Anda di halaman 1dari 15

A Arte de Pensar — 11.

o ano (Didáctica Editora)

Capítulo 1 — Secção 3
ARGUMENTAÇÃO E LÓGICA FORMAL
Lógica aristotélica

A lógica aristotélica só reconhece quatro formas lógicas:

1. Universais afirmativas (tipo A): Todo o A é B.


Exemplos: «Todos os homens são mortais»; «Os homens são mortais»; «O Homem é
mortal»; «Só há homens mortais».
2. Universais negativas (tipo E): Nenhum A é B.
Exemplos: «Nenhum homem é mortal»; «Não há um único homem que seja mortal».
3. Particulares afirmativas (tipo I): Algum A é B.
Exemplos: «Alguns homens são mortais»; «Há homens mortais».
4. Particulares negativas (tipo O): Algum A não é B.
Exemplos: «Alguns homens não são mortais»; «Há homens que não são mortais».

Na lógica aristotélica só pode usar-se classes que não sejam vazias.

Teoria silogística

„ O termo maior é o termo predicado da conclusão e ocorre uma única vez na primeira
premissa (premissa maior).
„ O termo menor é o termo sujeito da conclusão e ocorre uma única vez na segunda pre-
missa (premissa menor).
„ O termo médio é o termo que surge uma única vez nas duas premissas mas não na conclu-
são.

Regras para Termos


Regra 1: Um silogismo tem de ter exactamente três termos: termo maior, menor e médio.
Regra 2: O termo médio tem de estar distribuído pelo menos uma vez.
Regra 3: Se um termo ocorre distribuído na conclusão, tem de estar distribuído nas premis-
sas.
Regras para Proposições
Regra 4: Nenhuma conclusão se segue de duas premissas negativas.
Regra 5: Nenhuma conclusão se segue de duas premissas particulares.
Regra 6: Se as duas premissas forem afirmativas, a conclusão não pode ser negativa.
Regra 7: A conclusão tem de seguir a premissa mais fraca: se uma das premissas é negativa,
a conclusão tem de ser negativa; se uma das premissas é particular, a conclusão
tem de ser particular.

www.didacticaeditora.pt/arte_de_pensar
A Arte de Pensar — 11.o ano (Didáctica Editora)

Capítulo 1 — Secção 4
ARGUMENTAÇÃO E LÓGICA FORMAL
Lógica proposicional

Cinco conectivas verofuncionais

PQ P ou Q PQ PeQ P não P
VV V
VF V VV V V F
FV V VF F F V
FF F
FV F
FF F

P Q Se P, então Q P Q P se, e só se, Q


VV V VV V
VF F VF F
FV V FV F
FF V FF V

Inspectores de circunstâncias

Modus ponens Modus tollens

P Q P → Q, P B Q P Q P → Q, ¬Q B ¬P
VV V V V VV V F F
VF F V F VF F V F
FV V F V FV V F V
FF V F F FF V V V

Falácia da afirmação da consequente Falácia da negação da antecedente

P Q P → Q, Q B P P Q P → Q, ¬P B ¬Q
VV V V V VV V F F
VF F F V VF F F V
FV V V F FV V V F
FF V F F FF V V V

www.didacticaeditora.pt/arte_de_pensar
A Arte de Pensar — 11.o ano (Didáctica Editora)

Capítulo 2
ARGUMENTAÇÃO E RETÓRICA

A procura de adesão do auditório

„ Uma demonstração é um argumento dedutivo válido cujas premissas são verdades


estabelecidas e indisputáveis.
„ Uma dedução dialéctica é um argumento dedutivo válido cujas premissas são plausíveis
mas não são verdades estabelecidas e indisputáveis.

„ Um argumento bom ou forte é um argumento sólido cujas premissas são mais plausíveis
do que a sua conclusão.
„ Um argumento mau ou fraco é um argumento que não é sólido ou cujas premissas não são
mais plausíveis do que a sua conclusão.

