AULAS ESQUEMATIZADAS
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
Cinco espécies: Direito individuais, coletivos, sociais, à nacionalidade e políticos;
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
1ª Geração ou dimensão (até o século XVIII – Revolução francesa, liberalismo, estado de di-
reito): Direitos civis e políticos (participação política), liberdades clássicas, negativas ou formais;
Liberdade. Ocorreu com a fundação do constitucionalismo; Exemplo: Direito de propriedade; Di-
reito de contratar (autonomia da vontade); Manifestação do pensamento religioso; Liberdade polí-
tica de participar do governo (eleger e ser eleito); Vida; Liberdade religiosa; Liberdade de expres-
são; Intimidade; Há quem alegue os princípios contra a tributação excessiva;
4ª Geração ou dimensão: A partir da década de 70, dizem respeito aos povos como seres hu-
manos, habitantes de um mesmo planeta; Exemplo: Democracia, globalização, acesso à tecnolo-
gia e a informação;
5o Geração ou dimensão: A partir da década de 90 e início do século XXI, decorrem dos avan-
ços na engenharia genética (Bobbio), proteção do acervo genético da humanidade, tratam da vida
e da morte, direito de nascer e de morrer. Exemplo: Médico ao tratar do idoso em fase terminal
deverá levar em conta as convicções religiosas daquele; Eutanásia passiva – direito à morte natu-
ral; Soja transgênica e lei de biossegurança; Células troncos;
André Alencar dos Santos DIREITO CONSTITUCIONAL 2
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
São classificados em três grandes categorias:
• Axiológicos e Jusfilosóficos (ou meta-normativos ou transcendentais):
o Estão no poder constituinte originário (por isso são chamados de meta-
normativos), este, ao se reunir, está carregado de valores que deverão inte-
grar o texto constitucional vindouro (ver o Preâmbulo e o Art. 1o IV – mas es-
tão espalhados).
o São utilizados na hermenêutica constitucional; Estes princípios servem para
conciliar princípios que aparentemente seriam inconciliáveis.
• Fundamentais ou estruturantes (ou Político-constitucionais (José Afonso da
Silva)):
o A partir do Art. 1o ao 4o: são princípios estruturantes, porém são genéricos;
• Instrumentais (ou Jurídico-constitucionais (José Afonso da Silva)):
o Art. 5o em diante, são instrumentais dos artigos anteriores.
o Exemplo: O princípio do devido processo legal é instrumental para o princípio
da dignidade da pessoa humana;
CARACTERÍSTICAS:
o
UNIVERSALIDADE E O ART. 5 CAPUT: São para todos os seres humanos. Dirigem-se ao ser
humano em razão da natureza de homem em caráter abstrato. Também se estendem às Pessoas
Jurídicas e aos Entes atípicos; Vale o princípio “in dubio" pro concessão de direitos/garantias;
• Pessoas naturais
¾ Brasileiros: Natos ou Naturalizados;
¾ Estrangeiros: Residentes e não-residentes;
¾ Apátridas;
• Pessoas jurídicas (Direito Privado): Se for possível, de acordo com a peculiaridade do
direito que se deseja ver protegido;
¾ Associações;
¾ Sociedades;
¾ Fundações;
¾ Organizações Religiosas;
¾ Partidos Políticos;
Não se locomove, o empreendimento pode ser móvel (carrinho de cachorro-
quente);
• Pessoas jurídicas (Direito público): Há direitos fundamentais voltados para o Estado, como
o direito a desapropriação e requisição administrativa;
• Entes Atípicos: Doutrina majoritária entende que podem usar direitos compatíveis (de
pessoas jurídica);
¾ ENTES MORAIS:
Sociedades de fato;
Condomínio;
Espólio;
Massa falida;
¾ Nascituro;
Art. 5º CAPUT
- Extensivo aos estrangeiros (residentes ou não no Brasil) quando possível;
1. Dos oito tipos de vistos que o estrangeiro pode receber e, destes, cinco tipos permi-
tem a residência – entretanto o direito se estende a todos que estejam sobre a pro-
teção do Brasil (no território ou em suas extensões – embaixadas...);
- Alguns direitos se estendem às pessoas jurídicas;
André Alencar dos Santos DIREITO CONSTITUCIONAL 3
PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE
A Razoabilidade impõe ao legislador que este verifique a:
1. Adequação: Seja verificada a pertinência entre a norma a ser produzida e a fina-
lidade que se deseja ver alcançada, ou seja, verificar a utilidade daquela restrição para a-
tingir o resultado desejado;
2. Necessidade: Seja verificada a real indispensabilidade da restrição a ser imple-
mentada e se tal restrição é a menos gravosa entre as possíveis (princípio da menor le-
são);
3. Proporcionalidade: Que impõe ao legislador a verificação da compatibilização
entre os resultados alcançados e as restrições impostas, verificando, em caráter pragmáti-
co a proporção entre os fins e os meios, entre resultados e objetivos, entre ganho obtido e
restrição realizada.
