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CAPÍTULO III – NARRANDO E COMPONDO SENTIDOS DAS

EXPERIÊNCIAS DE TUTORIA EM UM CURSO SEMIPRESNECIAL LETRAS


INGLÊS
Neste capítulo, narro as minhas experiências vividas durante o período em que
atuei como professor-tutor no Instituto John da Universidade UniDa. As narrativas
referem-se a experiências vividas nas disciplinas: i) Língua Inglesa: Texto e Discurso
2016-2; ii) Estágio II: Ensino das Habilidades Comunicativas da Língua Inglesa e iii)
Ensino da Habilidade de Leitura em Inglês Instrumental – 2017-1. Logo após, narrar as
minhas experiências, apresento as tentativas de composição de sentidos, segundo os
cinco temas que discuto. i) Professor-tutor que “visita” o curso; ii) Afinal, mediar é
corrigir, dar nota e elogiar?; iii) O professor-tutor precisa ser autor, ter agência! e iv)
Afinal, o que eu esperava dos alunos no curso EaD?

Eu, professor-tutor que só corrigia...


Nesse primeiro tema, discuto sobre minha atuação como professor-tutor nas
atividades de Portfólio e Fórum de Discussão as quais foram realizadas nas disciplinas
Língua Inglesa: Texto e Discurso, Estágio Supervisionado de Língua Inglesa 2 e Ensino
da Habilidade de Leitura Instrumental em Língua Inglesa. Ao recontar essas
experiências, pude perceber que minha prática de professor-tutor priorizava a validação
das atividades e sua correção. Queria validar e corrigir. Queria corrigir e pontuar...

Em setembro de 2016 iniciei minha experiência como professor-tutor a


distância no Curso de Licenciatura Semipresencial de Letras-Inglês do Instituto John
na Universidade Unida. Uma das disciplinas em que atuei como professor-tutor se
chamava Língua Inglesa: Texto e Discurso, realizada totalmente à distância ao
contrário de outras também realizadas por meio de encontros presenciais com os
alunos, nos polos.
Para iniciar meu trabalho nessa disciplina, percorri e acessei as ferramentas
digitais da plataforma e procurei entender como suas unidades estavam elaboradas.
Naquele momento, li as informações gerais, como por exemplo, ementa, objetivos,
nome e função dos responsáveis, além da agenda as datas em que cada unidade estaria
disponível para os alunos. Em seguida, observei que nas quatro unidades da disciplina
havia um fórum de discussão. Logo após ter conhecido o conteúdo e as atividades,
aguardei pelo inicio da disciplina, que estava marcado para alguns dias depois.
Na semana seguinte, o dia de iniciar os trabalhos na plataforma chegou! E,
como sugerido nos cursos de capacitação de tutores, eu tinha que enviar e-mail e abrir
as atividades de fórum de discussão. A primeira atividade de fórum consistia no debate
sobre um vídeo cuja temática abordava questões de identidade de gênero. Após eu ter
assistido aquele filme de curta duração, li as questões propostas para os alunos e
inseri, no fórum de discussão, um comentário inicial sobre o que estava sendo proposto
naquela atividade.
Lembro-me que naquele primeiro comentário, optei por não copiar e colar as
questões. Procurei escrevê-las com minhas próprias palavras, mas na verdade apenas
parafraseei e aguardei para que a discussão fosse iniciada. Aquela primeira atividade
de fórum de discussão ficou disponível por sete dias. Durante esse período, procurei
fazer perguntas que promovessem ou propiciassem a discussão daquela temática. Eu
acessava o fórum, escrevia comentários e chamava a atenção dos alunos para
participarem da discussão.
Ao término daquela atividade, avaliei a produção e a participação dos alunos e
ao final daquela avaliação atribui uma nota, como era solicitado. Então, ao me
deparar com a avaliação do fórum de discussão, eu me questionei: Como atribuir uma
nota para essa atividade? Como distribuir dois pontos que o professor-formador
atribuiu para aquela atividade?
Antes de começar a correção propriamente, fiquei pensando por um dia, pois
este era o prazo que eu tinha para “corrigir” e também para que a próxima unidade
fosse iniciada. Passei algumas horas pensando em critérios de avaliação e em nota
para aquela primeira atividade de fórum de discussão. Após algum tempo pensando,
estabeleci os seguintes critérios de avaliação: participação, quantidade de interação
entre os alunos e conteúdo. Em seguida, comecei a conferir a participação e
desempenho dos alunos naquele fórum de discussão. Para isso, digitei seus nomes em
uma planilha e contei a quantidade de vezes que cada um buscou interagir com os
colegas. Na mesma planilha, escrevi em cada espaço do nome do aluno, o meu ponto de
vista sobre sua participação, se havia feito perguntas e se procurava responder o que o
colega havia escrito. Por fim, escrevi, nessa mesma planilha meus comentários sobre a
participação de cada discente na atividade de discussão. O quadro número XX ilustra
a planilha que elaborei.
Fonte: autor (2016)

Para que eu pudesse dar um retorno sobre a participação dos alunos e a nota
da atividade, enviei e-mail individual para cada um deles, com o feedback e
informações sobre o valor que eu havia atribuído para o desempenho de cada aluno. E
assim dei por encerrado aquele fórum de discussão.
Continuando com meu trabalho de professor-tutor, ainda naquela mesma
disciplina, havia uma segunda atividade para ser corrigida e que também valia nota.
Na atividade de portfólio era solicitado que os alunos escrevessem três parágrafos
curtos a partir de algumas perguntas, elaboradas no guia do aluno, depois de terem
assistido ao vídeo Woman Know your limits, disponibilizado na plataforma.
Ao término do prazo para que os alunos postassem o arquivo com o texto
solicitado, fui conferir se haviam feito aquela tarefa. Não havia critérios de correção
estabelecidos pelo professor-formador, então, para aquela atividade, procurei observar
se o aluno havia escrito um texto que respondesse as perguntas propostas e se havia
equívocos gramaticais em seu texto. Como a atividade valia dois pontos, decidi que
aqueles que escrevessem sobre duas perguntas teriam uma determinada nota. Depois
de eu ter conferido se fizeram a atividade, atribui uma nota, anexei o arquivo com meus
comentários, justificando a nota atribuída por mim e, ainda, escrevi que estava disposto
a conversar em qualquer momento.

;
Fonte: site do curso à distância acessado em 11 de set. de 2016.

Continuando minha experiência como professor-tutor, desta vez na disciplina de


Estágio Supervisionado de Língua Inglesa 2, tive que assistir e acompanhar
presencialmente as aulas dos alunos estagiários na escola. Dias antes de eu ir ao
encontro dos alunos, na escola, discutimos por Skype seus planos de aulas e eu fazia
algumas sugestões.
Certa vez, ao chegar na escola, me identifiquei ao diretor, coordenador e
professor de inglês da turma e pedi permissão para acompanhar um determinado aluno
estagiário. Em seguida, me desloquei para à sala de aula, sentei-me ao fundo e o aluno
iniciou sua aula. Para que os professores-tutores pudessem fazer suas observações, nos
fora disponibilizado pela professora coordenadora do estágio supervisionado, uma
lista com critérios de avaliação das aulas ministradas pelos alunos. Durante toda a
aula, fiz minhas observações com base naqueles critérios. O instrumento tinha dez
pontos, dentre eles, plano de aula, escolha das atividades, além de espaço para corrigir
os alunos de forma apropriada e motiva-los os alunos, para citar alguns. O quadro
número XX ilustra esse instrumento de avaliação.

