Itajaí
2006
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Itajaí
2006
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Agradecimentos
Gostaria de demonstrar toda a gratidão e todo meu AMOR por você Meu Pai, pela
pele, que me proporcionaram a ser quem eu sou, graças a você. Mesmo distante,
Beth, agradeço por ter me dado a oportunidade de realizar este trabalho, pela
compreensão e por ser mais que uma orientadora, uma amiga. ( E SOGRA!)
trabalho.
E tenho que agradecer uma pessoa em especial, o Renato, por ser meu
JUNHO DE 2006
ACADÊMICO: ANNA DÁGILA SOUZA VEIGA
ORIENTADORA: ELIZABETH NAVAS SANCHES
Diante do atual quadro do SUS surge a preocupação com a elaboração e viabilização das políticas de
Recursos Humanos, pois é necessário garantir à população ações e serviços de saúde com qualidade,
sendo ainda de suma importância qualificar os profissionais da saúde para que os mesmos saibam lidar
com a subjetividade e as totais necessidades da população. Neste sentido, está se desenvolvendo um
processo de reorganização das funções gerenciais, reguladoras e de prestação de serviços do SUS. Esta
monografia pretende analisar as propostas de construção e implementação da Gestão de Recursos
Humanos do SUS, a partir da qual possibilitará a formulação de políticas para o setor saúde; levantar e
sistematizar o que sem sido produzido e publicado sobre a Gestão de RH para o setor saúde,
estimulando a reflexão e contribuindo para uma melhor compreensão do tema. Para tanto realizou-se
uma pesquisa bibliográfica, a qual foi executada em algumas etapas: a) levantamento bibliográfico
para proporcionar maior agnação ao tema; b) identificar as fontes mais adequadas para o
desenvolvimento da pesquisa; c) leitura exploratória dos textos selecionados com o intuito de
identificar quais destes eram referentes ao tema; d) leitura analítica para ordenar e sumarizar as
informações; e) confecções de fichas de leituras que contribuíram para a redação final do trabalho. Os
dados alcançados identificaram a urgência na implantação de uma política de RH para o SUS que dê
conta de suprir os seguintes aspectos: formação para o mercado de trabalho; recrutamento e seleção;
vínculos empregatícios; salários, jornada e regime de trabalho; plano de carreira, cargos e salários.
SUMÁRIO
1 - INTRODUÇÃO ...................................................................................... 6
2 - REVISÃO DE LITERATURA ................................................................. 11
2.1 Sistema Único de Saúde – SUS ............................................. 11
2.2 As Conferências Nacionais de Saúde .................................... 16
3 - METODOLOGIA ................................................................................... 21
4 - ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .................................. 27
4.1 Formação para o Mercado de Trabalho .................................... 28
4.2 Recrutamento e Seleção ........................................................... 29
4.3 Vínculos empregatícios .............................................................. 30
4.4 Salários, Jornada e Regime de Trabalho ................................... 34
4.5 Planos de Carreira, Cargos e Salários (PCCS) .......................... 36
5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS E SUGESTÕES ......................................... 43
6 – REFERÊNCIAS ..................................................................................... 46
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1 . INTRODUÇÃO
“Por mais bem estruturado que venha a ser o Sistema Único de Saúde. Por mais
abrangente e pormenorizado que venha a ser a legislação ordenadora do SUS. Por
mais recursos financeiros e materiais de que se disponha o sistema e por mais
avançados que sejam os enunciados da política de saúde e os objetivos fixados na
lei orgânica da saúde, o SUS não funcionará a contento e os ideais nele traduzidos
estarão fadados ao fracasso, se não dispuser de RH qualificados e obviamente,
valorizados sempre” (I Encontro de RH do Setor Saúde do Rio de Janeiro, 2005).
que seja componente de uma política de saúde elaborada de acordo com as reais
necessidades da população.
internas de trabalho e etc. Em outras palavras, pode-se afirmar que a NOB forma a
coluna vertebral do SUS, pois os Recursos Humanos no sistema são a base para se
BELISARIO, 2002).
serviços do SUS.
SAÚDE, 2004).
Humanos.
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se inserir nas discussões e fazeres na área da saúde. Cabe ressaltar que esta
os objetivos do trabalho.
dos dados.
pesquisa.
achados dessa pesquisa, assim como, sugestões para a superação das dificuldades
encontradas.
11
2. REVISÃO DE LITERATURA
realizadas em visitas domiciliares e mediante ações coletivas, sem que nada seja
cobrado, tendo em vista que tais atendimentos já foram pagos, através das
• Regionalização e Hierarquização:
referência.
• Resolutividade:
de sua complexidade.
• Descentralização:
que quanto mais perto do fato a decisão for tomada, mais chance haverá
cidadãos.
federal ao municipal.
sociais de saúde.
de Saúde que tem como objetivo avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes
compreender a saúde como influenciada por vários fatores, entre eles o acesso ao
necessário a contratação de serviços privados, isto deve se dar sob três condições:
dos serviços.
complementar a rede assistencial com o setor privado não lucrativo, com os mesmos
desta forma, todo cidadão teria o direito de receber, independente da sua condição
um bem universal de todos os cidadãos que devem ter acesso aos serviços, seja
Sistema Único de Saúde. Nas conferências são abordados diversos temas que
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saúde.
