dos Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal. Do art. 79, extrai-se que o substitute natural do Presidente da Reptblica 6 0 Vice-Presidente, seja nas hipsteses de impedimento ou em caso de vacdncia do cargo. Dessa forma, se o Presidente viajar ao exterior e, portanto, afastar-se temporariamente do Pais, o Vice-Presidente iré assumir. Nessa mesma linha, caso o Presidente seja condenado por crime de responsabilidade (como aconteceu com o ex-Presidente Color) e, portanto, houver a vacancia do cargo, o Vice ira assumir a presidéncia. O art. 80 nos apresenta a linha sucesséria do Presidente da Republica. Nos casos de impedimento ou vacancia dos cargos de Presidente e Vice, serdo chamados ao exercicio da Presidéncia, na ordem: i) o Presidente da Camara dos Deputados; ii) o Presidente do Senado Federal e; iii) o Presidente do STF. Destaque-se, todavia, que apenas o Vice-Presidente podera suceder 0 Presidente em carater definitivo; todos os outros poderdo exercer a Presidéncia apenas interinamente, ou seja, em carater temporario. Dessa forma, havendo vacancia dos cargos de Presidente e de Vice-Presidente, sero convocadas novas eleicdes. Temos, entéo, o seguinte: a) Se a vacdncia dos cargos de Presidente e Vice-Presidente ocorrer nos dois primeiros anos do mandato presidencial, serdo feitas eleigdes 90 (noventa) dias depois de aberta a ultima vaga. Trata-se, nesse caso, de eleicées diretas. b) Se a vacAncia dos cargos de Presidente e Vice-Presidente ocorrer nos dois tiltimos anos do mandato presidencial, a eleicéo para ambos os cargos sera feita 30 (trinta) dias depois da ultima vaga, pelo Congresso Nacional. Serdo feitas, portanto, elei¢ées indiretas. Aqueles que forem eleitos dessa maneira deverao apenas completar o mandato dos seus antecessores. E 0 que se chama de “mandato-tampao”. Vamos a um exemplo para deixar as coisas mais claras! Suponha que José Polvo assuma a Presidéncia da Republica em 2019. Em 2021, ele vem a falecer. Temos a vacancia do cargo de Presidente. O Vice- www.estrategiaconcursos.com.br 9 ie 68, Presidente, Jodo Urubu, assume a Presidéncia e iré exercé-la até o final de 2022, quando o mandato chegaré ao fim. No entanto, em janeiro de 2022, Jo&o Urubu é condenado por crime de responsabilidade e, consequentemente, perde o cargo de Presidente. Percebam que, na situacdo apresentada, houve vacdncia do cargo de Presidente e também do Vice-Presidente. © que ird acontecer? Sabemos que somente o Vice-Presidente pode assumir a presidéncia em cardter definitivo. Por isso, o Presidente da Camara dos Deputados assumira a Presidéncia temporariamente e convocaré eleicées indiretas, uma vez que a vacdncia dos dois cargos ocorreu nos Ultimos di anos do mandato presidencial. Caso a vacancia dos dois cargos tivesse ocorrido nos dois primeiros anos do mandato, seriam convocadas eleigées diretas. ELEICAO DIRETA 90 DIAS munosmnens eo a ULTIMA VAGA VACANCIA DOS |ICARGOS DE PR E VICE. PR INDIRETA, PELO ee nas AULTIMA VAGA O fenémeno da “dupla vacancia” nas esferas estadual e municipal é objeto de controvérsia doutrinaria. De um lado, ha aqueles que defendem que, em homenagem ao principio da simetria, o modelo previsto na CF/88 é de reprodugo obrigatéria pelas Constituigdes Estaduais e pelas Leis Organicas dos Municipios. Com posicionamento diverso, esto aqueles que defendem que os entes federativos tém autonomia para regular o fendmeno da “dupla vacancia”. E como anda a jurisprudéncia do STF? O STF considera que deve ser reconhecida a autonomia dos entes federativos para disciplinar os procedimentos no caso de “dupla vacancia, nao se aplicando o principio da simetria para solucionar essa questao.® Em sintese, pode-se afirmar o seguinte: a) Os Estados e Municipios tém autonomia para definir os procedimentos em caso de “dupla vacancia”. *® ADI 3549, Rel. Min. Carmen Lticia, Julgamento em 17/09/2007. www estrategiaconcursos.com.br 1odeos SS b) E plenamente possivel que a Constituicéio Estadual preveja que, no caso de dupla vacancia dos cargos de Governador e Vice-Governador nos ltimos 2 anos do mandato, serao realizadas eleicdes indiretas pela Assembleia Legislativa. Entendimento semelhante deve ser aplicado na hipétese de vacéncia dos cargos de Prefeito e Vice-Prefeito. ¢) Viola a autonomia municipal a Constituigéo Estadual que pretenda disciplinar a vocag&o sucesséria dos cargos de Prefeito e Vice-Prefeito. (PC / DF - 2015) Em caso de impedimento ou vacancia do presidente e do vice-presidente da Reptiblica, a ordem de sucesso para ocupar o cargo de presidente da Republica seré a seguinte: presidente do Senado, presidente da Camara dos Deputados e presidente do STF. Comentai Si Na ordem de sucess&o para ocupar o cargo de Presidente, temos: Vice-Presidente, Presidente da Camara dos Deputados, Presidente do Senado Federal e Presidente do STF. Questo errada. (MPT - 2015) Vagando os cargos de Presidente e Vice- Presidente da Replblica, nos dois wltimos anos de mandato, far-se-é eleic&o indireta trinta dias depois de aberta a ultima vaga. Comentarios: E isso mesmo. Se houver vacancia dos cargos de Presidente e Vice-Presidente nos 2 (dois) ultimos anos do mandato, haveré eleigdo indireta, pelo Congresso Nacional, 30 dias apés aberta a Ultima vaga. Questo correta. 