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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Departamento de Engenharia Naval e Oceânica – Escola Politécnica

Projeto de Graduação
EENX01 – Projeto Final em Engenharia Naval

Amortecimento de Plataformas FPSO nos


Movimentos do Plano Horizontal

Aluno: André Luis da Silva Rosa DRE: 095132711

Orientador: Antonio Carlos Fernandes

Rio de Janeiro, Novembro de 2009.


Índice 
1  Introdução ............................................................................................................................................ 3 
2  Amortecimento de Segunda Ordem ..................................................................................................... 5 
2.1  Componentes do Amortecimento .................................................................................................... 5 
2.2  Modelos de Amortecimento ............................................................................................................ 6 
2.2.1  Modelo Linear........................................................................................................................... 7 
2.2.2  Modelos Quadráticos ................................................................................................................ 9 
3  Análise Numérica-Experimental........................................................................................................ 10 
3.1  Análises no Modelo Computacional ............................................................................................. 11 
3.2  Ensaios com o Modelo Reduzido .................................................................................................. 21 
3.2.1  Decaimento em Águas Tranquilas .......................................................................................... 22 
3.2.2  Decaimento em Ondas ............................................................................................................ 24 
3.2.3  Distorções dos Diâmetros das Linhas ..................................................................................... 25 
4  Proposta de Modelo Matemático para Estimativa do Amortecimento do Casco de FPSOs em Surge
27 
5  Conclusões e Trabalhos Futuros ........................................................................................................ 29 
6  Referências ........................................................................................................................................ 30 

2
1 Introdução

Ensaios experimentais com embarcações ancoradas em mares regulares e


irregulares mostraram a ocorrência de comportamentos ressonantes com grandes
amplitudes no plano horizontal (Verhagen and van Sluijs, 1970) e (Hsu and Blenkarn,
1970). Estes movimentos de deriva lenta são originados pelas chamadas forças e
momentos de segunda ordem. Embora as forças de segunda ordem sejam de pequena
magnitude, são capazes de excitar corpos grandes ancorados no mar com movimentos
de grande amplitude e baixa frequência. Isto acontece porque as forças de deriva lenta
têm frequências coincidentes com a faixa de frequência natural típica de navios
ancorados. O baixo amortecimento do casco de navios e plataformas nos movimentos
do plano horizontal contribuem para estes movimentos de grande amplitude. (Ramery
and Hermans, 1971) estabeleceram que as componentes dos movimentos de segunda
ordem estão associadas com a frequência do grupo de ondas. É o bem conhecido
fenômeno do batimento, no qual a frequência da envoltória de um grupo de ondas excita
o referido movimento de deriva lenta.
De modo simplificado a equação geral da dinâmica em plataformas ancoradas
pode ser escrita como:

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .(1.1)

Onde, os índices 1 e 2 nas forças de excitação indicam as forças e momentos de


primeira e segunda ordem respectivamente. Neste trabalho estamos interessados apenas
na componente de segunda ordem da força de excitação. A força de restauração ( . ) é
provida unicamente pelas linhas de ancoragem.
Existem modelos teóricos para estimativa da massa adicional ( ), que são
facilmente implantados em programas computacionais.
As forças e momentos de primeira ordem ( são os causadores dos
movimentos de primeira ordem, e excitam estes movimentos na frequência das ondas.
Devido a sua importância, essas forças e momentos foram objeto de estudo por várias
décadas. Como resultado destas investigações, métodos foram desenvovidos, os quais
permitem estimar estes movimentos com um elevado grau de acurácia.

