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Capítulo 4 – Tratamento térmicos

e termoquímico dos aços

Professor: Silvio Eduardo Teixeira


Pinto da Silva
Prezados,

Estava contando muito em dar uma revisão no próximo sábado, porém após
conversar com Said, não será possível, pois a faculdade estará em recesso. Eu
também estou preocupado, pois é muita matéria e pouco tempo de estudo. Irei
fazer uma lista para que vocês possam estudar e se basear para prova. Também
estava um pouco transtornado naquela quarta feira (Espero, sinceramente que
não tenha afetado MUITO a qualidade da aula), pois infelizmente, fui vítima da
crise e perdi o meu emprego em macaé. Mas em contrapartida, terei mais tempo
para dedicar a vocês, casos tenham alguma dúvida na lista que irei fazer deixarei
aqui meu facebook.

Nome : Silvio Eduardo Teixeira Pinto da Silva.

Email : Silvioeduardo2@yahoo.com.br

Whatt’sapp: (22)999714939

Tratamento térmicos dos aços

Os processos de produção e conformação de peças metálicas, e materiais para


a indústria nem sempre fornecem os materiais nas condições desejadas: as tensões
que se originam nos processos de fundição, conformação mecânica (laminação,
forjamento, estampagem, extrusão, trefilação, usinagem e etc. que podem criar uma
série de problemas tais como distorções e empenamentos as estruturas resultantes,
afetando consequentemente, as propriedades mecânicas dos materiais.
Por esse motivos, há necessidade de submeter as peças metálicas, antes de
serem definitivamente colocadas em serviço, a determinados tratamentos térmicos
afim de eliminar qualquer inconvenientes.

Os “tratamentos térmicos” envolvem operações de aquecimento, tempo de


permanência a uma determinada temperatura e resfriamento subsequente, dentro de
condições controladas de temperatura e tempo e velocidade de resfriamento.

As ligas ferro-carbono, antes de serem utilizadas na forma de peças, são, na


maioria dos casos, principalmente quando aplicadas em construção mecânicas,
submetidas a tratamentos térmicos ou a tratamentos termoquímicos.

Tratamentos térmicos

O tratamento térmico busca modificar as propriedades mecânicas das ligas,


sobretudo as mecânicas, modificar a estrutura (Alterando para uma estrutura com
propriedades mecânicas diferente da original ou restabelecendo a estrutura cristalina
ao normal) do material ou aliviar as tensões.

Os objetivos dos tratamentos térmicos podem ser resumidos da seguinte maneira;


 Aumento de resistência mecânica;
 Melhora da ductilidade;
 Melhora na usinabilidade;
 Melhora da resistência ao desgaste;
 Melhora das propriedades de corte;
 Melhora da resistência à corrosão;
 Melhora da resistência ao calor;
 Modificação das propriedades elétricas e magnéticas.

É comum verificar-se que a melhora de uma ou mais propriedades mediante


um determinado tratamento térmico é conseguida com prejuízo de outras. Por
exemplo, quando se procura aumentar a resistência mecânica e a dureza dos aços,
obtém-se, simultaneamente, uma diminuição da sua ductibilidade. Assim sendo, é
necessário que o tratamento térmico seja aplicado criteriosamente, para que as
distorções verificadas sejam reduzidas ao mínimo.
Por outro lado, os tratamentos térmicos normais, correspondentes a operações
de aquecimento e resfriamento que modificam geralmente e apenas a estrutura dos
metais, sem qualquer efeito na sua composição química. Há, contudo, tratamentos
térmicos, realizados em ambientes que promovem uma modificação superficial parcial
da composição química dos metais (caso particular dos aços), assim como da
microestrutura. Esses tratamentos são chamados tratamentos “termoquímicos”.
Os tratamentos térmicos podem ser divididos em aquecimentos, tempo de
permanência e resfriamento.

Figura 1 – Principais etapas dos tratamentos térmicos.