5- Atribuigées do Presidente da Reptiblica: As atribuigées do Presidente da Reptiblica estao relacionadas no art. 84, CF/88. Trata-se de rol néo-exaustivo, a ele competindo outras atribuigdes previstas no texto constitucional. Exemplo de competéncia do Presidente da Republica nao relacionada no art. 84, CF/88 é a de editar leis delegadas. Para fins didaticos, podemos dividir as competéncias do Presidente nos seguintes grupos:? istracdo Federal: a) Diregao da Admi ° A divisdo nesses grupos de fungées se baseia na doutrina do Prof. Gilmar Mendes. www.estrategiaconcursos.com.br de 63, ll EEE O Presidente exerce a funcdo de Chefe da Administracao Publica Federal. Nessa condigao, ele possui as seguintes competéncias: Art. 84, Compete privativamente ao Presidente da Republica: 1 - nomear e exonerar os Ministros de Estado; II - exercer, com 0 auxilio dos Ministros de Estado, a direco superior da administracdo federal; Os Ministros de Estado s8o nomeados e exonerados pelo Presidente da Republica; trata-se de cargos de livre nomeacao e exoneragao. Ha que se observar apenas que os Ministros de Estado devem ser escolhidos entre brasileiros com mais de 21 anos e no pleno exercicio dos direitos politicos. Os Ministros de Estado sao os auxiliares diretos do Presidente da Republica e exercer&o, em conjunto com este, a direcdo superior da administragdo federal. IV_- sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execugdo; ¢ VI - dispor, mediante decreto, sobre: a) organizag&o e funcionamento da administragéo federal, quando n&o implicar aumento de despesa nem criag&o ou extingéo de érgaos publicos; b) exting&o de fungées ou cargos ptiblicos, quando vagos; No inciso IV, esta prevista a competéncia do Presidente da Republica para expedir decretos e regulamentos para a fiel execucdo das leis. Trata-se de competéncia para edig&o dos chamados decretos executivos, que s&o atos normativos secundérios (infralegais). Destaque-se que, ao editar esses atos, o Poder Executivo estaré exercendo o poder regulamentar. Ha uma notéria distingao entre as leis e os decretos executivos. A lei pode inovar o ordenamento jurfdico, criando direitos e obrigagdes; 0 decreto executive nao poder fazé-lo, limitando-se a facilitar a execucao das leis. Conforme licéio de Alexandre de Moraes, essa vedacdo no significa que regulamento deva se limitar a reproduzir 0 texto da lei, sob pena de inutilidade. Cabera ao Poder Executivo evidenciar e explicitar todas as previsdes legais, decidindo a melhor forma de executéd-las e, eventualmente, até mesmo suprindo lacunas de ordem pratica ou técnica. Destaque-se que a edig&o dos decretos executives 6 competéncia indelegavel do Presidente da Republica. www.estrategiaconcursos.com.br I2de 63, lll EEE A doutrina faz mengio a um tipo especifico de decreto executive: o “regulamento autorizado”. Quanto a forma, este em nada se diferencia de um decreto tipico do Poder Executivo; no entanto, quanto ao contetido, o “regulamento autorizado” busca complementar a lei, conforme expressa determinagéo nela contida. Ressalte-se que a lei deveré determinar precisamente os contornos dos decretos ou regulamentos autorizados. No inciso VI, esté prevista a competéncia doo Presidente da Republica para editar os chamados “decretos auténomos”, que sd bem diferentes dos decretos executivos. Os decretos auténomos, inseridos na Constituig&o pela EC n° 32/2001, sdo atos normativos primarios, possuindo a mesma hierarquia das leis formais. Os decretos auténomos s&o considerados normas primérias justamente por extrairem seu fundamento de validade diretamente do texto constitucional. © Presidente da Republica poderé dispor, mediante decreto auténomo, sobre: a) organizagao e funcionamento da administracao federal, quando nao implicar aumento de despesa nem criagdo ou extingéo de érgdos publicos. b) extingao de fungées ou cargos puiblicos, quando vagos; Perceba que a criacdo ou extingSo de érg4o ptiblico n&o podera ser objeto de decreto auténomo: havera necessidade de lei formal para fazé-lo. Da mesma maneira, é necesséria lei para tratar da organizacéio e funcionamento de administrac&o federal quando houver aumento de despesa. A extingdo de fungdes ou cargos publicos que estiverem ocupados também depende de lei formal. Por ultimo, cabe destacar que a edig&o de decretos auténomos é competéncia delegavel do Presidente da Republica, que podera concedé-la aos Ministros de Estado, ao Advogado-Geral da Unido ou ao Procurador-Geral da Republica. www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 63, ll EE Decretos ou Atos regulamentares que complementam a lei com base em expressa| regulamentos determinacao nela contida. Essa lei deve determinar precisamente os| autorizados contomos clos decretos ou regulaentos autorizados. ‘*Atos normativos primérios que disciplinam a organizacdo ou al atividade administrativa, extraindo sua validade diretamente da Constituigao. Existem em nosso ordenamento juridico desde a EC n° 32/2001 (art. 84, VI, da CF). A competéncia para sua edigéo pode ser delegada, nos termos do paragrafo unico do art. 84 da CF. XII - conceder indulto € comutar penas, com audiéncia, se necessério, dos Srgaos instituidos em lei; © indulto é 0 perdao da pena. Comutagao da pena é a substituiggo de uma pena mais grave por uma pena menos grave. A concessdo de indulto e comutagao de penas 6 competéncia privativa do Presidente da Reptiblica, efetuada mediante decreto executivo que, conforme a pratica, é publicado ao final de todo ano. Cabe destacar que essa é uma competéncia delegavel do Presidente da Republica. XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros do Tribunal de Contas da Unido; O Tribunal de Contas da Unido (TCU) possui 9 (nove) Ministros. Desses, 2/3 do escolhidos pelo Congresso Nacional e 1/3 pelo Presidente da Republica. Aqueles que forem escolhidos pelo Presidente da Reptiblica deverao