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1554 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.

o 38 — 23 de Fevereiro de 2005

MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO INTERNA nhar que este é não só necessário como imperioso
quando estamos a enfrentar comportamentos de risco
que muitas vezes só são compreendidos enquanto tal
Decreto-Lei n.o 44/2005 quando exercidos pelos outros.
Nestes termos, e apesar do decréscimo do número
de 23 de Fevereiro
de vítimas que de forma consistente tem vindo a ocorrer
A segurança rodoviária é hoje uma preocupação não em Portugal nos últimos anos, a segurança rodoviária
só em Portugal, como em toda a Europa e no mundo. e a prevenção dos acidentes constitui uma das prio-
Um relatório recentemente publicado pela Organização ridades do XV e XVI Governo Constitucional.
Mundial de Saúde anunciava que em todo o mundo, Assim, para dar execução a esta prioridade, o Governo
por ano, cerca de um milhão e duzentas mil pessoas aprovou o Plano Nacional de Prevenção Rodoviária, que,
morrem em resultado de acidentes de viação, deixando de forma integrada e multidisciplinar, procede ao diag-
sequelas em muitos outros milhões. nóstico e preconiza a execução de um conjunto de medi-
Ou seja, toda a evolução e prosperidade que a ciência das que permitam ir de encontro ao objectivo de uma
e a investigação médica proporcionaram às nossas socie- redução consistente, substancial e quantificada da sinis-
dades, prolongando a esperança média de vida de cada tralidade em Portugal.
homem e de cada mulher de forma significativa, muitas Este é um objectivo mobilizador de toda a sociedade
vezes são contrariadas pelas atitudes de cada um nas portuguesa e um importante desafio a vencer. Mas, para
estradas e na adopção, ou não, de comportamentos que assegurar a realização deste objectivo, é necessária uma
provocam acidentes rodoviários. actuação eficaz a vários níveis, como a educação con-
Portugal está inserido no espaço económico, social tínua do utente, a criação de um ambiente rodoviário
e político do mundo que consegue obter melhores índi- seguro e a consagração de um quadro legal eficaz.
ces de sinistralidade rodoviária. Apesar disso, números É neste último que as medidas ora propostas pro-
divulgados recentemente pela Comissão Europeia dão- curam, por um lado, incentivar os utilizadores a adoptar
-nos conta que em toda a União Europeia, por dia, um melhor comportamento, designadamente através do
morre mais de uma centena de pessoas por força de cumprimento da legislação adequada, e, por outro,
acidentes rodoviários. garantir a efectiva aplicação das correspondentes san-
Na verdade, nas últimas décadas, a Europa foi um ções.
espaço de desenvolvimento económico e social que per- Sem enumerar todas as alterações introduzidas, é de
mitiu uma progressiva melhoria das condições de vida salientar algumas, sobretudo aquelas que se encontram
aos seus cidadãos com o acesso a bens que há pouco consagradas no Programa de Acção Europeu e nos
mais de cinquenta anos eram inacessíveis à esmagadora objectivos prioritários previstos no Plano Nacional de
maioria dos seus habitantes. Prevenção Rodoviária.
Por outro lado, o fenómeno da globalização a que Assim, ao nível da velocidade, apesar de não se jus-
hoje assistimos de uma forma mais ampla, no seu início tificar uma revisão dos limites com vista à pratica de
resultou sobretudo da necessidade de trocas comerciais velocidades mais seguras, consagra-se um novo escalão
entre os países e assentou fundamentalmente numa sancionatório para a violação do limite de velocidade,
matriz económica. penalizando os comportamentos de risco e os grandes
Para que este objectivo do incremento das trocas eco- excessos de velocidade, tanto dentro como fora das loca-
nómicas fosse plenamente atingido, foi necessário rea- lidades. Esta alteração é considerada imperiosa por estes
lizar um forte investimento na construção e na melhoria excessos estarem associados a um significativo número
de vias de comunicação que encurtassem distâncias entre de acidentes com graves consequências e de forma a
países e povos, e que foi bem visível no nosso país, garantir uma acrescida segurança aos utentes mais vul-
sobretudo a partir de meados da década de 80 do neráveis, sobretudo aos peões e aos utentes de veículos
século XX. de duas rodas que constituem uma parcela muito sig-
Este desenvolvimento, importante e desejável, teve nificativa da sinistralidade em Portugal.
necessariamente os seus efeitos colaterais, fenómeno Neste contexto, penalizam-se também outros com-
que muitas vezes vemos definido como «custos do portamentos de risco praticados de forma mais fre-
desenvolvimento». quente, como seja a condução sob o efeito de elevadas
Na verdade, o acesso de milhões de cidadãos ao veí- taxas de álcool, onde se procedeu a um aumento sig-
culo automóvel, conjugado com a progressiva melhoria nificativo do valor das coimas.
das vias de comunicação fruto deste desenvolvimento, Ao nível de uma mais e melhor utilização dos equi-
proporcionou benefícios mas também custos às nossas pamentos de segurança, destaque para as novas con-
sociedades. dições de utilização de sistemas de retenção para crian-
Da construção de novas vias e da melhoria das já ças até aos 12 anos e com altura inferior a 1,5 m, na
existentes, para além de uma maior proximidade e como- medida em que a sinistralidade rodoviária constitui uma
didade aos utentes, resultaram de igual modo efeitos das principais causas de mortalidade infantil no nosso
contraproducentes, como o respectivo aumento da velo- país. Com a introdução destas novas normas, procede-se
cidade média praticada, também em resultado das ainda à transposição para o direito interno da Directiva
melhorias tecnológicas introduzidas ao nível dos veí- n.o 2003/20/CE, do Parlamento Europeu, de 8 de Abril.
culos. Por outro lado, verificando-se um significativo
É este o desafio das nossas sociedades, a gestão do número de condutores envolvidos em acidentes graves
espaço e do tempo no respeito pelas regras básicas de com menos de três anos de carta, aumentou-se de dois
convivência pacífica entre direitos e deveres de todos. para três anos o regime probatório das cartas de con-
Importa assim, e apesar de inúmeras resistências que dução, caducando a mesma se o seu titular praticar crime
se vêm corporizando numa recusa sistemática do exer- rodoviário, contra-ordenação muito grave ou duas con-
cício legítimo da autoridade do Estado nesta área, subli- tra-ordenações graves.
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Agrava-se a penalização relativa a outros compor- bro, e alterado pela Lei n.o 20/2002, de 21 de Agosto,
tamentos que contribuem significativamente para a sinis- passam a ter a seguinte redacção:
tralidade rodoviária, classificando-se como contra-orde-
nação grave o uso indevido do telemóvel ou o esta- «Artigo 1.o
cionamento nas passagens de peões. [. . .]
Constatando-se por fim um elevado número de veí-
culos sem seguro, a obrigatoriedade do seguro é refor- ..............................................
çada com um significativo agravamento das coimas por a) ‘Auto-estrada’ — via pública destinada a trân-
falta de seguro, para além da efectiva apreensão do sito rápido, com separação física de faixas de
veículo. rodagem, sem cruzamentos de nível nem acesso
Por outro lado, e porque as infracções ao Código a propriedades marginais, com acessos condi-
da Estrada são actualmente infracções cometidas em cionados e sinalizada como tal;
massa e com especificidades próprias, para assegurar b) ‘Berma’ — superfície da via pública não espe-
um incremento da eficácia do circuito fiscalização/puni- cialmente destinada ao trânsito de veículos e
ção, importa introduzir um conjunto de alterações ao que ladeia a faixa de rodagem;
nível da aplicação das normas processuais, porquanto c) ‘Caminho’ — via pública especialmente desti-
verifica-se que a aplicação das normas do regime geral nada ao trânsito local em zonas rurais;
das contra-ordenações a este tipo de infracções permite d) ‘Corredor de circulação’ — via de trânsito reser-
vada a veículos de certa espécie ou afectos a
o prolongamento excessivo dos processos, com a con-
determinados transportes;
sequente perda do efeito dissuasor das sanções. e) ‘Cruzamento’ — zona de intersecção de vias
Pelo que se mostra necessário a introdução de normas públicas ao mesmo nível;
processuais específicas, visando conferir maior celeri- f) ‘Eixo da faixa de rodagem’ — linha longitudinal,
dade na aplicação efectiva das sanções, de forma a redu- materializada ou não, que divide uma faixa de
zir significativamente o tempo que decorre entre a prá- rodagem em duas partes, cada uma afecta a um
tica da infracção e a aplicação da sanção. sentido de trânsito;
Pretende-se assim com o Código da Estrada revisto, g) ‘Entroncamento’ — zona de junção ou bifurca-
decorridos 10 anos após a entrada em vigor do actual ção de vias públicas;
Código, realizar uma alteração profunda com o objectivo h) ‘Faixa de rodagem’ — parte da via pública espe-
de ir de encontro às prioridades definidas no Plano cialmente destinada ao trânsito de veículos;
Nacional de Prevenção Rodoviária e, ao mesmo tempo, i) ‘Ilhéu direccional’ — zona restrita da via pública,
proporcionar uma harmonização das normas com as que interdita à circulação de veículos e delimitada
por lancil ou marcação apropriada, destinada
se encontram em vigor na União Europeia e, simul- a orientar o trânsito;
taneamente, uma aproximação às novas realidades que j) ‘Localidade’ — zona com edificações e cujos
têm vindo a surgir e que já encontram consagração legal limites são assinalados com os sinais regula-
em ordenamentos jurídicos de outros países. mentares;
Foram ouvidas todas as entidades que compõem o l) ‘Parque de estacionamento’ — local exclusiva-
Conselho Nacional de Segurança Rodoviária. mente destinado ao estacionamento de veículos;
Assim: m) ‘Passagem de nível’ — local de intersecção ao
No uso da autorização legislativa concedida pela Lei mesmo nível de uma via pública ou equiparada
n.o 53/2004, de 4 de Novembro, e nos termos das alí- com linhas ou ramais ferroviários;
neas a) e b) do n.o 1 do artigo 198.o da Constituição, n) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
o Governo decreta o seguinte: o) ‘Pista especial’ — via pública ou via de trânsito
especialmente destinada, de acordo com sina-
lização, ao trânsito de peões, de animais ou de
Artigo 1.o certa espécie de veículos;
p) ‘Rotunda’ — praça formada por cruzamento ou
Objecto entroncamento onde o trânsito se processa em
sentido giratório e sinalizada como tal;
Os artigos 1.o, 2.o, 3.o, 4.o, 5.o, 7.o, 8.o, 10.o, 11.o, q) ‘Via de abrandamento’ — via de trânsito resul-
13.o, 14.o, 16.o, 17.o, 19.o, 20.o, 21.o, 22.o, 23.o, 24.o, 25.o, tante do alargamento da faixa de rodagem e
26.o, 27.o, 28.o, 31.o, 32.o, 34.o, 35.o, 36.o, 39.o, 41.o, 42.o, destinada a permitir que os veículos que vão
48.o, 49.o, 50.o, 53.o, 54.o, 55.o, 56.o, 57.o, 58.o, 59.o, 60.o, sair de uma via pública diminuam a velocidade
61.o, 62.o, 63.o, 64.o, 65.o, 66.o, 70.o, 71.o, 72.o, 73.o, 77.o, já fora da corrente de trânsito principal;
78.o, 79.o, 81.o, 82.o, 84.o, 85.o, 87.o, 88.o, 89.o, 90.o, 91.o, r) ‘Via de aceleração’ — via de trânsito resultante
92.o, 93.o, 94.o, 95.o, 96.o, 97.o, 99.o, 100.o, 101.o, 102.o, do alargamento da faixa de rodagem e destinada
103.o, 104.o, 106.o, 107.o, 108.o, 109.o, 110.o, 112.o, 113.o, a permitir que os veículos que entram numa
114.o, 115.o, 116.o, 117.o, 118.o, 119.o, 120.o, 121.o, 122.o, via pública adquiram a velocidade conveniente
123.o, 124.o, 125.o, 126.o, 127.o, 129.o, 130.o, 131.o, 132.o, para se incorporarem na corrente de trânsito
133.o, 134.o, 135.o, 136.o, 137.o, 138.o, 139.o, 140.o, 141.o, principal;
142.o, 143.o, 144.o, 145.o, 146.o, 147.o, 148.o, 149.o, 150.o, s) ‘Via de sentido reversível’ — via de trânsito
afecta alternadamente, através de sinalização,
151.o, 152.o, 153.o, 154.o, 155.o, 156.o, 157.o, 158.o, 159.o, a um ou outro dos sentidos de trânsito;
160.o, 161.o, 162.o, 163.o, 164.o, 165.o, 166.o, 167.o, 168.o, t) ‘Via de trânsito’ — zona longitudinal da faixa
169.o, 170.o, 171.o, 172.o, 173.o, 174.o e 175.o, bem como de rodagem destinada à circulação de uma única
as epígrafes dos capítulos I, II e III do título VI do Código fila de veículos;
da Estrada, aprovado pelo Decreto-Lei n.o 114/94, de u) ‘Via equiparada a via pública’ — via de comu-
3 de Maio, revisto e republicado pelos Decretos-Leis nicação terrestre do domínio privado aberta ao
n.os 2/98, de 3 de Janeiro, e 265-A/2001, de 28 de Setem- trânsito público;
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v) ‘Via pública’ — via de comunicação terrestre Artigo 8.o


afecta ao trânsito público; [. . .]
x) ‘Via reservada a automóveis e motociclos’ — via
pública onde vigoram as normas que disciplinam 1—..........................................
o trânsito em auto-estrada e sinalizada como 2—..........................................
tal; 3 — Quem infringir o disposto no n.o 1 ou não cumprir
z) ‘Zona de estacionamento’ — local da via pública as condições constantes da autorização nele referida é
especialmente destinado, por construção ou sancionado com coima de E 700 a E 3500.
sinalização, ao estacionamento de veículos. 4 — Os organizadores de manifestação desportiva
envolvendo automóveis, motociclos, triciclos ou quadri-
Artigo 2.o ciclos em violação ao disposto no n.o 1 são sancionados
com coima de E 700 a E 3500 se se tratar de pessoas
[. . .]
singulares ou com coima de E 1000 a E 5000 se se
1—.......................................... tratar de pessoas colectivas, acrescida de E 150 por cada
2 — O disposto no presente diploma é também apli- um dos condutores participantes ou concorrentes.
cável nas vias do domínio privado, quando abertas ao 5 — Os organizadores de manifestação desportiva
trânsito público, em tudo o que não estiver especial- envolvendo veículos de natureza diversa da referida no
mente regulado por acordo celebrado entre as entidades número anterior em violação ao disposto no n.o 1 são
referidas no número anterior e os respectivos pro- sancionados com coima de E 450 a E 2250 ou de E 700
prietários. a E 3500, consoante se trate de pessoas singulares ou
colectivas, acrescida de E 50 por cada um dos condutores
Artigo 3.o participantes ou concorrentes.
[. . .] 6 — Os organizadores de manifestação desportiva
envolvendo peões ou animais em violação ao disposto
1— ......................................... no n.o 1 são sancionados com coima de E 300 a E 1500,
2— ......................................... acrescida de E 30 por cada um dos participantes ou
3 — Quem infringir o disposto no número anterior concorrentes.
é sancionado com coima de E 60 a E 300.
4 — Quem praticar actos com o intuito de impedir Artigo 10.o
ou embaraçar a circulação de veículos a motor é san- [. . .]
cionado com coima de E 300 a E 1500, se sanção mais
grave não for aplicável por força de outra disposição 1—..........................................
legal. 2—..........................................
3 — A proibição e o condicionamento referidos nos
Artigo 4.o números anteriores são precedidos de divulgação através
[. . .] da comunicação social, distribuição de folhetos nas
zonas afectadas, afixação de painéis de informação ou
1—.......................................... outro meio adequado.
2 — Quem infringir o disposto no número anterior 4—..........................................
é sancionado com coima de E 120 a E 600, se sanção
mais grave não for aplicável por força de outra dis- Artigo 11.o
posição legal, sem prejuízo do disposto no número
seguinte. [. . .]
3 — Quem desobedecer ao sinal regulamentar de 1—..........................................
paragem das autoridades referidas no n.o 1 é sancionado 2 — Os condutores devem, durante a condução,
com coima de E 500 a E 2500, se sanção mais grave abster-se da prática de quaisquer actos que sejam sus-
não for aplicável por força de outra disposição legal. ceptíveis de prejudicar o exercício da condução com
segurança.
Artigo 5.o 3 — Quem infringir o disposto nos números anterio-
res é sancionado com coima de E 60 a E 300.
[. . .]

1—.......................................... Artigo 13.o


2—..........................................
[. . .]
3—..........................................
4 — Quem infringir o disposto no n.o 2 é sancionado 1—..........................................
com coima de E 100 a E 500. 2—..........................................
5 — Quem infringir o disposto no n.o 3 é sancionado 3 — Quem infringir o disposto no n.o 1 é sancionado
com coima de E 700 a E 3500, podendo ainda os meios com coima de E 60 a E 300, salvo o disposto no número
de publicidade em causa ser mandados retirar pela enti- seguinte.
dade competente. 4 — Quem circular em sentido oposto ao estabelecido
Artigo 7.o é sancionado com coima de E 250 a E 1250.
[. . .]
Artigo 14.o
1 — As prescrições resultantes dos sinais prevalecem [. . .]
sobre as regras de trânsito.
2—.......................................... 1—..........................................
3—.......................................... 2— .........................................
N.o 38 — 23 de Fevereiro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 1557

3 — Ao trânsito em rotundas, situadas dentro e fora 6 — Não é permitida em quaisquer outros veículos
das localidades, é também aplicável o disposto no a instalação ou utilização dos avisadores referidos no
número anterior, salvo no que se refere à paragem e número anterior nem a emissão de sinais sonoros que
estacionamento. se possam confundir com os emitidos por aqueles
4 — (Anterior n.o3). dispositivos.
7 — (Anterior n.o 7 do artigo 21.o)
8 — Quem infringir o disposto no n.o 6 é sancionado
Artigo 16.o
com coima de E 500 a E 2500 e com perda dos objectos,
Placas, postes, ilhéus e dispositivos semelhantes devendo o agente de fiscalização proceder à sua imediata
remoção e apreensão ou, não sendo ela possível, apreen-
1 — Nos cruzamentos, entroncamentos e rotundas o der o documento de identificação do veículo até à efec-
trânsito faz-se por forma a dar a esquerda à parte central tiva remoção e apreensão daqueles objectos, sendo,
dos mesmos ou às placas, postes, ilhéus direccionais ou neste caso, aplicável, com as necessárias adaptações, o
dispositivos semelhantes existentes, desde que se encon- disposto no n.o 5 do artigo 161.o
trem no eixo da faixa de rodagem de que procedem
os veículos.
2 — Quando na faixa de rodagem exista algum dos Artigo 23.o
dispositivos referidos no n.o 1, o trânsito, sem prejuízo Sinais luminosos
do disposto nos artigos 13.o e 14.o, faz-se por forma
1 — Quando os veículos transitem fora das localida-
a dar-lhes a esquerda, salvo se se encontrarem numa
des com as luzes acesas por insuficiência de visibilidade,
via de sentido único ou na parte da faixa de rodagem os sinais sonoros podem ser substituídos por sinais lumi-
afecta a um só sentido, casos em que o trânsito se pode nosos, através da utilização alternada dos máximos com
fazer pela esquerda ou pela direita, conforme for mais os médios, mas sempre sem provocar encandeamento.
conveniente. 2 — Dentro das localidades, durante a noite, é obri-
3 — Quem infringir o disposto nos números anterio- gatória a substituição dos sinais sonoros pelos sinais
res é sancionado com coima de E 60 a E 300. luminosos utilizados nas condições previstas no número
anterior.
Artigo 17.o 3 — Os veículos de polícia e os veículos afectos à
prestação de socorro ou de serviço urgente de interesse
[. . .]
público podem utilizar avisadores luminosos especiais,
1 — Os veículos só podem utilizar as bermas ou os cujas características e condições de utilização são fixadas
passeios desde que o acesso aos prédios o exija, salvo em regulamento.
as excepções previstas em regulamento local. 4 — Os veículos que, em razão do serviço a que se
2 — Quem infringir o disposto no número anterior destinam, devam parar na via pública ou deslocar-se
é sancionado com coima de E 60 a E 300. em marcha lenta devem utilizar avisadores luminosos
especiais, cujas características e condições de utilização
são fixadas em regulamento.
Artigo 19.o 5 — Não é permitida em quaisquer outros veículos
Visibilidade reduzida ou insuficiente a instalação ou utilização dos avisadores referidos nos
números anteriores.
(Anterior artigo 23.o) 6 — Quem infringir o disposto nos n.os 2 e 4 é san-
cionado com coima de E 60 a E 300.
Artigo 20.o 7 — Quem infringir o disposto no n.o 5 é sancionado
com coima de E 500 a E 2500 e com perda dos objectos,
Veículos de transporte colectivo de passageiros devendo o agente de fiscalização proceder à sua imediata
(Anterior artigo 19.o) remoção e apreensão ou, não sendo ela possível, apreen-
der o documento de identificação do veículo até à efec-
tiva remoção e apreensão daqueles objectos, sendo,
Artigo 21.o neste caso, aplicável, com as necessárias adaptações, o
Sinalização de manobras disposto no n.o 5 do artigo 161.o
(Anterior artigo 20.o) Artigo 24.o
[. . .]
Artigo 22.o
Sinais sonoros
1—..........................................
2—..........................................
1 — (Anterior n.o 1 do artigo 21.o) 3 — Quem infringir o disposto nos números anterio-
2 — (Anterior n.o 2 do artigo 21.o) res é sancionado com coima de E 120 a E 600.
3 — Exceptuam-se do disposto nos números anterio-
res os sinais de veículos de polícia ou que transitem
Artigo 25.o
em prestação de socorro ou de serviço urgente de inte-
resse público. [. . .]
4 — (Anterior n.o 4 do artigo 21.o)
1 — Sem prejuízo dos limites máximos de velocidade
5 — Nos veículos de polícia e nos veículos afectos
fixados, o condutor deve moderar especialmente a
à prestação de socorro ou de serviço urgente de interesse
velocidade:
público podem ser utilizados avisadores sonoros espe-
ciais, cujas características e condições de utilização são a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
fixadas em regulamento. b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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c) ......................................... Artigo 26.o


d) ......................................... [. . .]
e) .........................................
f) ......................................... 1—..........................................
g) ......................................... 2 — Quem infringir o disposto no número anterior
h) ......................................... é sancionado com coima de E 60 a E 300, se sanção
i) ......................................... mais grave não for aplicável por força de outra dis-
j) Sempre que exista grande intensidade de trân- posição legal.
sito. Artigo 27.o
[. . .]
2 — Quem infringir o disposto no número anterior
é sancionado com coima de E 120 a E 600. 1—..........................................

Vias reservadas
Dentro Restantes
Auto-estradas a automóveis
das localidades vias públicas
e motociclos

Ciclomotores e quadriciclos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40 – – 45
Motociclos:
De cilindrada superior a 50 cm3 e sem carro lateral . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50 120 100 90
Com carro lateral ou com reboque . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50 100 80 70
De cilindrada não superior a 50 cm3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40 – – 60

Triciclos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50 100 90 80
Automóveis ligeiros de passageiros e mistos:
Sem reboque . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50 120 100 90
Com reboque . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50 100 80 70

Automóveis ligeiros de mercadorias:


Sem reboque . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50 110 90 80
Com reboque . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50 90 80 70

Automóveis pesados de passageiros:


Sem reboque . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50 100 90 80
Com reboque . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50 90 90 70

Automóveis pesados de mercadorias:


Sem reboque ou com semi-reboque . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50 90 80 80
Com reboque . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40 80 70 70

Tractores agrícolas ou florestais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30 – – 40


Máquinas agrícolas, motocultivadores e tractocarros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 – – 20
Máquinas industriais:
Sem matrícula . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30 – – 30
Com matrícula . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40 80 70 70

2—.......................................... 2.o De E 120 a E 600, se exceder em mais


a) Se conduzir automóvel ligeiro ou motociclo, de 10 km/h e até 20 km/h, dentro das
com as seguintes coimas: localidades, ou em mais de 20 km/h e
até 40 km/h, fora das localidades;
1.o De E 60 a E 300, se exceder até 20 km/h, 3.o De E 300 a E 1500, se exceder em mais
dentro das localidades, ou até 30 km/h, de 20 km/h e até 40 km/h, dentro das
fora das localidades; localidades, ou em mais de 40 km/h e
2.o De E 120 a E 600, se exceder em mais até 60 km/h, fora das localidades;
de 20 km/h e até 40 km/h, dentro das
4.o De E 500 a E 2500, se exceder em mais
localidades, ou em mais de 30 km/h e
até 60 km/h, fora das localidades; de 40 km/h, dentro das localidades, ou
3.o De E 300 a E 1500, se exceder em mais em mais de 60 km/h, fora das localidades.
de 40 km/h e até 60 km/h, dentro das
localidades, ou em mais de 60 km/h e 3 — O disposto no número anterior é também apli-
até 80 km/h, fora das localidades; cável aos condutores que excedam os limites máximos
4.o De E 500 a E 2500, se exceder em mais de velocidade que lhes tenham sido estabelecidos ou
de 60 km/h, dentro das localidades, ou que tenham sido especialmente fixados para os veículos
em mais de 80 km/h, fora das localidades; que conduzem.
4—..........................................
b) Se conduzir outros veículos, com as seguintes 5 — Sem prejuízo do disposto nos números anterio-
coimas: res, quando a velocidade for controlada através de tacó-
1.o De E 60 a E 300, se exceder até 10 km/h, grafo e tiver sido excedido o limite máximo de velocidade
dentro das localidades, ou até 20 km/h, permitido ao veículo, considera-se que a contra-orde-
fora das localidades; nação é praticada no local onde for efectuado o controlo.
N.o 38 — 23 de Fevereiro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 1559

6 — Sem prejuízo do disposto no artigo 26.o, nas auto- Artigo 34.o


-estradas os condutores não podem transitar a veloci- [. . .]
dade instantânea inferior a 50 km/h.
7 — Quem conduzir a velocidade inferior ao limite 1—..........................................
estabelecido no número anterior é sancionado com 2 — Quem infringir o disposto no número anterior
coima de E 60 a E 300. é sancionado com coima de E 60 a E 300.

Artigo 28.o Artigo 35.o


[. . .] Disposição comum

1—.......................................... 1 — O condutor só pode efectuar as manobras de


2—.......................................... ultrapassagem, mudança de direcção ou de via de trân-
3—.......................................... sito, inversão do sentido de marcha e marcha atrás em
4 — Os automóveis ligeiros de mercadorias e os auto- local e por forma que da sua realização não resulte
móveis pesados devem ostentar à retaguarda a indicação perigo ou embaraço para o trânsito.
dos limites máximos de velocidade a que nos termos 2—..........................................
do n.o 1 do artigo 27.o estão sujeitos fora das localidades,
nas condições a fixar em regulamento. Artigo 36.o
5 — É aplicável às infracções aos limites máximos
[. . .]
estabelecidos nos termos deste artigo o disposto nos
n.os 2 e 4 do artigo anterior. 1—..........................................
6 — Quem infringir os limites mínimos de velocidade 2 — Quem infringir o disposto no número anterior
instantânea estabelecidos nos termos deste artigo é san- é sancionado com coima de E 250 a E 1250.
cionado com coima de E 60 a E 300.
7 — Quem infringir o disposto no n.o 4 é sancionado
com coima de E 30 a E 150. Artigo 39.o
[. . .]

Artigo 31.o 1—..........................................


2 — Quem infringir o disposto no número anterior
Cedência de passagem em certas vias ou troços
é sancionado com coima de E 120 a E 600.
1—..........................................
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Artigo 41.o
b) Que entre numa auto-estrada ou numa via reser- [. . .]
vada a automóveis e motociclos, pelos respec-
tivos ramais de acesso; 1—..........................................
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . a) .........................................
b) .........................................
2—.......................................... c) .........................................
3 — Quem infringir o disposto no n.o 1 é sancionado d) .........................................
com coima de E 120 a E 600, salvo se se tratar do dis- e) .........................................
posto na alínea b), caso em que a coima é de E 250 f) .........................................
a E 1250. g) Sempre que a largura da faixa de rodagem seja
4 — Quem infringir o disposto no n.o 2 é sancionado insuficiente.
com coima de E 250 a E 1250.
2—..........................................
3—..........................................
Artigo 32.o 4 — Não é, igualmente, aplicável o disposto na alí-
[. . .] nea c) do n.o 1 sempre que a ultrapassagem se faça
pela direita nos termos do n.o 1 do artigo 37.o
1 — Sem prejuízo do disposto no n.o 1 do artigo ante- 5—..........................................
rior, os condutores devem ceder a passagem às colunas
militares ou militarizadas, bem como às escoltas poli-
ciais. Artigo 42.o
2 — Nos cruzamentos e entroncamentos os condu- [. . .]
tores devem ceder passagem aos veículos que se des-
loquem sobre carris. Nos casos previstos nos n.os 2 e 3 do artigo 14.o e
3 — As colunas e as escoltas a que se refere o n.o 1, no artigo 15.o, o facto de os veículos de uma fila cir-
bem como os condutores de veículos que se desloquem cularem mais rapidamente que os de outra não é con-
sobre carris, devem tomar as precauções necessárias siderado ultrapassagem para os efeitos previstos neste
para não embaraçar o trânsito e para evitar acidentes. Código.
4 — O condutor de um velocípede, de um veículo Artigo 48.o
de tracção animal ou de animais deve ceder a passagem [. . .]
aos veículos a motor, salvo nos casos referidos nas alí-
neas a) e c) do n.o 1 do artigo anterior. 1 — Considera-se paragem a imobilização de um veí-
5—.......................................... culo pelo tempo estritamente necessário para a entrada
1560 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 38 — 23 de Fevereiro de 2005

ou saída de passageiros ou para breves operações de b) .........................................


carga ou descarga, desde que o condutor esteja pronto c) .........................................
a retomar a marcha e o faça sempre que estiver a impedir d) .........................................
ou a dificultar a passagem de outros veículos. e) .........................................
2—.......................................... f) .........................................
3 — Fora das localidades, a paragem e o estaciona- g) .........................................
mento devem fazer-se fora das faixas de rodagem ou, h) .........................................
sendo isso impossível e apenas no caso de paragem, i) De veículos ostentando qualquer informação
o mais próximo possível do respectivo limite direito, com vista à sua transacção, em parques de
paralelamente a este e no sentido da marcha. estacionamento.
4—..........................................
5—.......................................... 2 — Quem infringir o disposto no número anterior
6 — Quem infringir o disposto nos n.os 4 e 5 é san- é sancionado com coima de E 30 a E 150, salvo se se
cionado com a coima de E 30 a E 150. tratar do disposto nas alíneas c), f) e i), casos em que
a coima é de E 60 a E 300.
Artigo 49.o
[. . .] Artigo 53.o
[. . .]
1—..........................................
a) Nas rotundas, pontes, túneis, passagens de nível, 1—..........................................
passagens inferiores ou superiores e em todos 2 — A entrada ou saída de pessoas e as operações
os lugares de visibilidade insuficiente; de carga ou descarga devem fazer-se o mais rapidamente
b) A menos de 5 m para um e outro lado dos possível, salvo se o veículo estiver devidamente esta-
cruzamentos, entroncamentos ou rotundas, sem cionado e as pessoas ou a carga não ocuparem a faixa
prejuízo do disposto na alínea e) do presente de rodagem e sempre de modo a não causar perigo
número e na alínea a) do n.o 2; ou embaraço para os outros utentes.
c) A menos de 5 m para a frente e 25 m para 3—..........................................
trás dos sinais indicativos da paragem dos veí-
culos de transporte colectivo de passageiros ou Artigo 54.o
a menos de 6 m para trás daqueles sinais quando [. . .]
os referidos veículos transitem sobre carris;
d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1—..........................................
e) A menos de 20 m antes dos sinais verticais ou 2—..........................................
luminosos se a altura dos veículos, incluindo a 3—..........................................
respectiva carga, os encobrir; 4—..........................................
f) [Anterior alínea g).] 5 — Quem infringir o disposto no n.o 1 é sancionado
g) [Anterior alínea h).] com coima de E 30 a E 150.
6 — Quem infringir o disposto nos n.os 3 e 4 é san-
2 — Fora das localidades, é ainda proibido: cionado com coima de E 60 a E 300, aplicável por cada
pessoa transportada indevidamente, devendo o veículo
a) Parar ou estacionar a menos de 50 m para um ficar imobilizado até que a situação seja regularizada.
e outro lado dos cruzamentos, entroncamentos,
rotundas, curvas ou lombas de visibilidade
reduzida; Artigo 55.o
b) Estacionar nas faixas de rodagem; Transporte de crianças em automóvel
c) Parar na faixa de rodagem, salvo nas condições
previstas no n.o 3 do artigo anterior. 1 — As crianças com menos de 12 anos de idade e
menos de 150 cm de altura, transportadas em automó-
3 — Quem infringir o disposto no n.o 1 é sancionado veis equipados com cintos de segurança, devem ser segu-
com coima de E 30 a E 150, salvo se se tratar de paragem ras por sistema de retenção homologado e adaptado
ou estacionamento nas passagens de peões ou de velo- ao seu tamanho e peso.
cípedes e nos passeios, impedindo a passagem de peões, 2 — O transporte das crianças referidas no número
caso em que a coima é de E 60 a E 300. anterior deve ser efectuado no banco da retaguarda,
4 — Quem infringir o disposto no n.o 2 é sancionado salvo nas seguintes situações:
com coima de E 60 a E 300, salvo se se tratar de esta- a) Se a criança tiver idade inferior a 3 anos e o
cionamento de noite nas faixas de rodagem, caso em transporte se fizer utilizando sistema de reten-
que a coima é de E 250 a E 1250. ção virado para a retaguarda, não podendo,
neste caso, estar activada a almofada de ar fron-
tal no lugar do passageiro;
Artigo 50.o
b) Se a criança tiver idade igual ou superior a
[. . .] 3 anos e o automóvel não dispuser de cintos
de segurança no banco da retaguarda, ou não
1—..........................................
dispuser deste banco.
a) Impedindo o trânsito de veículos ou obrigando
à utilização da parte da faixa de rodagem des- 3 — Nos automóveis que não estejam equipados com
tinada ao sentido contrário, conforme o trânsito cintos de segurança é proibido o transporte de crianças
se faça num ou em dois sentidos; de idade inferior a 3 anos.
N.o 38 — 23 de Fevereiro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 1561

4 — Nos automóveis destinados ao transporte público a efectivação da responsabilidade civil pelos danos que
de passageiros podem ser transportadas crianças sem lhes sejam imputáveis, assim como outras garantias
observância do disposto nos números anteriores, desde necessárias ou convenientes à segurança do trânsito, ou
que não o sejam nos bancos da frente. relativas à manutenção das condições técnicas e de segu-
5 — Quem infringir o disposto nos números anterio- rança do veículo.
res é sancionado com coima de E 120 a E 600 por cada 5 — Quem, no acto da fiscalização, não exibir auto-
criança transportada indevidamente. rização, quando exigível, é sancionado com coima de
E 600 a E 3000, salvo se proceder à sua apresentação
no prazo de oito dias à autoridade indicada pelo agente
Artigo 56.o de fiscalização, caso em que a coima é de E 60 a E 300.
[. . .] 6 — O não cumprimento dos limites de peso e dimen-
sões ou do percurso fixados no regulamento a que se
1—.......................................... refere o n.o 1 ou constantes da autorização concedida
2—.......................................... nos termos do n.o 2 é sancionado com coima de E 600
3—.......................................... a E 3000.
7 — O não cumprimento de outras condições impos-
a) .........................................
tas pelo mesmo regulamento ou constantes da auto-
b) .........................................
rização é sancionado com coima de E 120 a E 600.
c) .........................................
8 — Nos casos previstos nos n.os 6 e 7 pode ser deter-
d) .........................................
minada a imobilização do veículo ou a sua deslocação
e) .........................................
para local apropriado até que a situação se encontre
f) .........................................
regularizada
g) Tratando-se de veículos destinados ao trans-
porte de passageiros, aquela não prejudique a Artigo 59.o
correcta identificação dos dispositivos de sina-
lização, de iluminação e da chapa de matrícula [. . .]
e não ultrapasse os contornos envolventes do
veículo, salvo em condições excepcionais fixadas 1 — Os dispositivos de iluminação e de sinalização
em regulamento; luminosa e os reflectores que devem equipar os veículos,
h) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . bem como as respectivas características, são fixados em
i) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . regulamento.
2 — É proibida a utilização de luz ou reflector ver-
4—.......................................... melho dirigidos para a frente ou de luz ou reflector
5 — Quem infringir o disposto nos n.os 1 e 2 é san- branco dirigidos para a retaguarda, salvo:
cionado com coima de E 60 a E 300.
a) Luz de marcha atrás e da chapa de matrícula;
6 — Quem infringir o disposto no n.o 3 é sancionado
b) Avisadores luminosos especiais previstos no
com coima de E 120 a E 600, se sanção mais grave não
artigo 23.o;
for aplicável, podendo ser determinada a imobilização
c) Dispositivos de iluminação e de sinalização uti-
do veículo ou a sua deslocação para local apropriado,
lizados nos veículos que circulam ao abrigo do
até que a situação se encontre regularizada.
disposto no artigo 58.o

Artigo 57.o 3 — É sancionado com coima de E 60 a E 300 quem:


[. . .]
a) Conduzir veículo que não disponha de algum
1 — Não podem transitar nas vias públicas os veículos ou alguns dos dispositivos previstos no regula-
cujos pesos brutos, pesos por eixo ou dimensões excedam mento referido no n.o 1;
os limites gerais fixados em regulamento. b) Puser em circulação veículo utilizando dispo-
2—.......................................... sitivos não previstos no mesmo regulamento ou
que, estando previstos, não obedeçam às carac-
terísticas ou modos de instalação nele fixados;
Artigo 58.o c) Infringir o disposto no n.o 2.
[. . .]
4 — É sancionado com coima de E 30 a E 150 quem:
1 — Nas condições fixadas em regulamento, pode ser
permitido pela entidade competente o trânsito de veí- a) Conduzir veículo que não disponha de algum
culos de peso ou dimensões superiores aos legalmente ou alguns dos reflectores previstos no regula-
fixados ou que transportem objectos indivisíveis que mento referido no n.o 1;
excedam os limites da respectiva caixa. b) Puser em circulação veículo utilizando reflec-
2 — Do regulamento referido no número anterior tores não previstos no mesmo regulamento ou
devem constar as situações em que o trânsito daqueles que, estando previstos, não obedeçam às carac-
veículos depende de autorização especial. terísticas ou modos de instalação nele fixados;
3 — (Anterior n.o 2.) c) Sem prejuízo do disposto no n.o 2 do artigo 62.o,
4 — Pode ser exigida aos proprietários dos veículos conduzir veículo com avaria em algum ou alguns
a prestação de caução ou seguro destinados a garantir dos dispositivos previstos no n.o 1.
1562 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 38 — 23 de Fevereiro de 2005

Artigo 60.o minação e de sinalização luminosa, é proibido o trânsito


Utilização de luzes
de veículos com avaria dos dispositivos referidos na alí-
nea b) do n.o 1 e no n.o 2 do artigo 60.o, salvo o disposto
1 — Os dispositivos de iluminação a utilizar pelos con- no número seguinte.
dutores são os seguintes: 2 — O trânsito de veículos com avaria nas luzes é
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . permitido quando os mesmos disponham de, pelo
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . menos:
c) Luz de nevoeiro da frente, destinada a melhorar a) [Anterior alínea a) do n.o 1.)]
a iluminação da estrada em caso de nevoeiro b) Luzes avisadoras de perigo, caso em que apenas
ou outras situações de visibilidade reduzida; podem transitar pelo tempo estritamente neces-
d) [Anterior alínea g).] sário até um local de paragem ou estacio-
namento.
2 — Os dispositivos de sinalização luminosa a utilizar
pelos condutores são os seguintes: 3 — A avaria nas luzes, quando ocorra em auto-es-
a) [Anterior alínea c) do n. 1.] o trada ou via reservada a automóveis e motociclos, impõe
b) [Anterior alínea d) do n.o 1.] a imediata imobilização do veículo fora da faixa de roda-
c) Luzes avisadoras de perigo, destinadas a assi- gem, salvo se aquele dispuser das luzes referidas na
nalar que o veículo representa um perigo espe- alínea a) do número anterior, caso em que a circulação
cial para os outros utentes e constituídas pelo é permitida até à área de serviço ou saída mais próxima.
funcionamento simultâneo de todos os indica- 4 — Quem infringir o disposto nos números anterio-
dores de mudança de direcção; res é sancionado com coima de E 60 a E 300, devendo
d) [Anterior alínea f) do n.o 1.] o documento de identificação do veículo ser apreendido
e) Luz de nevoeiro da retaguarda, destinada a tor- nos termos e para os efeitos previstos na alínea f) do
nar mais visível o veículo em caso de nevoeiro n.o 1 e no n.o 6 do artigo 161.o
intenso ou de outras situações de redução sig-
nificativa de visibilidade. Artigo 63.o
[. . .]
Artigo 61.o
1 — Quando o veículo represente um perigo especial
Condições de utilização das luzes para os outros utentes da via devem ser utilizadas as
1 — Desde o anoitecer ao amanhecer e, ainda, luzes avisadoras de perigo.
durante o dia sempre que existam condições meteo- 2—..........................................
rológicas ou ambientais que tornem a visibilidade insu- 3 — Os condutores devem ainda utilizar as luzes refe-
ficiente, nomeadamente em caso de nevoeiro, chuva ridas no n.o 1, desde que estas se encontrem em con-
intensa, queda de neve, nuvens de fumo ou pó, os con- dições de funcionamento:
dutores devem utilizar as seguintes luzes: a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
a) De presença, enquanto aguardam a abertura de b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
passagem de nível e ainda durante a paragem
ou o estacionamento, em locais cuja iluminação 4 — Nos casos previstos no número anterior, se não
não permita o fácil reconhecimento do veículo for possível a utilização das luzes avisadoras de perigo,
à distância de 100 m; devem ser utilizadas as luzes de presença, se estas se
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . encontrarem em condições de funcionamento.
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 — Quem infringir o disposto nos números anterio-
d) De nevoeiro, sempre que as condições meteo- res é sancionado com coima de E 60 a E300.
rológicas ou ambientais o imponham, nos veí-
culos que com elas devam estar equipados. Artigo 64.o
[. . .]
2—..........................................
3 — Sem prejuízo do disposto no n.o 1, os condutores 1 — Os condutores de veículos que transitem em mis-
de veículos afectos ao transporte de mercadorias peri- são de polícia, de prestação de socorro ou de serviço
gosas devem transitar durante o dia com as luzes de urgente de interesse público assinalando adequada-
cruzamento acesas. mente a sua marcha podem, quando a sua missão o
4 — Sem prejuízo do disposto no n.o 1, é obrigatório exigir, deixar de observar as regras e os sinais de trânsito,
durante o dia o uso de luzes de cruzamento nos túneis mas devem respeitar as ordens dos agentes reguladores
sinalizados como tal e nas vias de sentido reversível. do trânsito.
5 — Salvo o disposto no número seguinte e se sanção 2—..........................................
mais grave não for aplicável por força de disposição 3 — A marcha urgente deve ser assinalada através
especial, quem infringir o disposto nos números ante- da utilização dos avisadores sonoros e luminosos espe-
riores é sancionado com coima de E 30 a E 150. ciais referidos, respectivamente, nos artigos 22.o e 23.o
6 — (Anterior n.o 5.) 4 — Caso os veículos não estejam equipados com os
dispositivos referidos no número anterior, a marcha
Artigo 62.o urgente pode ser assinalada:
Avaria nas luzes a) Utilizando alternadamente os máximos com os
médios; ou
1 — Sempre que, nos termos do n.o 1 do artigo ante- b) Durante o dia, utilizando repetidamente os
rior, seja obrigatória a utilização de dispositivos de ilu- sinais sonoros.
N.o 38 — 23 de Fevereiro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 1563

5 — (Anterior n.o 3.) Artigo 72.o


6 — Quem infringir o disposto nos números anterio- [. . .]
res é sancionado com coima de E 120 a E 600.
1 — Nas auto-estradas e respectivos acessos, quando
o devidamente sinalizados, é proibido o trânsito de peões,
Artigo 65. animais, veículos de tracção animal, velocípedes, ciclo-
[. . .] motores, motociclos e triciclos de cilindrada não supe-
rior a 50 cm3, quadriciclos, veículos agrícolas, comboios
1—.......................................... turísticos, bem como de veículos ou conjuntos de veí-
2—.......................................... culos insusceptíveis de atingir em patamar velocidade
3—.......................................... superior a 60 km/h ou aos quais tenha sido fixada velo-
cidade máxima igual ou inferior àquele valor.
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2—..........................................
b) As auto-estradas e vias reservadas a automóveis
e motociclos, nas quais os condutores devem a) .........................................
deixar livre a berma. b) .........................................
c) .........................................
4 — Quem infringir o disposto nos números anterio- d) .........................................
res é sancionado com coima de E 120 a E 600. e) .........................................

