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O documento descreve a Capela de Nossa Senhora do Pilar em Taubaté, São Paulo. Foi construída entre 1748-1760 por Timóteo Correa de Toledo para difundir o culto à Nossa Senhora do Pilar. Atualmente abriga um museu de arte sacra e é um importante patrimônio histórico que reflete a arquitetura barroca mineira no Vale do Paraíba Paulista.
O documento descreve a Capela de Nossa Senhora do Pilar em Taubaté, São Paulo. Foi construída entre 1748-1760 por Timóteo Correa de Toledo para difundir o culto à Nossa Senhora do Pilar. Atualmente abriga um museu de arte sacra e é um importante patrimônio histórico que reflete a arquitetura barroca mineira no Vale do Paraíba Paulista.
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O documento descreve a Capela de Nossa Senhora do Pilar em Taubaté, São Paulo. Foi construída entre 1748-1760 por Timóteo Correa de Toledo para difundir o culto à Nossa Senhora do Pilar. Atualmente abriga um museu de arte sacra e é um importante patrimônio histórico que reflete a arquitetura barroca mineira no Vale do Paraíba Paulista.
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Capela de Nossa Senhora do Pilar e Museu de Arte Sacra
Nossa Senhora do Pilar é o mais antigo título da Virgem Maria,
pois surgiu quando a Mãe de Jesus ainda vivia. A narrativa legendária do acontecimento que deu origem a esta invocação é baseada numa tradição cristã de mais de 1.900 anos e diz o seguinte: São Tiago Maior foi incumbido de ir pregar a palavra de Deus nas províncias da Espanha e, antes de partir, foi pedir a licença e a bênção de Maria Santíssima. Após sua bênção a Virgem Santíssima pediu-lhe que além de converter os fiéis edificasse em sua memória conforme o que Ela lhe manifestasse.
Tendo partido para a Espanha, certa noite estava São Tiago
descansando quando viu, em aparição, a Virgem Santíssima.
Sentada em um pilar de mármore, cercada por um coro de
anjos, ELA mostrou-lhe o lugar onde queria que fosse edificada a sua igreja e disse-lhe que conservasse aquela coluna e a colocasse no altar do templo, pois aquele pilar permaneceria ali até o fim do mundo.
Extraordinariamente difundida em terras de Espanha essa
devoção aportou no Brasil no período do domínio espanhol. Introduzida no nordeste brasileiro localizou-se em Sergipe e Pernambuco. Em Minas Gerais a precursora dessa devoção foi a cidade de Ouro Preto.
A Capela de Nossa Senhora do Pilar é um conjunto arquitetônico
que constituiu um importante patrimônio histórico e artístico de grande significação, tanto local, como regional e nacional, fato este que se comprova pelo seu tombamento histórico realizado pelo SPHAN (Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e pelo CONDEPHAAT (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arquitetônico, Artístico e Turístico do Estado), em 1944.
É uma das poucas capelas do período colonial ainda existente
no Estado de São Paulo que apresenta um estilo arquitetônico totalmente diverso do Colonial Paulista, pois suas características são do colonial mineiro.
Artisticamente a Capela do Pilar representa a arte barroca
herdada do ouro das Minas Gerais, embora bem mais pobre. É a única que se conserva intacta até os dias atuais, conservando o seu original.
Tanto a Capela quanto o seu equipamento de culto (alfaias,
altares, imagens, etc.) refletem a realidade material e cultural dos pequenos povoados e vilas brasileiras do período colonial, fruto do trabalho escravo (indígena e africano), bem como refletem a opulência econômica de origem agrária e latifundiária. A Capela do Pilar foi construída entre 1748 a 1760 por Timóteo Correa de Toledo, taubateano da tradicional família paulista dos Toledo Piza.
Devoto de Nossa Senhora do Pilar, decidindo difundir seu culto,
solicitou ao Bispo D. Bernardo Rodrigues Nogueira permissão para levantar uma ermida dedicada à Nossa Senhora do Pilar.
Contratou com o oficial de carpinteiro Francisco Veloso de
Aguiar a construção da capela, que seria feita de taipa de pilão, coberta de telha vã, portas almofadadas, janelas com gelosias de esteira.
Teria três altares: o altar-mor, com um trono de seis degraus, e
mais dois altares laterais, sendo um à direita e outro à esquerda da nave principal. Dois púlpitos, dois confessionários, duas pias batismais e bancos necessários completariam o interior da capela.
A construção foi orçada em duzentos e cinqüenta mil réis.