Fatores que influenciam nos tratamentos térmicos
Como o tratamento térmico envolve um ciclo de aquecimento-resfriamento, os
fatores a considerar são os seguintes: aquecimento, tempo de permanência à esta
temperatura e taxa de resfriamento.
Aquecimento
Considerando que o objetivo fundamental do tratamento térmico é a
modificação das propriedades mecânicas do material, verifica-se que isso só é
conseguido mediante uma alteração da sua estrutura, para o que é necessário que a
liga considerada seja aquecida a uma temperatura que possibilite aquela modificação.
Essa temperatura corresponde geralmente à temperatura acima da
recristalização do material; no caso dos aços é a “temperatura crítica”. O
resfriamento subsequente completa as alterações estruturais e confere ao material as
propriedades mecânicas desejadas.
No aquecimento deve ser considerado o fator “velocidade de aquecimento”.
Esta não pode ser muito lenta, do contrário haverá crescimento de grão. Por outro
lado, materiais em elevado estado de tensões internas não podem ser aquecidos
muito rapidamente, o que poderá provocar empenamento ou mesmo aparecimento de
fissuras.
Em certos casos, portanto, de temperaturas muito elevadas é comum subdividir
o aquecimento em duas ou três etapas, para evitar tempo muito longo de
aquecimento, com excessivo crescimento de grão, ou para evitar choque térmico, na
hipótese de colocar o material diretamente da temperatura ambiente para uma
temperatura muito elevada.
O conhecimento dos diagramas de equilíbrio das ligas é um aliado fundamental
à prática do tratador térmico, para que não ocorra aquecimento insuficiente ou
excessivo.
O tempo de permanência deve ser suficiente para que as peças se aqueçam
de modo uniforme, através de toda a seção. Deve-se evitar tempo além do
estritamente necessário, pois pode haver indesejável crescimento de grão, além de
determinadas ligas, maior possibilidade de oxidação (para estes casos é necessário
controlar o ambiente do forno “atmosfera protetora”, com banhos de sal, carvão,
nitrogênio, amônia e etc).
Resfriamento
Para certas ligas, entre as quais os aços são as mais importantes do ponto de
vista de tratamento térmico, é esse o fator mais importante.
Nessas ligas, modificando-se a velocidade de resfriamento, após a
permanência adequada à temperatura, pode-se obter mudanças estruturas que
promovem o aumento da ductilidade ou elevação da dureza e da resistência
mecânica.
Portanto, a escolha das condições de resfriamento (atmosfera e taxa) é
fundamental. Peças que apresentam grandes alterações dimensionais ou com seções
transversais finas, por exemplo, necessitam de meios de resfriamento mais brandos,
diferentes dos que seriam teoricamente mais indicados. Um meio drástico de
resfriamento, como solução aquosa, pode levar ao aparecimento de elevadas tensões
internas que prejudicam a qualidade final do material, exigindo a seleção de um meio
mais brando, o qual pode, por outro lado, não representar a solução ideal, pois impede
que as modificações estruturais visada se realizem completamente.
Nessas condições, frequentemente, procura-se uma nova composição de liga
que permita o emprego de um tratamento térmico adequado. Os meios mais comuns
empregados para resfriamento são: solução aquosa (10% de NaCl), água, óleos, ar
(com ventilação forçada ou não) e vácuo.

Fases presentes no aço Carbono


As ligas ferro-carbono, antes de serem utilizadas na forma de peças, são, na
maioria dos casos, principalmente quando aplicadas em construção mecânicas,
submetidas a tratamento térmicos ou a tratamentos termoquímicos. Para que
possamos entender quais tipos de tratamentos térmicos devemos aplicar é muito
importante entender quais são as estruturas presentes nas ligas de aço para que
assim possamos utilizar o tratamento térmico adequado para atingirmos o nosso
objetivo. Para que possamos determinar quais as fases presentes no aço para uma
determinada composição e temperatura, utilizamos o diagrama ferro- Carbono.

Figura 2 – Diagrama Ferro carbono.

Os aços são ligas com até 2 % de carbono, ou seja, é o produto obtido a partir
do resfriamento da austenita. Ou seja, segundo a figura 2 acima, é o que se encontra
a esquerda da reta vermelha acima. Acredito que boa parte dos alunos já devem ter
estudado isso nas matérias anteriores, de qualquer forma irei fazer uma breve revisão
visando recordar esse conhecimento que é de suma importância para o curso (Sei
que muitos detestam essa matéria, muitos não conseguem entender, acham
chato, ou de difícil visualização, porém eu quero deixar claro que cerca de 20 %
das questões de concurso envolvem essa disciplina e vocês irão lidar com
esses nomes e situações o tempo todo).

