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André Alencar dos Santos DIREITO CONSTITUCIONAL 1

AULAS ESQUEMATIZADAS
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
Cinco espécies: Direito individuais, coletivos, sociais, à nacionalidade e políticos;
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

DIREITOS HUMANOS x DIREITOS FUNDAMENTAIS


Os direitos fundamentais se caracterizam por estarem positivados;

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DOS DIREITOS HUMANOS


Surgimento: Caráter histórico, nascendo com o Cristianismo, porém, só foram declarados nas
Constituições após as Declarações Americana 1787 e Francesa 1791; Historicidade também se
refere à soma de valores ou fatores para construção do princípio;
ƒ Estão em constante evolução para a incorporação para novos direitos e garanti-
as fundamentais;
ƒ Os já incorporados passam por processo de adaptação;
¾ Princípio da proibição do retrocesso: Os direitos já incorporados não poderiam ser
retirados, Exemplo: Vacina da poliomielite;

1ª Geração ou dimensão (até o século XVIII – Revolução francesa, liberalismo, estado de di-
reito): Direitos civis e políticos (participação política), liberdades clássicas, negativas ou formais;
Liberdade. Ocorreu com a fundação do constitucionalismo; Exemplo: Direito de propriedade; Di-
reito de contratar (autonomia da vontade); Manifestação do pensamento religioso; Liberdade polí-
tica de participar do governo (eleger e ser eleito); Vida; Liberdade religiosa; Liberdade de expres-
são; Intimidade; Há quem alegue os princípios contra a tributação excessiva;

2ª Geração ou dimensão (final do século XIV e início do século XX – Revolução industrial,


estado do bem estar social, forma de manutenção do capitalismo): Direitos econômicos, so-
ciais e culturais, liberdades positivas, concretas (normas de assistência social, de direitos traba-
lhistas, culturais, lazer, habitação, previdência) exigindo uma atuação positiva do Estado (existem
direitos sociais de prestação negativa – como o direito à greve e à liberdade sindical); Igualdade
material. Exemplo: Acesso à saúde, direito do trabalho, acesso à previdência; Tem-se início à ju-
risdicidade das normas programáticas (ainda como promessas). É estabelecida a limitação à Re-
serva do Possível (Poder Executivo x Poder Judiciário) chegando-se a definir que: i) Se há previ-
são legal o direito passa a ser subjetivo e não mera expectativa; ii) A administração só é legítima
quando procura atender os anseios da sociedade; iii) Quando não for possível o estabelecimento
imediato é necessário um plano de atuação ou de concretização para a efetivação futura.

3ª Geração ou dimensão (período pós Segunda Guerra Mundial): Titularidade coletiva em


sentido lato, ou seja, direitos transindividuais (expansão dos direitos humanos, paz, autodetermi-
nação entre os povos, ajuda dos países ricos aos pobres), preservacionismo ambiental, proteção
dos consumidores; Solidariedade.

4ª Geração ou dimensão: A partir da década de 70, dizem respeito aos povos como seres hu-
manos, habitantes de um mesmo planeta; Exemplo: Democracia, globalização, acesso à tecnolo-
gia e a informação;

5o Geração ou dimensão: A partir da década de 90 e início do século XXI, decorrem dos avan-
ços na engenharia genética (Bobbio), proteção do acervo genético da humanidade, tratam da vida
e da morte, direito de nascer e de morrer. Exemplo: Médico ao tratar do idoso em fase terminal
deverá levar em conta as convicções religiosas daquele; Eutanásia passiva – direito à morte natu-
ral; Soja transgênica e lei de biossegurança; Células troncos;
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PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
São classificados em três grandes categorias:
• Axiológicos e Jusfilosóficos (ou meta-normativos ou transcendentais):
o Estão no poder constituinte originário (por isso são chamados de meta-
normativos), este, ao se reunir, está carregado de valores que deverão inte-
grar o texto constitucional vindouro (ver o Preâmbulo e o Art. 1o IV – mas es-
tão espalhados).
o São utilizados na hermenêutica constitucional; Estes princípios servem para
conciliar princípios que aparentemente seriam inconciliáveis.
• Fundamentais ou estruturantes (ou Político-constitucionais (José Afonso da
Silva)):
o A partir do Art. 1o ao 4o: são princípios estruturantes, porém são genéricos;
• Instrumentais (ou Jurídico-constitucionais (José Afonso da Silva)):
o Art. 5o em diante, são instrumentais dos artigos anteriores.
o Exemplo: O princípio do devido processo legal é instrumental para o princípio
da dignidade da pessoa humana;

CARACTERÍSTICAS:
o
UNIVERSALIDADE E O ART. 5 CAPUT: São para todos os seres humanos. Dirigem-se ao ser
humano em razão da natureza de homem em caráter abstrato. Também se estendem às Pessoas
Jurídicas e aos Entes atípicos; Vale o princípio “in dubio" pro concessão de direitos/garantias;
• Pessoas naturais
¾ Brasileiros: Natos ou Naturalizados;
¾ Estrangeiros: Residentes e não-residentes;
¾ Apátridas;
• Pessoas jurídicas (Direito Privado): Se for possível, de acordo com a peculiaridade do
direito que se deseja ver protegido;
¾ Associações;
¾ Sociedades;
¾ Fundações;
¾ Organizações Religiosas;
¾ Partidos Políticos;
ƒ Não se locomove, o empreendimento pode ser móvel (carrinho de cachorro-
quente);
• Pessoas jurídicas (Direito público): Há direitos fundamentais voltados para o Estado, como
o direito a desapropriação e requisição administrativa;
• Entes Atípicos: Doutrina majoritária entende que podem usar direitos compatíveis (de
pessoas jurídica);
¾ ENTES MORAIS:
ƒ Sociedades de fato;
ƒ Condomínio;
ƒ Espólio;
ƒ Massa falida;
¾ Nascituro;
Art. 5º CAPUT
- Extensivo aos estrangeiros (residentes ou não no Brasil) quando possível;
1. Dos oito tipos de vistos que o estrangeiro pode receber e, destes, cinco tipos permi-
tem a residência – entretanto o direito se estende a todos que estejam sobre a pro-
teção do Brasil (no território ou em suas extensões – embaixadas...);
- Alguns direitos se estendem às pessoas jurídicas;
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LIMITABILIDADE: OS DIREITOS NÃO SÃO ABSOLUTOS (EXCETO A LIBERDADE DE PEN-


SAR), SOFREM RELATIVIZAÇÕES (relatividade); No caso de conflito deve-se buscar a
harmonização prática visando também o princípio da máxima efetividade; Podem sofrer
restrições, as restrições podem ser em abstrato (previsto em lei) e posteriormente em con-
creto (na sentença);
¾ As restrições, quando houver colisão nos casos concretos, deverão ser feitas de acordo
com critérios de proporcionalidade para que a ponderação não afete demasiadamente
um direito em detrimento de outro.
¾ O princípio da concordância prática ou da harmonização dos direitos fundamentais im-
plica que nunca se revogará um direito em detrimento de outro, apenas pode-se diminu-
ir o âmbito de abrangência (ou incidência) de acordo com o caso concreto.
¾ Os direitos fundamentais não servem de escudo para a prática de atividades ilícitas (é
possível restrição aos direitos fundamentais se verificada a utilização destes para enco-
brir atividades ilícitas – Ex: Violação de correspondência de certos presos).
¾ As situações excepcionais (Estado de defesa ou de sítio) permitem a restrição a certos
direitos fundamentais.