3 — Quem infringir o disposto no n.o 1 e nas alíneas a)


Artigo 66.o e b) do n.o 2 é sancionado com coima de E 120 a E 600,
salvo se se tratar de paragem ou estacionamento na
[. . .]
faixa de rodagem, caso em que a coima é de E 250
O trânsito, paragem e estacionamento nas vias públi- a E 1250.
cas de veículos que transportem cargas que pela sua 4 — Quem circular em sentido oposto ao legalmente
natureza ou outras características o justifiquem pode estabelecido ou infringir o disposto nas alíneas c) a e)
ser condicionado por regulamento. do n.o 2 é sancionado com coima de E 500 a E 2500,
se sanção mais grave não for aplicável por força de
outra disposição legal.
Artigo 70.o
[. . .] Artigo 73.o
[. . .]
1—..........................................
2 — Os parques e zonas de estacionamento podem 1—..........................................
ser afectos a veículos de certas categorias, podendo a 2—..........................................
sua utilização ser limitada no tempo ou sujeita ao paga- 3—..........................................
mento de uma taxa, nos termos fixados em regulamento. 4 — Quem infringir o disposto nos números anterio-
3 — Nos parques e zonas de estacionamento podem, res é sancionado com coima de E 250 a E 1250.
mediante sinalização, ser reservados lugares ao estacio-
namento de veículos afectos ao serviço de determinadas Artigo 77.o
entidades ou utilizados no transporte de pessoas com
deficiência. [. . .]
4 — (Anterior n.o 3.) 1—..........................................
2 — É, porém, permitida a utilização das vias refe-
Artigo 71.o ridas no número anterior, na extensão estritamente
necessária, para acesso a garagens, a propriedades e
[. . .] a locais de estacionamento ou, quando a sinalização
o permita, para efectuar a manobra de mudança de
1—.......................................... direcção no cruzamento ou entroncamento mais pró-
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ximo.
b) Automóveis pesados utilizados em transporte 3—..........................................
público, quando não estejam em serviço, salvo
as excepções previstas em regulamentos locais; Artigo 78.o
c) Veículos de categorias diferentes daquelas a que [. . .]
o parque, zona, ou lugar de estacionamento
tenha sido exclusivamente afecto nos termos dos 1—..........................................
n.os 2 e 3 do artigo anterior; 2—..........................................
d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3—..........................................
4—..........................................
2 — Quem infringir o disposto no número anterior 5 — As pessoas que transitam usando patins, troti-
é sancionado com coima de: netas ou outros meios de circulação análogos devem
utilizar as pistas referidas no n.o 3, sempre que existam.
a) E 30 a E 150, se se tratar do disposto nas alí- 6 — Quem infringir o disposto nos números anterio-
neas b) e d); res é sancionado com coima de E 30 a E 150, salvo
b) E 60 a E 300, se se tratar do disposto nas alí- se se tratar do n.o 4, caso em que a coima é de E 10
neas a) e c). a E 50.
1564 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 38 — 23 de Fevereiro de 2005

Artigo 79.o é sancionado com coima de E 120 a E 600, salvo se


[. . .]
se tratar dos referidos no n.o 5, caso em que a coima
é de E 60 a E 300.
1—..........................................
2 — É proibido ao condutor e passageiros atirar Artigo 84.o
quaisquer objectos para o exterior do veículo. [. . .]
3 — Quem infringir o disposto no n.o 1 é sancionado
com coima de E 120 a E 600. 1 — É proibido ao condutor utilizar, durante a mar-
4 — Quem infringir o disposto no n.o 2 é sancionado cha do veículo, qualquer tipo de equipamento ou apa-
com coima de E 60 a E 300. relho susceptível de prejudicar a condução, nomeada-
mente auscultadores sonoros e aparelhos radiotele-
fónicos.
Artigo 81.o 2—..........................................
Condução sob influência de álcool ou de substâncias psicotrópicas 3—..........................................
4—..........................................
1 — É proibido conduzir sob influência de álcool ou 5 — Quem infringir o disposto no n.o 3 é sancionado
de substâncias psicotrópicas. com coima de E 500 a E 2500 e com perda dos objectos,
2 — Considera-se sob influência de álcool o condutor devendo o agente de fiscalização proceder à sua imediata
que apresente uma taxa de álcool no sangue igual ou remoção e apreensão ou, não sendo ela possível, apreen-
superior a 0,5 g/l ou que, após exame realizado nos ter- der o documento de identificação do veículo até à efec-
mos previstos no presente Código e legislação comple- tiva remoção e apreensão daqueles objectos, sendo,
mentar, seja como tal considerado em relatório médico. neste caso, aplicável o disposto no n.o 5 do artigo 161.o
3 — A conversão dos valores do teor de álcool no
ar expirado (TAE) em teor de álcool no sangue (TAS)
é baseada no princípio de que 1 mg de álcool por litro Artigo 85.o
de ar expirado é equivalente a 2,3 g de álcool por litro [. . .]
de sangue.
4 — Considera-se sob influência de substâncias psi- 1—..........................................
cotrópicas o condutor que, após exame realizado nos 2 — Tratando-se de automóvel, motociclo, triciclo,
termos do presente Código e legislação complementar, quadriciclo, ciclomotor, tractor agrícola ou florestal, ou
seja como tal considerado em relatório médico ou reboque, o condutor deve ainda ser portador dos seguin-
pericial. tes documentos:
5—..........................................
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
a) E 250 a E 1250, se a taxa de álcool no sangue b) Documento de identificação do veículo;
for igual ou superior a 0,5 g/l e inferior a 0,8 g/l; c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
b) E 500 a E 2500, se a taxa for igual ou superior
a 0,8 g/l e inferior a 1,2 g/l ou, sendo impossível 3—..........................................
a quantificação daquela taxa, o condutor for 4—..........................................
considerado influenciado pelo álcool em rela- 5—..........................................
tório médico ou ainda se conduzir sob influência
de substâncias psicotrópicas.
Artigo 87.o
Artigo 82.o [. . .]
[. . .] 1—..........................................
1 — O condutor e passageiros transportados em auto- 2 — Nas circunstâncias referidas no número anterior,
móveis são obrigados a usar os cintos e demais acessórios as pessoas que não estiverem envolvidas nas operações
de segurança com que os veículos estejam equipados. de remoção ou reparação do veículo não devem per-
2 — Em regulamento são fixadas: manecer na faixa de rodagem.
3 — Enquanto o veículo não for devidamente esta-
a) As condições excepcionais de isenção ou de dis- cionado ou removido, o condutor deve adoptar as medi-
pensa da obrigação do uso dos acessórios refe- das necessárias para que os outros se apercebam da
ridos no n.o 1; sua presença, usando para tanto os dispositivos de sina-
b) O modo de utilização e características técnicas lização e as luzes avisadoras de perigo.
dos mesmos acessórios. 4 — (Anterior n.o 3.)
5 — Quem infringir o disposto nos números anterio-
3 — Os condutores e passageiros de ciclomotores, res é sancionado com coima de E 60 a E 300, ou com
motociclos com ou sem carro lateral, triciclos e qua- coima de E 120 a E 600 quando a infracção for praticada
driciclos devem proteger a cabeça usando capacete de em auto-estrada ou via reservada a automóveis e moto-
modelo oficialmente aprovado, devidamente ajustado ciclos, se outra sanção mais grave não for aplicável.
e apertado.
4 — (Anterior n.o 3.)
5 — Os condutores e passageiros de velocípedes com Artigo 88.o
motor e os condutores de trotinetas com motor devem Pré-sinalização de perigo
proteger a cabeça usando capacete devidamente ajus-
tado e apertado. 1 — Todos os veículos a motor em circulação, salvo
6 — Quem não utilizar ou utilizar incorrectamente os dotados apenas de duas ou três rodas, os motocul-
os acessórios de segurança previstos no presente artigo tivadores e os quadriciclos sem caixa, devem estar equi-
N.o 38 — 23 de Fevereiro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 1565

pados com um sinal de pré-sinalização de perigo e um Artigo 92.o


colete, ambos retrorreflectores e de modelo oficialmente
[. . .]
aprovado.
2 — É obrigatório o uso do sinal de pré-sinalização 1 — O transporte de carga em motociclo, triciclo, qua-
de perigo sempre que o veículo fique imobilizado na driciclo, ciclomotor ou velocípede só pode fazer-se em
faixa de rodagem ou na berma ou nestas tenha deixado reboque ou caixa de carga.
cair carga, sem prejuízo do disposto no presente Código 2—..........................................
quanto à iluminação dos veículos. 3—..........................................
3 — O sinal deve ser colocado perpendicularmente
em relação ao pavimento e ao eixo da faixa de rodagem,
a uma distância nunca inferior a 30 m da retaguarda Artigo 93.o
do veículo ou da carga a sinalizar e por forma a ficar [. . .]
bem visível a uma distância de, pelo menos, 100 m.
4 — Nas circunstâncias referidas no n.o 2, quem pro- 1 — Nos motociclos, triciclos, quadriciclos e ciclomo-
ceder à colocação do sinal de pré-sinalização de perigo, tores, o uso de dispositivos de sinalização luminosa e
à reparação do veículo ou à remoção da carga deve de iluminação é obrigatório em qualquer circunstância.
utilizar o colete retrorreflector. 2—..........................................
5 — Em regulamento são fixadas as características do 3 — Sempre que, nos termos do artigo 61.o, seja obri-
sinal de pré-sinalização de perigo e do colete retror- gatório o uso de dispositivo de iluminação, os velocí-
reflector. pedes só podem circular com utilização dos dispositivos
6 — Quem infringir o disposto no n.o 1 é sancionado que, para o efeito, forem fixados em regulamento.
com coima de E 60 a E 300, por cada equipamento 4 — Quem infringir o disposto nos números anterio-
em falta. res é sancionado com coima de E 60 a E 300, se sanção
7 — Quem infringir o disposto nos n.os 2 a 4 é san- mais grave não for aplicável.
cionado com coima de E 120 a E 600.
Artigo 94.o
Artigo 89.o
[. . .]
[. . .]
1 — Em caso de avaria nas luzes de motociclos, tri-
1—.......................................... ciclos, quadriciclos e ciclomotores é aplicável, com as
2—.......................................... necessárias adaptações, o disposto no artigo 62.o
3—.......................................... 2—..........................................
4 — Quem infringir o disposto no n.o 2 é sancionado 3—..........................................
com coima de E 500 a E 2500, se sanção mais grave
não for aplicável.
Artigo 95.o
o
Artigo 90.
[. . .]
[. . .]
É aplicável aos motociclos, triciclos, quadriclos e ciclo-
1—.......................................... motores, quando estejam munidos de luzes de mudança
2—.......................................... de direcção, o disposto no artigo 63.o, com as necessárias
3 — Quem infringir o disposto nos números anterio- adaptações.
res é sancionado com coima de E 60 a E 300, salvo
se se tratar de condutor de velocípede, caso em que Artigo 96.o
a coima é de E 30 a E 150. [. . .]

As coimas previstas no presente Código são reduzidas


Artigo 91.o para metade nos seus limites mínimo e máximo quando
[. . .] aplicáveis aos condutores de velocípedes, salvo quando
se trate de coimas especificamente fixadas para estes
1 — Nos motociclos, triciclos, quadriciclos e ciclomo- condutores.
tores é proibido o transporte de passageiros de idade
inferior a 7 anos, salvo tratando-se de veículos providos Artigo 97.o
de caixa rígida não destinada apenas ao transporte de [. . .]
carga.
2 — Os velocípedes só podem transportar o respectivo 1—..........................................
condutor, salvo se forem dotados de mais de um par 2—..........................................
de pedais capaz de accionar o veículo, caso em que 3—..........................................
o número máximo de pessoas a transportar corresponda 4 — Sempre que, nos termos do artigo 61.o, seja obri-
ao número de pares de pedais. gatória a utilização de dispositivos de sinalização lumi-
3 — Exceptua-se do disposto no número anterior o nosa, os condutores de veículos de tracção animal ou
transporte de crianças em dispositivos especialmente de animais em grupo devem utilizar uma lanterna de
adaptados para o efeito, desde que utilizem capacete luz branca, visível em ambos os sentidos de trânsito.
devidamente homologado. 5—..........................................
4 — (Anterior n.o 3.) 6—..........................................
1566 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 38 — 23 de Fevereiro de 2005

Artigo 99.o 3 — (Anterior n.o 2.)


[. . .]
4 — (Anterior n.o 3.)

1—.......................................... Artigo 104.o


2—..........................................
3—.......................................... [. . .]
4 — Sempre que transitem na faixa de rodagem, desde .............................................
o anoitecer ao amanhecer e sempre que as condições
de visibilidade ou a intensidade do trânsito o aconse- a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
lhem, os peões devem transitar numa única fila, salvo b) A condução à mão de velocípedes de duas rodas
quando seguirem em cortejo ou formação organizada sem carro atrelado e de carros de crianças ou
nos termos previstos no artigo 102.o de pessoas com deficiência;
5 — Quem infringir o disposto nos números anterio- c) O trânsito de pessoas utilizando trotinetas,
res é sancionado com coima de E 10 a E 50. patins ou outros meios de circulação análogos,
6—.......................................... sem motor;
d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
e) A condução à mão de motocultivadores sem
Artigo 100.o reboque ou retrotrem.
[. . .]
Artigo 106.o
1—..........................................
2—.......................................... [. . .]
3—.......................................... 1—..........................................
4 — Quem infringir o disposto nos números anterio-
res é sancionado com coima de E 10 a E 50. a) Ligeiros — veículos com peso bruto igual ou
inferior a 3500 kg e com lotação não superior
a nove lugares, incluindo o do condutor;
Artigo 101.o b) Pesados — veículos com peso bruto superior a
[. . .] 3500 kg ou com lotação superior a nove lugares,
incluindo o do condutor.
1—..........................................
2—.......................................... 2—..........................................
3 — Os peões só podem atravessar a faixa de rodagem
nas passagens especialmente sinalizadas para esse efeito a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
ou, quando nenhuma exista a uma distância inferior b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
a 50 m, perpendicularmente ao eixo da faixa de rodagem.
4—.......................................... 3 — Os automóveis de passageiros e de mercadorias
5 — Quem infringir o disposto nos números anterio- que se destinam ao desempenho de função diferente
res é sancionado com coima de E 10 a E 50. do normal transporte de passageiros ou de mercadorias
são considerados especiais, tomando a designação a fixar
Artigo 102.o em regulamento, de acordo com o fim a que se destinam.
4 — (Anterior n.o 3.)
[. . .]

1 — Sempre que transitem na faixa de rodagem desde Artigo 107.o


o anoitecer ao amanhecer e sempre que as condições Motociclos, ciclomotores, triciclos e quadriciclos
de visibilidade o aconselhem, os cortejos e formações
organizadas devem assinalar a sua presença com, pelo 1 — Motociclo é o veículo dotado de duas rodas, com
menos, uma luz branca dirigida para a frente e uma ou sem carro lateral, com motor de propulsão com cilin-
luz vermelha dirigida para a retaguarda, ambas do lado drada superior a 50 cm3, no caso de motor de combustão
esquerdo do cortejo ou formação, bem como através interna, ou que, por construção, exceda em patamar
da utilização de, pelo menos, dois coletes retrorreflec- a velocidade de 45 km/h.
tores, um no início e outro no fim da formação. 2 — Ciclomotor é o veículo dotado de duas ou três
2—.......................................... rodas, com uma velocidade máxima, em patamar e por
construção, não superior a 45 km/h, e cujo motor:
Artigo 103.o a) No caso de ciclomotores de duas rodas, tenha
[. . .] cilindrada não superior a 50 cm3, tratando-se
de motor de combustão interna ou cuja potência
1 — Ao aproximar-se de uma passagem de peões assi- máxima não exceda 4 kW, tratando-se de motor
nalada, em que a circulação de veículos está regulada eléctrico;
por sinalização luminosa, o condutor, mesmo que a sina- b) No caso de ciclomotores de três rodas, tenha
lização lhe permita avançar, deve deixar passar os peões cilindrada não superior a 50 cm3, tratando-se
que já tenham iniciado a travessia da faixa de rodagem. de motor de ignição comandada ou cuja potên-
2 — Ao aproximar-se de uma passagem para peões, cia máxima não exceda 4 kW, no caso de outros
junto da qual a circulação de veículos não está regulada motores de combustão interna ou de motores
nem por sinalização luminosa nem por agente, o con- eléctricos.
dutor deve reduzir a velocidade e, se necessário, parar
para deixar passar os peões que já tenham iniciado a 3 — Triciclo é o veículo dotado de três rodas dispostas
travessia da faixa de rodagem. simetricamente, com motor de propulsão com cilindrada
N.o 38 — 23 de Fevereiro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 1567

superior a 50 cm3, no caso de motor de combustão 3— ..........................................


interna, ou que, por construção, exceda em patamar 4— ..........................................
a velocidade de 45 km/h. 5— ..........................................
4 — Quadriciclo é o veículo dotado de quatro rodas, 6— ..........................................
classificando-se em: 7— ..........................................
a) Ligeiro — veículo com velocidade máxima, em 8— ..........................................
patamar e por construção, não superior a 9— ..........................................
45 km/h, cuja massa sem carga não exceda
350 kg, excluída a massa das baterias no veículo Artigo 112.o
eléctrico, e com motor de cilindrada não supe-
rior a 50 cm3, no caso de motor de ignição [. . .]
comandada, ou cuja potência máxima não seja
superior a 4 kW, no caso de outros motores 1 — (Anterior corpo do artigo.)
de combustão interna ou de motor eléctrico; 2 — Velocípede com motor é o velocípede equipado
b) Pesado — veículo com motor de potência não com motor auxiliar eléctrico com potência máxima con-
superior a 15 kW e cuja massa sem carga, tínua de 0,25 kW, cuja alimentação é reduzida progres-
excluída a massa das baterias no caso de veículos sivamente com o aumento da velocidade e interrompida
eléctricos, não exceda 400 kg ou 550 kg, con- se atingir a velocidade de 25 km/h, ou antes, se o ciclista
soante se destine, respectivamente, ao trans- deixar de pedalar.
porte de passageiros ou de mercadorias. 3 — Para efeitos do presente Código, os velocípedes
com motor e as trotinetas com motor são equiparados
a velocípedes.
Artigo 108.o
[. . .]
Artigo 113.o
1 — Tractor agrícola ou florestal é o veículo com
[. . .]
motor de propulsão, de dois ou mais eixos, cuja função
principal reside na potência de tracção, especialmente 1 — Os motociclos, triciclos, quadriciclos, ciclomoto-
concebido para ser utilizado com reboques, alfaias ou res e velocípedes podem atrelar, à retaguarda, um rebo-
outras máquinas destinadas a utilização agrícola ou que de um eixo destinado ao transporte de carga.
florestal. 2—..........................................
2 — Máquina agrícola ou florestal é o veículo com
motor de propulsão, de dois ou mais eixos, destinado
exclusivamente à execução de trabalhos agrícolas ou flo- Artigo 114.o
restais, que só excepcionalmente transita na via pública,
[. . .]
sendo considerado pesado ou ligeiro consoante o seu
peso bruto exceda ou não 3500 kg. 1—..........................................
3 — Motocultivador é o veículo com motor de pro- 2—..........................................
pulsão, de um só eixo, destinado à execução de trabalhos 3 — Os modelos de automóveis, motociclos, triciclos,
agrícolas ligeiros, que pode ser dirigido por um condutor quadriciclos, ciclomotores, tractores agrícolas, tractocar-
a pé ou em reboque ou retrotrem atrelado ao referido ros e reboques, bem como os respectivos sistemas, com-
veículo. ponentes e acessórios, estão sujeitos a aprovação de
4 — O motocultivador ligado a reboque ou retrotrem acordo com as regras fixadas em regulamento.
é equiparado, para efeitos de circulação, a tractor 4—..........................................
agrícola. 5 — É proibido o trânsito de veículos que não dis-
5 — Tractocarro é o veículo com motor de propulsão, ponham dos sistemas, componentes ou acessórios com
de dois ou mais eixos, provido de uma caixa de carga
que foram aprovados ou que utilizem sistemas, com-
destinada ao transporte de produtos agrícolas ou flo-
ponentes ou acessórios não aprovados nos termos do
restais e cujo peso bruto não ultrapassa 3500 kg, sendo
equiparado, para efeitos de circulação, a tractor agrícola. n.o 3.
6 — Quem infringir o disposto no número anterior
é sancionado com coima de E 250 a E 1250, sendo ainda
Artigo 109.o apreendido o veículo até que este seja aprovado em
[. . .] inspecção extraordinária.
1—..........................................
2 — Máquina industrial é o veículo com motor de Artigo 115.o
propulsão, de dois ou mais eixos, destinado à execução [. . .]
de obras ou trabalhos industriais e que só eventualmente
transita na via pública, sendo pesado ou ligeiro con- 1 — Considera-se transformação de veículo qualquer
soante o seu peso bruto exceda ou não 3500 kg. alteração das suas características construtivas ou fun-
cionais.
Artigo 110.o 2 — A transformação de veículos a motor e seus rebo-
ques é autorizada nos termos fixados em regulamento.
[. . .]
3 — Quem infringir o disposto no número anterior
1—.......................................... é sancionado com coima de E 250 a E 1250, se sanção
2 — Semi-reboque é o reboque cuja parte da frente mais grave não for aplicável, sendo ainda apreendido
assenta sobre o veículo a motor, distribuindo o peso o veículo até que este seja aprovado em inspecção
sobre este. extraordinária.
1568 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 38 — 23 de Fevereiro de 2005

Artigo 116.o do documento de identificação do veículo comunicar


[. . .]
essa alteração no prazo de 30 dias à autoridade com-
petente, requerendo o respectivo averbamento.
1—.......................................... 6—..........................................
a) ......................................... 7—..........................................
b) ......................................... 8—..........................................
c) ......................................... 9 — Quem infringir o disposto nos n.os 3, 4, 7 e 8
d) ......................................... e quem colocar em circulação veículo cujas caracterís-
e) Verificação das características construtivas ou ticas não confiram com as mencionadas no documento
funcionais do veículo, após reparação em con- que o identifica é sancionado com coima de E 120 a
sequência de acidente; E 600, se sanção mais grave não for aplicável por força
f) Controlo aleatório de natureza técnica, na via de outra disposição legal.
pública, para verificação das respectivas condi- 10 — Quem infringir o disposto nos n.os 5 e 6 é san-
ções de manutenção, nos termos de diploma cionado com coima de E 30 a E 150.
próprio.
Artigo 119.o
2 — Pode determinar-se a sujeição dos veículos refe- [. . .]
ridos no número anterior a inspecção extraordinária nos
casos previstos no n.o 5 do artigo 114.o e ainda quando 1 — A matrícula deve ser cancelada quando:
haja fundadas suspeitas sobre as suas condições de segu-
rança ou dúvidas sobre a sua identificação, nomeada- a) O veículo fique inutilizado ou haja desapa-
mente em consequência de alteração das características recido;
construtivas ou funcionais do veículo, ou de outras b) Ao veículo for atribuída uma nova matrícula;
causas. c) O veículo faltar à inspecção referida no n.o 2
3 — A falta a qualquer das inspecções previstas nos do artigo 116.o, sem que a falta seja devidamente
números anteriores é sancionada com coima de E 250 justificada.
a E 1250.
Artigo 117.o 2—..........................................
3 — Considera-se desaparecido o veículo cuja loca-
[. . .] lização seja desconhecida há mais de seis meses.
1 — Os veículos a motor e os seus reboques só são 4 — O cancelamento da matrícula deve ser requerido
admitidos em circulação desde que matriculados, salvo pelo proprietário, no prazo de 30 dias, quando o veículo
o disposto nos n.os 2 e 3. fique inutilizado, bem como no caso referido na alínea b)
2—.......................................... do n.o 1.
3—.......................................... 5 — O cancelamento da matrícula pode ser requerido
4—.......................................... pelo proprietário quando:
5—.......................................... a) O veículo haja desaparecido;
6 — O processo de atribuição e a composição do b) Pretender deixar de utilizar o veículo na via
número de matrícula, bem como as características da pública.
respectiva chapa, são fixados em regulamento.
7 — A entidade competente deve organizar, nos ter-
6 — (Anterior n.o 5.)
mos fixados em regulamento, um registo nacional de
matrículas. 7 — A matrícula pode ser cancelada oficiosamente
8 — Quem puser em circulação veículo não matri- em qualquer das situações previstas no n.o 1.
culado nos termos dos números anteriores é sancionado 8 — (Anterior n.o 6.)
com coima de E 600 a E 3000, salvo quando se tratar 9 — Sem prejuízo do disposto nos n.os 4 a 6, os tri-
de ciclomotor ou veículo agrícola, casos em que a coima bunais, as entidades fiscalizadoras do trânsito ou outras
é de E 300 a E 1500. entidades públicas devem comunicar às autoridades
competentes os casos de inutilização de veículos de que
tenham conhecimento no exercício das suas funções.
Artigo 118.o 10 — (Anterior n.o 8.)
[. . .] 11 — Não podem ser repostas ou atribuídas novas
matrículas a veículos quando o cancelamento da matrí-
1 — Por cada veículo matriculado deve ser emitido cula anterior tenha tido por fundamento a destruição
um documento destinado a certificar a respectiva matrí- do mesmo.
cula, donde constem as características que o permitam 12 — Quem infringir o disposto nos n.os 4, 6 e 8 é
identificar. sancionado com coima de E 60 a E 300, se sanção mais
2 — É titular do documento de identificação do veí- grave não for aplicável por força de outra disposição
culo a pessoa, singular ou colectiva, em nome da qual legal.
o veículo for matriculado e que, na qualidade de pro-
prietária ou a outro título jurídico, dele possa dispor, Artigo 120.o
sendo responsável pela sua circulação. [. . .]
3—..........................................
4—.......................................... O disposto no presente título não é aplicável ao equi-
5 — No caso de alteração do nome ou da designação pamento militar circulante ou de intervenção de ordem
social, mudança de residência ou sede, deve o titular pública afecto às forças militares ou de segurança.
N.o 38 — 23 de Fevereiro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 1569

Artigo 121.o que fixem residência em Portugal devem, no prazo de


[. . .]
30 dias, comunicar ao serviço competente para a emissão
das cartas de condução a sua residência em território
1—.......................................... nacional, para efeitos de actualização do registo de
2—.......................................... condutor.
3 — A condução, nas vias públicas, do equipamento 13 — (Anterior n.o 2 do artigo 130.o)
militar circulante ou de intervenção de ordem pública 14 — Quem infringir o disposto nos n.os 6, 9, 11 e
referido no artigo 120.o e dos veículos que se deslocam 12 é sancionado com coima de E 60 a E 300, se sanção
sobre carris rege-se por legislação especial. mais grave não for aplicável.

Artigo 122.o Artigo 123.o


[. . .] [. . .]

1 — O documento que titula a habilitação para con- 1—..........................................


duzir automóveis, motociclos, triciclos e quadriciclos 2 — As categorias referidas no número anterior
designa-se ‘carta de condução’. podem compreender subcategorias que habilitam à con-
2 — Designam-se ‘licenças de condução’ os documen- dução dos seguintes veículos:
tos que titulam a habilitação para conduzir: A1 — motociclos de cilindrada não superior a
a) Motociclos de cilindrada não superior a 50 cm3; 125 cm3 e de potência máxima até 11 kW;
b) Ciclomotores; B1 — triciclos e quadriciclos;
c) Outros veículos a motor não referidos no C1 — automóveis pesados de mercadorias cujo
número anterior, com excepção dos velocípedes peso bruto não exceda 7500 kg, a que pode ser
com motor. atrelado um reboque de peso bruto até 750 kg;
C1+E — conjuntos de veículos compostos por veí-
3 — Os documentos previstos nos números anteriores culo tractor da subcategoria C1 e reboque com
são emitidos pela entidade competente e válidos para peso bruto superior a 750 kg, desde que o peso
as categorias ou subcategorias de veículos e períodos bruto do conjunto não exceda 12 000 kg e o peso
de tempo neles averbados, sem prejuízo do disposto bruto do reboque não exceda a tara do veículo
nos números seguintes. tractor;
4 — A carta de condução emitida a favor de quem D1 — automóveis pesados de passageiros com lota-
não se encontra já legalmente habilitado para conduzir ção até 17 lugares sentados, incluindo o do con-
qualquer das categorias ou subcategorias de veículos dutor, a que pode ser atrelado um reboque de
nela previstas tem carácter provisório e só se converte peso bruto até 750 kg;
em definitiva se, durante os três primeiros anos do seu D1+E — conjuntos de veículos compostos por veí-
período de validade, não for instaurado ao respectivo culo tractor da subcategoria D1 e reboque com
titular procedimento pela prática de crime ou contra- peso bruto superior a 750 kg, desde que, cumu-
-ordenação a que corresponda proibição ou inibição de lativamente, o peso bruto do conjunto não
conduzir. exceda 12 000 kg, o peso bruto do reboque não
5 — Se, durante o período referido no número ante- exceda a tara do veículo tractor e o reboque
rior, for instaurado procedimento pela prática de crime não seja utilizado para o transporte de pessoas.
ou contra-ordenação a que corresponda proibição ou
inibição de conduzir, a carta de condução mantém o 3 — Os titulares de carta de condução válida para
carácter provisório até que a respectiva decisão transite veículos da categoria A ou da subcategoria A1 consi-
em julgado ou se torne definitiva. deram-se habilitados para a condução de:
6 — Os veículos conduzidos por titulares de carta de a) Ciclomotores ou motociclos de cilindrada não
condução com carácter provisório devem ostentar à reta- superior a 50 cm3;
guarda dístico de modelo a definir em regulamento. b) Triciclos.
7 — Os titulares de carta de condução válida apenas
para as subcategorias A1 ou B1, quando obtenham habi- 4—..........................................
litação em nova categoria, ficam sujeitos ao regime pre-
visto no n.o 4 ainda que o título inicial tenha mais de a) Tractores agrícolas ou florestais simples ou com
três anos. equipamentos montados desde que o peso
8 — O disposto nos n.os 4 e 5 não se aplica ao título máximo do conjunto não exceda 6000 kg;
emitido através de troca por documento equivalente que b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
habilite a conduzir há mais de três anos, salvo se contra c) Ciclomotores de três rodas, triciclos e qua-
o respectivo titular estiver pendente procedimento nos driciclos.
termos do n.o 5.
9 — (Anterior n.o 7.) 5—..........................................
10 — A entidade competente para a emissão de títu- 6—..........................................
los de condução deve organizar, nos termos fixados em 7—..........................................
regulamento, um registo nacional de condutores, donde 8 — Os titulares de carta de condução válida para
constem todos os títulos emitidos, bem como a iden- a categoria C+E podem conduzir conjuntos de veículos
tidade e o domicílio dos respectivos titulares. da categoria D+E, desde que se encontrem habilitados
11 — (Anterior n.o 9.) para a categoria D.
12 — Os titulares de título de condução emitido por 9 — Quem conduzir veículo de qualquer das cate-
outro Estado membro do Espaço Económico Europeu gorias ou subcategorias referidas nos n.os 1 e 2 para
1570 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 38 — 23 de Fevereiro de 2005

a qual a respectiva carta de condução não confira habi- Artigo 126.o


litação é sancionado com coima de E 500 a E 2500.
[. . .]
10 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
11 — Sem prejuízo da exigência de habilitação espe- 1—..........................................
cífica, os condutores de veículos que se desloquem sobre
carris ou de troleicarros devem ser titulares de carta a) .........................................
de condução válida para a categoria D. b) .........................................
12 — Quem infringir o disposto no número anterior c) Tenha residência em território nacional;
é sancionado com coima de E 500 a E 2500. d) .........................................
e) Tenha sido aprovado no respectivo exame de
Artigo 124.o condução;
f) Saiba ler e escrever.
[. . .]

1—.......................................... 2—..........................................
2 — A licença de condução referida na alínea a) do a) Subcategorias A1 e B1 — 16 anos;
número anterior habilita a conduzir ambas as categorias b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
de veículos nela averbadas. c) Categorias C e C+E e subcategorias C1 e
3—.......................................... C1+E — 21 anos ou 18 anos desde que, neste
I) Motocultivadores com reboque ou retrotrem e caso, possua certificado de aptidão profissional
tractocarros de peso bruto não superior a comprovativo da frequência, com aproveita-
2500 kg; mento, de um curso de formação de condutores
de transportes rodoviários de mercadorias efec-
tuado nos termos fixados em regulamento;
II): d) Categorias D e D+E e subcategorias D1 e
a) Tractores agrícolas ou florestais simples D1+E — 21 anos.
ou com equipamentos montados, desde
que o peso bruto do conjunto não exceda 3—..........................................
3500 kg;
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . a) .........................................
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . b) .........................................
c) Veículos agrícolas da categoria I — 16 anos;
d) Veículos agrícolas das categorias II e III —
III) ........................................ 18 anos.
4 — (Anterior n.o 5.)
5 — (Anterior n.o 6.) 4 — Só pode ser habilitado para a condução de veí-
6 — (Anterior n.o 7.) culos das categorias C e D e das subcategorias C1 e
7 — Quem, sendo titular de licença de condução de D1 quem possuir habilitação para conduzir veículos da
veículos agrícolas, conduzir veículo agrícola ou florestal categoria B.
de categoria para a qual a mesma licença não confira 5 — Só pode ser habilitado para a condução de veí-
habilitação é sancionado com coima de E 120 a E 600. culos das categorias B+E, C+E e D+E quem possuir
habilitação para conduzir veículos das categorias B, C
e D, respectivamente, e das subcategorias C1+E e
Artigo 125.o D1+E quem possuir habilitação para conduzir veículos
das subcategorias C1 e D1, respectivamente.
[. . .]
6 — A obtenção de título de condução por pessoa
1—.......................................... com idade inferior a 18 anos depende, ainda, de auto-
rização escrita de quem sobre ela exerça o poder
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . paternal.
b) Títulos de condução emitidos pelos serviços 7—..........................................
competentes da administração portuguesa do
território de Macau;
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Artigo 127.o
d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . [. . .]
e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
f) Licenças internacionais de condução, desde que 1 — Só podem conduzir automóveis das categorias
apresentadas com o título nacional que lhes deu D e D+E, das subcategorias D1 e D1+E e ainda da
origem. categoria C+E cujo peso bruto exceda 20 000 kg os
condutores até aos 65 anos de idade.
2—.......................................... 2—..........................................
3—.......................................... 3 — Podem ser impostas aos condutores, em resul-
4 — Os titulares das licenças referidas nas alíneas d), tado de exame médico ou psicológico, restrições ao exer-
e) e f) do n.o 1 não estão autorizados a conduzir veículos cício da condução, prazos especiais para revalidação dos
a motor se residirem em Portugal há mais de 185 dias. títulos ou adaptações específicas ao veículo que con-
5—.......................................... duzam, as quais devem ser sempre mencionadas no res-
6—.......................................... pectivo título, bem como adequada simbologia no veí-
7—.......................................... culo, a definir em regulamento.
N.o 38 — 23 de Fevereiro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 1571

4 — Quem conduzir veículo sem observar as restri- 3 — A revalidação do título de condução ou a obten-
ções que lhe tenham sido impostas é sancionado com ção de novo título depende de aprovação em exame
coima de E 120 a E 600, se sanção mais grave não for especial, cujo conteúdo e características são fixados em
aplicável. regulamento, quando o título de condução tenha cadu-
5 — Quem conduzir veículo sem as adaptações espe- cado:
cíficas que tenham sido impostas nos termos do n.o 3
é sancionado com coima de E 120 a E 600. a) Nos termos do n.o 1;
6 — Quem infringir o disposto nos n.os 1 e 2 é san- b) Nos termos da alínea a) do n.o 2, quando a
cionado com coima de E 250 a E 1250. caducidade se tiver verificado há pelo menos
dois anos, salvo se os respectivos titulares
demonstrarem ter sido titulares de documento
Artigo 129.o idêntico e válido durante esse período;
[. . .] c) Nos termos da alínea b) do n.o 2;
d) Nos termos da alínea c) do n.o 2, por motivo
1 — Surgindo fundadas dúvidas sobre a aptidão física, de falta ou reprovação a exame médico ou psi-
mental ou psicológica ou sobre a capacidade de um cológico quando tenham decorrido mais de dois
condutor ou candidato a condutor para exercer a con- anos sobre a determinação de submissão àqueles
dução com segurança, a autoridade competente deter- exames.
mina que aquele seja submetido, singular ou cumula-
tivamente, a inspecção médica, a exame psicológico e 4 — Ao novo título emitido nos termos da alínea a)
a novo exame de condução ou a qualquer das suas do número anterior é aplicável o regime previsto nos
provas. n.os 4 e 5 do artigo 122.o
2 — Constitui, nomeadamente, motivo para dúvidas 5 — Os titulares de título de condução caducado nos
sobre a aptidão psicológica ou capacidade de um con-
termos do n.o 1 e das alíneas b) e c) do n.o 2 con-
dutor para exercer a condução com segurança, a cir-
sideram-se, para todos os efeitos legais, não habilitados
culação em sentido oposto ao legalmente estabelecido
a conduzir os veículos para que aquele título foi emitido.
em auto-estradas ou vias equiparadas, bem como a
6 — Salvo o disposto no número seguinte, os titulares
dependência ou a tendência para abusar de bebidas
de título de condução caducado nos termos da alínea a)
alcoólicas ou de substâncias psicotrópicas.
do n.o 2 consideram-se, para todos os efeitos legais,
3 — O estado de dependência de álcool ou de subs-
não habilitados a conduzir os veículos para que aquele
tâncias psicotrópicas é determinado por exame médico,
título foi emitido, apenas no que se refere às categorias
que pode ser ordenado em caso de condução sob a
ou subcategorias abrangidas pela necessidade de reva-
influência de quaisquer daquelas bebidas ou substâncias.
lidação.
4 — Revela a tendência para abusar de bebidas alcoó-
7 — Quem conduzir veículo com título não revalidado
licas ou de substâncias psicotrópicas a prática, num
período de três anos, de duas infracções criminais ou nos termos da alínea a) do n.o 2, antes do decurso do
contra-ordenacionais muito graves de condução sob a prazo referido na alínea b) do n.o 3, é sancionado com
influência do álcool ou de substâncias psicotrópicas. coima de E 120 a E 600.
5 — (Anterior n.o 3.)
6 — Não sendo possível comprovar o requisito pre-
visto na alínea c) do n.o 1 do artigo 128.o, ou quando CAPÍTULO I
a autoridade competente para proceder à troca de título Disposições gerais
tiver fundadas dúvidas sobre a sua autenticidade, pode
aquela troca ser condicionada à aprovação em novo
Artigo 131.o
exame de condução, ou a qualquer uma das suas provas.
Âmbito
o
Artigo 130. Constitui contra-ordenação rodoviária todo o facto
[. . .] ilícito e censurável, para o qual se comine uma coima,
que preencha um tipo legal correspondente à violação
1—.......................................... de norma do Código da Estrada ou de legislação com-
a) Sendo provisório nos termos dos n.os 4 e 5 do plementar, bem como de legislação especial cuja apli-
artigo 122.o, o seu titular tenha sido condenado cação esteja cometida à Direcção-Geral de Viação.
pela prática de um crime rodoviário, de uma
contra-ordenação muito grave ou de duas con-
Artigo 132.o
tra-ordenações graves;
b) For cassado, nos termos do artigo 148.o Regime

2 — O título de condução caduca ainda quando: As contra-ordenações rodoviárias são reguladas pelo
disposto no presente diploma, pela legislação rodoviária
a) Não for revalidado nos termos fixados em regu- complementar ou especial que as preveja e, subsidia-
lamento, apenas no que se refere às categorias riamente, pelo regime geral das contra-ordenações.
ou subcategorias abrangidas pela necessidade
de revalidação;
b) O seu titular reprovar na inspecção médica exi- Artigo 133.o
gida para a revalidação do título ou em exame Punibilidade da negligência
psicológico determinado por autoridade de
saúde; Nas contra-ordenações rodoviárias a negligência é
c) [Anterior alínea c) do n.o 1.] sempre sancionada.
1572 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 38 — 23 de Fevereiro de 2005

Artigo 134.o complementar, classificam-se em leves, graves e muito


graves, nos termos dos respectivos diplomas legais.
Concurso de infracções
2 — São contra-ordenações leves as sancionáveis ape-
1 — (Anterior n. 1 do artigo 136.o)
o nas com coima.
2 — A aplicação da sanção acessória, nos termos do 3 — São contra-ordenações graves ou muito graves
número anterior, cabe ao tribunal competente para o as que forem sancionáveis com coima e com sanção
julgamento do crime. acessória.
3 — (Anterior n.o 2 do artigo 136.o)
Artigo 137.o

Artigo 135.o Coima

Responsabilidade pelas infracções As coimas aplicadas por contra-ordenações rodoviá-


rias não estão sujeitas a qualquer adicional e do seu
1 — São responsáveis pelas contra-ordenações rodo- produto não pode atribuir-se qualquer percentagem aos
viárias os agentes que pratiquem os factos constitutivos agentes autuantes.
das mesmas, designados em cada diploma legal, sem
prejuízo das excepções e presunções expressamente pre- Artigo 138.o
vistas naqueles diplomas.
Sanção acessória
2 — As pessoas colectivas ou equiparadas são res-
ponsáveis nos termos da lei geral. 1 — As contra-ordenações graves e muito graves são
3 — A responsabilidade pelas infracções previstas no sancionáveis com coima e com sanção acessória.
Código da Estrada e legislação complementar recai no:
2 — Quem praticar qualquer acto estando inibido ou
a) Condutor do veículo, relativamente às infrac- proibido de o fazer por sentença transitada em julgado
ções que respeitem ao exercício da condução; ou decisão administrativa definitiva que aplique uma
b) Titular do documento de identificação do veí- sanção acessória é punido por crime de desobediência
culo relativamente às infracções que respeitem qualificada.
às condições de admissão do veículo ao trânsito 3 — A duração mínima e máxima das sanções aces-
nas vias públicas, bem como pelas infracções sórias aplicáveis a outras contra-ordenações rodoviárias
referidas na alínea anterior quando não for pos- é fixada nos diplomas que as prevêem.
sível identificar o condutor; 4 — As sanções acessórias são cumpridas em dias
c) Peão, relativamente às infracções que respeitem seguidos.
ao trânsito de peões.
Artigo 139.o
4 — Se o titular do documento de identificação do Determinação da medida da sanção
veículo provar que o condutor o utilizou abusivamente
ou infringiu as ordens, as instruções ou os termos da 1 — A medida e o regime de execução da sanção
autorização concedida, cessa a sua responsabilidade, determinam-se em função da gravidade da contra-or-
sendo responsável, neste caso, o condutor. denação e da culpa, tendo ainda em conta os antece-
5 — (Anterior n.o 6 do artigo 134.o) dentes do infractor relativamente ao diploma legal
6 — (Anterior n.o 4 do artigo 134.o) infringido ou aos seus regulamentos.
7 — (Anterior n.o 5 do artigo 134.o) 2 — Quanto à fixação do montante da coima, seu
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . pagamento em prestações e fixação da caução de boa
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . conduta, além das circunstâncias referidas no número
c) Os pais ou tutores de menores habilitados com anterior deve ainda ser tida em conta a situação eco-
licença especial de condução emitida nos termos nómica do infractor, quando for conhecida.
do n.o 2 do artigo 125.o; 3 — Quando a contra-ordenação for praticada no
d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . exercício da condução, além dos critérios referidos no
e) Os que facultem a utilização de veículos a pes- número anterior, deve atender-se, como circunstância
soas que não estejam devidamente habilitadas agravante, aos especiais deveres de cuidado que recaem
para conduzir, que estejam sob influência de sobre o condutor, designadamente quando este conduza
álcool ou de substâncias psicotrópicas, ou que veículos de socorro ou de serviço urgente, de transporte
se encontrem sujeitos a qualquer outra forma colectivo de crianças, táxis, pesados de passageiros ou
de redução das faculdades físicas ou psíquicas de mercadorias, ou de transporte de mercadorias
necessárias ao exercício da condução. perigosas.