Quadro 1: Instrumento de Avaliação e feedback

Fonte: disponível no material impresso do tutor, acessado de 11 de setembro de 2016

Ao término da aula do aluno estagiário, chamei-o até onde eu estava sentado e


comecei a sessão de feedback sobre sua aula e fui conferindo, junto com ele, se aqueles
critérios haviam sido contemplados. Comecei a questioná-lo sobre o fato de não ter me
entregue o seu planejamento quando iniciou a aula, pois esse foi o único critério que
havia deixado de cumprir. Fui conferindo e perguntando ao aluno se ele cumpriu os
demais critérios e para cada resposta afirmativa, eu atribuía a nota para cada critério.
Finalizei aquela sessão de feedback com o aluno atribuindo a nota 9,0 para seu
desempenho porque constatei que o aluno havia cumpridos todos os requisitos
propostos. O aluno concordou com a nota e nenhum questionamento foi feito por parte
dele.
Em outro momento, na disciplina Ensino da Habilidade de Leitura Instrumental,
vivi novamente a experiência de “corrigir” um fórum de discussão. Aquela disciplina
tinha como objetivo abordar as teorias cognitivas e linguísticas relacionadas à
habilidade de leitura em língua inglesa. Lembro-me que a primeira unidade propunha a
discussão sobre a concepção de leitura e na atividade de fórum de discussão o tema a
ser discutido era a importância da leitura. Logo após meu primeiro comentário sobre a
atividade, os alunos começaram a discutir o tema em questão. A discussão aconteceu
ao longo de uma semana e tentei interagir com os alunos e fazer comentários para que
discutissem o assunto abordado.
Faltando poucos dias para o encerramento da atividade de fórum de discussão,
ao observar se os alunos tinham respondido às perguntas propostas naquele fórum,
buscava ver apenas se eles tinham realizado a tarefa sem atentar para o conteúdo de
suas respostas. Em minha conferência, pude constatar que os alunos tinham apenas
respondido as perguntas propostas e lido os textos sem discutir com os demais.
Em outro momento, ainda na disciplina Ensino da Habilidade de Leitura
Instrumental, o fórum de discussão da última unidade solicitava a elaboração de uma
atividade de leitura instrumental, portanto a atividade demandava que os alunos
escolhessem um texto acadêmico de qualquer área e preparar uma atividade de leitura
instrumental. No decorrer da semana eu fui conferindo suas produções e os
comentários realizados no fórum. Buscava verificar se tinham escolhido o texto
acadêmico conforme as orientações propostas mas, logo nos primeiros dias, em uma
rápida conferência, percebi que os alunos postaram textos não acadêmicos e ao ver que
fizeram isso, escrevi para cada um deles solicitando que considerassem o enunciado da
atividade. Pedi, ainda, que repensarem os textos escolhidos. Posteriormente, continuei
conferindo as atividades dos alunos no fórum de discussão.
Ao fim do prazo para finalização daquela atividade, comecei a “corrigir” as
produções dos alunos. Para isso, elaborei uma planilha com os nomes dos alunos para
que eu pudesse fazer anotações. Naquela correção, o primeiro ponto que considerei foi
se os exercícios contemplavam o que o enunciado solicitava e se os textos escolhidos
para a atividade eram acadêmicos. Após ter lido e feito minhas anotações, pude
perceber que os exercícios estavam completos, porém o único item que estavam em
desacordo relacionava-se ao texto escolhido. E, escrevi essa observação no feedback
que enviei aos alunos para justificar a nota atribuída por mim.

Tendo em vista as experiências aqui narradas, escrevi um pastiche que aborda a


minha prática de professor-tutor durante as experiências vividas e compartilhadas nesta
seção.
O Professor-tutor que só corrigia

O professor no
processo de
Na educação a distância, avaliação do fórum
o modelo de avaliação da tem a obrigação de
aprendizagem deve
analisar as respostas
ajudar o estudante a
e contribuições
desenvolver graus mais
Conferir... postadas pelos
complexos de
alunos de forma
competências cognitivas,
Checar... crítica e pedagógica,
habilidades e atitudes,
possibilitando-lhe
respeitando as
Constatar... diferentes opiniões e
alcançar os objetivos
Responder perguntas... propostos. Para tanto, posturas dos
esta avaliação deve participantes no
O objetivo era fazer a comportar um processo processo de
atividade ... o exercício... contínuo, para verificar aprendizagem. Ele
constantemente o pode revisar
Ok, está de acordo... conceitos, esclarecer
progresso dos estudantes
Deixou de fazer... alguns e estimulá-los a serem dúvidas gerais ou
ativos na construção do individualizadas de
tópicos...
conhecimento. Desse cada aluno, mudar a
modo, devem ser metodologia e até o
articulados mecanismos próprio conteúdo...
que promovam o (RODRIGUES, 2013).
permanente
acompanhamento dos O docente tem o
estudantes, no intuito de dever de identificar as
identificar eventuais necessidades dos
dificuldades na alunos, explicitar os
aprendizagem e saná-las critérios de avaliação
ainda durante o processo aos alunos, ensiná-
de ensino-aprendizagem. los a usar a interface,
(REFERÊNCIAS DE definir os objetivos,
QUALIDADE PARA A desenvolver
EDUCAÇÃO SUPERIOR À estratégias e
DISTÂNCIA, 2007) questionamentos
instigantes,
diagnosticar o
processo, mediar e
apresentar resultados
e possibilitar o acesso
fácil à interface
educacional
(RODRIGUES, 2013)
Hoje, ao recontar a experiência vivida, percebo que minha prática de avaliação
era principalmente de conferir, verificar e corrigir as atividades e tarefas, além de
atribuir notas.
Ao ler o manual de tutoria e o edital do processo seletivo para tutores, uma das
atribuições do professor-tutor é a correção das atividades e provas. Eu pensava que
estava fazendo o meu trabalho de professor-tutor. Desempenhava o meu papel de
professor-tutor corrigindo as atividades com base em minha concepção de avaliação
bancária, com foco no produto, feita no final de cada atividade e com objetivo apenas de
corrigir e validar.
Ao recontar minha experiência e elaborar o pastiche, percebi, e ainda estou
percebendo, minhas limitações. Ao considerar a experiência da minha vida escolar,
percebo que as avaliações, atividades e tarefas tinham por objetivo central dar uma nota
e classificar o aluno, conforme modelo de avaliação classificatória ao qual se referem
Fidalgo (2006), Bloom, Hastings, Madaus (1983) e Haydt (1991). Ao buscar um
possível entendimento sobre o que eu fazia em minha prática de avaliação, percebo que
a concepção de avaliação bancária e classificatória como, por exemplo, corrigir, testar e
cobrar a participação via e-mail, eram as ações avaliativas que prevaleceram em minha
tutoria, nessa perspectiva considerei o exame quando deveria.
Ao recontar minha prática de tutoria, vejo hoje que, era pautada em critérios de
“fez ou não fez a atividade”. Esses critérios eram quantitativos, porque o que importava
para mim era a quantidade de comentários escritos nos fóruns de discussão.
Pensando hoje, depois de estudar as concepções de avaliação e o processo de
avaliação da aprendizagem, percebo que as minhas ações para avaliar as atividades
eram tradicionais. Naquelas atividades de fórum de discussão, de portfólio e de
observação da aula do aluno estagiário, eu poderia ter desenvolvido um processo de
avaliação formativa, ou seja, propiciando espaços para os alunos pensarem e
questionarem sobre o que e como estavam desenvolvendo tais tarefas e refletirem sobre
as aulas do estágio, por exemplo.
Ao considerar o papel do tutor em cursos à distância, hoje, percebo que eu
poderia ter criado uma discussão sobre as dúvidas dos alunos, dentro da atividade de
fórum ou ter marcado encontros por Skype para que junto com os alunos discutíssemos
as atividades, os exercícios, o portfólio e as aulas de estágio.
Outra questão que percebo é que em momento algum eu procurei os professores-
formadores das disciplinas para perguntar ou até mesmo discutir critérios de avaliação
das atividades. O que fiz foi que criei mesmo os critérios de avaliação desconsiderando
o processo de ensino e aprendizagem.
Outro aspecto que percebo, é que não me dei conta das dificuldades dos alunos
em relação às atividades. Eu esperava os alunos me procurem com suas dúvidas. Os
alunos de cursos à distância podem ter algumas dificuldades como acessar as
ferramentas no AVA e também de entender as questões das atividades e como professor
eu deveria também estar atento a as dificuldades que os alunos encontravam.
Ao recontar essas experiências percebo também que desconsiderei o aspecto
qualitativo do processo de avaliação. Os alunos tiveram feedbacks superficiais,
automáticos, simplificados e pautados em aspectos quantitativos. Em momento algum
durante minha prática avaliativa pensei na aprendizagem do aluno porque minhas
concepções de avaliação, em contexto à distância, eram de “corrigir”, “validar” e
“conferir”. Era assim que eu entendia minha prática de avaliação naquele curso a
distância. Hoje, percebo que eu poderia ter agido de forma que minha prática de
avaliação pudesse ter considerado o processo de ensino e aprendizagem do aluno.
Percebo que eu deveria ter criado possibilidades para que o aluno refletisse sobre o
conteúdo que estava estudando e, também, oportunidade para que desenvolvessem um
trabalho de reescrita em seus portfólios, de forma que pudessem ter a chance de uma
avaliação voltada para o processo de aprendizagem e não apenas para o produto final.
Mas, cabe ressaltar, que viver essas experiências foi importante para a minha formação
como professor-tutor.
O Professor-tutor que ‘visita’ o curso...
Nesse tema, discuto minha atuação como professor-tutor nas atividades de
Fórum de Discussão as quais foram realizadas nas disciplinas Língua Inglesa: Texto e
Discurso e Ensino da Habilidade de Leitura Instrumental em Língua Inglesa. Ao
recontar essas experiências, pude perceber que agi como um professor-tutor visitante,
aquele que apenas visita de vez em quando. Durante o curso, deixei os alunos
“sozinhos” em alguns momentos para fazerem as suas atividades no AVA. Vamos as
experiências!