LIMITAÇÃO AO LEGISLADOR: Ao regular situações em que haverá necessidade de se


restringir direitos fundamentais, imposição de limitações aos direitos fundamentais, o legis-
lador também tem limites que devem ser estabelecidos (Teoria dos limites aos limites); Por
o
meio do princípio da reserva legal simples (Art. 5 VI ou VII) ou da reserva legal qualificada
o
(Art. 5 XII) o legislador fica condicionado a certa espécie normativa. Além disso, o STF en-
tende que o princípio do devido processo legal em sua acepção substantiva é uma limita-
ção ao legislador no momento de estabelecer limitações aos direitos fundamentais, então o
STF tem usado tal princípio para declarar a inconstitucionalidades de leis que sejam desar-
razoadas.

PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE
A Razoabilidade impõe ao legislador que este verifique a:
1. Adequação: Seja verificada a pertinência entre a norma a ser produzida e a fina-
lidade que se deseja ver alcançada, ou seja, verificar a utilidade daquela restrição para a-
tingir o resultado desejado;
2. Necessidade: Seja verificada a real indispensabilidade da restrição a ser imple-
mentada e se tal restrição é a menos gravosa entre as possíveis (princípio da menor le-
são);
3. Proporcionalidade: Que impõe ao legislador a verificação da compatibilização
entre os resultados alcançados e as restrições impostas, verificando, em caráter pragmáti-
co a proporção entre os fins e os meios, entre resultados e objetivos, entre ganho obtido e
restrição realizada.
Limitações no próprio texto constitucional (rol exemplificativo):
Vida não impede pena de morte em caso de guerra declarada;
Liberdade não impede a prisão (LXI);
Propriedade não impede a desapropriação (XXIV);
Igualdade não impede desigualdades (art. 12, §3º, art. 7º, XX, Art. 53).

CONCORRÊNCIA: Podem ser usados em conjunto, exemplo: Direito de informação atrelado ao


direito de opinião;

IRRENUNCIABILIDADE: Podem não ser exercidos, porém, jamais renunciados;

INALIENÁVEIS: Por falta de conteúdo material – são indisponíveis;

IMPRESCRITIBILIDADE: A falta de exercício não os torna prescritos;


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FUNÇÕES DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS: Defesa em dois sentidos:


a) Competência negativa para os Poderes Públicos.
b) Poder de exercer positivamente os direitos fundamentais.

ROL EXEMPLIFICATIVO §2O; A interpretação da Constituição pode trazer outros direitos e ga-
rantias, ou seja, não é taxativo o rol. Ex: art 150, III, b – princípio da anterioridade da lei tributá-
ria.
§ 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes
do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a Re-
pública Federativa do Brasil seja parte.
Existem outros direitos e garantias fundamentais fora do Art. 5o, porém somente o STF po-
derá estabelecer este entendimento;
São duas normas:
Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros de-
correntes do regime e dos princípios por ela adotados;
O único caso enfrentado pelo STF foi a questão da anterioridade das normas tributá-
rias (que a princípio seriam para normas infraconstitucionais); O STF entendeu que os prin-
cípios tributários (145 em diante, são 12 princípios) seriam princípios que protegem a digni-
dade da pessoa humana e por isso deveriam ser protegidos como direitos e garantias fun-
damentais e por isso, também, são cláusulas pétreas;
Também se especula sobre o Art. 228: “São penalmente inimputáveis os menores
de dezoito anos, sujeitos às normas da legislação especial.” Pode-se dizer o seguinte:
O que está no Art. 5o, seja regra, ou seja princípio, está protegido por cláusula pétrea;
O que está entre o Art. 6o e 17 poderá ser um princípio protegido (desde que seja reconhe-
cido pela jurisprudência constitucional – princípios protetores da dignidade humana), porém a re-
gra porventura existente que implementa o princípio poderá ser flexibilizada (adequação legislati-
va). Em outras palavras o princípio poderá ser protegido mediante interpretação do STF e a regra
que o efetiva poderá ser alterado desde que não venha a inviabilizar a eficácia do princípio a cuja
regra buscava implementar (de forma razoável).
Exemplo: Art. 7o XVIII – Princípio protetor da maternidade e da filiação; Protege-se a mu-
lher trabalhadora para que possa ter direito à licença gestante. A regra Constitucional é de 120 di-
as de proteção sem perda do salário e do emprego. Na Suécia a proteção é de dois meses por-
que há efetiva assistência em creches públicas; No Brasil poderá ser diminuído o prazo, porém,
não se pode fazer de forma desarrazoada.
Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros de-
correntes dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja
parte.
Tratados internacionais anteriores à EC 45: dependiam de:
a) Assinatura pelo Presidente da República
b) Ratificação pelo CN por Decreto Legislativo ou pelo Senado Federal
por Resolução;
c) Edição de decreto executivo do Presidente da República
Gozam de status de lei ordinária os atualmente em vigor (há tese no sentido de que poderia se
o o
passar por nova aprovação no CN para se adequarem ao estabelecido no Art. 5 §3 ).;
Ver decreto 678/92 Art. 7o item 7; Ninguém deve ser detido por dívida, exceto por
obrigação alimentar;
Novos tratados internacionais sobre direitos humanos:
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem a-
provados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos vo-
tos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.
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Formalização: Serão formalizados por meio de Decreto Legislativo (passa-se a ter dois tipos dife-
rentes de decretos legislativos) sem necessidade de edição de decreto por parte do Presidente da
República.

DIREITOS E GARANTIAS
Direitos: O que se pretende proteger. Declarar traz existência legal.
Conceito de Direito: É a titularidade de uma prerrogativa incidente sobre bem mate-
rial, imaterial, valores, atributos ou faculdades que a ordem jurídica reconhece e ou confere
aos sujeitos do ordenamento jurídico, ou a estes equiparados, para que possa integrar o
acervo jurídico subjetivo do seu pretenso titular;
Garantias: Modo de garantir o direito. São instrumentos formais (procedimentos, processos e ou
meios) que a ordem jurídica disponibiliza para os sujeitos do ordenamento jurídico, ou a estes e-
quiparados, com as seguintes finalidades:
a) Evitar a lesão a um direito;
b) Restituir um direito já lesionado ou lesado;
c) Minimizar os efeitos da lesão em caso de impossibilidade de plena restituição do direito le-
sado;
d) Fazer de um direito instrumento para garantir o exercício de outro direito;
Assegura limitando o poder do Estado.
• Ao direito à vida corresponde a garantia da proibição de pena de morte;
• Ao direito à liberdade correspondem garantias de Direito Penal e de Processo Penal;
• À liberdade de manifestação do pensamento há a garantia da proibição de censura;
• À inviolabilidade da liberdade de consciência e de crença e liberdade de exercício de cultos re-
ligiosos exige-se a garantia na forma da lei a proteção aos locais de culto e suas garantias.
• À liberdade de associação existe a proibição do Estado de exigir autorização para criação de
associações, a proibição de interferência estatal em seu funcionamento e a exigência de deci-
são judicial transitada em julgado para a dissolução compulsória das associações.
• Ao direito ao juízo natural há a vedação dos tribunais ou juízos de exceção.
Os remédios são uma categoria de garantias capazes de provocar uma pronta e eficaz
resposta jurisdicional que faça cessar ou reverta a lesão ao direito – são espécie de garantia por-
que não estão na própria norma que declara o direito.
Garantias fundamentais gerais: Art. 5º II; XXXV; LIII, LIV, LV e LX.
Garantias fundamentais específicas: habeas corpus, habeas data, mandado de segu-
rança e ação popular, além de outras.
Deveres: Obrigação, fazer ou não fazer algo.

