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26/08/2018 Linguagem visual e Educação: rediscutindo as representações fotográficas | Educação Pública

Linguagem visual e Educação: rediscutindo as representações fotográ cas

Nayana M. Moraes
Especialista em Mídias na Educação (UFJF), professora de Língua Portuguesa

Identi cação do problema


Rediscutindo novas práticas pedagógicas inseridas no contexto social vigente, a Língua Portuguesa e a Literatura, por meio das novas imbricações
hipermodernas, denotam a utilização de novos elementos tecnológicos. Pressuposta a essas vertentes, a linguagem visual entra no cerne da
discussão, tendo em vista que a tecnologia engendra o cotidiano da sociedade. A fotogra a é presente nas variadas camadas sociais, permitindo que
o olhar seja captado e memorizado a partir de in nitas possibilidades.

Nesse sentido, o ensino da língua e dos estudos literários ainda são incipientes com relação ao uso da fotogra a como elemento artístico na busca
pelo conhecimento. Walter Benjamin (1955), no texto A arte na era de sua reprodutibilidade técnica, a rma:

A obra de arte reproduzida é cada vez mais a reprodução de uma obra de arte criada para ser reproduzida. A chapa fotográ ca, por exemplo,
permite uma grande variedade de cópias; a questão da autenticidade das cópias não tem nenhum sentido. Mas, no momento em que o critério
da autenticidade deixa de aplicar-se à produção artística, toda a função social da arte’ se transforma (Benjamin, 1955, p. 3).

A educação literária tradicional é muito focada nas representações do discurso a partir do texto, esquecendo-se da Semiótica trazida pela fotogra a.
Há, nesta área, uma visão estereotipada sobre a arte fotográ ca muitas vezes enveredada pelo preconceito, ainda que seja considerada uma das sete
artes contemporâneas.

No campo da ciência da arte, a fotogra a possui papel de destaque nas linhas de pesquisa. Entretanto, com relação ao ensino básico, os elementos
fotográ cos são pouco utilizados. Uma explicação para tal ainda se refere aos paradigmas do uso do celular em sala de aula como elemento
participante do ensino-aprendizagem. Em certo sentido, é compreensível essa questão, pois o aluno constrange certos pro ssionais no ambiente
escolar. O que não é a regra de todos, mas é evidente nesses casos.

Além desse fator, professores pouco conhecem as novas plataformas e aplicativos de produção fotográ ca. Por conseguinte, essas ferramentas são
vistas como parte integrante do cotidiano coletivo, tornando-se pouco citadas na educação. Ainda que a pedagogia contemporânea, alicerçada por
Paulo Freire e Rubem Alves, tente fortalecer que o ambiente sociocultural esteja presente nas metodologias educacionais, a produção voltada a esse
aspecto ainda é muito resistente entre os pro ssionais, haja vista que o aluno detém certo conhecimento dessas tecnologias, ao contrário do
professor, que tenta aprimorar a questão.

Dessa forma, destaca-se o papel do estudante em sala de aula. Se antes o professor era considerado o detentor e a fonte de conhecimento, hoje, com
os meandros do hipertexto, o professor é um tutor na produção dos signos educacionais. Com essa relevante mudança, a problemática está na
pouca visibilidade dada à tecnologia e à fotogra a como obtenção da práxis pedagógica. Nesse sentido, a fotogra a, como objeto permanente na
vida individual do ser humano, revigora a necessidade de sua presença nas metodologias de ensino.

Fundamentação teórica
No sentido de resolver os desa os preexistentes, a educação fundamenta-se em práticas humanistas a m de fazer com que a escola seja um
ambiente de convivência social, resgatando preceitos de cidadania e igualdade. Dessa forma, as temáticas reinantes da vida coletiva são inseridas
nas didáticas contemporâneas. A fotogra a, adotando os signi cantes e signi cados da concepção artística, sobrepuja o pensamento escolar,
rompendo os dogmas tradicionais.

