“Rudolf Otto, historiador das religiões, foi quem melhor definiu a essência do sagrado
como uma forma de experiência interna sui generis e incomum, e mostrou as
características e conteúdos que a distingue de outras formas comuns. Ele analisou a
manifestação do sagrado como uma experiência única, interna e individual, mas que
pode ser compartilhada. Para ele, o sagrado manifesta-se sempre com uma qualidade
inteiramente diferente da realidade cotidiana e da experiência natural, embora possa
aparecer através de coisas humanas e se revelar através da natureza”.
“Assim como outros teóricos, Mircea Eliade define o sagrado pela oposição ao profano,
porém, da mesma forma que Otto, vê o sagrado como uma experiência que altera o
modo de percepção e acrescenta um significado transcendente, modificando totalmente
a vida do homem. “O sagrado é qualitativamente diferente do profano, embora possa se
manifestar de qualquer modo e em qualquer lugar no mundo profano e tem a capacidade
de transformar todo objeto cósmico em paradoxo por meio da hierofania.” Para Eliade,
é através da experiência do sagrado que o homem pode perceber a diferença entre aquilo
que é real, poderoso, rico e significativo, e o que é desprovido dessas qualidades. Pois o
sagrado é o real absoluto.”