A quarta unidade da disciplina Língua Inglesa: Texto e Discurso teve início e


seu objetivo foi discutir a concepção de gênero textual. Como proposta de atividade de
fórum de discussão, foi solicitado a leitura de um pequeno trecho de uma história
intitulada o Castelo do Silêncio e a discussão de três perguntas sobre o assunto gênero
textual. Li o material, abri o fórum de discussão e aguardei pelo início da discussão.
Três dias depois de ter aberto aquela atividade, acessei o AVA e vi que apenas um
único aluno havia respondido as perguntas propostas. Procurei interagir com aquele
aluno, fiz meu comentário e aguardei pelos comentários dos outros alunos.
Quatro dias depois de ter feitos os meus primeiros comentários, acessei o fórum
e vi que ninguém havia interagido ainda e muito menos comentado o que o colega e eu
havíamos escrito três dias atrás. Decidi naquele dia enviar um e-mail perguntando o
porquê de não estarem participando e aguardei as resposta.
Intrigado pelo fato de os alunos não responderem ao meu e-mail, no segundo
dia, depois de ter acessado a atividade de fórum de discussão e ver que ainda não
tinham participado da atividade, enviei outro e-mail e aguardei pela resposta ou pelos
comentários de todos para aquela atividade. Após eu ter enviado esse segundo e-mail,
quando acessei a atividade, percebi que os alunos ainda não tinham iniciado a
discussão. Eu li comentários, busquei ver lacunas, fiz perguntas sobre o conteúdo com
destaque para um vídeo que outro aluno havia compartilhado.
No último dia, que era o de encerramento daquela atividade, acessei o fórum de
discussão para ver seu desenvolvimento e observei que ainda estava tudo estático, sem
novos comentários e sem interação. Ao ver aquilo, decidi enviar um e-mail chamando à
atenção dos alunos para a falta de participação deles e aguardei a resposta.
Aquela atividade de fórum de discussão foi improdutiva. Depois do
encerramento, escrevi um feedback geral lamentando pela falta de interesse e
participação e concluir aquele fórum de discussão.
Em outra atividade de fórum de discussão, na disciplina Língua Inglesa: Texto e
Discurso, o objetivo era discutir sobre o assunto intertextualidade como um dos fatores
da coerência textual. A proposta de atividade do fórum de discussão daquela unidade
solicitava que assistíssemos a um vídeo no site Youtube sobre duas obras de artes, bem
conceituadas, e em seguida discutir as perguntas.
Assim, assisti aquele vídeo, li as perguntas daquela atividade, fiz meu
comentário no fórum de discussão e aguardei o inicio da discussão. Em meu
comentário de abertura no fórum escrevi que discutiríamos sobre intertextualidade e
que era um assunto interessante e que depois de assistir o vídeo teríamos que discutir
as perguntas, em seguida, destaquei que as perguntas eram para guiariam a discussão.
Três dias após ter aberto aquele fórum, fui ler se a discussão já havia iniciado.
Percebi que alguns comentários já haviam sido feitos. Após eu ter lido cada um, fiz
perguntas, algumas sobre o conceito de intertextualidade outras fazendo com que os
alunos explicassem sobre determinados exemplos dados. Feito isso, aguardei os
próximos comentários e esse era meu trabalho. Alguns dias depois, voltei naquela
atividade e percebi que havia muito a ser discutido. Então, inseri comentários, procurei
chamar a atenção para a falta de participação e aguardei.
No último dia daquela atividade de discussão, acessei aquele fórum de
discussão vi que grande parte dos questionamentos que eu havia feito sobre o tema, não
foram respondidos, assim, enviei um feedback destacando a falta de participação
naquela atividade.
Continuando recontando minha segunda experiência como professor-tutor,
agora na disciplina de Ensino da Habilidade de Leitura Instrumental em Língua
Inglesa, segunda unidade daquela disciplina havia uma atividade de Portfólio.
Naquela atividade de leitura e escrita do portfolio era solicitado que após a
leitura de um excerto de texto sobre a advertência de atitudes racistas que o site de
compras Amazon escreveu sobre o desenho Tom e Jerry, os alunos deveriam elaborar
duas atividades em que podiam explorar as estratégias de leitura bottom-up e top-
down.
Após eu ter estudado e entendido a atividade, naquele mesmo dia, enviei e-mail
aos alunos informando que a aula já estava iniciada pelo AVA e que dessa vez não
teríamos a atividade de fórum de discussão, porém teríamos a atividade de portfólio.
Dois dias após eu ter enviado aquele e-mail, quando fui ler e-mails, vi que havia uma
mensagem com dúvidas sobre a atividade. Respondi as dúvidas daquele e-mail e fui
fazer outras atividades.
Dias depois, recebi outro e-mail de dúvidas relacionadas àquela atividade de
escrita de Portfólio. Respondi aquele e-mail, com cópia para os demais, orientando que
teriam que desenvolver dois exercícios de leitura sobre as estratégias de leitura bottom-
up e top-down. Respondi, ainda, caso tivessem dúvidas sobre o conteúdo era para
voltar ao tópico em que esse assunto estava sendo abordado e lessem novamente.
Houve um pedido de modelo de atividade e eu não tinha modelo de atividade para
encaminhar, mas eu deixei claro que era para elaborarem e enviarem para mim para
que eu os orientassem naquele processo de elaboração daquela atividade.
O prazo para a elaboração daquelas atividades era de sete dias, assim, no
penúltimo dia, antes do encerramento, entrei no AVA na seção de portfolio para
conferir o que os alunos estavam produzindo e também dar o feedback. Naquele dia,
corrigir as atividades, fiz comentários no próprio arquivo, anexei o arquivo com meus
comentário para ajustes. No último dia, prazo final de entrega das atividades, acessei a
plataforma, fiz a correção das atividades. Percebi que havia entendido a proposta do
exercício, atribui uma nota e encerei aquela atividade.
Em outra atividade da quinta unidade na disciplina Ensino da Habilidade de
Leitura Instrumental em Língua Inglesa, o objetivo do fórum de discussão era colocar
em prática o que foi estudado no decorrer daquela disciplina. Assim, solicitava a
elaboração e a discussão de uma atividade sobre os três estágios do processo de leitura
instrumental.
Iniciei meu trabalho naquela atividade com um comentário explicativo sobre
como deveria desenvolver aquele exercício e escrevi um passo a passo, para facilitar o
desenvolvimento e depois aguardei as interações e os comentários dos alunos.
No segundo dia depois de ter feito o comentário de abertura, passei pela
atividade de fórum de discussão daquela unidade para tomar conhecimento de como
estavam fazendo a atividade. Ao ler os comentários, percebi alguns equívocos, a
atividade solicitava, como a escolha de um texto acadêmico para a elaboração dos
exercícios. Naquele momento, fiz meus comentários chamando a atenção para aquele
tipo de texto escolhido de outra área e aguardei as respostas.
Três dias após ter feito meus comentários, ao acessar o fórum de discussão os
equívocos sobre a escolha do tipo de textos permaneciam. Os textos compartilhados
não eram acadêmicos e até aquele dia havia pouquíssima participação dos alunos
naquela atividade de fórum de discussão. Naquele momento, observei que faltavam dois
dias para o encerramento da atividade, assim enviei um e-mail lembrando aos alunos
sobre a atividade que tinham que elaborar e sugeri que pesquisassem por um texto
como o enunciado estava propondo.
Na data de encerramento daquela atividade, acessei o fórum de discussão para
fazer um acompanhamento. Comecei a ler desde os primeiros comentários que foram
publicados desde o início da atividade porque naquele dia eu havia deixado uma
pergunta para o aluno que publicou o texto literário. Porém os textos escolhidos ainda
não eram acadêmicos. Após terminar minha leitura, percebi que os alunos não
corrigiram os textos e não responderam aos meus comentários. Ao perceber que não
estavam pesquisando por textos acadêmicos, dias depois escrevi um comentário no
fórum de discussão, comentei que eu tinha feito uma pesquisa no site de buscas Google
sobre a definição de texto acadêmico científico e compartilhei o link do texto no meu
comentário.
No dia final do encerramento da atividade de fórum de discussão da quinta e
última unidade, observei que os alunos não escolheram os textos científicos acadêmicos
como pedia o enunciado da atividade.
Alguns dias após ter encerrado aquela atividade, comecei a correção, iniciei
minha leitura desde o primeiro comentário. Observei que parte dos alunos cumpriu
parcialmente a atividade. Essa parte, percebi que elaboraram os exercícios de pre-
reading, during the reading e after reading, porém escolheram um texto que não era
acadêmico científico. E assim fui fazendo as observações naquelas atividades.
Encerrei minhas observações, e na semana seguinte enviei um feedback geral.
Escrevi que levando em consideração a proposta da atividade, selecionar o texto
acadêmico científicos, a atividade foi cumprida parcialmente.

