Supervisão geral
Alessandra Françoia e Lia Gonsales
Elaboração
Thais Gava
Revisão
Silvia Ribeiro
Colaboradores
Ana Beatriz Bontorim, Ingrid Stammer, Centro Social Marista Robru,
Marizete Barbosa, Ana Cristina da Silva (Centro Social Marista - Ir. Lourenço)
Isídio Duarte, Priscila Nascimento, Renato Correa, Eloá Oliveira ,
Bernard Reinesch,Maria Aparecida Martins, Cleusa Nagafuti
Apoiadores
São Paulo
2011
AGRADECIMENTOS
O CRIANÇA SEGURA na Escola é um programa educativo que surgiu em 2001 a partir de uma
iniciativa, em São José dos Campos, de funcionários da Johnson & Johnson, líderes da comunidade
local, educadores, profissionais ligados ao poder público e outras entidades. A proposta era de
elaborar um modelo de trabalho que levasse a prevenção de acidentes com crianças a todo o território
nacional.
1971
1360
754
323 313 255 94 36 5.106
TOTAL
Acidentes
de Trânsito
Afogamento
Sufocação
Outros
Queimadura
Queda
Envenenamento/
Intoxicação
Acidentes com
armas de fogo
acidentes
Tipos de
Nestes 10 anos muitas foram as conquistas e, por conta disso, resolvemos sistematizar todo
este aprendizado e compartilhá-lo com pessoas que tenham interesse em disseminar a cultura da
prevenção de acidentes nas diferentes realidades, tendo como base o ambiente escolar.
Ao longo deste material você poderá entender toda a trajetória do programa CRIANÇA SEGURA
na Escola e encontrar formas de adequá-lo à sua realidade. Encontrará também dados, informações,
referências e atividades práticas que o(a) auxiliem nessa empreitada.
Dessa forma, o Guia CRIANÇA SEGURA na Escola é uma ferramenta que nos auxilia a:
- compreender como, onde e por que os acidentes com crianças e adolescentes acontecem;
- analisar o papel da educação no enfrentamento dos acidentes e na criação da cultura da prevenção
dentro e fora da escola;
- propor estratégias condizentes com a realidade vigente e buscar parceiros e recursos para estas
ações.
Finalmente, acreditamos que este Guia pode servir de impulso para a criação de tantas outras ações
na escola, na comunidade e no município. Por isso, gostaríamos de conhecer experiências e ações
desencadeadas a partir da leitura deste material. Convidamos vocês a nos escrever - mobilizacao@
criancasegura.org.br. Comentários, sugestões e críticas serão bem-vindas e, seguramente,
enriquecerão nossa proposta.
BOA LEITURA!
Formação ................................................................................................................................... 19
Mudança de realidade ............................................................................................................... 44
Programa Criança Segura na Escola .................................................................................... 44
Como funciona ............................................................................................................................ 48
Experiência do Programa Criança Segura na Escola nas cidades ........................................ 64
Programa Criança Segura na Escola: uma ideia que deu certo ........................................... 65
CRIANÇA SEGURA na Escola - a história que eu vi ..................................................................... 68
Referências e Sites
Sites Educativos ......................................................................................................................... 73
Artigos ........................................................................................................................................ 79
Livros ........................................................................................................................................ 83
Referências ................................................................................................................................ 90
Anexos ........................................................................................................................................ 92
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
Por que um guia para trabalhar a prevenção de acidentes?
Os acidentes são lesões leves ou graves provocadas sem a prévia intenção de causar o ferimento,
e podem ter como conseqüência sequelas permanentes ou até mesmo a morte. Segundo o Ministério
da Saúde , mais de 5 mil crianças morrem e cerca de 110 mil são hospitalizadas anualmente. Essas
ocorrências colocam os acidentes como a principal causa de morte de crianças e adolescentes de 1
a 14 anos no Brasil.
Contudo, os acidentes ainda são considerados pela maioria da população e autoridades públicas
brasileiras como uma fatalidade, algo que acontece ao acaso e que não pode ser evitado. Esta forma
de pensar não leva em consideração a importância das ações preventivas. Estudos mostram que 90%
dos acidentes podem ser evitados através da obtenção de informações, da adequação dos espaços e
da articulação de políticas públicas que possibilitem o bem-estar de crianças e adolescentes.
A prevenção de acidentes é um compromisso de todos nós! Este compromisso inclui desde ações
mais complexas, como a incidência política por leis e normas que garantam a segurança de crianças
e adolescentes, até a adoção de simples atitudes de prevenção em nossos cotidianos.
Partindo deste entendimento, acreditamos que este material possa ser uma importante ferramenta
para que educadores implementem a cultura da prevenção dentro e fora da escola.
Aqui você poderá encontrar atividades e informações que foram consolidadas nos 10 anos do
Programa CRIANÇA SEGURA na Escola. (ver o quadro)
Apresentação
Como utilizar o material
Antes de iniciar o trabalho aconselhamos que você leia todo o Guia, pois isso facilitará saber como
este material está organizado e quais são os seus conteúdos.
Como descrito mais detalhadamente a seguir, este Guia contém uma parte teórica sobre os
acidentes e sua prevenção com crianças e adolescentes. Em seguida, apresentamos o Programa
CRIANÇA SEGURA na Escola e suas possibilidades de realização. No final do material você poderá
encontrar uma lista com referências de materiais (sites, indicações de vídeos e livros) que poderão
auxiliar no trabalho com a temática da prevenção de acidentes. Nos anexos você poderá encontrar
exemplos dos documentos que foram utilizados no Programa CRIANÇA SEGURA na Escola nestes
últimos 10 anos.
Todo o material delineia um modelo de aprendizagem no qual as pessoas envolvidas são encorajadas
a questionar e refletir sobre suas experiências para entender a lógica dos acidentes e quais os possíveis
processos para a criação da cultura da prevenção. As atividades e processos descritos neste Guia
buscam nos estimular a criar possibilidades de mudanças positivas na comunidade em geral, indo
além do espaço escolar. Sabemos que a implementação de um programa como o CRIANÇA SEGURA
na Escola leva tempo e necessariamente pressupõe o envolvimento de diversos atores para a sua
consolidação.
Assim, mais do que um roteiro de como fazer, este Guia do Programa CRIANÇA SEGURA na
Escola é um reforço da mensagem de que é preciso fazer. Um convite ao compromisso estabelecido
pela CRIANÇA SEGURA de contribuir para salvar a vida das crianças, mas também uma grande
oportunidade de mostrar ao Brasil que cada um pode fazer sua parte – independente da região do
país, do contexto social ou da área de atuação.
Acreditamos que o grande segredo do sucesso desse trabalho está concentrado no potencial das
pessoas de transformar sua realidade.
10
Neste material falaremos muito sobre acidentes com crianças e adolescentes no Brasil e quais são
suas medidas preventivas - mas, afinal, o que você entende por prevenção de acidentes?
Dados estatísticos
Segundo Relatório Mundial sobre Prevenção de Acidentes com Crianças e Adolescentes, lançado
em dezembro de 2008 pela Organização Mundial da Saúde e UNICEF, 830 mil crianças morrem
vítimas de acidentes, anualmente, em todo o mundo. É a principal causa de morte em crianças
e adultos jovens, e um dos maiores problemas de saúde pública mundial. Cerca de 90% desses
acidentes acontecem em países de baixa e média renda, onde são a principal causa de mortes de 1
a 14 anos de idade.
Assim, no Brasil, 5.106 crianças morreram, em 2008, e cerca de 125.666 mil foram hospitalizadas,
em 2010, segundo dados mais atualizados do Ministério da Saúde. Além disso, o custo direto para o
atendimento somente na saúde pública foi de R$ 78 milhões, em 2010.
O acidente que mais mata crianças e adolescentes até 14 anos no Brasil é o de trânsito, com 1.971
vítimas. Essas crianças estão no trânsito como pedestres (831 mortes), passageiras de veículos (673
11
mortes) e ciclistas (128 mortes), além de outros não especificados (339 mortes).
A idade mais afetada pelos atropelamentos é de 5 a 9 anos, quando a criança já vai sozinha para
a escola, à tarde, em dias de semana, no mesmo bairro de moradia.
O segundo acidente mais fatal de 0 a 14 anos é o afogamento, que pode acontecer desde a
profundidade de dois dedos até em grandes volumes de água. Ou seja, um balde com água dentro de
casa ou o vaso sanitário são riscos em potencial para as crianças pequenas, assim como as piscinas,
lagos, represas e praias são riscos na diversão dos maiores.
Os afogamentos são silenciosos e rápidos. 4 a 6 minutos sem respirar, o tempo de atender um
telefone, pode causar lesões graves e até mesmo a morte da criança. É importante considerar que,
para cada óbito registrado, existe um número muito maior de resgates com ou sem complicações,
casos de afogamento atendidos por clínicos ou em setores de emergência que são liberados após
breve avaliação, e hospitalizações que não são levadas em consideração na avaliação geral do
problema.
Consequências
Estimativas mostram que, a cada morte, outras quatro crianças ficam com sequelas permanentes
que geram consequências emocionais, sociais e financeiras a essas famílias e à sociedade.
Relatório Mundial sobre Prevenção de Acidentes com Crianças e Adolescentes, lançado em dezembro de 2008 pela Organização Mundial
da Saúde e UNICEF.
Fonte: Acidentes com Crianças: análise quantitativa do conhecimento e percepção de mães de 5 capitais
brasileiras:Curitiba/PR, Brasília/DF, Manaus/AM, Recife/PE e São Paulo/SP. Realização: Instituto Ipsos, de 03
a 23 de março de 2010.
Queimadura também foi considerada o acidente que mais pode ser prevenido (90% das mães).
Para avaliar o grau de preocupação das mães, foi entregue a elas uma cartela com graus de
preocupação para serem avaliados de 1 a 5 (sendo 1 nada preocupante e 5 extremamente preocupante),
levando em conta os riscos que elas consideraram a que seus filhos estavam expostos.
14 A queda foi o acidente mais vivenciado pelos filhos das entrevistadas: 28%. Esse dado reflete uma
realidade, já que a queda é a principal causa de hospitalização por acidentes de crianças e adolescentes
no Brasil, com 58.581 casos. Do total de quedas vivenciadas pelos filhos das entrevistadas, 60%
ocorreu com crianças de 1 a 4 anos. O acidente de bicicleta, segundo mais vivenciado, vitimou crianças
de 5 a 9 anos em 45% dos casos e a queimadura, terceiro mais vivenciado, vitimou crianças de 1 a 4
anos em 66% dos casos.
A presença de um “cuidador” não impediu que esses acidentes ocorressem. Em 89% das situações,
a criança não estava sozinha (base=588 mães). Mas vale considerar que, em 17% dos casos, a pessoa
que a acompanhava era uma outra criança (base=524 mães). O acidente que mais ocorreu quando a
criança estava sozinha foi o atropelamento (32%), um risco do ambiente externo, considerado pelas
mães o ambiente onde seus filhos estão mais expostos.
Das mães que acreditam que os acidentes vivenciados poderiam ter sido evitados (base=300
mães), a prevenção estaria principalmente em não descuidar da criança em nenhum momento (32%).