DIREITOS FUNDAMENTAIS – COMENTÁRIOS BREVES


Direito à vida: Proibição da pena de morte e direito à dignidade Art. 1o III, proibição de tor-
tura, tratamento desumano ou degradante (Inciso III);
Objetivo: Proteger a dignidade da pessoa.
Desumano: Contrário à pessoa humana, tratar homens como se fossem animais.
Degradante: Diminuir a condição de humano e a sua dignidade.
Tortura é crime: Inafiançável e insuscetível de graça ou anistia (art. 5º, XLIII).
Constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-
lhe sofrimento físico ou mental, com o fim de obter informação, declaração ou con-
fissão da vítima ou de terceira pessoa; para provocar ação ou omissão de natureza
criminosa; em razão de discriminação racial ou religiosa. Sofrimento físico ou psí-
quico.

Princípio da Igualdade Formal (liberalismo clássico) x Igualdade material, substancial ou


Princípio da Isonomia;
Premissas:
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1. Os sujeitos da ordem jurídica são diferentes na sociedade, são desiguais (premissa
científica);
2. As diferentes entre os sujeitos da ordem jurídica não podem justificar tratamento pri-
vilegiado ou prejudicial (não é a diferença na cor da pele ou do sexo que pode justi-
ficar uma diferença ou um privilégio) – premissa valorativa e filosófica;
3. Se a diferença for muito acentuada de forma a inviabilizar sérias dificuldades ao por-
tador, a ordem jurídica está autorizada a criar regras de desigualação ou de com-
pensação (exemplo: a deficiência visual não justifica a criação de desigualações,
enquanto o completamente cego terá dificuldades e para isso não fere a igualdade a
criação de cotas para eles em concursos públicos); O direito do trabalho surgiu des-
ta noção; É uma premissa minimamente científica e mais filosófica;
4. As regras de desigualação só podem ser instituídas pela ordem jurídica se observa-
rem os seguintes critérios:
1. Necessidade da regra;
2. Utilidade da regra;
3. Adequação da regra;
5. Independentemente às diferenças o acesso aos institutos e às instituições da ordem
jurídica devem ser universais;
Para a verificação se a igualação está produzindo desigualdades é necessário perceber:
a) O elemento tomado como fator de desigualação;
b) A correlação lógica abstrata existente entre o fator erigido em critério de discrímen e a
disparidade estabelecida no tratamento jurídico diversificado;
c) Consonância desta correlação lógica com os interesses absorvidos no sistema constitu-
cional e destarte juridicizados;
Princípio da Igualdade Formal ou Isonomia: “todos são iguais perante a lei”.
a) Igualdade racial (art. 4º VIII);
b) Igualdade entre os sexos (art. 5º I);
c) Igualdade de credo religioso (VIII);
d) Igualdade jurisdicional (XXXVII);
e) Igualdade perante a discriminação de idade (art. 7º, XXX);
f) Igualdade trabalhista (art. 7º, XXXII);
g) Igualdade política (art. 14);
h) Igualdade tributária (art. 150, II);
Ações afirmativas ou discriminações positivas: Tratar grupos (minoritários politi-
camente) marginalizados socialmente ou hipossuficientes com medidas de compensação
ou outras medidas. Pode não utilizar a discriminação inversa;
Ações de discriminação inversa: Podem ser instrumentos de ações afirmativas.
Tentar reverter situações com uma discriminação inversa.
Inciso I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
HÁ EXCEÇÕES:
Membros do Legislativo: Gozam de imunidades material (restringida por EC), formal, testemu-
nhal e de incorporação militar.
Presidente da República: Não pode ser preso sem sentença condenatória nem responsabilizado
por ato estranho ao mandato na constância deste.
Brasileiros natos: Privativos de certos cargos (art. 12, §3º).
Tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais (aplicado nos processos).

Princípio da legalidade x reserva legal


Legalidade é mais amplo que reserva legal.
Legalidade dirigida ao particular: Art. 5o, inciso II gera a autonomia da vontade para a ausên-
cia da lei;
Para a administração: Art. 37 caput gera a legalidade restrita; Decretos são leis em sentido ma-
terial porque podem ser abstratos e gerais: Art. 84 IV;
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Lei (ou ato normativo): Em sentido geral, ou seja, a CF e suas emendas, Leis Comple-
mentares, Leis Ordinárias, Leis Delegadas e Medidas Provisórias (força de lei) – e normas inferio-
res. Qualquer ato normativo que obedecer aos seguintes critérios:
Formal: Competência para a expedição de ato normativo e obediência ao processo
estabelecido.
Material: Permissibilidade do conteúdo (conteúdo não proibido) e a legitimidade do
conteúdo (a norma requer uma legitimação perante a sociedade – os princípios são
parâmetros para se medir a legitimidade – o judiciário teria competência para aferir a
legitimidade, porém, tecnicamente ninguém tem competência para aferir a legitimi-
dade da Corte Suprema);
Exemplos:
Resolução de uma agência que restringe direitos;
Portaria que define o que é elemento entorpecente;
Convenção coletiva de trabalho;
Decreto que majora imposto de Importação ou de Exportação (política eco-
nômica);
Contrato entre dois particulares;
Lei em sentido estrito: Norma ou conjunto de normas elaboradas e votadas pelo poder
legislativo, que regem o regramento, ordenamento de direito tornado obrigatório, a todos,
como forma de preservar e manter, numa comunidade, a ordem e o desenvolvimento.
Somente lei poderá majorar outros impostos;
Somente lei poderá criar um tipo penal;
Estas matérias são protegidas pela reserva legal qualificada;
Reserva legal é mais restrito, porém de maior densidade ou conteúdo (indica que deverá a maté-
ria ser tratada somente por lei em sentido estrito – atuação do legislativo ou MP) – Alguns atos
normativos é que dependem de lei em sentido estrito. Pode ser:
Especial: Emenda à Constituição, Lei Complementar, Decreto Legislativo e Resolução;
Residual ou Ordinária: Lei Ordinária, Lei delegada e Medida Provisória;
Exemplo: Art. 14 §9o Estabelece que outros casos de inelegibilidade deverão ser
tratada por Lei Complementar; Tratado internacional deverá ser aprovado como Resolução
do Senado, Decreto Legislativo ou como Emenda Constitucional;
JURIDICIDADE seria equivalente à Reserva legal;

RESERVA JURISDICIONAL
Competência exclusiva dos órgãos do Poder Judiciário, com total exclusão de qualquer outro ór-
gão estatal, para a prática de determinados atos. Exemplo: Decretação de prisão cautelar, busca
e apreensão, interceptação telefônica. São atos que nem mesmo os poderes equiparados aos dos
juízes (CPI) podem executar.

