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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ

CAMPUS DE FOZ DO IGUAÇU


CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

LEGISLAÇÃO ATUAL COM A NOVA PROPOSTA DE APOSENTADORIA

JORGE MORAES VIOLI

FOZ DO IGUAÇU
2017
1 INTRODUÇÃO

A cada intervalo de poucos anos, o déficit da previdência volta ao foco do


debate público no Brasil. Hoje, o assunto volta com mais força, uma vez que aumento
do déficit fez o Ministério da Fazenda colocar a Reforma Previdenciária como
prioridade. Porém, a medida enfrenta resistência de inúmeros grupos de pressão,
mostrando sua aprovação não será tarefa fácil. Uma tese recente argumenta até mesmo
que a Previdência Social não seria deficitária, distorcendo os fatos e confundindo
muitos diálogos sobre o tema.
Analisar a Previdência Social com base no déficit ou superávit corrente é um
enorme erro. Para entender este ponto, imagine uma situação hipotética em que um
novo regime de previdência é criado. Por este regime, as pessoas com 45 anos ou menos
contribuiriam com 10% do salário e poderiam se aposentar aos 50 anos de idade, após
apenas cinco anos de contribuição, com uma aposentadoria equivalente ao dobro do
salário.
Qualquer um percebe que esse sistema é insustentável. No entanto, nos
primeiros cinco anos o sistema seria fortemente superavitário (pois ainda não haveria
aposentados). Mesmo no sexto ano, as contribuições seriam maiores que os benefícios
da primeira leva de aposentados. Ou seja, o resultado corrente do sistema é um péssimo
indicador de sua sustentabilidade.
Essa é exatamente a situação do Brasil. Nossa população ainda é muito jovem
e o número de aposentados, relativamente pequeno. Um país com esse perfil deveria ter
despesas previdenciárias baixas e um forte superávit na previdência. No entanto, por
causa de regras muito generosas na concessão dos benefícios, o Brasil despende hoje
cerca de 12% do PIB com benefícios previdenciários (8% do PIB relativos ao RGPS e
4% do PIB relativos aos servidores públicos), enquanto países com perfil etário
semelhante despendem, em média, 4% do PIB.
Esse trabalho busca analisar a evolução das contas da previdência no período
de 2014 a 2016, levando em consideração os dados apresentados pelos relatórios da
previdência social.
2 DESEMVOLVIMENTO

A previdência social é a técnica de proteção social destinada a afastar


necessidades sociais decorrentes de contingências sociais que reduzem ou eliminam a
capacidade de auto sustento dos trabalhadores e/ou de seus dependentes.
Atualmente, o sistema previdenciário brasileiro conta com três categorias:
Regime Geral de Previdência Social, Regimes Próprios de Previdência Social e a
Previdência Complementar. Além disso, há a assistência social, muitas vezes tratada
como previdência, mas que, oficialmente, não possui característica previdenciária uma
vez que não há contribuições.
A previdência é institucional e obrigatória. O regime de previdência dos
servidores públicos pode ser mantido pelos entes públicos da Federação (Estados,
Distrito Federal e Municípios), sendo, neste caso, denominado de Regime Próprio de
Previdência Social (RPPS).
Já o regime de previdência dos servidores públicos não filiados ao Regime
Próprio de Previdência Social é o Regime Geral de Previdência Social (RGPS),
gerido pela autarquia federal denominada de Instituto Nacional do Seguro Social,
famoso INSS.
Chama-se de Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) exatamente porque ele é
estabelecido por cada ente federativo e assegura, a todos os servidores titulares de cargo
efetivo, pelo menos os benefícios de aposentadoria e pensão por morte.
Cada ente público da Federação (União, Estados, Distrito Federal e
Municípios) pode ter o seu plano, cuja finalidade é organizar a previdência dos
servidores públicos, tanto daqueles em atividade, como daqueles já aposentados e
também dos pensionistas.
Desta forma, temos de um lado o Regime Geral de Previdência Social (RGPS),
cuja gestão é efetuada pelo INSS, que vincula obrigatoriamente todos os trabalhadores
do setor privado e também os servidores públicos não vinculados a regimes próprios de
previdência social. E de outro lado, o RPPS, cujas normas básicas estão previstas
no artigo 40 da Constituição Federal, na Lei 9.717/98.
Nós dissemos acima que os entes públicos “podem ter” o seu RPPS porque no
Brasil existem muitos Municípios que não instituíram regimes próprios. Desta forma, os
servidores desses Municípios ficam vinculados ao Regime Geral de Previdência Social
(gestão pelo INSS).
Pensando no retorno e na proposta de valor (melhor rentabilidade e gestão
profissionalizada), assim como nos planos de previdência privada, os RPPS devem
seguir normas e são fiscalizados pelos órgãos competentes. Afinal, uma boa gestão
desses planos é que vai garantir os benefícios aos trabalhadores no futuro.
Nos casos dos RPPS, a Resolução CMN 3922/2010 é que dispõe sobre as
aplicações dos recursos. Tal Resolução é que diz quais os tipos de investimentos que os
gestores podem ou não fazer.

