Para que eu pudesse dar um retorno sobre a participação dos alunos e a nota
da atividade, enviei e-mail individual para cada um deles, com o feedback e
informações sobre o valor que eu havia atribuído para o desempenho de cada aluno. E
assim dei por encerrado aquele fórum de discussão.
Continuando com meu trabalho de professor-tutor, ainda naquela mesma
disciplina, havia uma segunda atividade para ser corrigida e que também valia nota.
Na atividade de portfólio era solicitado que os alunos escrevessem três parágrafos
curtos a partir de algumas perguntas, elaboradas no guia do aluno, depois de terem
assistido ao vídeo Woman Know your limits, disponibilizado na plataforma.
Ao término do prazo para que os alunos postassem o arquivo com o texto
solicitado, fui conferir se haviam feito aquela tarefa. Não havia critérios de correção
estabelecidos pelo professor-formador, então, para aquela atividade, procurei observar
se o aluno havia escrito um texto que respondesse as perguntas propostas e se havia
equívocos gramaticais em seu texto. Como a atividade valia dois pontos, decidi que
aqueles que escrevessem sobre duas perguntas teriam uma determinada nota. Depois
de eu ter conferido se fizeram a atividade, atribui uma nota, anexei o arquivo com meus
comentários, justificando a nota atribuída por mim e, ainda, escrevi que estava disposto
a conversar em qualquer momento.
;
Fonte: site do curso à distância acessado em 11 de set. de 2016.
O professor no
processo de
Na educação a distância, avaliação do fórum
o modelo de avaliação da tem a obrigação de
aprendizagem deve
analisar as respostas
ajudar o estudante a
e contribuições
desenvolver graus mais
Conferir... postadas pelos
complexos de
alunos de forma
competências cognitivas,
Checar... crítica e pedagógica,
habilidades e atitudes,
possibilitando-lhe
respeitando as
Constatar... diferentes opiniões e
alcançar os objetivos
Responder perguntas... propostos. Para tanto, posturas dos
esta avaliação deve participantes no
O objetivo era fazer a comportar um processo processo de
atividade ... o exercício... contínuo, para verificar aprendizagem. Ele
constantemente o pode revisar
Ok, está de acordo... conceitos, esclarecer
progresso dos estudantes
Deixou de fazer... alguns e estimulá-los a serem dúvidas gerais ou
ativos na construção do individualizadas de
tópicos...
conhecimento. Desse cada aluno, mudar a
modo, devem ser metodologia e até o
articulados mecanismos próprio conteúdo...
que promovam o (RODRIGUES, 2013).
permanente
acompanhamento dos O docente tem o
estudantes, no intuito de dever de identificar as
identificar eventuais necessidades dos
dificuldades na alunos, explicitar os
aprendizagem e saná-las critérios de avaliação
ainda durante o processo aos alunos, ensiná-
de ensino-aprendizagem. los a usar a interface,
(REFERÊNCIAS DE definir os objetivos,
QUALIDADE PARA A desenvolver
EDUCAÇÃO SUPERIOR À estratégias e
DISTÂNCIA, 2007) questionamentos
instigantes,
diagnosticar o
processo, mediar e
apresentar resultados
e possibilitar o acesso
fácil à interface
educacional
(RODRIGUES, 2013)
Hoje, ao recontar a experiência vivida, percebo que minha prática de avaliação
era principalmente de conferir, verificar e corrigir as atividades e tarefas, além de
atribuir notas.
Ao ler o manual de tutoria e o edital do processo seletivo para tutores, uma das
atribuições do professor-tutor é a correção das atividades e provas. Eu pensava que
estava fazendo o meu trabalho de professor-tutor. Desempenhava o meu papel de
professor-tutor corrigindo as atividades com base em minha concepção de avaliação
bancária, com foco no produto, feita no final de cada atividade e com objetivo apenas de
corrigir e validar.
Ao recontar minha experiência e elaborar o pastiche, percebi, e ainda estou
percebendo, minhas limitações. Ao considerar a experiência da minha vida escolar,
percebo que as avaliações, atividades e tarefas tinham por objetivo central dar uma nota
e classificar o aluno, conforme modelo de avaliação classificatória ao qual se referem
Fidalgo (2006), Bloom, Hastings, Madaus (1983) e Haydt (1991). Ao buscar um
possível entendimento sobre o que eu fazia em minha prática de avaliação, percebo que
a concepção de avaliação bancária e classificatória como, por exemplo, corrigir, testar e
cobrar a participação via e-mail, eram as ações avaliativas que prevaleceram em minha
tutoria, nessa perspectiva considerei o exame quando deveria.
Ao recontar minha prática de tutoria, vejo hoje que, era pautada em critérios de
“fez ou não fez a atividade”. Esses critérios eram quantitativos, porque o que importava
para mim era a quantidade de comentários escritos nos fóruns de discussão.
Pensando hoje, depois de estudar as concepções de avaliação e o processo de
avaliação da aprendizagem, percebo que as minhas ações para avaliar as atividades
eram tradicionais. Naquelas atividades de fórum de discussão, de portfólio e de
observação da aula do aluno estagiário, eu poderia ter desenvolvido um processo de
avaliação formativa, ou seja, propiciando espaços para os alunos pensarem e
questionarem sobre o que e como estavam desenvolvendo tais tarefas e refletirem sobre
as aulas do estágio, por exemplo.