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26/08/2018 Linguagem visual e Educação: rediscutindo as representações fotográficas | Educação Pública
Partindo da Semiótica, a teoria fotográ ca reverbera não só o objeto câmera, mas também as ciências artísticas, como TV e cinema. Há vários
fatores que propulsionam o tema foto. Um desses fatores é a expansão da internet e a emancipação das redes sociais. Como destaca Wagner Souza
e Silva,

Com a crescente popularização de redes sociais especí cas para a circulação de imagens fotográ cas (não só mais estáticas mas também
em movimento), tal como o Instagram, o Flickr e, mais recentemente, o Snapchat, a produção dessas imagens está quase sempre mediada por
gadgets conectados, dispositivos que têm a tela como componente fundamental, que inclusive suprime a ideia de câmera entendida como
uma “caixa” (com raízes etimológicas na câmara obscura renascentista) (Silva, 2014, p. 69).

As ingerências dos novos pro ssionais da educação permeiam a necessidade de trazer à sala de aula essas in uências contemporâneas. Se do
ponto de vista humanista e sociocultural o aluno é o fator primordial na elaboração das metodologias em sala de aula, nota-se que as ferramentas
virtuais devem ser de grande uso, tornando a aula prazerosa e gerando aprendizagem. A percepção imagética é primordial na interpretação não só de
conteúdo, mas dos elementos visuais trazidos pelo dia a dia. A Semiótica e seus signos linguísticos denotam esse critério.

Aqui tocamos num ponto que nos permite retornar à questão de onde partimos. As linguagens estão no mundo e nós estamos na linguagem.
A Semiótica é a ciência que tem por objeto de investigação todas as linguagens possíveis, ou seja, que tem por objetivo o exame dos modos
de constituição de todo e qualquer fenômeno como fenômeno de produção de signi cação e de sentido  (Santaella, 1990, p. 2).

Analisando especi camente a área de Língua Portuguesa e Literatura, a Semiótica é um campo do conhecimento essencial para o professor, pois
permite que este entenda que o ensino da língua vai além do tangenciamento da palavra, ou seja, a linguagem é variável. Lúcia Santaella (1990)
destaca a diferenciação entre língua e linguagem. Nesse aspecto, infere a composição fotográ ca como linguagem latente nos signos visuais.

O problema enfrentado pelos professores é o pouco debate estabelecido a partir de uma grade curricular ainda do século XX. Por conseguinte, as
linguagens não verbais são apenas citadas como placas e símbolos burocráticos do dia a dia. Ainda no contexto da Semiótica, Santaella (1990)
fortalece o discurso da fotogra a na composição do conhecimento.

Por exemplo: todas as linguagens da imagem, produzidas através de máquinas (fotogra a, cinema, televisão…), são signos híbridos: trata-se de
hipoícones (imagens) e de índices. Não é necessário explicar por que são imagens, pois isso é evidente. São, contudo, também índices, porque
essas máquinas são capazes de registrar o objeto do signo por conexão física. A respeito da fotogra a, Peirce esclarece: "O fato de sabermos
que a fotogra a é o efeito de radiações partidas do objeto torna-a um índice e altamente informativo". Embora o processo de captação da
imagem televisiva seja diferente da fotogra a, o caráter inicial de conexão física, existencial e factual nele se mantém (Santaella, 1990, p. 15).

O ensino básico é o que detém menos discussões substanciais sobre o tema e a inclusão da fotogra a como ferramenta de aprendizagem. Dessa
forma, fazem-se relevantes novas propostas que incentivem o uso pedagógico dessa prática tão presente na vida dos discentes, demonstrando que a
Semiótica é um conjunto formulador de signi cados na transformação intelectual do indivíduo.

Proposta de intervenção
Como alternativa propositiva que incentive novos educadores a utilizar as ferramentas fotográ cas, destaca-se o Google Fotos, aplicativo presente
em todos os celulares. O Google Fotos faz backup automático de todas as fotos compactadas do celular, permitindo grande capacidade de
armazenamento. Uma intervenção muito relevante é a criação de álbuns e compartilhamento de fotos. Assim, o cenário digital permite grandes
possibilidades ao professor.

Na área de Língua Portuguesa, o professor poderá fazer um festival de fotogra as a cada bimestre, com temas especí cos. Um desses temas é a
mudança da língua a partir da cibercultura, re etindo em sala sobre sua de nição e os novos caminhos da sociedade. Trazendo um olhar fotográ co,
cada aluno irá registrar a foto que traduz a hermenêutica do tema proposto. Nesse sentido, transforma-se a linguagem verbal em não verbal. A
interdisciplinaridade é fundamental na prática pedagógica. 

