ROLLIEN, Tarlen
Pós-Graduanda em Gestão de Projetos – Escola de Negócios
Faculdade de Administração e Ciências Contábeis da Universidade Federal de Juiz de Fora
tarlenrollien@gmail.com
ABSTRACT
Strategic operation management and management process consist in stages which involve
tacit and explicit knowledge. Guided by an epistemological approach to knowledge
management, this article aims to research the practice of four ways of knowledge conversion
in a multinational transport company with functional structure and background process. To
that end, a exploratory and descriptive research was made, including participant observation,
documentary research and in-depth interview. The result proves the organizational structure
reality and evidences the existance of the four modes of knowledge conversion in a weak and
undervaluated manner.
RESUMO
2 REFERENCIAL TEÓRICO
1
HAHN, K. Strategy management: tasks and challenges in the 1990’s. London: Long Range Planning, 1991.
Antigamente as empresas operavam em um ambiente estável, menos flexível e mais
seguro, porém, esse ambiente passou por uma série de mudanças forçando as organizações a
se adaptarem às constantes mutações. Para (PAIM, et al. 2009), o desempenho das
organizações modernas estabelece premissas relacionadas ao processo de globalização das
economias, ao acirramento da competitividade e a uma crescente necessidade de capacidade
adaptativa nas organizações. É nesse contexto que o autor propõe a gestão por processos
como forma de dar resposta à necessidade de se adaptar ao ambiente externo e interno das
organizações.
Assim sendo, para qualquer produto ou serviço existe um processo associado a um
conjunto de atividades estruturadas sequencialmente que produzem um resultado de valor
para o consumidor. A gestão por processos é, portanto, capaz de planejar, organizar e controlar
os processos. Para Harmon2 (2001, apud PAIM, 2009, p.112), gestão de processos é centrada
em melhorar, redesenhar e automatizar processos, seguindo uma lógica de promover
mudanças no negócio.
Conforme Error: Reference source not found2, existem quatro modos de conversão do
conhecimento. A socialização é a conversão de conhecimento tácito para conhecimento tácito
e a passagem para aquisição é a experiência compartilhada através do contato entre
fornecedor, cliente e profissionais de uma organização onde a empatia desenvolve importante
papel nesse processo. Já a externalização, é a transformação do conhecimento tácito para
explícito através da articulação para que outros possam compartilhar esse conhecimento
através de conceitos, metáforas, hipóteses e modelos.
Assim, é desencadeado pelo “diálogo ou reflexão coletiva” nos quais o uso da
metáfora apropriada ou da analogia ajuda os membros da equipe articularem o conhecimento
tácito oculto que, de outra forma, é difícil de comunicar. Por esse motivo a externalização é
considerada a chave para a criação do conhecimento.
Por outro lado, a troca de conhecimentos através de documentos, reuniões, conversas
telefônicas ou rede de comunicação computadorizada entre indivíduos conceitua outro modo
de conversão do conhecimento chamada combinação, onde o conhecimento explícito é
processado a fim de se formar um conjunto mais complexo e sistêmico do conhecimento
explícito. Por fim, a internalização, que está intimamente ligada ao “aprender fazendo” e
significa a transformação de conhecimento explícito para conhecimento tácito quando as
experiências através da socialização, externalização e combinação são internalizadas nas
bases de conhecimento tácito do indivíduo, na forma de modelos mentais compartilhados ou
know-how técnico. Para que o conhecimento explícito seja tácito, ele precisa ser verbalizado e
documentado, pois, através da facilidade que os manuais ou documentos proporcionam, os
indivíduos internalizam o que vivenciaram tendendo somente a enriquecer e transferir para
outros indivíduos.
A interação entre conhecimento tácito e explícito a partir dos modos de conversão é
considerado por Nonaka e Takeuchi (2008) como “espiral do conhecimento”. A espiral do
conhecimento é impulsionada pela intenção organizacional, que é definida como a aspiração
da organização às suas metas. Dessa forma, papel da organização é promover o contexto
apropriado para facilitar as atividades de grupo, assim como a criação e o acúmulo de
conhecimento em nível individual.
