APOIO
HTTPS://www.facebook.com/masterdbsound/?ref=bookmarks
A eterna polêmica terra versus neutro.
“Em uma residência alimentada por 127 v, caso o neutro se desconecte, e você
tenha um bom aterramento após a medição o sistema continuaria funcionando com
fase e terra?”
Em outras palavras, a dúvida do leitor parece repousar numa eterna polêmica entre o
entendimento correto da função da “terra” e do neutro.
Na época a pergunta se perdeu dentro de dezenas de outras que chegam quase todo
dia na minha caixa do Privado.
Na verdade procurei uma reposta que merecia mais do que um simples “sim ou não”
e demandaria uma explicação mais detalhada, pois quem me acompanhe sabe bem
que eu sou adepto dos “por quês”.
O tema ficou na cabeça, mas outros projetos “furaram a fila” e acabou não sobrando
tempo e para esclarecer, com a rapidez que a dúvida do grupo merecia (vida de
técnico não é fácil). Enfim, a hora é agora.
A primeira coisa talvez seja entender qual a diferença entre “uma coisa e outra coisa”
para tentar acabar com a eterna polêmica terra versus neutro.
De uma forma bem curto pode-se começar por um conceito que sempre deve ser
lembrado:
PELO NEUTRO PASSA CORRENTE, MAS PELA “TERRA” NÃO (ou pelo menos
não deveria).
Esta afirmação já poderia responder a dúvida, mas valha a pena acrescentar, pode
até vir a funcionar, entretanto não é uma formar correta.
Mas por que não é a forma correta, parece-me que é a pergunta que se impõe neste
momento, então vamos lá.
Não custa lembrar que o que produz o choque e até pode matar não é a tensão
(Voltagem) e sim a corrente (amperagem), mas para haver corrente tem que haver
tensão e uma resistência no caminho por onde circulará a corrente que no caso, será
o corpo do “infeliz”.
Será que agora você já está convencido que não se deve usar o “terra” como neutro?
Uma prova de que “funciona” é que quando queremos descobrir qual dos fios de uma
instalação é a fase e qual é o neutro ligamos uma lâmpada entre cada um deles e um
ponto aterrado como um eletroduto de ferro, algum cano ou vergalhão. O fio que fizer
a lâmpada acender será a fase e o outro o neutro.
Por onde circulou a corrente? Pela Terra, não é mesmo? Mas a Terra não é um fio e
dependendo do ponto onde estivermos sua resistência irá variar e é aí que a coisa
começa a “dar ruim”.
Então a Terra neste caso “funcionou” como o neutro? Sim e já entenderemos por que.
A seguir temos o sistema TN-C que embora esteja previsto na norma não é uma boa
opção, uma vez que o fio terra e o fio neutro formam um único condutor designado
pela sigla PEN. Desta forma após o neutro ser aterrado na entrada ele mesmo vai
ligado ao neutro e a massa do equipamento.
Uma opção que fica entre a TT e TN-C e a TN-S onde embora o neutro também seja
aterrado na entrada, ele é levado em SEPARADO até a carga. Neste caso utiliza-se
outro condutor como fio terra e que deve ser da cor verde ou verde e amarelo e neste
caso é designado por PE.
Este é um assunto mais complicado e ficará para outra oportunidade para que o post
não se estenda demais.
Espero ter elucidado a dúvida do leitor e o artigo traga uma luz (sem trocadilho) para
aqueles que por motivos profissionais ou não precisam ser envolver com uma questão
tão relevante em uma instalação elétrica e algumas vezes menosprezadas pelas
pessoas.