Caracterização da Vivacidade
4ª Jornada – 2018SET01 / Estádio de Alvalade/ 21’00’’
Árbitro Principal: Rui Oliveira
Árbitros Assistentes: Paulo Vieira + Nélson Cunha
Quarto Árbitro: Cláudio Pereira
Var: Bruno Esteves + Avar: Pedro Mota
I
«A medicina desportiva» integrada, com uma equipa de
futebol profissionalizada!
A progressiva exigência que assinala os tempos actuais, em todos os campos das vivacidades
humanas, aplica-se também à consecução de resultados desportivos, cada vez mais trabalhosos de
alcançar. Estes já não dependem apenas da aptidão dos Atletas, mas de todo um integrado conjunto
de apoios que lhes possam ser fornecidos, entre os quais sobressaem os cuidados relacionados com
a Medicina Desportiva. Pela mesma ordem de ideias, também a Medicina Desportiva é mais rigorosa
consigo própria, tal é a progressão das suas capacidades e domínios da sua interferência e das
consequências que pode oferecer. A Medicina Desportiva do virar do século tem pouco a ver com a
dos seus primórdios.
Este argumento está cada vez mais a ser debatido devido aos novos e velhos casos de “mortes
súbitas” de Atletas, Adolescentes ou Adultos, e que os inquietam assim como aos seus familiares.
As situações mais mediatizadas pela comunicação social são as dos adultos por se tratar de Atletas
Profissionais e de Alta Competição com uma grande exposição mediática à escala global.
No entanto, um ponto que não tencionamos esquecer é que estas circunstâncias sempre
subsistiram desde que se pratica exercício físico, a única dissemelhança para com a
contemporaneidade é que são muito mais difundidas pela imprensa.
Mas isso não significa que cada Instituição Desportiva detenha todas essas possibilidades, pois tal
não seria possível nem vantajoso.
Não seria praticável reunir todos estes serviços em cada Clube (DMD) pelas imposições de espaços,
de equipamentos e de “Recursos Humanos” indispensáveis para esta multiplicidade de funções. As
acções clínicas mais constantes, como a providência de lesões (inexistente na maioria dos Clubes,
mesmo Profissionais), os esmerados curativos e de reeducação motora, a avaliação traumatológica
imediata e os primeiros tratamentos devem existir no (DMD) do Clube.
Todavia, seria um recurso antieconómico um Clube, mesmo com a dimensão do Sporting Clube de
Portugal, ter apetrechamentos complexos de composição corporal, de ecografia, de análises
clínicas, ou um bloco operatório, para não citar mais. Há exames ou procedimentos que pela pouca
constância com que são executados, ou pelo seu carácter não emergente, podem e devem, ser
efectuados em “Unidades Hospitalares” de referência para o efeito.
Nesta última o mais importante não é se todas as tarefas estão na dependência do (DMD) ou do (DT
- Departamento Técnico); o que verdadeiramente importa é que todos os atletas tenham acesso aos
progressos que a ciência médica e a ciência do treino colocam ao seu dispor com vista à optimização
do rendimento desportivo. Se o controlo do treino está sob a responsabilidade do (DMD) ou do DT
depende da estruturação e orgânica de cada Clube, o que tem a ver com o nível de preparação dos
elementos que compõem cada um dos citados Departamentos.
Ainda que tenha o entendimento de que a exigência física não é o único factor decisório dos
resultados desportivos, sei igualmente, que ela é cada vez mais rigorosa e imprescindível, pelo que
os dados que a reflectem, nas suas díspares vertentes, necessitam ser facultados ao Técnico
Principal, o qual deverá estar apto, a saber interpreta-los.
Alguns Atletas, mesmo os “Profissionais”, colocam entraves a esta avaliação por temerem que estes
exames coloquem em sujeição privações físicas que não lhes convém que sejam expostas, quando
deviam era pensar o inverso.
Seja como for, a minha posição e salvo uma melhor opinião, é que nos tempos que correm deveriam
ser obrigatoriamente do conhecimento das Equipas Técnicas e dos vários especialistas na área da
recuperação física.
