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CURSO DE PRÁTICA PREVIDENCIÁRIA NO REGIME GERAL

Prática previdenciária
Carlos Renato

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL PRESIDENTE DO


JUIZADO ESPECIAL FEDERAL CÍVEL DE SANTOS/SP

........................., vem, por seu advogado infra-firmado, respeitosamente perante Vossa


Excelência, propor a presente

AÇÃO PARA CONCESSÃO DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO -


APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO – COM PEDIDO
DE ANTECIPAÇÃO LIMINAR DA TUTELA JURISDICIONAL

em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS, autarquia federal com


sede em Brasília e Gerência Regional Executiva sita nesta urbe à Av. Epitácio Pessoa, n.º 441,
Aparecida, com supedâneo nos motivos fáticos e jurídicos que passa a expor:

PRIMEIRAMENTE: Requer os benefícios da Assistência Judiciária Gratuita, por se tratar o


obreiro de pessoa pobre, na literal acepção da palavra, desprovido de condições para arcar com
as custas e despesas processuais, sem prejudicar sua mantença e, por conseguinte, a de sua
família, consoante a anexa declaração (doc. 02).

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DA COMPETÊNCIA DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL

Conforme demonstra a inclusa simulação realizada através do site oficial do Ministério da


Previdência Social (www.mps.gov.br), a Renda Mensal Inicial do benefício perseguido será de
R$ 1.528,86 (docs. 03/04), portanto dentro do limite de alçada dos Juizados Especiais Federais (§
2º, do artigo 3º, da Lei n.º 10.259/01).

Destarte, inafastável a competência absoluta deste Juizado para julgar e processar a presente
demanda.

DOS FATOS

Durante sua vida laboral, iniciada em 14/01/78, o autor ativou-se, predominantemente, em


ambientes fabris/industriais, desenvolvendo o ofício de soldador, conforme demonstram as
anexas fotocópias de suas CTPS (docs. 05/16).

Desde de 29/06/87 pertence aos quadros da Paulista Containers Marítimos Ltda., empresa que
atua na fabricação e reparo de containers, sendo que o autor exerce a função de encarregado de
produção.

No exercício de seu mister, desenvolvido em toda a linha de produção, o obreiro expõe-se, de


modo habitual e permanente, não ocasional nem intermitente, a ruídos acima de 92 decibéis, aos
gases provenientes da solda MIG e a radiações não-ionizantes, conforme descrito no Laudo
Técnico de Condições Ambientais de Trabalho, fornecido pela mencionada empregadora (fls. 09,
13/14 e 33 do proc. adm.).

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Laborou também, de 01/02/79 a 16/06/87, na Companhia de Transportes LloydBrati, onde


desempenhou as atribuições de auxiliar de serviços/reparos, soldador e mestre soldador,
conforme apontam as cópias de suas Carteiras de Trabalho (docs. 08/12).

Assim, em 04/07/03, munido dos documentos necessários, requereu junto à autarquia-ré,


através da Agência de São Vicente, aposentadoria por tempo de serviço, ocasião na qual contava
com 35 (trinta e cinco) anos, 05 (cinco) meses e 09 (seis) dias de tempo de serviço/contribuição,
procedidas as devidas conversões de atividade especial para comum, conforme contagem
abaixo:

CONTAGEM DE TEMPO DE SERVIÇO

PERÍODO/FUNÇÃO Nº DE DIAS COEFICIENTE P/ N.º DE DIAS TOTAL

(comum) CONVERSÃO (convertidos)

01) Serviço Militar

15/01/76 a 30/12/76 346 --- ----- 00A 11M 16D

02) Unicon

aj. servs. gerais

14/01/78 a 03/03/78 49 --- ----- 00A 01M 19D

03) Flare

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aj. geral

24/04/78 a 11/05/78 18 --- ----- 00A 00M 18D

04) Electroallo

aj. produção

18/05/78 a 02/12/78 195 --- ----- 00A 06M 15D

05) Lloyd

aux. servs.

01/02/79 a 31/01/80 361 --- ----- 01A 00M 01D

05a) Lloyd

soldador/mestre sold.

01/02/80 a 16/06/87 2.656 1,4 3.718 10A 03M 28D

06) Paulista

enc. produção

29/06/87 a 04/07/03 5.766 1,4 8.072 22A 05M 02D

TEMPO DE SERVIÇO TOTAL C/ CONVERSÕES: 35 ANOS, 05 MESES E 09 DIAS

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* O coeficiente utilizado para conversão dos períodos laborados em atividade especial para comum (1,4)
está em consonância com a tabela constante do artigo 70, do Decreto 3.048/99.

** A coluna “TOTAL” está expressa em anos, meses e dias (A; M; D).

Devido à extinção da Companhia Lloyd, quedou-se o obreiro impossibilitado de apresentar o


formulário necessário à conversão do período de 01/02/80 a 16/06/87, no qual ativou-se como
soldador e mestre soldador, apesar de estarem referidas funções devidamente anotadas em suas
CTPS (docs. 08/12).