Em casos específicos, segundo elas, a solução seria tirar objetos do alcance da criança (10%),
entre outros. As mães que não acreditam que os acidentes vivenciados poderiam ter sido evitados
(base=141), de um modo geral, justificam que eles são comuns de acontecer e não há como prever
(34%).
15
Os acidentes com crianças e adolescentes são a primeira causa de morte no país. Embora
possamos passar e adotar recomendações básicas e universais para evitar acidentes, tais como o
uso de equipamentos de segurança em automóveis e a colocação de telas de proteção em janelas, a
prevenção apresenta facetas particulares ao considerarmos as diferentes fases do desenvolvimento
infantil. Dependendo das habilidades e da maturidade correspondentes a cada faixa etária, são
diferentes os riscos aos quais a criança pode vir a se expor, e também sua capacidade de lidar com
eles.
Ao ler este depoimento, podemos ficar indignados e julgar a situação como negligência. Podemos
ainda olhar para a situação e achar que nada pôde ser feito, uma fatalidade. Mas se olharmos com mais
atenção e refletirmos sobre a complexidade dos acidentes, provavelmente algumas perguntas irão
aparecer: “Qual a condição de vida dessas pessoas?”, “Com quem essas crianças ficam, sozinhas?”
ou “Como as autoridades públicas se colocam diante de eventos como este”?
Começamos a perceber que existem outros fatores que influenciam na segurança e bem-estar
de crianças e adolescentes: determinantes sociais, culturais, econômicos e até emocionais que 19
influenciaram na situação.
Para pensar numa estratégia de mobilização é importante conhecermos muito bem os diferentes
tipos de acidentes, as causas e suas formas de prevenção. Neste capítulo encontraremos informações
e dados sobre os fatores de risco de acidentes envolvendo crianças e as formas de atenuar essas
situações.
Para facilitar o entendimento, organizamos as informações nos diferentes tipos de acidentes:
acidentes de trânsito (ocupantes de veículos, pedestres e ciclistas), afogamento, sufocação,
queimaduras, quedas e intoxicação/envenenamento. Colocamos, também, os dados estatísticos de
cada um deles.
Dessa forma, em cada subgrupo será possível encontrar onde, como, quando e por que ocorrem
os acidentes. Além disso, você terá informações de como evitá-los e sugestões de atividades para
trabalhar o tema com os grupos. Caso você queira obter mais sugestões, basta acessar o site da
CRIANÇA SEGURA; na área Biblioteca, estão compilados diversos materiais que poderão auxiliá-lo
na preparação de oficinas para trabalhar a prevenção de acidentes.
Mãos à obra!
Formação
Acidentes de Trânsito
Não é possível tratar de prevenção de acidentes com crianças sem relacioná-la ao trânsito, pois
esse tem sido o principal agente causador de óbitos por acidentes na faixa etária de 0 a 14 anos,
no Brasil. Não foi diferente em 2008, ano em que, segundo Ministério da Saúde, 1.971 crianças
vieram a óbito. Esse número corresponde a quase 40% do total de acidentes envolvendo crianças e
adolescentes nessa faixa etária.
1971
Total de
1360
754
323 313 255 94 36 5.106
TOTAL
Acidentes
de
Sufocação
Outros
Queda
Acidentes com
armas de fogo
acidentes
Tipos de
O tema tem estampado as manchetes dos jornais e se repetido à exaustão. Hoje, os acidentes de
trânsito já são considerados um problema de saúde pública mundial que têm tirado a vida de muitos
indivíduos, abrangendo todas as faixas etárias. Existe um grande movimento se formando a fim de
evitar a banalização do tema e para que as ocorrências deixem de ser tratadas como estatísticas.
Mas, afinal, o que é trânsito? Como ele afeta nossas vidas?
Os acidentes podem ser considerados como uma das consequências mais sérias deste modelo de
mobilidade que adotamos nos últimos tempos. Afinal, quando falamos em trânsito, estamos falando
num espaço de convivência no qual pedestres, ciclistas, motoristas de carros e caminhões têm que
negociar entre si para se locomover. A junção de estratégias para a modificação do meio ambiente,
educação e cumprimento da legislação pode ser vista como uma saída viável para a mudança da
realidade vigente.
A educação ocupa um importante papel para desvendar os problemas deste modelo de trânsito
adotado e, a curto prazo, pode trazer ganhos significativos. Contudo, ela sozinha não é efetiva para a
prevenção de acidentes com crianças e adolescentes
Tanto o cumprimento da legislação quanto a modificação do meio ambiente são mais complexos e
requerem mais tempo para serem implementados. Mas são eles que garantem a efetiva mudança de
comportamento iniciada na educação e, em longo prazo, na diminuição dos índices de acidentes.
A seguir, vamos abordar mais especificamente os diferentes tipos de acidentes de trânsito.
23
e
O mais importante qu
sinar um
se pode fazer para en
destre
comportamento de pe
bom
seguro é praticá-lo - o Crianças men
ores de 10 an
ns agem; os
exemplo é a melhor me não devem a
ndar sozinhas
no
trânsito.
A supervisão
de um adulto
até que demo é vital
nstrem habilid
ades e
A grande maioria das crianças menores de 10 anos de idade não consegue lidar
seguramente com o trânsito. Aqui estão as razões:
• Crianças têm dificuldade de julgar a velocidade em que os carros estão se
movendo, a qual distância eles se encontram e de que direção os sons do trânsito
estão vindo;
Crianças mais novas têm dificuldade em planejar uma travessia – parar na calçada,
olhar para os dois lados e atravessar.
• Crianças pequenas muitas vezes têm opiniões equivocadas e fantasiosas sobre 25
carros, como pensar que os veículos podem parar instantaneamente e que, se elas
podem ver o motorista, eles também podem vê-las;
• Alto volume de tráfego, alto número de veículos estacionados na rua, limites altos
de velocidade estabelecidos, ausência de uma rodovia dividida e poucos dispositivos
de segurança de pedestres, como passarelas e lombadas eletrônicas, são fatores
que aumentam a probabilidade de atropelamentos.
• Entradas de garagens, quintais sem cerca, ruas ou estacionamentos não são
locais seguros para as crianças brincarem;
• Tenha certeza de que as crianças sempre usam o mesmo trajeto para destinos
comuns (escola, padaria, entre outros). Procure conhecer os destinos da criança para
identificar o caminho mais seguro e ensine-a como fazê-lo. É sempre aconselhável
escolher o trajeto mais reto, com poucas ruas para atravessar;
• Uma lanterna ou materiais reflexivos nas roupas da criança podem evitar
atropelamentos.
Todo este processo está relacionado ao desenvolvimento psicomotor da criança. À
medida que ela tem a possibilidade de vivenciar experiências seguras, vai adquirindo
repertório para ser um pedestre consciente.
26
Ciclista
A bicicleta é um equipamento que ganha mais espaços em nossos centros urbanos. Mas quando
estamos com uma criança de bicicleta na rua, ela é somente um brinquedo ou ela é também um
veículo? Esse é o questionamento que dá início ao tópico que trata as crianças na condição de
ciclistas.
A bicicleta pode ser considerada somente um brinquedo
quando utilizada em espaços adequados de lazer, como
quintais e parques. Desde que a criança utilize os equipamentos
de segurança, ela pode proporcionar momentos bastante
prazerosos.
Contudo, uma vez em via pública, ela passa a ser um veículo
e, para tanto, deve respeitar normas próprias de circulação e
conduta.
se
Art. 58. Nas vias urbana
pla, a circulação de
nas rurais de pista du
rer, quando não houver
bicicletas deverá ocor do
acostamento, ou quan
ciclovia, ciclofaixa ou os
ação destes, nos bord
não for possível a utiliz nti do de
no mesmo se
da pista de rolamento,
o para a via, com
circulação regulamentad Art. 105. São equipamentos
prefe rê nc ia obrigatórios dos veículos, entre outros a
serem estabelecidos pelo CONTRAN: / VI
- para as bicicletas, a campainha, sinalização
noturna dianteira, traseira, lateral e nos pedais,
e espelho retrovisor do lado esquerdo.
Como brinquedo ou como veículo, o que deve ser observado é que a prática dessa atividade expõe
a criança ao trânsito e também ao risco de quedas e outros tipos de ferimentos. Atualmente, 128
crianças morrem e outras 2.154 são hospitalizadas no país por esse tipo de acidente.
Para que a brincadeira seja segura, a utilização do capacete é essencial e deve ser fator condicionante
para a criança. Neste sentido, é fundamental associar o uso de bicicletas com os equipamentos de
segurança (capacetes, cotoveleiras e joelheiras). 27
Uma forma bacana e divertida de associar positivamente o uso dos equipamentos de segurança à
bicicleta é relacioná-lo aos esportes radicais. Vocês já viram competidores sem capacetes?
A utilização de capacetes reduz óbitos em 85% dos casos, segundo estudos da Safe Kids WolrdWide
. Muitos desses óbitos decorrem de traumatismos cranianos ocasionados por quedas e colisões de
bicicleta.
Além dos equipamentos de segurança adequados, a própria vestimenta do ciclista pode contribuir
para a prevenção de acidentes. A utilização de roupas claras em dias mais escuros ou em períodos
noturnos facilita significativamente a visualização do ciclista pelos motoristas. Outra dica bastante
simples, mas não menos importante, trata da utilização de calçados fechados que protegem os pés
da corrente e dos aros da bicicleta.
A adoção de todas essas medidas não dispensa a supervisão de um adulto, pois o aprendizado das
habilidades necessárias à convivência segura no trânsito ocorre de maneira gradual e constante.
Pré-requisitos do transporte:
Ensine à criança a:
• Ficar sentada enquanto o veículo estiver em movimento;
• Afivelar o cinto de segurança;
• Não falar com o motorista enquanto ele estiver dirigindo;
• Respeitar o monitor do veículo;
• Falar com os pais sobre o que acontece durante a viagem;
• Descer do veículo somente depois que ele parar totalmente;
30 • Em embarcações, manter-se sentada, com a bóia salva-vidas afivelada.
33
37
Sufocação
Sacolas plásticas são grandes vilãs que ocasionam sufocação; por essa razão, muitos fabricantes e
estabelecimentos incluem em suas embalagens alertas para mantê-las longe do alcance das crianças
e adotam até mesmo pequenos furos em sua base, que contribuem para a passagem de ar no caso
de uma criança colocá-la em sua cabeça. Essa prática, no entanto, não é regulamentada e, por
isso, é preciso estar atento para não deixar embalagens plásticas ao alcance de crianças. Quando
presenteá-las com brinquedos ou outros pacotes, entregue apenas o conteúdo da embalagem (retire
plásticos, arames e outros objetos) e descarte o restante.
As bexigas ou balões de látex são muito comuns em brincadeiras e festas infantis e poucas
pessoas as associam a qualquer tipo de risco. O risco se esconde na bexiga estourada, que tem seus
pequenos pedaços de borracha transformados em pequenas bolas num movimento de sucção do ar
feito com a boca. Crianças tendem a imitar o comportamento dos adultos e podem tentar repetir o
gesto, sem ter a habilidade necessária para tal e podendo engolir o pedaço de borracha. Uma vez
engolido, pode obstruir a passagem de ar ou até mesmo aderir à parede do estômago – caso que só
pode ser resolvido com intervenção cirúrgica.
