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Este trabalho tem o objetivo principal de demonstrar a importância da matemática no cotidiano, a exploração deste conceito na educação e as melhores formas de estabelecer as pontes capazes de capacitar os alunos da Educação de jovens e adultos a construírem em suas mentes estes novos conceitos
Este trabalho tem o objetivo principal de demonstrar a importância da matemática no cotidiano, a exploração deste conceito na educação e as melhores formas de estabelecer as pontes capazes de capacitar os alunos da Educação de jovens e adultos a construírem em suas mentes estes novos conceitos
Este trabalho tem o objetivo principal de demonstrar a importância da matemática no cotidiano, a exploração deste conceito na educação e as melhores formas de estabelecer as pontes capazes de capacitar os alunos da Educação de jovens e adultos a construírem em suas mentes estes novos conceitos
São Braz, como requisito legal para convalidação de competências, para obtenção de certificado de Especialização Lato Sensu, do curso de Pós-Graduação Educação de Jovens e Adultos conforme Norma Regimental Interna e Art. 47, Inciso 2, da LDB 9394/96.
Orientador:
CURITIBA/PR 2015 FOLHA DE APROVAÇÃO
A MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
Trabalho entregue à Faculdade de Educação
São Braz, como requisito legal para convalidação de competências, para obtenção de certificado de Especialização Lato Sensu, do curso de Pós-Graduação Educação de Jovens e Adultos conforme Norma Regimental Interna e Art. 47, Inciso 2, da LDB 9394/96.
Orientador:
Aprovado(a) em: _____/_____/_______
Examinadores:
Prof. (Esp/Me/Dr.) ____________________________________________________
Este trabalho tem o objetivo principal de demonstrar a importância da matemática no cotidiano, a
exploração deste conceito na educação e as melhores formas de estabelecer as pontes capazes de capacitar os alunos da Educação de jovens e adultos a construírem em suas mentes estes novos conceitos. O tema justifica-se porque o ensino desta matéria costuma ser efetuado de uma maneira extremamente mecânica e fixa, baseando-se em números e fórmulas em detrimento de valorizar o processo filosófico do raciocínio que deve estar sempre por atrás de todo conhecimento estabelecido. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica com base em artigos, livros e pesquisas na internet. A necessidade por mudanças no modelo de ensino é sentida por todos os profissionais da área pela frustração por parte dos professores e insatisfação por parte dos alunos, gerando um quadro de baixo aproveitamento do conteúdo necessário para a formação do ser.
PALAVRAS-CHAVE: Matemática. Interdisciplinaridade. Educação de Jovens e Adultos.
1. INTRODUÇÃO
Todo Universo em que se vive está correlacionado ou tem suas leis
expostas em alguma operação, fórmula ou teorema matemático. A Matemática é uma das principais ferramentas de percepção racional do funcionamento das coisas, portanto sua aplicação na vida prática é imensa e ilimitada, sendo utilizada desde o processo do despertar, ao se definir os horários para as obrigações do dia até a hora de dormir. No entanto, a Matemática é considerada hoje, e desde há muito, a disciplina mais impopular por parte dos alunos. Seu ensino é desinteressante e aborrecido por ser oferecido de forma mecânica e automática, onde a abstração é exagerada em detrimento de outras formas que respondam melhor às expectativas dos estudantes. A necessidade de câmbios no processo educacional da matéria é sentida por todos os envolvidos de modo a propiciar um ambiente favorável às pesquisas de novas formas de ensino. Apesar disso, a aplicação se torna dificultada por diversos fatores entre eles a falta de embasamento dos profissionais, o que acaba distorcendo as tentativas e finalidades das modificações propostas. Existe uma discrepância brutal entre a função real da Matemática e a forma como é ensinada e consequentemente aprendida. Na modalidade EJA não se consegue muitas vezes correlacionar a abstração exigida pela escola com sua função primordial, ou seja, o