LIBERDADES e INVIOLABILIDADES:
- De manifestação de pensamento (vedação ao anonimato – inciso IV); liberdade de atividade
intelectual, artística, científica ou comunicação (independente de censura – natureza política ou
ideológica – ou licença);
Liberdade de manifestar e não de pensar. Garante-se aqui o direito de materializar o
pensamento. Proíbe-se o anonimato para preservar o direito de resposta.
Direito de dizer o que se quiser, como quiser, no local em que quiser.
Não há como punir o pensamento.
PROIBIÇÃO DE CENSURA – inciso IX (permite-se a classificação indicativa – Art. 21
XVI); O abuso à liberdade de pensamento pode gerar:
Direito de resposta (inciso V): Proporcional ao agravo
Dano material: Efetiva diminuição patrimonial.
Dano moral: Agressão aos valores pessoais, psicológicos, éticos que norteiam a conduta
do ofendido.
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Imagem: Depende de outras pessoas ficarem sabendo.
- Liberdade de consciência, crença e culto (Inciso VI);
Consciência e crença: é uma orientação filosófica pode ter crença ou não. Ateus ou
agnósticos.
Protege-se o direito e os locais de exercício e suas liturgias.
Não é amplo, devem-se respeitar o repouso noturno, os horários de silêncio, áreas
de restrição.
A proteção deverá ser regulamentada por lei ordinária.
Assistência religiosa nas entidades de internação coletiva (inciso VII)
Entidades civis de internação coletiva: Hospitais, presídios, asilos e estabeleci-
mentos correlatos.
Entidades militares de internação coletiva: Quartéis, bases militares, embarca-
ções militares, bases aéreas.
ESCUSA DE CONSCIÊNCIA (Inciso VIII)
Dá-se a perda de direito políticos – apesar de a lei falar em suspensão (vale para o CES-
PE a Lei). A alternativa a ser criada deverá ser por lei e em caráter temporário.
- A expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação (inciso IX);
- Intimidade, vida privada, honra e a imagem (inciso X); Dano material e moral;
Intimidade: Modo de ser. Revela a esfera secreta da pessoa física. Relações subjetivas e
de trato intimo do indivíduo e suas relações familiares e de amizade.
Vida privada: Forma de externar a intimidade, que acontece em lugares onde a pessoa es-
teja ou se sinta protegida da interferência de estranhos como a casa onde mora.
Tem que ter relação entre a ofensa a integridade e os danos sofridos.
Honra: Atributo pessoal da pessoa.
Sua respeitabilidade, bom nome e boa fama, além do sentimento íntimo (dignidade
pessoal).
Honra exterior ou objetiva e honra interna ou subjetiva. Projeção de um valor interno
em âmbito externo;
Imagem: Figura física e material da pessoa.
Dano estético: Sofrimento moral decorrente de ofensas à integridade física. Lesão perma-
nente que atinge a beleza do indivíduo.
Pessoas públicas ou em ambientes públicos se fotografadas não individualmente não há
proteção porque nestes casos há a renúncia tácita da intimidade. Procurados também não
são protegidos.
Pessoa jurídica não pode ser sujeito passivo de crime de calúnia e injúria (STF) mas pode
ser indenizada por danos morais e materiais.
Dor moral: Morte de ente querido – pode ser indenizada.
- Domiciliar (inciso XI):
Casa: Local delimitado e separado que alguém ocupa com exclusividade, a qualquer título, inclu-
sive profissionalmente e dia (da aurora ao crepúsculo conjugado com o horário das 6h às 18h);
Desastre, prestar socorro e Flagrante delito (Crime sendo cometido; Crime acabou de
ser cometido; Perseguição ao criminoso logo após o crime e; Criminoso encontrado e pos-
sui objetos ou instrumentos que façam presumir ser aquela pessoa o autor do crime) admi-
tem a invasão sem consentimento de dia ou de noite; Mediante ordem judicial so-
mente durante o dia;
Limitação é para o ingresso e não para a permanência.
Qualquer tempo: flagrante delito, desastre, para prestar socorro.
Titulares de direito: Pessoa física ou Jurídica.
Se em Estado de Sítio tal situação não é amparada (Art. 139, V).
- Correspondência, comunicações telegráficas (em regra somente no estado de defesa ou de
sítio caberia violação), dados (sigilo bancário e fiscal: admite-se por ordem judicial, requisição do
MP e por determinação de CPI – há lei LC 105 para o sigilo bancário e LC 104 para o sigilo fiscal
que permitem à Receita Federal, em processos administrativos, ter ciência de tais dados, no en-
tanto há várias ADIs no STF contra estas permissões) e comunicações telefônicas (inciso XII);
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Interceptação telefônica Lei 9296: Captação da gravação de comunicação telefônica no
momento em que ela se realiza, por terceiro, sem conhecimento ou consentimento de
qualquer dos interlocutores (Instrução processual penal ou investigação criminal) – somen-
te por ordem judicial (não se admite por CPI já que estaria protegido pela reserva de Juris-
dição).
Investigação (autoridade policial).
Instrução processual criminal (autoridades judiciárias).
Interceptação telefônica e gravação clandestina: Na primeira nenhum dos gravados ou
interceptados sabe que a gravação está ocorrendo, na segunda, uma das pessoas envolvi-
das na conversão tem conhecimento de que a gravação se realiza. STF admite a última
excepcionalmente.
Interceptação telefônica e sigilo telefônico: Sigilo telefônico ou sigilo de dados telefôni-
cos diz respeito ao registro das chamadas efetuadas ou recebidas, o horário e a duração
das mesmas – este sigilo poderá ser quebrado mediante ordem direta de CPI enquanto a
interceptação telefônica não pode ser requerida diretamente por CPI, somente por ordem
judicial.
Telemática: Ciência que estuda a comunicação associada à informática. Aplicável extensi-
vamente.
Internet e E-mail: Também e necessariamente aplica-se sobre tais mensagens (já há de-
cisão do TST não admitindo o caráter de privacidades às comunicações realizadas por
meio do e-mail da empresa, no horário de trabalho).
- Exercícios de trabalhos, ofícios ou profissões (questão da regulamentação – inciso XIII).
- Acesso à informação (informar e ser informado – resguardado o sigilo da fonte – inciso
XIV);
- De locomoção (habeas corpus, salvo transgressão militar ou crime propriamente militar); Direi-
to de ir, vir e ficar (fixar residência) para qualquer brasileiro ou estrangeiro, a lei impõe requisitos
(não podem ser intransponíveis) para que se possa entrar, permanecer ou mesmo sair com seus
bens.
- Direitos individuais de manifestação coletiva:
- De reunião (inciso XVI); Direito público subjetivo e abrangente;
- Pluralidade de participantes;
- Independe de prévia autorização (mera ciência com vistas à segurança e ao direito
de preferência – não frustrar outra reunião para o mesmo local e horário);
- Tempo (duração limitada);
- Finalidade (lícita, pacífica e sem armas);
- Lugar (pode ser percurso) – verifica-se o animus.
- Garantia: Mandado de Segurança
- De associação (inciso XVII); Associação tem caráter de permanência e fins próprios, além
da coligação voluntária.
- Fins lícitos (vedada à de caráter paramilitar);
Paramilitar – tem um ou mais das seguintes características (que não quer dizer que se
têm seja paramilitar):
a) Uso de armas
b) Uso de uniformes
c) Treinamento marcial
d) Sistema interno de hierarquia
e) Uso de palavras de ordem.
Se quiser ter personalidade jurídica deverá ser registrada.
- A obrigatoriedade de seguir a forma da lei é para cooperativas – interesse público,
e não para as Associações;
Cooperativa:
a) Conselho fiscal
b) Não remunerar os cargos de comando
c) Reaplicar os excedentes financeiros.
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- Vedada a interferência estatal (inciso XVIII), porém há possibilidade de suspensão das a-
tividade por decisão judicial e dissolução por decisão judicial transitada em julgado – defini-
tiva; inciso XIX;
- Liberdade de associar-se e de permanecer associado (inciso XX); Os conselhos e
órgãos de classe exigem a obrigatoriedade de filiação para que a profissão seja exercida,
por isso são considerados Autarquias corporativas (fiscalizam atividade profissional como
se agentes estatais fossem);
- Legitimação para atuar como representantes processuais (defender em nome pró-
prio o direito alheio – necessidade de autorização expressa) – inciso XXI;

DIREITO DE PROPRIEDADE (inciso XXII):