A força de um argumento válido é exactamente igual à plausibilidade da sua premissa menos


plausível. Argumentar bem implica descobrir bons argumentos a favor de uma ideia baseados
em premissas que quem é contra essa ideia está disposto a aceitar.

„ A plausibilidade das proposições é relativa ao estado cognitivo dos auditórios.

A solidez de um argumento é independente do estado cognitivo do auditório; nem a validade


nem a verdade dependem do que as pessoas pensam.
Mas a força ou plausibilidade de um argumento é relativa aos estados cognitivos das pessoas:
depende do que as pessoas pensam que é verdade, aceitável ou plausível.

Argumentos e falácias informais

„ Num argumento dedutivo válido é impossível as suas premissas serem verdadeiras e a sua
conclusão falsa.
„ Nos argumentos não dedutivos válidos não é impossível as suas premissas serem verda-
deiras e a sua conclusão falsa; é apenas muito improvável.

„ As falácias formais são erros de raciocínio que resultam exclusivamente da forma lógica.
„ As falácias informais são erros de raciocínio que não resultam exclusivamente da forma
lógica.

Estrutura e organização do discurso argumentativo

1. Distinguir claramente premissas de conclusões.


2. Apresentar as ideias numa ordem natural.
3. Partir de premissas plausíveis.
4. Não devemos usar uma linguagem tendenciosa.

www.didacticaeditora.pt/arte_de_pensar
A Arte de Pensar — 11.o ano (Didáctica Editora)

Capítulo 3
ARGUMENTAÇÃO E FILOSOFIA

Filosofia, retórica e democracia

Há uma ligação natural entre o nascimento da filosofia e um clima social e político que favo-
recia a discussão pública de ideias. Contudo, ao longo da história, tanto a filosofia como as
ciências foram cultivadas em regimes contrários à liberdade de estudo e pensamento.

„ Os especialistas em retórica, os retóricos ou retores, eram professores que ensinavam os


jovens gregos a discursar em público: formavam oradores.

Platão e Aristóteles acusavam os retóricos, a que chamavam sofistas, de desonestidade inte-


lectual. Acusavam-nos de desprezar a razão e a ética, ensinando a manipular a opinião públi-
ca consoante fosse mais conveniente.

Persuasão e manipulação

„ Persuadir alguém é fazer essa pessoa mudar de ideias.

„ A persuasão irracional ou manipulação é um tipo de argumentação que viola a autonomia


das pessoas e procura impedi-las de pensar.
„ A persuasão racional é um tipo de argumentação que respeita a autonomia das pessoas e
se dirige à sua inteligência.

Na persuasão irracional procura-se fechar o debate; por contraste, a persuasão racional é um


convite ao debate e à reflexão. Na persuasão racional argumentamos para chegar à verdade
das coisas, independentemente de saber quem «ganha» o debate; na persuasão irracional dis-
cute-se para «ganhar» o debate, independentemente de saber de que lado está a verdade.

Argumentação, verdade e ser

„ Se o estudo for livre e as capacidades críticas das pessoas forem estimuladas e bem-
vindas, os argumentos falaciosos, por mais atraentes que sejam, acabarão por ser denun-
ciados, no processo de avaliação crítica de ideias.
„ Se o estudo for iniciático, se os estudantes e os professores forem encorajados a seguir
Gurus e Mestres, mas não a pensar por si, quaisquer ideias serão aceites como Verdades
Absolutas, dado que ninguém terá coragem de as criticar — por mais que os argumentos
que as sustentam sejam maus.

www.didacticaeditora.pt/arte_de_pensar
A Arte de Pensar — 11.o ano (Didáctica Editora)

Capítulo 4
ESTRUTURA DO ACTO DE CONHECER

Que tipos de conhecimento há?

Saber-fazer Conhecimento por contacto Saber-que


Conhecimento de Conhecimento de pessoas ou Conhecimento de
actividades. Por exemplo: locais. Por exemplo: proposições. Por exemplo:
 Saber tocar piano.  Conhecer Paris.  Saber que Paris é uma
 Saber andar de bicicleta.  Conhecer Luís Figo. cidade.
 Saber que Aristóteles foi
um filósofo.