3
O problema da Teoria do Potencial para estimar as forças de segunda ordem
( é de difícil solução e atualmente só a força de difração deste problema tem sido
calculada. Dentre vários métodos podemos citar o de Pinkster (Pinkster, 1980) e o do
WAMIT (Korsmeyer, Lee, Newman and Sclavoulos, 1988). Existem indicativos de que
ambos os métodos, embora não consagrados como no caso da primeira ordem,
forneçam resultados confiáveis (Fernandes, 1994).
A grande desafio para se resolver a equação do movimento durante as fases de
projeto é a estimativa da força de amortecimento. Não existem modelos matemáticos
confiáveis para se determinar o coeficiente ( ) da Equação (1.1). A dependência dos
ensaios em tanque com modelos reduzidos ainda é grande.
As forças de amortecimento em unidades ancoradas podem ser divididas em dois
grupos principais: o amortecimento devido aos movimentos do casco (hull drift
damping - HDD) e a parcela decorrente das linhas de ancoragem (mooring line damping
- MLD). No capítulo 2 o amortecimento de plataformas será discutido com mais
detalhes.
Para equacionar o assunto, no capítulo 3, segere-se um procedimento numérico-
experimental (Fernandes, Mineiro, Rosa e Sales, 2006). Realizaram-se para tal ensaios
de decaimento em um modelo de casco de FPSO. Pode-se então verificar a influência
das linhas de ancoragem em face ao amortecimento global da plataforma. Realizaram-se
ensaios com diferentes diâmetros de linhas com o objetivo. Além dos ensaios em águas
tranquilas foram realizados ensaios adicionais com ondas afim de se verificar a parcela
do amortecimento decorrente da incidência de ondas (wave drift damping – WDD).
Concomitantemente, decidiu-se processar um programa não linear no domínio
do tempo adequado para o assunto, o ORCAFLEX 9.2. Assim, após a homogeneização
com resultados de ensaios, estenderam-se os resultados numericamente para diferentes
faixas de amplitudes e períodos de ondas, bem como para diâmetros de linhas
adicionais.
No capítulo 4, o trabalho sugere um modelo quadrático que pode ser útil para
calcular o coeficiente de amortecimento da equação do movimento.
O trabalho termina com sugestões de procedimentos para ensaios com modelos
reduzidos e projetos de linhas de ancoragem propriamente ditos.

4
2 Amortecimento de Segunda Ordem

2.1 Componentes do Amortecimento

Um sistema complacente do tipo FPS ou FPSO com amarração convencional ou


taut-leg é ressonante nos modos de movimentos horizontais. A frequência natural,
devido à grande massa e à pequena restauração é muito pequena (períodos de 70-300
segundos). Devido a este estado, mesmo as pequenas forças de segunda ordem devido
às ondas (proporcionais à amplitude ao quadrado) excitam grandes movimentos. Na
faixa de frequência destes movimentos lentos, estas forças tem espectro que se
assemelha a um ruído branco (Aranha and Fernades, 1996) e portanto, é impossível
evitar a ressonância. Sem o amortecimento o movimento ressonante aumentaria sem
limites, assim, a existência do mesmo é essencial. Entretanto, em segunda ordem, nos
movimentos horizontais, o amortecimento é pequeno o que leva à um espectro de
resposta extremamente estreito.
O amortecimento de segunda ordem é, portanto, a propriedade que vai regular a
amplitude dos movimentos lentos horizontais. O presente trabalho propõe a divisão de
tipos de amortecimento, que são discutidos em seguida:

WDD (wave drift damping) – Amortecimento devido a deriva em ondas;


MLD (mooring line damping) – Amortecimento devido às linhas de amarração;
HDD (hull drift damping) – Amortecimento devido aos movimentos do casco;
CFD (current field damping) – Amortecimento devido à correnteza;
WFD (wind field damping) – Amortecimento devido ao vento;

No nosso estudo as parcelas do CFD e do WFD foram desconsideradas, uma vez


que o escopo deste trabalho concentra-se nas parcelas do HDD, MLD e WDD.
O WDD tem caráter potencial, isto é, não tem origem viscosa. Aparece através de
força proporcional à velocidade lenta na presença de ondas incidentes.
O MLD pode ser entendido como a soma do arrasto viscoso ao longo das linhas de
ancoragem e a fricção direta com o solo marinho.
O HDD tem características predominantemente viscosa, uma vez que a radiação de
ondas devido aos movimentos do casco são praticamente desprezíveis (Wichers and van
Sluijs, 1979), como mostra a figura 2.1 em que são apresentados os resultados dos

5
ensaios com um VLCC 200.000 dwt e um LNG 125.000 dwt realizados por Wichers, na
qual pode-se observar o amortecimento decorrente da radiação de ondas praticamente
igual a zero na faixa de frequência de oscilação típica dos movimentos de deriva lenta
(0,05 rad.s-1).

Figura 2.1: Coeficiente de mortecimento adimensional, em surge, de um VLCC e


um LNG (Wichers and van Sluijs, 1979).

2.2 Modelos de Amortecimento

O amortecimento nos movimentos de surge e sway, em geral, são modelados como:

. = . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .(2.1)

Os coeficientes , i = 1, 2, 3 são determinados por meio do teste de decaimento.


Escrevendo o modelo não linear, o termo do amortecimento pode ser linearizado
por uma expansão em série de Taylor mantendo a característica ímpar:

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . (2.2)

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . (2.3)
.