raciocínio matemático não consegue ser desenvolvido nos estudantes. Para isto, diversas ferramentas podem ser utilizadas, sendo a interdisciplinaridade a mais importante. O estabelecimento de pontes entre a realidade pelo ângulo de outras disciplinas e a Matemática, como a História, as artes, a Física, a Biologia e a Língua Portuguesa, pode ser extremamente útil para a criação de pontes que permitam ao jovem entabular formas de correlação para novas percepções da vida e das coisas sob o ângulo da Matemática. Os tópicos evidenciados neste estudo tratam da história da matemática, desinteresse ou desestímulo, o apoio da família na construção do ideal de matemática, a importância da interdisciplinaridade em matemática, o papel do jogo na educação matemática, história da educação de jovens e adultos e correlacionando o ensino da matemática na educação de jovens e adultos. Finalmente tem-se uma conclusão sobre a importância da matemática no dia a dia e seus reflexos nos processos educacionais e de percepção sobre a mesma na EJA. 2 A MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
2.1 A História da Matemática
O estudo da história da matemática destaca as linhas de pensamento
tomadas para a consecução da descoberta, achado ou surgimento de um processo. Esta linha de pensamento é a racionalização da matemática destacando o raciocínio que o originou. Nunca é demais frisar a necessidade urgente de se ultrapassar o conceito de matemática como algo mecânico e fixo, formado por fórmulas e números somente. Todo invento, todo raciocínio criado, todo teorema está inserido em um contexto social seja qual for. Seja a necessidade pelo qual o novo procedimento foi criado, seja suas consequências, seja ainda como este surgiu, todos estes processos fazem parte da história da matemática (CATUNDA, 1990). Existem várias maneiras de se inserir em uma aula conceitos da história de um tópico da disciplina de matemática, de acordo com o enfoque que se queira dar ao assunto. Pode se destacar uma biografia de alguém importante para o tema, de modo que se possa visualizar a vida desta pessoa e consequentemente enfocando suas contribuições para o mundo do raciocínio, suas motivações, o processo gerador e ativador do surgimento de algo novo e criativo. De acordo com Kamii (1992) educacionalmente, um grande aumento na construção do pensamento matemático pelo meio do fortalecimento do pensamento pode ser alcançado quando se movimenta o conteúdo programático geralmente exposto de modo estável e mecânico para um modo mais dinâmico e completo. Sempre haverá dificuldade em se compreender a matemática sem esta ferramenta, ao mesmo tempo, este procedimento torna a matéria mais atrativa e interessante, facilitando em larga escala o processo educacional. Outra maneira de se considerar a aplicação da história no ensino da Matemática é o estudo das consequências do fenômeno matemático a se estudar. A partir do momento que se permite o estudo das causas, como se deu tal processo, quais as implicações de tal tema para o mundo atual, descortina-se um panorama capaz de pontualizar o aluno para a importância de tal informação, de modo que este poderá depois compreender os temas subsequentes influenciados pelo originalmente estudado de modo muito mais simples (GALLO, 2000). A busca pelo sentido do estudo da Matemática é a principal contribuição da interdisciplinaridade reinante no ensino da História da Matemática em sala de aula e fora dela. Inicialmente deve haver a atribuição de nomes e datas às noções e teoremas apresentados aos alunos, sendo também importante correlacionar a evolução de povos à construção de propriedades matemáticas, como a invenção dos numerais surgiu na Índia e sua contribuição para o desenvolvimento daquele país, como o Antigo Egito utilizou os conceitos matemáticos para os trabalhos de agrimensura e sua importância na economia, como os gregos avançaram sobremaneira nos conceitos de geometria, área geralmente abstrata de difícil ensino, como eles pensavam e agiam pode permitir aos alunos compreenderem as razões desta maneira de pensar e aplicar a Matemática.