Destarte, com o condão de suprir a falta do aludido documento, apresentou o obreiro,


juntamente com o pleito inicial, requerimento de Justificação Administrativa para demonstrar o
exercício da citada atividade especial – soldador/mestre soldador, durante o período em comento
(fls. 07/08 do proc. adm.), procedimento este expressamente previsto, para casos de empresas
extintas, na Instrução Normativa n.º 84/02, vigente à época do pedido administrativo.

E, para comprovação da especialidade das funções desenvolvidas na Paulista Containers


Marítimos Ltda., carreou o autor Laudo Técnico das Condições Ambientais do Trabalho
(LTCAT), tecido pela mencionada empregadora (fls. 10/43 do proc. adm.).

Contudo, sem sequer analisar o pedido de Justificação Administrativa, o servidor indeferiu a


pretensão do obreiro, sob a seguinte alegação: “laudo em desacordo com a IN 84 e Decreto
3.048/99”, deixando ainda de computar o período de serviço militar (fls. 43 do proc. adm.).

A fundamentação autárquica, além de esdrúxula chega a ser risível, vez que o louvamento
apresentado – LTCAT -, está expressamente previsto na citada IN 84/02, mais especificamente
no artigo 153.

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DO DIREITO

a) Da Aposentadoria Especial:

a.1.) Conceito:

Trata-se a aposentadoria especial de “modalidade de aposentadoria por tempo de serviço,


diminuído para 15, 20 ou 25 anos em razão das condições de trabalho insalubres, periculosas
ou penosas a que estiver submetido o trabalhador” (Freudenthal, Sérgio Pardal; in Aposentadoria
Especial; Ed. LTr; 1ª edição; pág. 13).

Nesta mesma obra, o sábio professor cita Marly Cardone, que com notável didática explana em
seu livro “Previdência, Assistência, Saúde - o Não Trabalho na Constituição de 1988”, Editora
LTr, 1990, pág. 81, que: “o trabalho em condições especiais, que são insalubres, perigosas e
penosas, que prejudicam a saúde ou integridade física do trabalhador, merecem uma
aposentadoria precoce, como a lei ordinária já prevê (CLPS, art. 35), consentânea com o
direito comparado.”

Sérgio Pinto Martins, com brilhante clareza, assim define o benefício especial: “Pode ser
conceituada a aposentadoria especial como o benefício decorrente do trabalho em condições
prejudiciais à saúde ou à integridade física do segurado, de acordo com a previsão da lei.
Trata-se de um benefício de natureza extraordinária, tendo por objetivo compensar o trabalho
do segurado que presta serviços em condições adversas à sua saúde ou desempenha atividade
com riscos superiores aos normais”.

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Continua o ilustre jurisconsulto: “A aposentadoria especial pressupõe agressão à saúde do


trabalhador por meio de exposição a agentes nocivos” (in Direito da Seguridade Social, Ed. Atlas,
1998, 9ª edição; pág. 323).

Ratifica o mestre Wladimir Novaes Martinez: “Pressupõe, cientificamente, danos ao organismo,


seja à saúde ou à integridade física. Presunção jurídica absoluta, não comporta prova em
contrário, por parte do INSS ou de terceiros” (Aposentadoria Especial; Ed. LTr; 2ª edição; 1999,
pág. 28) (grifei).

a.2) Breve histórico legislativo, conversão em tempo de serviço comum e


formas de comprovação:

Desde de seu surgimento, com a Lei Orgânica da Previdência Social (3.807/60), de 26 de agosto
de 1960, a aposentadoria especial garante ao labutador exposto a condições agressivas de
trabalho, sejam elas insalubres, penosas ou perigosas, a diminuição do tempo de serviço mínimo
necessário à sua aposentação.

Notável proteção, ganhou a honrosa forma de garantia constitucional com a Carta Cidadã de
1988, que em seu artigo 202, II, logo após estabelecer o tempo de serviço mínimo necessário
para obtenção de aposentadoria integral, dispunha:

“Art. 202 - É assegurada aposentadoria, nos termos...

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II-...ou em tempo inferior, se sujeitos a trabalho sob condições


especiais, que prejudiquem a saúde ou integridade física, definidas
em lei.”

Infelizmente, tão brilhante instituto, de notório cunho humano/social, tem sofrido


constantes e preocupantes ataques, emanados dos Poderes Legislativo e Executivo.

Constitucionalmente, o que era antes assegurado, com a promulgação da Emenda n.º 20, de 16 de dezembro
de 1998, transformou-se em ressalva, exceção. É que a aposentadoria especial, insculpida, como já citado,
no inciso II, do art. 202, da Carta Cidadã, com o advento da referida Emenda, agora figura no artigo 201, §
1º, com a seguinte redação:

“Art. 201 - A previdência social será organizada sob a ...