8 — O titular do documento de identificação do veículo Artigo 140.o


responde subsidiariamente pelo pagamento das coimas Atenuação especial da sanção acessória
e das custas que forem devidas pelo autor da contra-
-ordenação, sem prejuízo do direito de regresso contra Os limites mínimo e máximo da sanção acessória
este, salvo quando haja utilização abusiva do veículo. cominada para as contra-ordenações muito graves
podem ser reduzidos para metade tendo em conta as
Artigo 136.o circunstâncias da infracção, se o infractor não tiver pra-
ticado, nos últimos cinco anos, qualquer contra-orde-
Classificação das contra-ordenações rodoviárias
nação grave ou muito grave ou facto sancionado com
1 — As contra-ordenações rodoviárias, nomeada- proibição ou inibição de conduzir e na condição de se
mente as previstas no Código da Estrada e legislação encontrar paga a coima.
N.o 38 — 23 de Fevereiro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 1573

Artigo 141.o 2 — No prazo previsto no número anterior não é con-


Suspensão da execução da sanção acessória
tado o tempo durante o qual o infractor cumpriu a san-
ção acessória ou a proibição de conduzir, ou foi sujeito
1 — Pode ser suspensa a execução da sanção acessória à interdição de concessão de título de condução.
aplicada a contra-ordenações graves no caso de se veri- 3 — No caso de reincidência, os limites mínimos de
ficarem os pressupostos de que a lei penal geral faz duração da sanção acessória previstos para a respectiva
depender a suspensão da execução das penas, desde contra-ordenação são elevados para o dobro.
que se encontre paga a coima, nas condições previstas
nos números seguintes. Artigo 144.o
2 — Se o infractor não tiver sido condenado, nos últi-
mos cinco anos, pela prática de crime rodoviário ou Registo de infracções
de qualquer contra-ordenação grave ou muito grave, 1 — O registo de infracções é efectuado e organizado
a suspensão pode ser determinada pelo período de seis nos termos e para os efeitos estabelecidos nos diplomas
meses a um ano. legais onde se prevêem as respectivas contra-ordena-
3 — A suspensão pode ainda ser determinada, pelo ções.
período de um a dois anos, se o infractor, nos últimos 2 — Do registo referido no número anterior devem
cinco anos, tiver praticado apenas uma contra-ordena- constar as contra-ordenações graves e muito graves pra-
ção grave, devendo, neste caso, ser condicionada, sin- ticadas e respectivas sanções.
gular ou cumulativamente: 3 — O infractor tem acesso ao seu registo, sempre
a) À prestação de caução de boa conduta; que o solicite, nos termos legais.
b) Ao cumprimento do dever de frequência de 4 — Aos processos em que deva ser apreciada a res-
acções de formação, quando se trate de sanção ponsabilidade de qualquer infractor é sempre junta uma
acessória de inibição de conduzir; cópia dos assentamentos que lhe dizem respeito.
c) Ao cumprimento de deveres específicos previs-
tos noutros diplomas legais.
CAPÍTULO II
4 — A caução de boa conduta é fixada entre E 500 Disposições especiais
e E 5000, tendo em conta a duração da sanção acessória
aplicada e a situação económica do infractor. Artigo 145.o
5 — (Anterior n.o 5 do artigo 142.o)
6 — A imposição do dever de frequência de acção Contra-ordenações graves
de formação deve ter em conta a personalidade e as 1 — No exercício da condução, consideram-se graves
aptidões profissionais do infractor, não podendo pre- as seguintes contra-ordenações:
judicar o exercício normal da sua actividade profissional
nem representar obrigações cujo cumprimento não lhe a) [Anterior alínea a) do artigo 146.o]
seja razoavelmente exigível. b) O excesso de velocidade praticado fora das loca-
lidades superior a 30 km/h sobre os limites legal-
mente impostos, quando praticado pelo condu-
Artigo 142.o tor de motociclo ou de automóvel ligeiro, ou
Revogação da suspensão da execução da sanção acessória superior a 20 km/h, quando praticado por con-
dutor de outro veículo a motor;
1 — A suspensão da execução da sanção acessória c) O excesso de velocidade praticado dentro das
é sempre revogada se, durante o respectivo período: localidades superior a 20 km/h sobre os limites
a) O infractor, no caso de inibição de conduzir, legalmente impostos, quando praticado pelo
cometer contra-ordenação grave ou muito condutor de motociclo ou de automóvel ligeiro,
grave, praticar factos sancionados com proibição ou superior a 10 km/h, quando praticado por
ou inibição de conduzir, não cumprir os deveres condutor de outro veículo a motor;
impostos nos termos do n.o 3 do artigo anterior d) O excesso de velocidade superior a 20 km/h
ou for ordenada a cassação do título de con- sobre os limites de velocidade estabelecidos
dução; para o condutor ou especialmente fixados para
b) O infractor, tratando-se de outra sanção aces- o veículo, sem prejuízo do estabelecido nas alí-
sória, cometer nova contra-ordenação ao neas b) ou c);
mesmo diploma legal ou seus regulamentos, e) [Anterior alínea d) do artigo 146.o]
também cominada com sanção acessória. f) O desrespeito das regras e sinais relativos a dis-
tância entre veículos, cedência de passagem,
2 — (Anterior n.o 2 do artigo 143.o) ultrapassagem, mudança de direcção ou de via
de trânsito, inversão do sentido de marcha, iní-
cio de marcha, posição de marcha, marcha atrás
Artigo 143.o e atravessamento de passagem de nível;
Reincidência
g) [Anterior alínea f) do artigo 146.o]
h) [Anterior alínea g) do artigo 146.o]
1 — É sancionado como reincidente o infractor que i) [Anterior alínea h) do artigo 146.o]
cometa contra-ordenação cominada com sanção aces- j) O trânsito de veículos sem utilização das luzes
sória, depois de ter sido condenado por outra contra- referidas no n.o 1 do artigo 61.o, nas condições
-ordenação ao mesmo diploma legal ou seus regula- previstas no mesmo número, bem como o trân-
mentos, praticada há menos de cinco anos e também sito de motociclos e de ciclomotores sem uti-
sancionada com sanção acessória. lização das luzes de cruzamento;
1574 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 38 — 23 de Fevereiro de 2005

l) A condução sob influência do álcool, quando o) A transposição ou a circulação em desrespeito


a taxa do álcool no sangue for igual ou superior de uma linha longitudinal contínua delimitadora
a 0,5 g/l e inferior a 0,8 g/l; de sentidos de trânsito ou de uma linha mista
m) A não utilização do sinal de pré-sinalização de com o mesmo significado;
perigo e das luzes avisadoras de perigo; p) A condução de veículo de categoria ou subca-
n) A utilização, durante a marcha do veículo, de tegoria para a qual a carta de condução de que
auscultadores sonoros e de aparelhos radiote- o infractor é titular não confere habilitação;
lefónicos, salvo nas condições previstas no n.o 2 q) O abandono pelo condutor do local do acidente
do artigo 84.o; nas circunstâncias referidas no n.o 2 do artigo 89.o
o) A paragem e o estacionamento nas passagens
assinaladas para a travessia de peões; Artigo 147.o
p) O transporte de passageiros menores ou inim-
putáveis sem que estes façam uso dos acessórios Inibição de conduzir
de segurança obrigatórios.
1 — A sanção acessória aplicável aos condutores pela
2 — Considera-se igualmente grave a circulação de prática de contra-ordenações graves ou muito graves
veículo sem seguro de responsabilidade civil, caso em previstas no Código da Estrada e legislação comple-
que é aplicável o disposto na alínea b) do n.o 3 do mentar consiste na inibição de conduzir.
artigo 135.o, com os efeitos previstos e equiparados nos 2 — A sanção de inibição de conduzir tem a duração
n.os 2 e 3 do artigo 147.o mínima de um mês e máxima de um ano, ou mínima
de dois meses e máxima de dois anos, consoante seja
aplicável às contra-ordenações graves ou muito graves,
Artigo 146.o respectivamente, e refere-se a todos os veículos a motor.
Contra-ordenações muito graves 3 — (Anterior n.o 4 do artigo 152.o)
No exercício da condução consideram-se muito graves
as seguintes contra-ordenações: Artigo 148.o
a) [Anterior alínea a) do artigo 147.o] [. . .]
b) [Anterior alínea b) do artigo 147.o]
c) A não utilização do sinal de pré-sinalização de 1 — É aplicável a cassação do título de condução
perigo, bem como a falta de sinalização de veí- quando o infractor praticar contra-ordenação grave ou
culo imobilizado por avaria ou acidente, em muito grave, tendo, no período de cinco anos imedia-
auto-estradas ou vias equiparadas; tamente anterior, sido condenado pela prática de três
d) [Anterior alínea d) do artigo 147.o] contra-ordenações muito graves ou cinco contra-orde-
e) [Anterior alínea e) do artigo 147.o] nações entre graves e muito graves.
f) A utilização, em auto-estradas ou vias equipa- 2 — A cassação do título de condução é determinada
radas, dos separadores de trânsito ou de aber- na decisão que conheça da prática da contra-ordenação
turas eventualmente neles existentes, bem como mais recente a que se refere o n.o 1.
o trânsito nas bermas; 3 — Quando for determinada a cassação de título de
g) As infracções previstas na alínea a) do artigo condução, não pode ser concedido ao seu titular novo
anterior quando praticadas em auto-estradas, título de condução de veículos a motor, de qualquer
vias equiparadas e vias com mais de uma via categoria, pelo período de dois anos.
de trânsito em cada sentido;
h) As infracções previstas nas alíneas f) e j) do Artigo 149.o
artigo anterior quando praticadas nas auto-es-
tradas ou vias equiparadas; Registo de infracções do condutor
i) A infracção prevista na alínea b) do artigo ante-
rior, quando o excesso de velocidade for supe- Do registo de infracções relativas ao exercício da con-
rior a 60 km/h ou a 40 km/h, respectivamente, dução, organizado nos termos de diploma próprio,
bem como a infracção prevista na alínea c) do devem constar:
mesmo artigo, quando o excesso de velocidade
for superior a 40 km/h ou a 20 km/h, respec- a) [Anterior alínea a) do n.o 1 do artigo 145.o]
tivamente, e a infracção prevista na alínea d), b) As contra-ordenações graves e muito graves pra-
quando o excesso de velocidade for superior ticadas e respectivas sanções.
a 40 km/h;
j) A infracção prevista na alínea l) do artigo ante-
rior, quando a taxa de álcool no sangue for igual CAPÍTULO III
ou superior a 0,8 g/l e inferior a 1,2 g/l, ou Garantia da responsabilidade civil
quando o condutor for considerado influenciado
pelo álcool em relatório médico;
l) O desrespeito da obrigação de parar imposta Artigo 150.o
por sinal regulamentar dos agentes fiscalizado- Obrigação de seguro
res ou reguladores do trânsito ou pela luz ver-
melha de regulação do trânsito; 1 — (Anterior n.o 1 do artigo 131.o)
m) A condução sob influência de substâncias psi- 2 — Quem infringir o disposto no n.o 1 é sancionado
cotrópicas; com coima de E 500 a E 2500, se o veículo for um
n) O desrespeito pelo sinal de paragem obrigatória motociclo ou um automóvel, ou de E 250 a E 1250,
nos cruzamentos, entroncamentos e rotundas; se for outro veículo a motor.
N.o 38 — 23 de Fevereiro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 1575

Artigo 151.o 3 — O agente de autoridade notifica o condutor ou


Seguro de provas desportivas a pessoa que se propuser iniciar a condução nas cir-
cunstâncias previstas no n.o 1 de que fica impedido de
(Anterior artigo 132.o) conduzir durante o período estabelecido no mesmo
número, sob pena de crime de desobediência qua-
Artigo 152.o lificada.
4 — (Anterior n.o 4 do artigo 160.o)
Princípios gerais

1 — Devem submeter-se às provas estabelecidas para Artigo 155.o


a detecção dos estados de influenciado pelo álcool ou
por substâncias psicotrópicas: (Anterior artigo 161.o)
o o
a) [Anterior alínea a) do n. 1 do artigo 158. ]
b) [Anterior alínea b) do n.o 1 do artigo 158.o] Artigo 156.o
c) [Anterior alínea c) do n.o 1 do artigo 158.o]
Exames em caso de acidente
2 — (Anterior n.o 2 do artigo 158.o)
3 — As pessoas referidas nas alíneas a) e b) do n.o 1 1 — Os condutores e os peões que intervenham em
que recusem submeter-se às provas estabelecidas para acidente de trânsito devem, sempre que o seu estado
a detecção do estado de influenciado pelo álcool ou de saúde o permitir, ser submetidos a exame de pesquisa
por substâncias psicotrópicas são punidas por crime de de álcool no ar expirado, nos termos do artigo 153.o
desobediência. 2 — (Anterior n.o 2 do artigo 162.o)
4 — As pessoas referidas na alínea c) do n.o 1 que 3 — Se o exame de pesquisa de álcool no sangue não
recusem submeter-se às provas estabelecidas para a puder ser feito, deve proceder-se a exame médico para
detecção do estado de influenciado pelo álcool ou por diagnosticar o estado de influenciado pelo álcool.
substâncias psicotrópicas são impedidas de iniciar a 4 — Os condutores e peões mortos devem também
condução. ser submetidos ao exame previsto no n.o 2.
5 — O médico ou paramédico que, sem justa causa,
se recusar a proceder às diligências previstas na lei para
diagnosticar o estado de influenciado pelo álcool ou Artigo 157.o
por substâncias psicotrópicas é punido por crime de Fiscalização da condução sob influência de substâncias psicotrópicas
desobediência.
Artigo 153.o 1 — Os condutores e as pessoas que se propuserem
iniciar a condução devem ser submetidos aos exames
Fiscalização da condução sob influência de álcool legalmente estabelecidos para detecção de substâncias
1 — O exame de pesquisa de álcool no ar expirado psicotrópicas, quando haja indícios de que se encontram
é realizado por autoridade ou agente de autoridade sob influência destas substâncias.
mediante a utilização de aparelho aprovado para o 2 — (Anterior n.o 2 do artigo 163.o)
efeito. 3 — A autoridade ou o agente de autoridade notifica:
2 — Se o resultado do exame previsto no número
anterior for positivo, a autoridade ou o agente de auto- a) Os condutores e os peões de que devem, sob
ridade deve notificar o examinando, por escrito, ou, se pena de crime de desobediência, submeter-se
tal não for possível, verbalmente, daquele resultado, das aos exames de rastreio e se necessário de con-
sanções legais dele decorrentes, de que pode, de ime- firmação, para avaliação do estado de influen-
diato, requerer a realização de contraprova e de que ciado por substâncias psicotrópicas;
deve suportar todas as despesas originadas por esta con- b) Os condutores, caso o exame de rastreio seja
traprova no caso de resultado positivo. positivo, de que ficam impedidos de conduzir
3 — (Anterior n.o 3 do artigo 159.o) pelo período de quarenta e oito horas, salvo
4 — (Anterior n.o 4 do artigo 159.o) se, antes de decorrido aquele período, apresen-
5 — (Anterior n.o 5 do artigo 159.o) tarem resultado negativo em novo exame de
6 — O resultado da contraprova prevalece sobre o rastreio;
resultado do exame inicial. c) As pessoas que se propuserem iniciar a con-
7 — Quando se suspeite da utilização de meios sus- dução nas circunstâncias previstas no n.o 1 e
ceptíveis de alterar momentaneamente o resultado do que apresentem resultado positivo em exame
exame, pode a autoridade ou o agente de autoridade de rastreio de que ficam impedidas de conduzir
mandar submeter o suspeito a exame médico. pelo período de quarenta e oito horas, salvo
8 — Se não for possível a realização de prova por se, antes de decorrido aquele período, se sub-
pesquisa de álcool no ar expirado, o examinando deve meterem a novo exame de rastreio que apre-
ser submetido a colheita de sangue para análise ou, se sente resultado negativo.
esta não for possível por razões médicas, deve ser rea-
lizado exame médico, em estabelecimento oficial de 4 — Quando o exame de rastreio realizado aos con-
saúde, para diagnosticar o estado de influenciado pelo dutores e peões nos termos dos n.os 1 e 2 apresentar
álcool. resultado positivo, devem aqueles submeter-se aos exa-
Artigo 154.o mes complementares necessários, sob pena de crime de
Impedimento de conduzir
desobediência.
5 — Quando necessário, o agente de autoridade pro-
1 — (Anterior n.o 1 do artigo 160.o) videncia o transporte dos examinandos a estabeleci-
2 — (Anterior n.o 2 do artigo 160.o) mento oficial de saúde.
1576 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 38 — 23 de Fevereiro de 2005

6 — Para os efeitos previstos nos números anteriores Artigo 161.o


aplica-se, com as necessárias adaptações, o disposto no
artigo 155.o e nos n.os 2, 3 e 4 do artigo 156.o Apreensão do documento de identificação do veículo
7 — Para efeitos do n.o 2 entende-se por ferido grave
aquele que, em consequência de acidente de viação e 1 — (Anterior n.o 1 do artigo 167.o)
após atendimento em serviço de urgência hospitalar por a) [Anterior alínea a) do n.o 1 do artigo 167.o]
situação emergente, careça de cuidados clínicos que b) As características do veículo não confiram com
obriguem à permanência em observação no serviço de as nele mencionadas;
urgência ou em internamento hospitalar. c) [Anterior alínea c) do n.o 1 do artigo 167.o]
d) O veículo, em consequência de acidente, se mos-
Artigo 158.o tre gravemente afectado no quadro ou nos sis-
Outras disposições temas de suspensão, direcção ou travagem, não
tendo condições para circular pelos seus pró-
1 — São fixados em regulamento: prios meios;
a) O tipo de material a utilizar na fiscalização e e) [Anterior alínea e) do n.o 1 do artigo 167.o]
nos exames laboratoriais para determinação dos f) [Anterior alínea f) do n.o 1 do artigo 167.o]
estados de influenciado pelo álcool ou por subs- g) [Anterior alínea g) do n.o 1 do artigo 167.o]
tâncias psicotrópicas; h) As chapas de matrícula não obedeçam às con-
b) Os métodos a utilizar para a determinação do dições regulamentares relativas a características
doseamento de álcool ou de substâncias psico- técnicas e modos de colocação;
trópicas no sangue; i) O veículo circule desrespeitando as regras rela-
c) Os exames médicos para determinação dos esta- tivas à poluição sonora, do solo e do ar.
dos de influenciado pelo álcool ou por substân-
cias psicotrópicas; 2 — (Anterior n.o 2 do artigo 167.o)
d) [Anterior alínea d) do n.o 1 do artigo 164.o] 3 — Nos casos previstos nas alíneas a), c), g), h) e
e) [Anterior alínea e) do n.o 1 do artigo 164.o]
i) do n.o 1, deve ser passada, em substituição do docu-
mento de identificação do veículo, uma guia válida pelo
2 — O pagamento das despesas originadas pelos exa-
mes previstos na lei para determinação do estado de prazo e nas condições na mesma indicados.
influenciado pelo álcool ou por substâncias psicotró- 4 — (Anterior n.o 4 do artigo 167.o)
picas, bem como pela imobilização e remoção de veículo 5 — (Anterior n.o 5 do artigo 167.o)
a que se refere o artigo 155.o, é efectuado pela entidade 6 — Nas situações previstas nas alíneas f) e h) do
a quem competir a coordenação da fiscalização do n.o 1, quando se trate de avarias de fácil reparação nas
trânsito. luzes, pneumáticos ou chapa de matrícula, pode ser emi-
3 — (Anterior n.o 3 do artigo 164.o) tida guia válida para apresentação do veículo com a
avaria reparada, em posto policial, no prazo máximo
Artigo 159.o de oito dias, sendo, neste caso, as coimas aplicáveis redu-
zidas para metade nos seus limites mínimos e máximos.
(Anterior artigo 165.o) 7 — Sem prejuízo do disposto nos n.os 3 a 6, quem
conduzir veículo cujo documento de identificação tenha
Artigo 160.o sido apreendido é sancionado com coima de E 300 a
E 1500.
Outros casos de apreensão de títulos de condução
Artigo 162.o
1 — (Anterior n.o 1 do artigo 166.o)
2 — (Anterior n.o 2 do artigo 166.o) Apreensão de veículos
a) Qualquer dos exames realizados nos termos dos 1 — (Anterior n.o 1 do artigo 168.o)
n.os 1 e 5 do artigo 129.o revelar incapacidade
técnica ou inaptidão física, mental ou psicoló- a) [Anterior alínea a) do n.o 1 do artigo 168.o]
gica do examinando para conduzir com segu- b) [Anterior alínea b) do n.o 1 do artigo 168.o]
rança; c) [Anterior alínea c) do n.o 1 do artigo 168.o]
b) O condutor não se apresentar a qualquer dos d) [Anterior alínea d) do n.o 1 do artigo 168.o]
exames referidos na alínea anterior ou no n.o 3 e) [Anterior alínea e) do n.o 1 do artigo 168.o]
do artigo 129.o, salvo se justificar a falta no prazo f) [Anterior alínea f) do n.o 1 do artigo 168.o]
de cinco dias; g) Não compareça à inspecção prevista no n.o 2
c) Tenha caducado nos termos dos n.os 1 e 2 do do artigo 116.o, sem que a falta seja devidamente
artigo 130.o
justificada;
3 — Quando haja lugar à apreensão do título de con- h) Transite sem ter sido submetido a inspecção
dução, o condutor é notificado para, no prazo de 15 dias para confirmar a correcção de anomalias veri-
úteis, o entregar à entidade competente, sob pena de ficadas em anterior inspecção, em que reprovou,
crime de desobediência, devendo, nos casos previstos no prazo que lhe for fixado;
no n.o 1, esta notificação ser efectuada com a notificação i) A apreensão seja determinada ao abrigo do dis-
da decisão. posto no n.o 3 do artigo 147.o;
4 — Sem prejuízo da punição por crime de desobe- j) A apreensão seja determinada ao abrigo do dis-
diência, se o condutor não proceder à entrega do título posto no n.o 6 do artigo 114.o ou no n.o 3 do
de condução nos termos do número anterior, pode a artigo 115.o;
entidade competente determinar a sua apreensão, atra- l) A apreensão seja determinada ao abrigo do dis-
vés da autoridade de fiscalização e seus agentes. posto nos n.os 5 e 6 do artigo 174.o
N.o 38 — 23 de Fevereiro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 1577

2 — Nos casos previstos no número anterior, o veículo c) [Anterior alínea c) do n.o 2 do artigo 170.o]
não pode manter-se apreendido por mais de 90 dias d) [Anterior alínea d) do n.o 2 do artigo 170.o]
devido a negligência do titular do respectivo documento e) [Anterior alínea e) do n.o 2 do artigo 170.o]
de identificação em promover a regularização da sua f) [Anterior alínea f) do n.o 2 do artigo 170.o]
situação, sob pena de perda do mesmo a favor do Estado. g) Em local destinado ao estacionamento de veí-
3 — Quando o veículo for apreendido é lavrado auto culos de certas categorias, ao serviço de deter-
de apreensão, notificando-se o titular do documento de minadas entidades ou utilizados no transporte
identificação do veículo da cominação prevista no de pessoas com deficiência;
número anterior. h) Em local afecto à paragem de veículos para ope-
4 — (Anterior n.o 3 do artigo 168.o) rações de carga e descarga ou tomada e largada
5 — Nos casos previstos nas alíneas c) a j) do n.o 1, de passageiros;
o titular do documento de identificação pode ser desig- i) Impedindo o trânsito de veículos ou obrigando
nado fiel depositário do respectivo veículo. à utilização da parte da faixa de rodagem des-
6 — (Anterior n.o 5 do artigo 168.o) tinada ao sentido contrário, conforme o trânsito
7 — (Anterior n.o 6 do artigo 168.o)
8 — Quem for titular do documento de identificação se faça num ou em dois sentidos;
do veículo responde pelo pagamento das despesas cau- j) [Anterior alínea i) do n.o 2 do artigo 170.o]
sadas pela sua apreensão. l) [Anterior alínea j) do n.o 2 do artigo 170.o]
m) [Anterior alínea l) do n.o 2 do artigo 170.o]
n) [Anterior alínea m) do n.o 2 do artigo 170.o]
Artigo 163.o
Estacionamento indevido ou abusivo 3 — (Anterior n.o 3 do artigo 170.o)
4 — (Anterior n.o 4 do artigo 170.o)
1 — (Anterior corpo do artigo 169.o)
5 — O desbloqueamento do veículo só pode ser feito
a) [Anterior alínea a) do artigo 169.o] pelas autoridades competentes, sendo qualquer outra
b) O de veículo, em parque de estacionamento, pessoa que o fizer sancionada com coima de E 300 a
quando as taxas correspondentes a cinco dias E 1500.
de utilização não tiverem sido pagas; 6 — Quem for titular do documento de identificação
c) [Anterior alínea c) do artigo 169.o] do veículo é responsável por todas as despesas ocasio-
d) [Anterior alínea d) do artigo 169.o] nadas pela remoção, sem prejuízo das sanções legais
e) O de veículos agrícolas, máquinas industriais, aplicáveis, ressalvando-se o direito de regresso contra
reboques e semi-reboques não atrelados ao veí- o condutor.
culo tractor e o de veículos publicitários que 7 — (Anterior n.o 7 do artigo 170.o)
permaneçam no mesmo local por tempo supe- 8 — (Anterior n.o 8 do artigo 170.o)
rior a setenta e duas horas, ou a 30 dias, se
estacionarem em parques a esse fim destinados;
f) O que se verifique por tempo superior a qua- Artigo 165.o
renta e oito horas, quando se trate de veículos
que apresentem sinais exteriores evidentes de Presunção de abandono
abandono, de inutilização ou de impossibilidade
de se deslocarem com segurança pelos seus pró- 1 — Removido o veículo, nos termos do artigo ante-
prios meios; rior ou levantada a apreensão efectuada nos termos do
g) O de veículos ostentando qualquer informação n.o 1 do artigo 162.o, deve ser notificado o titular do
com vista à sua transacção, em parque de documento de identificação do veículo, para a residência
estacionamento; constante do respectivo registo, para o levantar no prazo
h) O de veículos sem chapa de matrícula ou com de 45 dias.
chapa que não permita a correcta leitura da 2 — (Anterior n.o 2 do artigo 171.o)
matrícula. 3 — (Anterior n.o 3 do artigo 171.o)
4 — (Anterior n.o 4 do artigo 171.o)
2 — Os prazos previstos nas alíneas a) e e) do número 5 — (Anterior n.o 5 do artigo 171.o)
anterior não se interrompem, desde que os veículos
sejam apenas deslocados de um para outro lugar de
estacionamento, ou se mantenham no mesmo parque Artigo 166.o
ou zona de estacionamento. Reclamação de veículos

Artigo 164.o 1 — Da notificação referida no artigo anterior deve


constar a indicação do local para onde o veículo foi
Bloqueamento e remoção removido e, bem assim, que o titular do respectivo docu-
1 — (Anterior n.o 1 do artigo 170.o) mento de identificação o deve retirar dentro dos prazos
referidos no artigo anterior e após o pagamento das
a) Estacionados indevida ou abusivamente, nos despesas de remoção e depósito, sob pena de o veículo
termos do artigo anterior; se considerar abandonado.
b) [Anterior alínea b) do n.o 1 do artigo 170.o] 2 — Nos casos previstos na alínea f) do n.o 1 do
c) [Anterior alínea c) do n.o 1 do artigo 170.o] artigo 163.o, se o veículo apresentar sinais evidentes de
d) [Anterior alínea e) do n.o 1 do artigo 170.o] acidente, a notificação deve fazer-se pessoalmente, salvo
se o titular do respectivo documento de identificação
2 — (Anterior n.o 2 do artigo 170.o) não estiver em condições de a receber, sendo então
a) [Anterior alínea a) do n.o 2 do artigo 170.o] feita em qualquer pessoa da sua residência, preferindo
b) [Anterior alínea b) do n.o 2 do artigo 170.o] os parentes.
1578 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 38 — 23 de Fevereiro de 2005

3 — Não sendo possível proceder à notificação pes- manda levantar auto de notícia, que deve mencionar
soal por se ignorar a residência ou a identidade do titular os factos que constituem a infracção, o dia, a hora, o
do documento de identificação do veículo, a notificação local e as circunstâncias em que foi cometida, o nome
deve ser afixada junto da sua última residência conhecida e a qualidade da autoridade ou agente de autoridade
ou na câmara municipal da área onde o veículo tiver que a presenciou, a identificação dos agentes da infrac-
sido encontrado. ção e, quando possível, de, pelo menos, uma testemunha
4 — (Anterior n.o 4 do artigo 172.o) que possa depor sobre os factos.
2 — (Anterior n.o 2 do artigo 151.o)
Artigo 167.o 3 — (Anterior n.o 3 do artigo 151.o)
4 — (Anterior n.o 4 do artigo 151.o)
Hipoteca 5 — (Anterior n.o 5 do artigo 151.o)
1 — (Anterior n. 1 do artigo 173.o)
o

2 — Da notificação ao credor deve constar a indicação Artigo 171.o


dos termos em que a notificação foi feita e a data em
Identificação do arguido
que termina o prazo a que o artigo anterior se refere.
3 — O credor hipotecário pode requerer a entrega 1 — A identificação do arguido deve ser efectuada
do veículo como fiel depositário, para o caso de, findo através da indicação de:
o prazo, o titular do documento de identificação o não
levantar. a) Nome completo ou, quando se trate de pessoa
4 — O requerimento pode ser apresentado no prazo colectiva, denominação social;
de 20 dias após a notificação ou até ao termo do prazo b) Residência ou, quando se trate de pessoa colec-
para levantamento do veículo pelo titular do documento tiva, sede;
de identificação, se terminar depois daquele. c) Número do documento legal de identificação
5 — (Anterior n.o 5 do artigo 173.o) pessoal, data e respectivo serviço emissor ou,
6 — O credor hipotecário tem o direito de exigir do quando se trate de pessoa colectiva, do número
de pessoa colectiva;
titular do documento de identificação as despesas refe-
d) Número do título de condução e respectivo ser-
ridas no número anterior e as que efectuar na qualidade
viço emissor;
de fiel depositário.
e) Identificação do representante legal, quando se
Artigo 168.o trate de pessoa colectiva;
(Anterior artigo 174.o) f) Número e identificação do documento que titula
o exercício da actividade, no âmbito da qual
a infracção foi praticada.
Artigo 169.o
Competência para o processamento e aplicação das coimas 2 — Quando se trate de contra-ordenação praticada
no exercício da condução e o agente de autoridade não
1 — O processamento das contra-ordenações rodo- puder identificar o autor da infracção, deve ser levantado
viárias compete à Direcção-Geral de Viação. o auto de contra-ordenação ao titular do documento
2 — Tem competência para aplicação das coimas cor- de identificação do veículo, correndo contra ele o cor-
respondentes às contra-ordenações leves e às coimas respondente processo.
e sanções acessórias correspondentes às contra-ordena- 3 — Se, no prazo concedido para a defesa, o titular
ções graves o director-geral de Viação, que poderá dele- do documento de identificação do veículo identificar,
gá-la nos directores regionais de viação. com todos os elementos constantes do n.o 1, pessoa
3 — Têm competência para aplicação das coimas e distinta como autora da contra-ordenação, o processo
sanções acessórias correspondentes às contra-ordena- é suspenso, sendo instaurado novo processo contra a
ções muito graves as entidades designadas pelo Ministro pessoa identificada como infractora.
da Administração Interna. 4 — O processo referido no n.o 2 é arquivado quando
4 — O director-geral de Viação tem competência se comprove que outra pessoa praticou a contra-orde-
exclusiva, sem poder de delegação, para determinar da nação ou houve utilização abusiva do veículo.
cassação do título de condução, nos termos previstos 5 — Quando o agente da autoridade não puder iden-
no presente diploma. tificar o autor da contra-ordenação e verificar que o
5 — Os directores regionais de viação a quem tenha titular do documento de identificação é pessoa colectiva,
sido delegada a competência prevista no n.o 2 podem deve esta ser notificada para proceder à identificação
subdelegá-la, nos termos gerais, nos dirigentes de grau do condutor, no prazo de 15 dias úteis, sob pena de
hierarquicamente inferior e, ainda, nos coordenadores o processo correr contra ela, nos termos do n.o 2.
das contra-ordenações. 6 — O titular do documento de identificação do veí-
6 — Compete aos serviços regionais da Direcção-Ge- culo, sempre que tal lhe seja solicitado, deve, no prazo
ral de Viação ou, nos distritos em que existam, às res- de 15 dias úteis, proceder à identificação do condutor,
pectivas delegações distritais a instrução dos processos no momento da prática da infracção.
de contra-ordenação, devendo solicitar, quando neces- 7 — Quem infringir o disposto no número anterior
sário, a colaboração das autoridades policiais, bem como é sancionado nos termos do n.o 2 do artigo 4.o
de outras autoridades ou serviços públicos.
Artigo 172.o
Artigo 170.o Cumprimento voluntário
Auto de notícia e de denúncia
1 — (Anterior n.o 1 do artigo 153.o)
1 — Quando qualquer autoridade ou agente de auto- 2 — A opção de pagamento pelo mínimo e sem acrés-
ridade, no exercício das suas funções de fiscalização, cimo de custas deve verificar-se no prazo de 15 dias
presenciar contra-ordenação rodoviária, levanta ou úteis a contar da notificação para o efeito.
N.o 38 — 23 de Fevereiro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 1579

3 — A dispensa de custas prevista no número anterior título de identificação do veículo e o título de


não abrange as despesas decorrentes dos exames médi- registo de propriedade;
cos e análises toxicológicas legalmente previstos para c) Se a sanção respeitar ao condutor e ele for,
a determinação dos estados de influenciado pelo álcool simultaneamente, titular do documento de iden-
ou por substâncias psicotrópicas, as decorrentes das ins- tificação do veículo, são apreendidos todos os
pecções impostas aos veículos, bem como as resultantes documentos referidos nas alíneas anteriores.
de qualquer diligência de prova solicitada pelo arguido.
4 — (Anterior n.o 4 do artigo 153.o) 3 — Nos casos previstos no número anterior, a
5 — O pagamento voluntário da coima nos termos apreensão dos documentos tem carácter provisório,
dos números anteriores determina o arquivamento do sendo emitidas guias de substituição dos mesmos, válidas
processo, salvo se à contra-ordenação for aplicável san- por 15 dias.
ção acessória, caso em que prossegue restrito à aplicação 4 — Os documentos apreendidos nos termos do
da mesma. número anterior são devolvidos pela entidade autuante
Artigo 173.o se as quantias em dívida forem pagas naquele prazo.
5 — Se o pagamento não for efectuado no prazo refe-
Garantia de cumprimento rido no n.o 3, procede-se à apreensão do veículo,
1 — O pagamento voluntário da coima deve ser efec- devendo a entidade autuante remeter os documentos
tuado no acto da verificação da contra-ordenação. apreendidos para o serviço desconcentrado da Direc-
2 — Se o infractor não pretender efectuar o paga- ção-Geral de Viação da área onde foi realizada a acção
mento voluntário imediato da coima, deve prestar depó- de fiscalização.
sito, também imediatamente, de valor igual ao mínimo 6 — Se não tiverem sido cumpridas as sanções aces-
da coima prevista para a contra-ordenação praticada. sórias de inibição de conduzir ou de apreensão do veí-
3 — O depósito referido no número anterior desti- culo, procede-se à apreensão efectiva do título de con-
na-se a garantir o cumprimento da coima em que o dução ou do veículo, conforme o caso, para cumpri-
infractor possa vir a ser condenado, sendo devolvido mento da respectiva sanção.
se não houver lugar a condenação. 7 — O veículo apreendido responde pelo pagamento
4 — Se o pagamento ou depósito não forem efec- das quantias devidas.
tuados de imediato, nos termos dos n.os 1 e 2, devem Artigo 175.o
ser apreendidos provisoriamente os seguintes docu- Comunicação da infracção
mentos:
1 — (Anterior corpo do n.o 1 do artigo 155.o)
a) Se a sanção respeitar ao condutor, o título de
condução; a) [Anterior alínea a) do n.o 1 do artigo 155.o]
b) Se a sanção respeitar ao titular do documento b) [Anterior alínea b) do n.o 1 do artigo 155.o]
de identificação do veículo, o título de iden- c) [Anterior alínea c) do n.o 1 do artigo 155.o]
tificação do veículo e o título de registo de d) [Anterior alínea d) do n.o 1 do artigo 155.o]
propriedade; e) Da possibilidade de pagamento voluntário da
c) Se a sanção respeitar ao condutor e ele for, coima pelo mínimo, do prazo e do modo de
simultaneamente, titular do documento de iden- o efectuar, bem como das consequências do não
tificação do veículo, todos os documentos refe- pagamento;
ridos nas alíneas anteriores. f) Do prazo para identificação do autor da infrac-
ção, nos termos e com os efeitos previstos nos
5 — No caso previsto no número anterior, devem ser n.os 3 e 5 do artigo 171.o
emitidas guias de substituição dos documentos apreen-
didos, com validade pelo tempo julgado necessário e 2 — O arguido pode, no prazo de 15 dias úteis, a
renovável até à conclusão do processo, devendo os mes- contar da notificação, apresentar a sua defesa, por
mos ser devolvidos ao infractor se entretanto for efec- escrito, com a indicação de testemunhas, até ao limite
tuado o pagamento nos termos do artigo anterior. de três, e de outros meios de prova, ou proceder ao
6 — No caso de ser prestado depósito e não ser apre- pagamento voluntário, nos termos e com os efeitos esta-
sentada defesa, dentro do prazo estipulado para o efeito, belecidos no artigo 172.o
considera-se que o depósito efectuado se converte auto- 3 — No mesmo prazo o arguido pode ainda requerer
maticamente em pagamento. a atenuação especial ou a suspensão da execução da
sanção acessória.
Artigo 174.o 4 — O pagamento voluntário da coima não impede
o arguido de apresentar a sua defesa, restrita à gravidade
Infractores com sanções por cumprir da infracção e à sanção acessória aplicável.»
1 — Se, em qualquer acto de fiscalização, o condutor
ou o titular do documento de identificação do veículo Artigo 2.o
não tiverem cumprido as sanções pecuniárias que ante- Outras alterações ao Código da Estrada
riormente lhes foram aplicadas a título definitivo, o con-
dutor deve proceder, de imediato, ao seu pagamento. São ainda efectuadas as seguintes alterações ao
2 — Se o pagamento não for efectuado de imediato, Código da Estrada referido no artigo anterior:
deve proceder-se nos seguintes termos:
a) A epígrafe da secção IX do capítulo I do título II
a) Se a sanção respeitar ao condutor, é apreendido passa a ter a seguinte redacção «Serviço de
o título de condução; urgência e transportes especiais»;
b) Se a sanção respeitar ao titular do documento b) O título V, com a epígrafe «Da habilitação legal
de identificação do veículo, são apreendidos o para conduzir», é dividido em quatro capítulos,
1580 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 38 — 23 de Fevereiro de 2005

com as seguintes epígrafes: «Capítulo I — Títulos 7 — A notificação por carta registada considera-se
de condução», «Capítulo II — Requisitos», efectuada na data em que for assinado o aviso de recep-
«Capítulo III — Troca de título» e «Capí- ção ou no terceiro dia útil após essa data, quando o
tulo IV — Novos exames e caducidade»; aviso for assinado por pessoa diversa do arguido.
c) São eliminadas as secções do título VI; 8 — Na notificação por carta simples, o funcionário
d) É aditado um título VII, com a epígrafe «Pro- da entidade competente lavra uma cota no processo
cedimentos de fiscalização», que comporta três com a indicação da data da expedição da carta e do
capítulos com as seguintes epígrafes: «Capí- domicílio para o qual foi enviada, considerando-se a
tulo I — Procedimento para a fiscalização da con- notificação efectuada no quinto dia posterior à data indi-
dução sob influência de álcool ou de substâncias cada, cominação esta que deve constar do acto de
psicotrópicas», «Capítulo II — Apreensões» e notificação.
«Capítulo III — Abandono, bloqueamento e 9 — Quando a infracção for da responsabilidade do
remoção de veículos», e um título VIII, com a titular do documento de identificação do veículo, a noti-
epígrafe «Do processo», que comporta cinco capí- ficação, no acto de autuação, pode fazer-se na pessoa
tulos com as seguintes epígrafes: «Capítulo I — do condutor.
Competência», «Capítulo II — Processamento», 10 — Sempre que o notificando se recusar a receber
«Capítulo III — Da decisão», «Capítulo IV — ou a assinar a notificação, o agente certifica a recusa,
Do recurso» e «Capítulo V — Da prescrição». considerando-se efectuada a notificação.