Os bebês podem ser vítimas fáceis das sufocações, pois não reconhecem riscos e não sabem se
livrar de situações de perigo. Uma situação aparentemente tranquila é o caso de crianças pequenas
38
Estrangulamento
Fios e barbantes podem ser acessados por crianças em diversas situações, inclusive em suas
roupas e brinquedos. Medida igual ou superior a 15 cm deve preocupar, pois pode facilmente envolver
o pescoço da criança e estrangulá-la. Cachecóis, prendedores de chupetas, cadarços, brinquedos
de puxar, móbiles, entre outros, podem ser os responsáveis por esse tipo de acidente. Retire-os do
alcance da criança.
Tomadas podem provocar choques elétricos quando crianças tentam colocar o dedo ou outros
objetos em seus orifícios. Ironicamente elas são bastante acessíveis, normalmente próximas aos
rodapés das residências e capazes de ser encontradas até mesmo por crianças que começaram
a engatinhar. As tomadas que não estão sendo utilizadas podem ser protegidas por protetores de
tomada encontrados em lojas de artigos infantis, lojas de materiais de construção e até em catálogos
de produtos populares. A alternativa para os protetores é a utilização de pequenos pedaços de fita
adesiva ou isolante cobrindo os orifícios da tomada. Um móvel colocado em frente à tomada também
pode ser considerado uma medida de prevenção. Vale ressaltar, mais uma vez, que é importante
educar a criança para a situação, explicar os motivos pelos quais aquelas medidas estão sendo
40
tomadas. A maioria das adaptações sugeridas pode ser burlada pelas crianças dentro de pouco tempo,
o que reforça a necessidade de orientá-las e educá-las.
A água do banho também pode provocar queimaduras quando preparada de forma imprópria. Sendo
assim, além da prevenção ao afogamento, o banho é uma oportunidade para prevenir também as
queimaduras. O banho deve ser preparado primeiramente com água fria e, aos poucos, se acrescenta
água morna ou quente para aquecê-la. Como a pele do adulto é menos sensível, a sensação obtida
durante a experimentação através do toque pode induzir o adulto ao erro. Para testá-la com mais
precisão, utilize as costas da mão ou a parte interior do braço. Misture a água dentro da banheira,
como se desenhasse um número oito
em seu interior. Dessa forma, E se queimar?
você se certificará de que O qu e de vo colocar na qu
eimadura?
Nunca coloque mante
não existe nenhuma parte iga, clara de ovos ou ou
caseiras. Bolhas só po tras receitas
dem ser estouradas po
mais quente do que a socorro. Se a queimad r um mé dico no pronto
ura for causada por líq
outra, ajudando inclusive a área queimada imed uidos quentes, resfrie
iatamente com água fria
a misturar o conteúdo com agentes químicos, e corrente; se for
lave a área atingida co
de ág ua corrente. Se as veste m gra nde quantidade
dentro da banheira. s ficarem
“deitar e rolar”, além de em chamas, deve-se
enrolar a vítima com um
Quanto aos líquidos imediatamente ao pro pano úmido. Leve
nto socorro para atend
inflamáveis, o principal medico especializado imento
para os procedimentos
seguintes.
deles é o álcool.
Telefones de emergência
Telefones de emergência e dicas de segurança devem ser inseridos no cotidiano
das crianças desde cedo. Elas devem saber fornecer informações sobre si
próprias, sobre seu endereço de moradia e sobre seus responsáveis, porém devem
igualmente ser estimuladas a discernir sobre a ocasião para fazê-lo. Disseminar
essas informações sem critério pode colocá-las em risco para outros tipos de
ocorrências, diretamente relacionados à violência.
Os telefones de emergência são:
43
Telefones de emergência podem ser ensinados e memorizados de maneira lúdica. Bilhetes podem
ser dispostos em pontos estratégicos da residência, como a mesa do telefone e a porta da geladeira.
Os números que compõem o telefone do serviço de emergência podem ser coloridos ou destacados
com adesivos no teclado do aparelho telefônico. Crianças devem ser alertadas para o fato de que
esses são serviços sérios e não devem ser alvos de trotes ou brincadeiras.
Segundo o Relatório Mundial sobre Prevenção de Acidentes com Crianças e Adolescentes (2008)
aproximadamente 830 mil crianças morreram vítimas de acidentes no mundo, o que representa 2.300
óbitos por dia. Desse total, 90% acontecem em países de baixa e média renda.
Conforme vimos até agora, o Brasil não foge à regra e traz essa realidade em suas estatísticas: os
acidentes (trânsito, afogamento, sufocação, queimadura, quedas, intoxicação e outros) representam
a principal causa de morte de crianças de 1 a 14 anos.
Sabemos que a prevenção de acidentes é um grande desafio. Além de configurar um tema
multifacetado – são diversos tipos de acidentes que ocorrem em situações e ambientes diferentes
– esbarra também em questões sociais, culturais e comportamentais. De um modo geral, a sociedade
brasileira não encara a problemática dos acidentes como algo factível de prevenção. Por conta disso,
é fundamental pensarmos em diferentes frentes para que a mensagem da prevenção de acidentes
possa ser ecoada.
Todas as informações e dicas apresentadas até o momento necessitam de ferramentas e
metodologia para levá-las a um maior número de pessoas. Além disso, é fundamental que haja a
possibilidade de reflexões sobre as adequações necessárias às diferentes realidades.
A partir de agora, vamos aprofundar uma estratégia específica utilizada pela CRIANÇA SEGURA
para promover a prevenção de acidentes no Brasil e apresentaremos formas para que você possa
organizar o Programa CRIANÇA SEGURA na Escola ou em sua comunidade.
O Programa CRIANÇA SEGURA na Escola surgiu como uma resposta à necessidade da promoção
da saúde e cultura de prevenção de acidentes e traz como parceira a Escola para este trabalho. O
objetivo deste programa é reduzir o número de morbimortalidade de crianças e adolescentes por meio
da adoção de comportamentos seguros.
Neste sentido o educar pode ser entendido, também, como uma forma de propiciar situações de
cuidado, estímulos e aprendizagens orientadas de forma integrada, contribuindo para o desenvolvimento 45
de capacidades infantis, de relação interpessoal e de conhecimentos mais amplos da realidade social
e cultural.
O conceito de promoção da saúde (Carta de Ottawa, 1986) contrapõe o pensamento sobre a díade
doença–saúde no momento em que consolida a idéia de que, para produzir saúde, devemos atuar
sobre os determinantes sociais10 e não apenas na cura das doenças. Neste sentido, a promoção de
Saúde pressupõe a participação das pessoas na busca por contextos mais saudáveis que promovam
a qualidade de vida. A construção de uma sociedade saudável é responsabilidade de todos.
Segundo HARADA (2004) “a saúde deve ser vista como um recurso para a vida e não como um
objetivo para viver. Neste sentido, a saúde é um conceito positivo que enfatiza os recursos pessoais
e sociais, bem como as capacidades físicas.”
Especificamente na área da Educação, a “Escola Promotora da Saúde”11 declara a escola como
uma instituição que pode potencializar estilos de vida saudáveis condizentes com a proposta de
promoção da saúde. Trata-se de uma escola que tem uma visão integral do ser humano, em especial
das crianças e dos adolescentes, dentro do seu ambiente familiar, comunitário e social.
que:
e n ta políticas
Imp le m estar
d ig n id a d e e o bem
a
- Apoiem e coletivo
;
individual ades de
ú lt ip la s oport id u n
mm ara
- Ofereça d e s e n v o lvimento p
to e
crescimen adolescen
tes.
crianças e
Tem um plano
:
Envolve todos os membros de trabalho para
ossocial;
ente físico e psic
da escola e da comunidade: - Melhorar o ambi , abusos
- Na tomada de decisões bi en te s liv re s de fumo, drogas
- Criar am de violência;
- Na execução das e qualquer forma s sanitárias;
intervenções ac es so a ág ua limpa e instalaçõe
- Garantir o tos saudáveis;
Po ss ib ilit ar a es colha por alimen
- el;
te escolar saudáv
- Criar um ambien te ndam
ades que se es
46 Oferece trein
amento efeti - Promover ativid
la.
a professore
s e educado
vo para fora da esco
res
12 Shepherd, J “A Promoção da Saúde no Âmbito Escolar:A Iniciativa Regional Escolas Promotoras da Saúde in Cadernos de Escolas Promo-
toras de Saúde – SBP, 2002
13 Temas Transversais são assuntos que instigam a discussão sobre questões que tem impacto na sociedade. Atualmente os temas transver-
sais são: ética, pluralidade cultural, trabalho e consumo, orientação sexual, meio ambiente e saúde.
14 Coordenadora de Projetos da ONG CRIANÇA SEGURA Safe Kids Brasil
Ao juntar as três dimensões, o PPP ganha a força de um guia - aquele que indica a
direção a seguir não apenas para gestores e professores mas também funcionários,
alunos e famílias. Ele precisa ser completo o suficiente para não deixar dúvidas sobre
essa rota e flexível o bastante para se adaptar às necessidades de aprendizagem
dos alunos.
“O PPP se torna um documento vivo e eficiente na medida em que serve de
parâmetro para discutir referências, experiências e ações de curto, médio e longo
prazos”, diz Paulo Roberto Padilha, diretor do Instituto Paulo Freire, em São Paulo.
Fonte: Revista Escola
Ao iniciar o desenvolv
imento de um projeto
especial uma proposta social, em
que vise à promoção
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A seguir, você encontrará o passo a passo para a implementação do CRIANÇA SEGURA na Escola.
Propomos um caminho, mas é importante que você saiba que ele não é o único caminho. Ao conhecer
sua realidade e pessoas com quem pretende trabalhar, é importante que você avalie quais são seus
recursos disponíveis e desafios a serem enfrentados. Com essas informações em mãos, você poderá
adequar as propostas contidas neste guia à sua realidade.
Caso você queira compartilhar conosco essas novas idéias, mande um e-mail para a gente no
mobilizacao@criancasegura.org.br
Num primeiro momento é importante que você conheça bem a área em que pretende atuar, e para
isso apresentamos, como primeira etapa, uma análise diagnóstica ou simplesmente o diagnóstico.
Em paralelo a esta etapa, é importante organizar como as informações sobre a prevenção de
acidentes com crianças e adolescentes será passada para as outras pessoas. Esta formação
contará com as mais diversas ferramentas, e mais uma vez cabe a você decidir quais delas são mais
adequadas para seu público.
Com as pessoas mobilizadas, é o momento de adequar a realidade - em outras palavras, pensar
Como funciona
em propostas que levem em consideração as informações sobre a prevenção de acidentes e as
possibilidades de atuação no ambiente escolar .
Levar a promoção da prevenção de acidentes com crianças e adolescentes para um número maior
de pessoas é uma ação de comunicação. Isso pode ser feito em eventos mobilizadores ou em
campanhas com as mídias locais
Todo esse processo deve ser registrado para depois ser avaliado, pois é fundamental retornar ao
final do plano de ação e comparar (antes e depois) para mensurar e qualificar as mudanças físicas e
comportamentais em relação à prevenção de acidentes com crianças e adolescentes na escola.