A partir dessa intervenção, o festival digital permitirá o uso da tecnologia no fomento à re exão. A partir da publicação de todos os alunos, as fotos
serão votadas pelo público em geral, podendo ser familiares, professores e até desconhecidos. As plataformas multimídia incentivam o aluno a olhar
a escola como parte integrante de sua vida, e não somente como um ambiente de conteúdos e regimentos. Ao nal de cada festival, a escola
organizará um simpósio, um momento de debate e aprofundamento do tema, algo que ocorre mais frequentemente no ensino superior e pode ser
utilizado nas turmas de 8º ano ao Ensino Médio.

Durante o simpósio, serão divulgados vídeos contendo os bastidores do projeto e as fotos postadas. A Stay lm é uma ferramenta nova na publicação
e edição de vídeos; é possível compactá-la com facilidade, por isso será utilizada a m de que a produção seja vista de forma leve e divertida.

Analisando as questões fotográ cas, a Semiótica está presente neste debate estabelecendo o dialogismo entre os diversos campos do
conhecimento. Outra plataforma utilizada pelos discentes é o Instagram, aplicativo de fotos e uso das chamadas hasthags. Com uma linguagem cada
vez mais ágil, o Instagram é comumente utilizado para divulgação da vida cotidiana ou para questões de marketing. Muitas empresas adotaram esse
aplicativo para atingir o público atual. O Instagram, no meio educacional, permite um diálogo mais acentuado com os alunos, principalmente no
debate acerca de fatores sociológicos, fomentando a interdisciplinaridade.

A interdisciplinaridade, como um movimento contemporâneo que emerge na perspectiva da dialogicidade e da integração das ciências e do
conhecimento, vem buscando romper com o caráter de hiperespecialização e com a fragmentação dos saberes (Schweder, 2013, p. 3).

Com uma proposta semelhante ao Google Fotos, cada aluno deverá postar uma ou mais imagens em seu aplicativo acerca do autor literário
homenageado no bimestre. Na disciplina de Literatura, voltada ao Ensino Médio, a intenção é propagar a ferramenta a m de provocar re exão. Após
a divulgação, em sala de aula, permitir com que cada aluno transmita a ideia de sua foto e a in uência da imagética na propagação dessa percepção.

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Posteriormente, a partir do gênero “Relato pessoal”, o estudante escreverá as aprendizagens sensoriais que a atividade proporcionou, bem como o
viés do escritor na sensibilização de uma geração.

Referências  
BENJAMIN, Walter. A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica. 1955. Disponível em:
http://www.mariosantiago.net/textos%20em%20pdf/a%20obra%20de%20arte%20na%20era%20da%20sua%20reprodutibilidade%20t%C3%A9cnica.pdf
(http://www.mariosantiago.net/textos%20em%20pdf/a%20obra%20de%20arte%20na%20era%20da%20sua%20reprodutibilidade%20t%C3%A9cnica.pdf).

SANTAELLA, Lúcia. O que é Semiótica. São Paulo: Brasiliense, 1990. Disponível em: https://docs.google.com/viewer?
a=v&pid=sites&srcid=ZGVmYXVsdGRvbWFpbnxzZW1pbmFyaW9sdWNpYXNhbnRhZWxsYXxneDo0OTlkODc5ZmNlZjY1ZTZh
(https://docs.google.com/viewer?
a=v&pid=sites&srcid=ZGVmYXVsdGRvbWFpbnxzZW1pbmFyaW9sdWNpYXNhbnRhZWxsYXxneDo0OTlkODc5ZmNlZjY1ZTZh).

SCHWEDER, Sabine; DE MORAES, Ana Carolina. A construção e uso do blog como ferramenta pedagógica interdisciplinar: perspectivas e desa os.
Atas do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências. Disponível em: http://www.nutes.ufrj.br/abrapec/ixenpec/atas/resumos/R0396-
1.pdf (http://www.nutes.ufrj.br/abrapec/ixenpec/atas/resumos/R0396-1.pdf).

SILVA, Wagner Souza. Imagem e subjetividade: narrativas fotográ cas confessionais e a estética da afetividade. Disponível em:
http://www.ciberlegenda.uff.br/index.php/revista/article/viewFile/763/382
(http://www.ciberlegenda.uff.br/index.php/revista/article/viewFile/763/382).

Publicado em 17 de outubro de 2017

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