2.2 Desinteresse ou Desestímulo
A matemática é apontada normalmente como a disciplina constante do
currículo escolar mais desinteressante e aborrecida para os alunos. Além disso, de todas as disciplinas esta é justamente a que menor aproveitamento possui de acordo com o Exame Nacional de Alunos sendo este um problema crônico mundial e não somente uma questão encontrada em nosso país. Isto pode ser aferido não somente por provas ou testes como também pela geral dificuldade na resolução de problemas ou no raciocínio matemático (GALLO, 2000). Uma opinião errônea de parte dos professores é que a falta de sucesso dos alunos seria devido em parte à preparação deficiente em anos anteriores, remontável à primeira série do nível básico. Outra alegação seria o baixo nível socioeconômico familiar ou ainda a falta de estímulo familiar suficiente para que o aluno se sinta estimulado a estudar. Parece haver também um sentimento fatalista quanto ao aproveitamento da matemática por parte dos alunos, no entanto, muitos não conseguiriam definir quais as razões pelas quais isto ocorre. Outro fator que envolve o tema é a forma de classificação de interesses que deve haver para o estabelecimento de um padrão classificatório eficiente que permita a definição do aproveitamento geral (FERREIRA apud FAZENDA, 1993). Nota-se atitudes de desinteresse dos alunos como o fato de não prestarem atenção às aulas, não se esforçarem nem estudarem em casa. Alega-se também que a estrutura curricular é demasiadamente longa e a obrigatoriedade de seu cumprimento os obrigaria a não ser possível o acompanhamento dos alunos mais lentos ou com maiores dificuldades, ou seja, projeta-se em fatores extra pessoais o insucesso do processo educacional. Para Alder (1972) muitos educadores definem o aproveitamento baseados em questões de absorção de conteúdo empírico, de modo que um aluno que não consiga acertar problemas de cálculos ou funções ou em classes menos adiantadas a tabuada ou simples operações teria um baixo aproveitamento. Ora, a partir do momento que se reduz a consideração de aproveitamento ao decorar de regras que devam ser aplicadas de acordo com a situação, ou o que é pior, considerar que todo problema possui uma e somente uma solução, estão na verdade desconsiderando o potencial do aluno para a verdadeira matemática. É observável que existe um problema geral na escola quanto à eficiência da educação, no entanto a matemática é onde está mais tendem a aparecer e enraizar, gerando um quadro cíclico de tradição pobre em geração de programas educacionais e materiais de ensino, insuficiente concretização das orientações curriculares dos programas em vigor e no caráter algo difuso das finalidades do ensino da matemática e das expectativas de desempenho dos alunos. Como consequência, os métodos de ensino e aprendizagem que se usam nem sempre são os mais indicados para o grupo de alunos (MAYER, 1985). Nota-se atitudes de desinteresse dos alunos como o fato de não prestarem atenção às aulas, não se esforçarem nem estudarem em casa. Para os pais dos estudantes, assim como para a opinião pública em geral, as causas do insucesso do ensino matemático seriam devidas à falta de responsabilidade dos professores que não ensinariam convenientemente seja por falta de preparação seja porque não assumem o necessário nível de exigência, e nos alunos que não se esforçam o suficiente. Algumas vezes refere-se o peso de fatores socioculturais. Mas todos reconhecem que a Matemática é uma disciplina difícil e que a sua aprendizagem tem trazido grandes dificuldades em todas as gerações (GALLO, 2000). Pode-se notar que todas as causas apontadas são resumidas a certos pontos inter-relacionados como a disciplina, o currículo, o professor, o aluno e razões diversas de ordem social ou cultural. Outro fator notável é a falta de responsabilização pessoal por parte de nenhum dos grupos citados, vindo este em parte somente do grupo mais frágil, ou seja, os alunos. Sob a óptica dos alunos, no entanto, o quadro se inverte. Para muitos esta disciplina é de extremada dificuldade de compreensão. No seu entender, o professor não a explica muito bem nem a torna interessante assim como não percebem para que serve nem para que a estudam. Nota-se uma interiorização do sentimento de incapacidade no aprendizado da matéria (MAYER, 1985). Alega-se que a estrutura curricular é demasiadamente longa e a obrigatoriedade de seu cumprimento os obrigaria a não ser possível o acompanhamento dos alunos mais lentos ou com maiores dificuldades, ou seja, projeta-se em fatores extra pessoais o insucesso do processo educacional Um dos maiores problemas relacionados ao processo educacional da matemática é o notório desinteresse que os alunos têm pela mesma. Isto é causado por diversos fatores, sendo os principais a falta de estímulo que os educadores geralmente oferecem para seu ensino, a crença de que esta é uma disciplina demasiadamente empírica para os mesmos, de maneira que estes não se sentiriam estimulados ao estudo da mesma (DANTE, 1989).
