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Resenha

Artigo: Os Artigos Federalistas


Autor: Rogério de Araújo Lima

O artigo em análise propõe uma discussão em torno do princípio político-constitucional do


federalismo adotado pelo Brasil, desde sua independência, tomando como base a obra “The
Federalist Paper” de James Madison, Alexander Hamilton e John Jay, sendo esta obra a base teórica
da estrutura política eleita pelo Brasil, a saber: republicanismo, presidencialismo, democracia
representativa e federalismo.
Iniciando pelo estudo do federalismo, sabe-se que o desenvolvido no Brasil tem suas bases
históricas no sistema federativo norte-americano e nas teorias contidas na obra “The Federalist
Paper”.
O federalismo é um fenômeno moderno, de acordo como os historiadores, surgido no século
XVIII a partir da Constituição dos Estados Unidos da América em 1787. As experiências com
federações ensaiadas na Antiguidade e Idade Média foram efêmeras e instáveis, portanto apenas a
experiência moderna do federalismo norte-americana mostrou-se exitosa, vez que foi bem-sucedida,
sendo o local onde se desenvolveu a concepção moderna de federalismo.
O Federalismo norte-americano é produto da experiência vivida entre a declaração de sua
independência, em 1776, da dominação britânica e a aprovação de sua Constituição, em 1787. A
união das treze colônias, agora independentes, era fundamental para fazer frente a reação da
Inglaterra e visava primordialmente a defesa comum, culminando na união sobre a forma
contratual de Confederação de Estados, em 1781, instituída por um tratado denominado “Artigos da
Confederação”, que criou o Congresso Continental, única instituição central com funções
integradoras. Contudo, o “Artigos da Confederação” não estabeleceu nenhum braço executivo para
o governo central, nem mesmo poder judiciário central, sendo o congresso continental um
legislativo unicameral se poder algum praticamente,
Os treze estados com suas constituições próprias viviam sobre a égide da denominada
“política da liberdade”, onde havia predomínio absoluto do legislativo. O caos se instalou uma vez
que estados imprimiam suas próprias moedas, passavam leis tarifárias contrárias aos interesses dos
seus vizinhos, outras tinhas suas próprias marinhas e aprendiam navios dos outros estados, além de
reivindicações conflitantes sobre os territórios do oeste.
Foi realizado um grande esforço que culminou na Convenção de Filadélfia que transformou
a confederação em uma união mais íntima e definitiva: a foma federativa de Estado, passando a ser
estruturada sobre a forma de uma Constituição e não mais um Tratado. Necessitando, para
consolidar a nova forma de Estado, da ratificação da Constituição pelos treze Estados.
Após a Convenção de Filadélfia – portanto, no período de ratificação da Constituição –
James Madison, Alexander Hamilton e John Jay publicaram na imprensa de Nova York 85 artigos,
assinados pelo pseudônimo Publius, no período 1787 e 1788.
O legado de “Os Artigos Federalistas”, como o presidencialismo, republicanismo e a
democracia representativa são importantes para o modelo político adotado posteriormente pelo
Brasil, mas este estudo se prendeu apenas a análise do federalismo.
Fato é que a experiência demonstrou, em pouco tempo, que o modelo de confederação era
muito frágil e a união pouco eficaz. Principalmente os conflitos de interesse. Por isso a importância
da Convenção de Filadélfia. Contudo, de um lado estavam o que pretendiam revisar as cláusulas do
Tratado de outro os que desejavam a aprovação de uma constituição, propondo que a confederação
se convertesse em federação, constituindo-se um Estado Federal. Por isso a necessidade de um
poder central defendida por “Publius”. Onde a União resultaria prosperidade econômica e a
desunião seria em curto e médio prazo, a derrocada de algum estado-membro vitimado pela
concorrência desenfreada. Assim, o texto “The Federalist Papers” condenam a confederação
enquanto enaltecem a forma federativa de Estado, fazendo assim surgir a teorização da concepção
moderna de federalismo.
O modelo norte-americano de federação, que é base da federação brasileira, tem as seguintes
características:
a) Distribuição do poder de governo em dois planos harmônicos, federal e provincial (ou
central e local);
b) Sistema judiciarista, consistente na maior amplitude do Poder Judiciário;
c) Composição bicameral do Poder Legislativo (Câmara dos Deputados e Senado Federal); e
d) Constância dos princípios fundamentais da federação e da República.
Dessa forma, a união faz nascer um novo estado, porém quem ingressa na confederação
deixa a condição de estado. A base jurídica do estado Federal é uma Constituição e não um tratado.
Na Federação não existe o direito secessão: uma vez ingressado na Federação o ingressante não
pode legalmente sair. Os estados ingressantes perdem a soberania, que passa a ser do Estado
Federado. Contudo o estado ingressante mantém uma autonomia política limitada. A Constituição
fará a distribuição de competência entre a União e as Unidades Federadas.
Em relação a adoção do federalismo pelo Brasil temos que o primeiro artigo da Constituição
Brasileira de 1988 enuncia: “Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união
indissolúvel dos Estados, Municípios e Distrito Federal (...)”, consagra os princípios fundamentais
da República Federativa do Brasil que visam definir e caracterizar a coletividade política e o estado
e enumerar as principais opções político-constitucionais.
Embora o princípio federativo brasileiro tenha como base teórica a Constituição Americana,
isso não implica que o federalismo aqui aplicado seja idêntico ao norte-americano. A estrutura
político-constitucional do Brasil compreende três grandes fases: a colonial, a monárquica e a
republicana. Mesmo só assumindo o forma federativa de estado em 1889 com a Proclamação da
República há evidências que em momentos históricos anteriores, naturalmente, já de caminhava
para esse modelo, de acordo com o autor Sahid Maluf. No período Colonial temos as Capitanias
Hereditárias, num primeiro momento, e as governadorias-gerais, posteriormente.
As Capitanias Hereditárias criadas forma doze, que foram distribuídas aos donatários e
tiveram como característica principal a pulverização do poder político e administrativo, ao mesmo
passo que pouco prosperaram mas serviram para criação de núcleos dispersos de povoamento.
Quinze anos após a concessão da primeira capitania hereditária, fora instituído o sistema de
governadorias-gerais que buscava exatamente conter a dispersão política e administrativa, intento
que com o tempo fora frustrado. Os dois primeiros “estados” Estado do Brasil e o Estado do
Maranhão foram sendo subdivididos e foram se fragmentando, sobre o impulso de fatores e
interesses econômicos, sociais e geográficos, surgindo novos centros autônomos subordinados a
poderes político-administrativos regionais e locais efetivos. Estavam assim esboçados os traços
gerais do sistema político-constitucional que resultariam na Proclamação da Independência, onde a
unidade nacional se mostraria um problema e sendo o federalismo o modelo adequado para sanar
essa problemática.
A fase monárquica inicia em 1808 com a vida da Família Real Portuguesa para o Brasil, que
adquiriu a condição de reino-unido a Portugal a Algarves, mas, em contrapartida, em seu seio social
gestou-se o desejo irresistível de libertação, cuja a evolução dessas ideias mostrou-se tendente a
constante à independência, a forma republicana e ao regime federativo, que foram sedimentados nos
três séculos de vida colonial e a Coroa Portuguesa fez de tudo para imprimir nova conformação,
tendo alcance efetivo apenas no Rio de janeiro, não conseguindo atingir o interior do país.
O Príncipe-Regente declarou a independência pois percebera que era inadiável, colocou-se
frente a revolução e a transformou num golpe de Estado. Mas com a independência veio o problema
da unidade nacional. O sistema político-constitucional da Constituição Política do Império do Brasil
mostrou-se centralizadora e com o poder concentrado no monarca e sucumbiu em 1889 com a
Proclamação da República Federativa do Brasil, consagrando o regime republicano e reunindo-se as
províncias do Brasil por meio de federação, forma de Estado estabelecida oficialmente em todas as
suas Constituições a partir de 1891.

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