§ 1º- É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para


a concessão de aposentadoria aos beneficiários do regime geral de
previdência social, ressalvados os casos de atividades exercidas
sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade
física, definidos em lei complementar” (destaquei).

Com efeito. Em obediência ao disposto no artigo 31 da mencionada Lei n.º 3.807/60 - LOPS,
editou-se o Decreto 53.831/64, que em seu Quadro Anexo elencava as atividades caracterizadas
como especiais – insalubres, perigosas ou penosas.

Em 24/01/79 surge o Decreto 83.080, que em seus Anexos I e II trazia novo rol de atividades
especiais e agentes agressivos. Saliente-se que o aludido regulamento não revogou o supra

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citado Decreto 53.831/64, sendo assente na doutrina e na jurisprudência que ambos convivem
em absoluta parcimônia e se complementam.

Nasce em 24 de julho de 1991 o Plano de Benefícios da Previdência Social (Lei n.º 8.213/91), que em seu
artigo 57 definia a aposentadoria especial, e no artigo 58 determinava que a relação de atividades
profissionais que ensejariam o benefício seria objeto de lei específica, relação esta que deveria ser submetida
à apreciação do Congresso Nacional, no prazo de 30 dias a partir da publicação da Lei n.º 8.213/91, sendo
que, durante o lapso, continuaria prevalecendo a legislação então vigente, consoante dispunha o artigo 152,
do mesmo diploma legal. Previa, ainda, o suscitado artigo 57, em seu § 3º, a conversão dos tempos de
serviço de especial para comum e vice-versa. Outrossim, como já dito, a concessão de aposentadoria
especial regia-se, até então, pelos Decretos 53.831/64 (Quadro Anexo) e 83.080/79 (Anexos I e II).

Então veio a Lei n.º 9.032, de 28 de abril de 1995, que modificou abruptamente todo o artigo 57
do PBPS sem, no entanto, alterar diretamente o artigo 58. Entre as diversas mudanças ocorridas,
estava a eliminação do caput do artigo do termo “atividade profissional”, sendo certo que, a
partir de então, estava o segurado obrigado a comprovar a “exposição aos agentes nocivos
químicos, físicos ou biológicos ou associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade
física”, por força da nova redação dada ao § 3º.

Como continuava em vigor o já mencionado artigo 152, da Lei n.º 8.213/91 a interpretação mais
adotada foi a de que, a partir da publicação da Lei n.º 9.032/95, somente possuía valia o Anexo I
do Decreto 83.080/79, vez que o Anexo II elencava os “grupos profissionais”, coexistindo ainda
os agentes nocivos constantes do Quadro Anexo ao Decreto 53.831/64.

A medida provisória 1.523, de 11 de outubro de 1996, alterando o artigo 58, da Lei n.º 8.213/91,
conferiu ao Poder Executivo, a competência para elaboração da relação dos agentes nocivos
químicos, físicos ou biológicos, para fins de concessão de aposentadoria especial. Com isso, veio
o Decreto 2.172, de 05 de março de 1997, que em seu Anexo IV, traz referido rol.

Referida Medida Provisória (1.523/96), depois 1.596-14/97, e finalmente convolada na Lei n.º
9.528, de 10 de dezembro de 1.997,estabeleceu ainda a forma como deveria se dar “a

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comprovação da efetiva exposição do segurado aos agentes nocivos”, impondo a seguinte


redação ao parágrafo 1º do artigo 58, da Lei n.º 8.213/91:

“§ 1º - A comprovação da efetiva exposição do segurado aos agentes


nocivos será feita mediante formulário, na forma estabelecida pelo
Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, emitido pela empresa ou
seu preposto, com base em laudo técnico de condições ambientais do
trabalho expedido por médico do trabalho ou engenheiro de segurança
do trabalho”.

Nasce portanto a controvertida figura do “laudo técnico pericial”, geradora das mais diversas
interpretações, além de calorosas e acirradas discussões que perduram até hoje entre os
operadores do direito previdenciário.

Em 28 de maio de 1998, foi editada a Medida Provisória n.º 1.663-10 que, ao revogar
expressamente o § 5º do artigo 57, da Lei n.º 8.213/91, pôs fim a qualquer espécie de conversão.

Na sua 13ª edição, de 26/08/98, a Medida Provisória n.º 1.663, atribuiu ao Poder Executivo a
competência para adoção de critérios para a aplicação da conversão, estabelecendo um
percentual mínimo de efetivo exercício do tempo de serviço especial.

O Decreto n.º 2.782, de 14 de setembro de 1998, regulamentou a matéria, criando a exigência de


que para que se proceda a conversão, deverá o segurado ter completado, até 28/05/98, “pelo
menos vinte por cento do tempo necessário para a obtenção da respectiva aposentadoria

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especial...”, desde que tenha havido efetiva exposição aos agentes nocivos descritos no anexo
IV, do Decreto n.º 2.172/97.