Apresentamos aqui uma estrutura esquemática, mas lembre-se que esse é um processo dinâmico e,
por conta disso, você deverá avaliar qual a metodologia mais adequada para aplicar na sua escola.
Etapa 1 - Diagnóstico
Para iniciar um projeto é necessário saber sob qual realidade teremos que intervir e quem serão as
pessoas participantes deste processo. No caso do Programa CRIANÇA SEGURA na Escola, o objetivo
deste diagnóstico é identificar quais os acidentes que mais acontecem com os alunos e a percepção
do por que acontecem para se trabalhar de acordo com a realidade da comunidade escolar. Além
disso, é neste momento que você conhecerá as pessoas com as quais vai trabalhar.
O diagnóstico será estruturante para a elaboração do plano de ação e, consequentemente, para a
mudança da realidade proposta nas etapas seguintes do Programa Criança Segura na Escola.
Como funciona
é apresentar informações da esfera nacional e mundial16. Todas essas informações auxiliarão no
trabalho de sensibilização de gestores em geral.
O sucesso nesta fase possibilitará a abertura de caminhos para a sensibilização de outros parceiros
na esfera pública.
Com essas informações em mãos, prepare uma reunião para sensibilização. Essa reunião tem
o objetivo de apresentar as informações sobre os acidentes para as escolas selecionadas e, a partir
dessa reflexão, propor a realização do Programa CRIANÇA SEGURA na Escola.
Sempre que possível, garanta que as inscrições das escolas sejam voluntárias e que a apresentação
da proposta chegue a toda rede do município. Caso haja um número de inscrições maiores do que o
número de vagas, opte pela criação de um critério de desempate em conjunto com o órgão parceiro.
Caso não haja consenso, um bom critério é a ordem de inscrição – as escolas que se inscreveram
primeiro terão suas vagas garantidas.
Multiplicadores
Com o grupo de escolas formado, cabe agora
saber quem, de cada uma delas, irá participar
diretamente do curso de formação do Programa
CRIANÇA SEGURA na Escola.
Solicite a cada escola inscrita o nome de, pelo
menos, uma dupla (equipe técnica e professor)
para multiplicar as informações discutidas no curso
de formação para o restante da equipe escolar,
52 ou seja, pessoas responsáveis por representar a
escola na formação junto às outras escolas e que se
comprometam a passar as informações, discutidas
nas reuniões, às outras pessoas da equipe educativa. Esses educadores serão os multiplicadores e
terão um papel fundamental na execução do projeto, pois serão os responsáveis na multiplicação das
informações e conteúdos discutidos nas reuniões às outras pessoas da equipe educativa.
Com o grupo de multiplicadores formado, solicite uma reunião de apresentação para falar sobre
a proposta do programa e chamá-los para pesquisar o que realmente ocorre nas escolas das quais
essas pessoas são multiplicadoras.
16 Para maiores informações consultar os dados do Relatório Mundial de Prevenção de Acidentes com crianças e adolescentes.
o
Essas três ferramentas servem com
em ser retomadas ao
registros para a avaliação, pois pod
s (antes e depois)
final do plano de ação e comparada
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para mensurar e qualificar as mu
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comportamentais em relação à pre
com crianças e adolescentes.
Com o resultado dessas atividades em mãos, cada multiplicador poderá ter claro o que mais
acontece na sua escola e assim iniciar o planejamento das estratégias para o enfrentamento desta
realidade.
A formação dos professores no curso de prevenção de acidentes com crianças e adolescentes
53
vem para aumentar os subsídios teóricos e informativos para que cada escola possa criar seu plano
de ação.
Escolas Particulares
Quando se trata de es
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17 Ferramenta desenvolvida durante o Programa CRIANÇA SEGURA na Escola juntamente com os professores de São José dos Campos,
tendo como referência os trabalhos da organização e da empresa Johnson &Johnson.
Como funciona
Etapa 2 - Formação dos multiplicadores
A proposta desta etapa é criar, juntamente com o grupo de multiplicadores, um plano de trabalho
que integre as bases teóricas sobre a cultura da prevenção de acidentes às demandas observadas no
cotidiano das crianças e adolescentes.
Com a turma formada, este é o momento de apresentar as informações referentes à prevenção
de acidentes com crianças e adolescentes. A forma como você irá abordar os conteúdos pode ser
desde palestras até a realização de oficinas com jogos, apresentações de vídeo e música. Em nossa
experiência, a realização de oficinas sempre foi algo muito produtivo, pois essa metodologia propicia
uma aproximação com a temática de uma maneira leve e divertida. Sugestões de atividades e
materiais você poderá encontrar no final deste guia ou no site da ONG CRIANÇA SEGURA na seção
da biblioteca.
A seguir, apresentamos uma sugestão de estrutura para a realização dos encontros.
Encontro 1
Encontro 2
Plano
de Ação
Um plano de ação pode ser entendido como a parte prática de um projeto social ou, ainda, a estratégia
para lidar com uma determinada realidade.
O plano deverá ser construído coletivamente. Esta metodologia pressupõe que, a partir do momento
em que haja a sensibilização e o reconhecimento da temática dos acidentes pela comunidade escolar,
é possível elaborar alternativas que sejam construídas coletivamente para o enfrentamento desses
desafios.
Ao pensar na prática do Programa CRIANÇA SEGURA na Escola precisamos:
- definir o problema a ser enfrentado: quais os acidentes mais recorrentes da minha comunidade?
Por que eles ocorrem?
55
Lembre-se que além de definir quais são os problemas, será necessário criar uma lista com as prioridades
e qual a ordem de trabalho, levando em consideração os recursos humanos e financeiros que estiverem
ao alcance da equipe escolar.
- definir onde se quer chegar (objetivos e metas): O que você pretende com a realização do
programa CRIANÇA SEGURA na Escola?
A meta e os objetivos são elementos indispensáveis para um plano de ação. Devem ser propostos
buscando a mudança que se deseja conseguir. Eles nos permitem alcançar resultados efetivos, concretos
e claros.
- identificar as pessoas que serão beneficiadas com essa proposta: quais serão as pessoas que
irão se beneficiar com uma proposta como esta?
É importante saber quem irá se beneficiar direta e indiretamente com essas ações
Como funciona
É fundamental que, ao longo destes encontros, todo material utilizado seja disponibilizado aos
professores, pois isso auxilia também na disseminação dentro e fora da sala de aula.
As mudanças de nosso tempo têm transformado a nossa forma de pensar, viver e agir. Em todas
as áreas, temos questionado e revisto nossos métodos e ações, o que vale também para a educação.
Novas buscas são necessárias nesta nova era, chamada de sociedade do conhecimento. E se
pensamos em evolução e construção de um mundo melhor, devemos considerar nossas crianças e
a educação.
As crianças e os jovens são o foco, a razão, a causa e o efeito de nossos esforços. Como pais
e como educadores, nosso desafio atual é compreender a criança que se encontra hoje diante de
nós, para oferecer a ela um ambiente de desenvolvimento sadio e seguro, e uma educação de
qualidade, focada nos temas presentes na vida dos pequenos cidadãos. Uma educação para além do
conhecimento enciclopédico e que priorize as atitudes, competências e possibilidades de lidar com o
mundo.
Das crianças que todos fomos no passado, em uma sociedade menos complexa e de certa forma
mais segura, passamos a uma sociedade veloz, sem tempo a perder, e às vezes até desumana,
57
porque não cuida como deveria de sua base (as crianças e os jovens). Mas isto pode ser modificado
através de ações coordenadas entre Escola e Comunidade, trabalhando-se temas transversais que
discutam as questões da atualidade e o real interesse dos alunos.
Os temas transversais são as questões sociais que permeiam o ensino e a aprendizagem dos
conteúdos das áreas curriculares, permitindo a contextualização dos conhecimentos e proporcionando
ao aluno maior oportunidade de compreensão e relação entre teoria e prática. E que temas transversais
são estes?
A partir da perspectiva mundial, elencamos oito temas transversais de destaque: educação
ambiental, educação para a paz, educação moral e cívica, educação sexual, educação para o trânsito,
educação para a igualdade, educação para a saúde, educação para o consumidor. Veja que todos
estes assuntos fazem parte da nossa vida cotidiana.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional aponta o caminho e coloca os temas transversais
como algo necessário e fundamental na nossa práxis educativa:
“A educação para a cidadania requer que questões sociais
sejam apresentadas para a aprendizagem e a reflexão dos
alunos, buscando um tratamento didático que contemple sua
complexidade e sua dinâmica, dando-lhes a mesma importância
das áreas convencionais” (PCNs - Temas Transversais, 1998).
18 Mestre em Educação, Especialista em Criatividade, Tecnologias Aplicadas na Educação, Psicopedagogo, Palestrante e autor de vários
livros. Visite o site http://www.maxcriar.com.br/
Como funciona
Os temas transversais e a segurança da criança
Sabemos que os temas transversais podem ser trabalhados na escola de forma muito positiva,
através de práticas interativas e integradas, que valorizem a cooperação e a colaboração em ações
inter e multidisciplinares. Mas a questão que nos interessa responder agora é: como os temas
transversais podem ajudar a promover uma infância mais segura?
Milhares de acidentes na infância poderiam ser evitados através da informação. A escola é a nossa
grande fonte de informação e de formação social, o espaço perfeito para trabalharmos a cultura do
cuidado e da prevenção. Nisso entra o importante papel dos temas transversais, como aspectos que
permeiam o currículo escolar e que dialogam com a vida cotidiana da comunidade. A escola formadora
e integrada à vida tem muito a contribuir com a saúde social, como já comprovado em vários países
e em algumas cidades brasileiras.
Os acidentes são eventos inesperados, mas podem sim ser evitados com ações de educação que
integrem informação, atividades formativas de nossas crianças e vivências de atitudes preventivas.
Educadores, pais, crianças, jovens, comunidade, precisamos estar todos unidos e preparados para
explorar os temas transversais voltados à segurança e à saúde global do jovem, debatê-los, difundi-
los e, de fato, apreendê-los. Principalmente, a escola convencional deve se preparar, abrir espaço em
seu currículo e providenciar as ferramentas necessárias para incluir essas temáticas em sua práxis.
Para um começo de caminhada na busca de uma infância mais segura, compartilhamos a seguir
alguns passos importantes para as escolas iniciarem o seu trabalho com temas transversais:
1. Formação e informação dos professores sobre temas ligados à segurança infantil – prevenção
de acidentes de trânsito e domésticos (quedas, afogamentos, queimaduras, intoxicações,
acidentes com eletricidade, entre outros);
2. Atuação por projetos educativos, de forma interdisciplinar;
Como funciona
Trabalho com as famílias
O Programa CRIANÇA SEGURA na Escola trabalha com o tripé professor, aluno e família. A adesão
da família à promoção da cultura da prevenção de acidentes é um fator catalisador para a adoção de
comportamentos saudáveis e seguros por crianças e adolescentes.
Neste sentido, trazer informações para pais, mães, avós, tios e tias torna-se fundamental para a
realização do trabalho na Escola. Uma boa forma de aproximação é apresentar a proposta de ação
por meio de carta, informativo ou reunião. Quanto mais clara estiver a proposta de intervenção, mais
fácil será a adesão desses familiares ao projeto como um todo.
