Ocorre a alienação judicial de bens, em situações previstas
expressamente em lei e quando não há concordância entre os interessados sobre a forma como se deve se proceder a alienação. Deverá o juiz nestes casos de ofício, ou mesmo a requerimento dos interessados ou do depositário, mandar aliená-los, utilizando o procedimento padrão da jurisdição voluntaria prevista nos artigos 719 a 724 do CPC. Quanto a alienação propriamente dita o procedimento a ser utilizado será o constante do art. 879 a 903 do CPC.
HERANÇA JACENTE (art. 738 a 743)
Herança jacente é quando não existem herdeiros ou se estes são
desconhecidos, ou ainda se o(s) herdeiro(s) a renunciarem. Ocorrendo uma dessas hipóteses os bens pertencentes ao de cujus devem ser arrecadados judicialmente e colocados sob administração de um curador (art. 1819 CC). Esta hipótese de jurisdição voluntária é iniciada de oficio pelo juiz que tiver conhecimento da existência da herança jacente, sendo competente o juízo da comarca do domicílio do falecido (art. 738), havendo qualquer dúvida sobre o domicílio do falecido a competência se dará pela prevenção. O juiz nomeará o curador (art. 739), determinará que o oficial de justiça arrole os bens e os descreva em auto circunstanciado (art. 740) e fará a inquirição de moradores e vizinhança buscando informações sobre o falecido que possam identificar os possíveis herdeiros, bem como se há outros bens conhecidos, no domicílio ou em outras comarcas (§ 3º art. 740). Também será expedido edital, após a arrecadação dos bens, na internet, no site do tribunal e na plataforma de editais do Conselho Nacional de Justiça – CNJ por 3 (três) meses, ou não havendo um site do tribunal, deverá ser publicado na imprensa da comarca por 3 (três) vezes com intervalos de 1 (um) mês para cada publicação a fim de possibilitar a habilitação dos sucessores num prazo de 6 (seis) meses (art. 741) Se houver habilitação válida os bens arrecadados serão convertidos em inventário (art. 741, § 3º), se não houver habilitação será declarada a vacância, desde que passado 1 (um) ano da primeira publicação em edital (art. 743).