2.3 Apoio da Família na Construção do Ideal de Matemática
O apoio familiar é decisivo no que tange o desenvolvimento da capacidade
de raciocínio matemático do seu integrante em fase de educação. Segundo Kamii (1992) grande parte dos pais possui como referência de ensino o método mecânico e fixista em que tiveram aulas, havendo uma cultura determinada quanto a isso. Sendo assim, torna-se difícil por vezes a aceitação dos mesmos às técnicas mais recentes que diferem muito do modelo imposto a gerações. Sendo assim, deve haver um esclarecimento constante por parte da escola no sentido de fazer os pais dos alunos compreenderem a importância das mudanças na educação e em que consistem estes avanços a serem conquistados. É necessário que seja incutida nas mentes dos pais a ideia de que a matemática não é um conhecimento absoluto muito menos imutável, ou seja, tanto seu conteúdo, suas formas de aplicação assim como a metodologia de ensino variam de acordo com a sociedade na qual se vive (KUENZER, 2000). No entanto, muitas barreiras podem existir em um primeiro momento quanto à aplicação de metodologias mais modernas e eficientes no ensino da matemática. Um exemplo prático é o da inversão de temas matemáticos a serem discutidos nas diversas classes do ensino fundamental. A estatística, por exemplo, que era dada nos últimos dois anos do fundamental hoje já consta da grade curricular da primeira série. Isto se deve à mudança de necessidade da sociedade para com o tema. Outra mudança de necessidade é a de compreensão de números decimais em detrimento dos fracionários pela forma de apresentação numérica dos aparelhos eletrônicos, não obstante, os métodos de aula ainda não se adequaram uniformemente quanto a esta questão (KAMII, 1992). Pesquisas demonstram que ocorre muitas vezes hoje, consistindo na falta de orientação sobre os rumos que a educação da matemática deve tomar. Atualmente, uma parcela dos profissionais do ensino quer e busca mudanças, no entanto, quando da prática, isto não ocorre, havendo a perpetuação dos erros antigos e criação de novos que na verdade suprimem a boa-vontade inicial. Para Dante (1989) a partir do momento que a mente dos pais se tornar mais permeável a novos conceitos de ensino eles mesmos poderiam ser beneficiados com a nova percepção matemática a partir de um reflexo de auto alimentação que se resumiria no estímulo ao aprendizado do filho que em troca permitiria que o restante da família se embebesse nos novos conceitos em vigência com visíveis benefícios para ambas as partes.
2.4 A importância da interdisciplinaridade em matemática
O termo interdisciplinaridade denota uma relação de reciprocidade, que
pressupõe uma atitude diferente a ser tomada perante o problema do conhecimento, portanto, é a transferência de uma concepção fragmentária para uma concepção unitária de ser humano. Segundo Santos Filho (1999) esta é uma preocupação inerente ao processo pedagógico desde os tempos da Grécia Antiga, nas ideias de Platão e Aristóteles, sendo que se pode perceber, ao longo da História, um embate entre os dois extremos da questão, ou a idealização de um saber unitário, global através da unificação da ciência ou a fragmentação e compartimentalização das disciplinas do conhecimento. Certos pressupostos são claros quando se estuda a interdisciplinaridade sendo estes fatores determinantes ao sucesso de sua aplicação.
Entre eles existe a necessidade de uma atitude de abertura, não
preconceituosa, onde todo o conhecimento é igualmente importante, onde o conhecimento individual anula-se frente ao saber universal. Outro pressuposto seria a necessidade de uma atitude coerente, sendo que é na opinião crítica do outro que se fundamenta a opinião particular, supondo uma postura única, engajada e comprometida frente aos fatos da realidade educacional e pedagógica (GALLO, 2000, p. 21).
O ensino da Matemática requer a construção de uma nova prática pedagógica
ligada à concepção de mundo, as relações cotidianas. Trabalhar o conhecimento matemático tendo a realidade como referência significa criar um movimento constante de construção. Existe uma divisão de terminologias que serviria para resolver questões epistemológicas dentro do conceito de interdisciplinaridade composta por cinco conceitos distintos. A disciplina seria definida como um conjunto específico de informações com suas próprias distinções sobre o plano do ensino, das formações dos mecanismos, dos métodos e das matérias. A multidisciplina poderia ser definida como a justaposição de disciplinas variadas, desprovidas de afinidade aparente entre elas como, por exemplo, a matemática somada à música e à história (KAMII, 1992). A partir do conhecimento prévio o educador e o educando são capazes de produzir o seu aspecto de resolver as situações matemáticas. Os conhecimentos e as formas de representação espontaneamente criadas constituem ponto de partida para a aquisição da linguagem matemática, que é facilitada quando e plano de trabalho permite que o aluno vá estabelecendo relações entre a linguagem matemática convencional e os símbolos por ele utilizados espontaneamente no início do processo. Outro conceito integrante do tema seria a pluridisciplina, definível como a justaposição de disciplinas mais ou menos vizinhas nos domínios do conhecimento sendo um exemplo a Matemática e a Física. A interdisciplina poderia ser definida como interação existente entre duas ou mais disciplinas. Essa interação pode ir da simples comunicação de ideias à integração mútua dos conceitos diretores da epistemologia, da terminologia, da metodologia, dos procedimentos, dos dados e da organização referentes ao ensino e à pesquisa. Um grupo interdisciplinar compõe-se de pessoas que receberam sua formação em diferentes domínios do conhecimento (disciplinas) com seus métodos, conceitos, dados e termos próprios. A transdisciplina, finalmente, seria resultado de uma premissa comum a um conjunto de disciplinas como, por exemplo, a matemática encarada como o cálculo do universo (FAZENDA, 1992, p. 27).