Ao considerar as experiências de minhas atuação como professor tutor nas


atividades de fórum de discussão, percebi que eu era um professor-tutor distante das
discussões. Escrevi um pastiche que apresenta a perspectiva ausente de minha prática.
Três dias depois do encerramento da atividade...
atividade de (BARBOSA, TELLES,
SILVA, SANTOS,
discussão do fórum
2015).
Quatro dias depois de intertextualidade
de ter feitos os na semana seguinte...
meus primeiros
comentários,
acessei o fórum e vi
que ninguém havia
interagido ainda e
muito menos
comentado o que o
colega e eu
havíamos escrito
Um curso pode se tornar
três dias atrás.
[...] e desinteressante
sem a “presença” do
tutor, a construção
Dois dias depois,
prática pedagógica
acessei aquela acaba sendo
completamente
atividade para conferir
comprometida...
o que os alunos Mas, não é suficiente
apenas responder os
estavam produzindo e
questionamentos dos
também começar o cursistas, é necessário É importante salientar
ser sugestivo, que os elementos que
feedback...
informativo e integram a metodologia
comunicativo... da educação à distância
[...]Ter presença são indissociáveis e
Deixei para ler os
social[...] interagem entre si,
comentários da completando-se e
influenciando-se educativo-social do
reciprocamente. Nessa aluno com o seu
interação destacam-se ambiente intelectual)
os aspectos: (Projeto Pedagógico do
administrativos; Curso - UNIT, 2006).
pedagógicos;
metacognitivos;
afetivos; motivacional,
e o social (diminui o
sentimento de
isolamento e cria a
interatividade
Ao recontar essas experiências consigo ver que fui um professor-tutor um pouco
ausente do curso e distante. Deixei de corresponder às minhas atribuições, pois, naquele
momento, eu entendia que deveria cumprir com a carga horária de 20h, proposta no
regulamento sobre as funções do professor-tutor, de acordo com minha conveniência.
Algumas vezes nem chegava a atuar por 20h, porque quando eu lia as atividades e via
que ninguém tinha comentado, ao invés de eu fazer novos questionamentos, enviava e-
mail aos alunos perguntando porque não estavam participando. Ao fazer isso eu
esperava os alunos interagirem e responderem os questionamentos. Ao recontar essas
histórias lembro que eu interagia pouco, deixava para entrar nas atividades de fórum
dois ou três dias depois que eu fazia a abertura ou comentários.
Percebo, também que em minha prática de tutoria que eu apenas perguntava.
Nas atividades de fórum de discussão e no Portfólio havia mais perguntas do que
contribuições, sugestões de leitura e discussões. Eu perguntava e aguardava pela
resposta. Dessa forma, entendo que eu estive muito mais ausente do que presente. Outra
questão que percebo ao recontar minhas narrativas foi que, embora eu pouco me
atentasse para a necessidade de estar sempre presente no AVA, eu procurei exigir a
participação dos alunos com frequência. Mas, eu mesmo nem procurava participar.
Entendo, hoje, que eu estava seguindo os critérios dos manuais de tutoria relacionados
ao tempo, no entanto, percebo que esse tempo, prescrito nos manuais é curto porque é
necessário estar junto com o aluno, interagindo e instigando-os, focalizando o processo
de ensino e aprendizagem, não apenas corrigindo e atribuindo notas. Eu sempre deixava
para os últimos dias para eu ler os comentários e atividades dos alunos.
Outra questão que percebo foi o fato de eu estar também ausente dos
professores-formadores das disciplinas. Deixei de perguntar sobre determinadas
questões, sobre o conteúdo e sobre o processo avaliativo. Essa é também um fator
relevante na tutoria, estar junto com a equipe pedagógica do curso e com os professores-
formadores, perguntando, questionando, indagando e esclarecendo dúvidas relacionadas
à disciplina.
Hoje, ao recontar minhas experiências, vejo que de fato não estava envolvido
com o processo de ensino e aprendizagem, pelo contrário, vejo estava distante e pouco
engajado com as atividades. Percebo a relevância do professor-tutor estar em contato
constante, integrado e na interação com os alunos e com a equipe pedagógica, atento e
pronto a interagir com os envolvidos no processo de ensino e aprendizagem à distância.
Além disso, como o professor-tutor deveria estar presente acompanhando o aluno em
sua trajetória de construção do conhecimento.
Só vale a interação por escrito! Mas e as multimodalidades?
Nesse tema, eu narro as experiências sobre o que eu entendia por interação nas
atividades de fórum de discussão nas disciplinas em que atuei como professor-tutor.

Era Setembro de 2016, primavera. Iniciei minha experiência como professor-


tutor a distância no Curso de Licenciatura Semipresencial de Letras Inglês do Instituto
John da Universidade UniDa. A coordenadora do curso solicitou para o coordenador
de tutoria que eu fosse cadastrado na disciplina “Língua Inglesa: Texto e Discurso”,
que foi uma disciplina com a qual trabalhei totalmente a distância porque não era
preciso ter os encontro presenciais com os alunos, no polo presencial.
Depois de ter acessado aquela disciplina, visualizei as informações disponíveis:
ementa, objetivos, o nome e função dos responsáveis e dos professores-tutores dos
polos presenciais, além da agenda da aula, atividades e demais informações. Como eu
estava um tanto ansioso, não perdi tempo e comecei a estudar a ler sobre o conteúdo da
disciplina. Queria saber como as unidades estavam elaboradas e quais eram as
atividades disponíveis a serem realizadas pelos discentes. O AVA do Instituto John, da
Universiade UniDA, era desconhecido para mim, então, além de estudar o conteúdo da
disciplina eu também procurei entender aquele ambiente de aprendizagem a distância,
quais eram suas as ferramentas, de que modo usá-las e se tinham alguma função que eu
desconhecia. Lembro-me ainda que o objetivo geral daquela disciplina era o de
analisar e explorar os elementos necessários para a construção do sentido do discurso
e do texto em língua inglesa.
Após ter lido sobre o conteúdo e entendido sobre as ferramentas de cada
unidade, esperei o dia para iniciar minha experiência. As atividades e tarefas da
unidade versavam sobre a leitura de um texto digitado no próprio AVA e editado pelo
professor-conteudista da disciplina. Havia, também, atividades de preencher lacunas e
de múltipla escolha. Em uma das atividades de interpretação de texto, os alunos
acessavam as respostas das perguntas em um link que estava disponibilizado abaixo da
atividade. Aquelas primeiras atividades da unidade eram feitas pelos alunos, que
tinham acesso as respostas e podiam fazer correções. A princípio, eu, como professor-
tutor, não tinha como fazer intervenções naqueles tipos atividades e nem tinha
autonomia para criar um fórum de dúvidas.
Outra atividade proposta na primeira unidade era o fórum de discussão.
Naquele fórum era solicitado que os alunos assistissem a um vídeo com seis minutos de
duração e, a partir dele, abordassem questões de identidade de gênero, no ambiente de
trabalho. Em seguida, havia quatro questões para serem discutidas no fórum de
discussão. Somente a partir daquela atividade eu tive a oportunidade de interagir com
os alunos. Além de estudar o conteúdo das atividades, eu também assisti ao vídeo que
estava disponibilizado no AVA, li as questões e no fórum inseri um comentário inicial
sobe o que estava sendo proposto.
A atividade de discussão solicitava identificação e discussão sobre os tipos de
textos relacionados aos modos de descrever os papéis entre homens e mulheres na
sociedade. Optei por não copiar e colar as questões do enunciado no comentário que
eu iria escrever no fórum, então, tentei escreve-las com minhas próprias palavras,
parafraseando. Assim que escrevi minha mensagem, uma aluna começou a interagir. Li
o seu comentário, no entanto, a aluna fez apenas descrição do vídeo e encerrou
postando uma charge que fazia uma crítica sobre o fato de as mulheres não poderem
ser presidentes nas empresas. O comentário da aluna está ilustrado na figura 1.