É importante frisar que, no que se refere à prevenção de acidentes, a responsabilidade sobre o
cuidado das crianças não deve recair somente sobre a família. Fatores ambientais e sociais são tão
determinantes quanto os fatores comportamentais.
Cabe à Escola criar espaços para a discussão desses fatores e a busca de soluções viáveis e
duradouras para uma determinada comunidade.
Trabalho em parcerias
Pensar na prevenção de acidentes com crianças e
adolescentes é pensar numa proposta que envolva outros
atores importantes de nossa sociedade. Instituições e
indivíduos podem e devem participar de uma proposta como
esta.
Como já dissemos anteriormente, o apoio do poder público
é fundamental para a realização de um projeto sustentável e
exitoso. Contudo, isso pressupõe uma clara delimitação de papéis, ou seja, ao propor um trabalho em
60 conjunto com o poder público, é importante que tanto para você quanto para os gestores representantes
esteja claro o que cada um fará no Programa Criança Segura na Escola.
A Secretaria de Educação pode contribuir na estruturação e apoio no trabalho de formação com
os professores e no monitoramento das atividades realizadas ao longo do projeto nas escolas. É
importante que os gestores da educação percebam o potencial valor do trabalho com a temática da
prevenção de acidentes.
Neste sentido, é possível propor uma ação integrada com a área da saúde, pois o cuidado e a
educação estão intimamente ligados e a cultura da prevenção de acidentes já está implementada na
área da saúde. Os profissionais de saúde podem ser grandes aliados na sensibilização para o tema a
diferentes grupos de sua comunidade.
Atualmente, as áreas municipais ligadas ao trânsito e à mobilidade urbana também merecem uma
atenção especial, pois são atores sensíveis à causa da promoção da cultura da prevenção e quase
sempre já realizam um trabalho específico com a temática da educação para o trânsito. Com este
grupo é possível reunir forças e potencializar trabalhos.
Outras pessoas e instituições auxiliaram a proposta do Programa. Por exemplo: médicos deram
aulas sobre os acidentes a crianças e à equipe escolar; bombeiros falaram sobre o atendimento de
emergência, incêndios, rotas de fuga; CIT chamou a atenção para a prevenção de envenenamentos;
vitimas puderam relatar que sofreram um acidente e como poderia ter sido evitado; jornais, rádios,
podem divulgar o programa; comércio local pode divulgar; departamento de trânsito, etc.
Possibilidades é o que não faltam! Envolvê-los não só pode facilitar a realização do trabalho como
também pode ampliar o alcance dos resultados das ações.
Canais de comunicação
Nos dias de hoje, com a internet, existe uma vasta opção de canais para veicular nossas mensagens
de prevenção de acidentes com crianças e adolescentes. Cabe a você e sua equipe selecionar o
formato apropriado para veicular as mensagens a partir de alguns critérios:
Custos – campanha nas rádios ou na TV costumam ser muito caras. Por outro lado, existem as rádios
comunitárias que podem divulgar a campanha gratuitamente. A criação de um blog também pode ser
uma boa ideia. O blog é gratuito e pode ser atualizado a toda hora.
Visibilidade – se as pessoas não ouvirem falar do programa, vai ser difícil conseguir seu apoio.
Por esta razão, é preciso escolher uma tática de comunicação que dê visibilidade ao problema e às 61
possibilidades de superação. Uma forma de fazer isso é participar de eventos que tenham grande
visibilidade. Por exemplo, participando de campanhas e ações nacionais como a Semana de Trânsito
(CONTRAN) ou o Dia da Prevenção de Acidentes (ONG CRIANÇA SEGURA), divulgando a campanha
em congressos, seminários, universidades.
Formato/Meio – é o canal de comunicação que vai ser usado para divulgar a mensagem. Geralmente
os formatos mais utilizados são:
- reuniões
- envelopes com materiais e resumos para a imprensa
- comícios públicos
- fóruns comunitários
- cartazes ou folhetos colados e distribuídos em lugares públicos
- abaixo- assinado
- debates públicos
Conteúdo – Ao longo do Programa CRIANÇA SEGURA na Escola é importante que as ações e
atividades sejam compartilhadas com a comunidade escolar.
Por exemplo, ao iniciar os trabalhos com os alunos é extremamente importante que as famílias
sejam comunicadas sobre a realização do projeto. Isso pode ser feito por comunicado escrito/carta,
palestra, cartazes na porta de escola etc. O importante é que as famílias entendam a relevância deste
trabalho e auxiliem na construção de ambientes mais seguros para os alunos e alunas da escola.
Como funciona
Evento Mobilizador
Para o fechamento de um ciclo de atividades do Programa CRIANÇA SEGURA na
Escola é interessante que você organize um evento mobilizador para compartilhar
com um maior número de pessoas as informações e reflexões sobre a prevenção de
acidentes com crianças e adolescentes trabalhadas ao longo do projeto na Escola.
Este evento tem como característica central utilizar as atividades realizadas com
os alunos para discutir e apresentar a prevenção de acidentes à comunidade; por
conta desta característica ficou conhecido como FEIRA DA PREVENÇÃO.
A Feira da Prevenção pode ocorrer, também, em conjunto com outras ações da própria
escola, ou seja, em conjunto com a Feira de Ciências, Culturas etc. O importante
é que a escola amplie seu público com este evento, pois toda a comunidade é
convidada a estar presente aprendendo mais sobre prevenção de acidentes e
prestigiando o conhecimento trabalhado e adquirido pelos alunos. Principalmente,
as famílias vêm prestigiar as atividades desenvolvidas pelos filhos e aproveitam
para aprender sobre prevenção de acidentes com crianças.
62
Etapa 5 -Avaliação
A avaliação é fundamental num projeto educacional. A forma como os resultados serão avaliados
precisa ser definida antes mesmo da proposta se iniciar. Só assim será possível perceber, por exemplo,
se o projeto está se aproximando da meta e dos objetivos que estabelecemos.
É importante entender que a avaliação pode ser um importante instrumento para corrigir rotas e
traçar novos roteiros e repertórios, caso seja necessário. Assim, um processo avaliativo tem que ser
permanente e dinâmico!
A avaliação das ações do Programa CRIANÇA SEGURA na Escola devem ocorrer ao longo do
processo de trabalho (avaliação de processo e de resultados). Isso significa muita observação e
reflexão; para tanto sugerimos que você utilize diversas ferramentas, tais como:
- Avaliação de processo: monitoramento das atividades e reflexão sobre as interações entre equipe
Como o processo
de implementação
pode ser
melhorado?
Que fatores
podem ter
contribuído
para redução
nas lesões
com crianças e
adolescentes na
região?
Vale lembrar que a avaliação não é um bicho de sete cabeças! Todas essas informações estão ao
nosso alcance e são fundamentais para pensarmos no sucesso da nossa empreitada !
Como funciona
Experiência do Programa CRIANÇA SEGURA na Escola
65
67
Escrevo na primeira pessoa, do singular e do plural, por entender que este texto é um documento
de uma história que vivi. Um grupo de pessoas um dia se reuniu por esta causa e criou uma iniciativa
que tem dez anos, ou seja, ainda nem mesmo chegou a sua puberdade. Mas, ainda que jovem, ela
nos encanta e nos inspira a continuar a transformá-la em uma causa adulta.
Nosso objetivo é estimular que mais pessoas e mais grupos se lancem no propósito de fazer as
crianças do Brasil mais lindas, mais felizes, por serem mais seguras.
Para começar, basta querer. Tudo mais vem ajudar. É o que espero contar.
Não quero dizer que seja fácil, mas está longe de ser difícil. Está sim ao alcance de cada brasileiro,
cidadão de uma sociedade que vai melhorar pelo conhecimento e dedicação de cada um.
Se notarem que me movimento entre o singular e o plural, além de um efeito estético, quero
mostrar que nada se fez e nem se faz, sozinho. E mostra como a diversidade traz riqueza.
A origem
Aqui falo apenas por mim, deixando espaço a que cada um apresente sua trilha até o ponto
inicial.
Eu sou engenheiro e um dia vim trabalhar na Johnson & Johnson (J&J). Foi na Johnson & Johnson
que recebi e dei aulas diárias de prevenção de acidentes, mas nada fantasiosas, pelo contrário:
simples, eficientes, eficazes. Frutos de uma visão e uma missão: ter um ambiente de trabalho que não
lesione o trabalhador. Depois do ovo em pé, fica fácil, mas você já observou quão absurdo é pensar
68
que o trabalho machuca e incapacita pessoas? Pois ainda tem muita gente que acha que “acidente
acontece” ou que “faz parte” do trabalho.
No meu trabalho de engenheiro e depois de administrador, aprendi que isto é possível e que,
inclusive, não custa mais caro. Eis aqui a grande transformação interior: acreditar.
Encurtando pouco mais de dez anos de experiência na empresa, no final da década de 90 eu já
acreditava nisto, no fundo da alma. E me inquietava com alguns dilemas:
• O que sustenta o ambiente seguro?
• Porque aceitamos correr riscos?
• Como é que a cultura de prevenção se instala e como permanece?
• Como é possível que as pessoas vivam dois mundos com padrões de nível de acidentes tão
diversos, dentro e fora da empresa?
Por detrás disto estava um desejo de ver o ambiente seguro também fora do trabalho.
Estas coisas andavam na minha mente junto com a percepção de que a sociedade melhora sempre,
mas por processos nem tão claros. Um exemplo daquela época: o novo código de trânsito brasileiro
entrou em vigor e deu prá perceber mudanças imediatas no comportamento das pessoas. Nem toda
a melhora permaneceu, mas o conjunto ficou mais ordenado e seguro.
20 Diretor de EHS Regional da Johnson&Johnson. Voluntário da CRIANÇA SEGURA desde 2001 quando implantou o
Programa CRIANÇA SEGURA na Escola em São José dos Campos.
O grupo
Tenho receio de esquecer nomes, e ser injusto. Mas se um dia minha memória do programa
CRIANÇA SEGURA na Escola ficar reduzida a três palavras, estas seriam: Isídio Duarte, Bernard
Reinesch e José Cividanes.
Lembro-me bem de nossa conversa na sala de reuniões, junto com a Luciana OReilly (coordenadora
Nacional da CRIANÇA SEGURA na época) e uns dois ou três mais. A questão era bem clara: temos
que trazer a CRIANÇA SEGURA para São José dos Campos!
O desafio foi lançado: temos que fazer um trabalho sem recursos.
A idéia
69
Discutimos que seria interessante se fizéssemos algo que as sedes oficiais da CRIANÇA SEGURA
não estavam contemplando na época.
Bom, a Johnson & Johnson conhece crianças, bebês. Nosso espaço “natural” seria a casa da
família.Até aí, tudo bem, mas como chegar até lá?
Depois de muito pensar chegamos a conclusão de que através da escola poderíamos chegar na
família.
Em meio à alegria por encontrar uma saída, outras perguntas e dilemas se apresentaram: mas será
que a mensagem é mais bem recebida por alguma classe social? Aliás, será que a sociedade brasileira
se interessa por um tema destes? Quem? Igualmente para pobres, classe média e “privilegiados”?
Uma parcela grande ou apenas uns poucos?