Assim, através do Decreto n.º 2.782/98, foi temporariamente abolida a conversão de especial
para comum, das atividades profissionais e/ou agentes agressivos previstos nos Decretos
53.831/64 e 83.080/79.

A Lei n.º 9.711, de 20 de novembro de 1998, em seu artigo 28, amenizou a atrocidade cometida
pelo decreto supra citado, retirando a absurda exigência de que, para proceder à conversão, deva
o segurado comprovar a efetiva exposição aos agentes agressivos constantes do Anexo IV do
Decreto 2.172/97, inclusive para períodos anteriores a 05/03/1997 (data da publicação deste
regulamento).

E o § único, do artigo 70 do Decreto n.º 3.048/99 disciplinou a matéria, permitindo a conversão,


do tempo de trabalho exercido com efetiva exposição aos agentes agressivos elencados nos
Decretos 53.831/64 e 83.080/79 até 05/03/97, e até 28/05/98 dos períodos laborados com
exposição aos elementos previstos no Anexo IV do Decreto n.º 2.172/97.

Em outubro de 2000 a Douta 4ª Vara Previdenciária de Porto Alegre, concedeu tutela antecipada,
posteriormente convertida em definitiva, nos autos da Ação Civil Pública – processo n.º

2000.71.00.030435-2, decisum este mantido pelo E. TRF da 4ª Região, determinando, entre


outras medidas, a conversão de tempo de serviço especial em comum para períodos posteriores
a 28/05/98.

Contudo, em 08/08/03 o Colendo Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do REsp 531.419,


acolheu a preliminar argüida pela autarquia, de ser o Ministério Público parte ilegítima para ajuizar
ação civil pública versando sobre aposentadoria.

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Finalmente, em 03/09/03, o Poder Executivo edita o Decreto n.º 4.827, que alterando o artigo 70
do Decreto n.º 3.048/99, autoriza a conversão de tempo de serviço especial em comum em
qualquer período.

B.) Do enquadramento como especial da atividade soldador (01/02/80 a


16/06/87), perante a Companhia Lloyd:

Conforme já demonstrado na exposição fática, a autarquia negou-se a converter o período acima


referido sem fundamentação alguma, sem sequer analisar o requerimento de Justificação
Administrativa formulado pelo autor.

Imperioso ressaltar que as atividades de soldador e mestre soldador, estão devidamente


anotadas às fls. 33 da CTPS n.º 63.320 série 578ª e fls. 43 da 2ª via do mencionado documento,
que encontram-se perfeitamente legíveis e sem rasuras, constando ainda todas as anotações
referentes a contribuição sindical, alterações salariais, férias e opção pelo F.G.T.S..

Destarte, a conduta adotada pela autarquia colide veementemente com o disposto no artigo 19,
do Decreto n.º 3.048/99, com a redação dada pelo Decreto n.º 4.079/02, vigente na data do
requerimento administrativo, a saber:

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“Art. 19 - A anotação na Carteira Profissional ou na Carteira de


Trabalho e Previdência Social e, a partir de 1º de julho de 1994, os
dados constantes do Cadastro Nacional de Informações Cadastrais -
CNIS valem para todos os efeitos como prova de filiação à Previdência
Social, relação de emprego, tempo de serviço ou contribuição e
salários-de-contribuição e, quando for o caso, relação de emprego,
podendo, em caso de dúvida, ser exigida pelo Instituto Nacional do
Seguro Social a apresentação dos documentos que serviram de base
à anotação”.

Contraria também o instituto o estatuído no artigo 62 do Regulamento:

“Art. 62 - A prova de tempo de serviço, considerado tempo de


contribuição na forma do art. 60, observado o disposto no art. 19 e,
no que couber, as peculiaridades do segurado que tratam as alíneas
‘j’ e ‘l’ do caput do art. 9º e do art. 11, é feita mediante documentos
que comprovem o exercício de atividade nos períodos a serem
contados, devendo esses documentos ser contemporâneos dos fatos a
comprovar e mencionar as datas de início e término e, quando se
tratar de trabalhador avulso, a duração do trabalho e a condição em
que foi prestado”.

Da simples leitura do regramento supra conclui-se facilmente que, ante à clareza das anotações
apostas nas CTPS do obreiro, a Justificação Administrativa requerida e, repita-se, sequer
apreciada pelo instituto, seria desnecessária, bastando o servidor, para considerar o exercício da
atividade especial de soldador que se pretendia converter, observar o teor do dispositivo supra.

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Ademais, sendo da empresa na qual laborou o obreiro a obrigação de fornecer o formulário


competente à caracterização do exercício do mister especial, não pode o encerramento das
atividades da empregadora constituir óbice à aludida comprovação. Nesse sentido, temos:

“PREVIDENCIÁRIO - APOSENTADORIA ESPECIAL - AJUDANTE


DE CALDEIRARIA - PROVA DA INSALUBRIDADE -
INFORMAÇÕES DO EMPREGADOR - CÓPIA DO REGISTRO DE
EMPREGADOS - IMPOSSIBILIDADE DE REALIZAÇÃO DE
PERÍCIA - CIRCULAR N. 90, DE 6/4/84 - APELAÇÃO PROVIDA -
SENTENÇA REFORMADA.