com o objetivo inicial de discutir a saúde da população brasileira. Para tanto foram
discussão da saúde da população, mas seus conteúdos são utilizados para avaliar a
segue um breve histórico do que já foi discutido nas CNS, segundo Pereira (2005):
I Conferência (1941):
tuberculose);
II Conferência (1950):
Campanhas sanitárias;
Combate à malária;
IV Conferência (1967):
V Conferência (1975):
VI Conferência (1977):
SAÚDE);
saneamento e habilitação;
IX Conferência (1992):
X Conferência (1996):
XI Conferência (2000):
prevaleceu uma visão sanitarista. Entre a quarta e a sétima conferência a ênfase foi
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financiamento deste setor. Ainda, foi a partir das discussões da oitava conferência
trabalho dos profissionais que integram o setor de Saúde. Mottin (1999) afirma que a
3. METODOLOGIA
33), com o intuito de ilustrar e apresentar os avanços das discussões sobre a gestão
delineamento bibliográfico (Gil, 2002), foram executadas várias fases que estão
detalhadas abaixo.
assunto.
conteúdo dos sites por categorias e subcategorias. Sendo assim, foi realizado um
forma genérica o tema, tornando necessário afunilar para uma forma mais
específica.
realizou-se uma leitura exploratória a fim de identificar quais artigos eram referentes
seleção:
http://2002.saude.gov.br/cooperasus/cooperasus.asp . Acessado em
18/08/2005.
Após a leitura destes artigos, foram elaboradas fichas de leitura com o intuito
abordadas neste trabalho. Cabe salientar, porém, que apenas um dos materiais
solicitados foi atendido e que o mesmo possuía seu texto ilegível, sendo este:
Enquanto aguardava os artigos serem atendidos pelo COMUT foi realizada nova
busca de material, onde foram encontrados mais três artigos que contribuíram para o
encontrados e elaborar novas questões que poderão servir como base para novas
pesquisas.
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cuidados da saúde pela população. Pode-se citar como ilustração dos problemas
visão de saúde pública, não se remunera nem se estimula a formação dos mesmos
(DATASUS, 2005).
como uma forma de organizar e ordenar fatos, conceitos e opiniões de uma forma
estrutura dos itens ora refere-se aos problemas apontados na literatura, ora
Para Cherchiglia e Belisário (2002), este fato ocorre pois o campo de RH está
funcional do setor saúde, que irá exigir um pessoal mais bem qualificado.
que permeiam a formação. Contudo, tal reflexão não será discutida neste trabalho,
tendo em vista que esta temática poderá ser aprofundada em pesquisas posteriores.
de serviço à população. Deve seguir alguns critérios gerais para todo o SUS,
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funcionários sem a habilitação completa, ou seja, com teoria mas sem a prática.
seguidos);
ambulatórios;
licitação pública) e;
lucrativas etc).
esse fim, deve-se instituir pagamento integral aos servidores estaduais cedidos
aos municípios.
o SUS, que resulta também em maior gasto. Deve-se implantar Planos Nacional,
sendo a centralização dos vínculos do setor saúde no nível federal, tendo em vista
Saúde:
a uma política federal que estipula padrões a serem seguidos em todos os níveis
governo federal, não sofra interferências políticas de acordo com o ideal político de
respeitará a regionalização.
informações, garantindo, assim, que a filosofia que norteia o SUS seja respeitada
(DATASUS, 2005).
iniciais são iguais ou maiores do que os salários dos servidores que já trabalham a
deve ser tratado como fator unicamente individual, uma vez que existem
de trabalho.
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a equidade salarial por níveis de formação, com a jornada de trabalho igual para
todos, tendo uma definição de valor de referência para o piso salarial inicial, com o
condignos de forma descentralizada, mas ressalta que esse não é o único fator.
Deste modo, pode-se garantir uma inicial isonomia salarial, mas assegurar que os
as conferências de Saúde, mas até o ano de 2002 o governo federal não havia
setor.
sistema;
organizacional;
trabalho.
recursos humanos.
seguintes critérios:
• Tempo de serviço;
exercício;
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qualidade do serviço);
• Avaliação da comunidade.
pleiteado;
tais como valorização, prestígio, entre outros. Esta política deverá também ensejar
como referência só o próprio profissional. Ela passa também pela questão das
Cherchiglia e Belisário (2002) comentam que o PCCS foi discutido, não como
do SUS, baseados nos Planos de Carreira, Cargos e Salários com regras para
seleção que reflitam o perfil de instituição e da demanda a ser atendida, com provas
salários dignos e, que seja adotado o TIDE (incentivo à dedicação exclusiva) para
incentivos do PACS/PSF.
Com relação aos PCCS pode-se perceber que é o assunto mais discutido
usuária, bem como o modelo de atuação voltado à prevenção e não somente à cura.
poderá facilitar a ambientação nas mais diversas situações. Este fato também
afinal estes profissionais terão uma única forma de ingresso e, talvez de vínculo,
entender esse processo, mesmo que em construção, pois envolve saúde de toda
uma nação.
propostas de políticas de RH. Se as discussões que ocorrem nas CNS não forem
implantadas, o SUS não vai passar de um “conto de fadas”, no qual detém em seu
projeto uma linda história, mas que na realidade está longe de ocorrer.
estas:
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• Recrutamento e seleção;
• Vínculos empregatícios;
uma política de RH que propicie uma forma digna de trabalho, salário, jornada de
trabalho e etc. Nota-se que estes aspectos estão relacionados entre si, de acordo
formação estar voltada para o mercado de trabalho, pode-se inferir que o processo
de seleção deverá ocorrer num nível diferenciado entre os profissionais que tenham
funcionários terão consciência da sua função atual, bem como das suas
Ainda, vale lembrar que este assunto esta em discussão há mais de uma década
propostas, tendo em vista que ajustes serão necessários após sua implantação, pois
um projeto piloto, pois somente com a prática é que começaremos a ver a Gestão de
exemplo:
Seleção;
Treinamento e Desenvolvimento
Ergonomia;
Desenvolvimento Gerencial;
.
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6. REFERÊNCIAS
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2002.