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R.A.B.

Advocacia
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 5ª VARA DO
JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE ARACAJU-SERGIPE

AUTOS Nº. 2013.4050.0712

SUELY DE ALMEIDA GOMES, já qualificado nos autos em


referência da ação de INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS, ajuizada, em face de
CENCOSUD BRASIL COMERCIAL LTDA, vem, respeitosamente, perante Vossa
Excelência, por seu advogado adiante assinado, inconformada com a respeitável decisão
interlocutória publicada em 24 de abril de 2013, requerer pedido de RECONSIDERAÇÃO
sobre a manifestação do pedido de justiça gratuita na Primeira Instância quando se interpõe
Recurso Inominado para Turma Recursal do Tribunal de Justiça de Sergipe nos termos do
artigo 42, da Lei 9.099/95.

O provimento do presente pedido de reconsideração e um imperativo


do direito, eis que a r. decisão interlocutória, inobstante o brilhantismo e cultura de seu
prolator não fez a necessária Justiça, face a supressão da competência da Egrégia Turma
Recursal para apreciação do pedido de justiça gratuita depois da prolação da sentença. Pedido
este que pode ser formulado a qualquer tempo, inclusive na fase de execução como tem
definido o Egrégio Superior Tribunal de Justiça.

A decisão interlocutória questionada, data vênia, chega a ser


considerada incompetente pelo Egrégio Superior Tribunal de Justiça e tem sido recepcionada
pela Colenda Turma Recursal do nosso Estado.

Respeitável julgadora, se observar as razões de recurso verás que há


pedido expresso sobre o beneplácito da justiça gratuita e as razões para sua concessão.

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Caso Vossa Excelência entenda em manter a decisão interlocutória e
declarar o recurso deserto após o prazo para o recolhimento, restará ao autor interpor
Mandado de Segurança para garantir seu direito de ação.

O pedido de reconsideração vem aparado pelas razões e fundamentos


que passa a expor.
Como é cediço que nesta Justiça as decisões interlocutórias são
irrecorríveis, impõe-se ao Juízo a quo deixar para o Juízo ad quem a análise do pedido de
gratuidade judicial depois da prolação da sentença, bem como os pressupostos de
admissibilidade, quer sejam os de caráter objetivo e subjetivo, a fim de que não haja ofensa ao
direito de petição do recorrente.

Tal posicionamento inclusive é o adotado na nossa Justiça especial,


conforme estampa preleção da Excelentíssima Juíza do 8º Juizado Especial de Aracaju,
Dra. Suyene Barreto Seixas de Santana, nos autos do processo de 201245200635, senão
vejamos:

“Desde já recebo o recurso, apenas no efeito devolutivo, eis que não se vislumbra dano irreparável para a parte
Recorrente (art. 43 da Lei Especial).

Deixo, todavia, de examinar os pressupostos de admissibilidade, quer seja os de caráter objetivo, quer
subjetivo, por entender que tal exame deve ser exercitado no Juízo ad quem, a fim de que não haja ofensa ao
direito de petição da Recorrente, na hipótese de este Juízo a quo negar seguimento à irresignação, uma vez
que nesta Justiça as decisões interlocutórias são irrecorríveis. Tal posicionamento vale, inclusive, para os
pedidos de benefício da justiça gratuita.

Entendo, assim, ser o entendimento mais acertado, senão veja-se:

"O Juízo de admissibilidade será feito pelo órgão ad quem, porque não há instrumento de
impugnação para a hipótese de inadmissibilidade do recurso pelo Juízo a quo. A Participação do
Juízo a quo no procedimento recursal é excepcional, destinando-se, especificamente, à concessão
do efeito suspensivo ao recurso para evitar dano irreparável à parte"1.

Uma vez feita a explanação acima aludida, determino seja intimado o Recorrido para oferecer, querendo, suas
contra-razões, no prazo legal de 10 (dez) dias.”

No caso, cumpre informar que já houve diversos julgados do Egrégio


Superior Tribunal de Justiça anulando acórdãos e decisões interlocutórias de Primeira
instância, que impossibilitaram a apreciação do pleito de concessão da gratuidade da justiça
pelas instâncias ordinárias.

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Decidindo na mesma linha, cabe mencionar os seguintes precedentes:
REsp 95966/DF, Rel. Ministro SÁLVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA; REsp 432580/PI,
Rel. Ministro Aldir Passarinho Junior.

Excelência, cumpre salientar que a autora é funcionária pública no


presente Estado e nos termos do artigo 4º da Lei nº 1.060/50, com redação introduzida pela
Lei nº 7.510/86, não tem condições de arcar com custas e eventuais ônus processuais sem
prejuízo do sustento próprio e de sua família.

No mesmo esteio, temos que o art. 5º, LXXXIV da Carta Magna


dispõe: “o Estado prestará assistência jurídica e integral aos que comprovarem insuficiência
de recursos”, evidenciando-se assim ser necessário tão somente a afirmação de que não está
em condições de arcar com as custas do processo e honorários advocatícios, para a concessão
de tal benefício.