O que é o conhecimento?

„ A crença é uma condição necessária para o conhecimento.


„ O conhecimento é factivo, ou seja, não se pode conhecer falsidades.
„ A verdade é uma condição necessária para o conhecimento

DEFINIÇÃO TRADICIONAL DE CONHECIMENTO


S sabe que P se, e só se, a. S acredita que P.
b. P é verdadeira.
c. Há uma justificação para S acreditar que P.

„ Objecções: Os contra-exemplos de Gettier. Estes mostram que podemos ter uma justifica-
ção para acreditar em algo verdadeiro sem que esse algo seja conhecimento.

Quais são as fontes do conhecimento?

„ Um sujeito sabe que P a priori se, e só se, sabe que P pelo pensamento apenas.
„ Um sujeito sabe que P a posteriori se, e só se, sabe que P através da experiência.

„ Um argumento é a priori se, e só se, todas as suas premissas são a priori.


„ Um argumento é a posteriori se, e só se, pelo menos uma das suas premissas for a poste-
riori.

„ Conhecemos algo inferencialmente quando conhecemos através de argumentos ou razões.


„ Conhecemos algo não inferencialmente quando conhecemos directamente (por exemplo,
através dos sentidos).

www.didacticaeditora.pt/arte_de_pensar
A Arte de Pensar — 11.o ano (Didáctica Editora)

Capítulo 5
ANÁLISE COMPARATIVA DE DUAS
TEORIAS EXPLICATIVAS DO CONHECIMENTO
„ Será que o conhecimento é possível? Este é um dos problemas centrais da epistemologia.

„ Os cépticos consideram que não, argumentando da seguinte maneira:

1. Se há conhecimento, as nossas crenças estão justificadas.


2. Mas as nossas crenças não estão justificadas.
3. Logo, não há conhecimento.

„ Este argumento é válido e a primeira premissa é geralmente aceite como verdadeira.


„ Se a segunda premissa for verdadeira, então a conclusão também terá de o ser. Nesse
caso, os cépticos estão certos.

„ Mas por que razão dizem os cépticos que as nossas crenças não estão justificadas?

„ Há um argumento que os cépticos apresentam precisamente para mostrar isso. É o argu-


mento da regressão infinita da justificação:

1. Toda a justificação se infere de outras crenças.


2. Se toda a justificação se infere de outras crenças, então dá-se uma regressão infinita.
3. Se há uma regressão infinita, as nossas crenças não estão justificadas.
4. Logo, as nossas crenças não estão justificadas.

„ Este argumento também é válido. Mas será sólido?

„ A primeira premissa diz que justificamos umas crenças a partir de outras crenças.
„ Mas se é assim, diz-se na segunda premissa, o processo de justificação não tem fim, recu-
ando sucessivamente de umas crenças para outras.
„ Nesse caso, as nossas justificações serão sempre insuficientes, sugere-se na terceira pre-
missa.

„ Existirá alguma falha no argumento da regressão infinita da justificação ou os cépticos têm


mesmo razão?

„ Fundacionistas e coerentistas acham que os cépticos estão errados, mas por razões opos-
tas.

www.didacticaeditora.pt/arte_de_pensar
A Arte de Pensar — 11.o ano (Didáctica Editora)

Capítulo 6
CONHECIMENTO VULGAR
E CONHECIMENTO CIENTÍFICO

NOÇÕES PRÉVIAS
„ Explanandum: Aquilo que queremos explicar. O explanandum pode consistir numa descri-
ção de um acontecimento particular (por exemplo, este pedaço de cobre dilatou) ou numa
regularidade geral (por exemplo, o cobre dilata quando é aquecido.)
„ Explanans: A informação apresentada para responder ao pedido de explicação.

