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CIÊNCIA E TECNOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL BRASILEIRO*

Eduardo Baumgratz Viotti

O desenvolvimento foi a ideia força que mobilizou as nações capitalistas pobres no pós-guerra,
afirma VIOTTI. A industrialização foi vista como solução para superação da pobreza e do
subdesenvolvimento, bem como, incorporadora do progresso técnico ao processo produtivo,
gerando assim, elevação da produtividade, do trabalho e da renda.

VIOTTI, chama a atenção para o fato de que o esforço de uma nação para industrializar-se no
início do processo de surgimento e consolidação da indústria no mundo é completamente
diferente que passa uma nação quando já existem outras competindo nos mercados mundiais
de produtos industriais.

Esse processo de industrialização de uma economia em um momento em que existe um setor


industrial consolidado em outras partes do mundo, é chamando de industrialização retardatária,
e o Brasil é um desses casos de desenvolvimento retardatário.

Isto significa que o Brasil não pôde e não pode contar com a vantagem de competir nos
mercados com produtos inovadores ou produzidos por tecnologias inovadoras e nem mais
produtivas ou eficientes do que as utilizadas pelos concorrentes, visto que, a competitividade
das economias industrializadas é baseada no emprego de tecnologias inovadoras, já nas
economias retardatárias como a do Brasil, se baseiam na absorção e no aperfeiçoamento de
inovações geradas nas economias industrializadas.

Assim, as economias retardatárias são obrigadas a recorrer a formas especiais de compensação


pela inferioridade das tecnologias que empregam em seu esforço de industrialização e essas vão
desde baixos preços locais de mão-de-obra e de matérias-primas, exploração (predatória ou
não) de seus recursos naturais e, ainda, proteção ou subsídio estatal.

VIOTTI destaca que a vantagem representada pela abundância relativa de matérias-primas é,


em certo sentido, ilusória e só é efetiva se as matérias-primas forem vendidas para a indústria
local a preços mais baixos do que os predominantes no mercado internacional. O mesmo
acontece com os baixos salários representarem uma vantagem comparativa no início do
processo de industrialização, porém não a longo prazo, visto que os salários tendem a subir com
o avanço. Alerta ainda que ter esse tipo de estratégia é competir pela miséria, não pelo
desenvolvimento.

Essas formas de compensação da falta de competitividade tecnológica dos produtos industriais


das economias retardatárias geram apenas a competitividade espúria, chamada assim, porque
são alcançados à custa da redução das condições de vida da população (atual ou futura) ou da
exploração predatória dos recursos naturais.

VIOTTI afirma que a única forma de assegurar ganhos de competitividade autênticos é através
do desenvolvimento de um esforço tecnológico eficaz por parte das economias retardatárias
que gere a inovação, a absorção de inovações e o aperfeiçoamento de inovações como nas
economias industrializadas que, além da simples capacitação para produzir investem também
nas capacitações tecnológicas para aperfeiçoar as tecnologias absorvidas e para inovar criando
novas tecnologias, diferente, das economias retardatárias, que objetivam essencialmente a
absorção de capacitação para produzir produtos manufaturados, e desta forma desenvolvem
apenas a capacitação para absorver tecnologias geradas em outros países.

As economias retardatárias que desenvolveram simplesmente a capacitação tecnológica para


produzir podem ser caracterizadas como Sistemas Nacionais de Aprendizado Tecnológico
Passivo e seus ganhos competitividade não-tecnológicos (espúrios) para seus produtos, já as
que conseguem conjugar seu esforço de capacitação para produzir com um esforço deliberado
e bem-sucedido para dominar e aperfeiçoar a tecnologia de produção absorvida são
caracterizadas como Sistemas Nacionais de Aprendizado Tecnológico Ativo, e desta forma,
reduzem significativamente sua dependência de mecanismos que assegurem competitividade
espúria para seus produtos.

VIOTTI salienta que economias retardatárias apresentam condições particularmente perversas


como pobreza, miséria, desigualdade e degradação ambiental e a superação dessas condições
associadas à competitividade espúria tem como ponto de partida a construção de um definido
e consistente esforço tecnológico, voltado para a superação dos limites do aprendizado passivo.