ter seu nome previamente aprovado pelo Senado Federal, apés o que serdo nomeados. Destaque-se que, na forma do art. 84, XV, mesmo os Ministros do TCU escolhidos pelo Congresso Nacional, serdo nomeados pelo Presidente da Reptiblica. XVII - nomear membros do Conselho da Republica, nos termos do art. 69, VO; XVIII - convocar e presidir 0 Conselho da Republica e 0 Conselho de Defesa Nacional; O Conselho da Republica é érgao superior de consulta do Presidente da Republica, que pronuncia-se, sem efeito vinculante, sobre intervenc3o federal, estado de defesa, estado de sitio e questées relevantes para a www.estrategiaconcursos.com.br 14 de ee _ estabilidade das instituigdes democraticas, Dentre os integrantes do Conselho da Republica, estéo 6 cidaddos brasileiros natos, com mais de 35 anos. Desses, 2 sdo nomeados pelo Presidente da Republica, 2 sdo eleitos pela Camara dos Deputados e 2 eleitos pelo Senado Federal. O Conselho de Defesa Nacional também é 6rg4o superior de consulta do Presidente, mas nos assuntos relacionados com a soberania nacional e a defesa do Estado democratico. Suas manifestagdes também n&o possuem efeito vinculante, mas simplesmente opinativo. O Presidente da Reptblica tem competéncia privativa para convocar e presidir © Conselho da Reptiblica e 0 Conselho de Defesa Nacional. Segundo a doutrina, quando ele convoca e preside o Conselho da Republica, ele esté atuando na condigéio de Chefe de Governo; por outro lado, ao convocar e presidir o Conselho de Defesa Nacional, ele estaré atuando como Chefe de Estado." XXV - prover € extinguir os cargos publicos federais, na forma da lel; 0 provimento de cargos ptiblicos é competéncia privativa do Presidente da Republica. Assim, a nomeacéo de aprovado em concurso publico e a nomeagao de alguém para exercer cargo em comisséo sdo tarefas que cabem ao Presidente da Republica. Segundo o STF, a competéncia para prover cargos publicos inclui também a competéncia para desprover cargos publicos. Dessa forma, o Presidente da Reptblica detém competéncia para exonerar e demitir servidores publicos. A competéncia para prover e desprover cargos publicos (art.84,XXV, primeira parte) € delegavel aos Ministros de Estado, ao Advogado Geral da Unido e ao Procurador-Geral da Republica. Nesse sentido, entende o STF que o presidente da Reptiblica pode delegar aos ministros de Estado, por meio de decreto, a atribuigg0 de demitir, no Ambito das suas respectivas pastas, servidores ptiblicos federais. Ea exting&o de cargos pliblicos? A exting&io de cargos ptiblicos, quando vagos, podera ser feito por decreto auténomo. No entanto, quando os cargos estiverem ocupados, a sua exting&io dependera de lei formal. Considerando que a edigSo de decretos auténomos é delegavel, a extincdo de cargos ptiblicos vagos podera ser delegada aos Ministros de Estado, ao Advogado Geral da Unido e ao Procurador-Geral da Republica. No entanto, a extingdo de cargos publicos ocupados nado é materia delegavel. b) Relagéo com o Congresso Nacional e atuacéo no processo legislativo: 1° MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. Ed. Juspodium, Salvador, 2013, pp. 749 www, a scom.br 15 cic 68. Presidente da Republica tem importantes funcdes no 4mbito do processo legislativo e em seu relacionamento com o Congresso Nacional. Vejamos: Art. 84, Compete privativamente ao Presidente da Republica: () III - iniciar 0 processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituicao; © Presidente da Repiiblica pode dar inicio ao processo legislativo, seja apresentando projetos de lei de sua iniciativa privativa (art.61, § 19), seja apresentando projetos de lei de iniciativa geral. Um exemplo de projeto de lei de iniciativa privativa do Presidente é 0 que trata do regime juridico dos servidores pblicos da Unido. J4 um exemplo de projeto de lei de iniciativa geral ou comum é aquele que tratar de matéria tributéria. IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execuc3o; V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente; Todas essas s&o atribuigées do Presidente da Republica no que diz respeito ao processo legislativo. Uma vez aprovado o projeto de lei, ele seguird para sanco ou veto (total ou parcial) pelo Presidente da Republica, no prazo de 15 dias uteis. XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por ocasigo da abertura da sesséo legislativa, expondo a situacéio do Pais e solicitando as providéncias que julgar necessérias; () XXIV - prestar, anualmente, ao Congreso Nacional, dentro de sessenta dias apés a abertura da sesso legislativa, as contas referentes ao exercicio anterior; O inciso XI faz referéncia ao envio da mensagem presidencial e do plano de governo ao Congresso Nacional, por ocasiéo da abertura da sessdo legislativa (2 de fevereiro). Por meio desses documentos, o Presidente ira expor a situag&o do Pais e solicitar ao Congresso Nacional as providéncias que julgar necessérias. © inciso XXIV faz referéncia & prestacdo de contas do Presidente da Reptiblica, que deve ser apresentada ao Congresso Nacional dentro de 60 dias apés a abertura da sesséo legislativa. Destaque-se que compete ao Congresso Nacional julgar as contas do Presidente da Republica, com parecer prévio do TCU. www.estrategiaconcursos.com.br 16 de ee _ E 0 que acontece se o Presidente no prestar contas ao Congresso Nacional em até 60 dias apés a abertura da sessdo legislativa? Nesse caso, a Camara dos Deputados (representante do povo) iré “cobrar” do Presidente. Segundo o art. 51, II. CF/88, compete privativamente a Camara dos Deputados proceder 4 tomada de contas do