6
O coeficiente denota o coeficiente de amortecimento equivalente. Na equação
(2.3) ele está escrito em termos dos seus coeficientes. Onde é a amplitude do
movimento.
Como dito no capítulo 2, o amortecimento total é formado pela soma dos
componentes individuais:

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . (2.4)

Os coeficientes , , e são obtidos em ensaios de decaimento.


A figura 2.2 mostra uma curva de decaimento, com período de oscilação médio
.
. Os picos são (i = 0, 1, 2, 3 ...).

Figura 2.2: Ilustração de uma curva de decaimento e envoltória (Maeda, 1997).

2.2.1 Modelo Linear

No caso linear, , e as forças de excitação são nulos, então a solução da


equação do movimento (1.1) reduz-se a:

. . cos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . (2.5)

Onde é a amplitude inicial do movimento, e é a frequência de decaimento

amortecida, .

Na forma adimencional utiliza-se o coeficiente .

7
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . (2.6)
. .

Logo, a equação (2.5) pode ser escrita como:

. .
. . sen . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . (2.7)

No modelo linear, o termo sin da equação (2.4) fica sendo igual a 1, porque
, logo:

ln . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . (2.8)

ln . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . (2.9)

Onde é a inclinação da reta originada do ajuste linear da curva representada pela


equação (2.9), e de forma direta podemos concluir que o coeficiente zeta é dado por:

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . (2.10)

Figura 2.3: Ajuste linear de decaimento.

8
2.2.2 Modelos Quadráticos

No modelo quadrático de Faltinsen (Faltinsen, 1990), os coeficientes e ,


sãoestimados a partir dos ensaios de decaimento pela relação:

log . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . (2.11)

Os valores de log são traçados em um gráfico contra o termo , e os

coeficientes são estimados através de uma simples regressão linear. A figura 2.4 mostra
um exemplo deste ajuste linear.

Figura 2.4: Exemplo de aplicação da regressão linear pelo método de Faltinsen.

O método de Froude (energia) é realizado o ajuste polinomial de segundo grau dos


valores de Δ contra ´ /2.

Figura 2.5: Curva de amortecimento pelo método de Froude (Maeda, 1997).

9
Os coeficientes a e b da curva são substituídos na equação (2.12), que nada mais é
que a equação do decaimento.

. . . . . 0 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . (2.12)

2. . . . . 0 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . (2.13)

2. / e / .

Após realizar o balanço de energia (Maeda, 1997) os coeficientes ficam:

. .
2. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . (2.14)

. .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . (2.15)

Figura 2.6: Exemplo de ajuste polinomial pelo método de Froude.

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3 Análise Numérica-Experimental

3.1 Análises no Modelo Computacional

Foram utilizadas em todas as análises numérico-experimentais o código comercial


não-linear ORCAFLEX 4.2 (Orcina, 2007). Como em (Fernandes, Mineir, Rosa e sales,
2006) o caso referência é uma FPSO com ancoragem tipo taut-leg e 20 linhas de
ancoragem, conforme apresentado na figura 3.1 a seguir.

Figura 3.1: FPSO modelada no ORCAFLEX ancorada com 20 linhas.

As características das linhas de ancoragem e da FPSO estão nas tabelas 1, 2 e 3.

Tabela 1: Características da FPSO.


Length - L(m) 322,38
Beam - B(m) 54,52
Depth – D(m) 33,45
Draft – T(m) 23,78
Displacement (ton) 371243,3
LCG (m) 5,01
TCG (m) 0,00
VCG (m) 18,41
Rxx (m) 20,03
Ryy (m) 77,95
Rzz (m) 78,12
Ixx (ton.m2) 148900127
Iyy (ton.m2) 2255983470
Izz (ton.m2) 22655820058

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Tabela 2: Características das bolinas.
Case Description
Bilge Keel 0 (BK0) No Bilge Keel
Bilge Keel 1 (BK0) Breadth = 500mm, α = 45°
Bilge Keel 2 (BK0) Breadth = 750mm, α = 45°
Bilge Keel 3 (BK0) Breadth = 500mm, α = 20.6°
Bilge Keel 4 (BK0) Breadth = 750mm, α = 13.6°

Tabela 3: Características das linhas.

Segment Ønom Weight in water


Material
(m) (mm) (KN/m)

1 114 R4chain 2,218


2 225 Polyester 0,086
3 114 R4chain 2,218
4 225 Polyester 0,086
5 114 R4chain 2,218
6 225 Polyester 0,086
7 120 R4chain 2,458

Segment EA Length MBL


(m) (KN) (m) (KN)

1 919077 550 12420


2 206010 600 13734
3 919077 10 12420
4 206010 600 13734
5 919077 10 12420
6 206010 600 13734
7 982080 150 13573

A profundidade no local é de 1246 metros. E a coordenadas dos fairleads para cada


linha estão na tabela 4.

