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ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA

MIAS
Nº 70022075493
2007/CÍVEL

ADMINISTRATIVO. MEIO AMBIENTE.


LICENCIAMENTO AMBIENTAL. OPERAÇÃO.
INFRAÇÃO ADMINISRATIVA. EXTRAÇÃO DE
AREIA SEM LICENÇA.

1. Constitui infração administrativa ambiental extrair


areia depois de decorrido o prazo fixado na licença de
operação outorgada pelo órgão ambiental.

2. Tratando-se de atividade sujeita à prévia licença da


autoridade ambiental, eventual ilegalidade da licença
de operação vencida por ter sido deferida em prazo
inferior ao previsto na Resolução 237/98 do CONAMA
não exclui a infração ambiental.
Recurso desprovido.

APELAÇÃO CÍVEL VIGÉSIMA SEGUNDA CÂMARA CÍVEL

Nº 70022075493 COMARCA DE CAMAQUÃ

EMPRESA DE MINERAÇÃO PEIXOTO LTDA. APELANTE

FEPAM - FUNDAÇÃO ESTADUAL DE PROTEÇÃO APELADO


AMBIENTAL HENRIQUE LUIS ROESSLER/RS

ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos os autos.
Acordam as Desembargadoras integrantes da Vigésima
Segunda Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado, à unanimidade,
negar provimento ao recurso.
Custas na forma da lei.
Participaram do julgamento, além da signatária (Presidente), as
eminentes Senhoras DES.ª REJANE MARIA DIAS DE CASTRO BINS E
DES.ª MARA LARSEN CHECHI.
Porto Alegre, 13 de dezembro de 2007.

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MIAS
Nº 70022075493
2007/CÍVEL

DES.ª MARIA ISABEL DE AZEVEDO SOUZA


Presidente e Relatora

RELATÓRIO

EMPRESA DE MINERAÇÃO PEIXOTO LTDA. ajuizou, em 30


de agosto de 2004, ação contra a FEPAM - FUNDAÇÃO ESTADUAL DE
PROTEÇÃO AMBIENTAL HENRIQUE LUIS ROESSLER/RS para
desconstituir a multa administrativa imposta pelo auto de infração nº
132/2001. Nos dizeres da inicial, obteve, em 27 de novembro de 1998,
licença de operação para extração de areia pelo prazo de um ano. Em
novembro de 2001, a Ré lavrou o auto de infração 132 por extração de areia
sem licença, impondo-lhe a multa de R$ 7.000,00. Inquina de ilegal a multa,
porquanto, segundo o artigo 18, inciso III, da Resolução nº 237 do
CONAMA, fazia jus à licença pelo prazo mínimo de quatro anos. Na decisão
de fl. 29, o MM. Juiz a quo indeferiu a liminar. Citada, a Ré contestou a ação,
defendendo a correção do ato por ter a Autora explorado atividade minerária
sem licença ambiental. Encerrada a instrução, foram apresentados os
memoriais. Na sentença de fl. 129, o MM. Juiz a quo julgou improcedente a
ação, condenando a Autora ao pagamento das custas processuais e dos
honorários advocatícios arbitrados em R$ 2.000,00. Inconformada,
tempestivamente, apela a Autora, pedindo a procedência da ação.
Apresentadas as contra-razões, foram os autos remetidos a este Tribunal.
Nesta instância, o Ministério Público opinou pelo não conhecimento do
recurso e, no mérito, pelo seu desprovimento. É o relatório.

VOTOS

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DES.ª MARIA ISABEL DE AZEVEDO SOUZA (PRESIDENTE E


RELATORA)

1. Conhecimento do recurso. O presente recurso de


apelação não é inepto, porquanto as razões atendem ao disposto no artigo
515 do Código de Processo Civil, visto que guardam pertinência com a
decisão recorrida, ainda que consistam, em grande parte, em reprodução da
inicial. Assim, não prospera a preliminar de não conhecimento do recurso
argüida pelo Ministério Público (fls. 145/148).

2. Mérito.
É fato incontroverso que, ao tempo da lavratura do auto de
infração 132, em 23 de novembro de 2001, a Apelante explorava a atividade
de extração de areia sem estar devidamente licenciada pela Apelada,
porquanto há muito (desde novembro de 1999) expirara o prazo de um ano
fixado outorgada na Licença de Operação 5670/98.
Há prova, portanto, inequívoca da prática da infração
administrativa.
Alega, contudo, a Apelante que a multa não pode subsistir,
porque ilegal o prazo de um ano concedido na Licença de Operação nº
5670/98, já que fazia jus à licença pelo prazo de 04 anos, que expiraria, em
novembro de 2002, nos termos do artigo 18, inciso III, da Resolução nº
237/1997 do CONANA1.
Sem razão.

1
Art. 18 - O órgão ambiental competente estabelecerá os prazos de validade de cada tipo
de licença, especificando-os no respectivo documento, levando em consideração os
seguintes aspectos:
(...)
III - O prazo de validade da Licença de Operação (LO) deverá considerar os planos de
controle ambiental e será de, no mínimo, 4 (quatro) anos e, no máximo, 10 (dez) anos.
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Ainda que se admitisse a ilegalidade da Licença de Operação


nº 5670/98 por ter sido fixado prazo inferior ao mínimo previsto na
Resolução nº 237/97, para a exploração da atividade inferior ao mínimo, o
certo é que tal não excluiria a infração administrativa praticada pela Apelante
(exploração de atividade de areia sem licença ambiental).
Eventual ilegalidade do agir da Administração Pública na
expedição da LO 5.670/98 não asseguraria à Apelante o direito de continuar
a explorar a atividade sem a devida licença. Cumpria-lhe, decorrido o prazo
de um ano, antes de prosseguir nas suas atividades, obter a competente
licença administrativa ou judicialmente.
Não lhe era lícito simplesmente ignorar o esgotamento do
prazo fixado na licença outorgada e, sem qualquer providência na via
administrativa ou judicial, prosseguir o exercício das atividades de
exploração.
Tratando-se de atividade sujeita à prévia licença da autoridade
ambiental, eventual direito a prazo maior não é causa excludente da
infração praticada de exploração sem licença. Está-se diante de infração
administrativa de perigo que visa a impedir o exercício da atividade em
apreço sem licença. Suficiente, portanto, para sua caracterização da prova
da exploração sem licença da atividade.

Ante o exposto, nega-se provimento ao recurso.

DES.ª REJANE MARIA DIAS DE CASTRO BINS (REVISORA) - De acordo.


DES.ª MARA LARSEN CHECHI - De acordo.

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DES.ª MARIA ISABEL DE AZEVEDO SOUZA - Presidente - Apelação Cível


nº 70022075493, Comarca de Camaquã: "NEGARAM PROVIMENTO AO
RECURSO. UNÂNIME."

Julgador(a) de 1º Grau: LUIS OTAVIO BRAGA SCHUCH

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