I- Demonstrado o exercício de atividade insalubre, perigosa ou


penosa, mediante termo de informações ou declaração do empregado
e cópia de registro de empregados, durante período superior a 25
(vinte e cinco) anos terá o apelante direito à aposentadoria especial
(AC n. 93.01.2912-8/MG);

II- A impossibilidade de realização de perícia para


aferição das condições especiais do exercício de
atividade, em razão da falência da empresa, não é
óbice ao direito do apelante, podendo o Juiz dispensar
a prova técnica e valer-se de outras provas (AC n.
89.03.010948-1/SP);

III-...omissis;

IV-...omissis;

V- Sentença reformada” (TRF 1ª Região; 1ª Turma; AC 92.01.02457-


6/MG; Rel. Juiz Carlos Olavo; J. em 25/11/99; D.J.U. 07/02/2000, pág. 93)
(destacamos).

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Urge transcrever fragmento do voto do Sábio Relator:

“O representante legal daquela empresa prestou informações ao INSS, através de


formulário próprio, sobre atividades com exposição a agentes agressivos, dentre as
quais consta que trabalhava no galpão da fábrica de caldeiraria, que era semi-fechado
e sujeito a barulho intenso, com ruído em nível superior a 90 decibéis, informou, ainda,

que a empresa estava em regime falimentar desde 09.12.76. Com isso, a


realização de perícia para aferição do grau de insalubridade das
atividades realizadas pelo apelante seria impossível, razão pela
qual não pode ser prejudicado por tal fato, devendo ser a prova
feita por outros meios....” (destaquei)

E do E. TRF da 3ª Região colhemos:

“DIREITO PREVIDENCIÁRIO. CONVERSÃO DE APOSENTADORIA


COMUM EM ESPECIAL. AGRAVO RETIDO ALEGANDO
PRESCRIÇÃO DA AÇÃO E INCOMPETENCIA DO JUIZO ESTADUAL.
IMPROVIDO-PERICIA NO LOCAL DE TRABALHO-FALTA DE
REALIZAÇÃO-SUPRIMENTO POR MEIO DE PROVAS
DOCUMENTAIS E TESTEMUNHAIS-CONVERSÃO QUE SE CONTA
SOMENTE A PARTIR DA CITAÇÃO. RECURSOS VOLUNTARIOS DO
AUTOR E DO ENTE PREVIDENCIARIO A QUE SE NEGA
PROVIMENTO. SENTENÇA CONFIRMADA.
I a III - ...omissis.

IV- Configuradas a impossibilidade ou a desnecessidade de exame


pericial no local de trabalho do segurado, pode o juiz dispensar a prova

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técnica e valer-se de outras provas, tais como documentos e oitiva de


testemunhas, suficiente para formar a sua convicção. Ademais, o INPS
não fez qualquer prova no sentido da inexistência de insalubridade e
periculosidade no desempenho das atividades de ‘caldeireiro’ e
‘ajustador’ da CODESP - Cia. Docas do Estado de São Paulo.

VI- Apelos do INPS e do autor a que se nega provimento, para


confirmar integralmente a sentença de primeiro grau” (Proc.
89.03.010948-1/SP, 1ª T., Rel. Juiz Pedro Rotta, j. 28/08/90, DOE 28/06/93 –
p. 113) .

Destarte Excelência, restando cabalmente comprovado o exercício das atividades de soldador e


mestre soldador, perante a Companhia de Transportes LloydBrati, no período de 01/02/80 a
16/06/87, vez que devidamente anotadas em suas CTPS (docs. 08/12), de rigor o reconhecimento
de tais lapsos como especial e, consequentemente sua conversão para comum, pois a
especialidade do ofício de soldador é inegável e inafastável, haja vista estar expressamente
prevista nos Decretos Regulamentadores, além de uníssona e pacificamente aceito seu caráter
especial pela jurisprudência pátria, conforme será vastamente demonstrado a seguir.

B.1) Do enquadramento como especial da atividade soldador (29/06/87 a 31/08/95), e


encarregado de produção (01/09/95 a 04/07/03) perante a Paulista Containers
Marítimos Ltda.:

A atividade de soldador está expressamente prevista nos Decretos 53.831/64 (código 2.5.3) e
83.080/79 (códigos 2.5.1 e 2.5.3), sendo o que basta para caracterização como especial, pelo
menos até 28/04/95.

Ademais, os agentes nocivos inerentes ao exercício da aludida profissão, com os quais o obreiro
mantém contato habitual e permanente durante toda sua jornada laboral (radiação não-ionizante
e fumos metálicos), também encontram-se clara e explicitamente elencados no Quadro Anexo ao

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Decreto 53.831/94 (códigos 1.1.4 e 1.2.11), e no Anexo I, do Decreto 83.080/99 (códigos 1.1.3 e
1.2.11).