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Tabela 4: Coordenadas dos fairleads e ângulo de azimute.
X Y Z Angle
Line nº
(m) (m) (m) (deg )
1 133,85 -28,39 6,80 316
2 131,30 -28,39 6,80 313
3 128,48 -28,39 6,80 310
4 126,20 -28,39 6,80 307
5 123,65 -28,39 6,80 304
6 -88,83 -28,39 6,80 236
7 -91,38 -28,39 6,80 233
8 -93,93 -28,39 6,80 230
9 -96,48 -28,39 6,80 227
10 -99,03 28,39 6,80 224
11 -99,03 28,39 6,80 136
12 -96,48 28,39 6,80 133
13 -93,93 28,39 6,80 130
14 -91,38 28,39 6,80 127
15 -88,83 28,39 6,80 124
16 123,65 28,39 6,80 56
17 126,20 -28,39 6,80 53
18 128,75 -28,39 6,80 50
19 131,30 -28,39 6,80 47
20 133,85 -28,39 6,80 43

Para a configuração apresentada na figura 3.1 as forças de restauração para cada


amplitude foram obtidas para vários deslocamentos horizontais em X (correspondendo a
surge) e Y (correspondendo a sway). Os resultados estão apresentados na tabela 5 e nas
figuras 3.2 e 3.3 a seguir.

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Tabela 5: Força de restauração da FPSO no plano horizontal.
Fx (KN) X (m) Fy (KN) Y (m)
21145,70 -96,95 31375,70 -95,36
18215,20 -87,31 26999,40 -86,38
15537,30 -78,27 22962,20 -77,94
13111,50 -69,89 19295,30 -70,17
10919,50 -62,10 15993,90 -63,06
8929,11 -54,82 13018,30 -46,57
7087,16 -42,90 10305,80 -40,45
5307,24 -31,06 7707,78 -34,30
3536,58 -24,00 5116,16 -27,77
1770,76 -16,34 2527,77 -10,56
8,18 -0,80 -59,05 5,15
-1753,00 19,61 -2646,09 18,35
-3514,28 28,40 -5228,00 25,61
-5276,50 35,66 -7795,91 32,25
-7054,00 42,64 -10443,20 48,86
-8907,24 51,49 -13327,40 55,79
-10902,90 61,61 -16525,20 63,24
-13091,80 74,26 -20102,00 71,35
-15503,40 82,49 -24069,80 80,13
-18152,70 91,28 -28396,40 89,51
-21038,90 100,55 -33023,60 99,35

Offset X (m)
30000

20000

10000
Tração (kN)

0
-150 -100 -50 0 50 100 150

-10000

-20000

-30000
Offset (m)

Figura 3.2: Tração estática em surge.

14
offset Y (m)

40000

20000

Tração (kn)
0
-150 -100 -50 0 50 100 150

-20000

-40000
offset (m)

Figura 3.3: Tração estática em sway.

Uma vez as análises estáticas concluídas, análises dinâmica foram realizadas para
que fossem estimados os amortecimentos das linhas e do casco nas simulaçoes
computacionais de decaimento, nas direções X e Y. Para a direção X os resultados estão
na tabela 6 e na figura 3.4. Na direção Y os resultados estão na tabela 7 e na figura 3.5.
Nas simulações para avaliar o amortecimento do somente do casco (HDD) o coeficiente
de arrasto das linhas Cd foi zerado.
O coeficiente do amortecimento linear foi calculado ajustando a envoltória
como explicado no capítulo 2.

. .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . (3.1)

Tabela 6: Coeficiente linear para 20 linhas na direção X.


X0 (m) ζ H+L ζ Hull ζ Lines
10 0,018 0,005 0,013
20 0,027 0,008 0,021
30 0,033 0,011 0,022
40 0,038 0,013 0,025
50 0,041 0,015 0,026
60 0,044 0,017 0,027
70 0,046 0,019 0,027
80 0,049 0,022 0,027

15
Linear Coef. (zeta) x Offset - surge
ORCAFLEX

90
80

70

Offset X - meters
60
Hull + Lines
50
Hull
40
Lines
30
20

10
0
0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00

Zeta (% )

Figura 3.4: Coeficiente linear vs. amplitude inicial na direção X.