Para Japiassú (1976) a interdisciplinaridade não pode ser considerada uma
ciência, mas simplesmente um enfoque distinto visando uma maior compreensão do tema adotado através da troca colaborativa entre disciplinas, especialistas e temas visando a integração real da realidade como um todo. Outra questão importante da interdisciplinaridade é que esta não se limita a ser simplesmente uma troca, mas uma criadora e estimuladora de novos pontos de vista ou de discussão através do crescimento mútuo e apoiado em bases múltiplas.
2.5 O Papel do Jogo na Educação Matemática
É necessário compreender o caminho para desenvolver o processo e
conhecer, pelo menos, algumas alternativas de percurso. É comum ouvir dizer que a Matemática faz parte de toda rotina mesmo aqueles que passam a vida sem frequentar uma escola, desenvolve capacidades relacionadas a Matemática, sendo ela parte constituída da própria cultura humana. A atividade matemática teve, desde sempre, um componente lúdico responsável pelas mais interessantes produções que por ela surgiram. A conceituação do jogo demonstra que este possui diversas características peculiares tais como o livre exercício, descompromissado de qualquer necessidade, de acordo com as características da paideia grega, possui função ativa no desenvolvimento do ser, tal como nos animais, os homens brincam quando infantes para a captação de vivência, ou seja, a preparação para a vida adulta, assim como o ser adulto também se habilita à prática de brincadeiras visando o relaxamento das tensões acumuladas, assim como de liberação de continentes psicológicos acumulados (BANDET, 1973). É necessário compreender o caminho para desenvolver o processo e conhecer, pelo menos, algumas alternativas de percurso. Outros fatores característicos do jogo são o fato de se necessitar alguma seriedade e concentração em sua atividade, melhorando assim o enfoque da atenção, a atividade do jogo, assim como na realização de algum processo artístico, oferece um forte componente de prazer na sua contemplação e execução. Uma breve análise do que representa a atividade matemática permite também classificá-la como portadora de muitos caracteres lúdicos capazes de defini-la também como um jogo, apesar de portadora de fatores mais complexos como o científico, o instrumental, o filosófico, que juntos fazem da Matemática um dos verdadeiros pilares da cultura humana (IEZZI, 1994). Se o jogo e a Matemática, em seus conceitos profundos, possuem tantos fatores de semelhança, possuem também diversas similaridades no que tange suas atividades práticas. Assim, pode-se aferir que a utilização do jogo como forma de propagação de ideias e conceitos matemáticos é válida e encontra fácil aceitação por parte dos alunos, que assim podem corresponder aos ideais de motivação e entusiasmo para a aprendizagem de tópicos desta ciência. Segundo Kuenzer (2000) se forem buscadas as chaves de funcionamento de um jogo, achar-se-á que este se inicia sempre com a instalação de regras e normas que o regulam, assim como a determinação de certas peças ou objetos regulados por estas normativas. O mesmo processo ocorre com o estabelecimento de um conceito matemático. Atualmente, no que diz respeito ao ensino da matemática o que é importante não é o conteúdo, porque o conteúdo esquece, mas desenvolver as capacidades dos alunos. Para Bandet (1973) o estudo, por conseguinte, da história de um antigo jogo permite a percepção dos caminhos peculiares percorridos por aqueles que foram os verdadeiros mestres deste jogo, evidenciando as estratégias mais profundas e complexas que pediram uma intuição especial, pois estas muitas vezes se encontram muito distantes das regras e objetivos iniciais do jogo. Em Matemática, esta é a fase em que o aluno trata de assimilar e de tornar seus os grandes teoremas e métodos criados através da História. Assim, pode o aluno se utilizar dos processos criativos evidenciados em situações mais delicadas e confusas. Mais tarde, em jogos mais complicados onde a reserva de problemas nunca se esgota, o jogador experimentado trata de resolver de forma original situações do jogo nunca anteriormente exploradas, correspondendo em Matemática ao afronte aos problemas abertos diretamente. Avançando ainda mais, pode-se visualizar segundo Leontiev (1998) a criação de novos jogos repletos de ideias inovadoras e interessantes e em situações capazes de motivar estratégias e novas possibilidades do ato de jogar. Isto se encontra em paralelo com a criação de novas