A capela deve ter ficado concluída por volta de 1760. Timóteo
Correa de Toledo enviuvou em 1759 e se ordenou padre nos primeiros anos dessa mesma década de 1760, permanecendo até a morte como zelador da ermida que fizera erigir.
Ao contrário do Convento Santa Clara e a Capela de Nossa
Senhora do Rosário dos Homens Pretos, localiza - se dentro do perímetro urbano, conforme mostra planta executada em 1821 pelo pintor francês Arnaud Julien Palliere. Sua construção está diretamente ligada ao Ciclo da Mineração nas Minas Gerais, ocorrido no século XVIII. Foi construída em “taipa-de-pilão”, com paredes grossas, tendo um único corpo. A Capela do Pilar representa um pálido reflexo da opulência adquirida pelas vilas que surgiram naquela região, em decorrência do chamado “Ciclo do Ouro” e que hoje são as conhecidas “Cidades Históricas” de Minas Gerais, Ouro Preto, Mariana, Sabará, São João Del Rey e Tiradentes, dentre outras. Taubaté por ter se tornado centro e área rural que abastecia as zonas de mineração e das tropas que pelo vale transitavam, privilegiou-se, pois as famílias que constituíam o núcleo taubateano, delas saíram bandeirantes que faziam doações às capelas e igrejas do fruto de suas incursões pelos sertões.
Sendo assim, a Capela do Pilar foi fartamente presenteada. A
construção da Capela do Pilar só foi possível quando um negociante e fazendeiro local, Timóteo Côrrea de Toledo, pertencente a Irmandade Nossa Senhora do Pilar de Taubaté (representada por homens de negócio, comerciantes e pequenos proprietários), teve a iniciativa de custear uma parte das obras, arrecadando o restante com outros devotos. Como Provedor da Irmandade, cabia a ele gerenciar os bens em dinheiro e propriedades, vinculados à Padroeira; sendo seu encargo obter os meios de ornamentar a Capela, bem como organizar suas festas e eleições anuais. Pelo seu desempenho junto à Irmandade, Timóteo Corrêa de Toledo, favoreceu o seu crescimento e o culto à Nossa Senhora do Pilar.
Com isso, garantiu para si próprio e seus familiares o privilégio
de serem sepultados em espaço nobre do Templo. Após enviuvar, ordenou-se padre tendo exercido sacerdócio em Taubaté e Pindamonhangaba, sendo durante muitos anos o responsável pela administração geral da Capela do Pilar. Quando morreu em 1788, foi enterrado junto ao Convento Santa Clara, uma vez que deixou ordens expressas para tanto. A administração da Capela do Pilar passou para os seus descendentes, muitos dos quais foram cléricos.
Apesar da Capela do Pilar apresentar em seu conjunto um
arquitetura e decoração muito modestas, se compararmos a outras do mesmo período (Minas Gerais e Bahia), forma um monumento arquitetônico bastante expressivo do estilo barroco, com manifestações da sua última fase, o rococó, introduzido na Capitania de São Vicente em meados do século XVIII.
A Capela do Pilar representa um importante patrimônio
histórico-cultural, “Documento Arquitetônico” do período colonial brasileiro com influência mineira em pleno Vale do Paraíba Paulista. Sua conservação e valorização são importantes para a preservação da memória e identidade do taubateano.
Esta igreja foi construída por Timóteo Correia de Toledo no
século XVIII; dizia a história, hoje já desconsiderada, que era desta igreja que saiam os bandeirantes antes de irem a Minas Gerais em busca do ouro.
A capela do Pilar é um marco presente da existência de outrora
da influência do ciclo do ouro, em Taubaté. Atualmente esta igreja está aos cuidados da Prefeitura Municipal de Taubaté que mantêm ali o museu de Arte Sacra.
Como na própria foto podemos ver o local onde esta igreja do
Pilar denomina-se Praça do Convênio. Este nome se dá a esta praça por que este local foi palco de uma importante passagem na história do Brasil, o Convênio do Café que ocorreu em 1906 onde está o Supermercado Pão de Açúcar, antiga residência do Cel. José Benedito Marcondes de Matos.