Direito à propriedade: direito subjetivo que assegura à pessoa o monopólio (ter, usar, go-
zar e dispor) da exploração de um bem (corpóreo ou incorpóreo) e de se fazer valer desse
poder contra todos que a ele quiserem se opor.
Material ou imaterial, tanto para brasileiro quanto para estrangeiros, pessoas físicas ou ju-
rídicas.
Deve atender à função social (inciso XXIII);
Sai da esfera individual (individualismo) para a esfera social (coletividade), quer dizer que a
propriedade deixa de ser apenas direito e passa a ser também encargo para com o
grupo social. Ver 182 §2º e 186.
Pode ser desapropriada por necessidade (indispensável), utilidade (conveniente) pública ou por
interesse social (qualquer outro argumento – exemplo: reforma agrária); Se houver cumprimento
da função social a indenização será paga previamente e em dinheiro; Desapropriação-sanção:
Títulos da dívida pública (Art. 182, §4, III) (antes se procede ao parcelamento ou edificação com-
pulsórios e à imposição de IPTU progressivo) ou títulos da dívida agrária (Art. 184); Inciso XXIV;
Desapropriação = Expropriação ≠ Confisco (Art. 243 – fala em expropriação, porém, utiliza
o termo no sentido de confisco, ou seja, sem indenização);
Æ Requisição administrativa: Iminente perigo público (inciso XXV) – Competência da União le-
gislar sobre a matéria (Art. 22, III);
Não perde a posse, apenas tolera o uso temporário.
Indenização só se houver dano.
Requisição é ato discricionário quanto às condições e vinculado quanto à competência.
Iminência: possibilidade clara e imediata da ocorrência do evento.
Se o uso for prolongado será desapropriação.
Impenhorabilidade da pequena propriedade rural trabalhada pela família (inciso XXVI);
Requisitos:
a) Ser considerada pequena pelos estatutos legais em vigor.
b) Deve ser produtiva.
c) Deve produzir unicamente para o sustento da família.
d) A dívida deve ter origem de financiamento da atividade produtora da pro-
priedade.
e) O proprietário deve morar no local.
Propriedade intelectual: Propriedade industrial e direitos do autor (Incisos XXVII, XXVIII e XIX);
Reconhecimento da inventividade, da intelectualidade e da genialidade do autor;
Domínio público só garante o direito de exploração econômica;

Direito à herança (inciso XXX) e possibilidade de regulação pela lei estrangeira se mais benéfica
(inciso XXXI); Direito de escolha do cônjuge supérstite (ou varão) e/ou filhos brasileiros.

PROTEÇÃO AO CONSUMIDOR (INCISO XXXII)


Obrigação permanente do poder estatal, não se concluiu com o CDC 8078/90.
É princípio da ordem econômica no Brasil (art. 170 V).
André Alencar dos Santos DIREITO CONSTITUCIONAL 11
DIREITO DE OBTENÇÃO DE INFORMAÇÕES PESSOAIS, COLETIVAS OU GERAIS inciso
XXXIII;
Coletivo: Grupo determinado e reconhecível.
Geral: Todo o grupo social, sem distinção.
Objetivo: Publicidade aos atos da Administração.
Caráter sigiloso: Forças Armadas, Segurança Nacional, Reservas Energéticas e Matéria
radioativa.

DIREITO DE PETIÇÃO E DE CERTIDÃO – incisos XXXIII e XXXIV (vide remédios constitucio-


nais de natureza administrativa);

PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO – inciso XXXV; Ou do livre acesso ao


Judiciário ou do Direito de ação ou do monopólio da jurisdição;
Direito também metaindividual;
Inconstitucional exigir a exaustão da via administrativa.
Inconstitucional pagar valor do débito antes de discutir débito com órgão público.
a) É inconstitucional condicionar o ingresso de ação judicial ao depósito prévio da
quantia questionada, em razão do princípio do amplo acesso ao Judiciário;
b) É inconstitucional condicionar a admissão de recurso judicial a tal depósito, em ra-
zão do princípio do duplo grau de jurisdição;
- Inexistência do princípio do duplo grau de jurisdição como princípio
absoluto (regra e não princípio O Direito ao duplo grau de jurisdição não é
absoluto (art. 102 I, 105 e outros – trazem competências originais dos tribu-
nais onde não se admite o direito ao duplo grau).)
c) É inconstitucional condicionar a admissão de petição administrativa ao depósito pré-
vio da quantia debatida, em face do princípio do direito de petição.
d) É possível condicionar a admissão de recurso administrativo a depósito prévio, pois
não há, como regra, o duplo grau administrativo.
Jurisdição arbitral não é contrária ao princípio, pois trata de direitos disponíveis que se trata-
dos por árbitro é porque se abre mão da utilização da jurisdição estatal e se submete à jurisdição
arbitral. Garante-se a exceção do compromisso arbitral.
Não é gratuito, porém, taxas excessivas são inconstitucionais por cercearem tal direito.
Critérios subjetivos de admissão em concurso público são inconstitucionais por cercearem tal
direito.
ACESSO À ORDEM JURÍDICA JUSTA tanto a tutela preventiva como a repressiva são possíveis
por meio deste direito;
Destinado ao Legislador, principalmente, e, em geral, a todos;

PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA OU ESTABILIDADE DAS RELAÇÕES JURÍDICAS –


inciso XXXVI;
Direito adquirido (diferença para expectativa de direito), ato jurídico perfeito e coisa julgada;
Estabilidade dos atos judiciais.
Direito adquirido: Já se incorporou ao patrimônio da pessoa pelo aperfeiçoamento de al-
gum ato que o confere, e não pode ser retirado (art. 6º da Lei de Introdução ao Código Ci-
vil: Os que já podiam ser exercidos por seu titular, ou já teriam começo de exercício prefi-
xado em termo inalterável, ou em condição imutável, ao arbítrio de outrem).
Ato jurídico perfeito (Reúne os requisitos da lei):
a) Sujeito capaz: 18 anos ou emancipado.
b) Objeto lícito: permitido ou não proibido por lei e possível, determinado ou de-
terminável.
c) Forma prescrita ou não defesa em lei.
Já se aperfeiçoou sob a lei vigente à época de sua formação. Ex: Contrato concluído –
Não pode ser atingido por lei nova.
Reúne os requisitos para sua formação sob a vigência de Lei mais antiga.
André Alencar dos Santos DIREITO CONSTITUCIONAL 12
Coisa Julgada: Não modificar a sentença transitada em julgado que não caiba mais recur-
sos.
a) Formal: Não cabe mais recurso – cabe ação rescisória.
b) Material: Imodificável.
STF: Não existe direito adquirido frente à Constituição nova.
Emenda Constitucional não pode ferir o Direito adquirido.
Estes direitos não podem ser atingidos por lei posterior (não retroação da lei).

PROIBIÇÃO DE TRIBUNAL OU JUÍZO DE EXCEÇÃO – inciso XXXVII;


Conexo ao devido processo legal;
Não haverá juízo ou tribunal de exceção (tribunal ad hoc);
Ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente - (exten-
são ao promotor) (Inciso LIII).
Conseqüência: Nulidade do processo.
Direito de ser acusado e julgado por órgão competente.
Conseqüências:
Ficam vedados os juízos extraordinários, constituídos após os fatos;
O Executivo não pode mudar, designar ou convocar juízes casuísticamente;
O juízes e promotores gozam de garantias para preservar sua imparcialidade:
Imparcialidade/Independência, Inamovibilidade, Irredutibilidade de subsídios;
Tribunal de Exceção: Não previstos na CF ou supressivos ou cerceadores de direitos processu-
ais, garantias ou prerrogativas, com violação do devido processo legal.
Não é relevante o tribunal de exceção existir antes do ato, continua inconstitucional.
Foro privativo não é exceção ao princípio.

