territorialização sociocultural
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Doutorando do Programa de Pós-graduação em Antropologia Cultural – PPGAS/UFAM. E-
mail: clayton.rodrigues.am@gmail.com.
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Participei como pesquisador no grupo de trabalho sobre povos e terras indígenas da margem
direita do rio Negro.
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Participei como pesquisador na mobilização e criação dos Fóruns Permanentes da RMM nos
oito municípios que a compõem.
alguns critérios estipulados pelo próprio autor e está geralmente relacionada a
determinados interesses, sendo importante analisá-los.
A identidade étnica tem então, seu sentido enquanto produção de uma unidade
cultural abstrata, tornando-se concreta com a existência dos grupos étnicos, que para
serem denotados como grupo, devem possuir seus próprios mecanismos de
diferenciação e distinção, como a língua, o vestuário, a religião e é através das fronteiras
étnicas que um grupo se caracteriza e se distingue de outros.
Mas, o que seriam essas fronteiras? Elas são os limites do grupo, marcados
pelos traços diacríticos, assim como Barth os trata, ou seja, as características utilizadas
para distinguir um grupo do outro.
Oliveira (1998) propõe então, avançar a discussão iniciada por Barth. Afirma
ser importante refletir mais detidamente sobre o contexto intersocietário no qual
constitue-se os grupos étnicos, pensar nos novos dinamismos nas relações entre grupos
étnicos e Estado Nação, por exemplo.
Não se pode esquecer dessa maneira que outra discussão é muito importante
nesse trabalho, a noção de território e territorialização. A noção de território não é nova
na antropologia, surge com o trabalho de Morgan (1973) como critério para definir as
formas de governo e acaba sendo retomada por Fortes e Evan-Pritchard (1975) na
classificação de sistemas políticos africanos (OLIVEIRA, 1998: 54).
Já a noção de territorialização,
Por outro lado, essa pesquisa procurará basear-se na legislação mais atual de
direitos de povos e comunidades tradicionais, no Decreto Legislativo n° 143 e na
Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) de 2005, assim como
no Decreto n° 6.040 de 7 de fevereiro de 2007. Todo esse embasamento jurídico faz-se
necessário para que as diretrizes dessa pesquisa preconizem “... também o respeito e
valorização da identidade de povos e comunidades tradicionais, bem como de suas
formas de organização e de suas diferentes instituições” (ALMEIDA, 2010:18 In:
NETO, 2010).
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Plano de desenvolvimento Sustentável e integrado da Região Metropolitana de Manaus
É necessário pensar como os processos migratórios ocorreram, se políticas
públicas de colonização ou mesmo de atração surtiram efeito sobre esses povos que hoje
habitam a RMM.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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