Limitações no próprio texto constitucional (rol exemplificativo):
Vida não impede pena de morte em caso de guerra declarada;
Liberdade não impede a prisão (LXI);
Propriedade não impede a desapropriação (XXIV);
Igualdade não impede desigualdades (art. 12, §3º, art. 7º, XX, Art. 53).
ROL EXEMPLIFICATIVO §2O; A interpretação da Constituição pode trazer outros direitos e ga-
rantias, ou seja, não é taxativo o rol. Ex: art 150, III, b – princípio da anterioridade da lei tributá-
ria.
§ 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes
do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a Re-
pública Federativa do Brasil seja parte.
Existem outros direitos e garantias fundamentais fora do Art. 5o, porém somente o STF po-
derá estabelecer este entendimento;
São duas normas:
Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros de-
correntes do regime e dos princípios por ela adotados;
O único caso enfrentado pelo STF foi a questão da anterioridade das normas tributá-
rias (que a princípio seriam para normas infraconstitucionais); O STF entendeu que os prin-
cípios tributários (145 em diante, são 12 princípios) seriam princípios que protegem a digni-
dade da pessoa humana e por isso deveriam ser protegidos como direitos e garantias fun-
damentais e por isso, também, são cláusulas pétreas;
Também se especula sobre o Art. 228: “São penalmente inimputáveis os menores
de dezoito anos, sujeitos às normas da legislação especial.” Pode-se dizer o seguinte:
O que está no Art. 5o, seja regra, ou seja princípio, está protegido por cláusula pétrea;
O que está entre o Art. 6o e 17 poderá ser um princípio protegido (desde que seja reconhe-
cido pela jurisprudência constitucional – princípios protetores da dignidade humana), porém a re-
gra porventura existente que implementa o princípio poderá ser flexibilizada (adequação legislati-
va). Em outras palavras o princípio poderá ser protegido mediante interpretação do STF e a regra
que o efetiva poderá ser alterado desde que não venha a inviabilizar a eficácia do princípio a cuja
regra buscava implementar (de forma razoável).
Exemplo: Art. 7o XVIII – Princípio protetor da maternidade e da filiação; Protege-se a mu-
lher trabalhadora para que possa ter direito à licença gestante. A regra Constitucional é de 120 di-
as de proteção sem perda do salário e do emprego. Na Suécia a proteção é de dois meses por-
que há efetiva assistência em creches públicas; No Brasil poderá ser diminuído o prazo, porém,
não se pode fazer de forma desarrazoada.
Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros de-
correntes dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja
parte.
Tratados internacionais anteriores à EC 45: dependiam de:
a) Assinatura pelo Presidente da República
b) Ratificação pelo CN por Decreto Legislativo ou pelo Senado Federal
por Resolução;
c) Edição de decreto executivo do Presidente da República
Gozam de status de lei ordinária os atualmente em vigor (há tese no sentido de que poderia se
o o
passar por nova aprovação no CN para se adequarem ao estabelecido no Art. 5 §3 ).;
Ver decreto 678/92 Art. 7o item 7; Ninguém deve ser detido por dívida, exceto por
obrigação alimentar;
Novos tratados internacionais sobre direitos humanos:
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem a-
provados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos vo-
tos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.