Artigo 177.o
Artigo 3.o
Testemunhas
Aditamento ao Código da Estrada
1 — As testemunhas, peritos ou consultores técnicos
São aditados ao Código da Estrada, aprovado pelo indicados pelo arguido na defesa devem por ele ser apre-
Decreto-Lei n.o 114/94, de 3 de Maio, revisto e repu- sentados na data, hora e local indicados pela entidade
blicado pelos Decretos-Leis n.os 2/98, de 3 de Janeiro, instrutora do processo.
e 265-A/2001, de 28 de Setembro, e alterado pela Lei 2 — Exceptuam-se do disposto no número anterior
n.o 20/2002, de 21 de Agosto, os artigos 176.o a 189.o, os peritos dos estabelecimentos, laboratórios ou serviços
com a seguinte redacção: oficiais, bem como os agentes de autoridade, ainda que
arrolados pelo arguido, que devem ser notificados pela
autoridade administrativa.
«Artigo 176.o
Notificações Artigo 178.o
o o
1 — (Anterior corpo do n. 1 do artigo 156. ) Adiamento da diligência de inquirição de testemunhas

a) [Anterior alínea a) do n.o 1 do artigo 156.o] 1 — A diligência de inquirição de testemunhas, de


b) Mediante carta registada com aviso de recepção peritos ou de consultores técnicos apenas pode ser
expedida para o domicílio ou sede do noti- adiada uma única vez, se a falta à primeira marcação
ficando; tiver sido considerada justificada.
c) [Anterior alínea c) do n.o 1 do artigo 156.o] 2 — Considera-se justificada a falta motivada por
facto não imputável ao faltoso que o impeça de com-
2 — (Anterior n.o 2 do artigo 156.o) parecer no acto processual.
3 — Se não for possível, no acto de autuação, pro- 3 — A impossibilidade de comparecimento deve ser
ceder nos termos do número anterior ou se estiver em comunicada com cinco dias de antecedência, se for pre-
causa qualquer outro acto, a notificação pode ser efec- visível, e até ao terceiro dia posterior ao dia designado
tuada através de carta registada com aviso de recepção, para a prática do acto, se for imprevisível, constando
expedida para o domicílio ou sede do notificando. da comunicação a indicação do respectivo motivo e da
4 — (Anterior n.o 4 do artigo 156.o) duração previsível do impedimento, sob pena de não
5 — Nas infracções relativas ao exercício da condução justificação da falta.
ou às disposições que condicionem a admissão do veículo 4 — Os elementos de prova da impossibilidade de
ao trânsito nas vias públicas, considera-se domicílio do comparecimento devem ser apresentados com a comu-
notificando, para efeitos do disposto nos n.os 3 e 4: nicação referida no número anterior.

a) O que consta do registo dos títulos de condução Artigo 179.o


organizado pelas entidades competentes para
a sua emissão, nos termos do presente diploma; Ausência do arguido
b) O do titular do documento de identificação do A falta de comparência do arguido à diligência de
veículo, nos casos previstos na alínea b) do n.o 3 inquirição que lhe tenha sido comunicada não obsta
do artigo 135.o e nos n.os 2 e 5 do artigo 171.o ao prosseguimento do processo, salvo se a falta tiver
sido considerada justificada nos termos do artigo ante-
6 — Para as restantes infracções e para os mesmos rior, caso em que é aplicável o regime nele estabelecido.
efeitos, considera-se domicílio do notificando:
a) O que conste no registo organizado pela enti- Artigo 180.o
dade competente para concessão de autoriza- Medidas cautelares
ção, alvará, licença de actividade ou credencial;
ou Podem ser impostas medidas cautelares, nos termos
b) O correspondente ao seu local de trabalho. previstos em cada diploma legal, quando se revele neces-
N.o 38 — 23 de Fevereiro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 1581

sário para a instrução do processo, ou para a defesa c) Tratando-se de outra sanção acessória, deve
da segurança rodoviária, e ainda quando o arguido proceder-se nos termos indicados na decisão
exerça actividade profissional autorizada, titulada por condenatória.
alvará ou licenciada pela Direcção-Geral de Viação, e
tenha praticado a infracção no exercício dessa acti- Artigo 183.o
vidade. Pagamento da coima em prestações

Artigo 181.o 1 — Sempre que o valor mínimo da coima aplicável


seja superior a 2 UC pode a autoridade administrativa,
Decisão condenatória
a requerimento do arguido, autorizar o seu pagamento
1 — A decisão que aplica a coima ou a sanção aces- em prestações mensais, não inferiores a E 50, pelo
sória deve conter: período máximo de 12 meses.
2 — O pagamento da coima em prestações pode ser
a) A identificação do infractor; requerido até ao envio do processo a tribunal para
b) A descrição sumária dos factos, das provas e execução.
das circunstâncias relevantes para a decisão; 3 — A falta de pagamento de alguma das prestações
c) A indicação das normas violadas; implica o imediato vencimento das demais.
d) A coima e a sanção acessória;
e) A condenação em custas.
Artigo 184.o
2 — Da decisão deve ainda constar que: Competência da entidade administrativa após decisão

a) A condenação se torna definitiva e exequível O poder de apreciação da entidade administrativa


se não for judicialmente impugnada por escrito, esgota-se com a decisão, excepto:
constando de alegações e conclusões, no prazo
a) Quando é apresentado recurso da decisão con-
de 15 dias úteis após o seu conhecimento e junto
denatória, caso em que a entidade administra-
da autoridade administrativa que aplicou a
tiva a pode revogar até ao envio dos autos para
coima;
o Ministério Público;
b) Em caso de impugnação judicial, o tribunal pode
b) Quando é apresentado requerimento que, não
decidir mediante audiência ou, caso o arguido
pondo em causa o mérito da decisão, se restrinja
e o Ministério Público não se oponham,
à suspensão da execução da sanção acessória
mediante simples despacho.
aplicada, caso em que a entidade administrativa
pode alterar o modo de cumprimento daquela
3 — A decisão deve conter ainda: sanção.
a) A ordem de pagamento da coima e das custas Artigo 185.o
no prazo máximo de 15 dias úteis após a decisão
se tornar definitiva; Custas
b) A indicação de que, no prazo referido na alínea 1 — As custas devem, entre outras, cobrir as despesas
anterior, pode requerer o pagamento da coima efectuadas com franquias postais comunicações telefó-
em prestações, nos termos do disposto no nicas, telegráficas, por telecópia ou por transmissão
artigo 183.o electrónica.
2 — O reembolso pelas despesas referidas no número
4 — Não tendo o arguido exercido o direito de defesa, anterior é calculado à razão de metade de 1 UC nas
a fundamentação a que se refere a alínea b) do n.o 1 primeiras 50 folhas ou fracção do processado e de um
pode ser feita por simples remissão para o auto de décimo de UC por cada conjunto subsequente de
notícia. 25 folhas ou fracção do processado.
Artigo 182.o 3 — Não há lugar ao pagamento de taxa de justiça
na execução das decisões proferidas em processos de
Cumprimento da decisão contra-ordenação rodoviária.
1 — A coima e as custas são pagas no prazo de 15 dias
úteis a contar da data em que a decisão se torna defi- Artigo 186.o
nitiva, devendo o pagamento efectuar-se nas modali- Recursos
dades fixadas em regulamento.
2 — Sendo aplicada sanção acessória, o seu cumpri- As decisões judiciais proferidas em sede de impug-
mento deve ser iniciado no prazo previsto no número nação de decisões administrativas admitem recurso nos
anterior, do seguinte modo: termos da lei geral aplicável às contra-ordenações.
a) Tratando-se de inibição de conduzir efectiva,
pela entrega do título de condução à entidade Artigo 187.o
competente; Efeitos do recurso
b) Tratando-se da apreensão do veículo, pela sua
entrega efectiva, bem como do documento que 1 — A impugnação judicial do acto de condenação
o identifica e do título de registo de propriedade, no pagamento de coimas tem efeito meramente devo-
no local indicado na decisão, ou só pela entrega lutivo.
dos referidos documentos quando o titular do 2 — A impugnação judicial interposta da decisão do
documento de identificação for nomeado seu director-geral de Viação, que determine a cassação do
fiel depositário; título de condução, tem efeito suspensivo.
1582 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 38 — 23 de Fevereiro de 2005

Artigo 188.o 3 — A competência referida na alínea d) do n.o 1


Prescrição do procedimento
é exercida através:
a) Do pessoal de fiscalização das câmaras muni-
O procedimento por contra-ordenação rodoviária cipais designado para o efeito e que, como tal,
extingue-se por efeito da prescrição logo que, sobre a seja considerado ou equiparado a autoridade
prática da contra-ordenação, tenham decorrido dois ou seu agente;
anos. b) Das polícias municipais;
Artigo 189.o c) Do pessoal de fiscalização de empresas públicas
municipais designado para o efeito e que, como
Prescrição da coima e das sanções acessórias tal, seja considerado ou equiparado a autoridade
As coimas e as sanções acessórias prescrevem no ou seu agente, com as limitações decorrentes
prazo de dois anos.» dos respectivos estatutos e da delegação de com-
petências e após credenciação pela Direcção-
Artigo 4.o -Geral de Viação.
Regulamentos
4 — Cabe à Direcção-Geral de Viação promover a
1 — Sem prejuízo do disposto no número seguinte, uniformização dos modos e critérios e coordenar o exer-
os regulamentos do Código da Estrada são aprovados cício da fiscalização do trânsito, expedindo, para o efeito,
por decreto regulamentar, salvo se outra forma for cons- as necessárias instruções.
titucionalmente exigida. 5 — Cabe ainda à Direcção-Geral de Viação aprovar,
2 — Exceptuam-se do disposto no número anterior: para uso na fiscalização do trânsito, os aparelhos ou
instrumentos que registem os elementos de prova pre-
a) Os regulamentos locais; vistos no n.o 4 do artigo 170.o do Código da Estrada,
b) Os regulamentos previstos nos artigos 10.o, 22.o, aprovação que deve ser precedida, quando tal for legal-
23.o, 28.o, n.o 4, 56.o, 57.o, 59.o, 82.o, 88.o, n.o 5, mente exigível, pela aprovação de modelo, no âmbito
93.o, 117.o, n.o 6 , 118.o, n.o 8 , 122.o, n.o 6, do regime geral do controlo metrológico.
127.o, n.o 3, 164.o, n.o 7, e 182.o, n.o 1, todos 6 — As entidades fiscalizadoras do trânsito devem
do Código da Estrada, que são aprovados por remeter à Direcção-Geral de Viação cópia das parti-
portaria do Ministro da Administração Interna; cipações de acidente de que tomem conhecimento, sem-
c) Os regulamentos previstos nos artigos 9.o e 58.o pre que lhes seja solicitado.
do Código da Estrada, que são aprovados por
portaria conjunta dos Ministros da Administra-
Artigo 6.o
ção Interna e das Obras Públicas, Transportes
e Comunicações; Sinalização das vias públicas
d) O regulamento previsto no n.o 1 do artigo 158.o 1 — A sinalização das vias públicas compete à enti-
do Código da Estrada, que é aprovado por por- dade gestora da via.
taria conjunta dos Ministros da Administração 2 — Para efeitos do disposto no presente diploma,
Interna, da Justiça e da Saúde. entende-se por entidade gestora da via o Instituto de
Estradas de Portugal ou a câmara municipal que detenha
3 — Os regulamentos municipais que visem discipli- a respectiva jurisdição e ainda a entidade concessionária
nar o trânsito de veículos e peões nas vias sob jurisdição das auto-estradas e outras vias objecto de concessão
das autarquias só podem conter disposições susceptíveis de construção ou exploração.
de sinalização nos termos do Código da Estrada e legis- 3 — À Direcção-Geral de Viação compete verificar
lação complementar e essas disposições só se tornam a conformidade da sinalização das vias públicas com
obrigatórias quando estiverem colocados os correspon- a legislação aplicável e com os princípios do bom orde-
dentes sinais. namento e segurança da circulação rodoviária.
Artigo 5.o 4 — Para efeitos do disposto no número anterior, a
Direcção-Geral de Viação pode:
Fiscalização do trânsito
a) Realizar auditorias e inspecções à sinalização,
1 — A fiscalização do cumprimento das disposições designadamente após a abertura ao trânsito de
do Código da Estrada e legislação complementar qualquer nova estrada;
incumbe: b) Recomendar às entidades gestoras da via que
procedam, no prazo que lhes for fixado, às cor-
a) À Direcção-Geral de Viação e à Brigada de recções consideradas necessárias, bem como à
Trânsito da Guarda Nacional Republicana, em colocação da sinalização considerada conve-
todas as vias públicas; niente.
b) À Guarda Nacional Republicana e à Polícia de
Segurança Pública, em todas as vias públicas; 5 — Caso as entidades gestoras da via discordem das
c) Ao Instituto das Estradas de Portugal, nas vias recomendações, devem disso informar a Direcção-Geral
públicas sob a sua jurisdição; de Viação, com a indicação dos fundamentos, no prazo
d) Às câmaras municipais, nas vias públicas sob que lhe for indicado, o qual não deve ser superior a
a respectiva jurisdição. 30 dias.
6 — Se a Direcção-Geral de Viação entender que se
2 — A competência referida na alínea c) do número mantém a necessidade de correcção ou colocação de
anterior é exercida através do pessoal de fiscalização sinalização pode notificar a entidade competente para,
designado para o efeito e que, como tal, seja considerado no prazo que indicar, não inferior a 30 dias, implementar
ou equiparado a autoridade ou seu agente. as medidas adequadas.
N.o 38 — 23 de Fevereiro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 1583

Artigo 7.o e de matrículas, organizados em sistema informático,


Ordenamento do trânsito nos termos fixados em diploma próprio, com o conteúdo
previsto nos artigos 144.o e 149.o do Código da Estrada
1 — O ordenamento do trânsito, incluindo a fixação no que se refere ao registo de infractores.
dos limites de velocidade a que se refere o n.o 1 do
artigo 28.o do Código da Estrada, compete à entidade
Artigo 11.o
gestora das respectivas vias públicas, salvo o disposto
nos números seguintes. Outras competências da Direcção-Geral de Viação
2 — A fixação de limites de velocidade nos termos
da alínea b) do n.o 1 do artigo 28.o do Código da Estrada, 1 — Compete também à Direcção-Geral de Viação:
quando superiores aos estabelecidos no mesmo Código, a) A emissão das cartas de condução, das licenças
é realizada no caso das auto-estradas por despacho do de condução e das licenças especiais de con-
Ministro da Administração Interna e nos restantes casos dução a que se referem, respectivamente, os
por despacho do director-geral de Viação, sempre sob artigos 123.o e 124.o e a alínea a) do n.o 1 do
proposta da entidade gestora da via. artigo 125.o do Código da Estrada;
3 — Nos locais de intersecção de vias públicas sob b) A realização dos exames de condução previstos
gestão de entidades diferentes e na falta de acordo entre para a obtenção dos títulos referidos na alínea
elas, o ordenamento do trânsito compete à Direcção- anterior, podendo recorrer, para o efeito, a cen-
-Geral de Viação. tros de exames que funcionem sob a respon-
4 — Cabe, ainda, à Direcção-Geral de Viação o orde- sabilidade de entidades autorizadas nos termos
namento do trânsito em quaisquer vias públicas no caso de diploma próprio;
de festividades, manifestações públicas, provas despor- c) A realização dos exames psicológicos previstos
tivas ou outros acontecimentos que, em função da espe-
no Código da Estrada e legislação complemen-
cial interferência que possam ter nas condições de cir-
culação, obriguem a adoptar providências excepcionais. tar, podendo recorrer, para o efeito, a labora-
5 — A verificação das circunstâncias a que se refere tórios com os quais estabeleça protocolos nesse
o número anterior é feita por despacho fundamentado sentido;
do director-geral de Viação, cumprindo à Guarda Nacio- d) Determinar a realização da inspecção e exames
nal Republicana e à Polícia de Segurança Pública par- previstos no artigo 129.o do Código da Estrada;
ticipar na execução das providências aí previstas, sempre e) A aprovação dos modelos de automóveis, moto-
que a sua colaboração for solicitada. ciclos, triciclos, quadriciclos, ciclomotores, trac-
tores agrícolas, tractocarros e reboques, bem
como dos respectivos sistemas, componentes e
Artigo 8.o acessórios;
Autorizações de trânsito f) A aprovação da transformação de veículos refe-
ridos na alínea anterior;
1 — Cabe à Direcção-Geral de Viação conceder a
g) A realização de inspecções a veículos, podendo
autorização prevista no artigo 58.o do Código da Estrada.
recorrer, para o efeito, a centros de inspecção
2 — A Direcção-Geral de Viação pode condicionar
a emissão da autorização a parecer favorável das enti- que funcionem sob a responsabilidade de enti-
dades gestoras da via, relativo à natureza do pavimento, dades autorizadas nos termos de diploma pró-
à resistência das obras de arte, aos percursos autorizados prio;
ou às características técnicas das vias públicas, e res- h) A matrícula dos veículos a motor e reboques,
tringir a utilização dos veículos às vias públicas cujas bem como a emissão dos respectivos documen-
características técnicas o permitam. tos de identificação;
3 — O parecer referido no número anterior, quando i) O cancelamento das matrículas dos veículos
desfavorável, é impeditivo da emissão da autorização. referidos na alínea anterior;
j) Determinar a providência prevista no n.o 5 do
artigo 5.o do Código da Estrada;
Artigo 9.o l) Determinar as apreensões de documentos pre-
Utilização especial da via pública vistas no n.o 2 do artigo 160.o do Código da
Estrada.
1 — A autorização para a utilização das vias públicas
para a realização de actividades de carácter desportivo,
festivo ou outras que possam afectar o trânsito normal 2 — A emissão de documentos, as aprovações, a
é concedida pela câmara municipal do concelho em que matrícula, o cancelamento e as apreensões previstas no
se realizem ou tenham o seu termo, com base em regu- número anterior dependem da verificação prévia dos
lamento a aprovar. requisitos para o efeito previstos no Código da Estrada
2 — O regulamento referido no número anterior não e legislação complementar.
pode conter disposições contrárias ao regulamento de 3 — A competência prevista na alínea j) do n.o 1 não
utilizações especiais da via pública, aprovado por por- prejudica a competência das entidades gestoras das vias
taria conjunta dos Ministros da Administração Interna públicas para determinar aquela providência.
e das Cidades, Administração Local, Habitação e Desen-
volvimento Regional. Artigo 12.o
Regiões Autónomas
Artigo 10.o
Registos nacionais de condutores, de infractores e de matrículas
Nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira
as competências cometidas à Direcção-Geral de Viação
A Direcção-Geral de Viação deve assegurar a exis- são exercidas pelos organismos e serviços das respectivas
tência de registos nacionais de condutores, de infractores administrações regionais.
1584 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 38 — 23 de Fevereiro de 2005

Artigo 13.o 4 — Quem infringir o disposto no n.o 1 é sancionado


com coima de E 1200 a E 12 000.
Definição de salvado
5 — Quem infringir o disposto nos n.os 2 e 3 é san-
Para efeitos do disposto nos artigos seguintes enten- cionado com coima de E 300 a E 3000.
de-se por salvado o veículo a motor que, em conse-
quência de acidente, entre na esfera patrimonial de uma Artigo 16.o
empresa de seguros por força de contrato de seguro
automóvel e: Responsabilidade das companhias de seguros

a) Tenha sofrido danos que afectem gravemente 1 — No caso de incumprimento do disposto no


as suas condições de segurança; artigo 14.o e no n.o 1 do artigo 15.o, de que resulte
b) Cujo valor de reparação seja superior a 70 % a prática de ilícito criminal, a companhia de seguros
do valor venal do veículo à data do sinistro. é solidariamente responsável pelos prejuízos causados
a terceiros de boa-fé.
Artigo 14.o 2 — A companhia de seguros que responda nos ter-
Venda de salvados mos do número anterior goza de direito de regresso
contra o agente do ilícito criminal.
1 — As companhias de seguros devem comunicar à
Conservatória do Registo Automóvel e à Direcção-Ge-
ral de Viação todas as vendas de salvados de veículos Artigo 17.o
a motor. Extensão da habilitação
2 — A comunicação é efectuada por carta registada,
a remeter no prazo de 10 dias a contar da data da tran- 1 — Os titulares de carta de condução válida para
sacção, e deve identificar o adquirente através do nome, a categoria B, cuja habilitação tenha sido obtida antes
residência ou sede e número fiscal de contribuinte, bem de 30 de Março de 1998, estão habilitados para a con-
como o veículo através da matrícula, marca, modelo dução de ciclomotores, motociclos e triciclos de cilin-
e número do quadro, indicando ainda o valor da venda. drada não superior a 50 cm3, tractores agrícolas ou flo-
3 — Com a comunicação referida no número anterior restais com reboque ou com máquina agrícola ou flo-
devem as companhias de seguros remeter à Conserva- restal rebocada, desde que o peso bruto do conjunto
tória do Registo Automóvel e à Direcção-Geral de Via- não exceda 6000 kg.
ção, respectivamente, o título de registo de propriedade 2 — Os titulares de licença de condução válida para
e o documento de identificação do veículo. a condução de ciclomotores ou de motociclos de cilin-
4 — A infracção ao disposto no n.o 1 constitui con- drada não superior a 50 cm3, cuja habilitação tenha
tra-ordenação sancionada com coima de E 2500 a sido obtida antes da entrada em vigor do presente
E 25 000. diploma, permanecem habilitados para a condução de
triciclos de cilindrada não superior a 50 cm3 e de qua-
5 — A competência para instrução dos processos de
driciclos ligeiros.
contra-ordenação e para aplicação das coimas pertence
3 — O disposto no n.o 11 do artigo 123.o do Código
às entidades referidas no n.o 1, de acordo com as res-
da Estrada não é aplicável aos indivíduos que já exerçam
pectivas atribuições. a condução dos veículos nele previstos à data da entrada
Artigo 15.o em vigor do presente diploma.
Comunicações obrigatórias das companhias de seguros
Artigo 18.o
1 — As companhias de seguros devem comunicar
também à Conservatória do Registo Automóvel e à Livretes de automóveis e motociclos
Direcção-Geral de Viação a identificação dos veículos
e dos respectivos proprietários, com os elementos e nos 1 — Enquanto não for aprovado novo modelo de
documento de identificação do veículo, o livrete é con-
termos referidos no n.o 2 do artigo anterior, sempre
siderado para todos os efeitos como documento bastante
que esses veículos:
para a sua identificação.
a) Se encontrem em qualquer das condições refe- 2 — Nos casos em que o livrete constitui o documento
ridas nas alíneas a) e b) do artigo 13.o; de identificação do veículo, considera-se como titular
b) Sendo satisfeita a indemnização por companhia daquele documento a pessoa, singular ou colectiva, que
de seguros, aquela não se destine à efectiva seja proprietária, adquirente com reserva de proprie-
reparação do veículo. dade, usufrutuária, locatária em regime de locação
financeira, locatária por prazo superior a um ano ou
que, em virtude de facto sujeito a registo, tenha a posse
2 — A comunicação referida no número anterior deve
do veículo, sendo responsável pela sua circulação.
ser feita igualmente por todos os proprietários de veí-
culos nas condições previstas nas alíneas a) e b) do
mesmo número que procedam à sua venda a outrem Artigo 19.o
que não seja a respectiva empresa de seguros. Regulamentação
3 — Com a comunicação referida no número anterior,
devem os proprietários dos veículos remeter à Conser- Até que entrem em vigor as normas regulamentares
vatória do Registo Automóvel e à Direcção-Geral de necessárias para execução do Código da Estrada são
Viação, respectivamente, o título de registo de proprie- aplicáveis as disposições vigentes, na medida em que
dade e o documento de identificação do veículo. não contrariem o que nele se dispõe.
N.o 38 — 23 de Fevereiro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 1585

Artigo 20.o Artigo 24.o


Remissões para o anterior Código da Estrada Entrada em vigor

Todas as remissões feitas em diplomas legislativos O presente diploma entra em vigor 30 dias após a
para o Código da Estrada aprovado pelo Decreto-Lei publicação.
n.o 39 672, de 20 de Maio de 1954, consideram-se feitas Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 7 de
para as disposições correspondentes do Código ora Dezembro de 2004. — Pedro Miguel de Santana
revisto. Lopes — António José de Castro Bagão Félix — António
Victor Martins Monteiro — Daniel Viegas Sanches — José
Artigo 21.o
Pedro Aguiar Branco — José Luís Fazenda Arnaut Duar-
Normas transitórias te — António Luís Guerra Nunes Mexia.

1 — Os processos de contra-ordenação instaurados Promulgado em 28 de Janeiro de 2005.


por infracções praticadas antes da entrada em vigor do
Código da Estrada revisto pelo presente diploma con- Publique-se.
tinuam a reger-se pela legislação ora revogada, até à O Presidente da República, JORGE SAMPAIO.
sua conclusão ou ao trânsito em julgado da decisão que
lhes ponha termo. Referendado em 2 de Fevereiro de 2005.
2 — As datas a partir das quais se torna obrigatório
o uso dos dísticos previstos no n.o 4 do artigo 28.o, e O Primeiro-Ministro, Pedro Miguel de Santana Lopes.
no n.o 6 do artigo 122.o, do colete previsto no artigo 88.o
e da matrícula das máquinas agrícolas, industriais, trac- CÓDIGO DA ESTRADA
tocarros e motocultivadores referida no n.o 3 do
artigo 117.o, são as fixadas nos regulamentos a que se TÍTULO I
referem aqueles artigos.
3 — Os proprietários de ciclomotores e de motociclos, Disposições gerais
triciclos ou quadriciclos de cilindrada não superior a
50 cm3 matriculados nas câmaras municipais, nos termos CAPÍTULO I
da alínea b) do artigo 12.o do Decreto-Lei n.o 2/98, de Princípios gerais
3 de Janeiro, devem, no prazo de três anos a contar
da data de entrada em vigor do presente diploma, pro- Artigo 1.o
ceder à troca do documento camarário de identificação
do veículo pelo referido no n.o 1 do artigo 118.o do Definições legais
Código da Estrada, junto do serviço desconcentrado da Para os efeitos do disposto no presente Código e legis-
Direcção-Geral de Viação da área da sua residência. lação complementar, os termos seguintes têm o signi-
4 — No mesmo prazo e local, devem os titulares de ficado que lhes é atribuído neste artigo:
licenças de condução de ciclomotores, de motociclos
de cilindrada não superior a 50 cm3 e de veículos agrí- a) «Auto-estrada» — via pública destinada a trân-
colas proceder à troca daqueles títulos por outros emi- sito rápido, com separação física de faixas de
tidos pela Direcção-Geral de Viação. rodagem, sem cruzamentos de nível nem acesso
5 — Os documentos que não forem trocados nos ter- a propriedades marginais, com acessos condi-
mos do disposto nos n.os 3 e 4 perdem a sua validade. cionados e sinalizada como tal;
b) «Berma» — superfície da via pública não espe-
cialmente destinada ao trânsito de veículos e
Artigo 22.o que ladeia a faixa de rodagem;
Norma revogatória
c) «Caminho» — via pública especialmente desti-
nada ao trânsito local em zonas rurais;
São revogados: d) «Corredor de circulação» — via de trânsito re-
servada a veículos de certa espécie ou afectos
a) Os artigos 2.o a 7.o do Decreto-Lei n.o 114/94, a determinados transportes;
de 3 de Maio; e) «Cruzamento» — zona de intersecção de vias
b) Os artigos 1.o e 4.o a 20.o do Decreto-Lei públicas ao mesmo nível;
n.o 2/98, de 3 de Janeiro; f) «Eixo da faixa de rodagem» — linha longitudi-
c) Os n.os 1 e 2 do artigo 34.o do Decreto-Lei nal, materializada ou não, que divide uma faixa
n.o 522/85, de 31 de Dezembro. de rodagem em duas partes, cada uma afecta
a um sentido de trânsito;
g) «Entroncamento» — zona de junção ou bifur-
Artigo 23.o cação de vias públicas;
Republicação h) «Faixa de rodagem» — parte da via pública
especialmente destinada ao trânsito de veículos;
É republicado em anexo, que é parte integrante do i) «Ilhéu direccional» — zona restrita da via pú-
presente acto, o Código da Estrada, aprovado pelo blica, interdita à circulação de veículos e deli-
Decreto-Lei n.o 114/94, de 3 de Maio, com as alterações mitada por lancil ou marcação apropriada, des-
que lhe foram introduzidas pelos Decretos-Leis n.os 2/98, tinada a orientar o trânsito;
de 3 de Janeiro, 265-A/2001, de 28 de Setembro, e pela j) «Localidade» — zona com edificações e cujos
Lei n.o 20/2002, de 21 de Agosto, e pelo presente limites são assinalados com os sinais regula-
diploma. mentares;
1586 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 38 — 23 de Fevereiro de 2005

l) «Parque de estacionamento» — local exclusiva- 3 — Quem infringir o disposto no número anterior


mente destinado ao estacionamento de veículos; é sancionado com coima de E 60 a E 300.
m) «Passagem de nível» — local de intersecção ao 4 — Quem praticar actos com o intuito de impedir
mesmo nível de uma via pública ou equiparada ou embaraçar a circulação de veículos a motor é san-
com linhas ou ramais ferroviários; cionado com coima de E 300 a E 1500, se sanção mais
n) «Passeio» — superfície da via pública, em geral grave não for aplicável por força de outra disposição
sobrelevada, especialmente destinada ao trân- legal.
sito de peões e que ladeia a faixa de rodagem;
o) «Pista especial» — via pública ou via de trânsito Artigo 4.o
especialmente destinada, de acordo com sina-
lização, ao trânsito de peões, de animais ou de Ordens das autoridades
certa espécie de veículos;
p) «Rotunda» — praça formada por cruzamento 1 — O utente deve obedecer às ordens legítimas das
ou entroncamento onde o trânsito se processa autoridades com competência para regular e fiscalizar
em sentido giratório e sinalizada como tal; o trânsito, ou dos seus agentes, desde que devidamente
q) «Via de abrandamento» — via de trânsito resul- identificados como tal.
tante do alargamento da faixa de rodagem e 2 — Quem infringir o disposto no número anterior
destinada a permitir que os veículos que vão é sancionado com coima de E 120 a E 600, se sanção
sair de uma via pública diminuam a velocidade mais grave não for aplicável por força de outra dis-
já fora da corrente de trânsito principal; posição legal, sem prejuízo do disposto no número
r) «Via de aceleração» — via de trânsito resultante seguinte.
do alargamento da faixa de rodagem e destinada 3 — Quem desobedecer ao sinal regulamentar de
a permitir que os veículos que entram numa paragem das autoridades referidas no n.o 1 é sancionado
via pública adquiram a velocidade conveniente com coima de E 500 a E 2500, se sanção mais grave
para se incorporarem na corrente de trânsito não for aplicável por força de outra disposição legal.
principal;
s) «Via de sentido reversível» — via de trânsito
afecta alternadamente, através de sinalização, Artigo 5.o
a um ou outro dos sentidos de trânsito;
Sinalização
t) «Via de trânsito» — zona longitudinal da faixa
de rodagem destinada à circulação de uma única
fila de veículos; 1 — Nos locais que possam oferecer perigo para o
u) «Via equiparada a via pública» — via de comu- trânsito ou em que este deva estar sujeito a restrições
nicação terrestre do domínio privado aberta ao especiais e ainda quando seja necessário dar indicações
trânsito público; úteis, devem ser utilizados os respectivos sinais de
v) «Via pública» — via de comunicação terrestre trânsito.
afecta ao trânsito público; 2 — Os obstáculos eventuais devem ser sinalizados
x) «Via reservada a automóveis e motociclos» — por aquele que lhes der causa, por forma bem visível
via pública onde vigoram as normas que dis- e a uma distância que permita aos demais utentes da
ciplinam o trânsito em auto-estrada e sinalizada via tomar as precauções necessárias para evitar aci-
como tal; dentes.
z) «Zona de estacionamento» — local da via pú- 3 — Não podem ser colocados nas vias públicas ou
blica especialmente destinado, por construção nas suas proximidades quadros, painéis, anúncios, car-
ou sinalização, ao estacionamento de veículos. tazes, focos luminosos, inscrições ou outros meios de
publicidade que possam confundir-se com os sinais de
trânsito ou prejudicar a sua visibilidade ou reconhe-
Artigo 2.o cimento ou a visibilidade nas curvas, cruzamentos ou
Âmbito de aplicação entroncamentos, ou ainda perturbar a atenção do con-
dutor, prejudicando a segurança da condução.
1 — O disposto no presente Código é aplicável ao 4 — Quem infringir o disposto no n.o 2 é sancionado
trânsito nas vias do domínio público do Estado, das com coima de E 100 a E 500.
Regiões Autónomas e das autarquias locais. 5 — Quem infringir o disposto no n.o 3 é sancionado
2 — O disposto no presente diploma é também apli- com coima de E 700 a E 3500, podendo ainda os meios
cável nas vias do domínio privado, quando abertas ao de publicidade em causa ser mandados retirar pela enti-
trânsito público, em tudo o que não estiver especial-
dade competente.
mente regulado por acordo celebrado entre as entidades
referidas no número anterior e os respectivos pro- Artigo 6.o
prietários.
Sinais
Artigo 3.o
1 — Os sinais de trânsito são fixados em regulamento
Liberdade de trânsito
onde, de harmonia com as convenções internacionais
1 — Nas vias a que se refere o artigo anterior é livre em vigor, se especificam as formas, as cores, as ins-
a circulação, com as restrições constantes do presente crições, os símbolos e as dimensões, bem como os res-
Código e legislação complementar. pectivos significados e os sistemas de colocação.
2 — As pessoas devem abster-se de actos que impe- 2 — As inscrições constantes nos sinais são escritas
çam ou embaracem o trânsito ou comprometam a segu- em português, salvo o que resulte das convenções
rança ou a comodidade dos utentes das vias. internacionais.
N.o 38 — 23 de Fevereiro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 1587

Artigo 7.o justificado e desde que fiquem devidamente asseguradas


Hierarquia entre prescrições
as comunicações entre os locais servidos pela via.
3 — Salvo casos de emergência grave ou de obras
1 — As prescrições resultantes dos sinais prevalecem urgentes, o condicionamento ou suspensão do trânsito
sobre as regras de trânsito. são publicitados com a antecedência fixada em regu-
2 — A hierarquia entre as prescrições resultantes da lamento.
sinalização é a seguinte:
Artigo 10.o
1.o Prescrições resultantes de sinalização temporá-
ria que modifique o regime normal de utilização Proibição temporária ou permanente da circulação de certos veículos
da via;
2.o Prescrições resultantes dos sinais luminosos; 1 — Sempre que ocorram circunstâncias anormais de
3.o Prescrições resultantes dos sinais verticais; trânsito, pode proibir-se temporariamente, por regula-
4.o Prescrições resultantes das marcas rodoviárias. mento, a circulação de certas espécies de veículos ou
de veículos que transportem certas mercadorias.
3 — As ordens dos agentes reguladores do trânsito 2 — Pode ainda ser condicionado por regulamento,
prevalecem sobre as prescrições resultantes dos sinais com carácter temporário ou permanente, em todas ou
e sobre as regras de trânsito. apenas certas vias públicas, o trânsito de determinadas
espécies de veículos ou dos utilizados no transporte de
certas mercadorias.
CAPÍTULO II 3 — A proibição e o condicionamento referidos nos
números anteriores são precedidos de divulgação através
Restrições à circulação da comunicação social, distribuição de folhetos nas
zonas afectadas, afixação de painéis de informação ou
Artigo 8.o outro meio adequado.
Realização de obras e utilização das vias públicas para fins especiais 4 — Quem infringir a proibição prevista no n.o 1 ou
o condicionamento previsto no n.o 2 é sancionado com
1 — A realização de obras nas vias públicas e a sua
utilização para a realização de actividades de carácter coima de E 150 a E 750, sendo os veículos impedidos
desportivo, festivo ou outras que possam afectar o trân- de prosseguir a sua marcha até findar o período em
sito normal só é permitida desde que autorizada pelas que vigora a proibição.
entidades competentes.
2 — O não cumprimento das condições constantes da
autorização concedida nos termos do número anterior TÍTULO II
é equiparado à sua falta.
3 — Quem infringir o disposto no n.o 1 ou não cumprir Do trânsito de veículos e animais
as condições constantes da autorização nele referida é
sancionado com coima de E 700 a E 3500. CAPÍTULO I
4 — Os organizadores de manifestação desportiva
envolvendo automóveis, motociclos, triciclos ou quadri- Disposições comuns
ciclos em violação ao disposto no n.o 1 são sancionados
com coima de E 700 a E 3500 se se tratar de pessoas SECÇÃO I
singulares ou com coima de E 1000 a E 5000 se se
Regras gerais
tratar de pessoas colectivas, acrescida de E 150 por cada
um dos condutores participantes ou concorrentes.
5 — Os organizadores de manifestação desportiva Artigo 11.o
envolvendo veículos de natureza diversa da referida no Condução de veículos e animais
número anterior em violação ao disposto no n.o 1 são
sancionados com coima de E 450 a E 2250 ou de E 700 1 — Todo o veículo ou animal que circule na via
a E 3500, consoante se trate de pessoas singulares ou pública deve ter um condutor, salvo as excepções pre-
colectivas, acrescida de E 50 por cada um dos condutores vistas neste Código.
participantes ou concorrentes. 2 — Os condutores devem, durante a condução,
6 — Os organizadores de manifestação desportiva abster-se da prática de quaisquer actos que sejam sus-
envolvendo peões ou animais em violação ao disposto ceptíveis de prejudicar o exercício da condução com
no n.o 1 são sancionados com coima de E 300 a E 1500, segurança.
acrescida de E 30 por cada um dos participantes ou 3 — Quem infringir o disposto nos números anterio-
concorrentes. res é sancionado com coima de E 60 a E 300.
Artigo 9.o
Suspensão ou condicionamento do trânsito Artigo 12.o
1 — A suspensão ou condicionamento do trânsito só Início de marcha
podem ser ordenados por motivos de segurança, de
emergência grave ou de obras ou com o fim de prover 1 — Os condutores não podem iniciar ou retomar a
à conservação dos pavimentos, instalações e obras de marcha sem assinalarem com a necessária antecedência
arte e podem respeitar apenas a parte da via ou a veí- a sua intenção e sem adoptarem as precauções neces-
culos de certa espécie, peso ou dimensões. sárias para evitar qualquer acidente.
2 — A suspensão ou condicionamento de trânsito 2 — Quem infringir o disposto no número anterior
podem, ainda, ser ordenados sempre que exista motivo é sancionado com coima de E 60 a E 300.
1588 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 38 — 23 de Fevereiro de 2005

Artigo 13.o 3 — Quem infringir o disposto nos números anterio-


Posição de marcha
res é sancionado com coima de E 60 a E 300.

1 — O trânsito de veículos deve fazer-se pelo lado Artigo 17.o


direito da faixa de rodagem e o mais próximo possível
das bermas ou passeios, conservando destes uma dis- Bermas e passeios
tância que permita evitar acidentes. 1 — Os veículos só podem utilizar as bermas ou os
2 — Quando necessário, pode ser utilizado o lado passeios desde que o acesso aos prédios o exija, salvo
esquerdo da faixa de rodagem para ultrapassar ou mudar as excepções previstas em regulamento local.
de direcção. 2 — Quem infringir o disposto no número anterior
3 — Quem infringir o disposto no n.o 1 é sancionado é sancionado com coima de E 60 a E 300.
com coima de E 60 a E 300, salvo o disposto no número
seguinte.
4 — Quem circular em sentido oposto ao estabelecido Artigo 18.o
é sancionado com coima de E 250 a E 1250. Distância entre veículos

1 — O condutor de um veículo em marcha deve man-


Artigo 14.o ter entre o seu veículo e o que o precede a distância
Pluralidade de vias de trânsito suficiente para evitar acidentes em caso de súbita para-
gem ou diminuição de velocidade deste.
1 — Sempre que, no mesmo sentido, sejam possíveis
2 — O condutor de um veículo em marcha deve man-
duas ou mais filas de trânsito, este deve fazer-se pela
ter distância lateral suficiente para evitar acidentes entre
via de trânsito mais à direita, podendo, no entanto, uti-
o seu veículo e os veículos que transitam na mesma
lizar-se outra se não houver lugar naquela e, bem assim,
faixa de rodagem, no mesmo sentido ou em sentido
para ultrapassar ou mudar de direcção.
2 — Dentro das localidades, os condutores devem uti- oposto.
lizar a via de trânsito mais conveniente ao seu destino, 3 — Quem infringir o disposto nos números anterio-
só lhes sendo permitida a mudança para outra, depois res é sancionado com coima de E 60 a E 300.
de tomadas as devidas precauções, a fim de mudar de
direcção, ultrapassar, parar ou estacionar. Artigo 19.o
3 — Ao trânsito em rotundas, situadas dentro e fora Visibilidade reduzida ou insuficiente
das localidades, é também aplicável o disposto no
número anterior, salvo no que se refere à paragem e Para os efeitos deste Código e legislação complemen-
estacionamento. tar, considera-se que a visibilidade é reduzida ou insu-
4 — Quem infringir o disposto nos números anterio- ficiente sempre que o condutor não possa avistar a faixa
res é sancionado com coima de E 60 a E 300. de rodagem em toda a sua largura numa extensão de,
pelo menos, 50 m.
Artigo 15.o Artigo 20.o
Trânsito em filas paralelas Veículos de transporte colectivo de passageiros

1 — Sempre que, existindo mais de uma via de trân- 1 — Nas localidades, os condutores devem abrandar
sito no mesmo sentido, os veículos, devido à intensidade a sua marcha e, se necessário, parar, sempre que os
da circulação, ocupem toda a largura da faixa de roda- veículos de transporte colectivo de passageiros retomem
gem destinada a esse sentido, estando a velocidade de a marcha à saída dos locais de paragem.
cada um dependente da marcha dos que o precedem, 2 — Os condutores de veículos de transporte colectivo
os condutores não podem sair da respectiva fila para de passageiros não podem, no entanto, retomar a mar-
outra mais à direita, salvo para mudar de direcção, parar cha sem assinalarem a sua intenção imediatamente antes
ou estacionar. de a retomarem e sem adoptarem as precauções neces-
2 — Quem infringir o disposto no número anterior sárias para evitar qualquer acidente.
é sancionado com coima de E 120 a E 600. 3 — Quem infringir o disposto nos números anterio-
res é sancionado com coima de E 60 a E 300.
Artigo 16.o
Placas, postes, ilhéus e dispositivos semelhantes SECÇÃO II
1 — Nos cruzamentos, entroncamentos e rotundas o Sinais dos condutores
trânsito faz-se por forma a dar a esquerda à parte central
dos mesmos ou às placas, postes, ilhéus direccionais ou Artigo 21.o
dispositivos semelhantes existentes, desde que se encon- Sinalização de manobras
trem no eixo da faixa de rodagem de que procedem
os veículos. 1 — Quando o condutor pretender reduzir a velo-
2 — Quando na faixa de rodagem exista algum dos cidade, parar, estacionar, mudar de direcção ou de via
dispositivos referidos no n.o 1, o trânsito, sem prejuízo de trânsito, iniciar uma ultrapassagem ou inverter o sen-
do disposto nos artigos 13.o e 14.o, faz-se por forma tido de marcha, deve assinalar com a necessária ante-
a dar-lhes a esquerda, salvo se se encontrarem numa cedência a sua intenção.
via de sentido único ou na parte da faixa de rodagem 2 — O sinal deve manter-se enquanto se efectua a
afecta a um só sentido, casos em que o trânsito se pode manobra e cessar logo que ela esteja concluída.
fazer pela esquerda ou pela direita, conforme for mais 3 — Quem infringir o disposto nos números anterio-
conveniente. res é sancionado com coima de E 60 a E 300.
N.o 38 — 23 de Fevereiro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 1589

Artigo 22.o 7 — Quem infringir o disposto no n.o 5 é sancionado


com coima de E 500 a E 2500 e com perda dos objectos,
Sinais sonoros
devendo o agente de fiscalização proceder à sua imediata
1 — Os sinais sonoros devem ser breves. remoção e apreensão ou, não sendo ela possível, apreen-
2 — Só é permitida a utilização de sinais sonoros: der o documento de identificação do veículo até à efec-
tiva remoção e apreensão daqueles objectos, sendo,
a) Em caso de perigo iminente; neste caso, aplicável, com as necessárias adaptações, o
b) Fora das localidades, para prevenir um condutor disposto no n.o 5 do artigo 161.o
da intenção de o ultrapassar e, bem assim, nas
curvas, cruzamentos, entroncamentos e lombas
de visibilidade reduzida. SECÇÃO III

3 — Exceptuam-se do disposto nos números anterio- Velocidade


res os sinais de veículos de polícia ou que transitem
em prestação de socorro ou de serviço urgente de inte- Artigo 24.o
resse público.
4 — As características dos dispositivos emissores dos Princípios gerais
sinais sonoros são fixadas em regulamento.
5 — Nos veículos de polícia e nos veículos afectos 1 — O condutor deve regular a velocidade de modo
à prestação de socorro ou de serviço urgente de interesse que, atendendo às características e estado da via e do
público podem ser utilizados avisadores sonoros espe- veículo, à carga transportada, às condições meteoroló-
ciais, cujas características e condições de utilização são gicas ou ambientais, à intensidade do trânsito e a quais-
fixadas em regulamento. quer outras circunstâncias relevantes, possa, em condi-
6 — Não é permitida em quaisquer outros veículos ções de segurança, executar as manobras cuja necessidade
a instalação ou utilização dos avisadores referidos no seja de prever e, especialmente, fazer parar o veículo
número anterior nem a emissão de sinais sonoros que no espaço livre e visível à sua frente.
se possam confundir com os emitidos por aqueles 2 — Salvo em caso de perigo iminente, o condutor
dispositivos. não deve diminuir subitamente a velocidade do veículo
7 — Quem infringir o disposto nos n.os 1 e 2 é san- sem previamente se certificar de que daí não resulta
cionado com coima de E 60 a E 300. perigo para os outros utentes da via, nomeadamente
8 — Quem infringir o disposto no n.o 6 é sancionado para os condutores dos veículos que o sigam.
com coima de E 500 a E 2500 e com perda dos objectos, 3 — Quem infringir o disposto nos números anterio-
devendo o agente de fiscalização proceder à sua imediata
res é sancionado com coima de E 120 a E 600.
remoção e apreensão ou, não sendo ela possível, apreen-
der o documento de identificação do veículo até à efec-
tiva remoção e apreensão daqueles objectos, sendo, Artigo 25.o
neste caso, aplicável, com as necessárias adaptações, o
disposto no n.o 5 do artigo 161.o Velocidade moderada

1 — Sem prejuízo dos limites máximos de velocidade


Artigo 23.o fixados, o condutor deve moderar especialmente a
Sinais luminosos velocidade:

1 — Quando os veículos transitem fora das localida- a) À aproximação de passagens assinaladas na


des com as luzes acesas por insuficiência de visibilidade, faixa de rodagem para a travessia de peões;
os sinais sonoros podem ser substituídos por sinais lumi- b) À aproximação de escolas, hospitais, creches e
nosos, através da utilização alternada dos máximos com estabelecimentos similares, quando devida-
os médios, mas sempre sem provocar encandeamento. mente sinalizados;
2 — Dentro das localidades, durante a noite, é obri- c) Nas localidades ou vias marginadas por edi-
gatória a substituição dos sinais sonoros pelos sinais ficações;
luminosos utilizados nas condições previstas no número d) À aproximação de aglomerações de pessoas ou
anterior. animais;
3 — Os veículos de polícia e os veículos afectos à e) Nas descidas de inclinação acentuada;
prestação de socorro ou de serviço urgente de interesse f) Nas curvas, cruzamentos, entroncamentos, rotun-
público podem utilizar avisadores luminosos especiais, das, lombas e outros locais de visibilidade
cujas características e condições de utilização são fixadas reduzida;
em regulamento. g) Nas pontes, túneis e passagens de nível;
4 — Os veículos que, em razão do serviço a que se h) Nos troços de via em mau estado de conser-
destinam, devam parar na via pública ou deslocar-se
vação, molhados, enlameados ou que ofereçam
em marcha lenta devem utilizar avisadores luminosos
especiais, cujas características e condições de utilização precárias condições de aderência;
são fixadas em regulamento. i) Nos locais assinalados com sinais de perigo;
5 — Não é permitida em quaisquer outros veículos j) Sempre que exista grande intensidade de trân-
a instalação ou utilização dos avisadores referidos nos sito.
números anteriores.
6 — Quem infringir o disposto nos n.os 2 e 4 é san- 2 — Quem infringir o disposto no número anterior
cionado com coima de E 60 a E 300. é sancionado com coima de E 120 a E 600.
1590 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 38 — 23 de Fevereiro de 2005