A avaliação das capacidades aeróbica, anaeróbica láctica e aláctica, das diferentes formas de força
muscular, os tempos de reação, a flexibilidade e a composição corporal são muito relevantes, quer
em termos da produtividade desportiva, quer de resguardo de hipotéticas lesões. Estas prescrições
só interessam ser feitas ao longo da época desportiva de modo a ir corrigindo o treino se tal for
indispensável. Testes, só no início da época desportiva, dissipam muito da sua relevância.
Estas avaliações tanto podem ser efectuadas por especialistas em de Medicina Desportiva,
integrados no DMD, como pelos Técnicos, que trabalhem no DT. Qual o Departamento não importa,
porque o verdadeiro Departamento é a Equipa. Depende da preparação e vocação de uns e outros,
conforme o Clube em causa.
Avaliação psicológica
A componente psicológica é determinante na prática desportiva de alta competição e são poucos
os Clubes que dela recorrem em termos técnicos. Não se trata apenas da plebeia mentalização pré-
competitiva. Trata-se de proceder à caracterização psicológica de cada Atleta, de solicitar apoio no
respeitante a estratégias particularizadas para lidar com a ansiedade ou com a pressão, e de saber
quais os factores de eustress e de disstress que atormentam cada Atleta, inevitavelmente diferente
para cada um.
Está demonstrado que o elemento psicológico também tem a ver com a manifestação de lesões.
Surpreende-me a não inclusão da avaliação e acompanhamento psicológico de rotina no apoio à
prática desportiva continuada, ao nível do futebol profissional.
Vacinação e profilaxia de infecções – Deve constituir uma rotina, sejam infecções respiratórias
da época invernal, hepatites, ou infecções cutâneas por deficientes hábitos higiênicos nos
balneários.
Tratamento de lesões desportivas traumáticas – Talvez a vertente mais vezes solicitada aos
(DMDs) dos Clubes e certamente a mais mediática, a ponto de a opinião pública confundir medicina
Desportiva com tratamento e reabilitação das lesões desportivas.
Tratamento das doenças correntes – Aqui, é o puro domínio da Clínica Geral curativa, embora
com os cuidados específicos que a população desportiva coloca, nomeadamente nos medicamentos
que se podem ou não utilizar em função dos regulamentos anti-doping!
O atleta com doenças crónicas – Matéria que obriga à articulação do especialista em Medicina
Desportiva com outros especialistas em causa. São vários os exemplos de praticantes, alguns mesmo
de grande projecção, portadores de patologias tão diferentes como a epilepsia, situações do foro
cardiológico e outras. Em muitos dos casos é possível conciliar a prática do Futebol Profissionalizado,
quando estas patologias são compensadas, mas estes Atletas requerem e justificam critérios
especiais de vigilância.
Apoio nutricional
Esta introdução digamos assim, tem como propósito primário e na subsequência de anteriores
escritos, alertar os menos atentos, ou menos conhecedores, do fenómeno da prática desportiva
continuada ao nível da “Alta Competição”, das necessidades e complexidades que envolvem uma
Equipa Profissional de Futebol…assim, como em outras vivacidades desportivas.
Tenho para mim, que este Departamento tem, um papel essencial e indispensável, na saúde pessoal
e desportiva de todos os Atletas Profissionais, agregados ao Plantel da Equipa Sénior do Sporting
Clube de Portugal.
Na generalidade das vezes é, um labor imperceptível e pouco reconhecido, pelo simples adepto de
bancada! Mas, a sua relevância é por demais reconhecida no seio dos Profissionais a quem se dirige
o seu saber e conhecimento e que dele beneficiem…desde, a lesão ligeira, às enfermidades mais
críticas e, que muitas das vezes, carecem de cuidados iminentes em Unidades Hospitalares, nas mais
variadas áreas da Medicina Desportiva.
II
Muito Nervo, muito Esforço e Dedicação…mas, onde
impera, a “Apreensão”, pelo erro e pelo fracasso!