Figura 2: Comentário da aluna no fórum de discussão.


Fonte: Unidade 1 da disciplina, acessado em outubro de 2016.

Em seguida, fiz algumas perguntas tentando relacionar o conteúdo da charge


com o que ela postou no fórum de discussão, como exposto na figura 3.

Figura 3: Minhas questões após o comentário da aluna

Fonte: Unidade 1 da disciplina, acessado em outubro de 2016.

Mais uma vez, a aluna postou uma descrição da charge e terminou o seu
comentário afirmando que era “um discurso sexista!”.
Assim, fiz as perguntas propostas na unidade e deixei para os alunos
responderem. Já tinham se passado alguns dias do início da atividade de fóruns e os
alunos não tinham interagido e contribuído significativamente com nossa discussão.
Um ou outro aluno, timidamente, iam respondendo as perguntas do enunciado no
fórum.
Naquele momento, comecei a pensar no que estavam impedindo os alunos
participassem. Um aluno postou uma charge escrita em Língua Portuguesa sobre o
tema central que estava sendo abordado, mas não o relacionou com os comentários dos
outros participantes.

Figura 4 Comentários dos alunos e do professor-tutor na atividade de fórum de discussão

Fonte: Unidade 1 da disciplina, acessado em outubro de 2016.

Em meus comentários eu procurava incluir todos os alunos, chamando a


atenção de todos para a discussão e, também, sobre o que já havia sido comentado,
mas mesmo fazendo isso os alunos não participavam e não interagiam.
Em seguida, após algumas minhas perguntas sobre qual o discurso da imagem
postada pelo aluno, uma aluna respondeu postando um vídeo e perguntando se alguém
conhecida a lei Maria da Penha e, em seguida em seu comentário anexou um vídeo do
site BBC News sobre a história de Maria da Penha.

Figura 5: Comentários no fórum de discussão da Unidade 1 da disciplina Língua Inglesa: Texto e Discurso

Fonte: Unidade 1 da disciplina, acessado em outubro de 2016.


Nesse momento, o aluno apenas compartilhou o vídeo, porém não teceu nenhum
comentário sobre o compartilhamento do vídeo, eu comentei para todos sobre o que se
tratava e qual a relação que poderíamos fazer com o tópico principal da lição. Não tive
respostas. Depois desse comentário, a atividade de fórum ficou parada por alguns dias.
Os alunos e nem eu não tínhamos interagido mais e contribuído com a discussão. Um
ou outro timidamente, respondeu as perguntas do enunciado do fórum e as perguntas
que eu fazia. Já se aproximava o dia de encerramento da atividade, o que fazer?
O que realmente aconteceu foi que, faltando um dia para encerrar as postagens,
os alunos resolveram postar as atividades e entrar no fórum. Então, naquele dia que
antecedia o encerramento da atividade uma aluna entrou no fórum. Outra aluna postou
figuras relacionadas ao tema, mas não comentou nada. Alguns alunos comentaram
minutos antes do AVA encerrar para as postagens e eu até queria ter dados mais
tempo, mas a atividade tinha data e hora para ser encerrada. O professor-conteudista
era quem marcava a data de encerramento da atividade no AVA e eu não tinha acesso
para muda-la. Eu, também, não falei com o professor-conteudista sobre o que fazer.
Durante quinze dias eu acessei a plataforma três vezes. Naquele tempo, lia e
relia as postagens, comentava as anteriores, buscava envolver todos os alunos.
Tentativas em vão, porque os últimos comentários dos alunos foram links de vídeos e
figuras relacionadas ao tema. Minha dificuldade aqui foi de não consegui acompanhar
as postagens dos últimos dias e de não poder fazer mais comentários, pois a outra lição
já estava iniciando. A atividade de discussão se encerrou com os alunos respondendo
apenas as perguntas que eram propostas no enunciado, não houve interação e nem
participaram.
Em uma outra experiência, na segunda disciplina com a qual que trabalhei,
Ensino da Habilidade de Leitura Instrumental em Língua Inglesa, a princípio eu me
identifiquei com o tema da disciplina porque era sobre inglês instrumental e eu tinha
certa experiência, pois trabalhava para alunos que iriam prestar exames de
proficiência.
A disciplina tinha por objetivo abordar as teorias cognitivas e linguísticas
relacionadas à habilidade de leitura em língua estrangeira. Sua carga horária era de
64h e estava dividida em cinco unidades. A primeira unidade propunha a discussão
sobre a concepção de leitura e sua importância. Após meu primeiro comentário na
atividade de fórum os alunos começaram a discutir a atividade. A partir dos
comentários dos alunos, fui interagindo para promover a discussão e inserindo os
demais alunos em meus comentários.
Ao ler os comentários dos alunos, procurava fazer questionamentos, perguntas
instigadoras a partir do que os alunos tinham escrito. Em um determinado momento da
atividade, uma das alunas postou uma charge relacionada ao tema central da discussão
do fórum. A Charge era da personagem Mafalda e feita pelo cartunista Quino.

Figura 6 A charge do fórum de discussão


Fonte: Unidade 1 da Disciplina Inglês Instrumental, acessado em maio de 2017

Ao ler a charge eu percebi que a aluna apenas compartilhou a informação e não


escreveu o comentário procurando relacionar o texto da charge com o conteúdo que
estávamos discutindo. O que mais me deixava intrigado era que os alunos não
participavam da discussão, apenas compartilhavam figuras.
Houve, também, outra atividade de fórum de discussão realizada em Outubro,
2017 cujo objetivo era definir e estudar os mecanismos de coesão do texto escrito em
Língua Inglesa. A Unidade 02 sobre coesão em texto de língua inglesa teve duas
atividades avaliativa: uma das atividades foi o fórum de discussão. O fórum de
discussão estava no tópico 02 da aula, e como tarefa os alunos assistiram ao vídeo
sobre a fala de uma adolescente canadense que teve um espaço para falar no Fórum
Mundial do Meio Ambiente, em 1992.
Depois do comentário da aluna eu fiz o meu comentário de abertura do
fórum de discussão. Em meu comentário escrevi que era um vídeo interessante
sobre uma garota canadense de 11 anos de idade que havia discursado na
reunião das Nações Unidas. Escrevi, ainda, que era para assistir o vídeo que
estava no link e depois discutir as perguntas propostas no enunciado do fórum
de discussão.
Depois do comentário de abertura do fórum de discussão comentei o que
uma das alunas escreveu em seu primeiro comentário dela no fórum. A primeira
pergunta da atividade de fórum era sobre o discurso de Cullis-Suzuki. Os alunos
tinham que identificar se tal discurso era coerente e coeso e para justificar a
resposta com evidências do texto. Na resposta que a aluna escreveu em seu
comentário ela respondeu que achava que o referido discurso era coerente e
coeso porque fazia sentido e usava palavras de ligação, pontuação e regras de
coesão. Os demais respondiam as perguntas propostas na atividade, mas não
havia discussão. Ao me deparar com aquela situação, comecei a fazer perguntas
a partir dos comentários dos alunos.
Um dia depois que uma aluna apenas publicou os links dos vídeos do
youtube em seu comentário e escreveu que era para assistirmos pois era sobre o
assunto, coerência e coesão.
No penúltimo dia do encerramento do fórum de discussão, os alunos
participaram da discussão, um aluno comentou todo o conteúdo no fórum de
uma única vez. Aquele aluno não acompanhou o que foi comentado e discutido
pelos outros alunos que postaram desde o dia de abertura do fórum de
discussão. A maioria dos comentários era figuras e links de vídeos, e não
comentavam e nem fazia uma relação dessas imagens com o conteúdo.
Os problemas eram com os alunos que postavam minutos antes do
encerramento da atividade de fórum. Quatro alunos responderam as perguntas
que o fórum de discussão propôs e os demais alunos não responderam as
perguntas. Enviei o feedback do encerramento do fórum pelo e-mail individual
dos alunos. Em meu feedback, eu comentei a falta de participação dos alunos as
atividades do fórum de discussão e que acessavam o AVA faltando poucas horas
para encerrar a atividades. Comentei, também, que não participavam nos
comentários dos colegas e apenas postavam imagens, figuram e links de vídeos.
Ao narrar essas experiências, escrevi um pastiche. A parti das experiências
narradas e do pastiche, percebo que minha prática de tutoria apenas considerava a
escrita nas atividades de discussão. A partir disso, eu discuto aqui o que eu entendia por
interação.