O diagrama ferro carbono só se adequa ao resfriamento lento, onde as


condições de equilíbrio são mantidas continuamente. Ou seja, para a maioria das
aplicações o mesmo não é muito útil, pois não conseguiremos prever para uma taxa
de resfriamento mais rápido a fase presente.
Neste diagrama estão presentes as seguintes fases:

A austenita (𝛾) possui estrutura CFC e apresenta uma grande capacidade de


absorver carbono (até 2,15 %), é uma fase estável para os aços somente em altas
temperatura (formada a partir de 727 ºC). Com exceção de aços com alto teor de
níquel, o qual tende estabilizar a austenita a temperatura ambiente.

A ferrita (∝) possui estrutura CCC e apresenta pequena capacidade de absorção de


carbono. Devido a sua baixa concentração de carbono esta fase é muito macia, dúctil,
com pouca resistência. A ferrita sozinha forma o ferro comercialmente puro.

Cementita (Fe3 C) - É o carboneto de ferro. É muito frágil e dura.

O carbono é uma impureza intersticial no ferro e forma uma solução sólida com
a ferrita ∝, e também com a austenita 𝛾, a solubilidade do carbono na austenita é
cerca de 100 vezes maior do que o valor máximo para a ferrita CCC. Uma vez que as
posições intersticiais (posições dos vazios na estrutura CFC são maiores)

Todo e qualquer aço a ser aquecido e resfriado passa por um campo


determinado eutetóide (ver figura 2). Na região eutetóide (com exceção de
resfriamento ultra-rápidos “têmpera”) toda a fase austenita se transformara na fase
ferrita e cementita. Conforme podemos ver na equação abaixo. Ou na figura, onde
temos toda a austenita se transformando em ferrita e cementita.

A microestrutura para esse aço eutetóide que é lentamente resfriado através do


ponto eutetóide (aço com a composição igual a 0,77%C) consiste de camadas
alternadas ou lamelas das fases (ferrita (∝) e cementita (𝐹𝑒3 𝐶) ) que se formam
simultaneamente durante a transformação. O nome da microestrutura se chama perlita
devido a sua aparência a madrepérola (não parece nada, deve ter o mesmo gosto do
pessoal que acham a Gretchen bonita). Conforme podemos ver na figura abaixo, as
camadas mais claras e mais grossas são chamadas de ferrita enquanto a fase
cementita aparece como finas lamelas, a maioria com coloração mais escura.
Mecanicamente, a perlita apresenta propriedades intermediárias entre a ferrita macia e
dúctil e a cementita dura e frágil;
Figura 3 – (a) Formação do resfriamento lento, partindo da austenita (b) Micrográfia no
microscópio da estrutura da perlita, lamelas alternadas entre ferrita e cementita.

A figura mostra o diagrama Fe-C. Aços com teores de carbono correspondente ao


eutetóide, ou seja, 0,77%

Os aços podem ser classificados segundo a sua composição ou sua posição


do diagrama de fases (a esquerda ou a direita) e relação ao ponto eutetóide :
-Aço hipoeutetóide - com teor de carbono entre 0,022 e 0,76%. Essa liga é
denominada hipoeutetoide (menos que o eutetóide). A formação do aço hipoeutetóide
é visualizada na figura 4. O resfriamento de uma liga com a composição pode ser
representada pelo movimento vertical, para baixo ao longo da linha y’ (com
resfriamento lento). A aproximadamente 875ºC, ponto c, a microestrutura irá consistir
inteiramente de grãos da fase 𝛾 (Austenita). Ao se resfriar até o ponto d,
aproximadamente 775ºC e que se encontra dentro da região das fases ∝ +𝛾 , essa
duas fases irão coexistir como mostrado na microestrutura esquemática. A maioria das
pequenas partículas ∝ irão se formar ao longo dos contornos de grãos da fase 𝛾.