O Sistema Nacional de Aprendizado Tecnológico brasileiro é, um caso claro de sistema de


aprendizado passivo que tem como causas os baixíssimos níveis médios de educação dos
trabalhadores brasileiros, a qualificação relativamente elevada de seu subsistema de produção
de conhecimento científico, ou seja, tem-se uma boa base de recursos humanos e
laboratoriais para pesquisa e desenvolvimento existente no Brasil, porém, parece que funciona
de maneira desvinculada das necessidades do processo produtivo.

Desta forma reconhece o autor que a inovação parece um fenômeno essencialmente estranho
a esse sistema e que esse é basicamente de natureza passiva, onde o esforço tecnológico da
maioria das empresas líderes concentra-se basicamente na simples assimilação de capacitação
para produzir.

É importante reconhecer que o Brasil é um caso de economia retardatária que teve um grande
êxito em seu processo de absorção de capacidade de produzir manufaturas, todavia, esse
expressivo processo de industrialização foi insuficiente para assegurar o desenvolvimento
econômico e gerar um padrão de vida elevado e crescente para população, antes, agravou a
desigualdade da distribuição da renda nacional, não conseguiu eliminar a miséria e mostrou-se
pouco responsável do ponto de vista ambiental.

Isso aconteceu, ressalta VIOTTI, devido um conjunto complexo de fatores está decorridos do
estilo brasileiro de desenvolvimento, entre eles: o abandono de políticas desenvolvimentistas
ou industrializantes na década de 90 e a abertura e a desregulamentação dos mercados internos
e externos esperando-se, entre outras coisas, fazer com que a pressão competitiva, aumentada
pela abertura do mercado interno para produtos e capitais externos, mudasse o padrão
tecnológico das empresas e a própria natureza do sistema de mudança técnica brasileiro.

Esperava-se um processo de globalização tecnológica, isto é, uma dispersão internacional do


processo de produção e emprego de inovações. Assim, esclarece VIOTTI que há indícios de que
essa globalização esteja, particularmente no que se refere ao processo de inovação estrito
senso, contribuindo para a consolidação de ilhas nacionais de competência, cercadas por
oceanos de nações sem competência para inovar.

VIOTTI afirma ainda que o desenvolvimento almejado durante grande parte do século XX não
foi alcançado pelo Brasil, porém é imperioso para o desenvolvimento sustentável brasileiro a
aceitação da insustentabilidade do estilo de desenvolvimento das nações ricas e da
impossibilidade de sua universalização, bem como, criação de um novo estilo de
desenvolvimento que tem como meta a busca da sustentabilidade social e humana capaz de ser
solidária com a biosfera.

É necessário para um desenvolvimento sustentável no Brasil a superação das limitações do velho


estilo de desenvolvimento, e também, a criação de bases técnicas e científicas necessárias à
sustentabilidade social, ecológica, econômica, espacial, política e cultural.

Além disso, é preciso uma estratégia ativa de aprendizado tecnológico para a criação de
condições férteis para a inovação que oriente a construção da nova política tecnológica
brasileira tendendo como diretrizes: a política tendo como alvo transformar o processo de
mudança técnica das empresas; estimular à constituição de grandes grupos empresariais
nacionais, com massa crítica para desenvolver e coordenar esforços tecnológicos; concessão de
benefícios vinculados às demais políticas que elevem o grau de sustentabilidade dos
empreendimentos.

Viotti destaca ainda que é necessário a construção de sistemas ou programas de extensão


tecnológica voltada para a elevação do padrão tecnológico médio e para a redução de sua
heterogeneidade e, em particular, para a elevação da eficiência energética e ecológica das
empresas e políticas industrial, agrícola, comercial e regional articuladas com a política
tecnológica.

Um esforço coordenado de desenvolvimento de nichos de mercado para a superação dessas


limitações típicas das commodities, transformando-as em specialties.

Além disso, é de vital importância investir na universalização, com qualidade, do ensino de


primeiro e segundo graus, em conjunto com a concessão de estímulos ao treinamento on the
job associado à redução da rotatividade da mão-de-obra.

Por fim, VIOTTI aponta para a necessidade da preservação, do aperfeiçoamento e do estímulo à


integração das instituições de pesquisa e desenvolvimento e de formação de recursos humanos,
especialmente das universidades, no esforço de desenvolvimento sustentável é fundamental.

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