Como explicado no capítulo 1 a parcela potencial do amortecimento do casco pode


ser considerada nula para escoamentos oscilatórios em baixa frequência. No nosso
estudo foi utilizado no ORCAFLEX na direção X o valor do coeficiente de arrasto do
casco de Chull = 0,022, este valor foi estimado com referência nos ensaios em escala real
do NT Alagoas. Na direção Y o valor adotado foi de Chull = 0,2.

Tabela 7: Coeficiente linear para 20 linhas na direção Y.


Y0 (m) ζ H+L ζ Hull ζ Lines
10 0,0189 0,0159 0,0030
20 0,0320 0,0256 0,0064
30 0,0463 0,0348 0,0012
40 0,0547 0,0415 0,0013
50 0,0605 0,0460 0,0014
60 0,0659 0,0502 0,0016
70 0,0712 0,0543 0,0017
80 0,0753 0,0575 0,0018

16
Linear Coef. (zeta) x Offset - sway
ORCAFLEX

90

80

70

Offset Y - meters
60
Hull + Lines
50
Hull
40
Lines
30

20
10

0
0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00 7,00 8,00

Zeta (% )

Figura 3.5: Coeficiente linear vs. amplitude inicial na direção Y.

O procedimento de análise utilizado na direção Y foi o mesmo da direção X. Agora,


os efeitos viscosos foram muito mais intensos que na direção X devido a predominância
do cross-flow. Em sway o HDD, com o aumento da amplitude inicial, ficou muito longe
de ser linear, dependendo fortemente da amplitude, o que evidencia a influência da
separação do escoamento no movimento de sway.
Em concordância com a escala real os modelos em escala reduzida devem
reproduzir a restauração, o amortecimento e as características do casco e das 20 linhas
de ancoragem.
O Cd das linhas é considerado 1,0, que é o adequado para os números de Reynolds
nestes casos que estão entre 5x102 e 2x105.
É importante ressaltar que para uma melhor análise do amortecimento total da
plataforma, os testes de decaimento são realizados com as linhas submersas oscilando
em conjunto com o casco. Contudo, para se aferir em separado a parcela do
amortecimento correspondente ao casco e a parcela das linhas uma ancoragem
horizontal (com as linhas fora da água) foi requerida, cabe ressaltar que as frequências
naturais de oscilação do casco foram preservadas no arranjo com o sistema horizontal
de amarração.
As frequências de oscilação nos casos simulados pelo ORCAFLEX foram 0,022
rad/s na direção X, e 0,018 rad/s na direção Y.
Para facilitar os ensaios em modelo reduzido foi reduzido o número de linhas de
ancoragem. Cada grupo de 5 linhas foi substituído por uma única linha equivalente. As
quatro linhas equivalentes devem produzir o mesmo amortecimento e a mesma
restauração das 20 linhas originais.

17
As linhas equivalentes necessitaram de truncamento porque surgiram problemas no
momento de transpor a profundidade do oceano para a escala do modelo.
No caso estudado foi utilizada a escala 1:70 com quatro linhas de ancoragem
truncadas, para representar a profundidade de 770 metros, que na escala reduzida cabe
no LabOceano, cuja profundidade máxima é de 15 metros.
A figura 3.6 ilustra a nova configuração das linhas truncadas na profundidade de
770 metros.

Figura 3.6: Linhas de ancoragem truncadas na profundidade de 770 metros de


lâmina d’água.

Novamente foram aplicadas forças nas direções X e Y no CG do modelo


computacional da plataforma de forma a se verificar a restauração do sistema após o
truncamento. Os resultados com a comparação do sistema original e do alterado estão na
tabela 8 e nas figuras 3.7 e 3.8.

18
Tabela 8: Comparação entre os modelos de 20 linhs e de 4 linhas equivalente
truncadas da força de restauração vs. offset inicial nas direções X e Y.
20 Lines 4 Lines 20 Lines 4 Lines
Fx (kN) Fy (kN)
X X Y Y
21145,7 -100 -98 31375,7 -100 -105
18215,2 -90 -90 26999,4 -90 -91
15537,3 -80 -77 22962,2 -80 -84
13111,5 -70 -69 19295,3 -70 -74
10919,5 -60 -58 15993,9 -60 -62
8929,1 -50 -49 13018,3 -50 -51
7087,2 -40 -38 10305,8 -40 -41
5307,5 -30 -28 7707,8 -30 -32
3536,6 -20 -19 5116,2 -20 -22
1770,8 -10 -8 2527,8 -10 -10
8,18 0 1 -59,1 0 0,1
-1753,0 10 11 -2646,1 10 10
-3514,3 20 21 -5228,0 20 20
-5276,5 30 31 -7795,9 30 29
-7054,0 40 41 -10443,2 40 38
-8907,3 50 51 -13327,4 50 49
-10902,9 60 61 -16525,2 60 60
-13091,8 70 72 -20102,0 70 69
-15503,4 80 81 -24069,8 80 79
-18152,7 90 90 -28396,4 90 89
-21038,9 100 100 -33023,6 100 100