O modelo nomológico-dedutivo

„ As explicações científicas de acontecimentos são argumentos dedutivamente válidos cuja


conclusão é o explanandum e cujas premissas são o explanans.

„ O explanans de uma explicação científica indica pelo menos uma regularidade ou lei da
natureza e pelo menos uma proposição que descreve condições iniciais.

Exemplo: Por que é que este pedaço de cobre dilatou?


1. Todos os pedaços de cobre que são aquecidos dilatam. 1. Lei da natureza
2. Este pedaço de cobre foi aquecido. 2. Condição inicial
3. Logo, este pedaço de cobre dilatou. 3. Explanandum

„ Explicar um acontecimento é mostrar que, em virtude de certas regularidades ou leis da


natureza, este tinha de ocorrer dada a realização de certas condições iniciais.

„ Explicar uma lei é deduzi-la de leis mais gerais.

O modelo estatístico-indutivo

„ Explicar um acontecimento é mostrar que, em virtude de certas regularidades ou leis, este


tinha uma probabilidade elevada de ocorrer dada a realização de certas condições ini-
ciais. (Pelo menos uma das regularidades ou leis tem uma carácter estatístico.)

www.didacticaeditora.pt/arte_de_pensar
A Arte de Pensar — 11.o ano (Didáctica Editora)

Capítulo 7
CIÊNCIA E CONSTRUÇÃO:
VALIDADE E VERIFICABILIDADE DAS HIPÓTESES

„ Uma teoria do método científico procura responder às seguintes questões:

1) Qual é o ponto de partida das teorias científicas?


2) Como se chega à formulação das teorias científicas?
3) O que se faz às teorias científicas depois de terem sido formuladas?

Indutivismo Falsificacionismo
1. Registo e classificação de factos empíricos 1. Formulação de um problema.
sem preconceitos teóricos. 2. Apresentação da teoria como hipótese ou
2. Obtenção da teoria por generalização conjectura.
indutiva. 3. Tentativas de refutação da teoria através de
3. Aplicação da teoria a novos dados empíricos testes empíricos.
tendo em vista a sua confirmação.

Objecções ao indutivismo

„ Não é possível registar e classificar factos empíricos sem atender a qualquer perspectiva
teórica.

„ As leis científicas que dizem respeito ao inobservável não podem resultar de simples gene-
ralizações indutivas baseadas na observação.

Objecções ao falsificacionismo

„ Muitas vezes os cientistas trabalham sobretudo com o objectivo de confirmar as teorias e


continuam a defendê-las mesmo quando as previsões empíricas delas deduzidas não ocor-
reram.

„ Não é fácil refutar conclusivamente uma teoria. Dado que as previsões empíricas são de-
duzidas de um vasto conjunto de hipóteses, se estas fracassarem podemos apenas concluir
que pelo menos uma dessas hipóteses (que pode nem pertencer à teoria) é falsa.

www.didacticaeditora.pt/arte_de_pensar
A Arte de Pensar — 11.o ano (Didáctica Editora)

Capítulo 8
A RACIONALIDADE CIENTÍFICA
E A QUESTÃO DA OBJECTIVIDADE

O modelo da evolução da ciência de Thomas Kuhn

„ No período da pré-ciência várias escolas rivais discutem incessantemente os fundamentos


da disciplina em questão.

„ Esse período termina quando uma teoria bem sucedida institui um paradigma.

Elementos Exemplos associados


de um paradigma ao paradigma newtoniano
• Leis e pressupostos teóricos fundamentais; • Lei da Gravitação Universal;
• Regras para aplicar as leis à realidade; • Regras para aplicar essa lei a pêndulos;
• Regras para usar instrumentos científicos; • Regras para usar telescópios;
• Princípios metafísicos e filosóficos; • O mundo é uma espécie de grande relógio;
• Regras metodológicas gerais. • Não avançar hipóteses infundadas.

„ Instituído um paradigma, inicia-se um período de ciência normal.