teorias matemáticas, férteis em ideias e problemas, possivelmente com aplicações para a resolução de outros problemas abertos e para revelar níveis da realidade mais profundos que até o momento permaneceram incubados. A Matemática e os jogos cruzaram seus caminhos muito frequentemente ao largo dos séculos, sendo frequente nesta ciência a aparição de uma observação engenhosa, apresentada de maneira lúdica cujo efeito foi a condução a novas formas de pensamento. Na antiguidade, pode-se citar o I Ching como origem do pensamento combinatório, por exemplo (KAMII, 1992). O matemático avançado se aproxima de um problema com o mesmo espírito explorador com que um garoto começa a investigar um brinquedo recém descoberto, aberto à surpresa e com profunda curiosidade ante o mistério que pouco a pouco pretende fazer luz sobre, com o prazeroso esforço da descoberta. Torna-se uma proposição óbvia a utilização desta mesma forma de conduta no processo educacional da Matemática (BANDET, 1973). O grande benefício desta aproximação lúdica segundo o autor Leontiev (1998) consiste em sua potência para transmitir ao estudante a forma correta de se colocar em um enfrentamento com problemas matemáticos. Um problema a ser ainda enfrentado é que muitos professores ainda não têm a capacidade de encarar a Matemática desta maneira, deixando estes mesmos, de perceberem o quão importante pode ser a utilização de jogos, por encara-los pueris e frívolos. A Matemática é um grande e sofisticado jogo que, ainda por cima, resulta ser ao mesmo tempo uma obra de arte intelectual, que proporciona grandes luzes sobre a exploração do Universo e tem grandes repercussões práticas. Em sua aprendizagem, se pode utilizar com grande proveito, os mais diversos caminhos, no entanto, um dos mais aptos a evidenciar qual o caminho correto para o ato de se fazer Matemática, como um jogo bem escolhido (CATUNDA, 1990). Assim sendo percebe-se uma preocupação em tornar as atividades escolares mais prazerosas e de ampliar procedimentos que estimulem o raciocínio.
2.6 História da Educação de Jovens e Adultos
Muitas vezes define-se de forma errada a Educação de Jovens e Adultos por
isso há necessidade de se conhecer um pouco da história dessa modalidade de ensino. Segundo Freire apud Gadotti & Romão (2001), os termos educação de adultos e educação não formal, referem-se a mesma área disciplinar, teórica e prática da educação, porém com finalidades distintas. Esses termos têm sido popularizados principalmente por organizações internacionais – UNESCO – referindo-se a uma área especializada da educação. No entanto, existe uma diversidade de paradigmas dentro da educação de Adultos. A educação básica de adultos começou a marcar seu lugar na história da educação do Brasil a partir da década de 30. Neste período, a sociedade brasileira passava por profundas transformações, associadas ao processo de industrialização e concentração populacional em centros urbanos. A oferta do ensino básico gratuito estendia-se consideravelmente, acolhendo setores mais diversos da sociedade. O governo federal buscava ampliar o atendimento da educação elementar e traçar diretrizes educacionais para todo o país, determinando as responsabilidades dos estados e municípios. Tal movimento buscava também incentivar nacionalmente a extensão do ensino elementar aos adultos. Segundo Freire apud Gadotti (2001, p. 72), nos anos 40, a Educação de Adultos era entendida como uma extensão da escola formal, principalmente para a zona rural. Com o fim da ditadura de Vargas em 1945, o país vivia a efervescência da democracia. A segunda guerra mundial acabara de terminar e a ONU 1 alertava para
1 ONU: Organização das Nações Unidas
a urgência de integrar os povos visando a paz e a democracia. Tudo isto foi contribuindo para que a educação de adultos ganhasse espaço e destaque dentro da preocupação geral com a educação elementar comum. Nesse período, a educação de adultos define sua identidade tomando a forma de uma campanha nacional de massa, a Campanha de Educação de Adultos, lançada em 1947. A Educação de Adultos tem estado, a partir da 2ª Guerra Mundial, a cargo do Estado, muito diferente da Educação não-formal, que está vinculada a organizações não-governamentais. Até a 2º Guerra Mundial, a Educação Popular era concebida como extensão da Educação formal para todos, sobretudo para os menos privilegiados que habitavam as áreas das zonas urbanas e rurais. Depois, seguiria uma etapa de “ação em profundidade”, voltada para a capacitação