2.1 Quanto ao Modelo de Previdência Aplicado no Brasil

Muitos países adotam um modelo de “transferência intergeracional” – ou seja,


em que a transferência aos aposentados e pensionistas de hoje é paga por uma geração
diferente. É esse modelo o adotado no Brasil. Ao contrário do que muitos podem
imaginar, quando uma pessoa se aposenta, ela não recebe o dinheiro ligado a sua própria
contribuições. Na verdade, são os atuais trabalhadores, com suas contribuições, que
financiam os benefícios de quem já está aposentado.
O problema é que esse modelo só é sustentável enquanto há mais pessoas
ingressando na força de trabalho do que saindo dela. Com o envelhecimento da
população nos países desenvolvidos ao longo do século, a Previdência Social foi
pesando cada vez mais sobre as contas públicas – já não havia trabalhadores suficientes
para arcar com os custos do sistema.
O Brasil está passando hoje pela transição demográfica que outros países
passaram há algumas décadas. A população brasileira está envelhecendo. Se nesta
década o Brasil ainda tem a maior parte da sua população formada de jovens, essa
situação deve mudar nos próximos cinquenta anos, como observado nas projeções do
IBGE no gráfico abaixo. É por isso que discutir a reforma da previdência é tão
importante.
2.2 Recursos destinados a Previdência Social

A Constituição delimita claramente e precisamente a atuação da Seguridade


Social, definindo que todas as ações executadas pelo poder público e sociedade voltadas
para garantir à Saúde, à Previdência e à Assistência Social comporão a Seguridade
Social. Portanto, Previdência social está contida no conceito de Seguridade Social.
O art. 195 da Constituição dispõe que a Seguridade Social será financiada por
toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos
provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, e das contribuições sociais previstas nos incisos do referido artigo.
O mesmo artigo outorga à União competência para a instituição das seguintes
contribuições sociais, que basicamente financiam a seguridade social, quais sejam:
Contribuição Previdenciária paga pelo Empregador (patronal) e empregado;
Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS, paga pelas
empresas; Contribuição social sobre o Lucro líquido – CSLL e Contribuição incidente
sobre prêmios de loterias (concursos de prognósticos).
Das contribuições apenas a Contribuição Previdenciária é destinada
exclusivamente para o Regime Geral de Previdência Social (RGPS). As demais são
utilizadas para financiamento da saúde, assistência social e previdência, inclusive gastos
com a previdência dos servidores públicos que integram o Regime Próprio de
Previdência (RPPS).
Dessa forma, é fácil verificar que as receitas da seguridade social destina-se a
financiar não somente ações da previdência, mas outras áreas da seguridade social como
saúde e assistência social.

2.3 Renúncias, DRU e Dívidas

a) Renúncias Previdenciárias

A Anfip também afirma que parte do déficit isolado da Previdência é causada


por uma série de renúncias fiscais -- benefícios concedidos a empresas e fundações que
permitem que elas deixem de pagar contribuições previdenciárias.
O total de renúncias fez com que o governo deixasse de arrecadar 43,4 bilhões
de reais em 2016. Metade foi concedida ao Simples Nacional, regime tributário
diferenciado, beneficiando micro e pequenas empresas.

b) Desvinculação de Receitas da União

Os críticos da tese do déficit também apontam como vilã a Desvinculação de


Receitas da União (DRU), mecanismo criado em 1994 que permite ao governo federal
mais mobilidade nos gastos com os impostos arrecadados.
Hoje, até 30% dos recursos da Seguridade Social podem ser repassados ao
orçamento fiscal, permitindo ao governo alcançar a meta do superávit primário.
Segundo os críticos, se o governo não tomasse parte do dinheiro da Seguridade para
pagar juros da dívida, haveria mais recursos para transferir para a Previdência.
Os recursos do INSS em si não são afetados pela DRU, apenas as outras
contribuições da Seguridade, aquelas que poderiam ser usadas para ajudar a tapar o
buraco. Em 2016, a DRU realocou 94 bilhões de reais da Seguridade.
O problema, novamente, é que esse dinheiro só cobriria uma parte dos 258,7
bilhões de reais do prejuízo da Seguridade. Sem a DRU, o déficit seguiria sendo de pelo
menos 164 bilhões de reais.

c) Dívidas

Segundo a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), o total devido à


Previdência pelos 500 maiores devedores -- entre eles empresas, fundações e governos
estaduais municipais -- alcançou 426 bilhões de reais em 2016. Críticos da reforma da
Previdência apontam que esse total seria suficiente para tapar três vezes o rombo
registrado no ano passado.
O problema é que o pagamento desse valor também só poderia amenizar o
rombo da Previdência por pouco mais de dois anos. E mesmo esse cálculo é otimista.
Muitas das empresas que devem o montante já faliram há mais de uma década e estão
mergulhadas em disputas. A Varig, por exemplo, deve 3,7 bilhões de reais em
contribuições.
A própria PGFN não acredita que será possível recuperar uma fatia
significativa desse total. No ano passado, só 4 bilhões de reais em dívidas foram
recuperados, menos de 1% do total devido.