Offset X (m)

25
20
Tension ( 1000 kN)

15
10
5
0
-150 -100 -50 -5 0 50 100 150
-10
-15
-20
-25
Offset (m)
Orcaflex 20 lines OrcaFlex 4 lines truncated

Figura 3.7: Restauração vs. offset inicial para os modelos de 20 linhas e de 4 linhas
equivalentes na direção X.

19
Offset Y (m)

30

20

Tension (1000 KN)


10

0
-150 -100 -50 0 50 100 150
-10

-20

-30
offset (m)
OrcaFlex 20 lines OrcaFlex 4 lines truncated

Figura 3.8: Restauração vs. offset inicial para os modelos de 20 linhas e de 4 linhas
equivalentes na direção Y.

Uma vez que a restauração requerida esteja atendida no modelo truncado, é


necessário que o diâmetro das 4 linhas proporcione o mesmo amortecimento do modelo
com 20 linhas. O diâmetro final encontrado após simulações paramétricas foi de 1,45
metros na escala real. Os resultados dos ensaios numéricos de decaimento com este
diâmetro equivalente de 1,45 m estão na tabela 9.

Tabela 9: Coeficientes de amortecimento para 20 linhas e para 4 linhas truncadas


com diâmetro equivalente de 1,45 metros na escala real.
ζ H+L ζ H+L ζ H+L ζ H+L
X0 (m) Y0 (m)
20 Lines 4 Lines 20 Lines 4 Lines

10 0,018 0,018 10 0,019 0,018


20 0,027 0,029 20 0,032 0,031
30 0,033 0,030 30 0,046 0,046
40 0,038 0,038 40 0,055 0,053
50 0,041 0,043 50 0,061 0,061
60 0,044 0,045 60 0,066 0,067
70 0,046 0,047 70 0,071 0,071
80 0,049 0,049 80 0,075 0,076

20
3.2 Ensaios com o Modelo Reduzido

A figura 3.9 mostra o arranjo de ancoragem do modelo reduzido no LabOceano. O


diâmetro das linhas obedeceu a escala de 1:70 (ou seja 1450/70) , ficando com 21mm de
diâmetro.

Figura 3.9: Linhas truncadas no tanque oceanico do labOceano.

Para representar a elasticidade do poliéster na escala real, o modelo da linha utiliza


uma mola. O diâmetro do cabo de aço interno é de 2 mm. A tabela 10 e a figura 3.10
apresentam as características das linhas do modelo reduzido e o detalhe da mola,
respectivamente.

Tabela 10: Configuração geométrica das linhas de ancoragem do modelo.

21
Figura 3.10: Linha equivalente: a figura mostra a mola, a mangueira de 21 mm e o
cabo de aço de 2 mm.

3.2.1 Decaimento em Águas Tranquilas

Ensaios de decaimento na escala do modelo foram realizados. Devido a limitações


na construção das molas a amplitude máxima ensaiada foi de 714 mm (50 metros na
escala real), os resultados estão apresentados nas figuras 3.11 e 3.12 em comparação
com a previsão numérica computacional.

Linear Coef. x Initial Amplitude - (SURGE)


Full Scale (ORCAFLEX x LabOceano)
6,0
Linear Coef. - Zeta (%)

5,0
4,0

3,0

2,0

1,0

0,0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Offset (m) - SURGE
ORCAFLEX LabOceano

Figura 3.11: Comparação entre resultados numéricos e experimentais, direção X.

22
Linear Coef. x Initial Amplitude - (SWAY)
Full Scale (ORCAFLEX x LabOceano)
12,0

Linear Coef. - Zeta (%)


10,0

8,0

6,0

4,0

2,0

0,0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Offset (m) - SWAY
ORCAFLEX LabOceano

Figura 3.12: Comparação entre resultados numéricos e experimentais, direção Y.

Fica evidente nas figuras 3.11 e 3.12 que os resultados apresentaram boa aderência.
As tabelas 11 e 12 apresentam de forma resumida os resultados dos ensaios.