profissional e ao desenvolvimento comunitário. A campanha obteve amplo sucesso, havendo necessidade de ampliação do serviço já existente, bem como sua inclusão às diversas regiões do país. O clima de entusiasmo começou a diminuir na década de 50. Assim, na década de 50, segundo Freire apud Gadotti (1979, p. 72), a Educação de Adultos era entendida como uma educação de base, com desenvolvimento comunitário. Já no final desta década de 50, as críticas à Campanha de Educação de Adultos dirigiam-se tanto às suas deficiências administrativas e financeiras quanto à sua orientação pedagógica, principalmente seu caráter superficial de aprendizagem devido o curto período da alfabetização. A partir daí surgem duas tendências significativas na Educação de Adultos: a Educação de Adultos entendida como uma educação libertadora (conscientizadora) pontificada por Paulo Freire e a Educação de Adultos entendida como educação funcional (profissional). O pensamento pedagógico de Paulo Freire, assim como sua proposta para a alfabetização de adultos inspirou os principais programas de alfabetização e educação popular que se realizaram no país no início dos anos 60. Paulo Freire elaborou uma proposta de alfabetização de adultos conscientizadora, cujo princípio básico era: “a leitura do mundo precede a leitura da palavra”. O objetivo era fazer com que o educando fosse o sujeito de sua aprendizagem. Muitos educadores da educação popular continuaram a fazer experiências pequenas e isoladas de alfabetização de adultos, com propostas mais críticas. Com o surgimento dos movimentos sociais e o início da abertura política na década de 80, essas pequenas experiências foram se ampliando, construindo canais de troca de experiências, reflexão e articulação. A partir da II Conferência Internacional de Educação de Adultos em Montreal, no ano de 1963, a Educação de Adultos passou a ser vista sob dois enfoques distintos: como uma continuação da educação formal, permanente e como uma educação de base ou comunitária. Com o golpe militar de 1964, os programas de alfabetização e educação popular que se haviam multiplicado entre 1961 e 1964 foram vistos como uma grave ameaça à ordem e seus promotores foram reprimidos e os programas de adultos só eram permitidos sob vigilância do governo federal. Em 1967 o governo criou o Mobral, que teve um papel importante no combate ao analfabetismo, mas que não permitia o livre pensar. Na década de 70, essas duas correntes continuaram a ser entendidas como Educação não-formal e como suplência da mesma. Com isso, desenvolve-se no Brasil a tão conhecida corrente: o sistema MOBRAL (Movimento Brasileiro de Alfabetização), propondo princípios opostos aos de Paulo Freire. A Lei de Reforma nº 5.692/71 atribui um capítulo para o ensino supletivo e recomenda aos Estados atender jovens e adultos. Depois da III Conferência Internacional de Educação de Adultos em Tóquio, no ano de 1972, a Educação de Adultos volta a ser entendida como suplência da Educação Fundamental, reintroduzindo jovens e adultos, principalmente analfabetos, no sistema formal de educação. A IV Conferência Internacional de Educação de Adultos, realizada em Paris, em 1985, caracterizou-se pela pluralidade de conceitos, surgindo o conceito de Educação de Adultos. Desacreditado nos meios políticos e educacionais, o Mobral foi extinto em 1985. Em seu lugar ficou a Fundação Educar, passando a apoiar financeiramente e tecnicamente os estados, municípios e empresas a ela conveniada. No período de reconstrução democrática, muitas experiências de alfabetização ganharam consistência e enriqueceram o modelo da alfabetização conscientizadora dos anos 60. Em 1991, o MEC passa a enfocar as carências de ensino fundamental como propiciadoras das altas taxas de analfabetismo com a extinção da Fundação Educar, configura-se um processo de transferência das obrigações com a educação supletiva – que eram do governo federal- para os estados e municípios (SOUZA et al, 2007, p.36). A LDB deixa a desejar quando não exige para a EJA profissionais com qualificação, se os alunos apresentam grandes diversidades de experiências e conhecimentos, é necessário que haja um professor que também seja experiente nessa modalidade. As leis mostram que ainda não estão de acordo com os interesses dos alunos, a revisão destas seria conveniente para o progresso da EJA que necessita de melhoras, é também mediante a isso que houve a criação de movimentos, que ainda hoje acontecem para a modificação desse ensino.