TRIBUNAL DO JÚRI – inciso XXXVIII;


A competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida (não é absoluta posto que a
CF atribui prerrogativas de foro; no entanto a CE não pode criar em detrimento do júri); Se houver
co-autoria e um dos autores tiver prerrogativa de foro o processo deverá ser separado para que
os outros co-réus sejam julgados no tribunal do júri;
Dolosos contra a vida: Homicídio; aborto, infanticídio, induzimento, instigação ou auxílio
ao suicídio. Tentados ou consumados.
Tribunal do Júri: Especialização da justiça criminal da 1ª Instância. Formado por 21 jura-
dos, dos quais 7 formarão o Conselho de Sentença. Sorteados entre cidadãos do muni-
cípio – devem ser de origem substancialmente diferente.
Plenitude da defesa: Garantia de o acusado poder usar todos os meios legais para tentar
provar a sua inocência. Também garante defesa técnica de qualidade.
Sigilo das votações: Os jurados ficam incomunicáveis e devem decidir sozinhos.
Soberania dos veredictos: O Juiz presidente não pode sentenciar em desacordo com a
decisão do conselho de sentença. Contudo, se manifestamente ilegal, ou contrário aos fa-
tos e provas, há o direito de novo júri popular.
Membros do Congresso Nacional e outros têm prerrogativa de foro.
Dolo:
a) Direto: Quando o agente quis o resultado, agiu para este fim.
b) Indireto:
a. Eventual: Sabia e assumiu o risco de produzir tal resultado.
b. Alternativo: Agiu querendo produzir um ou outro resultado (matar ou fe-
rir).
Consumação: Quando se atinge todo o iter criminis. Produz-se o resultado desejado.
Tentativa: O agente percorre todo o iter criminis mas o resultado não ocorre por circuns-
tâncias alheias à sua vontade.
Autoridades estaduais podem ter foro privativo se assim prever a respectiva Constituição
Estadual e houver simetria com as prerrogativas para autoridades federais estabelecidas
André Alencar dos Santos DIREITO CONSTITUCIONAL 13
na Constituição Federal. É uma exceção à competência legislativa da União em matéria de
Processo Penal 22, I.
Militar também é julgado por Tribunal do Júri quando pratica crime doloso contra Civil: Lei
9.299/96.

PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE DA LEI PENAL E DA PENA E PRINCÍPIO DA LEGALIDADE


PENAL (reserva legal) Nullun crimen nulla poena sine praevia lege. Inciso XXXIX;
Princípio da Anterioridade da Lei e anterioridade da pena: Não há crime sem lei anteri-
or que o defina nem pena sem a prévia cominação legal.
Remonta a Magna Carta de 1215 e posteriormente em 1789 na Declaração dos Direitos do
Homem.
Crime: Conduta humana punível.
Competência privativa da União para legislar sobre direito penal.
Princípio da Retroatividade da Lei Penal mais benéfica: A Lei penal não retroagirá, salvo
para beneficiar o réu.
Princípio da Irretroatividade da Lei mais Gravosa: A regra geral é que a lei nova não atinge
fatos pretéritos, porém, se beneficiar o réu, vai retroagir.
Princípio da Ultra Atividade da Lei mais Benigna: A lei benéfica ao réu age mesmo após a
sua revogação, para amparar o processo e julgamento de réu que tenha cometido ilícito
sob sua égide e a lei posterior agrava sua situação.
Só serve para a Lei Penal.
Lei nova pode ser:
a) Reformatio in pejus (Lei pior).
b) Reformatio in mellius (Lei melhor).
c) Abolitio criminis (Descriminalização).
Em geral vale o brocardo: Tempus regit actum.
Crime continuado: Se vir lei superveniente, mesmo que mais gravosa, aplica-se esta (última).
PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE DA LEI MAIS BENIGNA, PRINCÍPIO DA IRRETROATIVI-
DADE DA LEI MAIS GRAVOSA E PRINCÍPIO DA ULTRATIVIDADE DA LEI MAIS BENIGNA –
inciso XL;

PRÁTICAS DISCRIMINATÓRIAS E CRIMES COM DIFERENCIAÇÃO CONSTITUCIONAL


A lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais (inciso
XLI);
Reafirmar o princípio da igualdade perante a lei.
Pretende-se que a lei estabeleça penas às discriminações cometidas por particular ou pelo
Estado.
Discriminações podem ser:
• Positivas: Discriminações que visam assegurar a tutela jurídica aos hipossuficientes
(deficientes, menores, minorias étnicas). São válidas.
• Negativas: Discriminações sem fundamentação prática.
A prática do racismo (sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei – inciso XLII) e a ação de
grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático consti-
tuem crime inafiançáveis e imprescritíveis (inciso XLIV);
Racismo: Tratamento discriminador com base em conceito ético, quer por ato, quer por pa-
lavra. Lei 7716 de 1989, 8081/90 e 9459/97. Não confundir com a ofensa qualificada por
palavras racistas que é crime de ofensa por não ter efetuado tratamento discriminador.
Intensidade: Tem que ofender o sentimento médio da raça.
Inafiançável e Imprescritível.
Reclusão e Detenção são modalidades de penas privativas de liberdade. Reclusão é mais
severa pois já inicia em regime fechado.
A lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos,
André Alencar dos Santos DIREITO CONSTITUCIONAL 14
por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; In-
ciso XLIII;
Graça e anistia são benefícios concedidos aos presos.
Anistia: É o ato pelo qual o Poder Legislativo declara impuníveis, por motivo de utilidade
social, todos quantos, até certo dia, perpetraram determinados delitos, em geral políticos,
seja fazendo cessar as diligenciais persecutórias, seja tornando nulas e de nenhum efeito
as condenações. Caráter objetivo, ex: Anistia de presos condenados a 6 meses ou menos
de reclusão.
Graça: É o ato do Poder Executivo (presidente 84, XII) que favorece individualmente um
condenado em definitivo por crime comum ou por contravenção, extinguindo-lhe, reduzin-
do-lhe ou comutando-lhe a pena. Depende das condições pessoais do preso.
Crimes hediondos Lei 8072/90
a) Latrocínio
b) Extorção mediante seqüestro
c) Extorsão qualificada pela morte
d) Estupro
e) Atentado violento ao puder
f) Epidemia com resultado morte
g) Envenenamento de água potável
h) Homicídio qualificado
i) Falsificação de produtos medicinais.
Tráfico ilícito de entorpecentes ou drogas afins: Comprar, vender, expor, guardar em
depósito, produzir, conduzir ou portar entorpecentes ou drogas afins.
Drogas: Estupefacientes, psicotrópicos, hipnóticos e hipossedantes.
Terrorismo: Atos de pessoas ou grupos, de fundo violento, contra pessoas ou bens, sob
motivação política ou religiosa.
Estão todos sujeitos à prescrição.
Responsabilidade: Executor, mandante e quem poderia evitar.

PRINCÍPIO DA PERSONALIZAÇÃO DA PENA ou PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE PES-


SOAL – inciso XLIV;

PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA – inciso XLVI;