Tínhamos que experimentar. Propusemos desenvolver o projeto como um piloto numa escola
particular (classe privilegiada), numa estadual de bairro de classe média e outra escola na periferia.
Felizes, encerramos a reunião.
Só nos esquecemos de definir o que fazer.
Expandindo
Os voluntários cresceram em número e diversidade. Juntamos gente da empresa, Corpo de
70
Bombeiros, prefeitura, imprensa, médicos e outros mais.
O projeto precisava agora ser aplicado em mais escolas e os voluntários seriam a forma de atingir
mais professores, mais locais, divulgar a idéia.
Ganhamos um grande aliado: a secretária de Educação do município de São José dos Campos
abraçou a causa e propôs que o tema fizesse parte da grade curricular, como tema transversal às
disciplinas.
A secretária, professora Maria América, convidou primeiro um grupo de cerca de 20 diretores que
levaram ao início do trabalho com 16 escolas.
Em nosso primeiro ano depois do piloto, saltamos de 3 para 16 escolas.
E a coisa andava assim: engenheiros e administradores falando aos dirigentes das escolas sobre o
tema e como fazer o processo. Surgiram idéias, entre elas de criar a semana da CS, com uma “feira”
de projetos, cartazes e stands com materiais criados pelas crianças.
Muito mais gols, muito mais gente atingida. O projeto se espalhou. Contagiava. Estávamos
felizes.
Motivação
A energia que vem dos voluntários é impressionante e se multiplica de forma até inexplicável. E
tudo se baseia em uma coisa simples: motivação.
Nós aprendemos que o programa CRIANÇA SEGURA na Escola anda movido pela energia que
vem de múltiplas fontes:
• Os acidentes e os “quase-acidentes” são uma realidade. Muitas pessoas viram isto bem de
perto. Elas podem sair do silêncio e do medo para uma ação de prevenção.
• Falar de criança encanta e facilita.
• É fácil melhorar quando nada foi feito. No Brasil, em matéria de cultura de prevenção de
acidentes estamos saindo da idade da pedra... lascada!
• Há líderes que arrastam.
Estes dilemas, antes de nos paralisar, nos motivam a continuar. Queremos chegar a todo o país
com a mensagem da prevenção!
O que sabemos
Dá certo! No seio da nossa população, a causa tem uma acolhida garantida.
Que a visão do todo, o olhar do conjunto da sociedade, é a chave para um caminhar suave e
seguro. A sinergia entre as muitas iniciativas, de diversas fontes e naturezas, nos diz isto. É como uma
floresta. Se uma árvore cai, as outras ao seu redor ajudam a que uma nova venha nascer naquele
vazio. Se alguém faltar, se um deslize ocorrer, o restante da comunidade protege e supera a falta.
Sabemos que ainda falta muito por ser feito. São apenas dez anos. Mas temos certeza que a
puberdade do Criança Segura na Escola vai ser acompanhada por muitos pais!
72 Meu reconhecimento, cumprimento e principalmente agradecimento a as pessoas que nos
trouxeram até aqui cheios de alegrias e histórias.
E certamente, com crianças muito mais seguras.
Parabéns! Obrigado, em nome das famílias!
Sites Educativos
http://www.monica.com.br/institut/transito/
Portal da Turma da Mônica – histórias em quadrinho com o tema trânsito, sugestões de jogos,
exercícios.
http://www.educacaotransito.pr.gov.br/
Portal de educação para o trânsito. Vasto conteúdo sobre o tema. Incentivo a discussão sobre trânsito
dentro e fora das salas de aula.
http://www.denatran.gov.br/educacao.htm
Departamento Nacional de Trânsito – Publicações de livros sobre trânsito. Disponibilidade de fazer
download do arquivo.
http://www.perkons.com.br/educacao/index.php
Perkons - Soluções para ambientes seguros no trânsito (links educativos sobre o trânsito).
http://www.monica.com.br/institut/edu-tran/welcome.htm
O DETRAN SP, juntamente com Mauricio de Sousa, acabam de lançar a Revista “Educação no trânsito 73
não tem idade”.
http://www.edutec.srv.br/?secao=4906&categoria=13931&id_noticia=31803
A Edutec desenvolveu este projeto visando abordar a educação e segurança no trânsito em sincronia
com conteúdos multidisciplinares, abordando também os temas transversais. Nosso software e nosso
portal Educação para o Trânsito que contém linguagem pedagógica, com ilustrações, animações e
atividades que são trabalhados de maneira fácil e prazerosa.
http://www.canalkids.com.br/cidadania/transito/
Portal do Canalkids com dicas, testes, filmes de trânsito, cidadania e meio ambiente.
http://www.detran.se.gov.br/jogos.asp
Detran – Jogos
http://www.clickcarros.com.br/site/index.php?page=jogosTransito
Jogos, de educação de trânsito, para aprender brincando a memorizar placas e leis de trânsito.
Referências e Sites
http://andarnotransito.no.sapo.pt/framejt1.htm
Jogo Interativo trânsito
http://www.ufrgs.br/GPECT/RP_01/default.asp
Objetos educacionais (jogos, animações, lâminas em PowerPoint, depoimentos, artigos, etc.) que
servirão de apoio para elaboração de projetos, pesquisas e atividades educativas em geral, que
tenham como foco principal a educação para o trânsito. Jogos, animações, imagens, artigos, entre
outros recursos, que poderão contribuir e enriquecer o seu trabalho.
http://www.ufrgs.br/GPECT/RP_01/busca.asp#
Jogos de trânsito para download
http://guiadobebe.uol.com.br/guiadebrinquedos/index.htm
Guia do bebê – Guia de Brinquedos
http://www.abrinq.com.br/
Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos. Guia dos brinquedos e do brincar.
http://www.sbp.com.br/
Sociedade Brasileira de Pediatria
74
http://meninomaluquinho.educacional.com.br/PaginaExtra/default.asp?id=1188
Menino Maluquinho – Queimadura
Preparado pela equipe pedagógica do Portal Educacional, o Especial conta a história das festas
juninas e dos santos católicos que são homenageados nessa época e fala sobre a culinária típica das
festas juninas em cada região do país.
E como festa junina tem que ter muita música e dança, o Portal Educacional dá as letras de alguns
clássicos do folclore nacional, como “Pula a fogueira”, e conta a origem da tradicional quadrilha e de
outras danças que animam as comemorações em todo o país.
O Portal Educacional e o Menino Maluquinho também dão muitas dicas de brincadeiras típicas das
festas juninas. E, para garantir a alegria da festa, o Menino Maluquinho adverte sobre os riscos de
soltar balões, uma atividade perigosa e proibida que provoca inúmeros incêndios, queimaduras e
outros acidentes graves.
http://www.sbp.com.br/show_item2.cfm?id_categoria=24&id_detalhe=388&tipo_detalhe=s
Sociedade Brasileira de Pediatria – Artigo: Acidentes no Lar
http://conselho.saude.gov.br/comissao/acidentes_violencias2.htm
Ministério da Saúde – Política Nacional de redução da morbimortalidade por acidentes e violência
http://saude.terra.com.br/interna/0,,OI121756-EI1513,00.html
Afogamento. Primeiros Socorros. Passo-a-passo de socorro à vítima de afogamento.
http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/idb2002/matriz.htm
Saúde. Indicadores básicos para a saúde no Brasil.
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www.estradas.com.br
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Trânsito
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www.zeroacidente.org.br
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Transriver - Conhecimento básico das regras de trânsito.
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IDELT - Treinamentos e Palestras. Saúde. - Alcoolismo - Prevenção a AIDS - Tabagismo. Trânsito.
Código de Trânsito Brasileiro - Segurança no Trânsito.
www.estradas.com.br/orgprogrodtrans.htm
Órgãos e Programas Rodov. e de Trânsito. Instituto Nacional de Segurança no Trânsito, Ministério dos
Transportes do Brasil e outros.
Referências e Sites
www.der.mg.gov.br
DER/MG - Essa ação integra o programa de educação e segurança no trânsito do DER/MG - o
Programa SOS TRÂNSITO - Um Projeto de Vida - implementado pelo órgão.
www.puc-rio.br/parcerias/cipa/saud_saudtrab.html
CIPA - PUC/RIO - Aspectos Legais Ordem e Limpeza Lesões Por Esforços Repetitivos Stress Câncer
Tabagismo Segurança no Trânsito Extintores de Incêndio Segurança no Lar.
http://www.detran.rn.gov.br/pensd_transit/artigo_18.htm
DETRAN RN - Detran apresenta os procedimentos para o bem-estar, paz e segurança no trânsito dos
cidadãos.
http://www.abramcet.com.br
ABRAMCET - Site da associação apresenta Projeto Educação e Segurança no Trânsito
www.datacity.com.br/legislacao/res_htm/res_cont.cfm
ANPET - Projeto de Ensino de Transito nas Escolas; Inspeção Veicular; SEDUTRAN Concurso de
Trânsito; Comissão de Segurança no Trânsito de Campinas;
http://www.fiocruz.br/sinitox/sinitox2001.htm
SINITOX: Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas
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http://www.anvisa.gov.br/
Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
http://www.institutoproqueimados.com.br/frameset_queimadura.htm
Instituto Pró Queimados
http://www.fiocruz.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?tpl=home
Fundação Oswaldo Cruz
http://www.novomilenio.inf.br/cubatao/lore0418.htm
“Prevenção de acidentes no lar” – Recado Dado!
Texto sobre prevenção de acidentes domésticos de dois alunos (sétima série) de uma EMEF que
ganharam o concurso promovido pela Polícia Militar/ Bombeiro sobre prevenção de acidentes no lar,
com o texto: Recado dado!
http://ww2.prefeitura.sp.gov.br/arquivos/secretarias/saude/vigilancia_saude/dant/0001/Almanaque1.pdf
Projeto Laje: Saúde e Comunidade prevenindo quedas.
Texto explicativo de um projeto sobre prevenção em quedas de laje que ocorre na região leste de São
Paulo (página 8).
http://www.criancasegura.com.br/downloads/pesquisa/Apostila%201.pdf
I Fórum de Prevenção de Acidentes com Crianças. São Paulo, 27 de abril de 2004.
http://www.unifor.br/noticia/file/513.pdf
O Lúdico na Prevenção de Acidentes com Crianças de 4 a 6 anos.
http://calvados.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/refased/article/viewArticle/5059
79
Prevenção de Acidentes no Ambiente Doméstico: Discutindo o Comportamento Preventivo na Família.
Éllen Cristina Santana Aleixo, Magda Lúcia Félix de Oliveira
http://www.scielo.br/pdf/rsp/v34n4/2541.pdf
Acidentes de Mordeduras de Cães na Infância. Luiz Antonio Del Ciampoa, Rubens Garcia Riccoa,
Carlos Alberto Nogueira de Almeidab, Luís Roberto de Castro Martins Bonilhac e Tarcila Corrêa
Carvalho dos Santos. Publicado na Revista de Saúde Pública, São Paulo, 2000
http://www.pediatriasaopaulo.usp.br/upload/pdf/245.pdf
Acidentes na Infância. Luiz Antonio Del Ciampo1, Rubens Garcia Ricco
Departamento de Puericultura e Pediatria F.M. R. Preto U.S.P.
http://www.scielo.br/pdf/rsp/v21n3/08.pdf
Características Epidemiológicas dos Acidentes na Infância. Carmen Vieira de Sousa Unglert, Arnaldo
Augusto Franco de Siqueira, Gizélia Andrade Carvalho.