Artigo 26.o mais grave não for aplicável por força de outra dis-
posição legal.
Marcha lenta
Artigo 27.o
1 — Os condutores não devem transitar em marcha Limites gerais de velocidade
cuja lentidão cause embaraço injustificado aos restantes 1 — Sem prejuízo do disposto nos artigos 24.o e 25.o
utentes da via. e de limites inferiores que lhes sejam impostos, os con-
2 — Quem infringir o disposto no número anterior dutores não podem exceder as seguintes velocidades ins-
é sancionado com coima de E 60 a E 300, se sanção tantâneas (em quilómetros/hora):

Vias reservadas
Dentro Restantes
Auto-estradas a automóveis
das localidades vias públicas
e motociclos

Ciclomotores e quadriciclos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40 – – 45
Motociclos:
De cilindrada superior a 50 cm3 e sem carro lateral . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50 120 100 90
Com carro lateral ou com reboque . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50 100 80 70
De cilindrada não superior a 50 cm3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40 – – 60

Triciclos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50 100 90 80
Automóveis ligeiros de passageiros e mistos:
Sem reboque . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50 120 100 90
Com reboque . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50 100 80 70

Automóveis ligeiros de mercadorias:


Sem reboque . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50 110 90 80
Com reboque . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50 90 80 70

Automóveis pesados de passageiros:


Sem reboque . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50 100 90 80
Com reboque . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50 90 90 70

Automóveis pesados de mercadorias:


Sem reboque ou com semi-reboque . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50 90 80 80
Com reboque . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40 80 70 70

Tractores agrícolas ou florestais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30 – – 40


Máquinas agrícolas, motocultivadores e tractocarros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 – – 20
Máquinas industriais:
Sem matrícula . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30 – – 30
Com matrícula . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40 80 70 70

2 — Quem exceder os limites máximos de velocidade 2.o De E 120 a E 600, se exceder em mais
é sancionado: de 10 km/h e até 20 km/h, dentro das
localidades, ou em mais de 20 km/h e
a) Se conduzir automóvel ligeiro ou motociclo, até 40 km/h, fora das localidades;
com as seguintes coimas: 3.o De E 300 a E 1500, se exceder em mais
1.o De E 60 a E 300, se exceder até 20 km/h, de 20 km/h e até 40 km/h, dentro das
dentro das localidades, ou até 30 km/h, localidades, ou em mais de 40 km/h e
fora das localidades; até 60 km/h, fora das localidades;
2.o De E 120 a E 600, se exceder em mais 4.o De E 500 a E 2500, se exceder em mais
de 20 km/h e até 40 km/h, dentro das de 40 km/h, dentro das localidades, ou
localidades, ou em mais de 30 km/h e em mais de 60 km/h, fora das localidades.
até 60 km/h, fora das localidades;
3.o De E 300 a E 1500, se exceder em mais 3 — O disposto no número anterior é também apli-
de 40 km/h e até 60 km/h, dentro das cável aos condutores que excedam os limites máximos
localidades, ou mais de 60 km/h e até de velocidade que lhes tenham sido estabelecidos ou
80 km/h, fora das localidades; que tenham sido especialmente fixados para os veículos
4.o De E 500 a E 2500, se exceder em mais que conduzem.
de 60 km/h, dentro das localidades, ou 4 — Para os efeitos do disposto nos números ante-
em mais de 80 km/h, fora das localidades; riores, considera-se que viola os limites máximos de velo-
cidade instantânea o condutor que percorrer uma deter-
b) Se conduzir outros veículos, com as seguintes minada distância a uma velocidade média incompatível
coimas: com a observância daqueles limites, entendendo-se que
a contra-ordenação é praticada no local em que terminar
1.o De E 60 a E 300, se exceder até 10 km/h, o percurso controlado.
dentro das localidades, ou até 20 km/h, 5 — Sem prejuízo do disposto nos números anterio-
fora das localidades; res, quando a velocidade for controlada através de tacó-
N.o 38 — 23 de Fevereiro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 1591

grafo e tiver sido excedido o limite máximo de velocidade SUBSECÇÃO II


permitido ao veículo, considera-se que a contra-orde- Cruzamentos, entroncamentos e rotundas
nação é praticada no local onde for efectuado o controlo.
6 — Sem prejuízo do disposto no artigo 26.o, nas auto- Artigo 30.o
-estradas os condutores não podem transitar a veloci-
Regra geral
dade instantânea inferior a 50 km/h.
7 — Quem conduzir a velocidade inferior ao limite 1 — Nos cruzamentos e entroncamentos o condutor
estabelecido no número anterior é sancionado com coima deve ceder a passagem aos veículos que se lhe apre-
de E 60 a E 300. sentem pela direita.
2 — Quem infringir o disposto no número anterior
Artigo 28.o é sancionado com coima de E 120 a E 600.
Limites especiais de velocidade
Artigo 31.o
1 — Sempre que a intensidade do trânsito ou as carac-
terísticas das vias o aconselhem podem ser fixados, para Cedência de passagem em certas vias ou troços
vigorar em certas vias, troços de via ou períodos: 1 — Deve sempre ceder a passagem o condutor:
a) Limites mínimos de velocidade instantânea; a) Que saia de um parque de estacionamento, de
b) Limites máximos de velocidade instantânea uma zona de abastecimento de combustível ou
inferiores ou superiores aos estabelecidos no de qualquer prédio ou caminho particular;
n.o 1 do artigo anterior. b) Que entre numa auto-estrada ou numa via reser-
vada a automóveis e motociclos, pelos respec-
tivos ramais de acesso;
2 — Os limites referidos no número anterior devem c) Que entre numa rotunda.
ser sinalizados ou, se temporários e não sendo possível
a sinalização, divulgados pelos meios de comunicação 2 — Todo o condutor é obrigado a ceder a passagem
social, afixação de painéis de informação ou outro meio aos veículos que saiam de uma passagem de nível.
adequado. 3 — Quem infringir o disposto no n.o 1 é sancionado
3 — A circulação de veículos a motor na via pública com coima de E 120 a E 600, salvo se se tratar do
pode ser condicionada à incorporação de dispositivos disposto na alínea b), caso em que a coima é de E 250
limitadores de velocidade, nos termos fixados em a E 1250.
regulamento. 4 — Quem infringir o disposto no n.o 2 é sancionado
4 — Os automóveis ligeiros de mercadorias e os auto- com coima de E 250 a E 1250.
móveis pesados devem ostentar à retaguarda a indicação
dos limites máximos de velocidade a que nos termos Artigo 32.o
do n.o 1 do artigo 27.o estão sujeitos fora das localidades, Cedência de passagem a certos veículos
nas condições a fixar em regulamento.
5 — É aplicável às infracções aos limites máximos 1 — Sem prejuízo do disposto no n.o 1 do artigo ante-
estabelecidos nos termos deste artigo o disposto nos rior, os condutores devem ceder a passagem às colunas
n.os 2 e 4 do artigo anterior. militares ou militarizadas, bem como às escoltas poli-
6 — Quem infringir os limites mínimos de velocidade ciais.
2 — Nos cruzamentos e entroncamentos os condu-
instantânea estabelecidos nos termos deste artigo é san- tores devem ceder passagem aos veículos que se des-
cionado com coima de E 60 a E 300. loquem sobre carris.
7 — Quem infringir o disposto no n.o 4 é sancionado 3 — As colunas e as escoltas a que se refere o n.o 1,
com coima de E 30 a E 150. bem como os condutores de veículos que se desloquem
sobre carris, devem tomar as precauções necessárias
para não embaraçar o trânsito e para evitar acidentes.
SECÇÃO IV 4 — O condutor de um velocípede, de um veículo
de tracção animal ou de animais deve ceder a passagem
Cedência de passagem aos veículos a motor, salvo nos casos referidos nas alí-
neas a) e c) do n.o 1 do artigo anterior.
SUBSECÇÃO I 5 — Quem infringir o disposto nos números anterio-
res é sancionado com coima de E 120 a E 600.
Princípio geral
SUBSECÇÃO III
Artigo 29.o Cruzamento de veículos
Princípio geral
Artigo 33.o
1 — O condutor sobre o qual recaia o dever de ceder
Impossibilidade de cruzamento
a passagem deve abrandar a marcha, se necessário parar,
ou, em caso de cruzamento de veículos, recuar, por 1 — Se não for possível o cruzamento entre dois veí-
forma a permitir a passagem de outro veículo, sem alte- culos que transitem em sentidos opostos, deve obser-
ração da velocidade ou direcção deste. var-se o seguinte:
2 — O condutor com prioridade de passagem deve a) Quando a faixa de rodagem se encontrar par-
observar as cautelas necessárias à segurança do trânsito. cialmente obstruída, deve ceder a passagem o
3 — Quem infringir o disposto nos números anterio- condutor que tiver de utilizar a parte esquerda
res é sancionado com coima de E 120 a E 600. da faixa de rodagem para contornar o obstáculo;
1592 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 38 — 23 de Fevereiro de 2005

b) Quando a faixa de rodagem for demasiada- Artigo 37.o


mente estreita ou se encontrar obstruída de Excepções
ambos os lados, deve ceder a passagem o con-
dutor do veículo que chegar depois ao troço 1 — Deve fazer-se pela direita a ultrapassagem de
ou, se se tratar de via de forte inclinação, o veículos ou animais cujo condutor, assinalando devida-
condutor do veículo que desce. mente a sua intenção, pretenda mudar de direcção para
a esquerda ou, numa via de sentido único, parar ou
2 — Se for necessário efectuar uma manobra de mar- estacionar à esquerda, desde que, em qualquer caso,
cha atrás, deve recuar o condutor do veículo que estiver tenha deixado livre a parte mais à direita da faixa de
mais próximo do local em que o cruzamento seja possível rodagem.
ou, se as distâncias forem idênticas, os condutores: 2 — Pode fazer-se pela direita a ultrapassagem de
veículos que transitem sobre carris desde que estes não
a) De veículos ligeiros, perante veículos pesados;
utilizem esse lado da faixa de rodagem e:
b) De automóveis pesados de mercadorias, perante
automóveis pesados de passageiros; a) Não estejam parados para a entrada ou saída
c) De qualquer veículo, perante um conjunto de de passageiros;
veículos; b) Estando parados para a entrada ou saída de
d) Perante veículos da mesma categoria, aquele passageiros, exista placa de refúgio para peões.
que for a subir, salvo se for manifestamente mais
fácil a manobra para o condutor do veículo que 3 — Quem infringir o disposto no n.o 1 é sancionado
desce. com coima de E 120 a E 600.

3 — Quem infringir o disposto nos números anterio- Artigo 38.o


res é sancionado com coima de E 60 a E 300.
Realização da manobra

Artigo 34.o 1 — O condutor de veículo não deve iniciar a ultra-


passagem sem se certificar de que a pode realizar sem
Veículos de grandes dimensões
perigo de colidir com veículo que transite no mesmo
1 — Sempre que a largura livre da faixa de rodagem, sentido ou em sentido contrário.
o perfil transversal ou o estado de conservação da via 2 — O condutor deve, especialmente, certificar-se de
não permitam que o cruzamento se faça com a necessária que:
segurança, os condutores de veículos ou de conjuntos a) A faixa de rodagem se encontra livre na extensão
de veículos de largura superior a 2 m ou cujo com- e largura necessárias à realização da manobra
primento, incluindo a carga, exceda 8 m devem diminuir com segurança;
a velocidade e parar, se necessário, a fim de o facilitar. b) Pode retomar a direita sem perigo para aqueles
2 — Quem infringir o disposto no número anterior que aí transitam;
é sancionado com coima de E 60 a E 300. c) Nenhum condutor que siga na mesma via ou
na que se situa imediatamente à esquerda ini-
SECÇÃO V ciou manobra para o ultrapassar;
d) O condutor que o antecede na mesma via não
Algumas manobras em especial assinalou a intenção de ultrapassar um terceiro
veículo ou de contornar um obstáculo.
SUBSECÇÃO I
Princípio geral 3 — O condutor deve retomar a direita logo que con-
clua a manobra e o possa fazer sem perigo.
4 — Quem infringir o disposto nos números anterio-
Artigo 35.o
res é sancionado com coima de E 120 a E 600.
Disposição comum

1 — O condutor só pode efectuar as manobras de Artigo 39.o


ultrapassagem, mudança de direcção ou de via de trân- Obrigação de facultar a ultrapassagem
sito, inversão do sentido de marcha e marcha atrás em
local e por forma que da sua realização não resulte 1 — Todo o condutor deve, sempre que não haja
perigo ou embaraço para o trânsito. obstáculo que o impeça, facultar a ultrapassagem, des-
2 — Quem infringir o disposto no número anterior viando-se o mais possível para a direita ou, nos casos
é sancionado com coima de E 120 a E 600. previstos no n.o 1 do artigo 37.o, para a esquerda e
não aumentando a velocidade enquanto não for ultra-
passado.
SUBSECÇÃO II 2 — Quem infringir o disposto no número anterior
Ultrapassagem é sancionado com coima de E 120 a E 600.

Artigo 36.o Artigo 40.o


Regra geral Veículos de marcha lenta

1 — A ultrapassagem deve efectuar-se pela esquerda. 1 — Fora das localidades, em vias cuja faixa de roda-
2 — Quem infringir o disposto no número anterior gem só tenha uma via de trânsito afecta a cada sentido,
é sancionado com coima de E 250 a E 1250. os condutores de automóveis pesados, de veículos agrí-
N.o 38 — 23 de Fevereiro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 1593

colas, de máquinas industriais, de veículos de tracção dência e quanto possível, do limite direito da faixa de
animal ou de outros veículos que transitem em marcha rodagem e efectuar a manobra no trajecto mais curto.
lenta devem manter em relação aos veículos que os pre- 2 — Quem infringir o disposto no número anterior
cedem uma distância não inferior a 50 m que permita é sancionado com coima de E 60 a E 300.
a sua ultrapassagem com segurança.
2 — Não é aplicável o disposto no número anterior Artigo 44.o
sempre que os condutores dos veículos aí referidos se
preparem para fazer uma ultrapassagem e tenham assi- Mudança de direcção para a esquerda
nalado devidamente a sua intenção. 1 — O condutor que pretenda mudar de direcção para
3 — Sempre que a largura livre da faixa de rodagem, a esquerda deve aproximar-se, com a necessária ante-
o seu perfil ou o estado de conservação da via não per- cedência e o mais possível, do limite esquerdo da faixa
mitam que a ultrapassagem se faça em termos normais de rodagem ou do eixo desta, consoante a via esteja
com a necessária segurança, os condutores dos veículos afecta a um ou a ambos os sentidos de trânsito, e efectuar
referidos no n.o 1 devem reduzir a velocidade e parar, a manobra de modo a entrar na via que pretende tomar
se necessário, para facilitar a ultrapassagem. pelo lado destinado ao seu sentido de circulação.
4 — Quem infringir o disposto nos n.os 1 e 3 é san- 2 — Se tanto na via que vai abandonar como naquela
cionado com coima de E 60 a E 300. em que vai entrar o trânsito se processa nos dois sen-
tidos, o condutor deve efectuar a manobra de modo
Artigo 41.o a dar a esquerda ao centro de intersecção das duas vias.
3 — Quem infringir o disposto nos números anterio-
Ultrapassagens proibidas res é sancionado com coima de E 60 a E 300.
1 — É proibida a ultrapassagem:
a) Nas lombas; SUBSECÇÃO IV
b) Imediatamente antes e nas passagens de nível; Inversão do sentido de marcha
c) Imediatamente antes e nos cruzamentos e
entroncamentos; Artigo 45.o
d) Imediatamente antes e nas passagens assinala-
das para a travessia de peões; Lugares em que é proibida
e) Nas curvas de visibilidade reduzida; 1 — É proibido inverter o sentido de marcha:
f) Em todos os locais de visibilidade insuficiente;
g) Sempre que a largura da faixa de rodagem seja a) Nas lombas;
insuficiente. b) Nas curvas, cruzamentos ou entroncamentos de
visibilidade reduzida;
2 — É proibida a ultrapassagem de um veículo que c) Nas pontes, passagens de nível e túneis;
esteja a ultrapassar um terceiro. d) Onde quer que a visibilidade seja insuficiente
3 — Não é aplicável o disposto nas alíneas a) a c) ou que a via, pela sua largura ou outras carac-
e e) do n.o 1 e no n.o 2 sempre que na faixa de rodagem terísticas, seja inapropriada à realização da
sejam possíveis duas ou mais filas de trânsito no mesmo manobra;
sentido, desde que a ultrapassagem se não faça pela e) Sempre que se verifique grande intensidade de
parte da faixa de rodagem destinada ao trânsito em trânsito.
sentido oposto.
4 — Não é, igualmente, aplicável o disposto na alí- 2 — Quem infringir o disposto no número anterior
nea c) do n.o 1 sempre que a ultrapassagem se faça é sancionado com coima de E 120 a E 600.
pela direita nos termos do n.o 1 do artigo 37.o
5 — Quem infringir o disposto nos n.os 1 e 2 é san- SUBSECÇÃO V
cionado com coima de E 120 a E 600. Marcha atrás

Artigo 42.o Artigo 46.o


Pluralidade de vias e trânsito em filas paralelas Realização da manobra

Nos casos previstos nos n.os 2 e 3 do artigo 14.o e 1 — A marcha atrás só é permitida como manobra
no artigo 15.o, o facto de os veículos de uma fila cir- auxiliar ou de recurso e deve efectuar-se lentamente
cularem mais rapidamente que os de outra não é con- e no menor trajecto possível.
siderado ultrapassagem para os efeitos previstos neste 2 — Quem infringir o disposto no número anterior
Código. é sancionado com coima de E 30 a E 150.

Artigo 47.o
SUBSECÇÃO III
Lugares em que é proibida
Mudança de direcção
1 — Sem prejuízo do disposto no n.o 2 do artigo 33.o
para o cruzamento de veículos, a marcha atrás é
Artigo 43.o
proibida:
Mudança de direcção para a direita
a) Nas lombas;
1 — O condutor que pretenda mudar de direcção para b) Nas curvas, rotundas e cruzamentos ou entron-
a direita deve aproximar-se, com a necessária antece- camentos de visibilidade reduzida;
1594 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 38 — 23 de Fevereiro de 2005

c) Nas pontes, passagens de nível e túneis; f) Nas pistas de velocípedes, nos ilhéus direccio-
d) Onde quer que a visibilidade seja insuficiente nais, nas placas centrais das rotundas, nos pas-
ou que a via, pela sua largura ou outras carac- seios e demais locais destinados ao trânsito de
terísticas, seja inapropriada à realização da peões;
manobra; g) Na faixa de rodagem sempre que esteja sina-
e) Sempre que se verifique grande intensidade de lizada com linha longitudinal contínua e a dis-
trânsito. tância entre esta e o veículo seja inferior a 3 m.

2 — Quem infringir o disposto no número anterior 2 — Fora das localidades, é ainda proibido:
é sancionado com coima de E 120 a E 600.
a) Parar ou estacionar a menos de 50 m para um
e outro lado dos cruzamentos, entroncamentos,
SUBSECÇÃO VI
rotundas, curvas ou lombas de visibilidade
Paragem e estacionamento reduzida;
b) Estacionar nas faixas de rodagem;
Artigo 48.o c) Parar na faixa de rodagem, salvo nas condições
Como devem efectuar-se previstas no n.o 3 do artigo anterior.
1 — Considera-se paragem a imobilização de um veí- 3 — Quem infringir o disposto no n.o 1 é sancionado
culo pelo tempo estritamente necessário para a entrada com coima de E 30 a E 150, salvo se se tratar de paragem
ou saída de passageiros ou para breves operações de ou estacionamento nas passagens de peões ou de velo-
carga ou descarga, desde que o condutor esteja pronto cípedes e nos passeios, impedindo a passagem de peões,
a retomar a marcha e o faça sempre que estiver a impedir caso em que a coima é de E 60 a E 300.
ou a dificultar a passagem de outros veículos. 4 — Quem infringir o disposto no n.o 2 é sancionado
2 — Considera-se estacionamento a imobilização de com coima de E 60 a E 300, salvo se se tratar de esta-
um veículo que não constitua paragem e que não seja cionamento de noite nas faixas de rodagem, caso em
motivada por circunstâncias próprias da circulação. que a coima é de E 250 a E 1250.
3 — Fora das localidades, a paragem e o estaciona-
mento devem fazer-se fora das faixas de rodagem ou,
sendo isso impossível e apenas no caso de paragem, Artigo 50.o
o mais próximo possível do respectivo limite direito,
paralelamente a este e no sentido da marcha. Proibição de estacionamento
4 — Dentro das localidades, a paragem e o estacio-
1 — É proibido o estacionamento:
namento devem fazer-se nos locais especialmente des-
tinados a esse efeito e pela forma indicada ou na faixa a) Impedindo o trânsito de veículos ou obrigando
de rodagem, o mais próximo possível do respectivo limite à utilização da parte da faixa de rodagem des-
direito, paralelamente a este e no sentido da marcha. tinada ao sentido contrário, conforme o trânsito
5 — Ao estacionar o veículo, o condutor deve deixar se faça num ou em dois sentidos;
os intervalos indispensáveis à saída de outros veículos, b) Nas faixas de rodagem, em segunda fila, e em
à ocupação dos espaços vagos e ao fácil acesso aos pré- todos os lugares em que impeça o acesso a veí-
dios, bem como tomar as precauções indispensáveis para culos devidamente estacionados, a saída destes
evitar que aquele se ponha em movimento. ou a ocupação de lugares vagos;
6 — Quem infringir o disposto nos n.os 4 e 5 é san- c) Nos lugares por onde se faça o acesso de pessoas
cionado com coima de E 30 a E 150. ou veículos a propriedades, a parques ou a luga-
res de estacionamento;
Artigo 49.o d) A menos de 10 m para um e outro lado das
Proibição de paragem ou estacionamento passagens de nível;
e) A menos de 5 m para um e outro lado dos postos
1 — É proibido parar ou estacionar: de abastecimento de combustíveis;
a) Nas rotundas, pontes, túneis, passagens de nível, f) Nos locais reservados, mediante sinalização, ao
passagens inferiores ou superiores e em todos estacionamento de determinados veículos;
os lugares de visibilidade insuficiente; g) De veículos agrícolas, máquinas industriais,
b) A menos de 5 m para um e outro lado dos cru- reboques ou semi-reboques quando não atre-
zamentos, entroncamentos ou rotundas, sem lados ao veículo tractor, salvo nos parques de
prejuízo do disposto na alínea e) do presente estacionamento especialmente destinados a esse
número e na alínea a) do n.o 2; efeito;
c) A menos de 5 m para a frente e 25 m para trás h) Nas zonas de estacionamento de duração limi-
dos sinais indicativos da paragem dos veículos tada quando não for cumprido o respectivo
de transporte colectivo de passageiros ou a regulamento;
menos de 6 m para trás daqueles sinais quando i) De veículos ostentando qualquer informação
os referidos veículos transitem sobre carris; com vista à sua transacção, em parques de
d) A menos de 5 m antes e nas passagens assi- estacionamento.
naladas para a travessia de peões ou de velo-
cípedes; 2 — Quem infringir o disposto no número anterior
e) A menos de 20 m antes dos sinais verticais ou é sancionado com coima de E 30 a E 150, salvo se
luminosos se a altura dos veículos, incluindo a se tratar do disposto nas alíneas c), f) e i), casos em
respectiva carga, os encobrir; que a coima é de E 60 a E 300.
N.o 38 — 23 de Fevereiro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 1595

Artigo 51.o lação especial ou salvo em condições excepcionais fixa-


Contagem das distâncias
das em regulamento.
5 — Quem infringir o disposto no n.o 1 é sancionado
As distâncias a que se referem as alíneas b) do n.o 1 com coima de E 30 a E 150.
e a) do n.o 2 do artigo 49.o contam-se: 6 — Quem infringir o disposto nos n.os 3 e 4 é san-
cionado com coima de E 60 a E 300, aplicável por cada
a) Do início ou fim da curva ou lomba;
pessoa transportada indevidamente, devendo o veículo
b) Do prolongamento do limite mais próximo da
ficar imobilizado até que a situação seja regularizada.
faixa de rodagem transversal, nos restantes
casos.
Artigo 52.o Artigo 55.o
Paragem de veículos de transporte colectivo Transporte de crianças em automóvel

1 — Nas faixas de rodagem, o condutor de veículo 1 — As crianças com menos de 12 anos de idade e
utilizado no transporte colectivo de passageiros só pode menos de 150 cm de altura, transportadas em automó-
parar para a entrada e saída de passageiros nos locais veis equipados com cintos de segurança, devem ser segu-
especialmente destinados a esse fim. ras por sistema de retenção homologado e adaptado
2 — No caso de não existirem os locais referidos no ao seu tamanho e peso.
número anterior, a paragem deve ser feita o mais pró- 2 — O transporte das crianças referidas no número
ximo possível do limite direito da faixa de rodagem. anterior deve ser efectuado no banco da retaguarda,
3 — Quem infringir o disposto nos números anterio- salvo nas seguintes situações:
res é sancionado com coima de E 30 a E 150.
a) Se a criança tiver idade inferior a 3 anos e o
transporte se fizer utilizando sistema de reten-
SECÇÃO VI ção virado para a retaguarda, não podendo,
neste caso, estar activada a almofada de ar fron-
Transporte de pessoas e de carga tal no lugar do passageiro;
b) Se a criança tiver idade igual ou superior a
Artigo 53.o 3 anos e o automóvel não dispuser de cintos
Regras gerais de segurança no banco da retaguarda, ou não
dispuser deste banco.
1 — É proibido entrar, sair, carregar, descarregar ou
abrir as portas dos veículos sem que estes estejam com- 3 — Nos automóveis que não estejam equipados com
pletamente imobilizados. cintos de segurança é proibido o transporte de crianças
2 — A entrada ou saída de pessoas e as operações de idade inferior a 3 anos.
de carga ou descarga devem fazer-se o mais rapidamente
4 — Nos automóveis destinados ao transporte público
possível, salvo se o veículo estiver devidamente esta-
de passageiros podem ser transportadas crianças sem
cionado e as pessoas ou a carga não ocuparem a faixa
observância do disposto nos números anteriores, desde
de rodagem e sempre de modo a não causar perigo
que não o sejam nos bancos da frente.
ou embaraço para os outros utentes.
5 — Quem infringir o disposto nos números anterio-
3 — Quem infringir o disposto nos números anterio-
res é sancionado com coima de E 120 a E 600 por
res é sancionado com coima de E 30 a E 150.
cada criança transportada indevidamente.

Artigo 54.o
Artigo 56.o
Transporte de pessoas
Transporte de carga
1 — As pessoas devem entrar e sair pelo lado direito
ou esquerdo do veículo, consoante este esteja parado 1 — A carga e a descarga devem ser feitas pela reta-
ou estacionado à direita ou à esquerda da faixa de guarda ou pelo lado da faixa de rodagem junto de cujo
rodagem. limite o veículo esteja parado ou estacionado.
2 — Exceptuam-se: 2 — É proibido o trânsito de veículos ou animais car-
regados por tal forma que possam constituir perigo ou
a) A entrada e saída do condutor, quando o volante
embaraço para os outros utentes da via ou danificar
de direcção do veículo se situar no lado oposto
os pavimentos, instalações, obras de arte e imóveis
ao da paragem ou estacionamento;
marginais.
b) A entrada e saída dos passageiros que ocupem
3 — Na disposição da carga deve prover-se a que:
o banco da frente, quando o volante de direcção
do veículo se situar no lado da paragem ou a) Fique devidamente assegurado o equilíbrio do
estacionamento; veículo, parado ou em marcha;
c) Os casos especialmente previstos em regula- b) Não possa vir a cair sobre a via ou a oscilar
mentos locais, para os veículos de transporte por forma que torne perigoso ou incómodo o
colectivo de passageiros. seu transporte ou provoque a projecção de detri-
tos na via pública;
3 — É proibido o transporte de pessoas em número c) Não reduza a visibilidade do condutor;
que exceda a lotação do veículo ou de modo a com- d) Não arraste pelo pavimento;
prometer a sua segurança ou a segurança da condução. e) Não seja excedida a capacidade dos animais;
4 — É igualmente proibido o transporte de passagei- f) Não seja excedida a altura de 4 m a contar do
ros fora dos assentos, sem prejuízo do disposto em legis- solo;
1596 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 38 — 23 de Fevereiro de 2005

g) Tratando-se de veículos destinados ao trans- 6 — O não cumprimento dos limites de peso e dimen-
porte de passageiros, aquela não prejudique a sões ou do percurso fixados no regulamento a que se
correcta identificação dos dispositivos de sina- refere o n.o 1 ou constantes da autorização concedida
lização, de iluminação e da chapa de matrícula nos termos do n.o 2 é sancionado com coima de E 600
e não ultrapasse os contornos envolventes do a E 3000.
veículo, salvo em condições excepcionais fixadas 7 — O não cumprimento de outras condições impos-
em regulamento; tas pelo mesmo regulamento ou constantes da auto-
h) Tratando-se de veículos destinados ao trans- rização é sancionado com coima de E 120 a E 600.
porte de mercadorias, aquela se contenha em 8 — Nos casos previstos nos n.os 6 e 7 pode ser deter-
comprimento e largura nos limites da caixa, minada a imobilização do veículo ou a sua deslocação
salvo em condições excepcionais fixadas em para local apropriado até que a situação se encontre
regulamento; regularizada.
i) Tratando-se de transporte de mercadorias a gra- SECÇÃO VIII
nel, aquela não exceda a altura definida pelo
bordo superior dos taipais ou dispositivos aná- Iluminação
logos.
Artigo 59.o
4 — Consideram-se contornos envolventes do veículo Regras gerais
os planos verticais que passam pelos seus pontos
extremos. 1 — Os dispositivos de iluminação de sinalização
5 — Quem infringir o disposto nos n.os 1 e 2 é san- luminosa e os reflectores que devem equipar os veículos,
cionado com coima de E 60 a E 300. bem como as respectivas características, são fixados em
6 — Quem infringir o disposto no n.o 3 é sancionado regulamento.
com coima de E 120 a E 600, se sanção mais grave 2 — É proibida a utilização de luz ou reflector ver-
não for aplicável, podendo ser determinada a imobi- melho dirigidos para a frente ou de luz ou reflector
lização do veículo ou a sua deslocação para local apro- branco dirigidos para a retaguarda, salvo:
priado, até que a situação se encontre regularizada. a) Luz de marcha atrás e da chapa de matrícula;
b) Avisadores luminosos especiais previstos no
SECÇÃO VII
artigo 23.o;
c) Dispositivos de iluminação e de sinalização uti-
Limites de peso e dimensão dos veículos lizados nos veículos que circulam ao abrigo do
disposto no artigo 58.o
Artigo 57.o
Proibição de trânsito
3 — É sancionado com coima de E 60 a E 300 quem:
a) Conduzir veículo que não disponha de algum
1 — Não podem transitar nas vias públicas os veículos ou alguns dos dispositivos previstos no regula-
cujos pesos brutos, pesos por eixo ou dimensões excedam mento referido no n.o 1;
os limites gerais fixados em regulamento. b) Puser em circulação veículo utilizando dispo-
2 — Quem infringir o disposto no número anterior sitivos não previstos no mesmo regulamento ou
é sancionado com coima de E 600 a E 3000. que, estando previstos, não obedeçam às carac-
terísticas ou modos de instalação nele fixados;
Artigo 58.o c) Infringir o disposto no n.o 2.
Autorização especial
4 — É sancionado com coima de E 30 a E 150 quem:
1 — Nas condições fixadas em regulamento, pode ser
a) Conduzir veículo que não disponha de algum
permitido pela entidade competente o trânsito de veí-
ou alguns dos reflectores previstos no regula-
culos de peso ou dimensões superiores aos legalmente
mento referido no n.o 1;
fixados ou que transportem objectos indivisíveis que b) Puser em circulação veículo utilizando reflec-
excedam os limites da respectiva caixa. tores não previstos no mesmo regulamento ou
2 — Do regulamento referido no número anterior que, estando previstos, não obedeçam às carac-
devem constar as situações em que o trânsito daqueles terísticas ou modos de instalação nele fixados;
veículos depende de autorização especial. c) Sem prejuízo do disposto no n.o 2 do artigo 62.o,
3 — Considera-se objecto indivisível aquele que não conduzir veículo com avaria em algum ou alguns
pode ser cindido sem perda do seu valor económico dos dispositivos previstos no n.o 1.
ou da sua função.
4 — Pode ser exigida aos proprietários dos veículos
a prestação de caução ou seguro destinados a garantir Artigo 60.o
a efectivação da responsabilidade civil pelos danos que Utilização de luzes
lhes sejam imputáveis, assim como outras garantias
necessárias ou convenientes à segurança do trânsito, ou 1 — Os dispositivos de iluminação a utilizar pelos con-
relativas à manutenção das condições técnicas e de segu- dutores são os seguintes:
rança do veículo. a) Luz de estrada (máximos), destinada a iluminar
5 — Quem, no acto da fiscalização, não exibir auto- a via para a frente do veículo numa distância
rização, quando exigível, é sancionado com coima de não inferior a 100 m;
E 600 a E 3000, salvo se proceder à sua apresentação b) Luz de cruzamento (médios), destinada a ilu-
no prazo de oito dias à autoridade indicada pelo agente minar a via para a frente do veículo numa dis-
de fiscalização, caso em que a coima é de E 60 a E 300. tância até 30 m;
N.o 38 — 23 de Fevereiro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 1597

c) Luz de nevoeiro da frente, destinada a melhorar 5 — Salvo o disposto no número seguinte e se sanção
a iluminação da estrada em caso de nevoeiro mais grave não for aplicável por força de disposição
ou outras situações de visibilidade reduzida; especial, quem infringir o disposto nos números ante-
d) Luz de marcha atrás, destinada a iluminar a riores é sancionado com coima de E 30 a E 150.
estrada para a retaguarda do veículo e avisar 6 — Quem utilizar os máximos no cruzamento com
os outros utentes que o veículo faz ou vai fazer outros veículos, pessoas ou animais ou quando o veículo
marcha atrás. transite a menos de 100 m daquele que o precede ou
ainda durante a paragem ou detenção da marcha do
2 — Os dispositivos de sinalização luminosa a utilizar veículo é sancionado com coima de E 60 a E 300.
pelos condutores são os seguintes:
a) Luzes de presença, destinadas a assinalar a pre- Artigo 62.o
sença e a largura do veículo, quando visto de Avaria nas luzes
frente e da retaguarda, tomando as da frente
a designação «mínimos»; 1 — Sempre que, nos termos do n.o 1 do artigo ante-
b) Luz de mudança de direcção, destinada a indicar rior, seja obrigatória a utilização de dispositivos de ilu-
aos outros utentes a intenção de mudar de minação e de sinalização luminosa, é proibido o trânsito
direcção; de veículos com avaria dos dispositivos referidos na alí-
c) Luzes avisadoras de perigo, destinadas a assi- nea b) do n.o 1 e no n.o 2 do artigo 60.o, salvo o disposto
nalar que o veículo representa um perigo espe- no número seguinte.
cial para os outros utentes e constituídas pelo 2 — O trânsito de veículos com avaria nas luzes é
funcionamento simultâneo de todos os indica- permitido quando os mesmos disponham de, pelo
dores de mudança de direcção; menos:
d) Luz de travagem, destinada a indicar aos outros
utentes o accionamento do travão de serviço; a) Dois médios, ou um médio do lado esquerdo
e) Luz de nevoeiro da retaguarda, destinada a tor- e dois mínimos para a frente, um indicador de
nar mais visível o veículo em caso de nevoeiro presença no lado esquerdo e uma das luzes de
intenso ou de outras situações de redução sig- travagem, quando obrigatória, à retaguarda; ou
nificativa de visibilidade. b) Luzes avisadoras de perigo, caso em que apenas
podem transitar pelo tempo estritamente neces-
sário até um local de paragem ou estacio-
Artigo 61.o namento.
Condições de utilização das luzes
3 — A avaria nas luzes, quando ocorra em auto-es-
1 — Desde o anoitecer ao amanhecer e, ainda, trada ou via reservada a automóveis e motociclos, impõe
durante o dia sempre que existam condições meteo- a imediata imobilização do veículo fora da faixa de roda-
rológicas ou ambientais que tornem a visibilidade insu- gem, salvo se aquele dispuser das luzes referidas na
ficiente, nomeadamente em caso de nevoeiro, chuva alínea a) do número anterior, caso em que a circulação
intensa, queda de neve, nuvens de fumo ou pó, os con- é permitida até à área de serviço ou saída mais próxima.
dutores devem utilizar as seguintes luzes: 4 — Quem infringir o disposto nos números anterio-
a) De presença, enquanto aguardam a abertura de res é sancionado com coima de E 60 a E 300, devendo
passagem de nível e ainda durante a paragem o documento de identificação do veículo ser apreendido
ou o estacionamento, em locais cuja iluminação nos termos e para os efeitos previstos na alínea f) do
não permita o fácil reconhecimento do veículo n.o 1 e no n.o 6 do artigo 161.o
à distância de 100 m;
b) De cruzamento, em locais cuja iluminação per- Artigo 63.o
mita ao condutor uma visibilidade não inferior
a 100 m, no cruzamento com outros veículos, Sinalização de perigo
pessoas ou animais, quando o veículo transite
1 — Quando o veículo represente um perigo especial
a menos de 100 m daquele que o precede, na
para os outros utentes da via devem ser utilizadas as
aproximação de passagem de nível fechada ou
luzes avisadoras de perigo.
durante a paragem ou detenção da marcha do
2 — Os condutores devem também utilizar as luzes
veículo;
referidas no número anterior em caso de súbita redução
c) De estrada, nos restantes casos;
da velocidade provocada por obstáculo imprevisto ou
d) De nevoeiro, sempre que as condições meteo-
por condições meteorológicas ou ambientais especiais.
rológicas ou ambientais o imponham, nos veí-
3 — Os condutores devem ainda utilizar as luzes refe-
culos que com elas devam estar equipados.
ridas no n.o 1, desde que estas se encontrem em con-
dições de funcionamento:
2 — É proibido o uso das luzes de nevoeiro sempre
que as condições meteorológicas ou ambientais o não a) Em caso de imobilização forçada do veículo por
justifiquem. acidente ou avaria, sempre que o mesmo repre-
3 — Sem prejuízo do disposto no n.o 1, os condutores sente um perigo para os demais utentes da via;
de veículos afectos ao transporte de mercadorias peri- b) Quando o veículo esteja a ser rebocado.
gosas devem transitar durante o dia com as luzes de
cruzamento acesas. 4 — Nos casos previstos no número anterior, se não
4 — Sem prejuízo do disposto no n.o 1, é obrigatório for possível a utilização das luzes avisadoras de perigo,
durante o dia o uso de luzes de cruzamento nos túneis devem ser utilizadas as luzes de presença, se estas se
sinalizados como tal e nas vias de sentido reversível. encontrarem em condições de funcionamento.
1598 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 38 — 23 de Fevereiro de 2005

5 — Quem infringir o disposto nos números anterio- Artigo 66.o


res é sancionado com coima de E 60 a E 300. Trânsito de veículos que efectuam transportes especiais

O trânsito, paragem e estacionamento nas vias públi-


SECÇÃO IX
cas de veículos que transportem cargas que pela sua
Serviço de urgência e transportes especiais natureza ou outras características o justifiquem pode
ser condicionado por regulamento.
Artigo 64.o
Trânsito de veículos em serviço de urgência SECÇÃO X
1 — Os condutores de veículos que transitem em mis- Trânsito em certas vias ou troços
são de polícia, de prestação de socorro ou de serviço
urgente de interesse público assinalando adequada- SUBSECÇÃO I
mente a sua marcha podem, quando a sua missão o
exigir, deixar de observar as regras e os sinais de trânsito, Trânsito nas passagens de nível
mas devem respeitar as ordens dos agentes reguladores
do trânsito. Artigo 67.o
2 — Os referidos condutores não podem, porém, em Atravessamento
circunstância alguma, pôr em perigo os demais utentes
da via, sendo, designadamente, obrigados a suspender 1 — O condutor só pode iniciar o atravessamento de
a sua marcha: uma passagem de nível, ainda que a sinalização lho per-
mita, depois de se certificar de que a intensidade do
a) Perante o sinal luminoso vermelho de regulação
do trânsito, embora possam prosseguir, depois trânsito não o obriga a imobilizar o veículo sobre ela.
de tomadas as devidas precauções, sem esperar 2 — O condutor não deve entrar na passagem de
que a sinalização mude; nível:
b) Perante o sinal de paragem obrigatória em cru- a) Enquanto os meios de protecção estejam atra-
zamento ou entroncamento. vessados na via pública ou em movimento;
b) Quando as instruções dos agentes ferroviários
3 — A marcha urgente deve ser assinalada através ou a sinalização existente o proibir.
da utilização dos avisadores sonoros e luminosos espe-
ciais referidos, respectivamente, nos artigos 22.o e 23.o 3 — Se a passagem de nível não dispuser de protecção
4 — Caso os veículos não estejam equipados com os ou sinalização, o condutor só pode iniciar o atraves-
dispositivos referidos no número anterior, a marcha samento depois de se certificar de que se não aproxima
urgente pode ser assinalada: qualquer veículo ferroviário.
a) Utilizando alternadamente os máximos com os 4 — Quem infringir o disposto nos números anterio-
médios; ou res é sancionado com coima de E 120 a E 600.
b) Durante o dia, utilizando repetidamente os
sinais sonoros. Artigo 68.o
Imobilização forçada de veículo ou animal
5 — É proibida a utilização dos sinais que identificam
a marcha dos veículos referidos no n.o 1 quando não 1 — Em caso de imobilização forçada de veículo ou
transitem em missão urgente. animal ou de queda da respectiva carga numa passagem
6 — Quem infringir o disposto nos números anterio- de nível, o respectivo condutor deve promover a sua
res é sancionado com coima de E 120 a E 600. imediata remoção ou, não sendo esta possível, tomar
as medidas necessárias para que os condutores dos veí-
Artigo 65.o culos ferroviários que se aproximem possam aperce-
Cedência de passagem
ber-se da presença do obstáculo.
2 — Quem infringir o disposto no número anterior
1 — Sem prejuízo do disposto na alínea b) do n.o 1 é sancionado com coima de E 120 a E 600.
e no n.o 2 do artigo 31.o, qualquer condutor deve ceder
a passagem aos condutores dos veículos referidos no
artigo anterior. SUBSECÇÃO II
2 — Sempre que as vias em que tais veículos circulem, Trânsito nos cruzamentos e entroncamentos
de que vão sair ou em que vão entrar se encontrem
congestionadas, devem os demais condutores encos- Artigo 69.o
tar-se o mais possível à direita, ocupando, se necessário,
a berma. Atravessamento
3 — Exceptuam-se do disposto no número anterior: 1 — O condutor não deve entrar num cruzamento
a) As vias públicas onde existam corredores de ou entroncamento, ainda que as regras de cedência de
circulação; passagem ou a sinalização luminosa lho permitam, se
b) As auto-estradas e vias reservadas a automóveis for previsível que, tendo em conta a intensidade do trân-
e motociclos, nas quais os condutores devem sito, fique nele imobilizado, perturbando a circulação
deixar livre a berma. transversal.
2 — O condutor imobilizado num cruzamento ou
4 — Quem infringir o disposto nos números anterio- entroncamento em que o trânsito é regulado por sina-
res é sancionado com coima de E 120 a E 600. lização luminosa pode sair dele sem esperar que a cir-
N.o 38 — 23 de Fevereiro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 1599

culação seja aberta no seu sentido de trânsito, desde motores, motociclos e triciclos de cilindrada não supe-
que não perturbe os outros utentes. rior a 50 cm3, quadriciclos, veículos agrícolas, comboios
3 — Quem infringir o disposto no n.o 1 é sancionado turísticos, bem como de veículos ou conjuntos de veí-
com coima de E 30 a E 150. culos insusceptíveis de atingir em patamar velocidade
superior a 60 km/h ou aos quais tenha sido fixada velo-
cidade máxima igual ou inferior àquele valor.
SUBSECÇÃO III
2 — Nas auto-estradas e respectivos acessos, quando
Parques e zonas de estacionamento devidamente sinalizados, é proibido:
a) Circular sem utilizar as luzes regulamentares,
Artigo 70.o nos termos deste Código;
Regras gerais b) Parar ou estacionar, ainda que fora das faixas
de rodagem, salvo nos locais especialmente des-
1 — Nos locais da via pública especialmente desti- tinados a esse fim;
nados ao estacionamento, quando devidamente assina- c) Inverter o sentido de marcha;
lados, os condutores não podem transitar ou atravessar d) Fazer marcha atrás;
as linhas de demarcação neles existentes para fins diver-
e) Transpor os separadores de trânsito ou as aber-
sos do estacionamento.
2 — Os parques e zonas de estacionamento podem turas neles existentes.
ser afectos a veículos de certas categorias, podendo a
sua utilização ser limitada no tempo ou sujeita ao paga- 3 — Quem infringir o disposto no n.o 1 e nas alíneas a)
mento de uma taxa, nos termos fixados em regulamento. e b) do n.o 2 é sancionado com coima de E 120 a E 600,
3 — Nos parques e zonas de estacionamento podem, salvo se se tratar de paragem ou estacionamento na
mediante sinalização, ser reservados lugares ao estacio- faixa de rodagem, caso em que a coima é de E 250
namento de veículos afectos ao serviço de determinadas a E 1250.
entidades ou utilizados no transporte de pessoas com 4 — Quem circular em sentido oposto ao legalmente
deficiência. estabelecido ou infringir o disposto nas alíneas c) a e)
4 — Quem infringir o disposto no n.o 1 é sancionado do n.o 2 é sancionado com coima de E 500 a E 2500,
com coima de E 30 a E 150. se sanção mais grave não for aplicável por força de
outra disposição legal.
Artigo 71.o
Estacionamento proibido
Artigo 73.o
Entrada e saída das auto-estradas
1 — Nos parques e zonas de estacionamento é proi-
bido estacionar: 1 — A entrada e saída das auto-estradas faz-se uni-
a) Veículos destinados à venda de quaisquer arti- camente pelos acessos a tal fim destinados.
gos ou a publicidade de qualquer natureza; 2 — Se existir uma via de aceleração, o condutor que
b) Automóveis pesados utilizados em transporte pretender entrar na auto-estrada deve utilizá-la, regu-
público, quando não estejam em serviço, salvas lando a sua velocidade por forma a tomar a via de trân-
as excepções previstas em regulamentos locais; sito adjacente sem perigo ou embaraço para os veículos
c) Veículos de categorias diferentes daquelas a que que nela transitem.
o parque, zona ou lugar de estacionamento 3 — O condutor que pretender sair de uma auto-
tenha sido exclusivamente afecto nos termos dos -estrada deve ocupar com a necessária antecedência a
n.os 2 e 3 do artigo anterior; via de trânsito mais à direita e, se existir via de abran-
d) Por tempo superior ao estabelecido ou sem o damento, entrar nela logo que possível.
pagamento da taxa fixada nos termos do n.o 2 4 — Quem infringir o disposto nos números anterio-
do artigo anterior. res é sancionado com coima de E 250 a E 1250.