Presidente da Republica, quando nao apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias apés a abertura da sesso legislativa. XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orcamentdrias e as propostas de orcamento previstos nesta Constituigao; A iniciativa das leis orgamentarias (PPA, LDO e LOA) é privativa do Presidente da Republica. XXVI - editar medidas provisdrias com forca de lei, nos termos do art. 62; Ao editar medidas provisérias, com forca de lei, 0 Presidente da Republica desempenha fungao atipica do Poder Executivo. c) Atribuigées no plano das relacgées internacionais (Chefia de Estado): 0 Presidente, na condic&o de Chefe de Estado, representa o Brasil em suas relag6es internacionais. Nesse sentido, exerce as seguintes competéncias: Art, 84 - Compete privativamente ao Presidente da Republica: (.) VII - manter relagdes com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomaticos; VIII - celebrar tratados, convengdes e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional; Gd XIX - declarar guerra, no caso de agressdo estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessées legislativas, e, nas mesmas condicées, decretar, total ou parcialmente, a mobilizagao nacional; XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congreso Nacional; XXI - conferir condecoracées e distingdes honorificas; XXII_- permitir, nos casos _previstos em lei_complementar, que forcas www estrategiaconcursos.com.be 17deos ll EEE estrangeiras transitem pelo territério nacional ou nele permanecam temporariamente; Cabe dar um destaque especial & competéncia do Presidente para celebrar tratados internacionais (art.84, VIII). O Presidente da Republica é responsavel por assinar os tratados (consentimento provisério) e por ratifica-los (consentimento definitivo). A ratificagéo do Presidente, todavia, depende de aprovacéo pelo Congresso Nacional por meio de decreto legislativo. Essa aprovacdo representa uma verdadeira autorizagdo para que o Presidente ratifique o tratado. Destaque-se que a aprovac’o do Congresso Nacional nao obriga a ratificacdo pelo Presidente; nesse sentido, considera-se que a ratificag&o é ato discricionério. Uma vez tendo sido aprovado pelo Congresso Nacional, o Presidente ird promulgar e publicar o tratado, por meio de decreto executivo. A partir d: © tratado poder produzir efeitos no plano interno. d) Atribuigdes concernentes a seguranca interna, preservacéo da ordem institucional e da harmonia das relagées federativas: No plano da seguranga interna, preservacgo da ordem institucional e harmonia das relagdes federativas, sdo as seguintes as competéncia do Presidente da Republica: Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da Republica: (2) IX - decretar 0 estado de defesa e o estado de sitio; X - decretar e executar a intervengao federal; XIII - exercer 0 comando supremo das Forgas Armadas, nomear os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aerondutica, promover seus oficiais-generais e nomed-los para os cargos que lhes sao privativos; © Presidente da Republica tem competéncia privativa para decretar a intervengdo federal, 0 estado de sitio e 0 estado de defesa. Todos esses sd mecanismos que buscam salvaguardar a ordem juridica nos momentos de instabilidade institucional; sdo, por isso, institutos do sistema constitucional de crises. Cabe destacar que a decretacao de estado de sitio depende de prévia autorizagéio pelo Congresso Nacional. A suspensio do estado de defesa, do estado de sitio e da intervengao federal ndo é competéncia do Presidente da Republica, mas sim do Congresso Nacional. E o que dispée o art. 49, V: “compete exclusivamente ao Congresso www.estrategiaconcursos.com.br 18 de ee _ Nacional aprovar 0 estado de defesa e a intervencao federal, autorizar 0 estado de sitio, ou suspender qualquer uma dessas medidas” © comando supremo das Forgas Armadas é competéncia do Presidente da Republica. Segundo a doutrina, néo se trata de titulo honorifico, mas de verdadeira fungéo de comando e diregdo das atividades do Exército, da Marinha e da Aerondutica. e) Nomeaco de juizes do STF e dos Tribunais Superiores: Para encerrar as atribuigées do Presidente, destacamos suas competéncias no que diz respeito & nomeacao de importantes autoridades da Republica. Art. 84, Compete privativamente ao Presidente da Republica: G) XIV - nomear, apés aprovacdo pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, os Governadores de Territérios, 0 Procurador-Geral da Reptblica, o presidente e os diretores do banco central e outros servidores, quando determinado em lei; XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Constituic&io, e 0 Advogado-Geral da Unido; 3- Competéncias Delegaveis do Presidente da Republic Um dos pontos mais importantes desse assunto é saber quais sdéo as competéncias delegaveis do Presidente da Republica. A resposta estd no art. 84, paragrafo Unico. Paragrafo Gnico. O Presidente da Republica poderd delegar as atribuigdes mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da Republica ou ao Advogado-Geral da Unido, que observardo os limites tragados nas respectivas delegagées. As competéncias delegaveis do Presidente da Reptiblica so as seguintes: a) Editar decretos auténomos. Recorde-se que, mediante decreto auténomo, o Presidente poderd dispor sobre: i) organizacdo e funcionamento da administrac&o publica federal, quando nao implicar aumento de despesa, nem criac&o ou extinc&o de drgao pliblico e: extinguir fungdes ou cargos puiblicos, quando vagos. b) Conceder indulto e comutar penas, com audiéncia, se