Tabela 11: Coeficientes de amortecimento numéricos e experimentais, direção X.


ζ H+L 20 Lines ζ H+L 4 Lines ζ H 20 Lines ζ H 4 Lines
X0 (m) Orca Lab Orca Lab
10 0,018 - 0,005 -
20 0,027 0,029 0,008 -
30 0,032 0,035 0,011 -
40 0,038 0,039 0,012 0,014
50 0,041 0,043 0,015 0,015
60 0,044 - 0,017 -
70 0,046 - 0,019 -
80 0,049 - 0,022 -

Tabela 12: Coeficientes de amortecimento numéricos e experimentais, direção Y.


ζ H+L 20 Lines ζ H+L 4 Lines ζ H 20 Lines ζ H 4 Lines
Y0 (m) Orca Lab Orca Lab
10 0,0189 - 0,0159 -
20 0,0320 - 0,0256 -
30 0,0463 - 0,0348 -
40 0,0547 0,0663 0,0415 0,0506
50 0,0605 0,0712 0,0460 0,0549
60 0,0660 - 0,0502 -
70 0,0712 - 0,0543 -
80 0,0753 - 0,0575 -

23
3.2.2 Decaimento em Ondas

O trabalho estimou que o WDD em testes de decaimento numéricos e


experimentais em ondas. Duas ondas foram consideradas. Ver tabela 13.

Tabela 13: Parâmetro de ondas.


Model scale Full scale
Wave 1 Wave 2 Wave 1 Wave 2
Hs (m) 0,0971 0,0286 6,8 2,0
Tp (s) 2,5 2,5 20,91 20,91

Os resultados estão na tabela 14.

Tabela 14: Amortecimento em ondas numérico e experimental.


Wave 1 Wave 2
ζ Hull ζ Hull ζ Hull ζ Hull
X0 (m)
ORCA Lab ORCA Lab
20 0,011 0,013 0,009 0,010

Observe que a diferença entre os ensaios está na terceira casa decimal para
amplitude inicial de 20 metros. Os demais resultados numéricos estão na tabela 15. A
tabela 16 apresenta cada um dos componentes HDD, MLD e WDD.

Tabela 15: Amortecimento calculado numericamente em ondas.


Wave 1 Wave 2
X0 (m)
ζ HDD+WDD ζ HDD+WDD
10 Not reliable 0,005
20 0,011 0,009
30 0,012 0,012
40 0,013 0,014
50 0,015 0,017
60 0,018 0,019
70 0,019 0,021
80 0,023 0,024

24
Tabela 16: Resultados numéricos dos ensaios na direção X com as componentes
separadas do HDD, MLD e WDD.
ζ WDD ζ WDD
X0 (m) ζ HDD ζ MLD
Wave 1 Wave 2

10 0,005 0,013 - 0,0001


20 0,008 0,019 0,003 0,001
30 0,011 0,021 0,001 0,001
40 0,012 0,026 0,001 0,002
50 0,015 0,026 0,0005 0,002
60 0,017 0,027 0,001 0,002
70 0,019 0,027 0,0006 0,002
80 0,022 0,027 0,001 0,002

Analisando os resultados da tabela 16 fica evidente que para o caso de decaimento


em surge a parcela do MLD é o componente mais importante do amortecimento. O
WDD tem pouca importância.

25
3.2.3 Distorções dos Diâmetros das Linhas

Ensaios de decaimento adicionais (sem ondas) foram realizados com diâmetros


diferentes das linhas de ancoragem para se verificar a influência do diâmetro das linhas
no amortecimento. Além do diâmetro de 21 mm, foram realizados ensaios com 2 mm e
10 mm. A amplitude inicial do ensaio foi 572 mm (40 metros full scale). A tabela 17 e a
figura 3.13 mostram que existe variação linear como previsto na Equação de Morison
(Morrison et al, 1950) (3.2).

· · · ·| | . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . (3.2)

Tabela 17: Amortecimento em ensaios de decaimento com vários diâmetros.


Ø mm ζ MLD
21,0 0,026
10,0 0,013
2,0 0,0056

Linear Coef. x Lines Diameter

3
y = 0,1075x + 0,2754
2,5

2
Zeta (%)

1,5

0,5

0
0 5 10 15 20 25
Ø (mm)

Figura 3.13: Amortecimento em surge com diâmetros de 2 mm, 10 mm e 21 mm em


ensaios de decaimento com modelos reduzidos.