Enquanto a liga se resfria a fase ∝ vai crescendo cada vez mais nos contornos
da austenita. Ao passarmos pelo patamar eutetóide (linha eutetóide) toda a austenita
irá se transformar em ferrita e cementita. Como podemos perceber a fase ferrita estará
presente tanto na fase perlitica quanto na fase ferrita que já existia anteriormente,
chamada ferrita proeutetoide. Assim temos na estrutura do aço hipoeutetóide, grãos
ferríticos que já existiam antes de passarmos pela linha eutetoide e grãos perlíticos
que se formaram dos grãos austeníticos que já existiam antes.
Figura 4 – (a) formação da estrutura do aço hipoeutetóide partindo do resfriamento
lento da austenita. (b) Estrutura do aço hipoeutetóide.
Aço hipereutetóide - Aço com teor de carbono entre 0,77% e 2,11%. Transformações
e microestruturas análogas (ver figura 5) resultam para as ligas hipereutetóides,
aquelas que contêm entre 0,76 e 2,14% C, quando estas são resfriadas da
temperaturas no campo da fase 𝛾 (Austenita). Vamos considerar uma liga com
composição C que que se move verticalmente para baixo ao longo da linha (com
resfriamento lento). A microestrutura irá aparecer conforme mostrado na figura, no
ponto g apenas a fase austenítica estará presente, com o resfriamento atingimos o
campo 𝐹𝑒3 𝐶 + 𝛾, a fase cementita irá se formar a partir dos contornos de grãos da 𝛾.
Na medida que a temperatura é reduzida atingindo o ponto eutetóide Toda a austenita
se transforma em ferrita e cementita, novamente, segundo a reação abaixo.

Ou seja, novamente, temos uma cementita anterior (cementita proeutetoide) ao ponto


eutetoide, e perlita formada a partir da austenita ao atingirmos o patamar eutetoide.
Figura 5 – (a) formação da estrutura do aço hipoeutetóide partindo do resfriamento
lento da austenita. (b) Estrutura do aço hipoeutetóide.

Diagrama TTT

Na discussão anterior sobre o desenvolvimento microestrutural das ligas Ferro-


carbono foi assumido que durante o resfrianto foi realizado de forma lenta, dando
tempo suficiente em cada nova temperatura para que ocorresse qualquer ajuste
necessário nas composições e nas quantidades relativas das fases, conforme visto
nos diagramas de fases. Para a maioria das situações, essas taxas de resfriamento
são impraticavelmente Lentas e, de fato, desnecessárias, em muitas ocasiões,
inclusive, são desejadas condições fora de equilíbrio. Assim, teremos diferentes
transformações de fase diferentes daquelas previstas pelo diagrama de fases.

Então, varias restrições são impostas ao emprego de diagramas Ferro carbono,


conforme mencionado antes, esse diagrama apenas prevê as fases quando resfriado
de forma lenta e gradual.

O diagrama TTT (temperatura, tempo e transformação), prevê qual a fase


iremos obter ao resfriarmos um aço a uma determinada velocidade partindo da
austenita.

A Austenita é a fase inicial durante o tratamento térmico. A partir da taxa de


resfriamento poderemos obter 3 fases. Perlita, bainita e martensita. Lembrando
que estas fases são concorrentes e uma vez formada uma destas fases,
nenhuma das outras fases poderão ser formadas, a não ser que reaquecidas até
a fase austenítica novamente.

Perlita: Partindo da Austenita, se resfriarmos lentamente, teremos a perlita.

Bainita: Se resfriarmos moderadamente a partir da Austenita teremos bainita.


Temperatura entre 215 e 540ºC.

Martensita: Se resfriarmos rapidamente a partir da Austenita, teremos a Martensita.

Figura 6 – Transformações possíveis envolvendo a decomposição da austenita.

A perlita conforme estudamos antes é uma fase com lamelas alternadas entre ferrita e
cementita. E com propriedades mecânicas intermediárias as estas duas fases.
A depender do tipo de resfriamento, poderemos obter dois tipos de perlita. Perlita
grossa e perlita fina.
Figura 7 – Transformações possíveis envolvendo a decomposição da austenita.

Perlita Grosseira x Perlita fina.


Perlita grosseira: Caso o resfriamento seja lento, a temperaturas imediatamente
abaixo do eutetóide. São produzidas camadas relativamente grossas de ferrita e
cementita.
Essa microestrutura é chamada de perlita grosseira. Nessas temperaturas a
difusão é relativamente alta, os átomos de carbono podem se difundir a distâncias
relativamente grandes, o que resulta na formação de lamelas grossas. Para
temperaturas mais baixas essas camadas se tornam cada vez mais finas, e a
distâncias entre as camadas de ferrita e cementita se tornam menores, essa estrutura
é conhecida como perlita fina.
Figura 8 - Representação esquemática da formação da perlita a partir da austenita. A
difusão do carbono está indicada pelas setas.