André Alencar dos Santos DIREITO CONSTITUCIONAL 5
Formalização: Serão formalizados por meio de Decreto Legislativo (passa-se a ter dois tipos dife-
rentes de decretos legislativos) sem necessidade de edição de decreto por parte do Presidente da
República.
DIREITOS E GARANTIAS
Direitos: O que se pretende proteger. Declarar traz existência legal.
Conceito de Direito: É a titularidade de uma prerrogativa incidente sobre bem mate-
rial, imaterial, valores, atributos ou faculdades que a ordem jurídica reconhece e ou confere
aos sujeitos do ordenamento jurídico, ou a estes equiparados, para que possa integrar o
acervo jurídico subjetivo do seu pretenso titular;
Garantias: Modo de garantir o direito. São instrumentos formais (procedimentos, processos e ou
meios) que a ordem jurídica disponibiliza para os sujeitos do ordenamento jurídico, ou a estes e-
quiparados, com as seguintes finalidades:
a) Evitar a lesão a um direito;
b) Restituir um direito já lesionado ou lesado;
c) Minimizar os efeitos da lesão em caso de impossibilidade de plena restituição do direito le-
sado;
d) Fazer de um direito instrumento para garantir o exercício de outro direito;
Assegura limitando o poder do Estado.
• Ao direito à vida corresponde a garantia da proibição de pena de morte;
• Ao direito à liberdade correspondem garantias de Direito Penal e de Processo Penal;
• À liberdade de manifestação do pensamento há a garantia da proibição de censura;
• À inviolabilidade da liberdade de consciência e de crença e liberdade de exercício de cultos re-
ligiosos exige-se a garantia na forma da lei a proteção aos locais de culto e suas garantias.
• À liberdade de associação existe a proibição do Estado de exigir autorização para criação de
associações, a proibição de interferência estatal em seu funcionamento e a exigência de deci-
são judicial transitada em julgado para a dissolução compulsória das associações.
• Ao direito ao juízo natural há a vedação dos tribunais ou juízos de exceção.
Os remédios são uma categoria de garantias capazes de provocar uma pronta e eficaz
resposta jurisdicional que faça cessar ou reverta a lesão ao direito – são espécie de garantia por-
que não estão na própria norma que declara o direito.
Garantias fundamentais gerais: Art. 5º II; XXXV; LIII, LIV, LV e LX.
Garantias fundamentais específicas: habeas corpus, habeas data, mandado de segu-
rança e ação popular, além de outras.
Deveres: Obrigação, fazer ou não fazer algo.
RESERVA JURISDICIONAL
Competência exclusiva dos órgãos do Poder Judiciário, com total exclusão de qualquer outro ór-
gão estatal, para a prática de determinados atos. Exemplo: Decretação de prisão cautelar, busca
e apreensão, interceptação telefônica. São atos que nem mesmo os poderes equiparados aos dos
juízes (CPI) podem executar.
LIBERDADES e INVIOLABILIDADES:
- De manifestação de pensamento (vedação ao anonimato – inciso IV); liberdade de atividade
intelectual, artística, científica ou comunicação (independente de censura – natureza política ou
ideológica – ou licença);
Liberdade de manifestar e não de pensar. Garante-se aqui o direito de materializar o
pensamento. Proíbe-se o anonimato para preservar o direito de resposta.
Direito de dizer o que se quiser, como quiser, no local em que quiser.
Não há como punir o pensamento.
PROIBIÇÃO DE CENSURA – inciso IX (permite-se a classificação indicativa – Art. 21
XVI); O abuso à liberdade de pensamento pode gerar:
Direito de resposta (inciso V): Proporcional ao agravo
Dano material: Efetiva diminuição patrimonial.
Dano moral: Agressão aos valores pessoais, psicológicos, éticos que norteiam a conduta
do ofendido.