Só vale a interação por escrito! Mas e as multimodalidades?


eu desconsiderei as
Quando eu acessava as postagens multimodais,

atividades de fórum de deixei de fazer uma

discussão, eu percebia relação do conteúdo das

havia apenas o figuras, charges e links

compartilhamento de com o conteúdo que

figuras e links de estava sendo abordado.

vídeos. O que me os novos comentários. Eu

intrigava e que não continuei com a


discussão apenas escrita.
escreviam sobre o
Considerava apenas os
conteúdo, apenas
comentários escritos...
postavam imagens....
(Narrativa do autor,
...durante minha
2016).
experiência de tutoria,
predominantemente
verbais, são capazes de
orientar a leitura e
remeter a determinados
contextos de produção,
[...] é necessário
bem como salientar
considerar a relevância
informações
e o interrelacionamento
(SERAFIM, 2014).
de diversos recursos
semióticos na
constituição de textos,
além da linguagem
verbal. Essas pesquisas
partem da premissa de
que nenhum texto é
monomodal ou
monossemiótico, pois
elementos como a
formatação e as cores
das fontes, entre outros
recursos, em textos
Hoje, recontando minhas experiências de interação com os aluno, discuto o me
entendimento sobre interação nas atividades de fórum de discussão. Ao recontar as
experiências percebo que eu, professor-tutor, considerei principalmente a interação por
escrito entre aluno-aluno.
Quando eu recontei a narrativa “Iniciando a experiência de tutoria” naquela
experiência eu desconsiderei a postagem do aluno que compartilhou a charge sobre o
assunto machismo. Naquela experiência, continuei com meu trabalho de professor-tutor
que era apenas questionar nos comentários dos alunos. O tema da atividade de fórum de
discussão era muito importante porque de alguma forma aquele assunto circulava em
vários contextos. No entanto, os alunos compartilharam links de acesso a um vídeo
externo ao AVA, mas também tive dificuldade para considerar as respostas em outros
formatos.
Naquelas experiências narradas, principalmente a que narro sobre o link do
vídeo, apresentava um pouco da história da ativista Maria da Penha o assunto estava
relacionado ao conteúdo que era discutido em nossa disciplina, mesmo assim, eu
continuei a desconsiderar aquele gênero compartilhado e, naquela experiência deixei de
comentar o vídeo e fazer algumas questionamentos, segui a discussão apenas de forma
escrita. Percebi essa prática nas outras experiências narradas. Os alunos compartilham
links sobre as palavras de ligação e desconsiderei os links e as postagens daqueles
vídeos.
Ao recontar as experiência, percebo que o que eu pensava, naquele momento,
sobre interação, era que os alunos tinham que acessar a atividade, ler as perguntas e
comentários dos outros colegas e, em seguida, os alunos tinham que escrever, deixar
registrado por escrito sua participação nas atividades. Eu consigo perceber, isso em
minha prática de tutoria, ao escrever “foi então que eu vi a quantidade de interações e
contribuições”. Retomando, entendo que eu estava preocupado com a quantidade de
interações escritas, números, e não com o conteúdo a ser discutido, e nem discuti-lo
criticamente a partir do uso de outras linguagens.
Continuei com a mesma prática nas disciplinas seguintes, sendo professor-tutor
do mesmo curso. Continuei a considerar a interação por escrito dos alunos na atividade
de fórum de discussão. Vejo que desconsiderei a charge que o aluno compartilhou na
atividade de discussão em detrimento a interação escrita. Eu entendia a interação por
meio da escrita como um produto, o qual seria lido pelos demais alunos que estavam
participando da atividade de fórum de discussão e a minha intenção, naquela
experiência, era fazer com que os alunos participassem com textos escritos. Eu não
abordava os aspectos que eram relevantes das multimodalidades e de outras formas de
linguagem, como as charges, as histórias em quadrinhos, as pinturas, esculturas, os
cartuns, entre outras.
Ao recontar minha experiência de interagir apenas pela escrita e ao não
considerar as outras formas de linguagem. Percebo, também, que desconsiderei aspectos
significativos dessa linguagem multimodal que são as intenções propostas pelos autores
das charges e dos vídeos. Poderia ter proposto uma discussão sobre a finalidade do autor
ao escrever aqueles textos multimodais.
Recontando minhas experiências vejo que o que a minha concepção de texto é
apenas o texto escrito, composto por palavras, frases, orações, linhas, de fundo branco.
Bastava apenas o aluno ler os comentários dos colegas e entender o que o colega quis
dizer. Minha concepção de texto escrito me limitou a buscar explorar o texto
multimodal, o texto com som, imagem, cor e com diversas sequencias.

O professor-tutor precisa ser autor, ter agência...


Neste tema, narro as experiências nas atividades de fórum de discussão em que
eu apenas reproduzia o que estava escrito nos materiais e guias dos alunos. Assim,
busco entender a falta de autoria docente em minha prática, na qual eu apenas seguia o
material e o que foi proposto....
O fórum do tópico 2 da primeira unidade da disciplina, consistia em assistir a um vídeo
de seis minutos de duração que abordava questões de gênero (homem e mulher) no
trabalho. No final tinha quatro questões para serem discutidas no fórum que já estava
aberto. O objetivo da atividade de fórum de discussão era de identificar e discutir sobre
os tipos de textos relacionados aos modos típicos de descrever os papéis entre homem e
mulheres na sociedade. Para abrir o fórum de discussão, copiava e colava as perguntas
do guia do aluno no fórum de discussão.
Em outro momento, foi solicitado a escrita de um portfólio. Em cada unidade da
disciplina, havia atividades que os alunos postavam para no AVA para ser corrigida
pelo professor-tutor, uma delas é a atividade de portfolio. O objetivo do Portfolio era a
produção de um texto em que eles pensassem sobre o porquê ou razão de escrevem
determinados tópicos de um texto.
As orientações para escrevem o texto estavam no guia do aluno, o material
pedia que eles assistissem a um vídeo e, em seguida escrevessem um texto com dois ou
três parágrafos sobre o porquê do tópico e de que outra forma de escrita sobre o tópico
em questão pudesse ser escrito. Copie o enunciado que descrevia a forma de elaborar
aquela atividade e colei no espaço de escrita do Portfolio de cada aluno.
Dias depois eu enviei uma mensagem informando sobre a atividade de Portfolio,
que é uma produção individual, mas que poderia ter orientação de minha parte e
bastava apenas seguir as orientações do matéria disponibilizado no AVA.
A primeira questão da atividade de portfolio, foi uma pergunta: “Porque este
tópico estava sendo abordado, falado?”. O objetivo era fazer com que o aluno
escrevesse sobre as razões as quais aquele tópico estava sendo discutido, falado ou
abordado. Os alunos escreveram a definição do tema e narraram o vídeo. Não estava
de acordo com o que foi solicitado no material, ao percebe isso, pedi para voltassem ao
guia do aluno e relessem as perguntas propostas.
Em outra experiência, abril de 2017, a disciplina “Ensino da Habilidade de
Leitura Instrumental em Língua Inglesa – 2017.1, tinha por objetivo mostrar aos alunos
do curso as teorias cognitivas e linguísticas da habilidade de leitura em língua
estrangeira. Como tutor dessa turma com 35 alunos matriculados de diferentes polos
presenciais, estudei sobre o conteúdo daquela unidade, li o material disponível e
constatei que tinha duas atividades que valiam nota e presença, uma dessas atividade é
o Fórum de Discussão.
Depois que eu li os textos e o enunciado do fórum de discussão para eu entender
o que era solicitado, eu acessei o local de discussão, copiei e colei as perguntas.