„ A ciência normal é uma actividade de resolução de enigmas, tanto teóricos como experi-
mentais, governada pelas leis, regras e princípios do paradigma.
„ Durante este período surgem anomalias. Uma anomalia é um enigma, teórico ou experi-
mental, que não encontra solução no âmbito do paradigma vigente.

„ Devido à acumulação de anomalias, irrompe uma crise: a confiança num paradigma é aba-
lada.
„ Surge assim um período de ciência extraordinária, marcado pela contestação do para-
digma e pela procura de alternativas.

„ Ocorre uma revolução científica quando o paradigma é substituído por um novo paradig-
ma, à luz do qual se retoma a actividade da ciência normal.
„ Os paradigmas são incomensuráveis. A incomensurabilidade dos paradigmas é a impossibi-
lidade de compará-los objectivamente de maneira a concluir que um é melhor do que o
outro.
„ Assim, a ciência não progride em direcção à verdade.

www.didacticaeditora.pt/arte_de_pensar
A Arte de Pensar — 11.o ano (Didáctica Editora)

Capítulo 9
ÉTICA MÉDICA: O PROBLEMA DO ABORTO

Muitos defensores da posição pró-escolha, como Michael Tooley, sustentam que o aborto é
permissível porque os fetos humanos não possuem o direito moral à vida.

Os direitos morais segundo Tooley

„ «A tem o direito moral a X» significa aproximadamente o seguinte:

Se A deseja X, então à partida os outros têm a obrigação de não realizar actos que privem A
de X.

O argumento de Tooley

1. Se um indivíduo possui o direito à vida, então deseja continuar a existir enquanto


sujeito de uma vida mental.
2. Se deseja continuar a existir enquanto sujeito de uma vida mental, então tem um
conceito de sujeito com uma vida mental e acredita que ele próprio é um sujeito
com uma vida mental.
3. Se tem esse conceito e essa crença, então tem consciência de si.
4. Logo, se um indivíduo possui o direito à vida, então tem consciência de si.
5. Mas os fetos humanos não têm consciência de si.
6. Logo, os fetos humanos não possuem o direito à vida.

O argumento qualificado

„ Para evitar resultados absurdos, é preciso qualificar a premissa 1 da seguinte maneira:

Se um indivíduo possui o direito à vida, então deseja continuar a existir enquanto sujeito de
uma vida mental ou desejaria continuar a existir caso:
a) não estivesse momentaneamente inconsciente ou
b) não estivesse psicologicamente perturbado.

Objecção ao argumento

c) continuasse a desenvolver-se até se tornar consciente de si.

„ Se acrescentarmos a qualificação c, teremos de concluir que também os fetos humanos


possuem o direito à vida.

www.didacticaeditora.pt/arte_de_pensar
A Arte de Pensar — 11.o ano (Didáctica Editora)

Capítulo 10
A INDUSTRIALIZAÇÃO E O IMPACTO AMBIENTAL

Teremos uma obrigação moral para com o meio ambiente?

Por exemplo: Será moralmente aceitável pôr termo ao desenvolvimento industrial dos
países pobres porque isso aumenta os níveis de poluição?

„ Para responder a este tipo de questões 1. Possuir a informação empírica relevan-


precisamos de respeitar os seguintes te.
requisitos: 2. Avaliar criticamente o princípio ou
princípios éticos que apoiam as nossas
conclusões.

NOÇÕES PRÉVIAS AO DEBATE


„ Valor instrumental: Algo tem valor instrumental quando não tem valor em si mesmo mas
apenas enquanto meio para atingir um outro fim; por exemplo, o dinheiro tem apenas va-
lor instrumental, pois aquilo que desejamos não é o dinheiro em si mesmo mas aquilo que
com ele podemos adquirir.
„ Valor intrínseco: Algo tem valor intrínseco quando tem valor em si mesmo, quando é de-
sejável por si mesmo; por exemplo, a nossa felicidade tem valor intrínseco, pois é algo
que desejamos em si mesma.