2 — Quem infringir o disposto no número anterior


é sancionado com coima de: Artigo 74.o

a) E 30 a E 150, se se tratar do disposto nas alí- Trânsito de veículos pesados de mercadorias ou conjuntos de veículos
neas b) e d); 1 — Nas auto-estradas ou troços de auto-estradas com
b) E 60 a E 300, se se tratar do disposto nas alí-
três ou mais vias de trânsito afectas ao mesmo sentido,
neas a) e c).
os condutores de veículos pesados de mercadorias ou
conjuntos de veículos cujo comprimento exceda 7 m só
SUBSECÇÃO IV podem utilizar as duas vias de trânsito mais à direita.
2 — Quem infringir o disposto no número anterior
Trânsito nas auto-estradas e vias equiparadas é sancionado com coima de E 120 a E 600.

Artigo 72.o
Artigo 75.o
Auto-estradas
Vias reservadas a automóveis e motociclos
1 — Nas auto-estradas e respectivos acessos, quando
devidamente sinalizados, é proibido o trânsito de peões, É aplicável o disposto na presente subsecção ao trân-
animais, veículos de tracção animal, velocípedes, ciclo- sito em vias reservadas a automóveis e motociclos.
1600 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 38 — 23 de Fevereiro de 2005

SUBSECÇÃO V em regulamento ou que derramem óleo ou quaisquer


Vias reservadas, corredores de circulação e pistas especiais outras substâncias.
2 — É proibido ao condutor e passageiros atirar
Artigo 76.o quaisquer objectos para o exterior do veículo.
3 — Quem infringir o disposto no n.o 1 é sancionado
Vias reservadas com coima de E 120 a E 600.
1 — As faixas de rodagem das vias públicas podem, 4 — Quem infringir o disposto no n.o 2 é sancionado
mediante sinalização, ser reservadas ao trânsito de veí- com coima de E 60 a E 300.
culos de certas espécies ou a veículos destinados a deter-
minados transportes, sendo proibida a sua utilização Artigo 80.o
pelos condutores de quaisquer outros.
2 — Quem infringir o disposto no número anterior Poluição sonora
é sancionado com coima de E 120 a E 600. 1 — A condução de veículos e as operações de carga
e descarga devem fazer-se de modo a evitar ruídos
Artigo 77.o incómodos.
Corredores de circulação
2 — É proibido o trânsito de veículos a motor que
emitam ruídos superiores aos limites máximos fixados
1 — Podem ser criados nas vias públicas corredores em diploma próprio.
de circulação destinados ao trânsito de veículos de certas 3 — No uso de aparelhos radiofónicos ou de repro-
espécies ou a veículos afectos a determinados transpor- dução sonora instalados no veículo é proibido superar
tes, sendo proibida a sua utilização pelos condutores os limites sonoros máximos fixados em diploma próprio.
de quaisquer outros. 4 — As condições de utilização de dispositivos de
2 — É, porém, permitida a utilização das vias refe- alarme sonoro antifurto em veículos podem ser fixadas
ridas no número anterior, na extensão estritamente em regulamento.
necessária, para acesso a garagens, a propriedades e 5 — Quem infringir o disposto no n.o 1 é sancionado
a locais de estacionamento ou, quando a sinalização com coima de E 30 a E 150.
o permita, para efectuar a manobra de mudança de 6 — Quem infringir o disposto nos n.os 2 e 3 é san-
direcção no cruzamento ou entroncamento mais pró- cionado com coima de E 60 a E 300, se sanção mais
ximo. grave não for aplicável por força de outro diploma legal.
3 — Quem infringir o disposto no n.o 1 é sancionado
com coima de E 120 a E 600.
SECÇÃO XII
o
Artigo 78.
Regras especiais de segurança
Pistas especiais

1 — Quando existam pistas especialmente destinadas Artigo 81.o


a animais ou veículos de certas espécies, o trânsito destes
Condução sob influência de álcool ou de substâncias psicotrópicas
deve fazer-se por aquelas pistas.
2 — É proibida a utilização das pistas referidas no 1 — É proibido conduzir sob influência de álcool ou
número anterior a quaisquer outros veículos, salvo para de substâncias psicotrópicas.
acesso a garagens, a propriedades e a locais de esta- 2 — Considera-se sob influência de álcool o condutor
cionamento ou, quando a sinalização o permita, para que apresente uma taxa de álcool no sangue igual ou
efectuar a manobra de mudança de direcção no cru- superior a 0,5 g/l ou que, após exame realizado nos ter-
zamento ou entroncamento mais próximo. mos previstos no presente Código e legislação comple-
3 — Nas pistas destinadas aos velocípedes é proibido mentar, seja como tal considerado em relatório médico.
o trânsito daqueles que tiverem mais de duas rodas não 3 — A conversão dos valores do teor de álcool no
dispostas em linha ou que atrelarem reboque. ar expirado (TAE) em teor de álcool no sangue (TAS)
4 — Os peões só podem utilizar as pistas referidas é baseada no princípio de que 1 mg de álcool por litro
no número anterior quando não existam locais que lhes de ar expirado é equivalente a 2,3 g de álcool por litro
sejam especialmente destinados. de sangue.
5 — As pessoas que transitam usando patins, troti- 4 — Considera-se sob influência de substâncias psi-
netas ou outros meios de circulação análogos devem cotrópicas o condutor que, após exame realizado nos
utilizar as pistas referidas no n.o 3, sempre que existam. termos do presente Código e legislação complementar,
6 — Quem infringir o disposto nos números anteriores seja como tal considerado em relatório médico ou
é sancionado com coima de E 30 a E 150, salvo se se pericial.
tratar do n.o 4, caso em que a coima é de E 10 a E 50. 5 — Quem infringir o disposto no n.o 1 é sancionado
com coima de:
SECÇÃO XI
a) E 250 a E 1250, se a taxa de álcool no sangue
Poluição for igual ou superior a 0,5 g/l e inferior a 0,8 g/l;
b) E 500 a E 2500, se a taxa for igual ou superior
Artigo 79.o a 0,8 g/l e inferior a 1,2 g/l ou, sendo impossível
Poluição do solo e do ar
a quantificação daquela taxa, o condutor for
considerado influenciado pelo álcool em rela-
1 — É proibido o trânsito de veículos a motor que tório médico ou ainda se conduzir sob influência
emitam fumos ou gases em quantidade superior à fixada de substâncias psicotrópicas.
N.o 38 — 23 de Fevereiro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 1601

Artigo 82.o devendo o agente de fiscalização proceder à sua imediata


Utilização de acessórios de segurança
remoção e apreensão ou, não sendo ela possível, apreen-
der o documento de identificação do veículo até à efec-
1 — O condutor e passageiros transportados em auto- tiva remoção e apreensão daqueles objectos, sendo,
móveis são obrigados a usar os cintos e demais acessórios neste caso, aplicável o disposto no n.o 5 do artigo 161.o
de segurança com que os veículos estejam equipados.
2 — Em regulamento são fixadas:
SECÇÃO XIII
a) As condições excepcionais de isenção ou de dis-
Documentos
pensa da obrigação do uso dos acessórios refe-
ridos no n.o 1;
Artigo 85.o
b) O modo de utilização e características técnicas
dos mesmos acessórios. Documentos de que o condutor deve ser portador

1 — Sempre que um veículo a motor transite na via


3 — Os condutores e passageiros de ciclomotores, pública o seu condutor deve ser portador dos seguintes
motociclos com ou sem carro lateral, triciclos e qua- documentos:
driciclos devem proteger a cabeça usando capacete de
modelo oficialmente aprovado, devidamente ajustado a) Documento legal de identificação pessoal;
e apertado. b) Título de condução;
4 — Exceptuam-se do disposto no número anterior c) Certificado de seguro.
os condutores e passageiros de veículos providos de caixa
rígida ou de veículos que possuam, simultaneamente, 2 — Tratando-se de automóvel, motociclo, triciclo,
estrutura de protecção rígida e cintos de segurança. quadriciclo, ciclomotor, tractor agrícola ou florestal, ou
5 — Os condutores e passageiros de velocípedes com reboque, o condutor deve ainda ser portador dos seguin-
motor e os condutores de trotinetas com motor devem tes documentos:
proteger a cabeça usando capacete devidamente ajus- a) Título de registo de propriedade do veículo ou
tado e apertado. documento equivalente;
6 — Quem não utilizar ou utilizar incorrectamente b) Documento de identificação do veículo;
os acessórios de segurança previstos no presente artigo c) Ficha de inspecção periódica do veículo, quando
é sancionado com coima de E 120 a E 600, salvo se obrigatória nos termos legais.
se tratar dos referidos no n.o 5, caso em que a coima
é de E 60 a E 300. 3 — Tratando-se de velocípede ou de veículo de trac-
Artigo 83.o ção animal, o respectivo condutor deve ser portador
de documento legal de identificação pessoal.
Condução profissional de veículos de transporte
4 — O condutor que se não fizer acompanhar de um
Por razões de segurança, podem ser definidos, para ou mais documentos referidos nos n.os 1 e 2 é sancionado
os condutores profissionais de veículos de transporte, com coima de E 60 a E 300, salvo se os apresentar
os tempos de condução e descanso e, bem assim, pode no prazo de oito dias à autoridade indicada pelo agente
ser exigida a presença de mais de uma pessoa habilitada de fiscalização, caso em que é sancionado com coima
para a condução de um mesmo veículo. de E 30 a E 150.
5 — Quem infringir o disposto no n.o 3 é sancionado
com coima de E 30 a E 150.
Artigo 84.o
Proibição de utilização de certos aparelhos Artigo 86.o
1 — É proibido ao condutor utilizar, durante a marcha Prescrições especiais
do veículo, qualquer tipo de equipamento ou aparelho
susceptível de prejudicar a condução, nomeadamente 1 — O condutor a quem tenha sido averbado no seu
auscultadores sonoros e aparelhos radiotelefónicos. título de condução o uso de lentes, próteses ou outros
2 — Exceptuam-se do número anterior: aparelhos deve usá-los durante a condução.
2 — Quem infringir o disposto no número anterior
a) Os aparelhos dotados de um auricular ou de é sancionado com coima de E 60 a E 300.
microfone com sistema de alta voz, cuja uti-
lização não implique manuseamento conti-
SECÇÃO XIV
nuado;
b) Os aparelhos utilizados durante o ensino da con- Comportamento em caso de avaria ou acidente
dução e respectivo exame, nos termos fixados
em regulamento. Artigo 87.o
Imobilização forçada por avaria ou acidente
3 — É proibida a instalação e utilização de quaisquer
aparelhos, dispositivos ou produtos susceptíveis de reve- 1 — Em caso de imobilização forçada de um veículo
lar a presença ou perturbar o funcionamento de ins- em consequência de avaria ou acidente, o condutor deve
trumentos destinados à detecção ou registo das infrac- proceder imediatamente ao seu regular estacionamento
ções. ou, não sendo isso viável, retirar o veículo da faixa de
4 — Quem infringir o disposto no n.o 1 é sancionado rodagem ou aproximá-lo o mais possível do limite direito
com coima de E 120 a E 600. desta e promover a sua rápida remoção da via pública.
5 — Quem infringir o disposto no n.o 3 é sancionado 2 — Nas circunstâncias referidas no número anterior,
com coima de E 500 a E 2500 e com perda dos objectos, as pessoas que não estiverem envolvidas nas operações
1602 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 38 — 23 de Fevereiro de 2005

de remoção ou reparação do veículo não devem per- CAPÍTULO II


manecer na faixa de rodagem.
3 — Enquanto o veículo não for devidamente esta- Disposições especiais para motociclos,
cionado ou removido, o condutor deve adoptar as medi- ciclomotores e velocípedes
das necessárias para que os outros se apercebam da
sua presença, usando para tanto os dispositivos de sina- SECÇÃO I
lização e as luzes avisadoras de perigo. Regras especiais
4 — É proibida a reparação de veículos na via pública,
salvo se for indispensável à respectiva remoção ou, tra- Artigo 90.o
tando-se de avarias de fácil reparação, ao prossegui-
mento da marcha. Regras de condução
5 — Quem infringir o disposto nos números anterio-
1 — Os condutores de motociclos, ciclomotores ou
res é sancionado com coima de E 60 a E 300, ou com
velocípedes não podem:
coima de E 120 a E 600 quando a infracção for praticada
em auto-estrada ou via reservada a automóveis e moto- a) Conduzir com as mãos fora do guiador, salvo
ciclos, se outra sanção mais grave não for aplicável. para assinalar qualquer manobra;
b) Seguir com os pés fora dos pedais ou apoios;
c) Fazer-se rebocar;
Artigo 88.o d) Levantar a roda da frente ou de trás no arranque
Pré-sinalização de perigo ou em circulação;
e) Seguir a par, salvo se transitarem em pista espe-
1 — Todos os veículos a motor em circulação, salvo cial e não causarem perigo ou embaraço para
os dotados apenas de duas ou três rodas, os motocul- o trânsito.
tivadores e os quadriciclos sem caixa, devem estar equi-
pados com um sinal de pré-sinalização de perigo e um 2 — Os condutores de velocípedes devem transitar
colete, ambos retrorreflectores e de modelo oficialmente o mais próximo possível das bermas ou passeios, mesmo
aprovado. nos casos em que, no mesmo sentido de trânsito, sejam
2 — É obrigatório o uso do sinal de pré-sinalização possíveis duas ou mais filas.
de perigo sempre que o veículo fique imobilizado na 3 — Quem infringir o disposto nos números anterio-
faixa de rodagem ou na berma ou nestas tenha deixado res é sancionado com coima de E 60 a E 300, salvo
cair carga, sem prejuízo do disposto no presente Código se se tratar de condutor de velocípede, caso em que
quanto à iluminação dos veículos. a coima é de E 30 a E 150.
3 — O sinal deve ser colocado perpendicularmente
em relação ao pavimento e ao eixo da faixa de rodagem,
a uma distância nunca inferior a 30 m da retaguarda SECÇÃO II
do veículo ou da carga a sinalizar e por forma a ficar
Transporte de passageiros e de carga
bem visível a uma distância de, pelo menos, 100 m.
4 — Nas circunstâncias referidas no n.o 2, quem pro-
ceder à colocação do sinal de pré-sinalização de perigo, Artigo 91.o
à reparação do veículo ou à remoção da carga deve Transporte de passageiros
utilizar o colete retrorreflector.
5 — Em regulamento são fixadas as características do 1 — Nos motociclos, triciclos, quadriciclos e ciclomo-
sinal de pré-sinalização de perigo e do colete retror- tores é proibido o transporte de passageiros de idade
reflector. inferior a 7 anos, salvo tratando-se de veículos providos
6 — Quem infringir o disposto no n.o 1 é sancionado de caixa rígida não destinada apenas ao transporte de
com coima de E 60 a E 300, por cada equipamento carga.
em falta. 2 — Os velocípedes só podem transportar o respectivo
7 — Quem infringir o disposto nos n.os 2 a 4 é san- condutor, salvo se forem dotados de mais de um par
cionado com coima de E 120 a E 600. de pedais capaz de accionar o veículo, caso em que
o número máximo de pessoas a transportar corresponda
ao número de pares de pedais.
Artigo 89.o 3 — Exceptua-se do disposto no número anterior o
transporte de crianças em dispositivos especialmente
Identificação em caso de acidente
adaptados para o efeito, desde que utilizem capacete
1 — O condutor interveniente em acidente deve for- devidamente homologado.
necer aos restantes intervenientes a sua identificação, 4 — Quem infringir o disposto nos números anterio-
a do proprietário do veículo e a da seguradora, bem res é sancionado com coima de E 60 a E 300.
como o número da apólice, exibindo, quando solicitado,
os documentos comprovativos. Artigo 92.o
2 — Se do acidente resultarem mortos ou feridos, o Transporte de carga
condutor deve aguardar, no local, a chegada de agente
de autoridade. 1 — O transporte de carga em motociclo, triciclo, qua-
3 — Quem infringir o disposto n.o 1 é sancionado driciclo, ciclomotor ou velocípede só pode fazer-se em
com coima E 120 a E 600. reboque ou caixa de carga.
4 — Quem infringir o disposto no n.o 2 é sancionado 2 — É proibido aos condutores e passageiros dos veí-
com coima de E 500 a E 2500, se sanção mais grave culos referidos no número anterior transportar objectos
não for aplicável. susceptíveis de prejudicar a condução ou constituir
N.o 38 — 23 de Fevereiro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 1603

perigo para a segurança das pessoas e das coisas ou o domínio sobre a sua marcha e a evitar impedimento
embaraço para o trânsito. ou perigo para o trânsito.
3 — Quem infringir o disposto nos números anterio- 2 — Nas pontes, túneis e passagens de nível, os con-
res é sancionado com coima de E 60 a E 300. dutores de animais, atrelados ou não, devem fazê-los
seguir a passo.
3 — A entrada de gado na via pública deve ser devi-
SECÇÃO III
damente assinalada pelo respectivo condutor e fazer-se
Iluminação por caminhos ou serventias a esse fim destinados.
4 — Sempre que, nos termos do artigo 61.o, seja obri-
Artigo 93.o gatória a utilização de dispositivos de sinalização lumi-
nosa, os condutores de veículos de tracção animal ou
Utilização das luzes
de animais em grupo devem utilizar uma lanterna de
1 — Nos motociclos, triciclos, quadriciclos e ciclomo- luz branca, visível em ambos os sentidos de trânsito.
tores, o uso de dispositivos de sinalização luminosa e 5 — Quem infringir o disposto nos números anterio-
de iluminação é obrigatório em qualquer circunstância. res é sancionado com coima de E 30 a E 150.
2 — Sem prejuízo do disposto no n.o 1 do artigo 61.o, 6 — O proprietário de animal que o deixe vaguear
os condutores de motociclos e ciclomotores devem tran- na via pública por forma a impedir ou fazer perigar
sitar com a luz de cruzamento acesa. o trânsito é sancionado com coima de E 30 a E 150.
3 — Sempre que, nos termos do artigo 61.o, seja obri-
gatório o uso de dispositivo de iluminação, os velocí-
Artigo 98.o
pedes só podem circular com utilização dos dispositivos
que, para o efeito, forem fixados em regulamento. Regulamentação local
4 — Quem infringir o disposto nos números anterio- Em tudo o que não estiver previsto no presente
res é sancionado com coima de E 60 a E 300, se sanção Código, o trânsito de veículos de tracção animal e de
mais grave não for aplicável. animais é objecto de regulamento local.

Artigo 94.o
Avaria nas luzes TÍTULO III
1 — Em caso de avaria nas luzes de motociclos, tri- Do trânsito de peões
ciclos, quadriciclos e ciclomotores é aplicável, com as
necessárias adaptações, o disposto no artigo 62.o Artigo 99.o
2 — Em caso de avaria nas luzes, os velocípedes
devem ser conduzidos à mão. Lugares em que podem transitar
3 — Quem infringir o disposto no n.o 2 é sancionado 1 — Os peões devem transitar pelos passeios, pistas
com coima de E 30 a E 150. ou passagens a eles destinados ou, na sua falta, pelas
bermas.
Artigo 95.o 2 — Os peões podem, no entanto, transitar pela faixa
de rodagem, com prudência e por forma a não prejudicar
Sinalização de perigo
o trânsito de veículos, nos seguintes casos:
É aplicável aos motociclos, triciclos, quadriclos e ciclo- a) Quando efectuem o seu atravessamento;
motores, quando estejam munidos de luzes de mudança b) Na falta dos locais referidos no n.o 1 ou na
de direcção, o disposto no artigo 63.o, com as necessárias impossibilidade de os utilizar;
adaptações. c) Quando transportem objectos que, pelas suas
SECÇÃO IV dimensões ou natureza, possam constituir
perigo para o trânsito dos outros peões;
Sanções aplicáveis a condutores de velocípedes d) Nas vias públicas em que esteja proibido o trân-
sito de veículos;
Artigo 96.o e) Quando sigam em formação organizada sob a
Remissão orientação de um monitor ou em cortejo.
As coimas previstas no presente Código são reduzidas 3 — Nos casos previstos nas alíneas b), c) e e) do
para metade nos seus limites mínimo e máximo quando número anterior, os peões podem transitar pelas pistas
aplicáveis aos condutores de velocípedes, salvo quando a que se refere o artigo 78.o, desde que a intensidade
se trate de coimas especificamente fixadas para estes do trânsito o permita e não prejudiquem a circulação
condutores. dos veículos ou animais a que aquelas estão afectas.
CAPÍTULO III 4 — Sempre que transitem na faixa de rodagem, desde
o anoitecer ao amanhecer e sempre que as condições
Disposições especiais para veículos de visibilidade ou a intensidade do trânsito o aconse-
de tracção animal e animais lhem, os peões devem transitar numa única fila, salvo
quando seguirem em cortejo ou formação organizada
Artigo 97.o nos termos previstos no artigo 102.o
Regras especiais
5 — Quem infringir o disposto nos números anterio-
res é sancionado com coima de E 10 a E 50.
1 — Os condutores de veículos de tracção animal ou 6 — Quem, com violação dos deveres de cuidado e
de animais devem conduzi-los de modo a manter sempre de protecção, não impedir que os menores de 16 anos
1604 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 38 — 23 de Fevereiro de 2005

que, por qualquer título, se encontrem a seu cargo brin- dutor deve reduzir a velocidade e, se necessário, parar
quem nas faixas de rodagem das vias públicas é san- para deixar passar os peões que já tenham iniciado a
cionado com coima de E 30 a E 150. travessia da faixa de rodagem.
3 — Ao mudar de direcção, o condutor, mesmo não
Artigo 100.o existindo passagem assinalada para a travessia de peões,
deve reduzir a sua velocidade e, se necessário, parar
Posição a ocupar na via a fim de deixar passar os peões que estejam a atravessar
1 — Os peões devem transitar pela direita dos locais a faixa de rodagem da via em que vai entrar.
que lhes são destinados, salvo nos casos previstos na 4 — Quem infringir o disposto nos números anterio-
alínea d) do n.o 2 do artigo anterior. res é sancionado com coima de E 120 a E 600.
2 — Nos casos previstos nas alíneas b) e c) do n.o 2
do artigo anterior, os peões devem transitar pelo lado Artigo 104.o
esquerdo da faixa de rodagem, a não ser que tal com- Equiparação
prometa a sua segurança.
3 — Nos casos previstos nas alíneas b), c) e e) do É equiparado ao trânsito de peões:
n.o 2 do artigo anterior, os peões devem transitar o
a) A condução de carros de mão;
mais próximo possível do limite da faixa de rodagem.
b) A condução à mão de velocípedes de duas rodas
4 — Quem infringir o disposto nos números anterio-
sem carro atrelado e de carros de crianças ou
res é sancionado com coima de E 10 a E 50.
de pessoas com deficiência;
c) O trânsito de pessoas utilizando trotinetas,
Artigo 101.o patins ou outros meios de circulação análogos,
Atravessamento da faixa de rodagem sem motor;
d) O trânsito de cadeiras de rodas equipadas com
1 — Os peões não podem atravessar a faixa de roda- motor eléctrico;
gem sem previamente se certificarem de que, tendo em e) A condução à mão de motocultivadores sem
conta a distância que os separa dos veículos que nela reboque ou retrotrem.
transitam e a respectiva velocidade, o podem fazer sem
perigo de acidente.
2 — O atravessamento da faixa de rodagem deve TÍTULO IV
fazer-se o mais rapidamente possível.
3 — Os peões só podem atravessar a faixa de rodagem Dos veículos
nas passagens especialmente sinalizadas para esse efeito
ou, quando nenhuma exista a uma distância inferior CAPÍTULO I
a 50 m, perpendicularmente ao eixo da faixa de rodagem. Classificação dos veículos
4 — Os peões não devem parar na faixa de rodagem
ou utilizar os passeios de modo a prejudicar ou perturbar Artigo 105.o
o trânsito.
5 — Quem infringir o disposto nos números anterio- Automóveis
res é sancionado com coima de E 10 a E 50. Automóvel é o veículo com motor de propulsão,
dotado de pelo menos quatro rodas, com tara superior
Artigo 102.o a 550 kg, cuja velocidade máxima é, por construção,
Iluminação de cortejos e formações organizadas
superior a 25 km/h, e que se destina, pela sua função,
a transitar na via pública, sem sujeição a carris.
1 — Sempre que transitem na faixa de rodagem desde
o anoitecer ao amanhecer e sempre que as condições Artigo 106.o
de visibilidade o aconselhem, os cortejos e formações
organizadas devem assinalar a sua presença com, pelo Classes e tipos de automóveis
menos, uma luz branca dirigida para a frente e uma 1 — Os automóveis classificam-se em:
luz vermelha dirigida para a retaguarda, ambas do lado
esquerdo do cortejo ou formação, bem como através a) Ligeiros — veículos com peso bruto igual ou
da utilização de, pelo menos, dois coletes retrorreflec- inferior a 3500 kg e com lotação não superior
tores, um no início e outro no fim da formação. a nove lugares, incluindo o do condutor;
2 — Quem infringir o disposto no número anterior b) Pesados — veículos com peso bruto superior a
é sancionado com coima de E 30 a E 150. 3500 kg ou com lotação superior a nove lugares,
incluindo o do condutor.
Artigo 103.o
2 — Os automóveis ligeiros ou pesados incluem-se,
Cuidados a observar pelos condutores segundo a sua utilização, nos seguintes tipos:
1 — Ao aproximar-se de uma passagem de peões assi- a) De passageiros — os veículos que se destinam
nalada, em que a circulação de veículos está regulada ao transporte de pessoas;
por sinalização luminosa, o condutor, mesmo que a sina- b) De mercadorias — os veículos que se destinam
lização lhe permita avançar, deve deixar passar os peões ao transporte de carga.
que já tenham iniciado a travessia da faixa de rodagem.
2 — Ao aproximar-se de uma passagem para peões, 3 — Os automóveis de passageiros e de mercadorias
junto da qual a circulação de veículos não está regulada que se destinam ao desempenho de função diferente
nem por sinalização luminosa nem por agente, o con- do normal transporte de passageiros ou de mercadorias
N.o 38 — 23 de Fevereiro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 1605

são considerados especiais, tomando a designação a fixar 3 — Motocultivador é o veículo com motor de pro-
em regulamento, de acordo com o fim a que se destinam. pulsão, de um só eixo, destinado à execução de trabalhos
4 — As categorias de veículos para efeitos de apro- agrícolas ligeiros, que pode ser dirigido por um condutor
vação de modelo são fixadas em regulamento. a pé ou em reboque ou retrotrem atrelado ao referido
veículo.
Artigo 107.o 4 — O motocultivador ligado a reboque ou retrotrem
é equiparado, para efeitos de circulação, a tractor
Motociclos, ciclomotores, triciclos e quadriciclos agrícola.
1 — Motociclo é o veículo dotado de duas rodas, com 5 — Tractocarro é o veículo com motor de propulsão,
ou sem carro lateral, com motor de propulsão com cilin- de dois ou mais eixos, provido de uma caixa de carga
drada superior a 50 cm3, no caso de motor de combustão destinada ao transporte de produtos agrícolas ou flo-
interna, ou que, por construção, exceda em patamar restais e cujo peso bruto não ultrapassa 3500 kg, sendo
a velocidade de 45 km/h. equiparado, para efeitos de circulação, a tractor agrícola.
2 — Ciclomotor é o veículo dotado de duas ou três
rodas, com uma velocidade máxima, em patamar e por
Artigo 109.o
construção, não superior a 45 km/h, e cujo motor:
Outros veículos a motor
a) No caso de ciclomotores de duas rodas, tenha
cilindrada não superior a 50 cm3, tratando-se 1 — Veículo sobre carris é aquele que, independen-
de motor de combustão interna ou cuja potência temente do sistema de propulsão, se desloca sobre carris.
máxima não exceda 4 kW, tratando-se de motor 2 — Máquina industrial é o veículo com motor de
eléctrico; propulsão, de dois ou mais eixos, destinado à execução
b) No caso de ciclomotores de três rodas, tenha de obras ou trabalhos industriais e que só eventualmente
cilindrada não superior a 50 cm3, tratando-se transita na via pública, sendo pesado ou ligeiro con-
de motor de ignição comandada ou cuja potên- soante o seu peso bruto exceda ou não 3500 kg.
cia máxima não exceda 4 kW, no caso de outros
motores de combustão interna ou de motores
eléctricos. Artigo 110.o
Reboques
3 — Triciclo é o veículo dotado de três rodas dispostas
simetricamente, com motor de propulsão com cilindrada 1 — Reboque é o veículo destinado a transitar atre-
superior a 50 cm3, no caso de motor de combustão lado a um veículo a motor.
interna, ou que, por construção, exceda em patamar 2 — Semi-reboque é o reboque cuja parte da frente
a velocidade de 45 km/h. assenta sobre o veículo a motor, distribuindo o peso
4 — Quadriciclo é o veículo dotado de quatro rodas, sobre este.
classificando-se em: 3 — Os veículos referidos nos números anteriores
a) Ligeiro — veículo com velocidade máxima, em tomam a designação de reboque ou semi-reboque agrí-
patamar e por construção, não superior a cola ou florestal quando se destinam a ser atrelados
45 km/h, cuja massa sem carga não exceda a um tractor agrícola ou a um motocultivador.
350 kg, excluída a massa das baterias no veículo 4 — Máquina agrícola ou florestal rebocável é a
eléctrico, e com motor de cilindrada não supe- máquina destinada a trabalhos agrícolas ou florestais
rior a 50 cm3, no caso de motor de ignição que só transita na via pública quando rebocada.
comandada, ou cuja potência máxima não seja 5 — Máquina industrial rebocável é a máquina des-
superior a 4 kW, no caso de outros motores de tinada a trabalhos industriais que só transita na via
combustão interna ou de motor eléctrico; pública quando rebocada.
b) Pesado — veículo com motor de potência não 6 — A cada veículo a motor não pode ser atrelado
superior a 15 kW e cuja massa sem carga, mais de um reboque.
excluída a massa das baterias no caso de veículos 7 — É proibida a utilização de reboques em trans-
eléctricos, não exceda 400 kg ou 550 kg, con- porte público de passageiros.
soante se destine, respectivamente, ao trans- 8 — Exceptua-se do disposto nos n.os 6 e 7 a utilização
porte de passageiros ou de mercadorias. de um reboque destinado ao transporte de bagagem
nos veículos pesados afectos ao transporte de passa-
geiros, de reboques em comboios turísticos, bem como,
Artigo 108.o nos termos a fixar em regulamento local, de reboques
Veículos agrícolas em tractores agrícolas ou florestais.
9 — Quem infringir o disposto nos n.os 6 e 7 é san-
1 — Tractor agrícola ou florestal é o veículo com cionado com coima de E 120 a E 600.
motor de propulsão, de dois ou mais eixos, cuja função
principal reside na potência de tracção, especialmente
concebido para ser utilizado com reboques, alfaias ou Artigo 111.o
outras máquinas destinadas a utilização agrícola ou
florestal. Veículos únicos e conjuntos de veículos
2 — Máquina agrícola ou florestal é o veículo com 1 — Consideram-se veículos únicos:
motor de propulsão, de dois ou mais eixos, destinado
exclusivamente à execução de trabalhos agrícolas ou flo- a) O automóvel pesado composto por dois seg-
restais, que só excepcionalmente transita na via pública, mentos rígidos permanentemente ligados por
sendo considerado pesado ou ligeiro consoante o seu uma secção articulada que permite a comuni-
peso bruto exceda ou não 3500 kg. cação entre ambos;
1606 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 38 — 23 de Fevereiro de 2005

b) O comboio turístico constituído por um tractor que foram aprovados ou que utilizem sistemas, com-
e um ou mais reboques destinados ao transporte ponentes ou acessórios não aprovados nos termos do
de passageiros em pequenos percursos e com n.o 3.
fins turísticos ou de diversão. 6 — Quem infringir o disposto no número anterior
é sancionado com coima de E 250 a E 1250, sendo
2 — Conjunto de veículos é o grupo constituído por ainda apreendido o veículo até que este seja aprovado
um veículo tractor e seu reboque ou semi-reboque. em inspecção extraordinária.
3 — Para efeitos de circulação, o conjunto de veículos
é equiparado a veículo único. Artigo 115.o
Transformação de veículos
Artigo 112.o
1 — Considera-se transformação de veículo qualquer
Velocípedes alteração das suas características construtivas ou fun-
1 — Velocípede é o veículo com duas ou mais rodas cionais.
accionado pelo esforço do próprio condutor por meio 2 — A transformação de veículos a motor e seus rebo-
de pedais ou dispositivos análogos. ques é autorizada nos termos fixados em regulamento.
2 — Velocípede com motor é o velocípede equipado 3 — Quem infringir o disposto no número anterior
com motor auxiliar eléctrico com potência máxima con- é sancionado com coima de E 250 a E 1250, se sanção
tínua de 0,25 kW, cuja alimentação é reduzida progres- mais grave não for aplicável, sendo ainda apreendido
sivamente com o aumento da velocidade e interrompida o veículo até que este seja aprovado em inspecção
se atingir a velocidade de 25 km/h, ou antes, se o ciclista extraordinária.
deixar de pedalar. CAPÍTULO III
3 — Para efeitos do presente Código, os velocípedes
com motor e as trotinetas com motor são equiparados Inspecções
a velocípedes.
Artigo 116.o
Artigo 113.o
Inspecções
Reboque de veículos de duas rodas e carro lateral
1 — Os veículos a motor e os seus reboques podem
1 — Os motociclos, triciclos, quadriciclos, ciclomoto- ser sujeitos, nos termos fixados em regulamento, a ins-
res e velocípedes podem atrelar, à retaguarda, um rebo- pecção para:
que de um eixo destinado ao transporte de carga.
2 — Os motociclos de cilindrada superior a 125 cm3 a) Aprovação do respectivo modelo;
podem acoplar carro lateral destinado ao transporte de b) Atribuição de matrícula;
um passageiro. c) Aprovação de alteração de características cons-
trutivas ou funcionais;
CAPÍTULO II d) Verificação periódica das suas características e
condições de segurança;
Características dos veículos e) Verificação das características construtivas ou
funcionais do veículo, após reparação em con-
Artigo 114.o sequência de acidente;
f) Controlo aleatório de natureza técnica, na via
Características dos veículos
pública, para verificação das respectivas condi-
1 — As características dos veículos e dos respectivos ções de manutenção, nos termos de diploma
sistemas, componentes e acessórios são fixadas em próprio.
regulamento.
2 — Todos os sistemas, componentes e acessórios de 2 — Pode determinar-se a sujeição dos veículos refe-
um veículo são considerados suas partes integrantes e, ridos no número anterior a inspecção extraordinária nos
salvo avarias ocasionais e imprevisíveis devidamente jus- casos previstos no n.o 5 do artigo 114.o e ainda quando
tificadas, o seu não funcionamento é equiparado à sua haja fundadas suspeitas sobre as suas condições de segu-
falta. rança ou dúvidas sobre a sua identificação, nomeada-
3 — Os modelos de automóveis, motociclos, triciclos, mente em consequência de alteração das características
quadriciclos, ciclomotores, tractores agrícolas, tractocar- construtivas ou funcionais do veículo, ou de outras
ros e reboques, bem como os respectivos sistemas, com- causas.
ponentes e acessórios, estão sujeitos a aprovação de 3 — A falta a qualquer das inspecções previstas nos
acordo com as regras fixadas em regulamento. números anteriores é sancionada com coima de E 250
4 — O fabricante ou vendedor que coloque no mer- a E 1250.
cado veículos, sistemas, componentes ou acessórios sem
CAPÍTULO IV
a aprovação a que se refere o número anterior ou infrin-
gindo as normas que disciplinam o seu fabrico e comer- Matrícula
cialização é sancionado com coima de E 600 a E 3000
se for pessoa singular ou de E 1200 a E 6000 se for Artigo 117.o
pessoa colectiva e com perda dos objectos, os quais Obrigatoriedade de matrícula
devem ser apreendidos no momento da verificação da
infracção. 1 — Os veículos a motor e os seus reboques só são
5 — É proibido o trânsito de veículos que não dis- admitidos em circulação desde que matriculados, salvo
ponham dos sistemas, componentes ou acessórios com o disposto nos n.os 2 e 3.
N.o 38 — 23 de Fevereiro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 1607

2 — Exceptuam-se do disposto no número anterior 9 — Quem infringir o disposto nos n.os 3, 4, 7 e 8


os veículos que se desloquem sobre carris e os reboques e quem colocar em circulação veículo cujas caracterís-
cujo peso bruto não exceda 300 kg. ticas não confiram com as mencionadas no documento
3 — Os casos em que as máquinas agrícolas e indus- que o identifica é sancionado com coima de E 120 a
triais, os motocultivadores e os tractocarros estão sujei- E 600, se sanção mais grave não for aplicável por força
tos a matrícula são fixados em regulamento. de outra disposição legal.
4 — A matrícula do veículo deve ser requerida à auto- 10 — Quem infringir o disposto nos n.os 5 e 6 é san-
ridade competente pela pessoa, singular ou colectiva, cionado com coima de E 30 a E 150.
que proceder à sua admissão, importação ou introdução
no consumo em território nacional. Artigo 119.o
5 — Os veículos a motor e os reboques que devam
ser apresentados a despacho nas alfândegas pelas enti- Cancelamento da matrícula
dades que se dediquem à sua admissão, importação, 1 — A matrícula deve ser cancelada quando:
montagem ou fabrico podem delas sair com dispensa
de matrícula, nas condições fixadas em diploma próprio. a) O veículo fique inutilizado ou haja desapa-
6 — O processo de atribuição e a composição do recido;
número de matrícula, bem como as características da b) Ao veículo for atribuída uma nova matrícula;
respectiva chapa, são fixados em regulamento. c) O veículo faltar à inspecção referida no n.o 2
7 — A entidade competente deve organizar, nos ter- do artigo 116.o, sem que a falta seja devidamente
mos fixados em regulamento, um registo nacional de justificada.
matrículas.
8 — Quem puser em circulação veículo não matrí- 2 — Considera-se inutilizado o veículo que tenha
culado nos termos dos números anteriores é sancionado sofrido danos que impossibilitem definitivamente a sua
com coima de E 600 a E 3000, salvo quando se tratar circulação ou afectem gravemente as suas condições de
de ciclomotor ou veículo agrícola, casos em que a coima segurança.
é de E 300 a E 1500. 3 — Considera-se desaparecido o veículo cuja loca-
lização seja desconhecida há mais de seis meses.
Artigo 118.o 4 — O cancelamento da matrícula deve ser requerido
pelo proprietário, no prazo de 30 dias, quando o veículo
Identificação do veículo
fique inutilizado, bem como no caso referido na alínea b)
1 — Por cada veículo matriculado deve ser emitido do n.o 1.
um documento destinado a certificar a respectiva matrí- 5 — O cancelamento da matrícula pode ser requerido
cula, donde constem as características que o permitam pelo proprietário quando:
identificar. a) O veículo haja desaparecido;
2 — É titular do documento de identificação do veí- b) Pretender deixar de utilizar o veículo na via
culo a pessoa, singular ou colectiva, em nome da qual pública.
o veículo for matriculado e que, na qualidade de pro-
prietária ou a outro título jurídico, dele possa dispor,
6 — Se o proprietário não for titular do documento
sendo responsável pela sua circulação.
de identificação do veículo, o cancelamento deve ser
3 — O adquirente ou a pessoa a favor de quem seja
constituído direito que confira a titularidade do docu- requerido, conjuntamente, pelo proprietário e pelo titu-
mento de identificação do veículo deve, no prazo de lar daquele documento.
30 dias a contar da aquisição ou constituição do direito, 7 — A matrícula pode ser cancelada oficiosamente
comunicar tal facto à autoridade competente para a em qualquer das situações previstas no n.o 1.
matrícula. 8 — Sempre que tenham qualquer intervenção em
4 — O vendedor ou a pessoa que, a qualquer título acto decorrente da inutilização ou desaparecimento de
jurídico, transfira para outrem a titularidade de direito um veículo, as companhias de seguros são obrigadas
sobre o veículo deve comunicar tal facto à autoridade a comunicar tal facto e a remeter o documento de iden-
competente para a matrícula, nos termos e no prazo tificação do veículo e o título de registo de propriedade
referidos no número anterior, identificando o adqui- às autoridades competentes.
rente ou a pessoa a favor de quem seja constituído o 9 — Sem prejuízo do disposto nos n.os 4 a 6, os tri-
direito. bunais, as entidades fiscalizadoras do trânsito ou outras
5 — No caso de alteração do nome ou da designação entidades públicas devem comunicar às autoridades
social, mudança de residência ou sede, deve o titular competentes os casos de inutilização de veículos de que
do documento de identificação do veículo comunicar tenham conhecimento no exercício das suas funções.
essa alteração no prazo de 30 dias à autoridade com- 10 — A entidade competente pode autorizar que
petente, requerendo o respectivo averbamento. sejam repostas matrículas canceladas ou, em casos
6 — Quando o documento de identificação do veículo excepcionais fixados em regulamento, que sejam atri-
se extraviar ou se encontrar em estado de conservação buídas novas matrículas a veículos já anteriormente
que torne ininteligível qualquer indicação ou averba- matriculados em território nacional.
mento, o respectivo titular deve requerer, consoante os 11 — Não podem ser repostas ou atribuídas novas
casos, o seu duplicado ou a sua substituição. matrículas a veículos quando o cancelamento da matrí-
7 — Só a autoridade competente para a emissão do cula anterior tenha tido por fundamento a destruição
documento de identificação do veículo pode nele efec- do mesmo.
tuar qualquer averbamento ou apor carimbo. 12 — Quem infringir o disposto nos n.os 4, 6 e 8 é
8 — Cada veículo matrículado deve estar provido de sancionado com coima de E 60 a E 300, se sanção mais
chapas com o respectivo número de matrícula, nos ter- grave não for aplicável por força de outra disposição
mos fixados em regulamento. legal.
1608 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 38 — 23 de Fevereiro de 2005