Bainita
A bainita é uma estrutura intermediária entre perlita e martensita, apresentando
características entre as duas. Sua semelhança com a perlita é que sua microestrutura
consiste nas fases ferrita e cementita, e portanto processos de difusão estão
envolvidos na sua transformação. E sua semelhança com a martensíta é que a
estrutura se apresenta na forma de agulhas ou como placas (dependendo da
temperatura da transformação, muito finais e de tamanhos nanometricos); os detalhes
microestruturais da bainita são tão finos que sua resolução é possível como auxílio de
um microscópio eletrônico. A micrografia mostra um grão de bainita; ele é composto
por uma matriz de ferrita e por partículas alongadas de Fe3C; as diferentes fase foram
identificadas na micrografia. E envolvida pela fase martensitica.
Bainita Superior : Para temperaturas entre aproximadamente 300 e 540°C, a bainita
se forma como uma série de ripas paralelas (isto é tiras finas e estreitas) ou agulhas
de ferrita que se encontram separadas por partículas alongadas de cementita.
Bainita inferior : Entre 200 e 300°C, a bainita inferior é o produto da transformação.
Para bainita inferior, a fase ferrita existe na forma de placas finas (em vez de ripas,
como ocorre para bainita superior),e partículas estreitas de cementita (na forma de
bastões ou lâminas muito finas) se formam no interior dessa placa de ferrita.
Figura 9 – Micrografia da Bainita superior (a) e inferior (b) (Estrutura de agulhas).

Martensíta
A ferrita tem capacidade muito pequena de dissolver carbono no reticulado. Já
a austenita pode dissolver, em alta temperatura, até 100 vezes a quantidade de
carbono contido no aço. Durante um resfriamento muito rápido (não difusional), não
há tempo suficiente para a austenita se transformar novamente em ferrita ou cementita
e o carbono em excesso fica retido na estrutura martensítica promovendo forte
distorção e introduzindo tensões elevadas no reticulado. As tensões internas são tanto
maiores quanto maior o teor de carbono em excesso, sendo responsáveis pelo
aumento de dureza no aço. O reticulado TCC da martensíta é um reticulado CCC (da
ferrita) distorcido devido ao excesso de carbono contido.
Os grãos de martensíta assumem a aparência de agulhas.

Figura 10 – Estrutura martenstítica.


Martensíta revenida
A martensíta em sí não apresenta nenhuma aplicação prática. O estado de
altas tensões, a distorção do reticulado e a dureza extremamente elevada da
martensita constituem inconvenientes que devem ser atenuados ou corrigidos. Para
isso submete-se o aço temperado à operação de revenido.
O revenido visa, portanto, corrigir os excessos da têmpera ou, em particular,
aliviar senão eliminar totalmente as tensões e corrigir a excessiva dureza e
consequentemente fragilidade do material, melhorando sua ductilidade e resistência
ao choque.
A temperatura de revenido será escolhida de acordo com os resultados
pretendidos.
Onde a martensita TCC monofásica, que está supersaturada em carbono se
transforma em martensita revenida, composta por ferrita e cementita.
A microestrutura da martensita revenida consiste em partículas de cementita
extremamente pequenas e uniformemente distribuídas. A martensita revenida pode
ser quase tão dura e resistente quanto a martensita, porém com ductilidade e
tenacidade aprimoradas.
A dureza e resistência são explicadas pelo grande número de contornos entre
as fases ferrita e cementita devido às numerosas e finas partículas de cementita
Figura 11 – Estrutura da Martensita revenida

Operações dos tratamentos térmicos


Os tratamentos térmicos comuns das ligas metálicas são os seguintes:
recozimento, normalização, têmpera, revenido, tratamentos isotérmicos (nos aços),
endurecimento por precipitação e tratamentos termoquímicos.
A execução desses tratamentos requer o conhecimento dos diagramas de
equilíbrio das ligas metálicas, e no caso particular dos aços, o estado e o efeito de
velocidade de resfriamento sobre as transformações estruturais.

Recozimento
Seus objetivos principais são os seguintes remover tensões devidas aos
processos de fundição e conformação mecânicas a quente ou a frio, diminuir a dureza,
melhorar a ductilidade, ajustar o tamanhos dos grãos, diminuir a dureza, melhorar a
ductilbilidade, ajustar o tamanhos dos grãos, regularizar a textura bruta de fusão,
produzir uma estrutura definidas, eliminar, enfim, os efeitos de quaisquer tratamentos
mecânicos e térmicos a que o material tenha sido anteriormente submetido.
Figura 12 – Diagrama do tratamento térmico de recozimento pleno.