3 METODOLOGIA
A pesquisa teórico-empírica feita neste trabalho pode ser conceituada como um estudo
de caso exploratório e descritivo. Para Yin (2001, p.27) “O estudo de caso é a estratégia
escolhida ao se examinarem acontecimentos contemporâneos, mas quando não se podem
manipular comportamentos relevantes”. De acordo com o autor, a focalização quando em
contexto da vida real, faz com que questionamentos do tipo “como” e “por que” seja
referência para abordar estudos de caso.
4 ESTUDO DE CASO
Conforme dito na seção anterior, a empresa na qual foi objeto de estudo de caso, trata-
se de uma multinacional em serviços de transportes. Partindo de indícios levantados segundo
pesquisa documental e observação participante é possível discernir que a referida organização
estabelece estratégias e metas operacionais a partir de análises de custos, traça tarefas e planos
de ação para atingir objetivo de mercado, que na maioria das vezes é imposto pela matriz da
organização, planeja e acompanha processos para melhor fluir as atividades cotidianas do
segmento de transportes. Na visão de Slack et.al. (2009) e Clemente et.al (2008), a estratégia
é o padrão geral de decisões e ações que posicionam a organização em seu ambiente e
determina condições para sua sobrevivência e alcance de objetivos.
Além disso, a organização possui atualmente uma estrutura funcional por processos
em segundo plano. A necessidade de gerenciamento por processos é de conhecimento da
organização, porém é tratada em segundo plano e a reduzida flexibilidade por causa da
estrutura funcional impede a orientação total por processos fazendo com que a filial não
acompanhe as constantes mudanças do mercado externo. Essa realidade da organização é
contrária ao apontamento de Harmon (2001, apud PAIM, 2009) onde afirma que a gestão de
processos é centrada em melhorar, redesenhar e automatizar processos, seguindo uma lógica
de promover mudanças no negócio.
Assim sendo, buscou-se no âmbito da pesquisa qualitativa a análise do conteúdo das
entrevistas em profundidade, na qual foi possível avaliar, no contexto epistemológico, as
percepções sobre processos estratégicos a partir da existência, ou não, do espiral do
conhecimento aplicado ao setor operacional da empresa em questão. Conforme Nonaka e
Takeuchi (2008), a espiral do conhecimento é impulsionada pela intenção organizacional, que
é definida como a aspiração da organização às suas metas e por sua vez está dividida em
quatro modos de conversão que são: socialização, externalização, combinação e
internalização.
4.1 DE TÁCITO PARA TÁCITO
“Eu sei que tem um ‘negócio’ de intranet, mas eu não sei o que tem lá
não. Acho que são os dados da empresa, não é?!.”
“O que eu mais uso é e-mail, tanto para tratar alguma coisa com uma
filial ou com o cliente. [...] Intranet, eu só entro pra consultar nota fiscal
porque acho mais fácil e eu nunca vi processos lá. Se alguém me
ensinou, eu não lembro. [...] Vejo o quadro de comunicação às vezes
porque precisamos saber, mais ou menos, os índices da filial.”
Nonaka (2008) afirma que para que o conhecimento explícito seja tácito, ajuda se ele
for verbalizado ou diagramado em documentos, manuais ou relatos orais. Dessa forma, a
documentação ajuda os indivíduos a internalizarem o que vivenciaram, conseguindo
enriquecer seu conhecimento tácito. O “aprender fazendo” proposto pelo autor, pode ser
presenciado no setor operacional da organização, porém, as bases do conhecimento tácito do
indivíduo transformados a partir do conhecimento explícito pelas experiências da
socialização, externalização e combinação são bem falhas e restritas. Argyris (1991)
complementa essa visão ao afirmar que é preciso ensinar as pessoas como raciocinar sobre o
seu comportamento de maneiras novas e mais eficazes.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CLEMENTE, A. et al. Projetos empresariais e públicos. 3 ed. São Paulo: Atlas 2008.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2010.
PAIM, Rafael; CARDOSO, Vinícius; CAULLIRAUX, Heitor; CLEMENTE, Rafael. Gestão por
processos: pensar, agir e aprender. Porto Alegre: Bookman, 2009.
SENGE, P. M. A Quinta Disciplina: arte e prática da organização que aprende. 26 ed. São
Paulo: Best Seller, 2010.
SLACK, Nigel; CHAMBERS, Stuart; JOHNSTON, Robert. Administração da produção.
3ed. São Paulo: Atlas, 2009.
YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 2 ed. Porto Alegre: Bookman, 2001.