26
4 Proposta de Modelo Matemático para Estimativa do
Amortecimento do Casco de FPSOs em Surge

Nota-se na figura 3.4 que o HDD em surge varia linearmente com o aumento da
amplitude inicial do ensaio. Logo, a expressão (4.1) é sugerida para estimativa do
amortecimento do casco. Está equação é obtida a partir do balanço de energia dissipada
em cada ciclo. Assumindo a hipótese que a cada é dissipada a mesma quantidade de
energia.

· · · · . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . (4.1)
. .

é a superfície molhada do casco. Considerando o coeficiente de arrasto do


casco 0,022, os dados do modelo do reduzido do LabOceano são os seguintes:

1,17
5,20
0,9896 /

Os resultados estão na tabela 18 a seguir:

Tabela 18: Comparação dos resultados entre ORCAFLEX, LabOceano e o modelo


matemático.

27
Coeficiente Linear (zeta) do Casco
0.030
0.025
0.020
HDD

0.015 orca
0.010
lab
0.005
mat
0.000
0 0.5 1 1.5

Amplitude Inicial (metros)

Figura 4.1: Comparação entre o modelo matemático e os ensaios numérico-


experimentais.

28
5 Conclusões e Trabalhos Futuros

O truncamento moderado bem como a redução do número de linhas de ancoragem


podem ser utilizados, desde que sejam respeitados o amortecimento e a restauração.
Uma vez que os coeficientes estejam corretamente definidos, um programa
numérico pode gerar resultados satisfatórios.
O amortecimento da plataforma cresce com o aumento da amplitude inicial do
ensaio de decaimento, como pode ser visto nas figuras 3.11 e 3.12. No caso de surge o
crescimento foi linear.
Nos ensaios com diâmetros das linhas modificados notou-se que o amortecimento
cresceu linearmente com o aumento do diâmetro das linhas. Conforme previsto na
Equação de Morison.
Nas figuras 3.4 e 3.5 pode-se notar que o MLD e o HDD variam com a amplitude
inicial. Em ensaios com ondas para medição do WDD é fundamental que as amplitudes
iniciais sejam as mesmas dos ensaios em águas tranquilas, de forma que cada parcela do
amortecimento fique bem representada.

29
6 Referências

Aranha, J.P.A., Fernandes, A.C., 1996. “Floating Body second Order Slow Drift Force
Spectrum”, OMAE 96. Florença, Itália, Junho.

Faltinsen, O.M., 1990. “Sea Loads on Ships and Offshore Structures”, Cambridge
Ocean Technology Series.

Fernandes, A.C., 1994. “Metodologia para Estimativa da Deriva Lenta em Corpos


Flutuantes Amarrados: Petroleiros”, Tabalho realizado para PETROBRAS
DEPRO/DIVAP/SENAV. Rio de janeiro, Abril 1994.

Fernandes, A.C., 1996. “O Exercício ISSC Sobre Mooring Line Damping”, Trabalho
realizado para PETROBRAS GEPRO/GETINP/GESEM. Rio de Janeiro, Maio
1996.

Fernandes, A.C., Mineiro, F., Rosa, A., Sales, J.S., 2006. “Amortecimento e elasticidade
das linhas de amarração nos ensaios com modelos reduzidos de FPSOs”, 21ª
SOBENA. Rio de Janeiro 2006.

Hsu, F.H., Blenkarn, K.A., 1970. “Analysis of peak mooring forces caused by slow
vessel drift oscillations in random seas”, OTC Paper nº 1159, Houston, USA.

Maeda, H., Motora, S., Kayama, T., Fugino, M.,1997. “Dynamic of Ships and Offshore
Structure” (em japonês), Seizando Publisher. Tóquio, Japão.

Morrison, J.R., O’Brien, M.P., Johnson, J.W., Schaaf, S.A., 1950. “The force exerted by
surface waves on piles”. AIME Trans. Pet. Branch, 189 pp. 149-154.

Pinkster, J.A., 1980. “Low Frequency Second Order Wave Exciting Forces on Floating
Structures”, Dr. Ir. Thesis, Universidade de Delft, Holanda.

Ramery, G.F.M., Hermans, A.J., 1971. “The slow drift oscillations of a moored object
in random seas”. OTC Paper nº 1500, Houston, USA.

Verhagen, J.H.G., Sluijs, M.F. van, 1970. “The low frequency drifting force on floating
bodies in waves”, International Shipbuilding Progress, vol. 17, nº 188, April
1970.

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hydrodynamic coefficients of moored vessels”, OTC Paper nº 3625.Houston,
USA.

30

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