Recozimento total ou pleno, em que o material é geralmente aquecido a uma


temperatura acima da recristalização (zona crítica nos aços) seguido de resfriamento
lento. O tratamento aplica-se a todas as ligas Fe-C e a um grande número de ligas não
ferrosas, tais como cobre e suas ligas, ligas de alumínio, ligas de magnésio, de níquel,
titânio e certas ligas e etc.

Figura 13 – Regularização da estrutura irregular deformada pela laminação após o


processo de recozimento.

Recozimento para alívios de tensões, em que não é necessário atingir-se a faixa de


temperaturas correspondente à recristalização. O objetivo é aliviar as tensões
originadas durante a solidificações de peças fundidas ou produzidas em operações de
conformação mecânica, corte, soldagem ou usinagem. Para esse tipo de tratamento
térmico não há alteração na estrutura do material.
Figura 14 – Tratamento de alivio de tensões.

Normalização - É um tratamento muito semelhante ao recozimento, pelo menos


quanto aos seus objetivos. A diferença consiste no fato de que o resfriamento posterior
é menos lento ao ar, por isso, temos uma estrutura mais fina do que a produzida no
recozimento, e consequentemente propriedades mecânicas ligeiramente superiores.

Têmpera, É este o tratamento térmico mais importante dos aços, principalmente os


que são utilizados em construção mecânica. As condições de aquecimento são muito
idênticas às que ocorrem no recozimento ou normalização. O resfriamento, entretanto,
é muito rápido, geralmente sendo empregados meios líquidos (água ou óleo), onde as
peças são mergulhadas e depois aquecidas convenientemente (A estrutura da
Martensíta revenida que estudamos anteriormente). Resultam nos aços temperados,
modificações estruturais muito intensas que levam a um grande aumento da dureza,
da resistência ao desgaste, da resistência à tração, ao mesmo tempo em que as
propriedades relacionadas com a ductilidade sofrem uma apreciável diminuição e
tensões internas são originadas em grande intensidade.
Essas tensões internas são de duas naturezas: tensões estruturais e tensões
térmicas, estas últimas devidas ao fato de as diferentes seções das peças se
resfriarem com velocidades diferentes.
Os inconvenientes causados por essas tensões internas, associados à
excessiva dureza e quase total ausência de ductilidade do aço temperado, exigem um
tratamento térmico corretivo conhecido como revenido.
Figura 15 – Tratamento Térmico de Têmpera.

Revenido: Aplicado nos aços temperados imediatamente após a têmpera, resultando


em modificação da estrutura obtida na têmpera. A alteração estrutural que se verifica
no aço temperado em consequência do revenido é a melhora da ductilidade, reduzindo
os valores de dureza e resistência a tração, ao mesmo tempo em que as tensões
internas são aliviadas ou eliminadas.
Os tratamentos de têmpera e revenido são sempre associados.

Figura 16 – Tratamento térmico de revenimento.


Tratamentos isotérmicos

O nome Isoterma significa (mesma temperatura) os processos mais conhecidos


são a austêmpera e a martempera, os dois são baseadas nos conhecimentos das
chamadas curvas em C (também chamado de joelho, onde se inicia a transformação
de fase) nos diagramas TTT.
Entre as principais vantagens dos dois tratamentos, deve-se mencionar o fato
de que as tensões internas resultantes nos processos são muito menores, não
ocorrendo praticamente qualquer empenamento das peças tratadas
A austêmpera tem por objetivo produzir a estrutura bainitica uma estrutura que
alia uma boa dureza e uma excelente tenacidade. Em certas aplicações, esse
tratamento é considerado superior ao tratamento conjunto têmpera e revenido.
O processo de Austempera Consiste no aquecimento do aço até a temperatura
de formação da austenita, seguido de esfriamento rápido, até o nível de temperaturas
correspondentes a formação de bainita. O aço é mantido a essa temperatura dando
tempo necessário para que a transformação da austenita em bainita se complete
(isoterma – mesma temperatura).

Figura 17 –Tratamento térmico de Austempera. Resfria-se rapidamente antes de


atingir o joelho da curva TTT e ao chegar na temperatura de inicio de formação da
bainita espera-se um tempo até o inicio da formação da bainita.
A martêmpera tem por objetivo obter martensita, como na têmpera. Entretanto,
o tratamento difere da têmpera comum, pois quando estiver próximo de atingir o
patamar de formação da martensita, na linha Mi de inicio de formação da martensita, o
resfriamento é retardado, de modo a que esta se forme mais lentamente. Após a
formação da martensíta procede-se de modo normal ao tratamento de revenimento,
visto anteriormente.
A formação da martensita se dá de modo uniforme através de toda a seção da
peça e evita-se o aparecimento de quantidade excessiva de tensões internas.