Penas permitidas, entre outras: a) privação ou restrição da liberdade; b) perda de bens; c) mul-
ta; d) prestação social alternativa; e) suspensão ou interdição de direitos;
Não é numerus clausus pois a própria CF prevê a possibilidade de outras “entre ou-
tras”.
Privação: Perda total da liberdade.
Restrição: Perda de parte da liberdade. Sursis, regime semi-aberto, aberto e livramento
condicional.
Perda de bens: Retenção dos mesmos pelo Estado.
Multa: Pena pecuniária.
Prestação alternativa: Condenado servir a serviços sociais. Penas restritivas de direitos.
Suspensão de direitos: Suprimir certos direitos. Perda da CNH, direito de exercer deter-
minados cargos ou profissões ou ainda de freqüentar determinados lugares.
Individualização da pena: Aferir circunstâncias de natureza:
a) Subjetiva: Culpabilidade, antecedentes, conduta social e personalidade.
b) Objetiva: Motivos, circunstâncias e conseqüências.
Então, fixar aquela pena aplicável dentre as cominadas, em quantidade que for ne-
cessária e suficiente à reprovação e à prevenção do delito, definindo, a seguir, o re-
gime inicial de cumprimento da pena, a qual não dever ser excessiva, nem demasia-
damente branda, mas justa, adequada e idônea, em qualidade e quantidade sufici-
entes para reprimir a prática da infração e promover a tutela da sociedade.
André Alencar dos Santos DIREITO CONSTITUCIONAL 15
Penas proibidas (inciso XLVII): a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do
art. 84, XIX; b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento; e) cruéis;
Penas inconstitucionais.
Relação numerus clausus.
Pena de morte: Guerra declarada.
Caráter perpétuo: Que se prolongam indefinidamente. Ex: Condenar servidor público a
não poder mais exercer cargo público. Pena máxima no CP brasileiro: 30 anos.
Trabalho forçado não significa não trabalhar, e sim, não executar tarefas desumanas. O
trabalho do preso é remunerado.
Banimento: Expulsão de brasileiros do Brasil por um prazo estipulado.
Penas cruéis: Dependem de regulamentação posterior. Podem ser físicas ou mentais.
Sobre cumprimento de pena: A pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo
com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado (inciso XLVIII); Às presidiárias serão as-
seguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de ama-
mentação (inciso L);
Direitos dos presos: É assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral (inciso
XLIX);
Tratar os presos com a dignidade que merece uma pessoa comum, sem desrespeitar
a integridade física e moral.
O criminoso perde o direito à liberdade, mas não outros direitos.
A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz
competente (verificação da legalidade da prisão) e à família do preso ou à pessoa por ele indicada
(possibilitar assistência) – inciso LXII; O preso será informado de seus direitos, entre os quais o
de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado (inciso LXI-
II);
Ficar calado é usar do princípio da presunção de inocência. Mesmo em juízo o acusa-
do tem direito a ficar calado. Não existe mais o “quem cala consente”.
O preso tem direito à assistência técnica (advogado) e moral (família).
O preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório poli-
cial (inciso LXIV);
Conhecimento dos responsáveis: Visa evitar abusos durante as prisões, pois, o policial
usará apenas da força necessária.
Autoridade policial é obrigada a fornecer as identificações para o preso solicitante.
A prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária (inciso LXV);
Ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou
sem fiança (inciso LXVI);
Sempre que possível conceder a liberdade. Será provisória, pois, poderá ser revogada
ou cancelada se condenado.
Crimes levíssimos (pena de três meses ou menos) deverão os acusados responder em li-
berdade provisória sem pagamento de fiança “preso livra-se solto”.
A regra é que só ficam presos os que respondem a crimes inafiançáveis. Em alguns ca-
sos o Estado dispensa o pagamento da fiança.

EXTRADIÇÃO
Extradição (ativa – Brasil pede, ou passiva – pede-se ao Brasil)
Nenhum brasileiro nato será extraditado; O naturalizado, em caso de crime comum, praticado an-
tes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
afins, na forma da lei, poderá ser extraditado (inciso LI);
Princípio da Inextradibilidade;
Extradição: Entregar uma pessoa de onde ele se acha refugiado para o país que o recla-
ma para ser julgado perante os tribunais deste ou cumprir a pena que lhe foi imposta. Não
interessa a existência de cônjuge ou filhos brasileiros;
Requisitos apontados por Alexandre de Moraes:
André Alencar dos Santos DIREITO CONSTITUCIONAL 16
É ato de soberania do Estado: O Estado entrega se quiser ou não, depende de tratados
que o Brasil se comprometeu a cumprir ou da promessa de reciprocidade.
Extradição é uma ação de índole pessoal.
a) Ativa: Requerida pelo Brasil a Estado estrangeiro.
b) Passiva: Requerida por Estado estrangeiro ao Brasil.
Expulsão: Retirar do território brasileiro o estrangeiro por delito ou infração ou atos que o
tornem inconveniente.
A competência é do Presidente da República e o ato fica sujeito ao controle pe-
lo Judiciário;
Não se admite a expulsão de estrangeiro
a) Que tenha cônjuge brasileiro desde que o casamento tenha sido celebrado há
mais de cinco anos e que não esteja separado de fato ou de direito
b) Que tenha filho brasileiro que, comprovadamente, esteja sob sua guarda e dele
dependa economicamente;
Deportação: Saída compulsória de estrangeiros que não cumpriram os requisitos para en-
trada ou permanência no território brasileiro. Nunca haverá crime nem fora (extradição)
nem no território nacional (expulsão); Ver lei relacionada ao Art. 5o XV; Deporta-se para o
país de origem, para o de procedência ou para outro que o receba;
Banimento: Expulsar do Brasil um natural do Brasil. Inconstitucional – Art. 5o XLVII.
Não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião (inciso LII);
Asilo político: Recebimento de estrangeiros no território nacional, a seu pedido, sem os requisi-
tos de ingresso, para evitar punição ou perseguição no seu país de origem por delito de natureza
política ou ideológica. Não está sujeito à reciprocidade pela sua natureza humanitária e diz respei-
to ao âmbito espacial da soberania;
¾ Lei 9474/97 – Estatuto dos refugiados;
¾ Lei 6815/80 – Estatuto dos estrangeiros – Decretos 86.715/81 e 678/92;
ƒ A competência é do Presidente da República, se este conceder o Ministro da
Justiça lavrará termo no qual será fixado o prazo e, se for o caso, as condições
para permanência.
ƒ Em 30 dias o asilado deve registrar-se no DPF e ser identificado;
ƒ Para sair do Brasil e poder retornar como asilado deve solicitar autorização do
Ministro da Justiça;
Crime político: Ato ilícito motivado por razões de natureza política. Cabe ao STF julgar se cada
caso se encaixa no conceito de crime político, ou seja, a classificação como delito político é de
competência interna do país asilante;
¾ Dissidência política;
¾ Livre manifestação do pensamento;
¾ Crimes relacionados à segurança que não sejam ilícitos penais;
Crime de opinião: Quando o agente extrapola os limites da manifestação do pensamento. Deve
ter caráter político.
Proteger estrangeiro pelo asilo político previsto no art. 4º X.
Casado ou com filhos brasileiros não impede extradição.
O beneficiado não poderá se ausentar do país sem prévia autorização do governo brasilei-
ro, sob pena de renúncia ao asilo e de impedimento de reingresso nessa condição;

PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL, DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA –


inciso LIV:

- Direito à defesa técnica;


- Também protege a dignidade da pessoa humana;
- PUBLICIDADE DO PROCESSO; A lei só poderá restringir a publicidade dos atos proces-
suais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem (inciso LX);
Em regra os atos processuais, audiências e julgamentos serão públicos.
André Alencar dos Santos DIREITO CONSTITUCIONAL 17
Porém, os atos que dizem respeito à intimidade das pessoas ou de interesse soci-
al serão protegidos, constitucionalmente, por segredo de justiça, são eles: Divórcio,
separação, alimentos, investigação de paternidade, instrução criminal (quando o réu
causa comoção social).
Conseqüência é a nulidade do processo se não respeitar o princípio da publicidade
sem alegar alguma das exceções legais.
- Direito à citação – ser chamado ao processo e a todos os atos processuais, cabendo, in-
clusive o direito de contradizer (PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO); Não é utilizado no in-
quérito policial por não haver acusado, mero indiciado;
- Direito à produção ampla de provas (PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA) – inciso LV;
Ampla defesa: Asseguramento dado ao réu de condições que lhe possibilitem trazer para
o processo todos os elementos tendentes a esclarecer a verdade ou mesmo de omitir-se ou calar-
se, se entender necessário. Provar por todos os meios lícitos de prova.
Juntar ao processo todos os meios de provas lícitos que consubstancie sua defesa, contrariando,
pois, o que for alegado pelo autor.
- Direito a ser processado e julgado pelo juiz competente (PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL);
- Direito a recursos (DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO);
- Direito à revisão criminal e a rescisão de julgados;
- Juiz competente e imparcial – princípio do juiz natural (instrumentalizado pelas regras de
competência instituídas na Constituição).
- Privilégio contra a auto-incriminação
- Proibição da utilização de provas ilícitas – inciso LVI; Provas ilegais podem ser: ilícitas
(direito material é violado) ou ilegítimas (violação ao direito processual);
Aspecto formal: Foi obtida de forma ilegal;
Aspecto material: Verificar a veracidade da prova;
Prova: Elemento integrador do convencimento do juiz.
Provas ilícitas por derivação: Frutos podres (da árvore envenenada): As provas
derivadas das obtidas por meio ilícito serão, também, consideradas ilícitas (STF 6 a
5) – situações que geram provas ilícitas:
a) Violação da intimidade, Invasão domiciliar
b) Tortura
c) Degravação telefônica não autorizada por autoridade competente
Princípio da proporcionalidade pro reo: Admitir a utilização de prova ilícita quando for
ela a única via de comprovação da inocência do réu.
Legítima defesa: O STF diz que a ilicitude da prova só é eliminada por causas excludentes
de ilicitude.
Caso do Collor: A CPI determinou a busca e apreensão dos computadores, e somente por
ordem judicial poderia haver esta busca;
André Alencar dos Santos DIREITO CONSTITUCIONAL 18