André Alencar dos Santos DIREITO CONSTITUCIONAL 8
Imagem: Depende de outras pessoas ficarem sabendo.
- Liberdade de consciência, crença e culto (Inciso VI);
Consciência e crença: é uma orientação filosófica pode ter crença ou não. Ateus ou
agnósticos.
Protege-se o direito e os locais de exercício e suas liturgias.
Não é amplo, devem-se respeitar o repouso noturno, os horários de silêncio, áreas
de restrição.
A proteção deverá ser regulamentada por lei ordinária.
Assistência religiosa nas entidades de internação coletiva (inciso VII)
Entidades civis de internação coletiva: Hospitais, presídios, asilos e estabeleci-
mentos correlatos.
Entidades militares de internação coletiva: Quartéis, bases militares, embarca-
ções militares, bases aéreas.
ESCUSA DE CONSCIÊNCIA (Inciso VIII)
Dá-se a perda de direito políticos – apesar de a lei falar em suspensão (vale para o CES-
PE a Lei). A alternativa a ser criada deverá ser por lei e em caráter temporário.
- A expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação (inciso IX);
- Intimidade, vida privada, honra e a imagem (inciso X); Dano material e moral;
Intimidade: Modo de ser. Revela a esfera secreta da pessoa física. Relações subjetivas e
de trato intimo do indivíduo e suas relações familiares e de amizade.
Vida privada: Forma de externar a intimidade, que acontece em lugares onde a pessoa es-
teja ou se sinta protegida da interferência de estranhos como a casa onde mora.
Tem que ter relação entre a ofensa a integridade e os danos sofridos.
Honra: Atributo pessoal da pessoa.
Sua respeitabilidade, bom nome e boa fama, além do sentimento íntimo (dignidade
pessoal).
Honra exterior ou objetiva e honra interna ou subjetiva. Projeção de um valor interno
em âmbito externo;
Imagem: Figura física e material da pessoa.
Dano estético: Sofrimento moral decorrente de ofensas à integridade física. Lesão perma-
nente que atinge a beleza do indivíduo.
Pessoas públicas ou em ambientes públicos se fotografadas não individualmente não há
proteção porque nestes casos há a renúncia tácita da intimidade. Procurados também não
são protegidos.
Pessoa jurídica não pode ser sujeito passivo de crime de calúnia e injúria (STF) mas pode
ser indenizada por danos morais e materiais.
Dor moral: Morte de ente querido – pode ser indenizada.
- Domiciliar (inciso XI):
Casa: Local delimitado e separado que alguém ocupa com exclusividade, a qualquer título, inclu-
sive profissionalmente e dia (da aurora ao crepúsculo conjugado com o horário das 6h às 18h);
Desastre, prestar socorro e Flagrante delito (Crime sendo cometido; Crime acabou de
ser cometido; Perseguição ao criminoso logo após o crime e; Criminoso encontrado e pos-
sui objetos ou instrumentos que façam presumir ser aquela pessoa o autor do crime) admi-
tem a invasão sem consentimento de dia ou de noite; Mediante ordem judicial so-
mente durante o dia;
Limitação é para o ingresso e não para a permanência.
Qualquer tempo: flagrante delito, desastre, para prestar socorro.
Titulares de direito: Pessoa física ou Jurídica.
Se em Estado de Sítio tal situação não é amparada (Art. 139, V).
- Correspondência, comunicações telegráficas (em regra somente no estado de defesa ou de
sítio caberia violação), dados (sigilo bancário e fiscal: admite-se por ordem judicial, requisição do
MP e por determinação de CPI – há lei LC 105 para o sigilo bancário e LC 104 para o sigilo fiscal
que permitem à Receita Federal, em processos administrativos, ter ciência de tais dados, no en-
tanto há várias ADIs no STF contra estas permissões) e comunicações telefônicas (inciso XII);
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Interceptação telefônica Lei 9296: Captação da gravação de comunicação telefônica no
momento em que ela se realiza, por terceiro, sem conhecimento ou consentimento de
qualquer dos interlocutores (Instrução processual penal ou investigação criminal) – somen-
te por ordem judicial (não se admite por CPI já que estaria protegido pela reserva de Juris-
dição).