No mesmo sentido, válido ressaltar a leitura do citado art. 4º da Lei


1.060/1950, in verbis:
“A parte gozará dos benefícios de assistência judiciária mediante
simples afirmação, na própria petição inicial, de que não está em
condições de pagar as custas do processo e os honorários de
advogado, sem prejuízo próprio ou de sua família.”

Portanto, resta induvidoso que a simples declaração de


hipossuficiência do interessado torna-se suficiente para a concessão do benefício da
assistência judiciária gratuita, todavia, na hipótese de dúvida quanto à veracidade de sua
declaração é que poderá ser exigida a prova de sua miserabilidade jurídica.

No mesmo sentido válido ressaltar o entendimento jurisprudencial


desta Egrégia Turma Recursal, acerca do assunto:
CONSTITUCIONAL E PROCESSO CIVIL – MANDADO DE
SEGURANÇA –JUSTIÇA GRATUITA – DEFERIMENTO –
PRESUNÇÃO DA VERACIDADE DA ALEGADA NECESSIDADE
– INEXISTÊNCIA DE PROVA EM CONTRÁRIO – CONCESSÃO
DA ORDEM. (Mandado de Segurança Nº 201100800164, Turma

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Recursal Cível da Capital - VIRTUAL DESABILITADA (Ato
859/2011), Tribunal de Justiça do Estado de Sergipe, Cléa Monteiro
Alves Schlingmann, RELATOR, Julgado em 21/03/2011).

MANDADO DE SEGURANÇA. PETIÇÃO APÓCRIFA.


INOCORRÊNCIA. ASSINATURA CONSTANTE NA ÚLTIMA
FOLHA DO RECURSO E RUBRICAS EM TODAS AS FOLHAS.
AUSÊNCIA DE ASSINATURA SOMENTE NA FOLHA DE
ROSTO DO RECURSO. JUSTIÇA GRATUITA – DEFERIMENTO.
INOCORRÊNCIA DE DESERÇÃO. A GRATUIDADE
JUDICIÁRIA DEVE SER CONCEDIDA MEDIANTE A SIMPLES
AFIRMAÇÃO DE QUE NÃO PODE ARCAR COM AS CUSTAS
DO PROCESSO, CONSOANTE LEI 1.060/50.REMESSA DOS
AUTOS À TURMA JULGADORA. SEGURANÇA CONCEDIDA.
(Mandado de Segurança Nº 201000901316, Turma Recursal Criminal
da Capital e Cível e Criminal do Interior - VIRTUAL
DESABILITADA (Ato 859/2011), Tribunal de Justiça do Estado de
Sergipe, Diógenes Barreto, RELATOR, Julgado em 12/11/2010).

Tal raciocínio segue o pensar da Corte Maior do País, in verbis:


"EMENTA: CONSTITUCIONAL. ACESSO À JUSTIÇA.
ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA. Lei 1.060, de 1950. C. F., art.5º,
LXXIV. I. - A garantia do art. 5º, LXXIV -- assistência jurídica
integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos -
não revogou a de assistência judiciária gratuita da Lei 1.060, de 1950,
aos necessitados, certo que, para obtenção desta, basta a declaração,
feita pelo próprio interessado, de que a sua situação econômica não
permite vir a Juízo sem prejuízo da sua manutenção ou de sua família.
Essa norma infraconstitucional põe-se, ademais, dentro no espírito da
Constituição, que deseja que seja facilitado o acesso de todos à justiça
(C. F., art. 5º, XXXV). II. - R. E. não conhecido." (STF - RECURSO
EXTRAORDINARIO nº 205746- RS - j. 26/11/1997 -2ª Turma - Rel.
CARLOS VELLOSO v.u. - DJ 28/02/97 - p. 04080. No mesmo
sentido:RE- 205029.).

No caso sob comento, temos que a recorrente é funcionária pública,


componente de uma classe de servidor público que aufere os mais baixos salários do Estado

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de Sergipe, motivo pelo qual pleiteia o deferimento do indicado benefício, de modo que
impõe-se sua concessão.

Nesse rumo, a presunção legal iuris tantum, fulcrada da Lei de


Regência, autoriza a concessão do benefício, a título de presunção de necessidade.
Dessarte, espera-se deste Douto Juízo a reconsideração pelo
indeferimento da gratuidade de justiça depois da prolação da sentença, bem como a
decretação de deserção neste momento.

Requer ainda o recebimento do presente recurso, deixando para o


Juízo ad quem a análise do pedido de gratuidade judicial, bem como os pressupostos de
admissibilidade.

Nestes termos,

Pede e espera deferimento.

Aracaju, 25 de abril de 2013.

GESSÉ DOS SANTOS FILHO


OAB/SE Nº 5681

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