O título desta “análise” retrata de maneira honesta, aquilo que para mim foi o jogo! Os Atletas do
Sporting actuam e estão no jogo, sobre uma desmedida voltagem psico-emocional onde a
“apreensão” colectiva, inibe-lhes os entendimentos e os gestos técnicos, levando-os a perpetrar
erros técnicos primários. E isto, porquê? A desconfiança, em jeito de anteocupação, ao que poderá
ser a partida, tem um nome…as estratégias e o modelo técnico-táctico que têm vindo a ser impostas
por esta Equipa Técnica.
Sei, sabemos todos, que as competências individuais e colectivas de uma Equipa de Futebol são, da
inteira responsabilidade, do seu Técnico Principal e restante Equipa técnica…pelas metodologias e
confianças pedagógicas adoptadas. Pelo aproveitamento integral das características físico-atléticas
de todos os seus Profissionais (plantel), numa uniformidade de critérios nas escolhas que semana a
semana vão sendo feitas. Servindo-se das aptidões motoras naturais a nível individual e colectivo
(princípios e processos de jogo) optimizando, as conquistadas, através da preparação específica e
geral que deverá ser realizada em cada microciclo, antecedente a cada jogo!
Ora, esta minha reflexão é, por certo, a de muitos de Vós que visualizam estes meus elementares
mas naturais escritos…pelo que, deverão, no ínfimo, reconhecer a estranheza de tão irregulares
como perturbadoras exibições da “nossa” Equipa Principal de Futebol, da Sporting Clube de Portugal
– Futebol SAD.
Se não, vejamos:
Estes são, alguns números, que consubstanciam, o que atrás já escrevi: em 14 faltas, a nosso favor,
não se enxerga nenhum trabalho de “laboratório” que necessitaria de ser feito – mais, não podemos
prosseguir, de forma continuada, a cometer os erros de posicionamento espacial que, nos levam, a
cometer tantas faltas (BATTAGLIA, é disso um mau exemplo); nos 61% de posse de bola, temos a
obrigação de colocar o nosso adversário a correr atrás da mesma! Desgastando-o, levando-o a
cometer erros de posicionamento e, a cometer faltas, nas zonas altas do campo (zonas de
finalização) ao invés, corremos demais com a bola e de forma desordenada e sem critério, limitamo-
nos a tentar concretizar passes de delongado afastamento (pontapé na frente); nos 9 cantos que
usufruímos (para os menos entendidos, um pontapé do quarto de círculo, é um livre directo), só num
e próximo no final do jogo, alcançámos lograr algum ameaço, através de um bom cabeceamento
(ataque à bola) ao primeiro poste por BATTAGLIA; Quem tem o ensejo de efectuar 26 remates à
baliza, mesmo que só 12, fossem enquadrados, tem que ter, um melhor proveito, dessas tão
escassas conjunturas …mesmo, que o Guarda-redes contrário consiga efectuar uma boa exibição.
Tenho para mim, que o gesto técnico ao nível da finalização, é dos mais trabalhosos de ser
executado…pela velocidade da bola, pela não utilização dos apoios, pelo posicionamento em
relação à linha da bola, pela velocidade de execução, pela destreza técnica, força muscular e
percepção no deslocamento onde a bola irá cair; num jogo, com estas características e, realizado no
nosso Estádio José de Alvalade, teremos que fazer uma melhor circulação da bola, executando pelo
menos o dobro dos 413, passes…em combinações e apoios frontais e laterais assertivos, na recepção
da bola e dando directo prosseguimento às movimentações individuais e colectivas ao nível da
qualidade do passe (definição final – último passe). Na minha modesta opinião, reside neste
determinante factor a razão do êxito ou do fracasso…o controlo do jogo em posse, pis a Equipa do
Sporting e o sabe fazer sem a bola (o controlo espacial, as coberturas e recuperações defensivas).
Pessoalmente, sou um profundo admirador de uma equipa que joga o jogo pelo jogo, sem receios
das consequências negativas e, porque não dizê-lo, também do sucesso! É esta, a diferença das
Equipas medianas, para as Equipas de “TOP” …e que, a sua história, a obriga a competir e a lutar
por títulos e GLÓRIAS.