2.4 Proposta da Reforma Previdenciária

a) Idade mínima de 65 para homens e de 62 para mulheres

Só poderão se aposentar os trabalhadores da iniciativa pública ou privada que


tiverem 65 anos no caso de homens e 62, no de mulheres. Essa data limite, contudo,
só passará a valer em 2038. Antes disso, haverá uma regra de transição na qual
a idade mínima para aposentadoria na iniciativa privada para homens é de 55 anos e
de 60 para o servidor público. No caso das mulheres, essa idade será de 53 e 55,
respectivamente. Atualmente, a aposentadoria é feita em uma combinação entre
tempo de contribuição e idade. Há uma exceção no projeto quando se trata de
professores, policiais e de trabalhadores que atuam em atividades que tem elevado
risco à saúde. Até o fim da transição, os professores poderão se aposentar aos 60
anos de idade e os policiais, aos 55, independentemente do sexo. Entre os que têm
atividades de risco, não há uma idade mínima.
b) O tempo de contribuição mínimo será de 15 anos

Inicialmente, o Governo queria obrigar o trabalhador a contribuir por pelo


menos 25 anos, antes de se aposentar. Agora, essa regra valerá (se aprovada pelo
Congresso) apenas para os servidores públicos. Na iniciativa privada, o limite
mínimo será de 15 anos. No entanto, só receberá 100% da média salarial de sua
categoria, quem contribuir por 40 anos.

O cálculo da aposentadoria
Tempo de contribuição Regime geral (iniciativa privada) Servidor público

15 anos 60% da média salarial Não aposenta

20 anos 65% da média salarial Não aposenta

25 anos 70% da média salarial 70% da média

30 anos 77,5% da média salarial 77,5% da média

35 anos 87,5% da média salarial 87,5% da média

40 anos 100% da média salarial 100% da média


Fonte: Emenda aglutinativa PEC 287/2016

c) Benefícios de prestação continuada e aposentadoria rural

Na versão aprovada em maio em uma comissão especial da Câmara, havia


uma série de alterações que afetavam o BPC, que é um benefício concedido a pessoas
portadoras de necessidades especiais, e a aposentadoria rural. Paga o equivalente a um
salário mínimo e só pode ser requisitado a partir dos 65 anos. Para tentar conseguir os
308 votos na Câmara, o Governo Temer abdicou de qualquer mudança nessas áreas.

d) Teto da aposentadoria e Acúmulo de pensão com aposentadoria

Hoje os servidores da iniciativa privada seguem o teto da aposentadoria do


Instituto Nacional do Seguro Social. Os servidores públicos, não. Podem receber até o
valor integral de seu salário. Se aprovada a PEC, todos receberão apenas o teto do
INSS, que hoje é de 5.531. Esse valor será reajustado anualmente pelo Índice Nacional
de Preços ao Consumidor (INPC).
Atualmente a pensão é integral, mas pela proposta do Governo deverá ser
reduzida para 50% mais 10% por dependente. Além disso, ela será desvinculada do
reajusta do salário mínimo, o que permite ganhos reais. Também não será permitido o
acúmulo de pensão mais aposentadoria que ultrapasse o valor equivalente a dois salários
mínimos. Por exemplo, se uma viúva aposentada recebe uma pensão no valor de 1.000
reais e uma aposentadoria de 900 reais, ela terá de abrir mão de uma das duas, já que o
teto, neste caso, seria hoje de 1.874 reais.

e) Parlamentares e Militares

Políticos seguem critérios especiais de aposentadoria – podem se aposentar aos


60 anos de idade e 35 de contribuição. A nova regre prevê que eles não passem pela
transição. Ou seja, no dia em que passar a valer, só poderá se aposentar o parlamentar
que tiver 65 anos, no caso de homem, e 62, no de mulher. Com o tempo mínimo de
contribuição de 15 anos. Seu teto será como o dos demais aposentados, 5.531 reais.
Os militares é um dos pontos mais polêmicos da proposta e que não foi
alterado até o momento. Ainda em 2016, o Governo prometeu enviar um projeto de lei
separadamente para mudar a Previdência da categoria. Mas não o fez. De acordo com
um levantamento do jornal O Globo, os militares representam um terço dos servidores
públicos, são responsáveis por 44,8% do rombo de 72,5 bilhões de reais da previdência
da União.
Referências

PREVIDENCIA. Reforma da Previdência, 2017. Disponivel em:


<http://www.previdencia.gov.br/wp-content/uploads/2016/12/Cartilha-Reforma-da-
Previd%C3%AAncia-vf.pdf>. Acesso em: 04 Novembro 2017.

REFORMA da Previdência. Previdência Social, 2017. Disponivel em:


<http://www.previdencia.gov.br/reforma/>. Acesso em: 28 out. 2017.

UOL. Regras do INSS e da Previdência Social eo que fazer para a aposentadoria.


Disponivel em: <https://economia.uol.com.br/financas-pessoais/guias-financeiros/guia-
regras-do-inss-e-da-previdencia-social-e-o-que-fazer-para-a-aposentadoria.htm>.
Acesso em: 2017 Novembro 2017.

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