Como professor-tutor, solicitei para que lesses os textos que estava no AVA. Ao
término daquela atividade de fórum, constatei que os alunos responderam as perguntas
propostas pelo enunciado da atividade e guia do aluno, e, também, leram os textos que
estavam no AVA.
Continuando com a experiência, em outra atividade de fórum de discussão, o
enunciado da atividade solicitava aos alunos que lessem o texto na seção de leitura
complementar e depois discutissem com o tutor e demais colegas no fórum as
impressões da disciplina que estava sendo estudada e responder a três questões.
A primeira questão era sobre o ensino de gramática é relevante, a segunda era
sobre a importância da gramática para o aluno e a terceira era sobre se a gramática
deveria ser deixada de lado e apenas ensinada pelos professores de inglês em geral. O
meu primeiro comentário de abertura foi com as perguntas do próprio material do
aluno, que copiei e colei no fórum.

No decorrer da discussão, percebi que os alunos fugiram do tema central do


fórum, eles confundiram aula de ESP com aula de inglês de escola regular. Minha
função foi fazer perguntas para os alunos retomando o assunto central do fórum de
discussão que foi proposto no guia e material do aluno. A discussão terminou com os
alunos respondendo superficialmente as perguntas propostas no enunciado.
Em uma outra experiência, em uma atividade de fórum de discussão, foi
proposto a elaboração de uma atividade com os três estágios do processo de leitura
instrumental. Assim, Estudei os tópicos das unidades e inicie a atividade de fórum de
discussão com um comentário explicativo sobre como seria a atividade, seguindo as
informações do Guia do Aluno.
Eu escrevi no comentário, a partir do enunciado do exercício de fórum de
discussão, fazendo uma enumeração das ações de acordo com o material do curso.
No decorrer daquela atividade, percebi que os alunos não estavam postando
textos acadêmicos. A maioria eram textos literários, não era o que se pedia no
enunciado da questão do fórum de discussão. Escreve naqueles comentários que eram
para seguir o que estava proposto no enunciado e revessem os textos.
Ao longo daquela atividade, fui fazendo mais comentários, no sentido de chamar
a atenção dos alunos para que observassem os textos escolhidos e se os textos
escolhidos eram acadêmicos segundo o enunciado do fórum de discussão.
Faltando um dia para o encerramento da atividade de fórum de discussão da
quinta e última unidade, observei que os alunos não escolheram os textos científicos
acadêmicos como pedia o enunciado da atividade.
Chegou ao final da atividade e os alunos não fizeram o que estava proposto no
enunciado do fórum de discussão. Quando eu li os comentário publicados no fórum de
discussão, pude perceber que não haviam cumprido o que a atividade solicitava de
acordo com o Guia do Aluno.
Em outra experiência, a terceira atividade de fórum de discussão era sobre
intertextualidade implícita e explícita. Assim, acessei a atividade e fiz o comentário de
abertura, copiando e colando as perguntas.
Naquela atividade de discussão, procurei seguir o que estava proposto no
material e no AVA.
Em outubro de 2016, teve inicio a quarta unidade da disciplina Língua Inglesa:
Texto e Discurso do curso e também a quarta atividade avaliativa de fórum de
discussão. Naquela atividade, o objetivo era discutir sobre gênero textual, a concepção
e gênero textual e a relação de gênero e discurso. Li o material de apoio e copiei as
perguntas que iriam direcionar a nossa discussão e estabeleci regras para a discussão.
Depois de ter aberto o fórum de discussão, aguardei pela discussão dos alunos.
Aquele fórum de discussão ficou aberto por dez dias. No decorre daquela atividade
algo me inquietou muito, ninguém acessava o ambiente e muito menos respondia com o
tradicional copia, cola e responde.
O professor-tutor precisa ser autor, ter agência...

Eu escrevi no Nessas experiências eu [...] o professor torne-


se um agente capaz
comentário, a partir do percebo que eu
de gerir o seu próprio
enunciado do exercício procurava seguir linha fazer, alguém pró-
ativo, capaz de criar,
de fórum de discussão, por linha do material no
relacionar,
fazendo uma AVA... argumentar...
(DASSOLER, 2012).
enumeração das ações
de acordo com o Parafraseei... Copiei e [...] papel do
professor no
material do curso... colei as questões...
processo ensino e
aprendizagem
explorado [...] deve
Eu não fui autor de
ser [...] não como um
minhas provocações... mero transmissor de
informações, mas
como um gerenciador
Copiava a tarefa, ao do conhecimento,
valorizando a
Eu copiei as perguntas invés de ser autor e
experiência e o
do guia do aluno, colei fazer minhas conhecimento [...]
criando e
no fórum e esperei pela provocações...
vivenciando...
interação.... (OLIVEIRA, 2015).
Reproduzi o que estava
[...] professor [...] dever
escrito nos materiais... ser sujeito ativo, autor,
criativo, inovador,
improvisador, tornando
Eu segui apenas o livro, sua prática não apenas
locus para aplicação de
o material... saberes que provém da
teoria, mas espaço para a
produção de saberes
Hoje, entendo que posso originados da
criar outras questões... experiência [...] (TARDIF,
LESSARD, 2005).
discussões...
Hoje, ao recontar minhas experiências como professor-tutor nas disciplinas,
percebo que fui um professor pouco autor de minha prática docente. Minha prática
docente de tutoria estava pautada em reproduzir o que estava no Guia do Aluno e no
conteúdo disponibilizado no AVA. Em minha tutoria eu apenas parafraseei, copiei e
colei nos fóruns de discussão o que a tarefa solicitava. Quando eu era perguntado ou
alguma dúvida surgia, eu recorria eu solicitava que buscassem as informações nos
materiais extras e Guia do Aluno disponibilizados nas unidades. Percebo, ao retomar
essas experiências, que deixei de ir além do que estava no AVA e, também, de ser autor
de minha prática docente. Tive receio de sair do material AVA pelo fato de ser julgado
pela coordenação de tutoria e pelo professor coordenador da disciplina.
Em minha prática de tutoria, estava limitada a seguir e aplicar o que estava
planejado pelo professor-conteudista nas unidades, eu pensei que, naquelas
experiências, pensava que não poderia fugir daquele planejamento.
Ao retomar as experiências, percebo que a falta de autoria docente deixaram-me
desconsiderar as experiências dos alunos que não estão prescritas nos materiais e guias
de estudos das disciplinas de um curso à distância.
Hoje, após recontar essas experiências, percebo, em minha prática de tutoria, que
eu poderia ter criado outras questões, além das que estavam prescritas no material do
curso, poderia ter adaptado atividades e tarefas.

“Gostaria de contribuições de como continuar a compor sentidos”

Afinal, o que eu esperava dos alunos...


Neste tema discuto a minha expectativa em relação aos alunos nas atividades de
discussão e sobre o que esperava dos alunos em um curso a distância.

Em uma experiência, em fóruns de discussão, do tópico 02 da primeira unidade


da disciplina “Língua Inglesa: Texto e Discurso”, consistia em assistir a um vídeo de
seis minutos de duração que abordava questões de identidade de gênero no trabalho e
no final tinha quatro questões para serem discutidas no fórum que já estava aberto.
Logo após ter feito o comentário de abertura, um aluno começou a interagir. Li
o seu comentário, mas percebi o aluno escreveu a descrição do vídeo.
Fonte: Do site do curso, acessado de 11 de set. 2016

Ao perceber era apenas uma descrição, fiz comentários com perguntas tentando
relacionar aquela descrição e fazendo o aluno escrever mais sobre o assunto.

