Os autores Tamires Santos Lacerda, Rita Flávia Gomes Carvalho e Rodrigo Corrêa Teixeira,
trazem no inicio do artigo: origens, características e mitos do apartheid. O regime apartheid
(ou separação) foi um sistema instalado pelo partido, que dividiu a República da África do Sul
em onze repúblicas, declarando que os negros precisavam ser disciplinados, já que eram
considerados empregados preguiçosos. Desde o período colonial neerlandês e inglês, já estava
sendo enraizada a discriminação racial através de leis que foram se desenvolvendo através dos
anos e são formalizadas com a criação de um novo Estado a União Sul-Africana.
Os autores trazem argumentos para tal segregação racial, para justificar o apartheid, dentre
elas a que os indivíduos brancos acreditavam fielmente que a “terra prometida” era de direito
deles e dado por Deus a eles os escolhidos.
O Apartheid na política internacional
Em 1961, a União se retira da Commonwealth, após pressões promovidas pelos membros e pelas
sanções econômicas defendidas por eles, e tornasse República da África do Sul. Com a Guerra Fria a
África do Sul consegue diminuir as pressões contra o regime, pois eles eram contra o comunismo da
URSS e detinha o apoio do Ocidente contra o Comunismo, aqui fica nítido o interesse político de
ambos os lados.
Em 1980, os movimentos contrários ao regime dentro da África do Sul começam a se multiplicar, com
rebeliões, atos de vandalismo e ataques que resultaram numa maior repressão por parte do Estado, que
passa a ter sua imagem internacional pior do que já possui. Assim, novas sanções econômicas são
impostas aos sul-africanos, o fator econômico foi uma das principais causas para o fim do regime.
Diante da crise, o governo Botha (1984-1989) passa a diminuir a segregação no país, como acabar
com a Lei de Casamentos Mistos e a Lei da Imoralidade. O Partido Nacional começa a se enfraquecer
e se encontrava em isolamento político e econômico internamente e externamente. O fim do apartheid
passa a ser iniciado já nos anos 80, com o presidente De Klerk que modificou as leis discriminatórias,
e se formalizou na década de 1990.
, que durante sua expedição procurava uma rota marítima comercial de Portugal com a Índia e
a Ásia oriental (BRITANNICA, 2017).
Para compreendermos a evolução histórica do extremo sul da África, precisamos retornar em 1488,
onde a região foi descoberta pelo navegador português Bartolomeu Dias durante uma expedição, a
região já era ocupada por povos primitivos Khoisan, Xhosa e Zulu; E em 1497, outro explorador
português, Vasco da Gama é responsável por estabelecer contato com aqueles povos de uma forma
não tão amigável, o que desencadeou confrontos entre os povos africanos e portugueses, fazendo com
que o Portugal começasse a retirar-se da região, perdendo assim o interesse na região. Com a sua
retirada, os portugueses abrem espaço a uma competição daqueles que desejavam concorrer com
Portugal. O Império Britânico, a França e a Holanda passaram a ocupar e a utilizar a região do sul da
África, como um ponto de descanso e reabastecimento de suas rotas marítima comerciais do Sul do
Indico até o Extremo Oriente, em busca de riquezas. No século XVII, os holandeses e ingleses
desejavam estabelecer suas bases na região da África do Sul, mas os ingleses fracassaram e os
holandeses, em 1652, instalam a Companhia Holandesa das índias Orientais na região,
liderado pelo holandês Jan Van Riebeeck. Assim, a região passa a servir de feitoria com
empregados que seriam o povo sul africano. Diante da Revolução Francesa, em 1792, a
Holanda perde espaço para o Império Britânico e a já frágil Companhia Holandesa é fechada
na região. Em 1806, sob novo domínio a África do Sul, especialmente a região do Cabo da
Boa Esperança, agora faz parte das colônias inglesas. Com o objetivo de formar uma
burguesia local, os ingleses davam certa autonomia aos povos, estabeleciam alianças com
chefes nativos, tudo isso para o povo africano fossem introduzidos na economia colonial
(VISENTINI; PEREIRA, 2010).