Investigação (autoridade policial).
Instrução processual criminal (autoridades judiciárias).
Interceptação telefônica e gravação clandestina: Na primeira nenhum dos gravados ou
interceptados sabe que a gravação está ocorrendo, na segunda, uma das pessoas envolvi-
das na conversão tem conhecimento de que a gravação se realiza. STF admite a última
excepcionalmente.
Interceptação telefônica e sigilo telefônico: Sigilo telefônico ou sigilo de dados telefôni-
cos diz respeito ao registro das chamadas efetuadas ou recebidas, o horário e a duração
das mesmas – este sigilo poderá ser quebrado mediante ordem direta de CPI enquanto a
interceptação telefônica não pode ser requerida diretamente por CPI, somente por ordem
judicial.
Telemática: Ciência que estuda a comunicação associada à informática. Aplicável extensi-
vamente.
Internet e E-mail: Também e necessariamente aplica-se sobre tais mensagens (já há de-
cisão do TST não admitindo o caráter de privacidades às comunicações realizadas por
meio do e-mail da empresa, no horário de trabalho).
- Exercícios de trabalhos, ofícios ou profissões (questão da regulamentação – inciso XIII).
- Acesso à informação (informar e ser informado – resguardado o sigilo da fonte – inciso
XIV);
- De locomoção (habeas corpus, salvo transgressão militar ou crime propriamente militar); Direi-
to de ir, vir e ficar (fixar residência) para qualquer brasileiro ou estrangeiro, a lei impõe requisitos
(não podem ser intransponíveis) para que se possa entrar, permanecer ou mesmo sair com seus
bens.
- Direitos individuais de manifestação coletiva:
- De reunião (inciso XVI); Direito público subjetivo e abrangente;
- Pluralidade de participantes;
- Independe de prévia autorização (mera ciência com vistas à segurança e ao direito
de preferência – não frustrar outra reunião para o mesmo local e horário);
- Tempo (duração limitada);
- Finalidade (lícita, pacífica e sem armas);
- Lugar (pode ser percurso) – verifica-se o animus.
- Garantia: Mandado de Segurança
- De associação (inciso XVII); Associação tem caráter de permanência e fins próprios, além
da coligação voluntária.
- Fins lícitos (vedada à de caráter paramilitar);
Paramilitar – tem um ou mais das seguintes características (que não quer dizer que se
têm seja paramilitar):
a) Uso de armas
b) Uso de uniformes
c) Treinamento marcial
d) Sistema interno de hierarquia
e) Uso de palavras de ordem.
Se quiser ter personalidade jurídica deverá ser registrada.
- A obrigatoriedade de seguir a forma da lei é para cooperativas – interesse público,
e não para as Associações;
Cooperativa:
a) Conselho fiscal
b) Não remunerar os cargos de comando
c) Reaplicar os excedentes financeiros.
André Alencar dos Santos DIREITO CONSTITUCIONAL 10
- Vedada a interferência estatal (inciso XVIII), porém há possibilidade de suspensão das a-
tividade por decisão judicial e dissolução por decisão judicial transitada em julgado – defini-
tiva; inciso XIX;
- Liberdade de associar-se e de permanecer associado (inciso XX); Os conselhos e
órgãos de classe exigem a obrigatoriedade de filiação para que a profissão seja exercida,
por isso são considerados Autarquias corporativas (fiscalizam atividade profissional como
se agentes estatais fossem);
- Legitimação para atuar como representantes processuais (defender em nome pró-
prio o direito alheio – necessidade de autorização expressa) – inciso XXI;
Direito à herança (inciso XXX) e possibilidade de regulação pela lei estrangeira se mais benéfica
(inciso XXXI); Direito de escolha do cônjuge supérstite (ou varão) e/ou filhos brasileiros.