Artigos
http://www.alobebe.com.br/site/revista/reportagem.asp?Texto=29
Alô Bebê. Cuidado com os acidentes domésticos. Prevenção de Acidentes na Infância
http://www.atica.com.br/entrevistas/?e=5
Para crianças espertas, dicas sobre segurança. Entrevista com Aline Angeli, autora do “Livro das
Emergências” - O que toda criança esperta precisa saber sobre segurança. Responsável também
pelas belas ilustrações, a jornalista trata no livro de questões essenciais sobre segurança e prevenção
de acidentes infantis. Aline faz algumas indagações importantes, como: o que uma criança deve fazer
caso se perca dos pais? Onde existe perigo dentro de casa? E na rua?
http://www.alobebe.com.br/site/revista/reportagem.asp?Texto=328
Alô Bebê. Queimadura Infantil. Como evitar e tratar.
http://www.scielo.br/pdf/rlae/v11n3/16550.pdf
Segurança com Brinquedos de Parques Infantis: Uma Introdução ao Problema
Maria de Jesus C. S. Harada, Mavilde da L. G. Pedreira, Janaina Trevizan Andreotti.
http://bicicletanavia.multiply.com/journal/item/27
Pesquisadores do trânsito testam idéias inovadoras para nos salvar desse engarrafamento. Por Pedro
Burgos
80
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDG63564-6014-307,00.html
Risco iminente. Milhares de crianças morrem em casa, em acidentes evitáveis e previsíveis. Revista
Época.
http://www.scielo.br/pdf/rsp/v21n3/08.pdf
Artigo: Características Epidemiológicas dos Acidentes na Infância. Carmen Vieira de Sousa Unglert,
Arnaldo Augusto Franco de Siqueira, Gizélia Andrade Carvalho.
http://www.scielo.br/pdf/csp/v20n4/14.pdf
As causas externas no Brasil no ano 2000: comparando a mortalidade e a morbidade. Vilma Pinheiro
Gawryszewski, Maria Sumie Koizumi, Maria Helena Prado de Mello-Jorge
http://www.scielo.br/pdf/csp/v14n2/0107.pdf
Da denúncia à impunidade: um estudo sobre a morbi-mortalidade de crianças vítimas de violência.
Romeu Gomes.
http://www.criancasegura.com.br/downloads/pesquisa/Artigo%207.pdf
Estudo dos acidentes na infância em um pronto socorro pediátrico. Fernanda Rocha, Fodor Filócomo,
Maria de Jesus C. Sousa Harada, Conceição Vieira Silva, Mavilde da L.G. Pedreira. Publicado na
Revista Latino Americana de Enfermagem, 2002
http://www.criancasegura.com.br/downloads/pesquisa/Artigo%208.pdf
Programa de Redução da Morbimortalidade por Acidentes de Trânsito: Mobilizando a Sociedade e
Promovendo a Saúde - Projeto Promoção da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde/MS. Publicado
na Revista de Saúde Pública 2002
http://www.criancasegura.com.br/downloads/pesquisa/Artigo%209.pdf
Perfil epidemiológico do trauma ocular penetrante antes e após o novo código de trânsito. Paulo
Caldas Silber, Luciene Barbosa de Souza, Maira Tiyomi Sacata Tongu
Publicado no Arquivo Brasileiro de Oftalmologia, 2000.
http://www.criancasegura.com.br/downloads/pesquisa/Artigo%2010.pdf
Ações de prevenção dos acidentes e violências em crianças e adolescentes, desenvolvidas pelo setor 81
público de saúde de Fortaleza, Ceará, Brasil. Augediva Maria Jucá Pordeus, Maria de Nazaré de
Oliveira Fraga, Thaís de Paula Pessoa Facó
Publicado no Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, 2003
http://www.criancasegura.com.br/downloads/pesquisa/Artigo%2011.pdf
As medidas de segurança no trânsito e a morbimortalidade intra-hospitalar por traumatismo
craniencefálico no Distrito Federal. Luciano Farage, Vinícius Sardão Colares, Mário Capp Neto, Mara
Cabral Moraes, Márcia Cartaxo Barbosa, João De Abreu Branco Júnior. Publicado na Revista da
Associação de Medicina Brasileira, 2002
http://www.criancasegura.com.br/downloads/pesquisa/Artigo%2012.pdf
Acidentes com crianças e sua evolução na região de Campinas, SP. Emílio C.E. Baracat, Karen
Paraschin, Roberto J.N. Nogueira, Marcelo C. dos Reis, Andréa M.A. Fraga, Giuseppe Sperotto.
Publicado no Jornal de Pediatria, 2000
Artigos
http://www.criancasegura.com.br/downloads/pesquisa/Artigo%2013.pdf
Segurança com brinquedos de parques infantis: uma introdução ao problema
Maria de Jesus C. S. Harada, Mavilde da L. G. Pedreira e Janaina Trevizan Andreotti
Revista Latino-Americano de Enfermagem, 2003.
http://www.criancasegura.com.br/downloads/pesquisa/Artigo%2014.pdf
Impacto econômico das causas externas no Brasil: um esforço de mensuração
Roberto F. Iunes. Revista de Saúde Pública, 1997
http://www.criancasegura.com.br/downloads/pesquisa/Apresentacao%200.pdf
Mobilidade Urbana Sustentável. Dr. Renato Boareto. Apresentado no Seminário Internacional de
Políticas para melhorar a segurança no trânsito na América Latina e no Caribe, Brasília, 2004
http://www.criancasegura.com.br/downloads/pesquisa/Apresentacao%201.pdf
Perfil Epidemiológico de Mortalidade por acidentes de trânsito. Secretaria de Vigilância em Saúde,
Ministério da Saúde. Apresentado no Seminário Internacional de Políticas para melhorar a segurança
no trânsito na América Latina e no Caribe, Brasília, 2004
http://www.criancasegura.com.br/downloads/pesquisa/Apresentacao%202.pdf
O relatório mundial sobre prevenção dos traumatismos causados pelo trânsito. Dr. Alberto Concha-
82 Eastman, SDE/OPAS. Apresentado no Seminário Internacional de Políticas para melhorar a segurança
no trânsito na América Latina e no Caribe, Brasília, 2004
http://www.criancasegura.com.br/downloads/pesquisa/Apresentacao%202.pdf
Políticas públicas pela Segurança nas Vias Terrestres. Sociólogo Hugo Acero, Consultor OPAS,
Colômbia. Apresentado no Seminário Internacional de Políticas para melhorar a segurança no trânsito
na América Latina e no Caribe, Brasília, 2004
Livros
4. TÍTULO: Plantas tóxicas - conhecimento e prevenção de acidentes
Autores: Rejane B. Oliveira, Silvana A. P. Godoy e Fernando B. Costa
Editora: Holos
10. TÍTULO: Síndrome do Caracol - seu carro: sua casa sobre rodas
Autora: Neuza Corassa
Editora: Juruá
Assunto: Você que está se preparando para sair de casa já parou para pensar que
tipo de motorista é? Calmo ou ansioso? A psicóloga Neuza Corassa especialista
em trânsito pesquisou o comportamento dos motoristas durante 10 anos e definiu
5 tipos: os donos do mundo, os de comportamento mascarado, os cautelosos, os
ansiosos e os perigosos por natureza.
A psicóloga coloca que muitas vezes o motorista enxerga o carro como um
território particular, como se estivesse em casa, sobre este grande laboratório
que é o trânsito.
Livros
11. TÍTULO: Violência e Criança
Autora: Marcia Maria Westphal
Editora da Universidade de São Paulo - EDUSP
Assunto: Especialistas de várias áreas do conhecimento reuniram-se durante
o Seminário Internacional Violência e Criança, realizado na USP, para discutir
a questão da violência contra a criança e o jovem. O resultado dessa rica troca
de experiências entre pesquisadores das áreas de saúde e ciências humanas
do Brasil, Israel e EUA é reproduzido neste livro. São apresentados dados
estatísticos sobre a evolução dos índices de violência no Brasil, sobre a situação
em Israel e nos EUA, e a questão da proteção aos direitos das crianças. Encerra
o volume a apresentação das “falas” dos jovens que vivenciam diferentes
formas de violência, fazendo interessante contraponto aos debates teóricos. O
restabelecimento da paz é um esforço que deve ser enfrentado pelos diversos
setores da sociedade; e este livro é uma contribuição importante da Universidade
para sua concretização.
Livros
17. TÍTULO: Como Proteger seus Filhos
Autor: Gavin de Becker
Editora: Sextante
Assunto: Todos nós sabemos que em muitos momentos há inúmeras razões para
nos preocuparmos com a segurança de nossos filhos. A pergunta é: quais são
esses momentos?
Este livro trata da segurança de crianças e adolescentes a partir das situações de
violência nos Estados Unidos. Embora a maior parte dos comportamentos humanos
seja universal, alguns aspectos são específicos de uma determinada cultura. Na
sociedade americana, por exemplo, as armas de fogo são mais numerosas do que
os adultos, e constituem a principal causa de morte entre adolescentes. Apesar de
não ser este o caso do Brasil, há algo importante a aprender com a experiência
americana.
Alguns dos riscos que as crianças correm são universais. Ao mostrar a dimensão
exata desses riscos (em vez daquilo que a nossa imaginação pode fantasiar), e a
forma de preveni-los e enfrentá-los, este livro lhes dará instrumentos para garantir
a segurança de seus filhos e a sua própria tranqüilidade. Ele lhes ensinará também
a confiar na capacidade de sua intuição para distinguir sinais de perigo real dos
sinais criados pelo medo.
Livros
Referências
BRASIL. Lei Federal n. 9394, de 20 de dezembro de 1996 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional.
MARINO, E. Manual de avaliação de projetos sociais. São Paulo: Saraiva: Instituto Ayrton Senna,
2003.
OPAS. Escuelas promotoras de la salud: entornos saludables y mejor salud para las generaciones
futuras. Washington, 1998
WHO. World reporton child injury prevention: Washington, US World Health Organization, 2008.
91
Referências
ANEXOS
92
Check-list de prevenção
Escola:
Avaliadores:
Data da avaliação:
Observações:
Dormitórios / Salas Aceitável Inaceitável N/A
Observações:
Observações:
Parque Aceitável Inaceitável N/A
Observações:
Observações:
Saúde , segurança e meio ambiente Aceitável Inaceitável N/A
Observações:
Área de serviço Aceitável Inaceitável N/A
Observações:
Observações:
Específicos Aceitável Inaceitável N/A
Observações:
Assinaturas:
O objetivo do caderno de ocorrências é reconhecer os tipos de acidentes, obter um banco de dados dos
casos e adaptar as estratégias de prevenção e mais segurança à realidade de cada lugar.
Esses dados facilitam o registro dos casos e a análise da situação escolar que se vivencia em cada
região da cidade. Com esforços de toda equipe, conseguiremos mensurar os casos, elaborar campanhas
específicas de prevenção, trazendo benefícios concretos para toda comunidade.