necessério, dos érgaos instituidos em lei. www, a scom.br 19 cic 68, c) Prover e desprover cargos ptiblicos, na forma da lei. Ressalte-se que essa é apenas a primeira parte do art.84, XXV, cujo inteiro teor é o seguinte: "prover e extinguir os cargos publicos federais, na forma da lei”. A extingdo de cargos ptiblicos ocupados ndo é atribuigdo delegavel do Presidente da Reptblica. Apenas é delegavel a extingdo de cargos puiblicos vagos (que é objeto de decreto auténomo). (TRT 8 Regido — 2015) A delegacdo de competéncia funcional é uma faculdade do Presidente da Republica, nos casos permitidos na Constituigéo Federal, dentre eles, o de dispor, mediante decreto, sobre a organizagio e funcionamento da administracdo federal, inclusive sobre criag&o e exting&o de érgéos publicos. Comentai A edigéo de decreto auténomo é competéncia delegavel do Presidente da Republica. No entanto, ndo é possivel criar e extinguir érg8o ptiblico por meio de decreto auténomo. Questao errada. (TRT 8° Regiéo - 2015) Compete privativamente ao Presidente da Republica, nomear, apds aprovacdo pelo 1 Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal. Comentarios: E competéncia privativa do Presidente da Reptiblica nomear os Ministros do STF, apés aprovacéo pelo Senado Federal (art. 84, XIV). Questo correta. (PC / DF - 2015) © presidente da Republica podera delegar sua competéncia privativa de conceder indulto e comutar penas. Comentarios: E competéncia delegavel do Presidente da Republica “conceder indulto e comutar penas”. Questao correta. 6- Responsabilizacao do Presidente da Repiblica: A Repiblica tem como caracteristica a possibilidade de responsabilizacéo pessoal do governante por suas agées. £ diferente da monarquia, na qual predomina a absoluta irresponsabilidade do rei. O ordenamento juridico brasileiro prevé, portanto, a responsabilizagéo do Presidente da Republica. A historia recente de nosso pais, inclusive, ilustra muito bem essa possibilidade: em 1992, ocorreu 0 “impeachment” do ex-Presidente Color. www.estrategiaconcursos.com.br 20 cic 68, Contudo, é inegavel que o Presidente da Republica, para exercer suas fungdes com independéncia, precisa possuir certas prerrogativas especiais. Sdo as chamadas imunidades do Presidente, que consistem em regras especiais para sua responsabilizagao. ‘Ao estudarmos o tema das imunidades, verificamos que estas se dividem em dois tipos: imunidade formal (prerrogativas relacionadas ao processo) e imunidade material (inviolabilidade civil e penal por palavras e opinides). O Presidente da Reptiblica possui apenas imunidades formais (prerrogativas relacionadas ao processo); em outras palavras, ele nédo possui imunidade material, isto é, pode ser responsabilizado civil e penalmente por suas palavras e opinides. Vamos estudar, a seguir, as imunidades (formais) do Presidente da Republica: a) Clausula de irresponsabilidade penal relativa: Na vigéncia do mandato, o Presidente da Republica sé pode ser responsabilizado por atos praticados no exercicio da funcdo (in officio) ou em razéo dela (propter officium). Assim, durante 0 seu mandato, o Presidente nao pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercicio da func&o. Diz-se, portanto, que o Presidente da Republica tem uma relativa irresponsabilidade pela pratica de atos estranhos ao exercicio de suas funcgées. E importante ter em mente que essa imunidade somente se aplica as infragées de natureza penal. Assim, pode haver apuracdo, durante o mandato do Presidente da Republica, de sua responsabilidade civil, administrativa, fiscal ou tributaria. Suponha, por exemplo, que o Presidente da Reptblica se envolva em uma briga de transit. Furioso, ele sai do carro e dispara 4 (quatro) tiros na cabeca do individuo que com ele havia discutido. Foi um homicidio, mas que n&o esté relacionado ao exercicio da func&o. Na vigéncia do mandato, o Presidente nao podera ser responsabilizado por esse crime. No entanto, ao contrério do que muitos pensam, isso nao significa que o Presidente ficar4 impune pela pratica desse crime. Apos o término do mandato, ele poderd, sim, ser responsabilizado por crime que cometeu na vigéncia do mandato, mas que nao estava relacionado ao exercicio da fungdo. O STF entende que, nesse caso, haverd suspenséo provisoria do processo e a consequente suspensao do prazo prescricional.!! b) Vedaco a prisdo cautelart O Presidente da Reptblica somente estaré sujeito a prisdo apés sentenca condenatéria, nas infragdes penais ™ Ing. 672/DF. Rel. Min Celso de Mello, 16.04.1993. www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 63, ll —EEE comuns. Ndo séo admitidas prisées cautelares (flagrante delito pris’o temporaria, priséo preventiva) do Presidente da Republica. E necesséria uma sentenga penal condenatéria, emanada do STF (como veremos mais a frente, é essa Corte que julga o Presidente nos crimes comuns). ¢) Autorizacao da Camara dos Deputados: Para que o Presidente da Republica seja processado e julgado, nos crimes comuns ou de responsabilidade, ha um prévio juizo de admissibilidade politico pela Camara dos Deputados. Dito de outra forma, o Presidente somente sera processado e julgado apés autorizacaéo da Camara dos Deputados, por 2/3 dos seus membros, em votagao nominal (aberta). Cabe destacar que, dentre as imunidades do Presidente, essa é a tinica que é extensivel, mutatis mutandis”, aos Governadores de Estado. Em outras palavras, a Constituicao Estadual pode estabelecer que 0 Governador somente serd processado e julgado apés juizo de admissibilidade da Assembleia Legislativa. A Constituicéo Estadual