O convênio do Café foi uma proposta dos fazendeiros de Café
ao Governo Federal para que comprassem a produção de café que ultrapassasse a procura do mercado. O café excedente seria estocado pelo Governo para ser vendido depois, quando os preços normalizassem, fato que nunca aconteceu. Prof. Wanderlan Filho
Capela do Pilar de Taubaté
No Brasil colonial, existia o costume de se enterrar os mortos
dentro das igrejas, este habito, importado da Europa, perdurou em terras brasileiras até o final do século XIX. Os cidadãos proeminentes ou com posses eram sepultados nas areas internas das igrejas, ou seja, perto dos altares principais. E quanto mais a pessoa contribuía para as obras de caridade, mais perto do altar ela seria enterrada. No caso dos cidadãos sem posses, isto é, negros e os indigentes eram enterrados no chão, do lado de fora das Igrejas. A explicação para os enterros dentro das igrejas era muito simples: o morto sepultado dentro igreja, tinha sua alma protegida pelos santos, anjos e, sobretudo por Deus. Quando D. Pedro I se tornou Imperador do Brasil , promulgou uma lei que bania os enterros dentro das igrejas, fazendo com que os sepultamentos fora do espaço sagrado virassem uma realidade no Brasil. Neste contexto, surgiu à necessidade da criação dos cemitérios, tanto para os católicos, como para os praticantes de outros credos.
O Professor e folclorista, Paulo Camilher Florençano, na coleção
“Taubatena” volume 10 de 1984, ” A Capela de Nossa Senhora do Pilar de Taubaté recorda: “Ainda com referência a acontecimentos ligados á Capela do Pilar , torna-se necessário lembrar que, nela, praticava costume que vinha de passado remoto –o sepultamento de cadáveres, de pessoas de certa posição social, no interior das igrejas e capelas. Tal uso perdurou em Taubaté, até o ano de 1873. Nesse ano, a Intendência Municipal, sob a presidência do senhor, Dr. Francisco de Paula Toledo, adquiriu dos frades do Convento de Santa Clara, uma área anexa, destinando-a para servir como primeiro cemitério a céu-aberto da cidade, passando a sua direção para a Ordem Terceira da Penitência; ao mesmo tempo, proibiu os sepultamentos em Igrejas. Como os demais templos locais, na Capela de Nossa Senhora do Pilar também houve sepultamentos de pessoas ilustres. Assim, durante o desenrolar dos trabalhos da primeira restauração nela processados pelo Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN), em 1946, ano seguinte ao início das obras, o jornal taubateano “Nossa Terra”, do dia 10 de Fevereiro destaca a seguinte matéria,” Capela do Pilar, Achado Histórico”; Por diversas, vezes temos ressaltado nessas colunas, a importantíssima obra de restauração da Capela do Pilar, ora em execução pelo Serviço do Patrimônio Histórico Nacional e para o que concorreu a Sociedade Amigos da Cidade de Taubaté, que promoveu o seu tombamento naquele departamento do Ministério da Educação e não se cansou enquanto não viu iniciados tais trabalhos, e para o que igualmente concorreu o indispensável apoio do senhor Prefeito, Antonio de Oliveira Costa… Em dias da semana hoje finda, ao cavar-se o piso do corredor lateral a capela-mór, á direita desta, o cavoqueiro sentiu o chão mais fofo – o que, aliás já observava em outros lugares – mas, por curiosidade, aprofundou a escavação. A cavadeira percutiu um metal, uma chapa de prata. E, então com todo o cuidado, prosseguiu até descobrir ossadas, duas chapas de prata, e puxadores do mesmo metal, dos quais, dois de cabeça de leão e um de delicada mãozinha. Estavam parafusados a restos de tábuas de cedro e eram feitos artisticamente. Uma das chapas de prata apresenta a inscrição: “Aqui jaz O.R. V Antonio Moreira da Costa, Cônego da Capela Imperial-1833 e a outra chapa oval contêm os dizeres” Jazem os restos mortais de Vitoriano Moreira da Costa, nascido em 30 de Julho de 1791, e falecido aos 20 de Julho de 1852″. Destaca o periódico. O edifício foi construído em taipa, de pilão no ano 1648, por Timóteo Corrêa de Toledo, custou 592 mil réis, acertado em troca da escritura de Conserto, Promessa e Obrigação com o mestre de obras, Francisco Veloso de Aguiar. A Capela do Pilar é a única edificação que possui uma obra arquitetônica tradicional do barroco mineiro, tombada pelo IPHAN e pelo CONDEPHAAT; representando o período colonial brasileiro, com influência mineira em pleno Vale do Paraíba Paulista. Sua conservação e valorização são importantes para a preservação da memória e identidade do taubateano, tanto para os vivos como para os mortos.
Ronualdo da Silva Gualiume-Catolicismo Tradicional,Poder e Conflitos:A Capela Collada da Freguesia do Tamanduá,Seu Declínio e a Transferência para a Freguesia da Palmeira no Interior do Paraná (1813-1837)