Pelo exposto, facilmente se infere que, mais uma vez, foi melhor o resultado que a exibição
individual e colectiva realizada frente a tão modesto adversário, que mais tarde ou mais cedo, irá
jogar para não descer de divisão! E, componho isto, com toda a consideração, que o Clube
Desportivo Feirense me merece! Soube sempre, ocupar e encurtar os espaços com e sem a bola,
numa postura competitiva e com uma preparação do jogo bem alicerçada e vincadamente
arraigada (princípios de jogo) no intelecto dos seus Atletas. Seriamente acima, da génese de jogo
da Equipa Leonina.
No entanto, deverei deixar claro e, em consonância, com o “Título desta Análise”, que a atitude
colectiva da Equipa do Sporting e, com todas, as subtilezas já narradas, soube ser digna, lutando
contra os seus próprios fantasmas e acaloradas emoções, acabando por merecer a VITÓRIA! E, esse
mérito é só deles…terão, que acreditar nas suas competências individuais, para bem do colectivo.
Sem embargo, de algumas exibições pessoais estarem muito abaixo, do que podem e sabem fazer,
acabando por ter uma dispensável influência negativa na produção global da Equipa…BRUNO
FERNANDES, BATTAGLIA, JEFFERSON, ACUÑA e MONTERO!
Quanto aos demais, não tendo efectuado uma prestação de mão cheia, não comprometeram e
souberam nos momentos de maior aperto, cerrar fileiras e comportarem-se numa atitude de
compromisso e desenvolvida afectividade que, pela primeira vez, nesta Época, observei e senti de
dentro para fora das quatro linhas.
Não poderia, acabar este meu razoado, sem destacar, para mim, uma certeza neta Equipa do
Sporting Clube de Portugal… refiro-me, como todos Vós, já perceberam, a JOVANE CABRAL
Os seus atributos técnicos, tendo sido aprendidos (Escola de Futebol “Academia Sporting”), são
também conaturais…a sua velocidade, com e sem a bola, os seus movimentos tipo “serpente”, o seu
espírito de puro “LEÃO”, onde os duelos individuais, são realizados de forma simples e sem
rodriguinhos ou estilizações estéreis, são algo que nasceram na barriga da sua Progenitora e
fortificados no idealismo de ser Profissional de Futebol, numa Instituição Secular, que foi e será o
seu berço desportivo.
Só é pena, não ter mais tempo de jogo pois, por si só, traria enormes benefícios à Equipa, em acções
ofensivas… com, um poder de reacção e de recuperação, à perda da bola, em zonas bem altas! Em
conjunto com o RAFINHA – corredores exteriores, esquerdo e direito, com derivações na diagonal
para jogo interior, em conjugação com o NANI na posição (10), o BRUNO FERNANDES, na posição
(8), o ACUÑA ou LUMOR, na posição (5) e por fim BAS DOST na posição (9)! O poder de explosão dos
dois extremos atrás referidos dão, uma garantia nas compensações defensivas, podendo de forma
célere, realizar as transições ofensivas, com o apoio do BRUNO FERNANDES, na primeira fase de
construção…onde, é necessário a utilização da velocidade na condução da bola e uma boa qualidade
de passe em deslocamento e transição (o movimento, com e sem bola).
Esta equipa Técnica, deve aproveitar este interrupção das competições, para trabalhar os lances de
bola parada, ofensivos e defensivos…assim como, as recuperações defensivas e os respectivos
apoios frontais e laterias (córtex visual e auditivo, a concentração e os posicionamentos em relação
ao oponente, à bola e as compensações no jogo interior). As combinações (triângulos), em
superioridade e inferioridade numérica defensivamente, na intermediária e nas zonas de
finalização.
JEFFERSON NANI
MARCOS ACUÑA
ANDRÉ PINTO
RISTOVSKI RAPHINA
Mais uma vez, reconheço em antecipação, a deferência que possa ser dada a esta “análise”! Que,
de forma modesta, no que me é possível realizar, dar o meu pequeno contributo, em prol de uma
causa que é de todos os SPORTINGUISTAS.
Bem-haja!