nao poder, entretanto, estender a imunidade penal relativa e a vedacdo as prisées cautelares aos Governadores, tampouco aos Prefeitos. Isso porque somente a Unido pode, por reserva constitucional, legislar sobre prisdo. Agora que jé estudamos as imunidades do Presidente, é importante que entendamos o processo de responsabilizacdo em si. Ha dois tipos de infragées que podem ser cometidas pelo Presidente da Republica: i) crimes comuns e; ii) crimes de responsabilidade. Os crimes comuns so as infragées penais comuns, tipificadas no Cédigo Penal e em outras leis penais especiais. Jé os crimes de responsabilidade s&o infragées politico-administrativas cometidas no exercicio do cargo. Nos crimes comuns, o Presidente da Republica é processado e julgado perante 0 STF, apés autorizaco da Camara dos Deputados. Assim, a dendncia ou queixa-crime é apresentada ao STF, mas este sé poderd recebé-la apés 0 juizo de admissibilidade politico da Camara dos Deputados. Vale ressaltar que, mesmo apés a autorizagéo da Camara dos Deputados, & possivel que o STF decida rejeitar a dentincia e no instaurar 0 processo. Uma vez que seja recebida a dentincia ou queixa-crime pelo STF, 0 Presidente ficaré suspenso das suas fungées. Ele ficaré suspenso do exercicio da Presidéncia e so retornara as suas fungGes caso seja absolvido ao final do julgamento, ou se decorrerem mais de 180 dias sem que o julgamento tenha sido concluido. Assim, se 0 julgamento demorar muito (mais © *Mutatis mutandis” € expresso latina que significa "“mudando o que deve ser mudado”, No faz sentido que a Camara dos Deputados autorize que Governador de Estado seja processado ¢ julgado. A autorizaggo caberd, por uma questo de simetria, Assembleia Legislativa. www estrategiaconcursos.com.br 22 do 68 ES 8 = " de 180 dias), cessaré o afastamento do Presidente, sem prejuizo do regular prosseguimento do processo. Se o STF condenar o Presidente pela pratica de crime comum, seus direitos politicos sero suspensos (conforme art. 15, III) e, consequentemente, ele perdera o mandato presidencial, sem prejuizo da sang&o penal cabivel. © STF também tem competéncia para julgar o Presidente da Republica em algumas aces civis, como 0 mandado de seguranca e o “habeas data". No caso da acao popular, entretanto, por falta de previsdo constitucional, nao € de competéncia da Corte Suprema o julgamento do Presidente. Nos crimes de responsabilidade, o Presidente da Republica é processado e julgado pelo Senado Federal, apés juizo de admissibilidade politico da ‘Camara dos Deputados. Cabe destacar que, no processo de impeachment, nao se aplicam aos Senadores as regras de impedimento e suspeicao previstas no Cédigo de Processo Penal.’ Isso porque o Senado é um érgdo politico, néo se submetendo por completo as rigidas normas as quais est&o sujeitos os érgos do Poder Judiciario. O art. 85, da CF/88, relaciona alguns atos do Presidente da Reptiblica que configuram crimes de responsabilidad: Art. 85. Sao crimes de responsabilidade os atos do Presidente da Republica que atentem contra a Constituigo Federal e, especialmente, contra: I - a existéncia da Unido; II - o livre exercicio do Poder Legislativo, do Poder Judiciério, do Ministério Puiblico e dos Poderes constitucionais das unidades da Federago; III - 0 exercicio dos direitos politicos, individuais e sociais; IV - a seguranca interna do Pais; V - a probidade na administracao; VI - a lei orgamentéria; VII - 0 cumprimento das leis e das decisées judiciais. Paragrafo tnico. Esses crimes seréo definidos em lei especial, que estabelecera as normas de processo e julgamento. O art. 85 define genericamente, em lista meramente exemplificativa, atos considerados crime de responsabilidade. E necessdrio lei especial, cuja edicéo compete privativamente 4 Unido", para tipificar essas condutas e MS 21.623/DF. Rel. Min. Carlos Velloso, Julgamento em 17/12/1992. 4 Samula Vinculante n° 46: A definicdo dos crimes de responsabilidade e 0 estabelecimento das respectivas normas de proceso e julgamento so da competéncia legislativa privativa da Unigo. www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 63, Ell —EEE estabelecer normas de processo e julgamento. Atualmente, a lei que regula os crimes de responsabilidade é a Lei n° 1.079/50. A definiggo dos crimes de responsabilidade dos ie Governadores e dos Prefeitos também deverd ser feita por jatento! | lei federal. Nos termos do art. 22, I, CF/88, a Unido tem competéncia privativa para legislar sobre direito penal, incluindo-se ai os crimes de responsabilidade. A dentincia por crime de responsabilidade deve ser apresentada & Camara dos Deputados. Ela pode ser feita por qualquer cidad3o; trata-se, portanto, de dentincia popular. Cabera, ent&o, 4 Camara dos Deputados realizar o juizo de admissibilidade politico: a acusacéo seré admitida ou rejeitada, autorizando-se ou nao a realizacéo do julgamento pelo Senado Federal. Segundo 0 STF, é assegurado ao Presidente, ainda nessa fase, o direito A ampla defesa e ao contraditério. '° Se a acusac&o for admitida pela Camara dos Deputados (em votag’o nominal, por 2/3 dos seus membros), 0 processo ser remetido ao Senado Federal, a fim de que este érg3o processe e julgue o Presidente. Na ADPF 378, julgada em 17/12/2015, 0 STF decidiu que, no Senado, havera novo juizo de admissibilidade da dentncia (por maioria simples). O Senado Federal possui, dessa forma, discricionariedade para decidir pela instaurag30 ou nao do processo contra 6 Presidente da Republica. Em outras palavras, 0 Senado Federal néo esta vinculado ao juizo de admissibilidade da Camara dos Deputados.