Tabela com resumo dos acidentes e as principais formas de prevenção
A seguir você encontrará uma tabela com o resumos dos acidentes mais recorrentes com crianças e
adolescentes
Atropelamento
As crianças estão • têm dificuldade em julgar a velocidade, distância e direção dos carros
em risco por que...
• acham que o carro pode parar imediatamente
• pensam que se elas veem o carro, ele também pode vê-las
têm dificuldade em reagir ao perigo
você sabia que... • a coisa mais importante para ensinar um comportamento de pedestre seguro
é praticá-lo junto às crianças: atravessando as ruas nas esquinas, olhando para
ambos os lados, usando os sinais de trânsito e faixas para pedestres, sempre
que possível, e fazendo contato nos olhos dos motoristas antes de atravessar na
frente deles?
você sabia que... • de acordo com o Código Brasileiro de Trânsito, crianças devem viajar no banco
traseiro até 10 anos de idade?
• crianças no banco de trás tem de 35% a 50% menos probabilidade de morrer
em um acidente de carro?
• cadeiras de segurança, quando instaladas e usadas corretamente, diminuem
os riscos de lesões em até 71%?
• elas também reduzem em 69% a necessidade de hospitalização na faixa etária
até 4 anos?
• a maioria dos acidentes ocorre perto de casa e em ruas com baixos limites de
velocidade?
• crianças no banco da frente podem ser seriamente machucadas pelo air bag?
• a bebida alcoólica é responsável pela maioria dos acidentes?
erros mais comuns • usar uma cadeira imprópria para a idade e tamanho da criança
• colocar uma criança menor de um ano de idade ou com menos de 9 kg em uma
cadeira
• não instalar a cadeirinha bem presa ao banco do carro
• não colocar a criança corretamente na cadeira de segurança
• instalar a cadeirinha no banco da frente
dicas para o uso • Leia o manual de instrução da cadeira de segurança e do veículo
de cadeiras de cuidadosamente para uma instalação correta
segurança
• a cadeira de segurança deve estar bem presa ao assento do carro, por meio do
cinto de segurança - ela não pode mover-se mais do que 2 cm de um lado para o
outro
• o banco da frente deve ser a última opção para instalar a cadeira de segurança,
principalmente nos carros que possuem air bag de passageiro. Caso seja
inevitável, afaste o banco dianteiro o máximo possível do painel do veículo e
desative o air bag
• não utilize uma cadeira de segurança que tenha se envolvido em um acidente
• esteja atento ao selo de certificação de Padrões de Segurança (Européia ou
Americana). O Brasil possui a NBR 14400, norma que estabelece os requisitos
de segurança de dispositivos de retenção para criança em veículos (cadeirinha e
assento auxiliar).
Afogamento
você sabia que... • uma criança nunca deve ser deixada sem supervisão dentro ou próxima da
água, mesmo em piscina rasas? Lembre-se, crianças podem se afogar em um
pouco de água e isso pode acontecer de repente.
• atravessar o quarto para pegar uma toalha (10 segundos), uma criança dentro
da banheira pode ficar submersa
• atender ao telefone (2 minutos), aquela criança pode perder a consciência
• receber um pacote na porta da frente (4 a 6 minutos), uma criança submersa
na banheira ou piscina pode ficar com danos permanentes no cérebro
é importante que... • todos os baldes, embalagens e piscinas infantis estejam vazios depois do uso
e guardados longe do alcance das crianças
• a tampa do vaso sanitário seja mantida fechada
• haja equipamento de resgate, um telefone e números de emergência próximos
das piscinas
• as piscinas estejam protegidas por cercas e capas
a criança deve... • vestir sempre um colete de segurança quando próxima a rios, mares, lagos e
piscinas
• sempre nadar com um companheiro. Nadar sozinha é muito perigoso
• saber usar equipamentos de segurança e onde estão localizados os números
de emergência
Obstrução das vias aéreas
as crianças estão em • estão na fase de descobrir o mundo com os sentidos, colocando objetos na
risco por que... boca e com isso podem se engasgar
• até 3 anos são mais propensas a sofrer engasgamento porque têm tendência
a colocar pequenas coisas na boca e por causa do pequeno tamanho de suas
vias aéreas
• brinquedos podem se tornar muito perigosos se utilizados de maneira
incorreta ou se dados a crianças ainda muito pequenas para brincar com eles
você sabia que... • tudo o que couber dentro de uma caixa de filme fotográfico pode ser engolido
por uma criança, por que a traquéia é um órgão elástico e por ela podem
passar objetos que, aparentemente, são muito grandes para uma criança
engolir?
Sufocação
os bebês estão em • seu rosto pode ficar encoberto no lençol, travesseiro ou outra roupa de cama
risco por que... macia e podem sufocar-se
• as grades do berço podem causar morte por estrangulamento ou sufocação
• estão na fase de descobrir o mundo com a boca e, por isso, podem se
engasgar com pequenas partes de objetos encontrados no chão
é importante que... • a escolha do berço seja uma opção cautelosa, principalmente em relação aos
berços antigos
• sejam observados os espaços entre as grades de proteção do berço, bebês
podem se machucar entre elas
• sejam removidos todos os brinquedos e travesseiros do berço quando o bebê
estiver dormindo, para reduzir o risco de asfixia
• sejam mantidos camas e berços longe de janelas e cortinas
• brinquedos com correntes tiras e cordas com mais de 15 cm sejam evitados,
pois geram o risco de sufocação
o bebê deve... • dormir em colchão firme de barriga para cima, coberto até a altura do peito
com lençol ou manta que estejam presos embaixo do colchão. O colchão
deverá estar bem preso ao berço (não mais do que dois dedos de espaço entre
o berço e o colchão) e estar sem qualquer embalagem plástica
Quedas
as crianças estão em • o tamanho da cabeça é maior em proporção ao resto do corpo. Por isso, ao
risco por que... cair, a tendência é que a cabeça vá ao chão, podendo causar sérios riscos
• a maioria dos acidentes com brinquedos dirigíveis ocorrem quando as
crianças caem dos brinquedos
você sabia que... • queda é a principal causa de admissão hospitalar entre crianças e
adolescentes até 14 anos?
• o andador é responsável por mais acidentes que qualquer outro produto
infantil destinado a crianças entre 05 e 15 meses? A maior parte dos
acidentes resulta de quedas em escadas ou simplesmente por tropeços
• brinquedos de locomoção, principalmente bicicletas, estão associados a
mais acidentes que qualquer outro grupo de brinquedos? Acidentes fatais
podem ocorrer quando a criança é atingida por um veículo automotor ou
quando a criança vai em direção a piscinas, lagos, rios, etc.
é importante que... • crianças menores de 6 anos não durmam na cama de cima do beliche. Se
necessário for, coloque proteções que evitem uma queda
• seja mantida uma mão no bebê durante a troca de fraldas
• o bebê não seja deixado em camas, móveis ou outros objetos altos
• seja evitado andador com rodas, dê preferência ao cercado
• brinquedos dirigíveis não sejam utilizados próximos a escadas, tráfegos,
piscina, lagos etc
• grades e telas sejam instaladas nas janelas
não sejam colocados móveis próximos a janelas
• sejam usadas grades seguras no topo e pés de escadas; quedas desse tipo
significam sérias lesões
a criança deve... • ser ensinada a respeito do perigo das quedas e saber evitar locais altos que
não ofereçam proteção
Queimaduras
você sabia que... • a maioria dos incêndios residenciais com mortes na faixa etária até 9 anos
ocorre quando eles estão tentando escapar, mas não são capazes de agir ou
estão agindo irracionalmente? Preparação e informação são os elementos
chaves para prevenir tragédias com queimaduras; uma criança preparada
tem maior probabilidade de escapar ilesa de um incêndio
• Cerca de 150 mil pessoas por ano sofrem queimaduras graves por
acidente com álcool líquido e, deste total, 45 mil são crianças?
• mais de 80% das vítimas de queimaduras durante os festejos juninos
são crianças? Os motivos para essa alarmante incidência: a imprudência
no uso de materiais inflamáveis e explosivos (fogos de artifício, balões) e
brincadeiras perto das chamas das fogueiras.
é importante que... • não seja permitido a crianças pequenas o manuseio de fogos de artifício
• todos os líquidos inflamáveis sejam guardados fora de casa
• fósforos, isqueiros e outras fontes de energia sejam tiradas do alcance das
crianças
• muitos aparelhos eletrônicos não estejam ligados numa mesma tomada
• as fiações antigas sejam substituídas por novas
• brincadeiras com pipa ocorram longe dos fios de alta tensão
• os cabos das panelas estejam sempre virados para dentro
• crianças não se aproximem do fogão enquanto este ainda estiver quente
• não se manuseiem líquidos ou comidas quentes próximos às crianças
• não sejam guardados doces ou comidas em cima do fogão
• seja tomado muito cuidado com o álcool, o vilão das queimaduras infantis
• não seja largado ferro elétrico ligado
• as tomadas sem uso fiquem cobertas
a criança deve... • aprender a arrastar-se embaixo da fumaça, pois crianças são facilmente
intoxicadas por fumaças e gases tóxicos
• saber que nunca deve voltar para um local em chamas
• aprender a ação “pare, caia e role” no caso de sua roupa estar em chamas
Envenenamento
as crianças estão em • a forma delas conhecerem o mundo é através dos sentidos, especialmente
risco por que... pela boca
• sofrem conseqüências mais sérias, pois seus organismos são menos
capazes de lidar com toxinas químicas
você sabia que... • a grande maioria de casos de exposição a veneno acontece em casa?
• crianças podem ser envenenadas por produtos de limpeza e higiene,
cosméticos, plantas, pesticidas, produtos artísticos, medicamentos e
vitaminas?
você sabia que... • colocar o capacete pode reduzir o risco de lesões na cabeça, inclusive
traumatismo craniano, em até 85%?
• é estimado que 75% das mortes com crianças podem ser evitadas com o
uso do capacete?
• criança que usa capacete inclinado para trás tem 52% de risco maior que
aquelas que o usam corretamente?
• crianças entre 11 e 14 anos andam em torno de 50% mais rápido que a
maioria dos ciclistas?
a criança deve... • usar capacete apropriado ao tamanho dela, que fique centralizado na
parte de cima da cabeça, ajustado e preso sob o queixo
• usar um capacete que não fique balançando de um lado para o outro
• ser capaz de encostar os pés no chão quando está sentada na bicicleta
• ser supervisionada até que desenvolva as habilidades necessárias para o
trânsito
ensine a criança a ... • andar com o trânsito, não contra ele. Andar o mais próximo da direita
possível
• usar sinais de mão apropriados
• respeitar os sinais de trânsito. Parar em todos os sinais vermelhos
• parar e olhar para ambos as lados antes de entrar numa rua
• olhar para trás e esperar o trânsito que vem de trás antes de virar para a
esquerda no cruzamento
• não andar quando estiver escuro. Se andar ao anoitecer ou de
madrugada, é imprescindível usar material reflexivo na roupa ou na bicicleta
e usar luz na bicicleta
• verificar se os freios da bicicleta estão funcionando, as marchas estão
se movendo com facilidade e se os pneus estão seguros e devidamente
cheios