CAPÍTULO V 5 — Se, durante o período referido no número ante-


rior, for instaurado procedimento pela prática de crime
Regime especial ou contra-ordenação a que corresponda proibição ou
inibição de conduzir, a carta de condução mantém o
Artigo 120.o carácter provisório até que a respectiva decisão transite
em julgado ou se torne definitiva.
Regime especial 6 — Os veículos conduzidos por titulares de carta de
O disposto no presente título não é aplicável ao equi- condução com carácter provisório devem ostentar à reta-
pamento militar circulante ou de intervenção de ordem guarda dístico de modelo a definir em regulamento.
pública afecto às forças militares ou de segurança. 7 — Os titulares de carta de condução válida apenas
para as subcategorias A1 ou B1, quando obtenham habi-
litação em nova categoria, ficam sujeitos ao regime pre-
visto no n.o 4 ainda que o título inicial tenha mais de
TÍTULO V três anos.
8 — O disposto nos n.os 4 e 5 não se aplica ao título
Da habilitação legal para conduzir emitido através de troca por documento equivalente que
habilite a conduzir há mais de três anos, salvo se contra
CAPÍTULO I o respectivo titular estiver pendente procedimento nos
termos do n.o 5.
Títulos de condução 9 — Nos títulos de condução só pode ser feito qual-
quer averbamento ou aposto carimbo pela entidade
Artigo 121.o competente para a sua emissão.
10 — A entidade competente para a emissão de títu-
Princípios gerais
los de condução deve organizar, nos termos fixados em
1 — Só pode conduzir um veículo a motor na via regulamento, um registo nacional de condutores, donde
pública quem estiver legalmente habilitado para o efeito. constem todos os títulos emitidos, bem como a iden-
2 — É permitida aos instruendos e examinandos a tidade e o domicílio dos respectivos titulares.
condução de veículos a motor, nos termos das dispo- 11 — Sempre que mudarem de domicílio, os condu-
sições legais aplicáveis. tores devem comunicá-lo, no prazo de 30 dias, à entidade
3 — A condução, nas vias públicas, do equipamento competente para a emissão dos títulos de condução.
militar circulante ou de intervenção de ordem pública 12 — Os titulares de título de condução emitido por
referido no artigo 120.o e dos veículos que se deslocam outro Estado membro do Espaço Económico Europeu
sobre carris rege-se por legislação especial. que fixem residência em Portugal devem, no prazo de
30 dias, comunicar ao serviço competente para a emissão
das cartas de condução a sua residência em território
Artigo 122.o nacional, para efeitos de actualização do registo de
condutor.
Títulos de condução 13 — A revalidação, troca, substituição e a emissão
de duplicado do título de condução dependem do prévio
1 — O documento que titula a habilitação para con-
cumprimento das sanções aplicadas ao condutor.
duzir automóveis, motociclos, triciclos e quadriciclos
14 — Quem infringir o disposto nos n.os 6, 9, 11 e
designa-se «carta de condução».
12 é sancionado com coima de E 60 a E 300, se sanção
2 — Designam-se «licenças de condução» os docu-
mais grave não for aplicável.
mentos que titulam a habilitação para conduzir:
a) Motociclos de cilindrada não superior a 50 cm3; Artigo 123.o
b) Ciclomotores;
c) Outros veículos a motor não referidos no Carta de condução
número anterior, com excepção dos velocípedes
com motor. 1 — A carta de condução habilita a conduzir uma
ou mais das seguintes categorias de veículos:
3 — Os documentos previstos nos números anteriores A — motociclos de cilindrada superior a 50 cm3,
são emitidos pela entidade competente e válidos para com ou sem carro lateral;
as categorias ou subcategorias de veículos e períodos B — automóveis ligeiros ou conjuntos de veículos
de tempo neles averbados, sem prejuízo do disposto compostos por automóvel ligeiro e reboque de
nos números seguintes. peso bruto até 750 kg ou, sendo este superior,
4 — A carta de condução emitida a favor de quem com peso bruto do conjunto não superior a
não se encontra já legalmente habilitado para conduzir 3500 kg, não podendo, neste caso, o peso bruto
qualquer das categorias ou subcategorias de veículos do reboque exceder a tara do veículo tractor;
nela previstas tem carácter provisório e só se converte B+E — conjuntos de veículos compostos por um
em definitiva se, durante os três primeiros anos do seu automóvel ligeiro e reboque cujos valores exce-
período de validade, não for instaurado ao respectivo dam os previstos para a categoria B;
titular procedimento pela prática de crime ou contra- C — automóveis pesados de mercadorias, a que
-ordenação a que corresponda proibição ou inibição de pode ser atrelado reboque de peso bruto até
conduzir. 750 kg;
N.o 38 — 23 de Fevereiro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 1609

C+E — conjuntos de veículos compostos por veí- 6 — Os titulares de carta de condução válida para veí-
culo tractor da categoria C e reboque com peso culos da categoria B+E consideram-se também habili-
bruto superior a 750 kg; tados para a condução de tractores agrícolas ou florestais
D — automóveis pesados de passageiros, a que com reboque ou com máquina agrícola ou florestal rebo-
pode ser atrelado reboque de peso bruto até cada, desde que o peso bruto do conjunto não exceda
750 kg; 6000 kg.
D+E — conjuntos de veículos compostos por veí- 7 — Os titulares de carta de condução válida para con-
culo tractor da categoria D e reboque com peso juntos de veículos das categorias C+E ou D+E con-
bruto superior a 750 kg. sideram-se também habilitados para a condução de con-
juntos de veículos da categoria B + E.
2 — As categorias referidas no número anterior 8 — Os titulares de carta de condução válida para a
podem compreender subcategorias que habilitam à con- categoria C+E podem conduzir conjuntos de veículos
dução dos seguintes veículos: da categoria D+E, desde que se encontrem habilitados
para a categoria D.
A1 — motociclos de cilindrada não superior a 9 — Quem conduzir veículo de qualquer das catego-
125 cm3 e de potência máxima até 11 kW; rias ou subcategorias referidas nos n.os 1 e 2 para a
B1 — triciclos e quadriciclos; qual a respectiva carta de condução não confira habi-
C1 — automóveis pesados de mercadorias cujo litação é sancionado com coima de E 500 a E 2500.
peso bruto não exceda 7500 kg, a que pode ser 10 — Quem, sendo titular de carta de condução válida
atrelado um reboque de peso bruto até 750 kg; para as categorias B ou B+E, conduzir veículo agrícola
C1+E — conjuntos de veículos compostos por veí- ou florestal ou máquina para o qual a categoria averbada
culo tractor da subcategoria C1 e reboque com não confira habilitação é sancionado com coima de
peso bruto superior a 750 kg, desde que o peso E 120 a E 600.
bruto do conjunto não exceda 12 000 kg e o peso 11 — Sem prejuízo da exigência de habilitação espe-
bruto do reboque não exceda a tara do veículo cífica, os condutores de veículos que se desloquem sobre
tractor; carris ou de troleicarros devem ser titulares de carta
D1 — automóveis pesados de passageiros com lota- de condução válida para a categoria D.
ção até 17 lugares sentados, incluindo o do con- 12 — Quem infringir o disposto no número anterior
dutor, a que pode ser atrelado um reboque de é sancionado com coima de E 500 a E 2500.
peso bruto até 750 kg;
D1+E — conjuntos de veículos compostos por veí-
culo tractor da subcategoria D1 e reboque com Artigo 124.o
peso bruto superior a 750 kg, desde que, cumu- Licença de condução
lativamente, o peso bruto do conjunto não
exceda 12 000 kg, o peso bruto do reboque não 1 — As licenças de condução a que se refere o n.o 2
exceda a tara do veículo tractor e o reboque do artigo 122.o são as seguintes:
não seja utilizado para o transporte de pessoas.
a) De ciclomotores e de motociclos de cilindrada
3 — Os titulares de carta de condução válida para veí- não superior a 50 cm3;
culos da categoria A ou da subcategoria A1 conside- b) De veículos agrícolas.
ram-se habilitados para a condução de:
2 — A licença de condução referida na alínea a) do
a) Ciclomotores ou motociclos de cilindrada não número anterior habilita a conduzir ambas as categorias
superior a 50 cm3; de veículos nela averbadas.
b) Triciclos. 3 — A licença de condução de veículos agrícolas habi-
4 — Os titulares de carta de condução válida para veí- lita a conduzir uma ou mais das seguintes categorias
culos da categoria B consideram-se também habilitados de veículos:
para a condução de: I) Motocultivadores com reboque ou retrotrem e
a) Tractores agrícolas ou florestais simples ou com tractocarros de peso bruto não superior a
equipamentos montados desde que o peso 2500 kg;
máximo do conjunto não exceda 6000 kg; II):
b) Máquinas agrícolas ou florestais ligeiras, moto- a) Tractores agrícolas ou florestais simples
cultivadores, tractocarros e máquinas industriais ou com equipamentos montados, desde
ligeiras; que o peso bruto do conjunto não exceda
c) Ciclomotores de três rodas, triciclos e quadri- 3500 kg;
ciclos. b) Tractores agrícolas ou florestais com
5 — Os titulares de carta de condução válida para veí- reboque ou máquina agrícola ou florestal
culos da categoria C consideram-se também habilitados rebocada, desde que o peso bruto do con-
para a condução de: junto não exceda 6000 kg;
c) Máquinas agrícolas ou florestais ligeiras
a) Veículos da categoria B; e tractocarros de peso bruto superior a
b) Veículos referidos no número anterior; 2500 kg;
c) Outros tractores agrícolas ou florestais com ou
sem reboque, máquinas agrícolas ou florestais e III) Tractores agrícolas ou florestais com ou sem
industriais. reboque e máquinas agrícolas pesadas.
1610 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 38 — 23 de Fevereiro de 2005

4 — Os titulares de licença de condução de veículos CAPÍTULO II


agrícolas válida para veículos da categoria I conside-
ram-se habilitados para a condução de máquinas indus- Requisitos
triais com peso bruto não superior a 2500 kg.
5 — Os titulares de licença de condução de veículos Artigo 126.o
agrícolas válida para veículos da categoria II conside- Requisitos para a obtenção de títulos de condução
ram-se habilitados para a condução de veículos da cate-
goria I. 1 — Pode obter título de condução quem satisfaça
6 — Os titulares de licença de condução de veículos cumulativamente os seguintes requisitos:
agrícolas válida para veículos da categoria III conside- a) Possua a idade mínima de acordo com a cate-
ram-se habilitados para a condução de veículos das cate- goria a que pretenda habilitar-se;
gorias I e II. b) Tenha a necessária aptidão física, mental e
7 — Quem, sendo titular de licença de condução de psicológica;
veículos agrícolas, conduzir veículo agrícola ou florestal c) Tenha residência em território nacional;
de categoria para a qual a mesma licença não confira d) Não esteja a cumprir proibição ou inibição de
habilitação é sancionado com coima de E 120 a E 600. conduzir ou medida de segurança de interdição
de concessão de carta de condução;
e) Tenha sido aprovado no respectivo exame de
Artigo 125.o condução;
f) Saiba ler e escrever.
Outros títulos
2 — Para obtenção de carta de condução são neces-
1 — Além dos títulos referidos nos artigos 123.o e
sárias as seguintes idades mínimas, de acordo com a
124.o, habilitam também à condução de veículos a motor: habilitação pretendida:
a) Licenças especiais de condução; a) Subcategorias A1 e B1 — 16 anos;
b) Títulos de condução emitidos pelos serviços b) Categorias A, B e B+E — 18 anos;
competentes da administração portuguesa do c) Categorias C e C+E e subcategorias C1 e
território de Macau; C1+E — 21 anos ou 18 anos desde que, neste
c) Licenças de condução emitidas por outros Esta- caso, possua certificado de aptidão profissional
dos membros do espaço económico europeu; comprovativo da frequência, com aproveita-
d) Licenças de condução emitidas por Estado mento, de um curso de formação de condutores
estrangeiro que o Estado Português se tenha de transportes rodoviários de mercadorias efec-
obrigado a reconhecer, por convenção ou tra- tuado nos termos fixados em regulamento;
tado internacional; d) Categorias D e D+E e subcategorias D1 e
D1+E — 21 anos.
e) Licenças de condução emitidas por Estado
estrangeiro, desde que este reconheça idêntica
3 — Para obtenção de licença de condução são neces-
validade aos títulos nacionais;
sárias as seguintes idades mínimas, de acordo com a
f) Licenças internacionais de condução, desde que habilitação pretendida:
apresentadas com o título nacional que lhes deu
origem. a) Ciclomotores — 16 anos;
b) Motociclos de cilindrada não superior a 50 cm3 —
2 — As condições de emissão das licenças referidas 16 anos;
c) Veículos agrícolas da categoria I — 16 anos;
na alínea a) do número anterior, bem como de auto-
d) Veículos agrícolas das categorias II e III —
rizações especiais para conduzir, são fixadas em regu- 18 anos.
lamento.
3 — O regulamento a que se refere o número anterior 4 — Só pode ser habilitado para a condução de veí-
pode englobar disposições prevendo iniciativas peda- culos das categorias C e D e das subcategorias C1 e
gógicas dirigidas à condução de ciclomotores por con- D1 quem possuir habilitação para conduzir veículos da
dutores com idade não inferior a 14 anos. categoria B.
4 — Os titulares das licenças referidas nas alíneas d), 5 — Só pode ser habilitado para a condução de veí-
e) e f) do n.o 1 não estão autorizados a conduzir veículos culos das categorias B+E, C+E e D+E quem possuir
a motor se residirem em Portugal há mais de 185 dias. habilitação para conduzir veículos das categorias B, C
5 — Os titulares das licenças referidas no n.o 1 apenas e D, respectivamente, e das subcategorias C1+E e
estão autorizados ao exercício da condução se possuírem D1+E quem possuir habilitação para conduzir veículos
a idade mínima exigida para a respectiva habilitação, das subcategorias C1 e D1, respectivamente.
nos termos deste Código. 6 — A obtenção de título de condução por pessoa
6 — A condução de veículos afectos a determinados com idade inferior a 18 anos depende, ainda, de auto-
transportes ou serviços pode ainda depender, nos termos rização escrita de quem sobre ela exerça o poder
fixados em legislação própria, da titularidade do cor- paternal.
respondente documento de aptidão ou licenciamento 7 — São fixados em regulamento:
profissional. a) Os requisitos mínimos de aptidão física, mental
7 — Quem infringir o disposto nos n.os 4 e 5 é san- e psicológica para o exercício da condução e
cionado com coima de E 300 a E 1500. os modos da sua comprovação;
N.o 38 — 23 de Fevereiro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 1611

b) As provas constitutivas dos exames de con- aquelas foram obtidas mediante aprovação em
dução; exame com grau de exigência pelo menos idên-
c) Os prazos de validade dos títulos de condução tico ao previsto na legislação portuguesa.
de acordo com a idade dos seus titulares e a
forma da sua revalidação. 2 — É trocada por idêntico título nacional a licença
de condução emitida por outro Estado membro do
Artigo 127.o espaço económico europeu que tenha sido apreendida
para cumprimento de proibição ou inibição de conduzir
Restrições ao exercício da condução
ou em que seja necessário proceder a qualquer aver-
1 — Só podem conduzir automóveis das categorias D bamento.
e D+E, das subcategorias D1 e D1+E e ainda da cate- 3 — As licenças de condução referidas nas alíneas c)
goria C+E cujo peso bruto exceda 20 000 kg os con- e d) do n.o 1 do artigo 125.o não são trocadas quando
dutores até aos 65 anos de idade. delas constar que foram já obtidas por troca por idêntico
2 — Só pode conduzir motociclos de potência supe- título emitido pelas autoridades de Estado não membro
rior a 25 kW e com uma relação potência/peso superior do espaço económico europeu.
a 0,16 kW/kg, ou, se tiver carro lateral, com uma relação
potência/peso superior a 0,16 kW/kg, quem:
CAPÍTULO IV
a) Esteja habilitado, há pelo menos dois anos, a
conduzir veículos da categoria A, descontado Novos exames e caducidade
o tempo em que tenha estado proibido ou ini-
bido de conduzir; ou
b) Seja maior de 21 anos e tenha sido aprovado Artigo 129.o
em prova prática realizada em motociclo sem Novos exames
carro lateral e de potência igual ou superior
a 35 kW. 1 — Surgindo fundadas dúvidas sobre a aptidão física,
mental ou psicológica ou sobre a capacidade de um
3 — Podem ser impostas aos condutores, em resul- condutor ou candidato a condutor para exercer a con-
tado de exame médico ou psicológico, restrições ao exer- dução com segurança, a autoridade competente deter-
cício da condução, prazos especiais para revalidação dos mina que aquele seja submetido, singular ou cumula-
títulos ou adaptações específicas ao veículo que con- tivamente, a inspecção médica, a exame psicológico e
duzam, as quais devem ser sempre mencionadas no res- a novo exame de condução ou a qualquer das suas
pectivo título, bem como adequada simbologia no veí-
provas.
culo, a definir em regulamento.
2 — Constitui, nomeadamente, motivo para dúvidas
4 — Quem conduzir veículo sem observar as restri-
sobre a aptidão psicológica ou capacidade de um con-
ções que lhe tenham sido impostas é sancionado com
coima de E 120 a E 600, se sanção mais grave não dutor para exercer a condução com segurança a cir-
for aplicável. culação em sentido oposto ao legalmente estabelecido
5 — Quem conduzir veículo sem as adaptações espe- em auto-estradas ou vias equiparadas, bem como a
cíficas que tenham sido impostas nos termos do n.o 3 dependência ou a tendência para abusar de bebidas
é sancionado com coima de E 120 a E 600. alcoólicas ou de substâncias psicotrópicas.
6 — Quem infringir o disposto nos n.os 1 e 2 é san- 3 — O estado de dependência de álcool ou de subs-
cionado com coima de E 250 a E 1250. tâncias psicotrópicas é determinado por exame médico,
que pode ser ordenado em caso de condução sob a
influência de quaisquer daquelas bebidas ou substâncias.
CAPÍTULO III 4 — Revela a tendência para abusar de bebidas alcoó-
licas ou de substâncias psicotrópicas a prática num
Troca de título período de três anos, de duas infracções criminais ou
contra-ordenacionais muito graves, de condução sob a
Artigo 128.o influência do álcool ou de substâncias psicotrópicas.
Troca de títulos de condução 5 — Quando o tribunal conheça de infracção a que
corresponda proibição ou inibição de conduzir e haja
1 — Podem ainda obter título de condução com dis- fundadas razões para presumir que ela tenha resultado
pensa do respectivo exame e mediante entrega de título de inaptidão ou incapacidade perigosas para a segurança
válido que possuam e comprovação dos requisitos fixa- de pessoas e bens, deve determinar a submissão do con-
dos nas alíneas a) a d) do n.o 1 do artigo 126.o: dutor a inspecção médica e aos exames referidos no
a) Os titulares de licenças de condução referidas n.o 1.
nas alíneas b), c) e d) do n.o 1 do artigo 125.o; 6 — Não sendo possível comprovar o requisito pre-
b) Os titulares de licenças de condução emitidas visto na alínea c) do n.o 1 do artigo 128.o, ou quando
por outros Estados com os quais exista acordo a autoridade competente para proceder à troca de título
bilateral de equivalência e troca de títulos; tiver fundadas dúvidas sobre a sua autenticidade, pode
c) Os titulares de licenças de condução emitidas aquela troca ser condicionada à aprovação em novo
por outros Estados, desde que comprovem que exame de condução, ou a qualquer uma das suas provas.
1612 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 38 — 23 de Fevereiro de 2005

Artigo 130.o TÍTULO VI


Caducidade do título de condução Da responsabilidade
1 — O título de condução caduca quando: CAPÍTULO I
a) Sendo provisório nos termos dos n.os 4 e 5 do Disposições gerais
artigo 122.o, o seu titular tenha sido condenado
pela pratica de um crime rodoviário, de uma Artigo 131.o
contra-ordenação muito grave ou de duas con- Âmbito
tra-ordenações graves;
Constitui contra-ordenação rodoviária todo o facto
b) For cassado, nos termos do artigo 148.o ilícito e censurável, para o qual se comine uma coima,
que preencha um tipo legal correspondente à violação
2 — O título de condução caduca ainda quando: de norma do Código da Estrada ou de legislação com-
plementar, bem como de legislação especial cuja apli-
a) Não for revalidado nos termos fixados em regu- cação esteja cometida à Direcção-Geral de Viação.
lamento, apenas no que se refere às categorias
ou subcategorias abrangidas pela necessidade Artigo 132.o
de revalidação;
b) O seu titular reprovar na inspecção médica exi- Regime
gida para a revalidação do título ou em exame As contra-ordenações rodoviárias são reguladas pelo
psicológico determinado por autoridade de disposto no presente diploma, pela legislação rodoviária
saúde; complementar ou especial que as preveja e, subsidia-
c) O seu titular não se submeter ou reprovar em riamente, pelo regime geral das contra-ordenações.
qualquer dos exames a que se referem os n.os 1
e 3 do artigo anterior. Artigo 133.o
Punibilidade da negligência
3 — A revalidação do título de condução ou a obten-
ção de novo título depende de aprovação em exame Nas contra-ordenações rodoviárias a negligência é
especial, cujo conteúdo e características são fixados em sempre sancionada.
regulamento, quando o título de condução tenha cadu- Artigo 134.o
cado: Concurso de infracções
o
a) Nos termos do n. 1; 1 — Se o mesmo facto constituir simultaneamente
b) Nos termos da alínea a) do n.o 2, quando a crime e contra-ordenação, o agente é punido sempre
caducidade se tiver verificado há pelo menos a título de crime, sem prejuízo da aplicação da sanção
dois anos, salvo se os respectivos titulares acessória prevista para a contra-ordenação.
demonstrarem ter sido titulares de documento 2 — A aplicação da sanção acessória, nos termos do
idêntico e válido durante esse período; número anterior, cabe ao tribunal competente para o
c) Nos termos da alínea b) do n.o 2; julgamento do crime.
d) Nos termos da alínea c) do n.o 2, por motivo 3 — As sanções aplicadas às contra-ordenações em
de falta ou reprovação a exame médico ou psi- concurso são sempre cumuladas materialmente.
cológico quando tenham decorrido mais de dois
anos sobre a determinação de submissão àqueles Artigo 135.o
exames. Responsabilidade pelas infracções

1 — São responsáveis pelas contra-ordenações rodo-


4 — Ao novo título emitido nos termos da alínea a) viárias os agentes que pratiquem os factos constitutivos
do número anterior é aplicável o regime previsto nos das mesmas, designados em cada diploma legal, sem
n.os 4 e 5 do artigo 122.o prejuízo das excepções e presunções expressamente pre-
5 — Os titulares de título de condução caducado nos vistas naqueles diplomas.
termos do n.o 1 e das alíneas b) e c) do n.o 2 con- 2 — As pessoas colectivas ou equiparadas são res-
sideram-se, para todos os efeitos legais, não habilitados ponsáveis nos termos da lei geral.
a conduzir os veículos para que aquele título foi emitido. 3 — A responsabilidade pelas infracções previstas no
6 — Salvo o disposto no número seguinte, os titulares Código da Estrada e legislação complementar recai no:
de título de condução caducado nos termos da alínea a) a) Condutor do veículo, relativamente às infrac-
do n.o 2 consideram-se, para todos os efeitos legais, ções que respeitem ao exercício da condução;
não habilitados a conduzir os veículos para que aquele b) Titular do documento de identificação do veí-
título foi emitido, apenas no que se refere às categorias culo relativamente às infracções que respeitem
ou subcategorias abrangidas pela necessidade de reva- às condições de admissão do veículo ao trânsito
lidação. nas vias públicas, bem como pelas infracções
7 — Quem conduzir veículo com título não revalidado referidas na alínea anterior quando não for pos-
nos termos da alínea a) do n.o 2, antes do decurso do sível identificar o condutor;
prazo referido na alínea b) do n.o 3, é sancionado com c) Peão, relativamente às infracções que respeitem
coima de E 120 a E 600. ao trânsito de peões.
N.o 38 — 23 de Fevereiro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 1613

4 — Se o titular do documento de identificação do Artigo 138.o


veículo provar que o condutor o utilizou abusivamente
Sanção acessória
ou infringiu as ordens, as instruções ou os termos da
autorização concedida, cessa a sua responsabilidade, 1 — As contra-ordenações graves e muito graves são
sendo responsável, neste caso, o condutor. sancionáveis com coima e com sanção acessória.
5 — Os instrutores são responsáveis pelas infracções 2 — Quem praticar qualquer acto estando inibido ou
cometidas pelos instruendos, desde que não resultem proibido de o fazer por sentença transitada em julgado
de desobediência às indicações da instrução. ou decisão administrativa definitiva que aplique uma
6 — Os examinandos respondem pelas infracções sanção acessória é punido por crime de desobediência
cometidas durante o exame. qualificada.
7 — São também responsáveis pelas infracções pre- 3 — A duração mínima e máxima das sanções aces-
vistas no Código da Estrada e legislação complementar: sórias aplicáveis a outras contra-ordenações rodoviárias
é fixada nos diplomas que as prevêem.
a) Os comitentes que exijam dos condutores um 4 — As sanções acessórias são cumpridas em dias
esforço inadequado à prática segura da condu- seguidos.
ção ou os sujeitem a horário incompatível com
a necessidade de repouso, quando as infracções Artigo 139.o
sejam consequência do estado de fadiga do Determinação da medida da sanção
condutor;
b) Os pais ou tutores que conheçam a inabilidade 1 — A medida e o regime de execução da sanção
ou a imprudência dos seus filhos menores ou determinam-se em função da gravidade da contra-
dos seus tutelados e não obstem, podendo, a -ordenação e da culpa, tendo ainda em conta os ante-
que eles pratiquem a condução; cedentes do infractor relativamente ao diploma legal
c) Os pais ou tutores de menores habilitados com infringido ou aos seus regulamentos.
licença especial de condução emitida nos termos 2 — Quanto à fixação do montante da coima, seu
do n.o 2 do artigo 125.o; pagamento em prestações e fixação da caução de boa
d) Os condutores de veículos que transportem pas- conduta, além das circunstâncias referidas no número
sageiros menores ou inimputáveis e permitam anterior deve ainda ser tida em conta a situação eco-
que estes não façam uso dos acessórios de segu- nómica do infractor, quando for conhecida.
rança obrigatórios; 3 — Quando a contra-ordenação for praticada no
e) Os que facultem a utilização de veículos a pes- exercício da condução, além dos critérios referidos no
soas que não estejam devidamente habilitadas número anterior, deve atender-se, como circunstância
para conduzir, que estejam sob influência de agravante, aos especiais deveres de cuidado que recaem
álcool ou de substâncias psicotrópicas, ou que sobre o condutor, designadamente quando este conduza
se encontrem sujeitos a qualquer outra forma veículos de socorro ou de serviço urgente, de transporte
de redução das faculdades físicas ou psíquicas colectivo de crianças, táxis, pesados de passageiros ou
necessárias ao exercício da condução. de mercadorias, ou de transporte de mercadorias
perigosas.
8 — O titular do documento de identificação do veículo Artigo 140.o
responde subsidiariamente pelo pagamento das coimas
Atenuação especial da sanção acessória
e das custas que forem devidas pelo autor da contra-
-ordenação, sem prejuízo do direito de regresso contra Os limites mínimo e máximo da sanção acessória
este, salvo quando haja utilização abusiva do veículo. cominada para as contra-ordenações muito graves
podem ser reduzidos para metade tendo em conta as
Artigo 136.o circunstâncias da infracção, se o infractor não tiver pra-
ticado, nos últimos cinco anos, qualquer contra-orde-
Classificação das contra-ordenações rodoviárias nação grave ou muito grave ou facto sancionado com
proibição ou inibição de conduzir e na condição de se
1 — As contra-ordenações rodoviárias, nomeada- encontrar paga a coima.
mente as previstas no Código da Estrada e legislação
complementar, classificam-se em leves, graves e muito
graves, nos termos dos respectivos diplomas legais. Artigo 141.o
2 — São contra-ordenações leves as sancionáveis ape- Suspensão da execução da sanção acessória
nas com coima.
3 — São contra-ordenações graves ou muito graves 1 — Pode ser suspensa a execução da sanção acessória
as que forem sancionáveis com coima e com sanção aplicada a contra-ordenações graves no caso de se veri-
acessória. ficarem os pressupostos de que a lei penal geral faz
depender a suspensão da execução das penas, desde
Artigo 137.o que se encontre paga a coima, nas condições previstas
Coima nos números seguintes.
2 — Se o infractor não tiver sido condenado, nos últi-
As coimas aplicadas por contra-ordenações rodoviá- mos cinco anos, pela prática de crime rodoviário ou
rias não estão sujeitas a qualquer adicional e do seu de qualquer contra-ordenação grave ou muito grave,
produto não pode atribuir-se qualquer percentagem aos a suspensão pode ser determinada pelo período de seis
agentes autuantes. meses a um ano.
1614 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 38 — 23 de Fevereiro de 2005

3 — A suspensão pode ainda ser determinada, pelo Artigo 144.o


período de um a dois anos, se o infractor, nos últimos
Registo de infracções
cinco anos, tiver praticado apenas uma contra-ordena-
ção grave, devendo, neste caso, ser condicionada, sin- 1 — O registo de infracções é efectuado e organizado
gular ou cumulativamente: nos termos e para os efeitos estabelecidos nos diplomas
legais onde se prevêem as respectivas contra-ordena-
a) À prestação de caução de boa conduta; ções.
b) Ao cumprimento do dever de frequência de 2 — Do registo referido no número anterior devem
acções de formação, quando se trate de sanção constar as contra-ordenações graves e muito graves pra-
acessória de inibição de conduzir; ticadas e respectivas sanções.
c) Ao cumprimento de deveres específicos previs- 3 — O infractor tem acesso ao seu registo, sempre
tos noutros diplomas legais. que o solicite, nos termos legais.
4 — Aos processos em que deva ser apreciada a res-
4 — A caução de boa conduta é fixada entre E 500 ponsabilidade de qualquer infractor é sempre junta uma
e E 5000, tendo em conta a duração da sanção acessória cópia dos assentamentos que lhe dizem respeito.
aplicada e a situação económica do infractor.
5 — Os encargos decorrentes da frequência de acções
de formação são suportados pelo infractor. CAPÍTULO II
6 — A imposição do dever de frequência de acção
Disposições especiais
de formação deve ter em conta a personalidade e as
aptidões profissionais do infractor, não podendo pre-
judicar o exercício normal da sua actividade profissional Artigo 145.o
nem representar obrigações cujo cumprimento não lhe Contra-ordenações graves
seja razoavelmente exigível.
1 — No exercício da condução, consideram-se graves
as seguintes contra-ordenações:
Artigo 142.o
a) O trânsito de veículos em sentido oposto ao
Revogação da suspensão da execução da sanção acessória estabelecido;
b) O excesso de velocidade praticado fora das loca-
1 — A suspensão da execução da sanção acessória lidades superior a 30 km/h sobre os limites legal-
é sempre revogada se, durante o respectivo período: mente impostos, quando praticado pelo condu-
a) O infractor, no caso de inibição de conduzir, tor de motociclo ou de automóvel ligeiro, ou
superior a 20 km/h, quando praticado por con-
cometer contra-ordenação grave ou muito
dutor de outro veículo a motor;
grave, praticar factos sancionados com proibição c) O excesso de velocidade praticado dentro das
ou inibição de conduzir, não cumprir os deveres localidades superior a 20 km/h sobre os limites
impostos nos termos do n.o 3 do artigo anterior legalmente impostos, quando praticado pelo
ou for ordenada a cassação do título de con- condutor de motociclo ou de automóvel ligeiro,
dução; ou superior a 10 km/h, quando praticado por
b) O infractor, tratando-se de outra sanção aces- condutor de outro veículo a motor;
sória, cometer nova contra-ordenação ao d) O excesso de velocidade superior a 20 km/h
mesmo diploma legal ou seus regulamentos, sobre os limites de velocidade estabelecidos
também cominada com sanção acessória. para o condutor ou especialmente fixados para
o veículo, sem prejuízo do estabelecido nas alí-
2 — A revogação determina o cumprimento da san- neas b) ou c);
ção cuja execução estava suspensa e a quebra da caução, e) O trânsito com velocidade excessiva para as
que reverte a favor da entidade que tiver determinado características do veículo ou da via, para as con-
a suspensão. dições atmosféricas ou de circulação, ou nos
casos em que a velocidade deva ser especial-
Artigo 143.o mente moderada;
f) O desrespeito das regras e sinais relativos a dis-
Reincidência
tância entre veículos, cedência de passagem,
1 — É sancionado como reincidente o infractor que ultrapassagem, mudança de direcção ou de via
cometa contra-ordenação cominada com sanção aces- de trânsito, inversão do sentido de marcha, iní-
cio de marcha, posição de marcha, marcha atrás
sória, depois de ter sido condenado por outra contra-
e atravessamento de passagem de nível;
-ordenação ao mesmo diploma legal ou seus regula- g) A paragem ou o estacionamento nas bermas
mentos, praticada há menos de cinco anos e também das auto-estradas ou vias equiparadas;
sancionada com sanção acessória. h) O desrespeito das regras de trânsito de auto-
2 — No prazo previsto no número anterior não é con- móveis pesados e de conjuntos de veículos, em
tado o tempo durante o qual o infractor cumpriu a san- auto-estradas ou vias equiparadas;
ção acessória ou a proibição de conduzir, ou foi sujeito i) A não cedência de passagem aos peões pelo
à interdição de concessão de título de condução. condutor que mudou de direcção dentro das
3 — No caso de reincidência, os limites mínimos de localidades, bem como o desrespeito pelo trân-
duração da sanção acessória previstos para a respectiva sito dos mesmos nas passagens para o efeito
contra-ordenação são elevados para o dobro. assinaladas;
N.o 38 — 23 de Fevereiro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 1615

j) O trânsito de veículos sem utilização das luzes mesmo artigo, quando o excesso de velocidade
referidas no n.o 1 do artigo 61.o, nas condições for superior a 40 km/h ou a 20 km/h, respec-
previstas no mesmo número, bem como o trân- tivamente, e a infracção prevista na alínea d),
sito de motociclos e de ciclomotores sem uti- quando o excesso de velocidade for superior
lização das luzes de cruzamento; a 40 km/h;
l) A condução sob influência de álcool, quando j) A infracção prevista na alínea l) do artigo ante-
a taxa de álcool no sangue for igual ou superior rior, quando a taxa de álcool no sangue for igual
a 0,5 g/l e inferior a 0,8 g/l; ou superior a 0,8 g/l e inferior a 1,2 g/l ou quando
m) A não utilização do sinal de pré-sinalização de o condutor for considerado influenciado pelo
perigo e das luzes avisadoras de perigo; álcool em relatório médico;
n) A utilização, durante a marcha do veículo, de l) O desrespeito da obrigação de parar imposta
auscultadores sonoros e de aparelhos radiote- por sinal regulamentar dos agentes fiscalizado-
lefónicos, salvo nas condições previstas no n.o 2 res ou reguladores do trânsito ou pela luz ver-
do artigo 84.o; melha de regulação do trânsito;
o) A paragem e o estacionamento nas passagens m) A condução sob influência de substâncias psi-
assinaladas para a travessia de peões; cotrópicas;
p) O transporte de passageiros menores ou inim- n) O desrespeito pelo sinal de paragem obrigatória
putáveis sem que estes façam uso dos acessórios nos cruzamentos, entroncamentos e rotundas;
de segurança obrigatórios. o) A transposição ou a circulação em desrespeito
de uma linha longitudinal contínua delimitadora
2 — Considera-se igualmente grave a circulação de de sentidos de trânsito ou de uma linha mista
veículo sem seguro de responsabilidade civil, caso em com o mesmo significado;
que é aplicável o disposto na alínea b) do n.o 3 do p) A condução de veículo de categoria ou subca-
artigo 135.o, com os efeitos previstos e equiparados nos tegoria para a qual a carta de condução de que
n.os 2 e 3 do artigo 147.o o infractor é titular não confere habilitação;
q) O abandono pelo condutor do local do acidente
Artigo 146.o nas circunstâncias referidas no n.o 2 do
artigo 89.o
Contra-ordenações muito graves
Artigo 147.o
No exercício da condução, consideram-se muito gra-
ves as seguintes contra-ordenações: Inibição de conduzir

a) A paragem ou o estacionamento nas faixas de 1 — A sanção acessória aplicável aos condutores pela
rodagem, fora das localidades, a menos de 50 m prática de contra-ordenações graves ou muito graves
dos cruzamentos e entroncamentos, curvas ou previstas no Código da Estrada e legislação comple-
lombas de visibilidade insuficiente e, ainda, a mentar consiste na inibição de conduzir.
paragem ou o estacionamento nas faixas de 2 — A sanção de inibição de conduzir tem a duração
rodagem das auto-estradas ou vias equiparadas; mínima de um mês e máxima de um ano, ou mínima
b) O estacionamento, de noite, nas faixas de roda- de dois meses e máxima de dois anos, consoante seja
gem, fora das localidades; aplicável às contra-ordenações graves ou muito graves,
c) A não utilização do sinal de pré-sinalização de respectivamente, e refere-se a todos os veículos a motor.
perigo, bem como a falta de sinalização de veí-
3 — Se a responsabilidade for imputada a pessoa sin-
culo imobilizado por avaria ou acidente, em
gular não habilitada com título de condução ou a pessoa
auto-estradas ou vias equiparadas;
colectiva, a sanção de inibição de conduzir é substituída
d) A utilização dos máximos de modo a provocar
por apreensão do veículo por período idêntico de tempo
encandeamento;
que àquela caberia.
e) A entrada ou saída das auto-estradas ou vias
equiparadas por locais diferentes dos acessos Artigo 148.o
a esses fins destinados;
f) A utilização, em auto-estradas ou vias equipa- Cassação do título de condução
radas, dos separadores de trânsito ou de aber-
turas eventualmente neles existentes, bem como 1 — É aplicável a cassação do título de condução
o trânsito nas bermas; quando o infractor praticar contra-ordenação grave ou
g) As infracções previstas na alínea a) do artigo muito grave, tendo, no período de cinco anos imedia-
anterior quando praticadas em auto-estradas, tamente anterior, sido condenado pela prática de três
vias equiparadas e vias com mais de uma via contra-ordenações muito graves ou cinco contra-orde-
de trânsito em cada sentido; nações entre graves e muito graves.
h) As infracções previstas nas alíneas f) e j) do 2 — A cassação do título de condução é determinada
artigo anterior quando praticadas nas auto-es- na decisão que conheça da prática da contra-ordenação
tradas ou vias equiparadas; mais recente a que se refere o n.o 1.
i) A infracção prevista na alínea b) do artigo ante- 3 — Quando for determinada a cassação de título de
rior, quando o excesso de velocidade for supe- condução, não pode ser concedido ao seu titular novo
rior a 60 km/h ou a 40 km/h, respectivamente, título de condução de veículos a motor, de qualquer
bem como a infracção prevista na alínea c) do categoria, pelo período de dois anos.
1616 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 38 — 23 de Fevereiro de 2005

Artigo 149.o 2 — Quem praticar actos susceptíveis de falsear os


resultados dos exames a que seja sujeito não pode pre-
Registo de infracções do condutor
valecer-se daqueles para efeitos de prova.
Do registo de infracções relativas ao exercício da con- 3 — As pessoas referidas nas alíneas a) e b) do n.o 1
dução, organizado nos termos de diploma próprio, que recusem submeter-se às provas estabelecidas para
devem constar: a detecção do estado de influenciado pelo álcool ou
por substâncias psicotrópicas são punidas por crime de
a) Os crimes praticados no exercício da condução desobediência.
de veículos a motor e respectivas penas e medi- 4 — As pessoas referidas na alínea c) do n.o 1 que
das de segurança; recusem submeter-se às provas estabelecidas para a
b) As contra-ordenações graves e muito graves pra- detecção do estado de influenciado pelo álcool ou por
ticadas e respectivas sanções. substâncias psicotrópicas são impedidas de iniciar a
condução.
5 — O médico ou paramédico que, sem justa causa,
CAPÍTULO III se recusar a proceder às diligências previstas na lei para
diagnosticar o estado de influenciado pelo álcool ou
Garantia da responsabilidade civil por substâncias psicotrópicas é punido por crime de
desobediência.
Artigo 150.o
Artigo 153.o
Obrigação de seguro
Fiscalização da condução sob influência de álcool
1 — Os veículos a motor e seus reboques só podem
transitar na via pública desde que seja efectuado, nos 1 — O exame de pesquisa de álcool no ar expirado
termos de legislação especial, seguro da responsabili- é realizado por autoridade ou agente de autoridade
dade civil que possa resultar da sua utilização. mediante a utilização de aparelho aprovado para o
2 — Quem infringir o disposto no n.o 1 é sancionado efeito.
com coima de E 500 a E 2500, se o veículo for um 2 — Se o resultado do exame previsto no número
motociclo ou um automóvel, ou de E 250 a E 1250, anterior for positivo, a autoridade ou o agente de auto-
se for outro veículo a motor. ridade deve notificar o examinando, por escrito, ou, se
tal não for possível, verbalmente, daquele resultado, das
sanções legais dele decorrentes, de que pode, de ime-
Artigo 151.o
diato, requerer a realização de contraprova e de que
Seguro de provas desportivas deve suportar todas as despesas originadas por esta con-
traprova no caso de resultado positivo.
A autorização para realização, na via pública, de pro- 3 — A contraprova referida no número anterior deve
vas desportivas de veículos a motor e dos respectivos ser realizada por um dos seguintes meios, de acordo
treinos oficiais depende da efectivação, pelo organiza- com a vontade do examinando:
dor, de um seguro que cubra a sua responsabilidade
civil, bem como a dos proprietários ou detentores dos a) Novo exame, a efectuar através de aparelho
veículos e dos participantes, decorrente dos danos resul- aprovado;
tantes de acidentes provocados por esses veículos. b) Análise de sangue.