*® Admitida a denincia pelo Senado Federal (por maioria simples), sera instaurado 0 processo contra o Presidente. 0 Senado Federal ira, ent&o, atuar como verdadeiro “Tribunal politico””, sendo presidido pelo Presidente do STF. Apés a instauracdo do processo pelo Senado Federal, o Presidente ficara suspenso de suas funcdes; ele so retornara ao exercicio da presidéncia se absolvido ou se, decorridos 180 dias, o julgamento no tiver sido concluido. Nesse tltimo caso, cessaré 0 afastamento do Presidente, sem prejuizo do regular prosseguimento do processo. 18 MS-MC-QO 21.564/DF. Rel. Min. Carlos Velloso. 27.08.1993. * ADPF 378. Rel. Min. Luiz Edson Fachin. Julg. 17.12.2015. ® MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet, COELHO, Inocéncia Mértires. Curso de Direito Constitucional, 54 edicao. So Paulo: Saraiva, 2010, pp. 959. www.estrategiaconcursos.com.br 24 de | Ha um detalhe que as bancas examinadoras adoram: 1) Nos crimes comuns, o Presidente ficaré suspenso de suas fungdes desde o recebimento da dendncia ou queixa-crime pelo STF. me a 2) Nos crimes de responsabilidade, o Presidente ficaré ateNncad suspenso de suas fungdes desde a instauragao do processo pelo Senado Federal. © que as bancas fazem? Elas invertem as coisas, dizendo, por exemplo que o Presidente fica suspenso, nos crimes de responsabilidade, desde o recebimento da dentncia (ERRADO). A condenagéio do Presidente pelo Senado Federal depende do voto nominal (aberto) de 2/3 dos seus membros. Segundo o Prof. Alexandre de Moraes, “a votagao ostensiva e nominal no julgamento dos agentes politicos é a Unica forma condizente com os principios da soberania popular e da publicidade”.'* Cabe destacar que, segundo o STF, néo é cabivel recurso contra o mérito da decis&o do Senado Federal no processo de “impeachment".'® Entretanto, o STF considera que, no processo constitucional de “impeachment”, devem ser assegurados os principios do devido processo legal, dentre eles o contraditério, a ampla defesa e a fundamentac’o das decisées. Assim, é cabivel controle jurisdicional quanto aos aspectos processuais (formais) no processo de “impeachment”. Uma vez condenado por crime de responsabilidade, néio haverd qualquer pena privativa de liberdade. As penalidades aplicadas seréo duas: i) perda do cargo e; ii) inabilitacdo, por 8 (oite) anos, para o exercicio de fungao publica. Destaque-se que essa inabilitago vale para toda e qualquer func&o publica, sejam aquelas obtidas mediante aprovagéo em concurso ptblico, cargos comissionados ou mandates eletivos. Na histéria brasileira, hd o conhecido episédio do “impeachment” do ex- presidente Fernando Collor de Mello. Tendo sido instaurado 0 processo no Senado Federal, Collor renunciou ao cargo, objetivando esquivar-se da penalidade de inabilitagdo por 8 (oito) anos para o exercicio de fungdo publica. Em tese, a rentincia paralisaria 0 processo de “impeachment”. 0 Senado Federal, todavia, entendeu de forma diversa e continuou o julgamento, aplicando a pena de inabilitag&o para o exercicio de funcdo publica. Chamado a apreciar a questéo, o STF referendou o entendimento do Senado Federal ™ MORAES, Alexandre de. Constituico do Brasil Interpretada e Legislacao Constitucional, 9° edicao. Sao Paulo Editora Atlas: 2010, pp. 1279. 1° STF, MS 21.689-1/DF. Rel. Min. Carlos Velloso. 07.04.1995. www estrategiaconcursos.com.be 25 dos IS 8 "ea e decidiu que “a rendncia ao cargo, apresentada na sessio de julgamento, quando jé iniciado este, nao paralisa 0 processo de impeachment’. (PC / DF — 2015) Uma vez instaurado o processo por crime de responsabilidade, o presidente da Republica poderé continuar, caso haja vontade da maioria absoluta do Senado Federal, a exercer as suas funcdes. Comentarios: © Presidente da Republica ficaré suspenso de suas fungdes assim que for instaurado, no Senado Federal, o processo por crime de responsabilidade. Questo errada. (PC / DF - 2015) Suponha-se que o presidente da Republica tenha cometido crime comum durante o seu mandato. Nesse caso, ele deverd ser processado e julgado pelo Senado Federal. Comentarios: Nos crimes comuns, o Presidente da Reptblica sera processado e julgado pelo STF. Questao errada. Re aeicar! (Procurador AL / GO - 2015) A imunidade a prisdo cautelar do presidente da Republica € insuscetivel de estender-se aos governadores dos Estados. Comentarios: A Gnica imunidade do Presidente da Reptblica que pode ser estendida aos Governadores é a exigéncia de juizo de admissibilidade politico do Poder Legislativo. Em outras palavras, é plenamente possivel que a Constituicao Estadual estabeleca que o Governador somente sera julgado apés autorizacao da Assembleia Legislativa. A imunidade @ priséo cautelar do Presidente ndo pode ser estendida aos Governadores. Questdo correta. (PC / GO - 2015) Durante o mandato, o presidente da Republica sé poderé ser preso, nas infracdes comuns, se encontrado em flagrante de crime inafiancavel. Comentarios: * STF, MS 21.689-1/DF. Rel. Min. Carlos Velloso. 