Figura 18 –Tratamento térmico de Martempera. Resfria-se rapidamente antes de


atingir o patamar de inicio da formação da martensita e após a temperatura se
uniformizar por toda a peça. Resfria-se rapidamente dando inicio a formação da
Martensita. Após a formação do processo de tempera, aquecesse a peça dando inicio
a formação da Martensita revenida.

Tratamentos termoquímicos
São assim chamados, porque são realizados em condições que promovem
uma modificação parcial da composição química do material. Essa modificação é
superficial e o tratamento é aplicado nos aços, tendo como objetivo fundamental
aumentar a dureza e a resistência ao desgaste da superfície, até uma certa
profundidade, ao mesmo tempo que o núcleo das peças, cuja composição química
não é afetada, se mantém tenaz. Esses tratamentos são ideias para peças que serão
submetidos a um alto desgaste na superfície (ou seja, deve manter sua forma
inalterada), porém precisa de uma certa ductilidade para que o material não quebre.
Exemplo: Ferramentas de corte.

Os tratamentos termoquímicos mais importantes são:


Cementação, que consiste no enriquecimento superficial de carbono de peças de aço
de baixo carbono. A temperatura de aquecimento é superior à temperatura crítica e as
peças devem ser envolvidas por um meio carbono tanto que pode ser sólido (carvão),
gasoso (atmosferas ricas em CO) ou líquido (banho de sal à base de cianetos). A peça
cementada deve ser posteriormente temperada;

Figura 19 – Peça cementada com a adição de carvão na superfície do material.

Figura 20 – Ilustrção de uma peça cementada (uma camada com alto teor de carbono
e uma material mais dúctil e seu interior).( Duro por fora e macio por dentro).

- Nitretação, Nesse processo, o endurecimento superficial é obtido pela ação do


nitrogênio, quando o aço é aquecido numa determinada temperatura, sob a ação de
um ambiente nitrogenoso. O processo de nitretação clássico, a faixa de temperatura é
mais baixa que na cementação, situando-se entre 500 e 560ºC.

Os átomos de nitrogênio penetram na estrutura do ferro que está aquecido (o


aquecimento promove um afastamento das moléculas, favorecendo a penetração dos
átomos de nitrogênio na estrutura do aço), e consequentemente ao se difundir entre
os átomos de Fe, promovem uma distorção na rede e promovendo um aumento da
resistência mecânica.

Figura 21 – Peça recebendo o processo de nitretação.

Figura 22 – Nitrogênio ao se difundir entre os atómos de Fe, promovem uma distorção


na rede e promovendo um aumento da resistência mecânica.

Cianetação, endurecimento superficial que consiste na introdução simultânea na


superfície do aço de carbono e de nitrogênio. Levada a efeitos em banhos de sal, a
temperaturas acima da zona crítica e exigindo têmpera posterior.
Da série, curiosidades que ninguém lê: Quem não quiser
ler não precisa, é apenas uma
curiosidade, não cai na prova,
Foi o assunto da minha monografia na faculdade !!!

O efeito de memória de forma (A Liga que


toma viagra).

Músculos eletrônicos (O Efeito de memória de Forma)

Se consultarmos qualquer projetista de robôs ou automatismos que devam


realizar movimentos, a solução natural abordada para a efetivação desses
movimentos está no uso de motores. No entanto, já existe um equivalente para os
"músculos" que podem ser usados em robôs para efetivação de movimentos. A SMA
ou Shape Memory Alloy ou Liga Com Memória de Forma é a grande saída para tirar
os motores dos robôs e automatismos e levá-los a um princípio de funcionamento
muito mais próximo dos organismos vivos. As aplicações para as SMA são fantásticas.

No passado caso precisássemos movimentar o braço de um robô ou ainda um


automatismo, a solução mais simples é o uso de um motor acoplado a uma rosca
"sem fim" conforme mostra a figura 23.
Figura 23 – Um sistema de movimentação do braço de um robô

Esse simples dispositivo é capaz de imitar um músculo, sendo capaz de


movimentar para frente e para trás um braço, mas com algumas limitações, como o
ruído do motor, a necessidade de lubrificação, a velocidade limitada de acionamento e
resposta são alguns dos problemas que devem ser considerados.