Três tipos de éticas ambientais

„ Numa ética antropocêntrica só os seres humanos têm valor intrínseco; isto é, só os nossos
interesses devem ser levados em consideração na deliberação de políticas ambientais.

„ Numa ética da vida senciente todos os seres sencientes possuem valor intrínseco; deve-
mos levar em consideração o bem-estar e interesses de todos os animais sencientes na de-
liberação de políticas ambientais.

„ De acordo com a ética da vida todos os seres vivos têm valor intrínseco; devemos levar em
consideração todos os seres vivos na deliberação de políticas ambientais.

www.didacticaeditora.pt/arte_de_pensar
A Arte de Pensar — 11.o ano (Didáctica Editora)

Capítulo 11
CLONAGEM HUMANA

Objecções à clonagem humana

„ A objecção da identidade: Privar as pessoas de uma identidade própria é um mal. A clo-


nagem privarias as pessoas de uma identidade própria. Logo, a clonagem é um mal.

o Uma resposta à objecção: A clonagem privaria as pessoas de uma identidade


meramente genética. Mas isso não é um mal. Se fosse um mal, a existência de
gémeos idênticos seria indesejável.

„ A objecção das relações familiares: A clonagem humana não deve ser desenvolvida por-
que dará origem a relações familiares confusas.

o Uma resposta à objecção: A clonagem produziria relações familiares diferentes


das habituais, mas isso não seria um mal. A chamada «família tradicional» não é
o único um modelo de família aceitável.

„ A objecção da instrumentalização: A clonagem humana não deve ser desenvolvida porque


aqueles que querem ser clonados tratariam os clones como simples meios para os seus
fins.

o Uma resposta à objecção: É improvável que a clonagem conduza à instrumenta-


lização dos clones .

„ A objecção da eugenia: A clonagem humana não deve ser desenvolvida porque dará ori-
gem à eugenia positiva, isto é, à selecção de indivíduos com características genéticas con-
sideradas desejáveis.

o Uma resposta à objecção: Não existe uma ligação forte entre a clonagem e a
eugenia positiva.

„ A objecção do apelo à natureza: A clonagem humana é errada porque consistiria numa


forma anti-natural de reprodução.

o Uma resposta à objecção: A fertilização in vitro também é uma forma anti-


natural de reprodução e, no entanto, é moralmente aceitável.

„ A objecção dos custos humanos: A clonagem humana não deve ser desenvolvida porque o
seu aperfeiçoamento levaria à destruição de vidas humanas e à concepção de crianças de-
ficientes.

o Uma resposta à objecção: Pode-se optar por clonar seres humanos apenas
quando, graças às experiências com animais, as técnicas de clonagem forem su-
ficientemente seguras.

www.didacticaeditora.pt/arte_de_pensar
A Arte de Pensar — 11.o ano (Didáctica Editora)

Capítulo 12
A FILOSOFIA E OS OUTROS SABERES

„ Que relação existe entre a filosofia e outros saberes ou actividades culturais, como a ci-
ência, a arte e a religião?
„ E qual o contributo de cada uma delas para a compreensão da realidade?

„ Há quem defenda que a realidade tanto pode ser encarada de uma perspectiva filosófica
como artística, científica ou religiosa e que a verdade depende da perspectiva que se tem.
„ Assim, para os filósofos a verdade seria uma coisa, para os cientistas outra diferente e o
mesmo se passaria em relação às artes e às religiões. Esta opinião é conhecida como pers-
pectivismo.

„ O argumento perspectivista é o seguinte:

1. A filosofia, a ciência, a arte e a religião, buscam de algum modo a verdade.


2. Mas as verdades da filosofia, da ciência, da arte e da religião não são as mesmas.
3. Logo, a verdade depende da perspectiva (filosófica, científica, artística ou religiosa) a partir
da qual a realidade é encarada.

„ A primeira premissa diz-nos que filosofia, ciência, arte e religião são actividades cogniti-
vas, isto é, contribuem para o nosso conhecimento da realidade. Esta premissa é plausível.