EXTRADIÇÃO
Extradição (ativa – Brasil pede, ou passiva – pede-se ao Brasil)
Nenhum brasileiro nato será extraditado; O naturalizado, em caso de crime comum, praticado an-
tes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
afins, na forma da lei, poderá ser extraditado (inciso LI);
Princípio da Inextradibilidade;
Extradição: Entregar uma pessoa de onde ele se acha refugiado para o país que o recla-
ma para ser julgado perante os tribunais deste ou cumprir a pena que lhe foi imposta. Não
interessa a existência de cônjuge ou filhos brasileiros;
Requisitos apontados por Alexandre de Moraes:
André Alencar dos Santos DIREITO CONSTITUCIONAL 16
É ato de soberania do Estado: O Estado entrega se quiser ou não, depende de tratados
que o Brasil se comprometeu a cumprir ou da promessa de reciprocidade.
Extradição é uma ação de índole pessoal.
a) Ativa: Requerida pelo Brasil a Estado estrangeiro.
b) Passiva: Requerida por Estado estrangeiro ao Brasil.
Expulsão: Retirar do território brasileiro o estrangeiro por delito ou infração ou atos que o
tornem inconveniente.
A competência é do Presidente da República e o ato fica sujeito ao controle pe-
lo Judiciário;
Não se admite a expulsão de estrangeiro
a) Que tenha cônjuge brasileiro desde que o casamento tenha sido celebrado há
mais de cinco anos e que não esteja separado de fato ou de direito
b) Que tenha filho brasileiro que, comprovadamente, esteja sob sua guarda e dele
dependa economicamente;
Deportação: Saída compulsória de estrangeiros que não cumpriram os requisitos para en-
trada ou permanência no território brasileiro. Nunca haverá crime nem fora (extradição)
nem no território nacional (expulsão); Ver lei relacionada ao Art. 5o XV; Deporta-se para o
país de origem, para o de procedência ou para outro que o receba;
Banimento: Expulsar do Brasil um natural do Brasil. Inconstitucional – Art. 5o XLVII.
Não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião (inciso LII);
Asilo político: Recebimento de estrangeiros no território nacional, a seu pedido, sem os requisi-
tos de ingresso, para evitar punição ou perseguição no seu país de origem por delito de natureza
política ou ideológica. Não está sujeito à reciprocidade pela sua natureza humanitária e diz respei-
to ao âmbito espacial da soberania;
¾ Lei 9474/97 – Estatuto dos refugiados;
¾ Lei 6815/80 – Estatuto dos estrangeiros – Decretos 86.715/81 e 678/92;
A competência é do Presidente da República, se este conceder o Ministro da
Justiça lavrará termo no qual será fixado o prazo e, se for o caso, as condições
para permanência.
Em 30 dias o asilado deve registrar-se no DPF e ser identificado;
Para sair do Brasil e poder retornar como asilado deve solicitar autorização do
Ministro da Justiça;
Crime político: Ato ilícito motivado por razões de natureza política. Cabe ao STF julgar se cada
caso se encaixa no conceito de crime político, ou seja, a classificação como delito político é de
competência interna do país asilante;
¾ Dissidência política;
¾ Livre manifestação do pensamento;
¾ Crimes relacionados à segurança que não sejam ilícitos penais;
Crime de opinião: Quando o agente extrapola os limites da manifestação do pensamento. Deve
ter caráter político.
Proteger estrangeiro pelo asilo político previsto no art. 4º X.
Casado ou com filhos brasileiros não impede extradição.
O beneficiado não poderá se ausentar do país sem prévia autorização do governo brasilei-
ro, sob pena de renúncia ao asilo e de impedimento de reingresso nessa condição;
PRINCÍPIO
DO DEVIDO
PROCESSO
LEGAL
§1º Direitos aqui estabelecidos têm aplicabilidade imediata (a partir de 5/10/1988) não dependem
de normas posteriores para poderem começar a serem exercidos – apesar desta previsão há inci-
sos que já pedem a atuação estatal posterior, no entanto, como já afirmado anteriormente, são
passíveis de atuação judicial por MI ou ADI por omissão.