Ao considerar o papel do tutor em cursos à distância, hoje, percebo que eu
poderia ter criado uma discussão sobre as dúvidas dos alunos, dentro da atividade de
fórum ou ter marcado encontros por Skype para que junto com os alunos discutíssemos
as atividades, os exercícios, o portfólio e as aulas de estágio.
Outra questão que percebo é que em momento algum eu procurei os professores-
formadores das disciplinas para perguntar ou até mesmo discutir critérios de avaliação
das atividades. O que fiz foi que criei mesmo os critérios de avaliação desconsiderando
o processo de ensino e aprendizagem.
Outro aspecto que percebo, é que não me dei conta das dificuldades dos alunos
em relação às atividades. Eu esperava os alunos me procurem com suas dúvidas. Os
alunos de cursos à distância podem ter algumas dificuldades como acessar as
ferramentas no AVA e também de entender as questões das atividades e como professor
eu deveria também estar atento a as dificuldades que os alunos encontravam.
Ao recontar essas experiências percebo também que desconsiderei o aspecto
qualitativo do processo de avaliação. Os alunos tiveram feedbacks superficiais,
automáticos, simplificados e pautados em aspectos quantitativos. Em momento algum
durante minha prática avaliativa pensei na aprendizagem do aluno porque minhas
concepções de avaliação, em contexto à distância, eram de “corrigir”, “validar” e
“conferir”. Era assim que eu entendia minha prática de avaliação naquele curso a
distância. Hoje, percebo que eu poderia ter agido de forma que minha prática de
avaliação pudesse ter considerado o processo de ensino e aprendizagem do aluno.
Percebo que eu deveria ter criado possibilidades para que o aluno refletisse sobre o
conteúdo que estava estudando e, também, oportunidade para que desenvolvessem um
trabalho de reescrita em seus portfólios, de forma que pudessem ter a chance de uma
avaliação voltada para o processo de aprendizagem e não apenas para o produto final.
Mas, cabe ressaltar, que viver essas experiências foi importante para a minha formação
como professor-tutor.
O Professor-tutor que ‘visita’ o curso...
Nesse tema, discuto minha atuação como professor-tutor nas atividades de
Fórum de Discussão as quais foram realizadas nas disciplinas Língua Inglesa: Texto e
Discurso e Ensino da Habilidade de Leitura Instrumental em Língua Inglesa. Ao
recontar essas experiências, pude perceber que agi como um professor-tutor visitante,
aquele que apenas visita de vez em quando. Durante o curso, deixei os alunos
“sozinhos” em alguns momentos para fazerem as suas atividades no AVA. Vamos as
experiências!
Mais uma vez, a aluna postou uma descrição da charge e terminou o seu
comentário afirmando que era “um discurso sexista!”.
Assim, fiz as perguntas propostas na unidade e deixei para os alunos
responderem. Já tinham se passado alguns dias do início da atividade de fóruns e os
alunos não tinham interagido e contribuído significativamente com nossa discussão.
Um ou outro aluno, timidamente, iam respondendo as perguntas do enunciado no
fórum.
Naquele momento, comecei a pensar no que estavam impedindo os alunos
participassem. Um aluno postou uma charge escrita em Língua Portuguesa sobre o
tema central que estava sendo abordado, mas não o relacionou com os comentários dos
outros participantes.
Figura 5: Comentários no fórum de discussão da Unidade 1 da disciplina Língua Inglesa: Texto e Discurso
Como professor-tutor, solicitei para que lesses os textos que estava no AVA. Ao
término daquela atividade de fórum, constatei que os alunos responderam as perguntas
propostas pelo enunciado da atividade e guia do aluno, e, também, leram os textos que
estavam no AVA.
Continuando com a experiência, em outra atividade de fórum de discussão, o
enunciado da atividade solicitava aos alunos que lessem o texto na seção de leitura
complementar e depois discutissem com o tutor e demais colegas no fórum as
impressões da disciplina que estava sendo estudada e responder a três questões.
A primeira questão era sobre o ensino de gramática é relevante, a segunda era
sobre a importância da gramática para o aluno e a terceira era sobre se a gramática
deveria ser deixada de lado e apenas ensinada pelos professores de inglês em geral. O
meu primeiro comentário de abertura foi com as perguntas do próprio material do
aluno, que copiei e colei no fórum.
Ao perceber era apenas uma descrição, fiz comentários com perguntas tentando
relacionar aquela descrição e fazendo o aluno escrever mais sobre o assunto.
A meu ver, os alunos respondiam, mas o que os eles escreviam eu pensava que eram
respostas curtas.
Naquela
experiência, como
professor-tutor, eu
esperava que os
alunos escrevessem
em seus
comentários nos
fórum de discussão
longos textos sobre
o assunto que
estava sendo
abordado. Minha
concepção de
participação em um
fórum de discussão
era que escrevem
muito nos
comentários. Os
alunos por não
estarem agindo de
acordo com minha
expectativa, eu
cobrava essa falta
de participação nos
fórum de
discussão...