2.7 Correlacionando o Ensino da Matemática na Educação de Jovens e Adultos
A Matemática necessita ter seu processo educacional modificado, visando a
obtenção de formas mais objetivas e essenciais de ensino. Os alunos não devem continuar sendo bombardeados por informações que soam como vazias para suas ânsias de realidade típicas da idade em que se encontram. Segundo Dante (1989) o ensino por resolução de problemas enfatiza os processos de pensamento, nos processos de aprendizagem e toma os conteúdos matemáticos, cujo valor não se deve em absoluto deixar de lado, como campo de operações privilegiado para a tarefa de se acostumar com formas de pensamento mais eficazes. O ensino da Matemática através de brincadeiras, além de ampliarem a motivação dos jovens a níveis necessários para a consecução das propostas de aprendizado, ainda faz com que estes tenham em mãos o modelo psicológico ideal para a idealização do processo de desenvolvimento matemático. Em todo o processo, o centro principal é a própria atividade dirigida pelo educador, sem, no entanto, desconsiderar o prazer com que o aluno descobre as formas consagradas pelo uso por grandes mestres da Matemática para a resolução dos mesmos. Pode-se enfileiras as vantagens deste processo, como a aniquilação da passividade em prol da atividade em aula, a ampliação dos quadros motivacionais quando comparados ao sistema anterior de resolução dos problemas e a aquisição de processos válidos contra rígidas rotinas que nem de perto são capazes de gerar motivação e que se perdem no esquecimento (CATUNDA, 1990). Pode-se aferir que a utilização do jogo como forma de propagação de ideias e conceitos matemáticos é válida e encontra fácil aceitação por parte dos alunos, que assim podem corresponder aos ideais de motivação e entusiasmo para a aprendizagem de tópicos desta ciência. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A problematização do ensino matemático se deve principalmente ao fato de
que não existe basicamente hoje, apesar da quase universal compreensão da necessidade por mudanças, outro sistema sendo aplicado nas escolas, principalmente públicas, de outras formas de ensino que não seja a resolução de problemas, que se tem diversas vantagens quando bem administrado, além de se encontrar isolado, ainda deixa de ser fundamentado por uma continuidade do processo, o que na grande maioria não ocorre pela extensão da grade curricular, formada como um agrupamento de vários temas soltos. Como uma forma essencial da construção de um bom sistema educacional, para a EJA propõe-se a interdisciplinaridade como ferramenta atuante na formação da ideia matemática nos alunos. Com sua capacidade de correlacionar pontos de vista e ângulos de entendimentos diversos sobre um mesmo tema, abre-se um campo de visão fantástico que faz com que o aluno possa observar a realidade como se vista de cima, fazendo com que este possa ampliar seu modo de visão de tal modo que consiga captar, da maneira que lhe for mais própria, o melhor modo de aprender a Matemática. Para a EJA os modelos educacionais vigentes se mostram vazios no sentido de proporcionar aos alunos, sistemas capazes de fazer-lhes evidenciar a verdadeira importância da Matemática em suas vidas diárias, tanto no passado quanto no presente e no futuro. Faz-se premente, então, a compreensão plena do seu fracasso como processo educacional, suas dificuldades e razões, para que se possa compreender como funciona o intrincado processo de absorção, processamento e aplicação da racionalidade matemática que permite ao aluno a compreensão plena da correlação da Matemática com sua vida diária e com o mundo do qual faz parte. REFERÊNCIAS
ALDER, I. Iniciação à matemática de hoje. Trad. Augusto César de Oliveira
Morgado. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1972.
BANDET, J. P.; SAZARANAS, R. A criança e os brinquedos. Lisboa: Estampa,
1973.
CATUNDA, O. et al. As transformações geométricas e o ensino da Geometria.
Salvador: Centro Editorial e Didático da UFBA, 1990.
DANTE, L. R. A didática da resolução de problemas. São Paulo: Ática, 1989.
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A HISTÓRIA SOCIAL DA CULTURA E A HISTÓRIA CULTURAL DO SOCIAL: APROXIMAÇÕES E POSSIBILIDADES NA PESQUISA HISTÓRICA EM EDUCAÇÃO - Ribamar Nogueira Da Silva
Desenvolvimento de Um Aplicativo Informático para o Cálculo Dos Fluxos de Caixa de Um Projecto de Investimento Mineiro, Tendo em Conta A Legislação de Angola