Motivação dos a- Juiz e Promotor


tos jurisdicionais Natural
As decisões judiciais O órgão deverá ser ins-
deverão ser fundamen- tituído previamente ao
tadas sob pena de nuli- fato, não poderá ser ca-
dade; A fundamentação suisticamente e também
é conexa ao direito ao devem ser respeitadas
recurso; as regras de competên-
cia constitucional;

PRINCÍPIO
DO DEVIDO
PROCESSO
LEGAL

Publicidade dos Ampla defesa e


atos processuais contraditório
Os atos deverão ser Direito à produção de
públicos – preserva-se a provas conforme o direi-
intimidade das partes to e possibilidade de
quando a lei assim es- conhecimento e contra-
tabelecer; dição das alega-
ções/provas da parte
contrária.

PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA ou DA NÃO CULPABILIDADE – inciso LVII


Princípio da presunção de inocência. Uma pessoa é inocente até que se prove o contrá-
rio. Necessita-se de coisa julgada material.
Ônus da prova: Normalmente é de quem alega (Penal sempre).
Não se prova inocência, e sim culpabilidade.
Prisão provisória para apelar e outros tipos de prisões cautelares não ofendem o princípio.
Prisão civil não tem conotação penal.
OUTRAS GARANTIAS PENAIS:
O civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses
previstas em lei (inciso LVIII); Exceções:
a) Indiciado em determinados crimes “graves”;
b) Fundada suspeita de falsificação ou adulteração;
c) Má-conservação ou impossibilidade de identificação;
d) Constar registros de outras qualificações ou nomes diferentes;
e) Registro de extravio do documento de identidade;
f) Se o indiciado não comprovar em 48h sua identificação civil;
André Alencar dos Santos DIREITO CONSTITUCIONAL 19
Será admitida ação (penal pública de iniciativa) privada nos crimes de ação pública, se esta
não for intentada no prazo legal (inciso LIX);
Ação Penal Privada subsidiária da Pública. Se o MP não oferecer a denúncia o interes-
sado pode ir lá.
A regra é: A ação Penal será Pública, cujo titular é o MP, pois o interesse é do Estado –
art. 129, I. As ações públicas podem ser:
a) Incondicionadas: MP agir sem ser provocado (regra).
b) Condicionadas: MP depende de provocação. Pode ser pelo:
i) Particular ou
ii) Ministro da Justiça.
Ao receber o inquérito policial, o MP poderá:
a) Oferecer denúncia, começando a ação penal.
b) Requerer o arquivamento dos autos ao juiz.
c) Determinar novas diligências à autoridade policial.
Ação Penal Privada: Crimes que o Estado não seja, relevantemente, ofendido, cabe ao ti-
tular do direito propor a ação penal Æ O certo é chamar de Ação Penal Pública de iniciativa
Privada.
Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de au-
toridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente
militar, definidos em lei (inciso LXI);
Formas de cerceamento da liberdade de um indivíduo.
Flagrante: queima, arde, é o crime que acabou de acontecer; quando o criminoso é sur-
preendido por alguém do povo (pode) ou por policial (deve), durante ou logo após o crime
(próprio), após perseguição (impróprio) ou, logo após o delito, com instrumentos ou objetos
que levem a presunção da autoria (presumido).
Prisão: Ordem escrita e fundamentada do juiz , pode acontecer em três momentos:
a) Antes de iniciado o processo (preventiva ou temporária).
b) Durante a instrução criminal (temporária).
c) Após sentença transitada em julgado (definitiva).
Militar pode ser preso sem autorização judicial. Casos:
a) Transgressão militar (desobedecer à ordem vinda superior).
b) Crime militar (usar arma militar fora do âmbito militar).
O Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do
tempo fixado na sentença (inciso LXXV);
Indenização: Conjunto de valores devidos a título de reparação pelo erro ou excesso co-
metidos contra o condenado. Indenização por ato judicial típico.
Estado: Responsabilidade objetiva. Estado tem direito à ação regressa contra o servidor
responsável pelo dano.
Erro judiciário: Irmão gêmeo, homônimo...
Além do tempo: Manter o cárcere por tempo maior que o fixado na sentença.

PRISÃO CIVIL – Inciso LXVII;


Não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e ines-
cusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;
Prisão Civil: Em regra prisão é para punir fato definido como crime, entretanto, para coibir
o responsável pela obrigação de alimentos (se inescusável ou voluntário) e o deposi-
tário infiel (tinha a obrigação de cuidar e não a fez).
Prisão civil é coercitiva, obrigar o preso a fazer alguma coisa que não fez ainda (máximo de
60 dias para devedor de alimentos definitivos e de 3 meses para devedor de alimentos pro-
visórios – Reincidência pode gerar outras prisões).
Obrigação alimentícia: Importâncias em dinheiro que uma pessoa se obriga, por força de
lei, a prestar a outra.
Depositário infiel: Aquele que tendo sob sua guarda bem próprio ou alheio, do qual não
tem a livre disponibilidade, dele se desfaz em prejuízo de outrem.
André Alencar dos Santos DIREITO CONSTITUCIONAL 20
Alienação fiduciária: STJ não admite a prisão e STF admite.

OUTROS DIREITOS (cunho assistencial):


• O Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiên-
cia de recursos (inciso LXXIV);
Defender os necessitados: Defensoria pública (art. 134).
Insuficiência não quer dizer miserabilidade e sim, impossibilidade de manter uma conten-
da judicial.
• São gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei (inciso LXXVI):
o o registro civil de nascimento;
o a certidão de óbito;
• São gratuitas as ações de "habeas-corpus" e "habeas-data", e, na forma da lei, os atos ne-
cessários ao exercício da cidadania (inciso LXXVII).
• Título de Eleitor;
• Carteira de Trabalho;
• Identidade;
• Ato de votar;
Proíbe-se cobrança por parte do poder público e não por parte de advogado.

§1º Direitos aqui estabelecidos têm aplicabilidade imediata (a partir de 5/10/1988) não dependem
de normas posteriores para poderem começar a serem exercidos – apesar desta previsão há inci-
sos que já pedem a atuação estatal posterior, no entanto, como já afirmado anteriormente, são
passíveis de atuação judicial por MI ou ADI por omissão.

REFORMA do JUDICIÁRIO e CELERIDADADE PROCESSUAL


A todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e
os meios que garantam a celeridade de sua tramitação (inciso LXXVIII).

§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha


manifestado adesão.
Existem possíveis inconstitucionalidades sobre este parágrafo; A questão da possibilidade de pri-
são perpétua não há resolução já que a nossa Constituição não a admite;

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