Raewyn Connell
1) Definição teoria: Teoria é o trabalho feito pelo centro.
a) São formas de trabalho intelectual:
i) Processo mais amplo no qual o conhecimento é produzido e circulado.
2) Divisão social do Trabalho – esta é uma dimensão política:
a) O mundo colonizado e a periferia global: local onde se coletam os dados e depois
se aplica já organizados;
b) Metrópole: local onde se organiza os dados, onde se organizam:
i) Metodologia;
ii) Formação conceitual;
iii) Processamento de dados;
iv) Debates intelectuais.
3) Uma divisão imperial do trabalho estrutura o processo social que fundamenta os
textos que usualmente nomeamos como “teoria”.
a) Direção do trabalho intelectual é dado pelas instituições do norte global.
4) Por que citamos Habernas, Giddens, Elias, etc? Esses autores sabem mas que a gente
sobre os nossos países?
a) Ocorre que suas ideias se tornaram paradigmas mais importantes nas instituições
de conhecimento no Norte. E nossas instituições são organizadas para receber
ordens das instituições do Norte.
5) Se a teoria é feita pelo Norte é impossível ter uma revolução.
a) Mudança só pode ocorrer se esse processo for (re)locado.
2) Maior parte da teoria social que temos hoje não leva em consideração esse encontro
colonial.
3) Para escrever teoria social a partir do encontro colonial é um trabalho árduo e requer
que se observe seus componentes:
a) A escala da violencia que durou 450 anos de supressão dos espanhóis no Caribe,
as duas "Guerras Mundiais" empalideceu diante dessa, já que a violencia colonial
foi marcante na formação das socoedades colonizadas como estão hoje.
4) A estrutura colonial não termina com a descolonização formal, assim, uma ciência
social global deve se preocupar com o encontro colonial após a independência
política;
5) A estrutura das colônias após a independência é: uma pequena parcela da população
como classe dominante dependente do mercado internacional. Relegação da língua e
costumes locais nas áreas habitadas pelos pobres com baixa escolaridade.
6) Não quero dizer que o pensamento do Sul é totalmente distinto do pensamento do
Norte, embora, ocorra sob condições diferentes e suas consequências tem um centro
de gravidade diferente.
REFAZENDO O PROCESSO:
1) A orientação dos intelectuais do sul para a metrópole global é chamada de
“extroversão” ou “dependência intelectual”.
2) Como as condições de trabalho influenciam a produção acadêmica:
a) Formas de financiamento: Na África do Sul, por exemplo, a pesquisa é
financiada por ONGs de desenvolvimento que administram ajuda externa.
Ademais, financiam pesquisas curtas, isto é, não se financiará pesquisas que saiam
da agenda do Norte, quiçá, pesquisas duradouras.
i) Solução: Firmar parcerias com pesquisadores: SUL-SUL.
ii) Obstáculos: 1- concentração no Ocidente das principais ferramentas culturai;
2- A fuga de cérebros.
3) Spivak lançou “pode o subalterno falar” – a questão é “ pode o Norte escutar?”
a) Não se subestima a capacidade do Norte em se transformar e nem se nega a
diversidade cultural nessas universidades e a existência de profissionais
comprometidos com a justiça social.
b) O outro lado da fuga de cérebros é que existem intelectuais do Sul produzindo
conteúdo alternativo no Norte.