Cumpre ressaltar que as atividades desenvolvidas pelo autor, similares àquelas desempenhadas
em indústrias siderúrgicas, são consideradas de nível de risco máximo, consoante previsão do
Anexo V, códigos 27.1 e 27.2, do Decreto 3.048/99.

E acerca da caracterização como especial da atividade de soldador temos:

“PREVIDENCIÁRIO - TEMPO DE SERVIÇO - DIVERGÊNCIA


ENTRE REGISTRO DE EMPREGADORES - EXERCÍCIO DAS
FUNÇÕES, ‘ESPECIAIS’ DE SERRALHEIRO E SOLDADOR
SUFICIENTEMENTE DEMONSTRADO.

1- Havendo começo de prova material da prestação laboral na


função de serralheiro e soldador, secundada em robusta prova
testemunhal, não há como se negar a averbação do tempo de serviço
nessas atividades consideradas especiais.

2- Divergência de registros empregaticíos na carteira profissional


(CP/CTPS) do obreiro, restaram esclarecidas, espancando as dúvidas
suscitadas pela autarquia-ré.

3- Sentença declaratória de tempo de serviço que, a vista da segura


prova documental e testemunhal, merece ser confirmada” (TRF 3ª R.,
Processo 92.03.046302-0, 1ª T., Rel. Juíza Salette Nascimento, DJ 21/11/95).

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“PREVIDENCIÁRIO. RECONHECIMENTO DE TEMPO DE


SERVIÇO ESPECIAL. PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS
LEGAIS. ANEXOS I E II DO DEC-83080/79 E ART-57 E
SEGUINTES DA LEI-8213/91. COMPROVAÇÃO DA
INSALUBRIDADE POR MEIO DE. ELEMENTOS SUFICIENTES
CONSTANTES DOS AUTOS. DISPENSA DE PROVA PERICIAL.
1. Existindo início razoável de prova material a comprovar o
exercício da atividade de soldador em condições insalubres que
prejudiquem a saúde ou a integridade física do autor, conforme
dispuser a lei, há de ser considerada tal atividade como especial.
2. Demonstrado nos autos elementos suficientes para reconhecer o
exercício da atividade em condições especiais - perigosa, insalubre
ou penosa -, ainda que a atividade não esteja expressamente descrita
na legislação pertinente, há de ser reconhecida como especial” (TRF
4ª R., Processo n.º 97.04.59467-4, 5ª T., Rel. Juiz Maria Lúcia Luz Leiria, DJ
16/09/98).

“PREVIDENCIÁRIO. CONCESSÃO DE APOSENTADORIA POR


TEMPO DE SERVIÇO. CONTAGEM RECÍPROCA DO TEMPO DE
SERVIÇO RURAL E URBANO. AUTO-APLICABILIDADE DO ART-
202, PAR-2 DA CF-88. RAZOÁVEL INÍCIO DE PROVA MATERIAL.
PROVA TESTEMUNHAL IDÔNEA. ATIVIDADE PROFISSIONAL
DE SOLDADOR CLASSIFICADA COMO INSALUBRE.
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.
1 a 3...omissis.

4. Conforme o previsto no DEC-53831, de 25 de março de 1964, que


dispõe sobre a aposentadoria especial, Regulamento Geral da
Previdência Social, se mostra claro e induvidoso, pela análise do
quadro anexo ao decreto, que a atividade profissional de soldador
(Código 2.5.3) é, efetivamente, prevista e classificada como sendo
insalubre.
5. Honorários advocatícios, nos moldes do ART-20 PAR-3 CPC-73,
fixados em 10% ( dez por cento ) sobre o valor da condenação.” (TRF
4ª R., Processo 95.04.23637-5, 5ª T., Rel. Juiz Maria Lúcia Luz Leiria, DJ
14/01/98)

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“PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA ESPECIAL –


INSALUBRIDADE QUE SE COMPROVA.
I - A redação do art. 31 da Lei 3807/60 não suscita dúvidas quanto à
admissibilidade, já àquela época, da aposentadoria especial, nos
prazos ali especificados, conforme a atividade profissional exercida
pelo segurado, considerada penosa, insalubre ou perigosa, em
listagem divulgada por Decreto do Poder Executivo, o que ocorreu com
a promulgação do Decreto 53.831, de 25/3/64.
II – Anteriormente à publicação da Lei 9032/95 exigia-se, apenas, a
comprovação do segurado estar exercendo, efetivamente, determinada
atividade considerada insalubre pela legislação, ou, caso a atividade
não constasse das tabelas anexas aos Decretos 53.831/64 e 89312/84
(que é a mesma do Decreto 83.080179), que o segurado tenha ficado
exposto àqueles agentes considerados nocivos, o que se fazia através
de formulário próprio (DSS 8030 ou SB 40). Posteriormente à Lei
9032/95, passou-se a exigir, em qualquer caso, laudo técnico,
independentemente da atividade exercida.
III - A documentação juntada aos autos (fls. 7/19), em nenhum
momento impugnada pelo INSS na contestação de f1s. 301/39,
verifica-se que autor, efetivamente, trabalhou no período compreendido
entre agosto de 1973 e abril de 1995 exercendo a atividade de
SOLDADOR.