Ora, se a idéia é imitar a ação de um músculo, por que não partir para algo que tenha
o mesmo princípio de funcionamento?

Um músculo nada mais é do que uma massa de células que mudam de forma
com a ação dos impulsos elétricos enviados pelas células nervosas, conforme mostra
a figura 24.

Figura 24 – As células do tecido muscular se contraem com os impulsos nervoso.

Sem a ação dos pulsos de comando dos neurônios, as células em forma de


fuso do tecido muscular se mantém descontraídas e, portanto temos o maior
comprimento do conjunto: o músculo está descontraído.

Com a aplicação de pulsos elétricos pela célula nervosa, as células musculares se


contraem, mudando de forma e fazendo com que o músculo possa fazer um esforço
físico, conforme mostra a figura 25.
Figura 25 – Operação do músculo vivo.

Seria possível obter algum tipo de material que tivesse o mesmo


comportamento: um material que mude de forma com a ação de uma corrente elétrica
ou de pulsos elétricos?

Um material desse tipo poderia ser usado como um músculo "eletrônico" num
robô ou num mecanismo com uma simplicidade muito maior do que a exigida por um
motor, conforme mostra a figura 26.

Figura 26 – Músculo sintético controlado por sinais elétricos.

Se os leitores pensam que este material ainda está por ser descoberta estão
enganados. Este material já existe e robôs com "músculos eletrônicos" não só já estão
em funcionamento como até podem ser construídos pelo próprio leitor.

SMA (Ligas com efeito de memória de forma)

Shape Memory Alloys ou Ligas Com Memória de Forma é o nome dado para
os fantásticos materiais que podem ser usados como "músculos" em diversos tipos de
equipamentos, acionados diretamente por correntes elétricas.

Basicamente, as SMAs consistem em Ligas ou Misturas de determinados


metais que têm a interessante propriedade de mudar de forma com a passagem de
uma corrente e capaz de exercer um esforço mecânico considerável para o
acionamento dos mais diversos dispositivos.

Se fabricadas na forma de fios, estes fios podem ser usados como verdadeiras
"fibras musculares" e combinados de modo a fazer acionamentos de dispositivos de
diversas maneiras.

Figura 27 – Um braço mecânico com SMA (efeito de memória de forma)

O que é a SMA:

Quando aquecemos um material ele se dilata pelo calor. O que ocorre neste
caso é um fenômeno de aumento e diminuição das dimensões de um material
denominado dilatação térmica.

No entanto, existem certas ligas (misturas de metais) que manifestam uma


propriedade diferente denominada "memória de forma".

Estas ligas possuem uma estrutura cristalina bem definida que muda em uma
determinada temperatura de transição com facilidade.

Quando estas ligas estão próximas da temperatura de transição, elas podem


ser facilmente deformadas, ou seja, se tornam "moles". No entanto, quando elas são
aquecidas, até o ponto de transição, a sua estrutura cristalina "lembra-se" da forma
original e se contrai até ela. Em resumo: Você pode deformar o material que ao
aquecer o mesmo, ele irá retornar instantaneamente a forma normal. A Figura 28
mostra o efeito de memória de forma de um fio que ao ser deformado e após o
aquecimento retorna a forma original.
Figura 28 – Representação da liga de efeito de memória de forma.

Em outras palavras, um fio fabricado com uma liga deste tipo é flexível o
bastante para ser esticado com facilidade na temperatura ambiente. Quando
passamos uma corrente elétrica por este fio e ele se aquece até a temperatura de
transição ocorre uma contração até o tamanho original que permite a realização de
esforço mecânico (o fio tentará restabelecer seu formato normal que é o distendido,
podendo ser utilizado como atuador).

Para uma liga típica SMA a contração neste processo pode chegar a 8% do
comprimento total, o que é o bastante para se obter um bom acionamento.

As ligas mais comuns possuem uma temperatura de transição suficientemente


baixa para permitir aplicações práticas simples. Temperaturas em torno de 70 graus
são comuns.

Evidentemente, um fio feito com esta liga pode ser fundir com uma corrente
excessiva, o que exige que os circuitos de acionamento sejam precisos.

Bibliografia: Microestruturas dos aços e tratamentos térmicos, 1971, Seu madruga,


Professor Girafales e et al.

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