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O documento discute a adoção do federalismo no Brasil, tendo como base a obra "The Federalist Papers" e a experiência dos Estados Unidos. Ele explica que o federalismo brasileiro tem suas raízes no modelo americano, mas não é idêntico. Também descreve como características do período colonial brasileiro, como as capitanias hereditárias, anteciparam alguns aspectos do futuro sistema federativo do país.
Deskripsi Asli:
Resenha do Artigo "Os Artigos Federalistas" de Rogério de Araújo Lima.
Judul Asli
Resenha do texto "Os Artigos Federalistas"
O documento discute a adoção do federalismo no Brasil, tendo como base a obra "The Federalist Papers" e a experiência dos Estados Unidos. Ele explica que o federalismo brasileiro tem suas raízes no modelo americano, mas não é idêntico. Também descreve como características do período colonial brasileiro, como as capitanias hereditárias, anteciparam alguns aspectos do futuro sistema federativo do país.
O documento discute a adoção do federalismo no Brasil, tendo como base a obra "The Federalist Papers" e a experiência dos Estados Unidos. Ele explica que o federalismo brasileiro tem suas raízes no modelo americano, mas não é idêntico. Também descreve como características do período colonial brasileiro, como as capitanias hereditárias, anteciparam alguns aspectos do futuro sistema federativo do país.
O artigo em análise propõe uma discussão em torno do princípio político-constitucional do
federalismo adotado pelo Brasil, desde sua independência, tomando como base a obra “The Federalist Paper” de James Madison, Alexander Hamilton e John Jay, sendo esta obra a base teórica da estrutura política eleita pelo Brasil, a saber: republicanismo, presidencialismo, democracia representativa e federalismo. Iniciando pelo estudo do federalismo, sabe-se que o desenvolvido no Brasil tem suas bases históricas no sistema federativo norte-americano e nas teorias contidas na obra “The Federalist Paper”. O federalismo é um fenômeno moderno, de acordo como os historiadores, surgido no século XVIII a partir da Constituição dos Estados Unidos da América em 1787. As experiências com federações ensaiadas na Antiguidade e Idade Média foram efêmeras e instáveis, portanto apenas a experiência moderna do federalismo norte-americana mostrou-se exitosa, vez que foi bem-sucedida, sendo o local onde se desenvolveu a concepção moderna de federalismo. O Federalismo norte-americano é produto da experiência vivida entre a declaração de sua independência, em 1776, da dominação britânica e a aprovação de sua Constituição, em 1787. A união das treze colônias, agora independentes, era fundamental para fazer frente a reação da Inglaterra e visava primordialmente a defesa comum, culminando na união sobre a forma contratual de Confederação de Estados, em 1781, instituída por um tratado denominado “Artigos da Confederação”, que criou o Congresso Continental, única instituição central com funções integradoras. Contudo, o “Artigos da Confederação” não estabeleceu nenhum braço executivo para o governo central, nem mesmo poder judiciário central, sendo o congresso continental um legislativo unicameral se poder algum praticamente, Os treze estados com suas constituições próprias viviam sobre a égide da denominada “política da liberdade”, onde havia predomínio absoluto do legislativo. O caos se instalou uma vez que estados imprimiam suas próprias moedas, passavam leis tarifárias contrárias aos interesses dos seus vizinhos, outras tinhas suas próprias marinhas e aprendiam navios dos outros estados, além de reivindicações conflitantes sobre os territórios do oeste. Foi realizado um grande esforço que culminou na Convenção de Filadélfia que transformou a confederação em uma união mais íntima e definitiva: a foma federativa de Estado, passando a ser estruturada sobre a forma de uma Constituição e não mais um Tratado. Necessitando, para consolidar a nova forma de Estado, da ratificação da Constituição pelos treze Estados. Após a Convenção de Filadélfia – portanto, no período de ratificação da Constituição – James Madison, Alexander Hamilton e John Jay publicaram na imprensa de Nova York 85 artigos, assinados pelo pseudônimo Publius, no período 1787 e 1788. O legado de “Os Artigos Federalistas”, como o presidencialismo, republicanismo e a democracia representativa são importantes para o modelo político adotado posteriormente pelo Brasil, mas este estudo se prendeu apenas a análise do federalismo. Fato é que a experiência demonstrou, em pouco tempo, que o modelo de confederação era muito frágil e a união pouco eficaz. Principalmente os conflitos de interesse. Por isso a importância da Convenção de Filadélfia. Contudo, de um lado estavam o que pretendiam revisar as cláusulas do Tratado de outro os