07.04.1995. www.estrategiaconcursos.com.br 26 cle 63, ll —EEE 0 Presidente da Republica somente estard sujeito a prisdo apés sentenga condenatéria, nas infragdes penais comuns. Nao sao admitidas prisées cautelares (flagrante delito, priséo tempordria, priséo preventiva) do Presidente da Republica. Questo errada. (Advogado FUNASG - 2015) 0 Presidente da Republica ficara suspenso de suas funcdes nos crimes de responsabilidade, por 180 dias, apés a condenacdo pelo 6rgéo competente. Comentarios: Nos crimes de responsabilidade, o Presidente ficara suspenso de suas funcdes desde a instauragio do processo pelo Senado Federal. Questao errada. (MPE / GO - 2014) 0 instituto do impeachment, por possuir natureza essencialmente politica e no juridica, no se subordina, tanto na forma - aspectos processuais - quanto no fundo - juizo de meérito -, a controle jurisdicional, néo se mostrado crivel, pois, conhecer-se de mandado de seguranca impetrado com vista 4 correcdo de suposta ilegalidade cometida, inclusive no tocante 4 sangaio aplicada pelo Senado Federal. Comentarios: De fato, 0 impeachment tem natureza essencialmente politica. Por isso, no se sujeita a controle jurisdicional quanto ao meérito. Entretanto, é possivel o controle jurisdicional quanto aos aspectos _formais (processuais). Questo errada. (MPE / GO - 2014) Conquanto Ihes incumba, no processo deimpeachment,o julgamento de crimes de responsabilidade, nao se submetem os membros do Senado Federal as regras de impedimento e suspeic&o previstas no Cédigo de Processo Penal. Comentarios: E isso mesmo. Conforme jé decidiu 0 STF, os Senadores nao se submetem 4s regras de impedimento e suspeig¢o previstas no Cédigo de Processo Penal. Isso se deve ao fato de que o Senado € um érgio politico, ndo estando, por isso, sujeito as rigidas regras aos quais se submetem os érgaos do Poder Judiciario. Questao correta. www.estrategiaconcursos.com.br 27 cic 68 7- Vice-Presidente e Ministros de Estado: O Vice-Presidente € figura que tem suas origens no constitucionalismo norte- americano, tendo sido criado para substituir o Presidente em seus impedimentos e sucedé-lo, no caso de vacAncia do cargo. A Constituigéo confere ao Vice-Presidente diversas fungées, que, segundo Alexandre de Moraes, podem ser classificadas em?!: a) Fungées préprias ou tfpicas: so aquelas para as quais 0 cargo de Vice-Presidente foi criado, sendo-lhe inerentes. Podem resultar de previso expressa da Constituigéo ou de lei complementar. Sao elas: substituigao (CF, art. 79), sucesso (CF, art. 80), participagéo nos Conselhos da Republica (CF, art. 89, I) e de Defesa Nacional (CF, art. 91, I), bem como as eventuais atribuicées estabelecidas pela lei complementar prevista no art. 79, paragrafo Unico, da Carta Magna. b) Funcées impréprias: fungdes de auxilio ao Presidente da Republica, nos termos do art. 79 da Constituico, sempre que por ele convocado para missdes especiais. Os Ministros de Estado, por sua vez, s’o os assessores diretos do Presidente da Republica. Sao livremente nomeaveis e exoneraveis pelo Presidente da Republica, sendo escolhidos dentre brasileiros natos ou naturalizados, maiores de vinte e um anos e no exercicio dos direitos politicos (art. 87, “caput”, CF). O Ministro da Defesa, como vocé deve se lembrar, necessariamente devera ser brasileiro nato. 0 art. 87, paragrafo unico, da Constituigéo, arrola em lista exemplificativa as atribuigées dos Ministros de Estado: Art. 87. Os Ministros de Estado sero escolhidos dentre brasileiros maiores de vinte e um anos e no exercicio dos direitos politicos. Paragrafo nico. Compete ao Ministro de Estado, além de outras atribuigées estabelecidas nesta Constituicéo e na lei: 1 - exercer a orientacdo, coordenagao e supervisdo dos érgaos e entidades da administrac&o federal na area de sua competéncia e referendar os atos e decretos assinados pelo Presidente da Republica; II - expedir instrugdes para a execugao das leis, decretos e regulamentos; III - apresentar ao Presidente da Republica relatério anual de sua gest&o no Ministério; IV - praticar os atos pertinentes as atribuigées que Ihe forem outorgadas ou delegadas pelo Presidente da Republica. ® MORAES, Alexandre de. Constituiggo do Brasil Interpretada e Legislacao Constitucional, 92 edicdo. So Paulo Editora Atlas: 2010, pp. 1219-1220. www.estrategiaconcursos.com.br 28 de ee _ Sobre o inciso I, vale a pena destacar a competéncia dos Ministros para referendar decretos assinados pelo Presidente da Republica. A doutrina se divide quanto @ indispensabilidade do referendo ministerial para a validade do decreto presidencial. No entanto, o STF ja decidiu que o referendo ministerial nao se qualifica como requisito indispensavel de validade dos decretos presidenciais.”” Entretanto, como os Ministros s4o demissiveis “ad nutum” (ocupam cargo de livre nomeag&o e exoneracao), o fato de nao referendarem ato do Presidente ira implicar, quase que inevitavelmente, na perda do cargo. O inciso II trata da competéncia dos Ministros para expedir instrucées para a execuc&o das leis, decretos e regulamentos. Pode-se considerar que é uma espécie de poder regulamentar concedido aos Ministros de Estado que, embora nao editem Decretos, tém competéncia para editar Portarias, que seriam 0 que a Constituigéo denomina “instrugées”. Os incisos IIT e IV decorrem da subordinacao direta dos Ministros ao Presidente da Republica. Na condicéo de auxiliares diretos do Presidente, cabe aos Ministros apresentar relatério anual de sua gestao e praticar os atos que a eles forem outorgados ou delegados pelo Presidente. PRATICAR OS ATOS PERTINENTES AS ATRIBUICOES QUE LHE FOREM| OUTORGADAS OU DELEGADAS PELO PRESIDENTE DA REPUBLICA, APRESENTAR AO PRESIDENTE DA REPUBLICA RELATORIO ANUAL DE SUA GESTAO NO MINISTERIO EXPEDIR INSTRUGOES PARA A EXECUCAO DAS LEIS, DECRETOS E REGULAMENTOS _ EXERCER A ORIENTACAO, COORDENAGAO E SUPERVISAO DOS |ORGAOS E ENTIDADES DA ADMINISTRACAO FEDERAL NA AREA DE} SUA COMPETENCIA E REFERENDAR OS ATOS E DECRETOS- ASSINADOS PELO PRESIDENTE DA REPUBLICA es 2 ° ES Ze a 5 a8 58 Se 59° S BE

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