IV - Os agentes mencionados no laudo de fls. 19 estão previstos em


ambos o decretos (53.841/64 e 83.080/79, item 1.2.11). Quanto ao
disposto no Decreto 2172/97, em relação ao agente químico
manganês, ao qual o autor esteve exposto, há previsão expressa
naquele diploma regulamentar.”

(TRF 2ª R., Processo 2002.02.01.002900-3 – AC 279170, 1ª T., Rel. Ney


Fonseca, DJU 04/12/02).

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Sabemos que a Lei n.º 9.032, de 28 de abril de 1995, modificou abruptamente todo o artigo 57 do
PBPS. Entre as diversas mudanças ocorridas, estava a eliminação do caput do artigo do termo
“atividade profissional”, sendo certo que, a partir de então, está o segurado obrigado a comprovar
a “exposição aos agentes nocivos químicos, físicos ou biológicos ou associação de agentes
prejudiciais à saúde ou à integridade física”, por força da redação dada ao parágrafo 3º.

Esta comprovação passou a ser realizada com a apresentação de laudo técnico pericial. E, nesse
aspecto andou bem o requerente, vez que instruiu o pleito administrativo com referido laudo,
elaborado e subscrito por engenheiro de segurança do trabalho, competente e habilitado para

tanto.

E no tocante ao período labutado como encarregado de produção, de 01/09/95 até a D.E.R., O


FORMULÁRIO DIRBEN 8030 E O LAUDO TÉCNICO FORNECIDO PELA ATUAL
EMPREGADORA DO OBREIRO, INFORMAM EXPOSIÇÃO HABITUAL E PERMANENTE A
RUÍDO ACIMA DE NOVENTA E DOIS DECIBÉIS, AGENTE FÍSICO ESTE SABIDAMENTE
DELETÉRIO, E EXPRESSAMENTE PREVISTOS NOS DECRETOS 53.831 (código 1.1.6),
83.080/79 (Anexo I, código 1.1.5), 2.172/97 (código 2.0.1) e 3.048/99 (código 2.0.1).

B.2) Do cômputo do período de serviço militar:

Basta uma análise perfunctória da contagem de tempo de contribuição/serviço, abojada às fls.


43/45 dos autos administrativos, ora carreados integralmente em fotocópias (doc. 17), para que
se constate que o servidor deixou de computar o período de 15/01/76 a 30/12/76, no qual o
segurado prestou o serviço militar, inobstante repousar às fls. 06 e verso do citado procedimento,
o competente Certificado de Reservista.

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A não consideração do aludido período afronta o disposto no artigo 55, I, da Lei n.º 8.213/91,
devendo, portanto, ser devidamente computado.

DA ANTECIPAÇÃO LIMINAR DA TUTELA JURISDICIONAL

“A justiça atrasada não é justiça, senão injustiça


qualificada e manifesta” (Rui Barbosa)

O deferimento da pretendida antecipação prescinde dos requisitos elencados


no artigo 273, do Estatuto de Rito, a seguir transcrito:

“Art. 273 - O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ou


parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde
que, existindo prova inequívoca, se convença da verossimilhança da
alegação e:

I – haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação;

II – fique caracterizado o abuso de direito de defesa ou o manifesto


propósito protelatório do réu”.

Os documentos colacionados à presente peça vestibular, traduzem-se em


“prova mais que inequívoca”, irrefutável, inexorável, das alegações apresentadas pelo autor.

O receio de dano irreparável ou de difícil reparação, no caso em tela, reside no


próprio caráter alimentar do benefício perseguido, reconhecido pela Carta Cidadã, em seu artigo 100, § 1º.

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Ademais, conforme demonstrado pelo laudo técnico fornecido por sua


empregadora, está o obreiro exposto de modo habitual e permanente a agentes agressivos à sua saúde e integridade
física, sendo certo que necessita do benefício perseguido, para poder retirar-se do citado ambiente deletério.

Nesse sentido já sabiamente decidiu o Douto Juízo da 6ª Vara Federal de Santos, em sede de antecipação de
tutela nos autos do processo n.º 2002.61.04.007997-0, a saber:

“Presentes a prova inequívoca da verossimilhança das alegações, diante do


supracitado, e, do fundado receio de dano irreparável, pois o autor está
trabalhando, desnecessariamente, expondo-se a riscos, quando já poderia
estar desfrutando de seu benefício, concedo-lhe a tutela antecipada para a
implantação do benefício de aposentadoria proporcional ao autor...”