que desejavam a aprovação de uma constituição, propondo que a confederação se convertesse em federação, constituindo-se um Estado Federal. Por isso a necessidade de um poder central defendida por “Publius”. Onde a União resultaria prosperidade econômica e a desunião seria em curto e médio prazo, a derrocada de algum estado-membro vitimado pela concorrência desenfreada. Assim, o texto “The Federalist Papers” condenam a confederação enquanto enaltecem a forma federativa de Estado, fazendo assim surgir a teorização da concepção moderna de federalismo. O modelo norte-americano de federação, que é base da federação brasileira, tem as seguintes características: a) Distribuição do poder de governo em dois planos harmônicos, federal e provincial (ou central e local); b) Sistema judiciarista, consistente na maior amplitude do Poder Judiciário; c) Composição bicameral do Poder Legislativo (Câmara dos Deputados e Senado Federal); e d) Constância dos princípios fundamentais da federação e da República. Dessa forma, a união faz nascer um novo estado, porém quem ingressa na confederação deixa a condição de estado. A base jurídica do estado Federal é uma Constituição e não um tratado. Na Federação não existe o direito secessão: uma vez ingressado na Federação o ingressante não pode legalmente sair. Os estados ingressantes perdem a soberania, que passa a ser do Estado Federado. Contudo o estado ingressante mantém uma autonomia política limitada. A Constituição fará a distribuição de competência entre a União e as Unidades Federadas. Em relação a adoção do federalismo pelo Brasil temos que o primeiro artigo da Constituição Brasileira de 1988 enuncia: “Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados, Municípios e Distrito Federal (...)”, consagra os princípios fundamentais da República Federativa do Brasil que visam definir e caracterizar a coletividade política e o estado e enumerar as principais opções político-constitucionais. Embora o princípio federativo brasileiro tenha como base teórica a Constituição Americana, isso não implica que o federalismo aqui aplicado seja idêntico ao norte-americano. A estrutura político-constitucional do Brasil compreende três grandes fases: a colonial, a monárquica e a republicana. Mesmo só assumindo o forma federativa de estado em 1889 com a Proclamação da República há evidências que em momentos históricos anteriores, naturalmente, já de caminhava para esse modelo, de acordo com o autor Sahid Maluf. No período Colonial temos as Capitanias Hereditárias, num primeiro momento, e as governadorias-gerais, posteriormente. As Capitanias Hereditárias criadas forma doze, que foram distribuídas aos donatários e tiveram como característica principal a pulverização do poder político e administrativo, ao mesmo passo que pouco prosperaram mas serviram para criação de núcleos dispersos de povoamento. Quinze anos após a concessão da primeira capitania hereditária, fora instituído o sistema de governadorias-gerais que buscava exatamente conter a dispersão política e administrativa, intento que com o tempo fora frustrado. Os dois primeiros “estados” Estado do Brasil e o Estado do Maranhão foram sendo subdivididos e foram se fragmentando, sobre o impulso de fatores e interesses econômicos, sociais e geográficos, surgindo novos centros autônomos subordinados a poderes político-administrativos regionais e locais efetivos. Estavam assim esboçados os traços gerais do sistema político-constitucional que resultariam na Proclamação da Independência, onde a unidade nacional se mostraria um problema e sendo o federalismo o modelo adequado para sanar essa problemática. A fase monárquica inicia em 1808 com a vida da Família Real Portuguesa para o Brasil, que adquiriu a condição de reino-unido a Portugal a Algarves, mas, em contrapartida, em seu seio social gestou-se o desejo irresistível de libertação, cuja a evolução dessas ideias mostrou-se tendente a constante à independência, a forma republicana e ao regime federativo, que foram sedimentados nos três séculos de vida colonial e a Coroa Portuguesa fez de tudo para imprimir nova conformação, tendo alcance efetivo apenas no Rio de janeiro, não conseguindo atingir o interior do país. O Príncipe-Regente declarou a independência pois percebera que era inadiável, colocou-se frente a revolução e a transformou num golpe de Estado. Mas com a independência veio o problema da unidade nacional. O sistema político-constitucional da Constituição Política do Império do Brasil mostrou-se centralizadora e com o poder concentrado no monarca e sucumbiu em 1889 com a Proclamação da República Federativa do Brasil, consagrando o regime republicano e reunindo-se as províncias do Brasil por meio de federação, forma de Estado estabelecida oficialmente em todas as suas Constituições a partir de 1891.