„ A segunda premissa pode ser interpretada de duas maneiras:

1. Trata-se de verdades acerca de coisas diferentes.


2. Trata-se de verdades diferentes acerca das mesmas coisas.

„ Estas duas interpretações permitem distinguir dois tipos de perspectivismo:

1. O perspectivismo fraco é a ideia de que podemos olhar para diferentes aspectos da


realidade e concluir correctamente diferentes verdades.
2. O perspectivismo forte é a ideia de que podemos olhar para os mesmos aspectos da
realidade e concluir correctamente verdades diferentes e incompatíveis.

„ Será alguma destas formas de perspectivismo plausível?

www.didacticaeditora.pt/arte_de_pensar
A Arte de Pensar — 11.o ano (Didáctica Editora)

Capítulo 13
A FILOSOFIA NA CIDADE

A cidadania

„ Ser um cidadão é ser reconhecido como um membro integral e igual da sociedade, com o
direito de participar no processo político.
„ As pessoas que são governadas por ditaduras monárquicas ou militares são súbditos e não
cidadãos.

Na discussão pública, o cidadão virtuoso não visa a manipulação, mas a persuasão racional.
Se todos os cidadãos de uma democracia visarem a manipulação, a discussão racional será
substituída pela negociação: num debate não ganham as ideias e propostas mais razoáveis,
mas as ideias e propostas de quem tem maior poder negocial.

Teorias da cidadania

1. A teoria dos direitos sociais baseia-se na ideia de que a melhor maneira de estimular os
cidadãos a participar na vida pública é dar-lhes direitos, em particular direitos sociais.

2. A teoria dos mercados defende que são os mercados, com as suas regras de funcionamen-
to, e não os direitos sociais, que estimulam a cidadania activa.

3. A teoria da sociedade civil defende que é nas organizações voluntárias da sociedade civil
(as igrejas, as famílias, as associações étnicas, os grupos ecologistas, as organizações de
caridade, etc.) que o cidadão aprende a cultivar as virtudes fundamentais sem as quais a
cidadania activa não é possível.

4. A teoria liberal das virtudes defende que a escola é o lugar próprio para cultivar as virtu-
des fundamentais da cidadania.

www.didacticaeditora.pt/arte_de_pensar
A Arte de Pensar — 11.o ano (Didáctica Editora)

Capítulo 14
A FILOSOFIA E O SENTIDO

Sentido, finalidade e valor

„ Uma actividade não tem sentido se não tiver uma finalidade.


„ A finalidade de uma actividade é a razão de ser da actividade.

„ Uma finalidade última não tem outro fim que não ela mesma.
„ Uma finalidade instrumental é algo que se faz porque se tem em vista outra coisa.

„ Uma actividade tem valor intrínseco se tem valor por si.


„ Uma actividade tem valor instrumental se tem valor em função de ser um meio para al-
cançar o que tem valor por si.

Uma dada actividade tem sentido se, e só se, 1) tiver uma finalidade e se 2) essa finalidade
tiver valor.

„ Uma actividade tem sentido subjectivo se tiver sentido para a pessoa em causa.
„ Uma actividade tem sentido objectivo se tiver sentido sub specie aeternitates.

„ Uma actividade tem valor subjectivo se tiver valor para a pessoa em causa.
„ Uma actividade tem valor objectivo se tiver valor sub specie aeternitates.

A tarefa de se ser no mundo

Uma vida com sentido é uma vida que cultiva valores objectivos, como os valores éticos, esté-
ticos ou cognitivos. Assim, uma vida humana entregue a projectos que procurem acrescentar
valor ao mundo é uma vida com sentido; uma vida exclusivamente dedicada à sua própria
satisfação é destituída de sentido.

Finitude e temporalidade

Os valores, intrínsecos ou instrumentais, perdem-se se acabarem por perecer. Poderão ter


valor subjectivo, mas objectivamente não têm qualquer valor.

www.didacticaeditora.pt/arte_de_pensar

Anda mungkin juga menyukai