Portanto, mesmo possuindo o obreiro cristalino direito à aposentação, o instituto-réu, de certa forma, obriga
o segurado à manter-se em seu nocivo mister, além de continuar procedendo aos descontos mensais no
ínfimo soldo do autor, valores estes que, em hipótese alguma, poderá o suplicante reavê-los, em razão do
que dispõe o artigo 98, da Lei n.º 8.213/91, a seguir transcrito:

“Art. 98 - Quando a soma dos tempos de serviço ultrapassar 30 (trinta)


anos, se do sexo feminino, e 35 (trinta e cinco) anos, se do sexo
masculino, o excesso não será considerado para qualquer efeito”.

Destarte Excelência, imprescindível se faz a antecipação liminar


da tutela jurisdicional ora pleiteada, determinando que o Instituto Nacional do Seguro Social,
através da Agência de São Vicente, conceda o benefício Aposentadoria por Tempo de Serviço (B
42) ao autor, desde a data do requerimento administrativo (04/07/03 – processo 42/128.724.371-
9), com as devidas conversões de especial para comum dos períodos laborados como soldador e
mestre de solda (01/02/80 a 16/06/87), perante a Cia. de Transportes Integrado Lloyd Brasileiro -
LloydBrati, vez que devidamente anotadas referidas funções em suas CTPS (docs. 08/12), bem

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como dos períodos de soldador (29/06/87 a 31/08/95) e encarregado de produção (01/09/95 a


04/07/03), na empresa Paulista Containers Marítimos Ltda., pois comprovada a especialidade de
tais vínculos mediante laudo técnico pericial, computando, ainda, o período de 15/01/76 a
30/12/76, no qual o segurado prestou o serviço militar, conforme Certificado de Reservista
abojado às fls. 06 e verso do procedimento administrativo, devendo o benefício ser corrigido
monetariamente.

DOS PEDIDOS:

Diante de todo o exposto, requer a Vossa Excelência:

a) Concessão dos benefícios da Assistência Judiciária Gratuita, nos termos da Lei n.º 1.060/50,
por se tratar a requerente de pessoa pobre, na literal acepção da palavra, desprovida de
condições para arcar com as custas e despesas processuais, sem prejuízo de sua mantença;

b) citação do instituto-réu para, querendo, contestar a presente demanda, sob pena de revelia e
confissão;

c) com fulcro no artigo 273 e parágrafos do Estatuto de Rito, com as alterações introduzidas
pela Lei n.º 8.952/94, o deferimento do pedido de antecipação liminar da tutela jurisdicional
pleiteada para os fins supra descritos, mediante intimação pessoal da Ilma. Sra. Gerente
Regional do INSS, devendo constar do mandado prazo de 10 (dez) dias para cumprimento da
determinação, sob pena de multa diária de R$ 1.000,00 (hum mil reais);

d) TOTAL PROCEDÊNCIA DA AÇÃO, com a condenação da autarquia ao ora postulado, ou seja, na


concessão do benefício Aposentadoria por Tempo de Serviço (B 42) ao autor, desde a data do requerimento
administrativo (04/07/03 – processo 42/128.724.371-9), com as devidas conversões de especial para comum
dos períodos laborados como soldador e mestre de solda (01/02/80 a 16/06/87), perante a Cia. de
Transportes Integrado Lloyd Brasileiro - LloydBrati, vez que devidamente anotadas referidas funções em

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suas CTPS (docs. 08/12), bem como dos períodos de soldador (29/06/87 a 31/08/95) e encarregado de
produção (01/09/95 a 04/07/03), na empresa Paulista Containers Marítimos Ltda., pois comprovada a
especialidade de tais vínculos mediante laudo técnico pericial, computando, ainda, o período de 15/01/76 a
30/12/76, no qual o segurado prestou o serviço militar, conforme Certificado de Reservista abojado às fls. 06
e verso do procedimento administrativo, tudo corrigido monetariamente, acrescido ainda de juros de mora de
1% (um por cento) ao mês, sendo fixado para a autarquia o prazo de trinta dias para o cumprimento da
obrigação de fazer, consistente em conceder e implantar o benefício do obreiro, sob pena de multa diária de
R$ 1.000,00 (um mil reais), nos termos do artigo 644, do CPC;

e) Na ocorrência das hipóteses previstas nos artigos 54 e 55, da Lei n.º 9.099/95, requer também
a condenação do instituto nas custas e despesas processuais, e honorários advocatícios de 20%
(vinte por cento), até o trânsito em julgado da sentença;

f) Ultrapassando o valor da condenação o limite estabelecido no artigo 3º, caput, da Lei


10.259/01, requer a expedição de precatório, consoante previsão do § 4º, do artigo 17, do
mencionado diploma legal.

Protesta provar o alegado por todos os meios probatórios em direito admitidos, sem exceção,
atribuindo à causa o valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais).

Termos em que,

Pede deferimento.

CARLOS RENATO G. DOMINGOS

OAB/SP 156.166

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