4 — No caso de opção pelo novo exame previsto na


TÍTULO VII alínea a) do número anterior, o examinando deve ser,
de imediato, a ele sujeito e, se necessário, conduzido
Procedimentos de fiscalização a local onde o referido exame possa ser efectuado.
5 — Se o examinando preferir a realização de uma
CAPÍTULO I análise de sangue, deve ser conduzido, o mais rapida-
mente possível, a estabelecimento oficial de saúde, a
Procedimento para a fiscalização da condução fim de ser colhida a quantidade de sangue necessária
sob influência de álcool ou de substâncias psicotrópicas para o efeito.
6 — O resultado da contraprova prevalece sobre o
Artigo 152.o resultado do exame inicial.
7 — Quando se suspeite da utilização de meios sus-
Princípios gerais ceptíveis de alterar momentaneamente o resultado do
1 — Devem submeter-se às provas estabelecidas para exame, pode a autoridade ou o agente de autoridade
a detecção dos estados de influenciado pelo álcool ou mandar submeter o suspeito a exame médico.
por substâncias psicotrópicas: 8 — Se não for possível a realização de prova por
pesquisa de álcool no ar expirado, o examinando deve
a) Os condutores; ser submetido a colheita de sangue para análise ou, se
b) Os peões, sempre que sejam intervenientes em esta não for possível por razões médicas, deve ser rea-
acidentes de trânsito; lizado exame médico, em estabelecimento oficial de
c) As pessoas que se propuserem iniciar a con- saúde, para diagnosticar o estado de influenciado pelo
dução. álcool.
N.o 38 — 23 de Fevereiro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 1617

Artigo 154.o Artigo 157.o


Impedimento de conduzir Fiscalização da condução sob influência de substâncias psicotrópicas

1 — Quem apresentar resultado positivo no exame 1 — Os condutores e as pessoas que se propuserem


previsto no n.o 1 do artigo anterior ou recusar ou não iniciar a condução devem ser submetidos aos exames
puder submeter-se a tal exame, fica impedido de con- legalmente estabelecidos para detecção de substâncias
duzir pelo período de doze horas, a menos que com- psicotrópicas, quando haja indícios de que se encontram
prove, antes de decorrido esse período, que não está sob influência destas substâncias.
influenciado pelo álcool, através de exame por si 2 — Os condutores e os peões que intervenham em
requerido. acidente de trânsito de que resultem mortos ou feridos
2 — Quem conduzir com inobservância do impedi- graves devem ser submetidos aos exames referidos no
mento referido no número anterior é punido por crime número anterior.
de desobediência qualificada. 3 — A autoridade ou o agente de autoridade notifica:
3 — O agente de autoridade notifica o condutor ou
a pessoa que se propuser iniciar a condução nas cir- a) Os condutores e os peões de que devem, sob
cunstâncias previstas no n.o 1 de que fica impedido de pena de crime de desobediência, submeter-se
conduzir durante o período estabelecido no mesmo aos exames de rastreio e se necessário de con-
número, sob pena de crime de desobediência qua- firmação, para avaliação do estado de influen-
lificada. ciado por substâncias psicotrópicas;
4 — As despesas originadas pelo exame a que se b) Os condutores, caso o exame de rastreio seja
refere a parte final do n.o 1 são suportadas pelo exa- positivo, de que ficam impedidos de conduzir
minando, salvo se resultarem de contraprova com resul- pelo período de quarenta e oito horas, salvo
tado negativo requerida ao abrigo do n.o 2 do artigo se, antes de decorrido aquele período, apresen-
anterior. tarem resultado negativo em novo exame de
rastreio;
Artigo 155.o c) As pessoas que se propuserem iniciar a con-
Imobilização do veículo
dução nas circunstâncias previstas no n.o 1 e
que apresentem resultado positivo em exame
1 — Para garantir o cumprimento do disposto no n.o 1 de rastreio de que ficam impedidas de conduzir
do artigo anterior deve o veículo ser imobilizado ou pelo período de quarenta e oito horas, salvo
removido para parque ou local apropriado, providen- se, antes de decorrido aquele período, se sub-
ciando-se, sempre que tal se mostre indispensável, o meterem a novo exame de rastreio que apre-
encaminhamento dos ocupantes do veículo. sente resultado negativo.
2 — Todas as despesas originadas pelos procedimen-
tos previstos no número anterior são suportadas pelo 4 — Quando o exame de rastreio realizado aos con-
condutor. dutores e peões nos termos dos n.os 1 e 2 apresentar
3 — Não há lugar à imobilização ou remoção do veí- resultado positivo, devem aqueles submeter-se aos exa-
culo se outro condutor, com consentimento do que ficar mes complementares necessários, sob pena de crime de
impedido, ou do proprietário do veículo, se propuser desobediência.
conduzi-lo e apresentar resultado negativo em teste de 5 — Quando necessário, o agente de autoridade pro-
pesquisa de álcool. videncia o transporte dos examinandos a estabeleci-
4 — No caso previsto no número anterior, o condutor mento oficial de saúde.
substituto deve ser notificado de que fica responsável 6 — Para os efeitos previstos nos números anteriores
pela observância do impedimento referido no artigo aplica-se, com as necessárias adaptações, o disposto no
anterior, sob pena de crime de desobediência qua- artigo 155.o e nos n.os 2, 3 e 4 do artigo 156.o
lificada. 7 — Para efeitos do n.o 2 entende-se por ferido grave
aquele que, em consequência de acidente de viação e
Artigo 156.o após atendimento em serviço de urgência hospitalar por
Exames em caso de acidente situação emergente, careça de cuidados clínicos que
obriguem à permanência em observação no serviço de
1 — Os condutores e os peões que intervenham em urgência ou em internamento hospitalar.
acidente de trânsito devem, sempre que o seu estado
de saúde o permitir, ser submetidos a exame de pesquisa
de álcool no ar expirado, nos termos do artigo 153.o Artigo 158.o
2 — Quando não tiver sido possível a realização do Outras disposições
exame referido no número anterior, o médico do esta-
belecimento oficial de saúde a que os intervenientes 1 — São fixados em regulamento:
no acidente sejam conduzidos deve proceder à colheita
da amostra de sangue para posterior exame de diag- a) O tipo de material a utilizar na fiscalização e
nóstico do estado de influenciado pelo álcool. nos exames laboratoriais para determinação dos
3 — Se o exame de pesquisa de álcool no sangue não estados de influenciado pelo álcool ou por subs-
puder ser feito, deve proceder-se a exame médico para tâncias psicotrópicas;
diagnosticar o estado de influenciado pelo álcool. b) Os métodos a utilizar para a determinação do
4 — Os condutores e peões mortos devem também doseamento de álcool ou de substâncias psico-
ser submetidos ao exame previsto no n.o 2. trópicas no sangue;
1618 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 38 — 23 de Fevereiro de 2005

c) Os exames médicos para determinação dos esta- 3 — Quando haja lugar à apreensão do título de con-
dos de influenciado pelo álcool ou por substân- dução, o condutor é notificado para, no prazo de 15 dias
cias psicotrópicas; úteis, o entregar à entidade competente, sob pena de
d) Os laboratórios onde devem ser feitas as análises crime de desobediência, devendo, nos casos previstos
de urina e de sangue; no n.o 1, esta notificação ser efectuada com a notificação
e) As tabelas dos preços dos exames realizados e da decisão.
das taxas de transporte dos examinandos e de 4 — Sem prejuízo da punição por crime de desobe-
imobilização e de remoção de veículos. diência, se o condutor não proceder à entrega do título
de condução nos termos do número anterior, pode a
2 — O pagamento das despesas originadas pelos exa- entidade competente determinar a sua apreensão, atra-
mes previstos na lei para determinação do estado de vés da autoridade de fiscalização e seus agentes.
influenciado pelo álcool ou por substâncias psicotró-
picas, bem como pela imobilização e remoção de veículo Artigo 161.o
a que se refere o artigo 155.o, é efectuado pela entidade
Apreensão do documento de identificação do veículo
a quem competir a coordenação da fiscalização do
trânsito. 1 — O documento de identificação do veículo deve
3 — Quando os exames referidos tiverem resultado ser apreendido pelas autoridades de investigação cri-
positivo, as despesas são da responsabilidade do exa- minal ou de fiscalização ou seus agentes quando:
minando, devendo ser levadas à conta de custas nos
processos crime ou de contra-ordenação a que houver a) Suspeitem da sua contrafacção ou viciação
lugar, as quais revertem a favor da entidade referida fraudulenta;
no número anterior. b) As características do veículo não confiram com
as nele mencionadas;
c) Se encontre em estado de conservação que torne
CAPÍTULO II ininteligível qualquer indicação ou averba-
mento;
Apreensões d) O veículo, em consequência de acidente, se mos-
tre gravemente afectado no quadro ou nos sis-
Artigo 159.o temas de suspensão, direcção ou travagem, não
tendo condições para circular pelos seus pró-
Apreensão preventiva de títulos de condução prios meios;
e) O veículo for apreendido;
1 — Os títulos de condução devem ser preventiva- f) O veículo for encontrado a circular não ofe-
mente apreendidos pelas autoridades de investigação recendo condições de segurança;
criminal ou de fiscalização ou seus agentes quando: g) Se verifique, em inspecção, que o veículo não
a) Suspeitem da sua contrafacção ou viciação oferece condições de segurança ou ainda,
fraudulenta; estando afecto a transportes públicos, não tenha
b) Tiver expirado o seu prazo de validade; a suficiente comodidade;
c) Se encontrem em estado de conservação que h) As chapas de matrícula não obedeçam às con-
torne ininteligível qualquer indicação ou aver- dições regulamentares relativas a características
bamento. técnicas e modos de colocação;
i) O veículo circule desrespeitando as regras rela-
2 — Nos casos previstos nas alíneas a) e c) do n.o 1 tivas à poluição sonora, do solo e do ar.
deve, em substituição do título, ser fornecida uma guia
de condução válida pelo tempo julgado necessário e 2 — Com a apreensão do documento de identificação
renovável quando ocorra motivo justificado. do veículo procede-se também à de todos os outros docu-
mentos que à circulação do veículo digam respeito, os
quais são restituídos em simultâneo com aquele docu-
Artigo 160.o mento.
3 — Nos casos previstos nas alíneas a), c), g), h) e
Outros casos de apreensão de títulos de condução
i) do n.o 1, deve ser passada, em substituição do docu-
1 — Os títulos de condução devem ser apreendidos mento de identificação do veículo, uma guia válida pelo
para cumprimento da cassação do título, proibição ou prazo e nas condições na mesma indicados.
inibição de conduzir. 4 — Nos casos previstos nas alíneas b) e e) do n.o 1,
2 — A entidade competente deve ainda determinar deve ser passada guia válida apenas para o percurso
a apreensão dos títulos de condução quando: até ao local de destino do veículo.
5 — Deve ainda ser passada guia de substituição do
a) Qualquer dos exames realizados nos termos dos documento de identificação do veículo, válida para os
n.os 1 e 5 do artigo 129.o revelar incapacidade percursos necessários às reparações a efectuar para
técnica ou inaptidão física, mental ou psicoló- regularização da situação do veículo, bem como para
gica do examinando para conduzir com segu- a sua apresentação a inspecção.
rança; 6 — Nas situações previstas nas alíneas f) e h) do
b) O condutor não se apresentar a qualquer dos n.o 1, quando se trate de avarias de fácil reparação nas
exames referidos na alínea anterior ou no n.o 3 luzes, pneumáticos ou chapa de matrícula, pode ser emi-
do artigo 129.o, salvo se justificar a falta no prazo tida guia válida para apresentação do veículo com a
de cinco dias; avaria reparada, em posto policial, no prazo máximo
c) Tenha caducado nos termos dos n.os 1 e 2 do de oito dias, sendo, neste caso, as coimas aplicáveis redu-
artigo 130.o zidas para metade nos seus limites mínimos e máximos.
N.o 38 — 23 de Fevereiro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 1619

7 — Sem prejuízo do disposto nos n.os 3 a 6, quem 7 — Exceptuam-se do disposto na primeira parte do
conduzir veículo cujo documento de identificação tenha número anterior os casos em que as indemnizações
sido apreendido é sancionado com coima de E 300 a tenham sido satisfeitas pelo Fundo de Garantia Auto-
E 1500. móvel nos termos de legislação própria.
8 — Quem for titular do documento de identificação
Artigo 162.o do veículo responde pelo pagamento das despesas cau-
Apreensão de veículos sadas pela sua apreensão.

1 — O veículo deve ser apreendido pelas autoridades


de investigação criminal ou de fiscalização ou seus agen- CAPÍTULO III
tes quando:
Abandono, bloqueamento e remoção de veículos
a) Transite com números de matrícula que não lhe
correspondam ou não tenham sido legalmente Artigo 163.o
atribuídos;
b) Transite sem chapas de matrícula ou não se Estacionamento indevido ou abusivo
encontre matriculado, salvo nos casos permi-
tidos por lei; 1 — Considera-se estacionamento indevido ou abu-
sivo:
c) Transite com números de matrícula que não
sejam válidos para o trânsito em território a) O de veículo, durante 30 dias ininterruptos, em
nacional; local da via pública ou em parque ou zona de
d) Transite estando o respectivo documento de estacionamento isentos do pagamento de qual-
identificação apreendido, salvo se este tiver sido quer taxa;
substituído por guia passada nos termos do b) O de veículo, em parque de estacionamento,
artigo anterior; quando as taxas correspondentes a cinco dias
e) O respectivo registo de propriedade ou a titu- de utilização não tiverem sido pagas;
laridade do documento de identificação não c) O de veículo, em zona de estacionamento con-
tenham sido regularizados no prazo legal; dicionado ao pagamento de taxa, quando esta
f) Não tenha sido efectuado seguro de responsa- não tiver sido paga ou tiverem decorrido duas
bilidade civil nos termos da lei; horas para além do período de tempo pago;
g) Não compareça à inspecção prevista no n.o 2 d) O de veículo que permanecer em local de esta-
do artigo 116.o, sem que a falta seja devidamente cionamento limitado mais de duas horas para
justificada; além do período de tempo permitido;
h) Transite sem ter sido submetido a inspecção e) O de veículos agrícolas, máquinas industriais,
para confirmar a correcção de anomalias veri- reboques e semi-reboques não atrelados ao veí-
ficadas em anterior inspecção, em que reprovou, culo tractor e o de veículos publicitários que
no prazo que lhe for fixado; permaneçam no mesmo local por tempo supe-
i) A apreensão seja determinada ao abrigo do dis- rior a setenta e duas horas, ou a 30 dias, se
posto no n.o 3 do artigo 147.o; estacionarem em parques a esse fim destinados;
j) A apreensão seja determinada ao abrigo do dis- f) O que se verifique por tempo superior a qua-
posto no n.o 6 do artigo 114.o ou no n.o 3 do renta e oito horas, quando se trate de veículos
artigo 115.o; que apresentem sinais exteriores evidentes de
l) A apreensão seja determinada ao abrigo do dis- abandono, de inutilização ou de impossibilidade
posto nos n.os 5 e 6 do artigo 174.o de se deslocarem com segurança pelos seus pró-
prios meios;
2 — Nos casos previstos no número anterior, o veículo g) O de veículos ostentando qualquer informação
não pode manter-se apreendido por mais de 90 dias com vista à sua transacção, em parque de
devido a negligência do titular do respectivo documento estacionamento;
de identificação em promover a regularização da sua h) O de veículos sem chapa de matrícula ou com
situação, sob pena de perda do mesmo a favor do Estado. chapa que não permita a correcta leitura da
3 — Quando o veículo for apreendido é lavrado auto matrícula.
de apreensão, notificando-se o titular do documento de
identificação do veículo da cominação prevista no 2 — Os prazos previstos nas alíneas a) e e) do número
número anterior. anterior não se interrompem, desde que os veículos
4 — Nos casos previstos nas alíneas a) e b) do n.o 1, sejam apenas deslocados de um para outro lugar de
o veículo é colocado à disposição da autoridade judicial estacionamento, ou se mantenham no mesmo parque
competente, sempre que tiver sido instaurado proce- ou zona de estacionamento.
dimento criminal.
5 — Nos casos previstos nas alíneas c) a j) do n.o 1, Artigo 164.o
o titular do documento de identificação pode ser desig-
nado fiel depositário do respectivo veículo. Bloqueamento e remoção
6 — No caso de acidente, a apreensão referida na 1 — Podem ser removidos os veículos que se encon-
alínea f) do n.o 1 mantém-se até que se mostrem satis- trem:
feitas as indemnizações dele derivadas ou, se o respec-
tivo montante não tiver sido determinado, até que seja a) Estacionados indevida ou abusivamente, nos
prestada caução por quantia equivalente ao valor termos do artigo anterior;
mínimo do seguro obrigatório, sem prejuízo da prova b) Estacionados ou imobilizados na berma de auto-
da efectivação de seguro. -estrada ou via equiparada;
1620 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 38 — 23 de Fevereiro de 2005

c) Estacionados ou imobilizados de modo a cons- 8 — As taxas não são devidas quando se verificar que
tituírem evidente perigo ou grave perturbação houve errada aplicação das disposições legais.
para o trânsito;
d) Estacionados ou imobilizados em locais que, por
Artigo 165.o
razões de segurança, de ordem pública, de emer-
gência, de socorro ou outros motivos análogos, Presunção de abandono
justifiquem a remoção.
1 — Removido o veículo nos termos do artigo anterior
2 — Para os efeitos do disposto na alínea c) do ou levantada a apreensão efectuada nos termos do n.o 1
número anterior, considera-se que constituem evidente do artigo 162.o, deve ser notificado o titular do docu-
perigo ou grave perturbação para o trânsito, entre mento de identificação do veículo, para a residência
outros, os seguintes casos de estacionamento ou imo- constante do respectivo registo, para o levantar no prazo
bilização: de 45 dias.
2 — Tendo em vista o estado geral do veículo, se for
a) Em via ou corredor de circulação reservados previsível um risco de deterioração que possa fazer
a transportes públicos; recear que o preço obtido em venda em hasta pública
b) Em local de paragem de veículos de transporte não cubra as despesas decorrentes da remoção e depó-
colectivo de passageiros; sito, o prazo previsto no número anterior é reduzido
c) Em passagem de peões sinalizada; a 30 dias.
d) Em cima dos passeios ou em zona reservada 3 — Os prazos referidos nos números anteriores con-
exclusivamente ao trânsito de peões; tam-se a partir da recepção da notificação ou da sua
e) Na faixa de rodagem, sem ser junto da berma afixação nos termos do artigo seguinte.
ou passeio; 4 — Se o veículo não for reclamado dentro do prazo
f) Em local destinado ao acesso de veículos ou previsto nos números anteriores é considerado aban-
peões a propriedades, garagens ou locais de donado e adquirido por ocupação pelo Estado ou pelas
estacionamento; autarquias locais.
g) Em local destinado ao estacionamento de veí- 5 — O veículo é considerado imediatamente aban-
culos de certas categorias, ao serviço de deter- donado quando essa for a vontade manifestada expres-
minadas entidades ou utilizados no transporte samente pelo seu proprietário.
de pessoas com deficiência;
h) Em local afecto à paragem de veículos para ope-
rações de carga e descarga ou tomada e largada Artigo 166.o
de passageiros; Reclamação de veículos
i) Impedindo o trânsito de veículos ou obrigando
à utilização da parte da faixa de rodagem des- 1 — Da notificação referida no artigo anterior deve
tinada ao sentido contrário, conforme o trânsito constar a indicação do local para onde o veículo foi
se faça num ou em dois sentidos; removido e, bem assim, que o titular do respectivo docu-
j) Na faixa de rodagem, em segunda fila; mento de identificação o deve retirar dentro dos prazos
l) Em local em que impeça o acesso a outros veí- referidos no artigo anterior e após o pagamento das
culos devidamente estacionados ou a saída despesas de remoção e depósito, sob pena de o veículo
destes; se considerar abandonado.
m) De noite, na faixa de rodagem, fora das loca- 2 — Nos casos previstos na alínea f) do n.o 1 do
lidades, salvo em caso de imobilização por avaria artigo 163.o, se o veículo apresentar sinais evidentes de
devidamente sinalizada; acidente, a notificação deve fazer-se pessoalmente, salvo
n) Na faixa de rodagem de auto-estrada ou via se o titular do respectivo documento de identificação
equiparada. não estiver em condições de a receber, sendo então
feita em qualquer pessoa da sua residência, preferindo
3 — Verificada qualquer das situações previstas nas os parentes.
alíneas a), b) e c) do n.o 1, as autoridades competentes 3 — Não sendo possível proceder à notificação pes-
para a fiscalização podem bloquear o veículo através soal por se ignorar a residência ou a identidade do titular
de dispositivo adequado, impedindo a sua deslocação do documento de identificação do veículo, a notificação
até que se possa proceder à remoção. deve ser afixada junto da sua última residência conhecida
4 — Na situação prevista na alínea c) do n.o 1, no ou na câmara municipal da área onde o veículo tiver
caso de não ser possível a remoção imediata, as auto- sido encontrado.
ridades competentes para a fiscalização devem, também, 4 — A entrega do veículo ao reclamante depende da
proceder à deslocação provisória do veículo para outro prestação de caução de valor equivalente às despesas
local, a fim de aí ser bloqueado até à remoção. de remoção e depósito.
5 — O desbloqueamento do veículo só pode ser feito
pelas autoridades competentes, sendo qualquer outra
pessoa que o fizer sancionada com coima de E 300 a Artigo 167.o
E 1500. Hipoteca
6 — Quem for titular do documento de identificação
do veículo é responsável por todas as despesas ocasio- 1 — Quando o veículo seja objecto de hipoteca, a
nadas pela remoção, sem prejuízo das sanções legais remoção deve também ser notificada ao credor, para
aplicáveis, ressalvando-se o direito de regresso contra a residência constante do respectivo registo ou nos ter-
o condutor. mos do n.o 3 do artigo anterior.
7 — As condições e as taxas devidas pelo bloquea- 2 — Da notificação ao credor deve constar a indicação
mento, remoção e depósito de veículos são fixadas em dos termos em que a notificação foi feita e a data em
regulamento. que termina o prazo a que o artigo anterior se refere.
N.o 38 — 23 de Fevereiro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 1621

3 — O credor hipotecário pode requerer a entrega CAPÍTULO II


do veículo como fiel depositário, para o caso de, findo
o prazo, o titular do documento de identificação o não Processamento
levantar.
4 — O requerimento pode ser apresentado no prazo Artigo 170.o
de 20 dias após a notificação ou até ao termo do prazo Auto de notícia e de denúncia
para levantamento do veículo pelo titular do documento
de identificação, se terminar depois daquele. 1 — Quando qualquer autoridade ou agente de auto-
5 — O veículo deve ser entregue ao credor hipote- ridade, no exercício das suas funções de fiscalização,
cário logo que se mostrem pagas todas as despesas oca- presenciar contra-ordenação rodoviária, levanta ou
sionadas pela remoção e depósito, devendo o pagamento manda levantar auto de notícia, que deve mencionar
ser feito dentro dos oito dias seguintes ao termo do os factos que constituem a infracção, o dia, a hora, o
último dos prazos a que se refere o artigo anterior. local e as circunstâncias em que foi cometida, o nome
6 — O credor hipotecário tem o direito de exigir do e a qualidade da autoridade ou agente de autoridade
titular do documento de identificação as despesas refe- que a presenciou, a identificação dos agentes da infrac-
ridas no número anterior e as que efectuar na qualidade ção e, quando possível, de, pelo menos, uma testemunha
de fiel depositário. que possa depor sobre os factos.
Artigo 168.o 2 — O auto de notícia é assinado pela autoridade
Penhora
ou agente de autoridade que o levantou ou mandou
levantar e, quando for possível, pelas testemunhas.
1 — Quando o veículo tenha sido objecto de penhora 3 — O auto de notícia levantado e assinado nos ter-
ou acto equivalente, a autoridade que procedeu à remo- mos dos números anteriores faz fé sobre os factos pre-
ção deve informar o tribunal das circunstâncias que a senciados pelo autuante, até prova em contrário.
justificaram. 4 — O disposto no número anterior aplica-se aos ele-
2 — No caso previsto no número anterior, o veículo mentos de prova obtidos através de aparelhos ou ins-
deve ser entregue à pessoa que para o efeito o tribunal trumentos aprovados nos termos legais e regulamen-
designar como fiel depositário, sendo dispensado o paga- tares.
mento prévio das despesas de remoção e depósito. 5 — A autoridade ou agente de autoridade que tiver
3 — Na execução, os créditos pelas despesas de remo- notícia, por denúncia ou conhecimento próprio, de con-
ção e depósito gozam de privilégio mobiliário especial. tra-ordenação que deva conhecer levanta auto, a que
é correspondentemente aplicável o disposto nos n.os 1
e 2, com as necessárias adaptações.
TÍTULO VIII
Do processo Artigo 171.o
CAPÍTULO I Identificação do arguido

Competência 1 — A identificação do arguido deve ser efectuada


através da indicação de:
Artigo 169.o a) Nome completo ou, quando se trate de pessoa
Competência para o processamento e aplicação das coimas colectiva, denominação social;
b) Residência ou, quando se trate de pessoa colec-
1 — O processamento das contra-ordenações rodo- tiva, sede;
viárias compete à Direcção-Geral de Viação. c) Número do documento legal de identificação
2 — Tem competência para aplicação das coimas cor- pessoal, data e respectivo serviço emissor ou,
respondentes às contra-ordenações leves e às coimas
quando se trate de pessoa colectiva, do número
e sanções acessórias correspondentes às contra-ordena-
ções graves o director-geral de Viação, que poderá dele- de pessoa colectiva;
gá-la nos directores regionais de viação. d) Número do título de condução e respectivo ser-
3 — Têm competência para aplicação das coimas e viço emissor;
sanções acessórias correspondentes às contra-ordena- e) Identificação do representante legal, quando se
ções muito graves as entidades designadas pelo Ministro trate de pessoa colectiva;
da Administração Interna. f) Número e identificação do documento que titula
4 — O director-geral de Viação tem competência o exercício da actividade, no âmbito da qual
exclusiva, sem poder de delegação, para determinar da a infracção foi praticada.
cassação do título de condução, nos termos previstos
no presente diploma. 2 — Quando se trate de contra-ordenação praticada
5 — Os directores regionais de viação a quem tenha no exercício da condução e o agente de autoridade não
sido delegada a competência prevista no n.o 2 podem puder identificar o autor da infracção, deve ser levantado
subdelegá-la, nos termos gerais, nos dirigentes de grau o auto de contra-ordenação ao titular do documento
hierarquicamente inferior e, ainda, nos coordenadores de identificação do veículo, correndo contra ele o cor-
das contra-ordenações. respondente processo.
6 — Compete aos serviços regionais da Direcção-Ge- 3 — Se, no prazo concedido para a defesa, o titular
ral de Viação ou, nos distritos em que existam, às res- do documento de identificação do veículo identificar,
pectivas delegações distritais a instrução dos processos com todos os elementos constantes do n.o 1, pessoa
de contra-ordenação, devendo solicitar, quando neces- distinta como autora da contra-ordenação, o processo
sário, a colaboração das autoridades policiais, bem como é suspenso, sendo instaurado novo processo contra a
de outras autoridades ou serviços públicos. pessoa identificada como infractora.
1622 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 38 — 23 de Fevereiro de 2005

4 — O processo referido no n.o 2 é arquivado quando c) Se a sanção respeitar ao condutor e ele for,
se comprove que outra pessoa praticou a contra-orde- simultaneamente, titular do documento de iden-
nação ou houve utilização abusiva do veículo. tificação do veículo, todos os documentos refe-
5 — Quando o agente da autoridade não puder iden- ridos nas alíneas anteriores.
tificar o autor da contra-ordenação e verificar que o
titular do documento de identificação é pessoa colectiva, 5 — No caso previsto no número anterior, devem ser
deve esta ser notificada para proceder à identificação emitidas guias de substituição dos documentos apreen-
do condutor, no prazo de 15 dias úteis, sob pena de didos, com validade pelo tempo julgado necessário e
o processo correr contra ela, nos termos do n.o 2. renovável até à conclusão do processo, devendo os mes-
6 — O titular do documento de identificação do veí- mos ser devolvidos ao infractor se entretanto for efec-
culo, sempre que tal lhe seja solicitado, deve, no prazo tuado o pagamento nos termos do artigo anterior.
de 15 dias úteis, proceder à identificação do condutor, 6 — No caso de ser prestado depósito e não ser apre-
no momento da prática da infracção. sentada defesa, dentro do prazo estipulado para o efeito,
7 — Quem infringir o disposto no número anterior considera-se que o depósito efectuado se converte auto-
é sancionado nos termos do n.o 2 do artigo 4.o maticamente em pagamento.

Artigo 172.o Artigo 174.o


Cumprimento voluntário Infractores com sanções por cumprir

1 — É admitido o pagamento voluntário da coima, 1 — Se, em qualquer acto de fiscalização, o condutor


pelo mínimo, nos termos e com os efeitos estabelecidos ou o titular do documento de identificação do veículo
nos números seguintes. não tiverem cumprido as sanções pecuniárias que ante-
2 — A opção de pagamento pelo mínimo e sem acrés- riormente lhes foram aplicadas a título definitivo, o con-
cimo de custas deve verificar-se no prazo de 15 dias dutor deve proceder, de imediato, ao seu pagamento.
úteis a contar da notificação para o efeito. 2 — Se o pagamento não for efectuado de imediato,
3 — A dispensa de custas prevista no número anterior deve proceder-se nos seguintes termos:
não abrange as despesas decorrentes dos exames médi- a) Se a sanção respeitar ao condutor, é apreendido
cos e análises toxicológicas legalmente previstos para o título de condução;
a determinação dos estados de influenciado pelo álcool b) Se a sanção respeitar ao titular do documento
ou por substâncias psicotrópicas, as decorrentes das ins- de identificação do veículo, são apreendidos o
pecções impostas aos veículos, bem como as resultantes título de identificação do veículo e o título de
de qualquer diligência de prova solicitada pelo arguido. registo de propriedade;
4 — Em qualquer altura do processo, mas sempre c) Se a sanção respeitar ao condutor e ele for,
antes da decisão, pode ainda o arguido optar pelo paga- simultaneamente, titular do documento de iden-
mento voluntário da coima, a qual, neste caso, é liqui- tificação do veículo, são apreendidos todos os
dada pelo mínimo, sem prejuízo das custas que forem documentos referidos nas alíneas anteriores.
devidas.
5 — O pagamento voluntário da coima nos termos 3 — Nos casos previstos no número anterior, a
dos números anteriores determina o arquivamento do apreensão dos documentos tem carácter provisório,
processo, salvo se à contra-ordenação for aplicável san- sendo emitidas guias de substituição dos mesmos, válidas
ção acessória, caso em que prossegue restrito à aplicação por 15 dias.
da mesma. 4 — Os documentos apreendidos nos termos do
Artigo 173.o número anterior são devolvidos pela entidade autuante
se as quantias em dívida forem pagas naquele prazo.
Garantia de cumprimento 5 — Se o pagamento não for efectuado no prazo refe-
rido no n.o 3, procede-se à apreensão do veículo,
1 — O pagamento voluntário da coima deve ser efec-
devendo a entidade autuante remeter os documentos
tuado no acto da verificação da contra-ordenação.
apreendidos para o serviço desconcentrado da Direc-
2 — Se o infractor não pretender efectuar o paga-
ção-Geral de Viação da área onde foi realizada a acção
mento voluntário imediato da coima, deve prestar depó-
de fiscalização.
sito, também imediatamente, de valor igual ao mínimo
6 — Se não tiverem sido cumpridas as sanções aces-
da coima prevista para a contra-ordenação praticada.
sórias de inibição de conduzir ou de apreensão do veí-
3 — O depósito referido no número anterior desti-
culo, procede-se à apreensão efectiva do título de con-
na-se a garantir o cumprimento da coima em que o
dução ou do veículo, conforme o caso, para cumpri-
infractor possa vir a ser condenado, sendo devolvido
mento da respectiva sanção.
se não houver lugar a condenação.
7 — O veículo apreendido responde pelo pagamento
4 — Se o pagamento ou depósito não forem efec-
das quantias devidas.
tuados de imediato, nos termos dos n.os 1 e 2, devem
ser apreendidos provisoriamente os seguintes docu- Artigo 175.o
mentos:
Comunicação da infracção
a) Se a sanção respeitar ao condutor, o título de
1 — Após o levantamento do auto, o arguido deve
condução;
ser notificado:
b) Se a sanção respeitar ao titular do documento
de identificação do veículo, o título de iden- a) Dos factos constitutivos da infracção;
tificação do veículo e o título de registo de b) Da legislação infringida e da que sanciona os
propriedade; factos;
N.o 38 — 23 de Fevereiro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 1623

c) Das sanções aplicáveis; 7 — A notificação por carta registada considera-se


d) Do prazo concedido e do local para a apre- efectuada na data em que for assinado o aviso de recep-
sentação da defesa; ção ou no terceiro dia útil após essa data, quando o
e) Da possibilidade de pagamento voluntário da aviso for assinado por pessoa diversa do arguido.
coima pelo mínimo, do prazo e do modo de 8 — Na notificação por carta simples, o funcionário
o efectuar, bem como das consequências do não da entidade competente lavra uma cota no processo
pagamento; com a indicação da data da expedição da carta e do
f) Do prazo para identificação do autor da infrac-
ção, nos termos e com os efeitos previstos nos domicílio para o qual foi enviada, considerando-se a
n.os 3 e 5 do artigo 171.o notificação efectuada no quinto dia posterior à data indi-
cada, cominação esta que deve constar do acto de
2 — O arguido pode, no prazo de 15 dias úteis, a notificação.
contar da notificação, apresentar a sua defesa, por 9 — Quando a infracção for da responsabilidade do
escrito, com a indicação de testemunhas, até ao limite titular do documento de identificação do veículo, a noti-
de três, e de outros meios de prova, ou proceder ao ficação, no acto de autuação, pode fazer-se na pessoa
pagamento voluntário, nos termos e com os efeitos esta- do condutor.
belecidos no artigo 172.o 10 — Sempre que o notificando se recusar a receber
3 — No mesmo prazo o arguido pode ainda requerer ou a assinar a notificação, o agente certifica a recusa,
a atenuação especial ou a suspensão da execução da considerando-se efectuada a notificação.
sanção acessória.
4 — O pagamento voluntário da coima não impede
o arguido de apresentar a sua defesa, restrita à gravidade Artigo 177.o
da infracção e à sanção acessória aplicável.
Testemunhas
o
Artigo 176. 1 — As testemunhas, peritos ou consultores técnicos
Notificações indicados pelo arguido na defesa devem por ele ser apre-
1 — As notificações efectuam-se: sentados na data, hora e local indicados pela entidade
instrutora do processo.
a) Por contacto pessoal com o notificando no lugar 2 — Exceptuam-se do disposto no número anterior
em que for encontrado; os peritos dos estabelecimentos, laboratórios ou serviços
b) Mediante carta registada com aviso de recepção oficiais, bem como os agentes de autoridade, ainda que
expedida para o domicílio ou sede do noti- arrolados pelo arguido, que devem ser notificados pela
ficando;
autoridade administrativa.
c) Mediante carta simples expedida para o domi-
cílio ou sede do notificando.
Artigo 178.o
2 — A notificação por contacto pessoal deve ser efec-
tuada, sempre que possível, no acto de autuação, Adiamento da diligência de inquirição de testemunhas
podendo ainda ser utilizada quando o notificando for
encontrado pela entidade competente. 1 — A diligência de inquirição de testemunhas, de
3 — Se não for possível, no acto de autuação, pro- peritos ou de consultores técnicos, apenas pode ser
ceder nos termos do número anterior ou se estiver em adiada uma única vez, se a falta à primeira marcação
causa qualquer outro acto, a notificação pode ser efec- tiver sido considerada justificada.
tuada através de carta registada com aviso de recepção, 2 — Considera-se justificada a falta motivada por
expedida para o domicílio ou sede do notificando. facto não imputável ao faltoso que o impeça de com-
4 — Se, por qualquer motivo, a carta prevista no parecer no acto processual.
número anterior for devolvida à entidade remetente,
a notificação é reenviada ao notificando, para o seu 3 — A impossibilidade de comparecimento deve ser
domicílio ou sede, através de carta simples. comunicada com cinco dias de antecedência, se for pre-
5 — Nas infracções relativas ao exercício da condução visível, e até ao terceiro dia posterior ao dia designado
ou às disposições que condicionem a admissão do veículo para a prática do acto, se for imprevisível, constando
ao trânsito nas vias públicas, considera-se domicílio do da comunicação a indicação do respectivo motivo e da
notificando, para efeitos do disposto nos n.os 3 e 4: duração previsível do impedimento, sob pena de não
justificação da falta.
a) O que consta do registo dos títulos de condução
organizado pelas entidades competentes para 4 — Os elementos de prova da impossibilidade de
a sua emissão, nos termos do presente diploma; comparecimento devem ser apresentados com a comu-
b) O do titular do documento de identificação do nicação referida no número anterior.
veículo, nos casos previstos na alínea b) do n.o 3
do artigo 135.o e nos n.os 2 e 5 do artigo 171.o
Artigo 179.o
6 — Para as restantes infracções e para os mesmos Ausência do arguido
efeitos, considera-se domicílio do notificando:
a) O que conste no registo organizado pela enti- A falta de comparência do arguido à diligência de
dade competente para concessão de autoriza- inquirição que lhe tenha sido comunicada não obsta
ção, alvará, licença de actividade ou credencial; ao prosseguimento do processo, salvo se a falta tiver
ou sido considerada justificada nos termos do artigo ante-
b) O correspondente ao seu local de trabalho. rior, caso em que é aplicável o regime nele estabelecido.
1624 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 38 — 23 de Fevereiro de 2005

Artigo 180.o b) Tratando-se da apreensão do veículo, pela sua


Medidas cautelares
entrega efectiva, bem como do documento que
o identifica e do título de registo de propriedade,
Podem ser impostas medidas cautelares, nos termos no local indicado na decisão, ou só pela entrega
previstos em cada diploma legal, quando se revele neces- dos referidos documentos quando o titular do
sário para a instrução do processo, ou para a defesa documento de identificação for nomeado seu
da segurança rodoviária, e ainda quando o arguido fiel depositário;
exerça actividade profissional autorizada, titulada por c) Tratando-se de outra sanção acessória, deve
alvará ou licenciada pela Direcção-Geral de Viação, e proceder-se nos termos indicados na decisão
tenha praticado a infracção no exercício dessa acti- condenatória.
vidade.
CAPÍTULO III Artigo 183.o
Pagamento da coima em prestações
Da decisão
1 — Sempre que o valor mínimo da coima aplicável
Artigo 181.o seja superior a 2 UC pode a autoridade administrativa,
Decisão condenatória a requerimento do arguido, autorizar o seu pagamento
em prestações mensais, não inferiores a E 50, pelo
1 — A decisão que aplica a coima ou a sanção aces- período máximo de 12 meses.
sória deve conter: 2 — O pagamento da coima em prestações pode ser
a) A identificação do infractor; requerido até ao envio do processo a tribunal para
b) A descrição sumária dos factos, das provas e execução.
das circunstâncias relevantes para a decisão; 3 — A falta de pagamento de alguma das prestações
c) A indicação das normas violadas; implica o imediato vencimento das demais.
d) A coima e a sanção acessória;
e) A condenação em custas. Artigo 184.o
Competência da entidade administrativa após decisão
2 — Da decisão deve ainda constar que:
O poder de apreciação da entidade administrativa
a) A condenação se torna definitiva e exequível esgota-se com a decisão, excepto:
se não for judicialmente impugnada por escrito,
constando de alegações e conclusões, no prazo a) Quando é apresentado recurso da decisão con-
de 15 dias úteis após o seu conhecimento e junto denatória, caso em que a entidade administra-
da autoridade administrativa que aplicou a tiva a pode revogar até ao envio dos autos para
coima; o Ministério Público;
b) Em caso de impugnação judicial, o tribunal pode b) Quando é apresentado requerimento que, não
decidir mediante audiência ou, caso o arguido pondo em causa o mérito da decisão, se restrinja
e o Ministério Público não se oponham, à suspensão da execução da sanção acessória
mediante simples despacho. aplicada, caso em que a entidade administrativa
pode alterar o modo de cumprimento daquela
3 — A decisão deve conter ainda: sanção.
a) A ordem de pagamento da coima e das custas Artigo 185.o
no prazo máximo de 15 dias úteis após a decisão Custas
se tornar definitiva;
b) A indicação de que, no prazo referido na alínea 1 — As custas devem, entre outras, cobrir as despesas
anterior, pode requerer o pagamento da coima efectuadas com franquias postais e comunicações tele-
em prestações, nos termos do disposto no fónicas, telegráficas, por telecópia ou por transmissão
artigo 183.o electrónica.
2 — O reembolso pelas despesas referidas no número
4 — Não tendo o arguido exercido o direito de defesa, anterior é calculado à razão de metade de 1 UC nas
a fundamentação a que se refere a alínea b) do n.o 1 primeiras 50 folhas ou fracção do processado e de um
pode ser feita por simples remissão para o auto de décimo de UC por cada conjunto subsequente de
notícia. 25 folhas ou fracção do processado.
3 — Não há lugar ao pagamento de taxa de justiça
Artigo 182.o na execução das decisões proferidas em processos de
Cumprimento da decisão contra-ordenação rodoviária.
1 — A coima e as custas são pagas no prazo de 15 dias
úteis a contar da data em que a decisão se torna defi- CAPÍTULO IV
nitiva, devendo o pagamento efectuar-se nas modali-
dades fixadas em regulamento. Do recurso
2 — Sendo aplicada sanção acessória, o seu cumpri-
Artigo 186.o
mento deve ser iniciado no prazo previsto no número
anterior, do seguinte modo: Recursos

a) Tratando-se de inibição de conduzir efectiva, As decisões judiciais proferidas em sede de impug-


pela entrega do título de condução à entidade nação de decisões administrativas admitem recurso nos
competente; termos da lei geral aplicável às contra-ordenações.
N.o 38 — 23 de Fevereiro de 2005 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 1625

Artigo 187.o viária, acentuando, outrossim, os relativos à correcta


Efeitos do recurso
utilização e manutenção do veículo, detecção e repa-
ração de avarias mais frequentes, bem como à prevenção
1 — A impugnação judicial do acto de condenação ou correcta forma de actuar em situações de risco.
no pagamento de coimas tem efeito meramente devo- São definidas novas regras de validade de carta de con-
lutivo. dução, fazendo-se depender a sua validade da idade do
2 — A impugnação judicial interposta da decisão do titular e da categoria e subcategoria para o qual se encon-
director-geral de Viação, que determine a cassação do tra habilitado a conduzir. É definido, ainda, um período
título de condução, tem efeito suspensivo. transitório de validade das cartas de condução emitidas
antes da entrada em vigor do presente diploma.
São adoptados os códigos comunitários de restrições
CAPÍTULO V e adaptações relativos ao condutor, ao veículo e questões
Da prescrição administrativas, que devem ser inscritas no título de con-
dução, passando os códigos nacionais a serem residuais.
Artigo 188.o Por último, para além da necessária actualização das
disciplinas jurídicas nas referidas áreas, reviu-se a sis-
Prescrição do procedimento temática de transposição das matérias em causa, reu-
O procedimento por contra-ordenação rodoviária nindo-se no presente diploma os vectores essenciais, de
extingue-se por efeito da prescrição logo que, sobre a definição comunitária, relativos à carta de condução.
prática da contra-ordenação, tenham decorrido dois Pelo presente diploma pretende-se, também, proce-
anos. der à regulamentação da alínea c) do n.o 7 do artigo 126.o
do Código da Estrada.
Artigo 189.o Assim:
Prescrição da coima e das sanções acessórias Nos termos da alínea a) do n.o 1 do artigo 198.o da
Constituição, o Governo decreta o seguinte:
As coimas e as sanções acessórias prescrevem no
prazo de dois anos.
Artigo 1.o
Objecto e âmbito
Decreto-Lei n.o 45/2005
O presente diploma transpõe para a ordem jurídica
de 23 de Fevereiro nacional a Directiva n.o 2000/56/CE, da Comissão, de
O presente diploma transpõe para a ordem jurídica 14 de Setembro, no que diz respeito aos conteúdos pro-
interna a Directiva n.o 2000/56/CE, da Comissão, de gramáticos das provas de exame e códigos comunitários
14 de Setembro, que altera a Directiva n.o 91/439/CEE, harmonizados, e procede à reestruturação, num único
do Conselho, com a redacção dada pelas Directivas diploma, dos vectores essenciais, de definição comuni-
n.os 96/47/CE, do Conselho, de 23 de Julho, 97/26/CE, tária, relativos à carta de condução.
do Conselho, de 2 de Junho, relativa à carta de con-
dução, e que introduziu alterações que importa transpor Artigo 2.o
para o ordenamento jurídico nacional.
Tendo em vista a melhoria da segurança da circulação Definições
rodoviária no espaço comunitário e uma maior facilidade Para os efeitos do disposto no presente diploma,
de circulação de pessoas, torna-se necessário adoptar uma
considera-se:
carta de condução nacional de modelo comunitário
mutuamente reconhecido pelos Estados membros sem a) «Veículo a motor» o veículo com motor de pro-
obrigação de troca. pulsão, dotado de pelo menos quatro rodas, com
Pretende-se introduzir um reforço das condições tara superior a 550 kg, cuja velocidade máxima
mínimas aplicáveis aos exames de condução, com a rees- é, por construção, superior a 25 km/h, e que
truturação da prova teórica e a introdução da prova se destina, pela sua função, a transitar na via
das aptidões e do comportamento, em substituição da pública, sem sujeição de carris;
prova prática. b) «Motociclo» o veículo dotado de duas rodas,
As características dos veículos de exame são rede- com ou sem carro lateral, com motor de pro-
finidas, mantendo-se, no entanto, como permite a Direc- pulsão com cilindrada superior a 50 cm3, no caso
tiva n.o 2000/56/CE, a possibilidade de continuarem a de motor de combustão interna, ou que, por
ser utilizados, nas provas práticas de exame, os veículos construção, exceda em patamar a velocidade de
que já reuniam as condições legalmente exigidas à data 45 km/h;
da entrada do presente diploma. c) «Triciclo» o veículo dotado de três rodas dis-
Nos programas de exames inserem-se os princípios postas simetricamente, com motor de propulsão
e as regras base conducentes a uma circulação mais com cilindrada superior a 50 cm3, no caso de
segura, precauções na actuação em casos de emergência motor de combustão interna, ou que, por cons-
e, ainda, aspectos relativos ao elemento humano, ao trução, exceda em patamar a velocidade de
veículo e ao estado da via, sem descurar a especial aten- 45 km/h;
ção que merecem os utentes mais vulneráveis. d) «Quadriciclo» o veículo dotado de quatro rodas,
Relativamente ao conteúdo programático da prova classificando-se em:
teórica para as categorias C1, C1+E, D1 e D1+E, con-
siderando a evolução tecnológica verificada no sector, i) Ligeiro — veículo com velocidade má-
pretendeu-se despojá-lo da sobrecarga de critérios mera- xima, em patamar e por construção, não
mente técnicos e não essenciais para a segurança rodo- superior a 45 km/h, cuja massa sem carga

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