Fonte: Do site do curso, acessado de 11 de set. 2016

Fiz mais perguntas e deixei para os alunos responderem. Já tinha se passado


alguns dias do início da atividade de fóruns e os alunos não tinham interagido e
contribuído significativamente com a discussão. Um ou outro timidamente e de forma
simples, respondendo as perguntas do enunciado do fórum.
Fonte: Do site do curso, acessado de 11 de set. 2016

Ao longo da discussão fui escrevendo comentários perguntando qual era o


discurso e o que estava implícito. Além disso, comentei também de forma a incluir
todos os alunos, chamando os alunos para a discussão sobre o que o aluno tinha
comentado, porque eu achava que eles não estavam participando daquela atividade. Os
alunos não estavam interagido e contribuído significativamente com a discussão. Um
ou outro timidamente e de forma simples, respondendo as perguntas do enunciado do
fórum e as perguntas que eu fazia e já se aproximava o dia de encerramento da
atividade.

Fonte: Do site do curso, acessado de 11 de set. 2016

A atividade de discussão se encerrou com os alunos respondendo apenas as


perguntas que eram propostas no enunciado.
Em outro momento, na atividade de Portfolio, primeira questão da atividade
era perguntando: “Porque este tópico estava sendo abordado, falado?”.
Não era perguntado nada sobre o vídeo, o objetivo era fazer com que o aluno
pensasse sobre as razões as quais aquele tópico estava sendo discutido, falado,
abordado e escrevem um parágrafo com base em algumas perguntas. Ao ler a
produção dos alunos, percebi que escreveram a definição do tema, narraram o vídeo e
descreveram o vídeo. As respostas não tinham coerência com a pergunta.
Em meus comentários eu pedia para voltassem nas perguntas e pensassem se se
era para definir ou para dizer o porquê daquele tópico. As respostas da atividade desse
primeiro portfolio foram descritivas, os alunos escreveram como resposta o que estava
acontecendo no vídeo, sem reflexão e posicionamento deles.
Quando terminei a correção daquele portfolio, eu enviei para cada um e pedi
que lessem meus comentários, sugeri que refizessem seguindo minhas orientações. A
atividade que valia 2,0 pontos, nenhum dos alunos demonstrou interesse em refazer o
texto, mesmo eu deixando postar em área pública. Ninguém refez a atividade e acabei
por atribuir a nota. Porque não estava de acordo com as perguntas e os textos que os
alunos escreveram era descrição do vídeo.
Na experiência no fórum sobre intertextualidade, foi solicitado assistir a um
vídeo sobre o Abaporu e depois discutir a intertextualidade que a obra de arte de
Tarsila do Amaral fazia com a escultura O Pensador de Rodin. Depois de terem
assistido ao vídeo e lido as perguntas que forem discutidas, os alunos acessaram a
atividade de fórum e discussão na área das atividades no AVA.
Em meu comentário de abertura no fórum de discussão eu escrevi que
discutiríamos sobre intertextualidade e que era um assunto interessante e que depois de
assistir o vídeo os alunos teriam que discutir as perguntas e destaquei que as perguntas
era para guiariam a discussão, se possível evitar as respostas. Eu também anexei as
imagens que eu peguei na internet para os alunos.
Quando eu fui abrir o fórum de discussão da desse assunto, uma aluna já tinha
respondido as perguntas no velho e bom, pergunta e resposta.
Logo que eu li o comentário da aluna aproveitei e comentei, em forma de
perguntas, fiz de forma geral para todos os alunos. Meu objetivo era fazer com que os
alunos pesquisassem sobre o assunto em outras fontes externas.
Para que a discussão do fórum sobre intertextualidade fosse profícua, eu estudei
e revisei o assunto. Como professor-tutor desse fórum eu quis que meus alunos
terminassem a lição da disciplina não levando apenas conceitos e definições.
Depois que comentei e compartilhei alguns textos nas publicações, percebi que
os alunos não leram os textos que achei interessante para a discussão sobre
intertextualidade. Depois de três atividades de fórum de discussão da disciplina e eu
tendo enviado o meu feedback de como eu queria que os alunos participassem no fórum
de discussão, os alunos ainda estavam preocupados em responder as perguntas da
atividade, aquelas que foram feitas depois que os alunos assistissem ao vídeo e que
estavam no AVA.
Um dos alunos acessou a atividade em um único dia e fez todas as contribuições
e deu todas as respostas. Depois que o aluno fazer isso, publicou todas as respostas em
um único dia, esse aluno não voltou mais a participar do fórum de discussão.
Figura: Registro de fórum de discussão

Fonte: site do curso, acessado de 22 de jun. 2017

Tivemos poucas discussões, a maioria das interações eram as respostas das


perguntas. Não consegui extrapolar o assunto e discutir bem o conceito de
intertextualidade. Mas a participação deles ainda me intrigou muito porque os alunos
não discutiam o conteúdo.
Afinal, o que eu esperava dos alunos...

A meu ver, os alunos respondiam, mas o que os eles escreviam eu pensava que eram
respostas curtas.

Naquela
experiência, como
professor-tutor, eu
esperava que os
alunos escrevessem
em seus
comentários nos
fórum de discussão
longos textos sobre
o assunto que
estava sendo
abordado. Minha
concepção de
participação em um
fórum de discussão
era que escrevem
muito nos
comentários. Os
alunos por não
estarem agindo de
acordo com minha
expectativa, eu
cobrava essa falta
de participação nos
fórum de
discussão...

A expectativa do professor se associa com a sintonia entre o que ele espera


para o resultado de todos os alunos [...]. De fato, há professores que exageram
na sua expectativa e, por isso, superestimam os resultados de seus alunos, e
há aqueles que são demasiadamente moderados com relação a sua
expectativa e, por isso, subestimam os resultados... é importante que o
professor crie estratégias para buscar conhecer sua turma como meio de
produzir uma ação mais efetiva frente às necessidades de seus alunos...
(FERNANDES, 2010).
Ao recontar essas experiências percebo minha expectativa com relaçãoao alunos
era que discursassem sobre os temas daquelas unidades. Esperava que os alunos
escrevessem muito sobre o assunto e, também, que argumentassem o que o colega havia
escrito. Minha concepção, eu entendia que o que estavam escrevendo era curto, mas
entendo que os alunos estavam respondendo as atividades propostas, estavam
participando das atividades. Ao considerar o meu querer e minha expectativa que iam de
confronto com o que os alunos realmente faziam, eu passava mais atividades para além
do que era solicitado nos enunciados.
Outra questão que percebo está relacionada aos enunciados das atividades os
quais solicitavam apenas que respondessem as perguntas, ao recontar as experiências, os
alunos até escreviam as respostas, mas não era o que eu esperava deles, teriam que
discutir, concordar e discordar e ainda justificarem por estavam concordando ou
discordando com argumentos bem escritos. Deixei de orientar os alunos nas discussões
porque eu pensava que eles sabiam o conteúdo e como discutir esse conteúdo no fórum
de discussão.
Outra questão que percebo, também, ao retomar aquelas experiências é que
cobrava os alunos à falta de participação deles nas atividades. Minha concepção era que
os alunos tinham ler todos os comentários e escrever suas respostas em cada comentário
dos colegas se posicionando criticamente e até discordando se houvesse necessidade,
isso era minha expectativa. Considerando essa expectativa alta, minha prática era
pautada apenas na cobrança da não participação e indicar o que deveriam fazer nas
atividades.
Naquele momento, o que respondiam, a partir de minha concepção de fórum de
discussão, eram respostas curtas, hoje, percebo e entendo que eu deveria ter levado em
consideração mais as necessidades dos alunos naquelas atividades do que o meu querer
e fazer com que eles quisessem aprender os assuntos e temas.
Ao pensar essas experiências hoje, percebo que meu papel de professor-tutor
teria sido produtivo se eu tivesse estudando com os alunos a concepção e fórum de
discussão e o papel do aluno de EaD, especificamente, nas atividades de fórum de
discussão. Percebo também que eu deveria ter tido uma postura próxima, ter conversado
mais com os alunos sobre a postura deles nas atividades e falassem com eles sobre a
minha expectativa com relação à eles naquelas disciplinas.
“preciso de ajudar para continuar a desenvolver.....”

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